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Exame Parasitológico de Fezes Coleta da Amostra A coleta de amostras de fezes é uma etapa importante para o diagnóstico de várias condições de saúde, como infecções gastrointestinais e problemas digestivos. Aqui estão algumas orientações para ajudar o paciente a coletar as fezes corretamente: 1. Use luvas descartáveis: Antes de coletar as fezes, é importante usar luvas descartáveis para evitar a contaminação das mãos e reduzir o risco de infecções. 2. Escolha um recipiente adequado: O paciente pode usar um recipiente limpo e seco para coletar as fezes. Os recipientes de plástico com tampa são os mais adequados para essa finalidade. 3. Evite a contaminação da urina: Para obter uma amostra precisa, é importante evitar a contaminação da urina. É recomendável que o paciente urine antes da coleta das fezes. 4. Coletar as fezes em diferentes áreas: O paciente deve coletar as fezes de diferentes áreas da evacuação, especialmente de áreas que apresentam anormalidades, como muco ou sangue. 5. Armazenar as fezes adequadamente: As fezes devem ser armazenadas em um recipiente limpo e seco, fechado com uma tampa hermética, e levadas imediatamente ao laboratório para análise. 6. Informar sobre medicamentos em uso: É importante que o paciente informe ao médico sobre quaisquer medicamentos que esteja tomando, pois alguns medicamentos podem afetar os resultados dos testes de fezes. 7. Seguir as orientações do médico: O paciente deve seguir as orientações do médico sobre como coletar as fezes corretamente e quanto às instruções específicas de coleta para cada tipo de teste que será realizado. Estabilidade das amostras: · Sem conservante · Líquida → 30 minutos · Pastosas → 1 hora; · Sólidas → 24 horas O uso de conservantes permite a preservação da morfologia dos parasitos até que seja possível levar as amostras para o laboratório Tipos de Conservantes ou Fixadores Existem diferentes tipos de conservantes utilizados para preservar amostras biológicas. Alguns dos tipos de conservantes mais comuns utilizados para amostras fecais incluem: 1. Refrigeração: manter a amostra fecal refrigerada em uma temperatura entre 3-5ºC pode ajudar a preservar a viabilidade de alguns ovos e evitar o desenvolvimento de larvas. No entanto, este método é apenas temporário. 2. Formol a 5 ou 10%: é um dos conservantes mais utilizados, pois é fácil de usar e é eficaz na preservação de cistos, ovos e trofozoítas. No entanto, pode interferir na morfologia para colorações permanentes e na PCR. 3. Merthiolato-Iodo-Formaldeído (MIF): este conservante é vantajoso porque pode corar e preservar os parasitas, o que é útil para o exame direto. No entanto, a morfologia não é preservada para colorações permanentes. 4. Acetato de Sódio-ácido Acético-Formaldeído (SAF): é necessário o uso de albumina fixadora de Mayer para adesão da amostra fecal à lâmina, mas pode interferir na coloração pelo tricrômico. 5. Álcool PoliVinílico (APV): este conservante é tóxico e não preserva a morfologia de oocistos, além de interferir em algumas colorações permanentes derivadas de Ziehl-Neelsen. 6. Líquido de Schaudinn (bicloreto de mercúrio + ácido acético): é utilizado para fixação da amostra fecal à lâmina nas colorações de Hematoxilina Férrica e Tricrômico, mas é bastante tóxico e corrosivo. 7. Phenol-Álcool etílico-Formaldeído (PAF): é bastante corrosivo, mas pode ser utilizado para preservar cistos, trofozoítas, ovos e larvas que devem ser examinados pelo exame direto a fresco. Exame Parasitológico de Fezes (EPF) Para início do procedimento deve-se homogeneizar o material fecal. Durante a homogeneização é realizado o exame macroscópio onde determina-se: · Consistência; · Presença de muco; · Sangue · Proglote; · Vermes adultos; No exame macroscópio algumas técnicas vão auxiliar no processo de diagnóstico. No exame direto a fresco fornece uma ideia da carga parasitária do paciente, com o uso do lugol, os organismos móveis perdem a motilidade, porém seus núcleos ficam mais evidentes. Algumas técnicas de concentração parasitária são baseadas principalmente na diferença de densidade do parasito, onde aumentam o número de cistos, oocistos, ovos ou larvas na preparação. Essas técnicas, em sua maioria, eliminam os detritos fecais e o organismo apresentam-se em estado inalterado. Exame Direto à Fresco Proporciona uma ideia geral dos elementos parasitários que podem ser encontrados nas fezes. Nessa etapa é permitido observas as formas vivas dos parasitos. A adição de lugol deixa as formas móveis (trofozoítas e larvas) imóveis. Esses parasitas incluem helmintos (vermes) como Ascaris lumbricoides, Ancilostomídeos, Trichuris trichiura, Hymenolepis nana, Taenia spp., entre outros. Além disso, também é possível detectar protozoários, como Entamoeba histolytica, Giardia lamblia, Balantidium coli, Cryptosporidium spp., e outros. A presença desses parasitas nas fezes pode indicar infecções parasitárias que podem causar sintomas gastrointestinais e comprometer a saúde do indivíduo. Visualização: · Helmintos → ovos e larvas; · Protozoários → cistos, oocistos e trofozoítas Método de Lutz (Hoffman, Pons e Janner) O método de Lutz, também conhecido como método de Hoffman, Pons e Janer, é uma técnica de concentração parasitológica utilizada no exame parasitológico de fezes, sua metodologia é uma técnica de SEDIMENTAÇÃO SIMPLES. Para realizar o método de Lutz, é necessário coletar uma amostra de fezes e misturá-la com uma solução salina para diluição. Em seguida, a mistura é filtrada em uma gaze, deixando passar apenas o líquido contendo os parasitas. O líquido é centrifugado em alta velocidade e, após a centrifugação, é feito um esfregaço em uma lâmina de vidro. O esfregaço é corado com uma solução de Lugol, que ajuda a visualizar as estruturas parasitárias presentes na amostra. Com o uso do microscópio, é possível observar ovos, cistos e larvas de diversos parasitas, como Ascaris lumbricoides, Ancilostomídeos, Trichuris trichiura, Entamoeba histolytica, Giardia lamblia, entre outros. O método de Lutz é uma técnica simples e eficaz para a detecção de parasitas intestinais em amostras fecais, e ainda é muito utilizado em muitos laboratórios de análises clínicas. Visualização: · Ovos, larvas, cistos e oocistos Método de Rugai O método de Rugai é uma técnica utilizada no exame parasitológico de fezes para a detecção de larvas de helmintos, como Ancilostomídeos e Strongyloides stercoralis. É uma técnica de SEDIMENTAÇÃO SIMPLES. Para realizar o método de Rugai, é necessário coletar uma amostra de fezes e diluí-la em uma solução salina. Em seguida, a solução é filtrada através de uma gaze dobrada, sendo que a parte superior da gaze é torcida para que o líquido passe para um recipiente coletor. O líquido coletado é deixado em repouso por algumas horas, durante as quais as larvas dos parasitas se concentram na parte inferior do recipiente. Após esse período, é feita a observação microscópica de uma alíquota do sedimento para a identificação das larvas dos parasitas. O método de Rugai é uma técnica simples e de baixo custo, e é especialmente útil para a detecção de larvas de Strongyloides stercoralis, um parasita que apresenta uma alta taxa de morbidade em pacientes imunossuprimidos. No entanto, é importante ressaltar que esse método não é eficaz para a detecção de outros parasitas intestinais, como ovos e cistos. Método de Willis O método de Willis é uma técnica utilizada no exame parasitológico de fezes para a detecção de ovos de helmintos e cistos de protozoários.é especialmente útil para a detecção de ovos de helmintos e cistos de protozoários, como Entamoeba histolytica, Giardia lamblia e Cryptosporidium spp. Consiste em um método de FLUTUAÇÃO SIMPLES. Visualização: · Ovos leves de Ancilostomídeos, Enterobius vermiculares… Técnica de Faust e cols / Machado É um método de concentração de elementos parasitários presentes em amostras fecais, utilizando a centrífugo-flutuação em solução de ZnSO4 saturada. Os passos da técnica são: 1. Parte do material fecal é misturado com água em um cálicegraduado ou frasco borel. 2. A suspensão fecal é homogeneizada. 3. A suspensão fecal é filtrada em um cálice de sedimentação. 4. Dez mililitros da suspensão fecal são transferidos para um tubo-centrífuga de 10 mL. 5. O tubo é centrifugado por 1 minuto a 1500 rpm. 6. O sobrenadante é descartado e o precipitado é lavado com água por centrifugação até que fique límpido. 7. Dez mililitros de solução de ZnSO4 saturada são adicionados e o tubo é centrifugado por 1 minuto a 1500 rpm. 8. A película que se forma na parte superior do líquido é retirada com uma alça de platina e colocada em uma lâmina. É adicionado lugol e coberto com lamínula. Coprotest (Método de Ritchie Modificado) O Coprotest® é um método de diagnóstico parasitológico que utiliza a centrífugo-sedimentação dos elementos parasitários em contato com solução de Acetato de etila. Esse método permite a identificação de cistos, oocistos, ovos e larvas de parasitas presentes na amostra fecal. Os passos da técnica são: 1. O material fecal é coletado em um frasco com formol a 10% ou água. 2. O material fecal é homogeneizado pelo paciente. 3. Sete mililitros da suspensão fecal são transferidos para um tubo-centrífuga de 10 mL, adicionando 2 gotas de detergente comercial e 3 mL de Acetato de etila. 4. O tubo é centrifugado por 2 minutos a 2000 rpm. 5. As 3 fases superiores são descartadas e o precipitado é lavado com água por centrifugação. 6. O precipitado é ressuspenso em lugol. 7. Faz-se uma leitura sistemática de TODO o precipitado. A técnica de Ritchie original utilizava éter, que é considerado perigoso e inflamável, por isso foi modificada para utilizar o Acetato de etila. A técnica de Ritchie Modificado utiliza o Acetato de etila como solução de sedimentação e a leitura sistemática de todo o precipitado permite a identificação de parasitas que possam estar presentes em menor quantidade.
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