Prévia do material em texto
Está organizada em duas subdivisões principais: o sistema nervoso central(SNC) e o sistema nervoso periférico(SNP). Sistema Nervoso Central Composto pelo encéfalo e pela medula espinal. O encéfalo é a parte do SNC que está localizada no crânio e contém cerca de 85 bilhões de neurônios, o encéfalo é dividido em telencéfalo, diencéfalo, cerebelo e tronco encefálico. • A medula espinal conecta-se com o encéfalo por meio do forame magno do occipital e está envolvida pelos ossos da coluna vertebral. • A medula espinal possui cerca de 100 milhões de neurônios. • O SNC processa muitos tipos diferentes de informações sensitivas. • Também é a fonte dos pensamentos, das emoções e das memórias. A maioria dos sinais que estimulam a contração muscular e a liberação das secreções glandulares se origina no SNC. • O encéfalo é formado pelo cérebro, cerebelo e tronco encefálico. Encontra-se na caixa craniana. Encéfalo - Cérebro Telencéfalo : é o cérebro propriamente dito,responsável pelas sensações ,memória, pensamento,aprendizado e etc. Dividido em dois hemisférios: direito e esquerda Dividido em duas partes: • Córtex (externo)- substância cinzenta (corpos neuronais)- interpreta estímulos • Região interna- substância branca (dendrito e axônio) - conduz estímulos Diencéfalo: Formado pelo tálamo e hipotálamo. • Tálamo:Reorganização dos estímulos nervosos e percepção sensorial. • Hipotálamo: Relacionado a homeostase,equilíbrio interno e dinâmico do corpo,como temperatura,apetite,emocional, controle endócrino e etc.—— -Tronco encefálico: Mesencéfalo, ponte e bulbo. • Mesencéfalo: A principal função do mesencéfalo é controlar o movimento dos olhos, mas ele também retransmite sinais para os reflexos auditivos e visuais. • Ponte: Auxilia em relação ao tônus muscular, postura e equilíbrio. Além disso, controla a respiração e coordena a movimentação do corpo, inclusive dos olhos e pescoço. • Bulbo:Controle dos batimentos cardíacos,movimentos respiratórios,deglutição. -Cerebelo:O cerebelo coordena os movimentos e a postura corporal, mantendo nosso equilíbrio e permitindo que façamos determinadas tarefas, como andar de bicicleta. Medula Espinal Ao contrário do cérebro e cerebelo, a camada cinzenta da medula encontra-se mais internamente que a camada branca e é responsável por reflexos rápidos em resposta a situações de emergência. Raissa Neiva Sistema Nervoso Periférico Os componentes do SNP incluem os nervos, os gânglios, os plexos entéricos e os receptores sensitivos • Nervos: É um feixe composto por centenas de milhares de axônio, associados a seu tecido conjuntivo e seus vasos sanguíneos, que se situa fora do encéfalo e da medula espinal. Doze pares de nervos cranianos emergem do encéfalo e 31 pares de nervos espinais emergem da medula espinal. • Axônio: São prolongamentos únicos especializado na condução de impulsos, que transmitem informações do neurônio para outras células (nervosas, musculares, glandulares). Normalmente existe apenas um único axônio em cada neurônio. • Gânglios:Os gânglios são pequenas massas de tecido nervoso compostas primariamente por corpos celulares que se localizam fora do encéfalo e da medula espinal. Estas estruturas têm íntima associação com os nervos cranianos e espinais. • Plexos Entéricos: São extensas redes neuronais localizadas nas paredes de órgãos do sistema digestório. Os neurônios destes plexos ajudam a regular o sistema digestório. • Receptores Sensitivos: Refere-se à estrutura do sistema nervoso que monitora as mudanças nos ambientes externo ou interno. São exemplos de receptores sensitivos os receptores táteis da pele, os fotorreceptores do olho e os receptores olfatórios do nariz. Divisão do sistema nervoso periférico O SNP é dividido em sistema nervoso somático (SNS), sistema nervoso autônomo (SNA) e sistema nervoso entérico (SNE). • Sistema Nervoso Somático: O SNS é composto por (1) neurônios sensitivos que transmitem informações para o SNC a partir de receptores somáticos na cabeça, no tronco e nos membros e de receptores para os sentidos especiais da visão, da audição, da gustação e do olfato, e por (2) neurônios motores que conduzem impulsos nervosos do SNC exclusivamente para os músculos esqueléticos. Como estas respostas motoras podem ser controladas conscientemente, a ação desta parte do SNP é voluntária. • Sistema Nervoso Autônomo: É formado por (1) neurônios sensitivos que levam informações de receptores sensitivos autônomos – localizados especialmente em órgãos viscerais como o estômago e os pulmões – para o SNC, e por (2) neurônios motores que conduzem os impulsos nervosos do SNC para o músculo liso, o músculo cardíaco e as glândulas.A atuação do SNA é involuntária. • Obs: A parte motora do SNA é composta por dois ramos, a divisão simpática e a divisão parassimpática. Com poucas exceções, os efetores(motores) recebem nervos de ambas as divisões, e geralmente têm ações opostas. Por exemplo, os neurônios simpáticos aumentam a frequência cardíaca, enquanto os parassimpático a diminuem. De modo geral, a divisão simpática está relacionada com o exercício ou ações de emergência – as respostas de “luta ou fuga” – e a divisão parassimpático se concentra nas ações de “repouso e digestão”. • Sistema Nervoso Entérico: A atuação do SNE, o “cérebro do intestino”, é involuntária. Os neurônios sensitivos do SNE monitoram mudanças químicas no sistema digestório, bem como o estiramento de suas paredes. Os neurônios motores entéricos controlam, no sistema digestório, as contrações do músculo liso para impulsionar o alimento, as secreções dos órgãos (como o suco gástrico) e a atividade das células endócrinas, secretoras de hormônios. Raissa Neiva Funções do sistema nervoso Função sensitiva • Os receptores sensitivos detectam estímulos internos, como elevação da pressão arterial, ou estímulos externos (p. ex., uma gota de água caindo no seu braço). Essas informações sensitivas são então levadas para o encéfalo e para a medula espinal por meio dos nervos cranianos e espinais. Função integradora • O sistema nervoso processa as informações sensitivas, analisando-as e tomando as decisões adequadas para cada resposta – uma atividade conhecida como integração. Função motora • Após o processamento das informações sensitivas, o sistema nervoso pode desencadear uma resposta motora específica por meio da ativação de efetores (músculos e glândulas) por intermédio dos nervos cranianos e espinais. A estimulação dos efetores causa a contração dos músculos e a secreção de hormônios pelas glândulas. • As três funções básicas do sistema nervoso acontecem, por exemplo, quando você atende a seu telefone celular após ouvi-lo tocar. O som do toque do telefone celular estimula receptores sensitivos em suas orelhas (função sensitiva). Essas informações auditivas são então transmitidas para o encéfalo onde são processadas, e é tomada a decisão de atender ao telefone (função integradora). Após isso, o encéfalo estimula a contração de músculos específicos que lhe permitirão pegar o telefone e pressionar o botão apropriado para atendêlo (função motora). Histologia do tecido nervoso • O tecido nervoso é composto por dois tipos de células – os neurônios e a neuróglia. • Neurônios conectam todas as regiões do corpo com o SNC. Desempenham a maioria das funções exclusivas do sistema nervoso. • As células da neuróglia são menores, mas muito mais numerosas que os neurônios, talvez até 25 vezes mais numerosas. A neuróglia fornece suporte, nutrição e proteção aos neurônios e ajuda a manter o líquido intersticial que os banha. Ao contrário dos neurônios, a neuróglia continua se dividindo durante a vida de um indivíduo. Neurônios • Assim como as células musculares, os neurônios (células nervosas) apresentam excitabilidade elétrica, ou seja, a capacidade de responder a um estímulo e convertê-lo em um potencial de ação. • Um estímulo é qualquer mudança no ambiente que seja forte o suficiente para iniciar um potencial de ação.• Um potencial de ação (impulso nervoso) é um sinal elétrico que se propaga pela superfície da membrana de um neurônio. Ele começa e se propaga devido à passagem de íons (como sódio e potássio) entre o líquido intersticial e a parte interna de um neurônio por meio de canais iônicos específicos em sua membrana plasmática. Uma vez iniciado, o impulso nervoso é transmitido rapidamente e em uma velocidade constante. Partes de um neurônio • A maioria dos neurônios tem três partes: (1) um corpo celular, (2) dendritos e (3) um axônio. • Os corpos celulares neuronais apresentam ribossomos livres e proeminentes agrupamentos de retículo endoplasmático rugoso, denominados de corpúsculos de Nissl. • Os ribossomos são os locais onde ocorre a síntese proteica. As proteínas recém produzidas pelos corpúsculos de Nissl são utilizadas para repor componentes celulares, como material para o crescimento neuronal, e para regenerar axônios danificados no SNP. • O citoesqueleto inclui as neurofibrilas, compostas por feixes de filamentos intermediários que dão formato e suporte à célula, e os microtúbulos, que auxiliam no transporte de material entre o corpo celular e o axônio. Neurônios mais velhos também contêm lipofuscina. • Fibra nervosa é um termo genérico para qualquer prolongamento que emerge do corpo celular de um neurônio. • A maior parte dos neurônios tem dois tipos de prolongamentos: dendritos (múltiplos) e um único axônio. Raissa Neiva • Os dendritos são as porções receptoras de um neurônio. A membrana plasmática dos dendritos (e dos corpos celulares) contém inúmeros receptores para que ocorra a ligação de mensageiros químicos de outras células. • O axônio de um neurônio propaga o impulso nervoso para outro neurônio, para uma fibra muscular ou para uma célula glandular. • Ele é uma projeção longa, fina e cilíndrica que geralmente se liga ao corpo celular por meio de uma elevação cuneiforme chamada cone de implantação. • A parte do axônio que está mais próxima ao cone de implantação é chamada segmento inicial. Na maioria dos neurônios, os impulsos nervosos se iniciam na junção do cone de implantação com o segmento inicial, a zona gatilho, a partir da qual eles percorrem o axônio até seu destino final. • O axônio e seus ramos colaterais terminam se dividindo em várias projeções finas chamadas terminais axônicos ou telodendros. • O local de comunicação entre dois neurônios ou entre um neurônio e uma célula efetora é chamado sinapse. • As extremidades de alguns terminais axônicos se tornam estruturas com formato de um botão, chamadas botões sinápticos; outras apresentam uma cadeia de pequenas saliências, chamadas varicosidades. • Tanto os botões sinápticos terminais quanto as varicosidades contêm minúsculos sacos envoltos por membrana chamados vesículas sinápticas, que armazenam uma substância chamada neurotransmissor. • O neurotransmissor é uma molécula liberada de uma vesícula sináptica que excita ou inibe outro neurônio, uma fibra muscular ou uma célula glandular. • Muitos neurônios contêm dois ou até três tipos de neurotransmissores, cada um com diferentes efeitos na célula pós-sináptica. Raissa Neiva Classificação dos neurônios Classificação estrutural 1. Neurônios multipolares: geralmente têm vários dendritos e um axônio. A maioria dos neurônios do encéfalo e da medula espinal é deste tipo, bem como todos os neurônios motores. 2. Neurônios bipolares: têm um dendrito principal e um axônio. Eles são encontrados na retina, na orelha interna e na área olfatória do encéfalo. 3. Neurônios unipolares: têm dendritos e um axônio que se fundem para formar um prolongamento contínuo que emerge do corpo celular. Estes neurônios são mais apropriadamente chamados neurônios pseudounipolares, pois no embrião eles são na verdade neurônios bipolares. Durante o desenvolvimento, os dendritos e o axônio se fundem e se tornam uma extensão única. Os dendritos da maioria dos neurônios unipolares atuam como receptores sensitivos. Raissa Neiva . SaT do Corpo celolar Raissa Neiva Neuróglia • A neuróglia se multiplica para preencher os espaços anteriormente ocupados pelos neurônios. Tumores encefálicos derivados da neuróglia, chamados gliomas, tendem a ser altamente malignos e a crescer rapidamente. • Dos seis tipos de células da neuróglia, quatro – astrócitos, oligodendrócitos, micróglia e células ependimárias – são encontradas apenas no SNC. • Os outros dois tipos – células de Schwann e células satélites – estão presentes no SNP. Astrocitos • Estas células com formato de estrela têm muitos prolongamentos e são as maiores e mais numerosas células da neuróglia. • Existem dois tipos de astrócitos. • Os astrócitos protoplasmáticos têm muitos prolongamentos curtos e ramificados e são encontrados na substância cinzenta. • Os astrócitos fibrosos têm longos prolongamentos não ramificados e estão localizados principalmente na substância branca. • Os prolongamentos dos astrócitos entram em contato com capilares sanguíneos, neurônios e com a pia máter (fina membrana que recobre o encéfalo e a medula espinal). Oligodendrócitos • São responsáveis pela formação e pela manutenção da bainha de mielina encontrada ao redor dos axônios do SNC. A bainha de mielina é uma cobertura lipoproteica multicamada que envolve e isola alguns axônios e aumenta a velocidade da condução do impulso nervoso. Tais axônios são classificados como mielinizados. Micróglia • Células da micróglia funcionam como fagócitos. Células ependimárias • São células cúbicas ou colunares • Elas revestem os ventrículos encefálicos e o canal central da medula espinal (espaços preenchidos por líquido cerebrospinal, que protege e nutre o encéfalo e a medula espinal). • Do ponto de vista funcional, as células ependimárias produzem, possivelmente monitoram, e auxiliam na circulação do líquido cerebrospinal. Neuróglia do SNP • A neuróglia do SNP envolve completamente os axônios e os corpos celulares. Os dois tipos de células gliais do SNP são as células de Schwann e as células satélites Célula de Schwann • Assim como os oligodendrócitos, elas formam a bainha de mielina ao redor dos axônios. Um único oligodendrócito mieliniza vários axônios, mas cada célula de Schwann mieliniza apenas um axônio. • Participam da regeneração do axônio. Raissa Neiva Raissa Neiva Mielinização • Os axônios envolvidos por uma capa lipoproteica multicamada, denominada bainha de mielina, são classificados como mielinizados. • A bainha isola eletricamente o axônio e aumenta a velocidade da condução do impulso nervoso. Os axônios que não possuem esta capa são classificados como não mielinizados. • Dois tipos de células da glia produzem a bainha de mielina: as células de Schwann (no SNP) e os oligodendrócitos (no SNC). As células de Schwann começam a formar a bainha de mielina ao redor dos axônios durante o desenvolvimento fetal. • A camada externa citoplasmática nucleada desta célula, que envolve a bainha de mielina, é o neurolema (bainha de Schwann). O neurolema é encontrado apenas ao redor de axônios do SNP. • Espaços na bainha de mielina, chamados nós de Ranvier. • A resposta de um lactente a um estímulo não é tão rápida ou coordenada quanto aquela de uma criança maior ou de um adulto, em parte pelo fato de a mielinização ainda estar em desenvolvimento durante o primeiro ano de vida. Agrupamentos de corpos celulares neuronais • Um gânglio se refere a um grupo de corpos celulares neuronais que está localizado no SNP. • Núcleo é um grupo de corpos celulares neuronais localizado no SNC. • Nervo é um feixe de axônios localizado no SNP. Os nervos cranianos conectam o encéfalo com a periferia, enquanto os nervos espinais conectam a medula espinal com a periferia. Trato é um feixe de axônios localizado no SNC. Os tratos conectam neurônios entre si na medula espinal e no encéfalo. Substância cinzenta e substância branca • A substância branca é composta primariamentepor axônios mielinizados. • A substância cinzenta do sistema nervoso contém corpos celulares neuronais, dendritos, axônios não mielinizados, terminais axônicos e neuróglia. • Na medula espinal, a substância branca envolve uma região interna composta por substância cinzenta que, parece uma borboleta ou a letra H em um corte transverso; no encéfalo, uma fina camada de substância cinzenta cobre a superfície de suas porções mais extensas, o cérebro e o cerebelo. Raissa Neiva Sinalização elétrica dos neurônios • Os neurônios são eletricamente excitáveis. Eles se comunicam uns com os outros usando dois tipos de sinais elétricos. • Os potenciais graduados são utilizados apenas para a comunicação em curtas distâncias. • Os potenciais de ação permitem a comunicação por grandes distâncias dentro do corpo. 1. Quando um potencial de ação acontece em um neurônio, ele é chamado potencial de ação nervoso (impulso nervoso). 2. Quando você toca na caneta, se inicia um potencial graduado em um receptor sensitivo da pele dos dedos da mão. 3. O potencial graduado faz com que o axônio do neurônio sensitivo gere um potencial de ação nervoso, que se propaga pelo axônio em direção ao SNC e causa, ao fim deste processo, a liberação de um neurotransmissor em uma sinapse com um interneurônio. 4. O neurotransmissor estimula o interneurônio a gerar um potencial graduado em seus dendritos e no corpo celular. 5. Em resposta ao potencial graduado, o axônio do interneurônio gera um potencial de ação nervoso. Este potencial se propaga pelo axônio, causando a liberação de neurotransmissor na próxima sinapse com outro interneurônio. Suponhamos que você queira usar a caneta para escrever uma carta. O sistema nervoso responde da seguinte maneira 6. Um estímulo no encéfalo faz com que um potencial graduado seja formado nos dendritos e no corpo celular de um neurônio motor superior, um tipo de neurônio motor que faz sinapse com um neurônio motor inferior do SNC para que se contraia uma fibra muscular. A seguir, o potencial graduado faz com que um potencial de ação nervoso seja gerado no axônio do neurônio motor superior, seguido pela liberação de um neurotransmissor. 7. O neurotransmissor gera um potencial graduado em um neurônio motor inferior, um tipo de neurônio motor que supre diretamente as fibras musculares esqueléticas. O potencial graduado dispara o gatilho para a geração de um potencial de ação nervoso e posteriormente para a liberação de um neurotransmissor nas junções neuromusculares, formadas com as fibras musculares esqueléticas que controlam os movimentos dos dedos. 8. O neurotransmissor estimula as fibras musculares que controlam os movimentos dos dedos a gerar potenciais de ação musculares. Este potencial causa uma contração muscular, permitindo que você escreva com a caneta. A produção dos potenciais graduados e dos potenciais de ação depende de duas características básicas da membrana plasmática de células excitáveis: a existência de um potencial de membrana de repouso e a presença de tipos específicos de canais iônicos. Assim como a maioria das outras células do corpo, a membrana plasmática de células excitáveis apresenta um potencial de membrana, uma diferença de potencial elétrico (voltagem) através da membrana. Nas células excitáveis, esta voltagem é conhecida como potencial de membrana em repouso. Canais iônicos • Íons se deslocam de áreas de maior concentração para áreas de menor concentração – a parte química do gradiente. Além disso, cátions (íons de carga positiva) se movem em direção a áreas carregadas negativamente, e ânions (íons de carga negativa) se movem em direção a uma área carregada positivamente. • Os sinais elétricos produzidos pelos neurônios e pelas fibras musculares dependem de quatro tipos de canais iônicos: canais de vazamento, canais ativados por ligante, canais mecanoativados, e canais dependentes de voltagem. • Canais de vazamento: normalmente, a membrana plasmática tem muito mais canais de vazamento para o íon potássio (K+) do que para o íon sódio (Na+), e os canais de potássio são mais permeáveis que os de sódio. Assim, a permeabilidade da membrana para K+ é muito maior que para Na+. • Canal ativado por ligante: se abre e se fecha em resposta à ligação de um estímulo ligante (químico). • Canal mecanoativado: se abre ou se fecha em resposta a um estímulo mecânico na forma de vibração. • Canal dependente de voltagem: se abre em resposta a uma mudança no potencial de membrana (voltagem). Os canais dependentes de voltagem participam da geração e da condução de potenciais de ação nos axônios de todos os tipos de neurônios. Raissa Neiva mos • O potencial de membrana em repouso existe devido a um pequeno acúmulo de íons negativos no citosol, ao longo da parte interna da membrana plasmática, e a um acúmulo igual de íons positivos no líquido extracelular. • Quanto maior for a diferença de carga na membrana, maior será o potencial de membrana. • Uma célula que apresenta um potencial de membrana é considerada polarizada. • O líquido extracelular é rico em Na+ e em íons cloreto (Cl). No citosol, entretanto, o principal cátion é o K+. Como a membrana plasmática geralmente tem mais canais de vazamento de K+ do que de Na+, o número de íons potássio que se difundem, ao longo do seu gradiente de concentração, de dentro da célula para o líquido extracelular é maior que o número de íons sódio que se difunde, ao longo do seu gradiente de concentração, do líquido extracelular para dentro da célula. À medida que cada vez mais íons potássio saem, a parte interna da membrana plasmática se torna mais negativa, e a parte externa, mais positiva. • Um potencial graduado é um pequeno desvio do potencial de membrana que torna a membrana mais polarizada (parte interna mais negativa) ou menos polarizada (parte interna menos negativa). • Quando a resposta torna a membrana mais polarizada, ela é chamada potencial graduado hiperpolarizante. • Quando a resposta deixa a membrana menos polarizada, ela é conhecida como potencial graduado despolarizante. • Um potencial graduado ocorre quando um estímulo causa a abertura ou o fechamento de canais mecanoativados ou ativados por ligantes na membrana plasmática de uma célula excitável. • Embora um potencial graduado isolado passe por condução decrescente, ele pode se tornar mais forte e durar mais tempo por meio da somação com outros potenciais graduados. • A somação é o processo pelo qual os potenciais graduados se agregam. Caso dois potenciais graduados sejam somados, o resultado final é um potencial graduado despolarizante maior. • Se dois potenciais graduados hiperpolarizantes são somados, o resultado é um potencial graduado hiperpolarizante maior. • Caso dois potenciais graduados de mesma intensidade, porém opostos (um polarizante e outro despolarizante), sejam somados, eles se anularão e o potencial graduado desaparecerá. Raissa Neiva Geração dos potenciais de ação • Um potencial de ação ou impulso é uma sequência rápida de eventos que diminui e reverte o potencial de membrana e posteriormente o leva novamente para seu estado de repouso. • Um potencial de ação tem duas fases principais: a fase de despolarização e a fase de hiperpolarização. • Durante a fase de despolarização, o potencial de membrana se torna menos negativo, atinge o zero, e então se torna positivo. • Na fase de repolarização, o potencial de membrana volta ao padrão de repouso de −70 mV. • Após a fase de repolarização pode acontecer uma fase de pós hiperpolarização, durante a qual o potencial de membrana se torna temporariamente mais negativo que no repouso. • Dois tipos de canais dependentes de voltagem se abrem e se fecham durante um potencial de ação. Estes canais estão presentes principalmente na membrana plasmática do axônio (axolema) e nos terminais axônicos. • Os primeiros canais que se abrem, os canais de Na+ dependentes de voltagem, permitem a passagem de Na+ para dentro da célula,o que gera a fase de despolarização. • Depois são os canais de K+ dependentes de voltagem que se abrem, permitindo a saída de K+ e produzindo a fase de hiperpolarização. • A fase de pós hiperpolarização ocorre quando os canais de K+ dependentes de voltagem permanecem abertos após o término da fase de repolarização. Raissa Neiva • A formação de um potencial de ação depende da capacidade de um estímulo específico em elevar o potencial de ação até o seu limiar. • Um potencial de ação não acontecerá em resposta a um estímulo sublimiar, uma fraca despolarização que não leva o potencial de membrana a seu limiar. • No entanto, ele ocorrerá em resposta a um estímulo limiar, o qual é intenso o suficiente para despolarizar a membrana até o seu limiar. • Vários potenciais de ação serão gerados em resposta a um estímulo supralimiar, que é intenso o suficiente para despolarizar a membrana acima do limiar. • Cada um dos potenciais de ação formados a partir de um estímulo supralimiar tem a mesma amplitude (tamanho) que um potencial de ação gerado a partir de um estímulo limiar. • Portanto, uma vez que seja gerado um potencial de ação, sua amplitude será sempre a mesma e ela não depende da intensidade do estímulo. • Por outro lado, quanto maior for a intensidade do estímulo acima do limiar, maior será a frequência dos potenciais de ação, até que seja atingida uma frequência máxima. • Ou é gerado um potencial de ação ou nada acontece. Esta característica do potencial de ação é conhecida como o princípio do tudo ou nada. • Este princípio se assemelha a derrubar a primeira peça de dominó de uma longa fileira. Quando o empurrão no primeiro dominó é forte o suficiente (quando a despolarização atinge seu limiar), esta peça cai sobre o segundo dominó, e então toda a fileira cai (acontece um potencial de ação). Um empurrão mais forte na primeira peça causa um efeito idêntico – a queda de toda a fileira. Assim, derrubar a primeira peça de dominó gera um evento tudo ou nada: ou todos os dominós caem, ou nenhum cai. • Para transmitir informações de uma parte do corpo para outra, os potenciais de ação devem se propagar a partir do local em que são gerados, na zona gatilho do axônio, para os terminais axônicos. • Ao contrário do potencial graduado, o potencial de ação não é decrescente (ele não se acaba). • Em vez disso, o potencial de ação mantém sua intensidade durante sua transmissão pela membrana. Este modo de condução é chamado propagação. • Não é o mesmo potencial de ação que se propaga por todo o axônio. O potencial de ação se regenera várias vezes nas regiões adjacentes da membrana da zona gatilho até os terminais axônicos. Condução contínua e condução saltatória • Condução contínua, que envolve despolarização e repolarização graduais de cada segmento da membrana plasmática. • A condução contínua ocorre em axônios não mielinizados e nas fibras musculares. • Os potenciais de ação se propagam mais rapidamente pelos axônios mielinizados do que pelos não mielinizados. • A condução saltatória, o modo especial de propagação do potencial de ação que ocorre nos axônios mielinizados, acontece devido à distribuição heterogênea dos canais dependentes de voltagem. Poucos desses canais estão presentes em regiões onde a bainha de mielina cobre o axolema. • Por outro lado, o axolema dos nós de Ranvier (onde não há bainha de mielina) apresenta muitos canais dependentes de voltagem. Desse modo, a corrente levada pelo Na+ e pelo K+ flui pela membrana principalmente nos nós. • O potencial de ação parece “saltar” de um nó para o outro à medida que cada área nodal se despolariza até seu limiar. • Mais energético, gasta menos ATP. Fatores que afetam a velocidade de propagação • Mielinização • Temperatura (mais frio, mais lento) • Diâmetro do axônio Raissa Neiva Sinapse • É uma região onde ocorre a comunicação entre dois neurônios ou entre um neurônio e uma célula efetora (célula muscular ou glandular). • O termo neurônio pré sináptico se refere a uma célula nervosa que conduz o impulso nervoso em direção a uma sinapse. É a célula que leva o sinal. • Uma célula pós sináptica é aquela que recebe o sinal. Ela pode ser um neurônio chamado neurônio pós sináptico, que leva o impulso nervoso para longe de uma sinapse, ou uma célula efetora, que responde ao impulso da sinapse. • A maioria das sinapses entre neurônios é axodendrítica (entre o axônio e um dendrito), enquanto outras são axossomáticas (entre um axônio e uma célula) ou axoaxônicas (entre dois axônios). Sinapses elétricas • Em uma sinapse elétrica, os potenciais de ação (impulsos) são conduzidos diretamente entre as membranas plasmáticas de neurônios adjacentes por meio de estruturas chamadas junções comunicantes. • À medida que os íons fluem de uma célula para a outra por estas conexões, o potencial de ação também se propaga de uma célula para outra. • Comunicação mais rápida: Como os potenciais de ação são conduzidos diretamente por meio das junções comunicantes, as sinapses elétricas são mais rápidas do que as químicas. Em uma sinapse elétrica, o potencial de ação passa diretamente da célula pré sináptica para a pós sináptica. • Sincronização: As sinapses elétricas podem sincronizar (coordenar) a atividade de um grupo de neurônios ou fibras musculares. Sinapses químicas • Apesar das membranas plasmáticas dos neurônios pré e pós sinápticos em uma sinapse química estarem próximas entre si, elas não se tocam. • Elas são separadas pela fenda sináptica. • Os impulsos nervosos não podem ser conduzidos pela fenda sináptica; assim, ocorre uma forma alternativa e indireta de comunicação. • Em resposta a um impulso nervoso, o neurônio pré sináptico libera um neurotransmissor que se difunde pelo líquido da fenda sináptica e se liga a receptores na membrana plasmática do neurônio pós sináptico. • O neurônio pós sináptico recebe o sinal químico e, na sequência, produz um potencial pós sináptico, um tipo de potencial graduado. • Desse modo, o neurônio pré sináptico converte o sinal elétrico (impulso nervoso) em um sinal químico (neurotransmissor liberado). Raissa Neiva • O neurônio pós sináptico recebe o sinal químico e, em contrapartida, gera um sinal elétrico (potencial pós sináptico). O tempo necessário para que isso ocorra em uma sinapse química gera um retardo sináptico. • Em uma sinapse química, o neurônio pré sináptico converte um sinal elétrico (impulso nervoso) em um sinal químico (liberação de neurotransmissor). O neurônio póssináptico então converte o sinal químico novamente em sinal elétrico (potencial pós sináptico). • A fase de despolarização do impulso nervoso abre canais de Ca2+ dependentes de voltagem. • O aumento na concentração de Ca2+ dentro do neurônio présináptico serve como um sinal que dispara a exocitose das vesículas sinápticas. À medida que as membranas vesiculares se fundem com a membrana plasmática, as moléculas de neurotransmissores que estão dentro das vesículas são liberadas na fenda sináptica. Cada vesícula sináptica contém milhares de moléculas de neurotransmissores. • As moléculas de neurotransmissores se difundem pela fenda sináptica e se ligam a receptores na membrana plasmática do neurônio pós sináptico. • Quando um potencial póssináptico despolarizante atinge o limiar, ele dispara um potencial de ação no axônio do neurônio pós sináptico. • Um neurotransmissor pode gerar um potencial graduado excitatório ou inibitório. O neurotransmissor que causa despolarização da membrana pós sináptica é excitatório, pois ele deixa a membrana próximo de seu limiar. • Embora um único PPSE não consiga gerar um impulso nervoso, a célula pós sináptica se torna mais excitável. • O neurotransmissor que causa hiperpolarização da membrana póssináptica é inibitório. Durante a hiperpolarização, a formação de um potencial de ação se torna mais difícil que o habitual porque o potencial de membrana se torna mais negativo dentro da célula e, consequentemente,ainda mais longe de seu limiar do que no repouso. O potencial pós sináptico hiperpolarizante é conhecido como potencial póssináptico inibitório (PPSI). O mesmo neurotransmissor pode ser excitatório em algumas sinapses e inibitório em outras, dependendo da estrutura do receptor ao qual se liga. Receptores ionotrópicos • Um receptor ionotrópico é um tipo de receptor que contém um sítio de ligação para um neurotransmissor e um canal iônico. Em outras palavras, estes componentes fazem parte da mesma proteínas. Receptores metabotrópicos • Um receptor metabotrópico é um tipo de receptor que apresenta um sítio de ligação, mas não tem um canal iônico como parte de sua estrutura. • Entretanto, este receptor está acoplado a um canal iônico separado por meio de uma proteína de membrana chamada proteína G. • Quando um neurotransmissor se liga a um receptor metabotrópico, a proteína G abre (ou fecha) diretamente o canal iônico ou pode agir indiretamente por meio da ativação de outra molécula, um “segundo mensageiro” no citosol, o qual pode abrir (ou fechar) o canal iônico. • Somação espacial é a somação de potenciais pós sinápticos em resposta a estímulos que ocorrem em diferentes locais da membrana de uma célula pós sináptica ao mesmo tempo. • Por exemplo, a somação espacial é resultado da concentração de neurotransmissores liberados simultaneamente por vários botões sinápticos. • A somação temporal é a somação de potenciais pós sinápticos em resposta a estímulos que acontecem no mesmo local da membrana da célula pós sináptica, mas em períodos diferentes. • Por exemplo, a somação temporal é formada a partir da concentração de neurotransmissores liberados rapidamente por um único botão sináptico duas ou mais vezes. Se a somação de PPSEs e PPSIs é uma despolarização que atinge seu limiar, será gerado um potencial de ação na zona gatilho de um neurônio póssináptico. Raissa Neiva Raissa Neiva Raissa Neiva