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2 SUMÁRIO 1. A IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO ........................................... 4 2. AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM ....................................................................... 5 2.1. Avaliação Inicial/de Entrada ou Diagnóstica ................................................... 6 2.3. Avaliação de Resultado /Saída ou Somativa .................................................. 7 3. AVALIAÇÕES EXTERNAS .................................................................................... 9 4. SISTEMÁTICA DE AVALIAÇÃO DA REDE ESTADUAL .................................... 11 4.1. Recuperação da Aprendizagem .................................................................... 12 4.2. Progressão Parcial ou Aprovação com Pendência ....................................... 13 5. A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DOS RESULTADOS EDUCACIONAIS PARA A PROMOÇÃO DA QUALIDADE DO ENSINO ........................................................... 14 5.1. Indicadores Educacionais: Dados a favor da Gestão .................................... 14 5.2. Índice de Desenvolvimento da Educação Básica .......................................... 15 5.3. Índice de Desempenho Escolar (IDE) ........................................................... 17 5.4. Instrumentos do acompanhamento dos resultados educacionais ................. 19 Considerações Finais ............................................................................................. 21 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 22 3 OBJETIVOS: ✔ Refletir sobre os processos de avaliações na escola e sua relevância para a promoção de estratégias para melhoria do ensino e aprendizagem; ✔ Compreender a relevância da gestão dos resultados educacionais na construção de estratégias que visam a qualidade da educação ofertada nas escolas da rede estadual de ensino. 4 1. A IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO A avaliação é uma tarefa didática necessária e permanente do trabalho docente, que deve acompanhar passo a passo o processo de ensino e aprendizagem. Por meio dela, os resultados obtidos no decorrer do trabalho conjunto do professor e dos estudantes são comparados com os objetivos traçados, a fim de verificar progresso, dificuldades e, também, reorientar a atividade docente. Diante deste processo, o papel do(a) gestor(a) é compreender os mecanismos da avaliação educacional, tanto em âmbito externo, realizado pelos sistemas de ensino, quanto no interno, conduzido pela escola, para assim possibilitar a mediação do processo pedagógico. Portanto, o(a) gestor(a) escolar, juntamente com sua equipe pedagógica, deve evidenciar a necessidade do cotejamento dos resultados das avaliações internas com os das avaliações externas para melhor condução do processo de ensino e garantir o direito à aprendizagem de todos os estudantes. A Avaliação Educacional, hoje, é um campo de estudos com teorias, processos e métodos específicos, mas também, um campo abrangente que comporta sub-áreas, com características diferentes, por exemplo, avaliação de sistemas educacionais, avaliação de desempenho escolar em nível de sala de aula, avaliação institucional, avaliação de programas, auto ‑avaliação. (GATTI, 2009, p.08) Portanto, transformar a prática avaliativa em prática de aprendizagem é condução de mudança e redimensionamento do processo de ensino e aprendizagem. Os resultados da avaliação servem para promover reflexão, já que socializam dados que, submetidos à crítica, subsidiam a tomada de decisão e contribuem para o planejamento de ações que auxiliarão o estudante a prosseguir, exitosamente, no seu processo educacional e, consequentemente, na melhoria da qualidade do desempenho. A Lei de Diretrizes de Base (LDB – Lei nº 9.394/1996) preconiza que a avaliação deve ser contínua e cumulativa, enfatizando seus aspectos qualitativos. Assim, fundamenta-se em registros e sínteses parciais e globais do desempenho dos estudantes, colocando a avaliação a serviço das aprendizagens. 5 6 2. AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM A avaliação da aprendizagem é inerente ao trabalho curricular realizado na escola por seu conjunto de educadores(as) e desempenha um importante papel na garantia das aprendizagens. Ela possibilita aos(as) professores(as) o diagnóstico do nível de conhecimento e o monitoramento do progresso do desenvolvimento dos(as) estudantes, bem como a orientação do trabalho e a promoção de intervenções pedagógicas, práticas permanentes do processo de ensino e aprendizagem. Analisar os resultados das avaliações para nortear as práticas pedagógicas da escola e aprimorar o ensino e a aprendizagem são desafios para toda a equipe escolar e demandam compreensão de características fundamentais para que esses resultados possam ser interpretados com profundidade e utilizados em prol da melhoria da qualidade e equidade da educação. Segundo Luckesi (2002), a forma como se avalia é crucial para a concretização do projeto educacional. Assim, um processo avaliativo eficaz é aquele que cumpre sua função didático-pedagógica de auxiliar e melhorar o ensino e aprendizagem. A avaliação da aprendizagem numa escola inclusiva1 deve levar em consideração critérios como a flexibilização do currículo, as adaptações de objetivos e o método de ensino. Nessa perspectiva, é indispensável que os instrumentos avaliativos adotados estejam claramente definidos no projeto político pedagógico da escola e no planejamento curricular do professor. Uma das funções primordiais da escola inclusiva é a formação de conceitos que oportunizem aos estudantes situações de interação em que haja a mediação entre o seu conhecimento prévio e o conhecimento científico, na perspectiva de remover as barreiras para a aprendizagem e superar o senso comum. Para a educação inclusiva, os conteúdos trabalhados em sala devem ter como 1 Escola inclusiva é aquela que garante a qualidade de ensino educacional a cada um de seus alunos, reconhecendo e respeitando a diversidade, respondendo a cada um de acordo com suas potencialidades e necessidades (Educação inclusiva : v. 3 : a escola / coordenação geral SEESP/MEC ; organização Maria Salete Fábio Aranha. – Brasília : Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2004. 26) 7 proposta principal o desenvolvimento das estruturas afetivo-cognitivas do estudante. O que sugere ao(a) docente uma avaliação diferenciada que leva em conta as habilidades individuais e respeita o ritmo da aprendizagem do(a) estudante, considerando seus limites físicos e/ou intelectuais. Logo, “avaliar significa acompanhar o caminho que o estudante traça em seu processo de ensino, descobrir suas principais necessidades, habilidades e dificuldades”. (THEODORO, 2013 p. 37). Corroborando quanto à avaliação no espaço escolar, discorre-se a seguir sobre os processos de: ● Avaliação inicial/de entrada ou diagnóstica; ● Avaliação processual ou formativa; ● Avaliação de resultado/de saída ou somativa. 2.1. Avaliação Inicial/de Entrada ou Diagnóstica A avaliação inicial/de entrada ou diagnóstica faz parte do processo de ensinar e aprender, contudo, orienta-se que haja sempre um momento no ano letivo, logo nas primeiras semanas de aula, destinado à coleta de informações sobre o desempenho dos(as) educandos(as) e à identificação das prioridades de aprendizagem com vistas ao planejamento de ações que possam apoiar o desenvolvimento dos(as) estudantes para prosseguirem, com sucesso, o seu processo de escolarização. Para Luckesi (2000) “o ato de avaliar implica dois processos articulados e indissociáveis: diagnosticar e decidir. Não é possível uma decisão sem um diagnóstico, e um diagnóstico, sem uma decisão é um processo abortado”. Nessa perspectiva, o ato de diagnosticarapresenta-se como um ato de conhecimento a partir do qual decisões podem e devem ser tomadas. 2.2. Avaliação Processual ou Formativa A avaliação deve ser entendida como processo que identifica os avanços no desenvolvimento do processo de construção da aprendizagem dos estudantes determinando a retomada ou a continuidade do ensino. Para Hoffmann (2006, p.20- 21), A essência da concepção formativa está no envolvimento do professor com 8 os alunos e na tomada de consciência acerca do seu comprometimento com o progresso deles em termos de aprendizagens – na importância e na natureza da intervenção pedagógica. A visão formativa parte do pressuposto de que, sem orientação de alguém que tenha maturidade para tal, sem desafios cognitivos adequados, é altamente improvável que os alunos venham a adquirir da maneira mais significativa possível os conhecimentos necessários ao seu desenvolvimento, isto é, sem que ocorra o processo de mediação. (HOFFMANN, 2006, p.20-21) Assim sendo, conduzida de forma processual e contínua em diferentes momentos do ano letivo, a avaliação formativa/processual possibilita que gestores(as) e professores(as) realizem o acompanhamento dos avanços, das dificuldades, bem como o monitoramento do alcance dos objetivos esperados, de modo a encontrar estratégias que garantam a continuidade da aprendizagem. Perrenoud (1999) sugere como formativa toda prática de avaliação contínua que vise aprimorar as aprendizagens. Nesse sentido, os resultados da avaliação processual devem pautar-se na reflexão e na tomada de decisões acerca das intervenções pedagógicas necessárias ao avanço das aprendizagens. 2.3. Avaliação de Resultado /Saída ou Somativa Aplicada ao final de um ciclo escolar/processo educacional, a avaliação de resultado/saída ou somativa está centrada na mensuração dos resultados, com a finalidade de identificar se as expectativas de aprendizagem foram alcançadas. As atividades avaliativas serão catalogadas nos registros, pois subsidiarão as análises para chegar aos resultados finais de cada período do ano letivo e registradas em documento oficial da rede/escola, com vistas às tomadas de decisões sobre a promoção do(a) estudante. Mais do que dizer quando cada avaliação deve ser aplicada – no início, durante ou fim do ciclo –, a análise dos resultados permite que as intervenções pedagógicas sejam promovidas no tempo em que as dificuldades ocorrem, assim, evitando resultados indesejados. Dessa forma, é preciso sempre pensar a avaliação no contexto de um processo formativo, qual seja: ✔ Para orientar os procedimentos docentes; ✔ Para sugerir novas estratégias de ensino; 9 ✔ Como fator de orientação de todo o processo pedagógico; ✔ Como processo interativo gerador de novas aprendizagens; ✔ Como fator capaz de gerar elementos que facilitem a superação dos desafios curriculares. Por fim, quanto maior a interação entre ensinar e avaliar, mais significativo será o processo ensino e aprendizagem. Por conseguinte, afirma Bastos: O professor enquanto mediador deve substituir a preocupação: como avaliar? Quando avaliar? Que nota dar? Para um outro foco: o aluno está aprendendo, por que não aprendeu? O que fazer para que aprenda? Segundo Vasconcelos (1994), muitas vezes não há problemas de aprendizagem, mas de ―ensinagem‖. (BASTOS, 2015, p.36) Cabe aos(às) educadores(as) da escola e, especialmente ao(à) gestor(a) escolar, mediar essa discussão em favor de uma prática pedagógica reflexiva e transformadora. 10 3. AVALIAÇÕES EXTERNAS Chamamos de avaliação externa a ação avaliativa que não é gerada na própria escola, mas em órgãos gestores mais amplos para averiguar uma dimensão qualitativa do sistema e análise do conjunto das escolas. Em virtude dos investimentos e amadurecimentos das avaliações nacionais, o Brasil possui, atualmente, uma diversidade de instrumentos que avaliam todos os níveis educacionais e geram informações com precisão e confiabilidade estatística sobre as aprendizagens dos(as) estudantes, bem como fatores de contexto das escolas e sistemas de ensino, contribuindo, assim, para apoiar e orientar políticas, programas e ações que promovam uma educação de qualidade com equidade. Outrossim, para ampliar o alcance das avaliações, estados e municípios desenvolvem e implementam sistemas próprios de avaliação que trazem elementos específicos de cada rede. A exemplo, nacionalmente, por meio do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP/MEC), é aferido o desempenho dos estudantes do Ensino Fundamental e Médio - em Língua Portuguesa, Matemática e Ciências (amostralmente) - através do Sistema de Avaliação da Educação Básica – SAEB. Na esfera estadual, a Secretaria de Estado da Educação do Maranhão (SEDUC), em parceria com o Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação da Universidade de Juiz de Fora (CAEd/UFJF), realiza, anualmente, as avaliações Diagnóstica e Somativa dos componentes curriculares de Língua Portuguesa e Matemática pelo Sistema Estadual de Avaliação do Maranhão – SEAMA2, que tem o objetivo de diagnosticar as aprendizagens dos estudantes e de apoiar o planejamento de ações educacionais. Ambas geram indicadores educacionais essenciais para formulação de políticas públicas dos sistemas de ensino e redirecionamento de metas das unidades escolares. 2 O Sistema Estadual de Avaliação do Maranhão – SEAMA é uma iniciativa da esfera estadual, que por meio da Secretaria de Estado da Educação – SEDUC/MA, busca aferir anualmente o índice de desenvolvimento da educação do estado e assim subsidiar ações para melhoria da qualidade da educação. 11 Além da aferição do desempenho dos(as) estudantes por meio dos testes objetivos, pode-se realizar a análise de fatores associados a ele, por meio da aplicação de diferentes questionários contextuais aos estudantes, professores(as) e gestores(as) escolares que possibilitam conhecer o contexto socioeconômico, renda, porte da escola em que estuda, formação de seus professores e condições de trabalho, distorção idade-série e outros fatores que significativamente interferem e condicionam seu desempenho. Assim, medidas, dados, indicadores e informações geradas pelas avaliações devem ser submetidos a uma análise e investigação integrada, de formas complementares e interdependentes, e não isolada ou compartimentada. Segundo Lucas Mujika e Santiago Etxebarría (2009, p.91), por avaliação entende-se: [...] o processo de identificação, coleta e análise de informações relevantes – que podem ser quantitativas ou qualitativas – de modo sistemático, rigoroso, planejado, dirigido, objetivo, fidedigno e válido para emitir juízos de valor com base em critérios e referências, preestabelecidos para determinar o valor e o mérito do objeto educacional em questão, a fim de tomar decisões que ajudem a aperfeiçoar o objeto mencionado. Dessa forma, é necessário que a escola conheça a matriz curricular de referência para as avaliações e suas metodologias avaliativas para inseri-las no contexto do trabalho curricular. O descompasso entre a avaliação externa e a realizada no cotidiano escolar é um dos indicativos para um desempenho desfavorável no que tange aos indicadores gerados. Ter a visão sistêmica e abrangente dos resultados é uma das competências mais relevantes a ser desenvolvida e ampliada pelos(as) gestores(as) escolares, que são responsáveis pela comunicação e articulação das informações e atividades que mobilizarão os diferentes atores da comunidade escolar na definição de novos encaminhamentos para superação dos desafios e a melhoria da aprendizagem. O combate ao fracasso escolar tem causas diversas, que vão desde questões pedagógicas a abordagens contextuais, e a intervenção para solucionar ou mitigar esse problema constitui-se num desafiopara a gestão. 12 4. SISTEMÁTICA DE AVALIAÇÃO DA REDE ESTADUAL A Sistemática de Avaliação da Aprendizagem da Rede Estadual de Ensino do Maranhão foi instituída pela Portaria nº 2.343/2017. Nela, as concepções basilares da prática avaliativa da rede estadual corroboram com as expressas nas Diretrizes Curriculares Estaduais (2014) e com a concepção de currículo numa perspectiva histórico-crítica, segundo a qual a avaliação deve ser formativa, mediadora, emancipatória, inclusiva e democrática, devendo estar expressa no Projeto Político Pedagógico da Escola – PPP. O objetivo da avaliação escolar “é diagnosticar, registrar e redimensionar a aprendizagem dos estudantes, respeitando suas especificidades e os níveis de desenvolvimento, possibilitando a autoavaliação dos sujeitos envolvidos no processo educativo, levando-os à reflexão quanto aos procedimentos necessários para efetivação das aprendizagens.” (MARANHÃO3, 2018, p.11) Portanto, ela deve retratar o compromisso da escola e de seus profissionais, com a aprendizagem dos(as) estudantes no início, durante e no final dos períodos escolares. Contempla, ainda, outros elementos envolvidos na avaliação da aprendizagem, como os estudos de recuperação, a progressão parcial e o conselho de classe. Todos devem contribuir para o alcance dos objetivos de aprendizagem dos(as) estudantes. A Seduc orienta a releitura e o estudo da Sistemática de Avaliação da Aprendizagem da Rede Estadual de Ensino do Maranhão para a plena aplicação das diretrizes contidas no documento, bem como das modificações da prática avaliativa implementadas a partir do ano de 2016, entre as quais destacamos: ✔ A média 6,04 para aproveitamento satisfatório, que corresponde a 60% de domínio das aprendizagens esperadas pelo(a) estudante; 3 Fonte: Avaliação da aprendizagem: orientações para a prática escolar / Coordenação Silvana Maria Machado Bastos — São Luís, 2018 - Maranhão. Governo do Estado. Secretaria de Estado da Educação. Secretaria Adjunta de Ensino. 4 MARANHÃO - SEDUC - Regimento Escolar dos Estabelecimentos de Ensino da Rede Pública Estadual do Maranhão (2016). 13 ✔ A situação de aprovação do/a estudante ao final do ano letivo está sujeita ao aproveitamento mínimo de 60% (sessenta por cento) em cada componente da matriz curricular vigente na Rede Estadual de Ensino e frequência mínima de 75% da carga horária total anual, nos termos estabelecidos no Regimento Escolar dos Estabelecimentos de Ensino da Rede Pública Estadual do Maranhão; ✔ Ainda de acordo com a sistemática de avaliação, quando o aproveitamento final (Nota Final) do estudante for inferior a 6,0, e este submeter-se à Recuperação Final, deve ser considerada para efeito de registro a maior nota entre a Nota Final e a nota da Recuperação Final; ✔ A Recuperação Paralela5 com registros frequentes e qualitativos; ✔ A adoção da progressão parcial por pendência, para estudantes que não alcançarem rendimento satisfatório em até quatro componentes curriculares6; ✔ A certificação do ensino médio atrelada ao cumprimento das pendências7. 4.1. Recuperação da Aprendizagem A obrigatoriedade da oferta de estudos paralelos de recuperação ao período letivo tem como objetivo corrigir os desvios e superar os insucessos no processo de aprendizagem, sendo de responsabilidade da escola e de seus professores. A Secretaria de Educação orienta que os estudos de recuperação sejam desenvolvidos em momentos distintos, contemplando as etapas de recuperação paralela e recuperação final previstas em legislação. A recuperação paralela ocorre no processo de forma permanente e não apenas em um momento pontual em sala de aula, devendo acontecer sempre que o(a) estudante apresentar dificuldades de aprendizagem. É uma etapa obrigatória, um direito garantido ao(a) estudante e deverá ser uma prática contínua do(a) professor(a) quando observado o baixo rendimento do(a) discente, ou seja, o(a) docente não precisará esperar até o final de cada período para recuperar as aprendizagens não 5 MARANHÃO - SEDUC - Regimento Escolar dos Estabelecimentos de Ensino da Rede Pública Estadual do Maranhão (2016). 6 CEE/MA - Parecer nº 114/2020. 7 MARANHÃO – SEDUC – Portaria nº 2.343, de 11 de Dezembro de 2017 que estabelece a Sistemática de Avaliação da Aprendizagem da Rede Estadual de Ensino do Maranhão (Art. 29, § 3º). 14 consolidadas. Já a recuperação final, constitui-se em um momento de reavaliação das aprendizagens dos estudantes e sua realização independe da recuperação paralela, devendo ocorrer em período distinto, ao término do ano letivo, excluído da carga horária mínima anual e dos 200 dias letivos. Todos os estudantes do ensino médio podem ser submetidos à recuperação final em todas as disciplinas curriculares. Esse momento terá caráter presencial, compreendendo atividades orientadas pelo(a) professor(a) para socialização, discussão e reforço dos conteúdos essenciais trabalhados. Caberá à escola a responsabilidade de planejar o cronograma desse processo. 4.2. Progressão Parcial ou Aprovação com Pendência O(A) estudante que, após a participação nos estudos de recuperação paralela e final, não alcançar rendimento satisfatório no ano em curso, será aprovado(a) para o ano/série subsequente, por pendência ou progressão parcial, devendo submeter-se a estudos paralelos relacionados aos componentes curriculares e conteúdos cujos rendimentos mostraram-se insuficientes no curso do ano letivo anterior. O cumprimento de pendências corresponde a um processo em que o(a) estudante revisa os conteúdos considerados essenciais para progressão de ano/série, bem como realiza atividades contidas no plano de estudo disponibilizado pela Secretaria de Educação do Estado. Concluída a etapa de estudos, o(a) estudante será submetido à prova final de pendência. A carga horária de pendência corresponde ao percentual de 30% da carga horária total do componente curricular. Em se tratando da certificação do Ensino Médio (3ª série) atrelada ao cumprimento das pendências, a escola instituirá uma Banca de Exames, que terá como finalidade deliberar junto à equipe gestora de cada Centro de Ensino quanto à avaliação do estudante em Pendência, devendo traçar um perfil claro, preciso e em consonância com a legislação vigente. As composições dos membros da Banca de Exames da Escola, bem como os procedimentos pedagógicos para o cumprimento final de pendência, com vistas à certificação, estão nas orientações contidas no Regimento Escolar dos Estabelecimentos de Ensino da Rede Pública Estadual do Maranhão, na Resolução 15 nº 118/2006-CEE; Sistemática de Avaliação da Aprendizagem da Rede Estadual de Ensino do Maranhão, Portaria nº 2.343/2017, artigos 35 e 36. 16 5. A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DOS RESULTADOS EDUCACIONAIS PARA A PROMOÇÃO DA QUALIDADE DO ENSINO Neste tópico, você terá a possibilidade de conhecer os processos e as práticas de gestão na perspectiva de melhoria dos resultados de desempenho escolar. Para que as metas sejam alcançadas pela escola em termos de rendimento, frequência e proficiência dos(as) estudantes, o(a) gestor(a) deve estabelecer mecanismos de acompanhamento sistemático de todos os processos educacionais, incluindo os avaliativos, tanto em âmbito interno, realizado pela própria escola, como externo, realizado pelos sistemas de ensino. Sempre com o foco na maior efetividade das ações promovidas e na busca de melhores resultados de aprendizagem e formação dos(as) estudantes. A partir do entendimento acerca do trabalho da gestão escolar no monitoramento dos resultados educacionais, percebe-se a importância dos indicadores e o papel que desempenham para a oferta de uma educação de qualidade. 5.1. Indicadores Educacionais: Dados a favor da Gestão A utilização de indicadores educacionais, nas últimasdécadas, tem sido um importante instrumento de gestão da educação no que concerne à busca por melhor qualidade, permitindo aos responsáveis que atuam nas redes de ensino, em programas e projetos a identificação de situações que necessitam de mudanças, incentivos ou aprimoramentos. A análise de dados quantitativos combinados com indicadores qualitativos é essencial para enriquecer a compreensão de eventos, fatos ou situações da área educacional, auxiliando na identificação, monitoramento e análise de determinada situação e, consequentemente, na tomada de decisões. 17 A gestão escolar deve conceber a avaliação, não apenas com foco nos(as) estudantes, mas também como um processo contínuo de reflexão sobre a escola, seus erros, acertos, avanços, dificuldades e sobre a forma como o(a) docente a utiliza, uma vez que avaliação não é um evento isolado no contexto educacional. Nesse sentido, a escola precisa refletir sobre a utilização dos indicadores educacionais de forma integrada ao contexto escolar: currículo, potencialidades dos(as) professores(as), projeto político e pedagógico e regimento escolar. Com o objetivo de melhorar a qualidade da educação maranhense, iniciou-se no estado a implantação do Plano Mais Ideb, tendo sua continuidade garantida por meio da transformação deste em um programa, por meio da Lei nº 10.995/2019. Art. 3º - A Política Educacional “Escola Digna” será desenvolvida de forma integrada pelo Governo do Estado, por intermédio da Secretaria de Estado da Educação - SEDUC, em regime de colaboração com os municípios, abrangendo as seguintes ações: [...] IX – fomento à melhoria dos indicadores educacionais do Estado do Maranhão, por meio do desenvolvimento do Programa ― “Mais IDEB”, a ser regulamentado por Decreto do Poder Executivo. (MARANHÃO, 2019) O Programa Mais Ideb institui uma nova política de estado para a educação, pautada na formação dos(as) professores(as) e gestores(as), bem como o acompanhamento pedagógico, ambos focados na aprendizagem dos(as) estudantes. Nesse contexto, o Maranhão vem conseguindo reverter os baixos indicadores apresentados no passado, saltando de 2,8 para 3,7 no período de 2013 a 2019, representando uma elevação histórica no IDEB do Ensino Médio, segmento de atuação exclusiva do Estado. Em 2021, o índice alcançado foi 3,5, que apesar da discreta diminuição em relação a 2019, apresenta status de estabilidade. 5.2. Índice de Desenvolvimento da Educação Básica O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – IDEB, instituído em 2005, pelo Instituto de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – INEP/MEC, reúne dois conceitos igualmente importantes para a qualidade da educação: fluxo escolar, informado pelo Censo Escolar, e médias de desempenho no Sistema de Avaliação da Educação Básica – Saeb. 18 Como demonstrado na ilustração, para compreender o IDEB é necessário analisar seus componentes estruturantes. Dessa forma, não se alcançam as metas do IDEB sem considerar os componentes como condicionantes. Hoje, a principal referência para a qualidade educacional do país, o IDEB amplia as possibilidades de mobilização da sociedade em favor da educação, já que é comparável nacionalmente e expressa em valores os resultados mais importantes da educação: aprendizagem e fluxo. Por rendimento escolar, entende-se o indicador de fluxo que agrega as taxas, produtos do movimento anual escolar. Conceitualmente, define-se: ✔ Taxa de Aprovação – Taxa dos estudantes que foram aprovados no final do ano letivo, informados no censo escolar pela unidade de ensino; ✔ Taxa de Reprovação – Taxa dos estudantes que foram reprovados no final do ano letivo, informados no censo escolar pela unidade de ensino; ✔ Taxa de Abandono – Taxa dos estudantes informados no censo escolar, pela unidade de ensino, que abandonaram a escola durante o ano letivo, para os quais não foram expedidos documentos de transferência. A taxa de aprovação é também chamada de sucesso escolar, enquanto as taxas de reprovação e abandono são consideradas fracasso escolar. As taxas de rendimento são calculadas com base nos dados do Censo, informados pela escola. Para fins de conceituação, pode-se resumir: IDEB Índice de Desenvolvimento de Educação Básica ÍNDICE de APROVAÇAO (Censo Escolar) SAEB Proficiência média nas avaliações do SAEB Metas bianuais até 2021 19 ✔ Aprovação + Reprovação + Abandono = 100%; ✔ Para o cálculo do IDEB, é considerado o rendimento dos anos ímpares; ✔ O foco da melhoria no IDEB é o combate à Reprovação e Abandono Escolares; ✔ A transferência não é considerada um fracasso escolar. O IDEB também é importante por ser condutor de política pública em prol da qualidade da educação. É a ferramenta para acompanhamento das metas de qualidade do Plano de Desenvolvimento da Educação – PDE, que contém as metas bianuais traçadas para as escolas, municípios, estados da federação e redes de ensino para que o país alcance qualidade educacional comparável aos países desenvolvidos. Dados disponíveis em https://qedu.org.br/uf/21-maranhao. Acesso em: 04 jun. 2023 5.3. Índice de Desempenho Escolar (IDE) O Sistema Estadual de Avaliação do Maranhão (SEAMA), instituído no âmbito da Polpitica Educacional Escola Digna (Art. 4º da Lei nº 10.995, de 11 de março de 2019) e regulamentado pelo Decreto nº 38.066, de 28 de dezembro de 2022 que, conforme expresso em seu artigo 3º, tem como objetivos principais: I. realizar avaliação externa em larga escala, censitária, nas etapas escolares e componentes curriculares estabelecidos pela SEDUC;utilizar os resultados da Avaliação Somativa para fins de composição do cálculo https://qedu.org.br/uf/21-maranhao 20 do Indice de Desenvolvimento da Educação do Maranhão (IDE) e definição de metas anuais: II. produzir indicadores educacionais da educação básica do Estado do Maranhão; III. monitorar e avaliar a qualidade, equidade e eficiência da educação pública do território maranhense; IV. utilizar dos resultados produzidos para produção e dis- seminação de evidências, estudos e pesquisas educacionais; V. produzir subsídios para elaboração, monitoramento e o aprimoramento de políticas públicas em educação com vistas à redução das desigualdades e melhoria dos indicadores educacionais; VI. desenvolver competência técnica e científica na área - de avaliação educacional, ativando o intercâmbio entre instituições de ensino e pesquisa. (MARANHÃO, 2019) Portanto, o SEAMA foi criado pelo Governo do Estado objetivando implementar uma política de acompanhamento das escolas, seus indicadores educacionais e melhoria na aprendizagem dos(as) estudantes maranhenses. E é uma ação integrante do Pacto pelo Fortalecimento da Aprendizagem e do Programa Mais Ideb. Os resultados do SEAMA apresentaram as principais dificuldades encontradas pelos(as) estudantes nos componentes curriculares de Língua Portuguesa e Matemática, para que gestores(as) e suas equipes possam intervir e atuar de forma pedagógica mais apropriada, garantindo os direitos de aprendizagem e desenvolvimento dos(as) estudantes da rede pública maranhense. O sistema permitirá estabelecer anualmente o Índice de Desempenho Escolar – IDE, próprio do Estado, contribuindo para a melhor definição das metas conforme as redes; acompanhamento dos resultados dos estudantes no decorrer do ano; análise da prática avaliativa desenvolvida nas escolas, entre outros avanços. O IDE tem os seguintes indicadores educacionais: Periodicidade: Anual Baseado em: - Seama IDE Periodicidade: Bienal Baseado em: - Saeb - Censo Escolar Ideb ≠ 21 Fonte: SEDUC-MA, 2023. 5.4. Instrumentos do acompanhamento dos resultados educacionais Uma das principais competências para o bom desempenhodo(a) gestor(a) escolar será a habilidade de gerir os resultados produzidos pela escola. Para que isto aconteça de forma eficiente, o(a) gestor(a) e sua equipe precisam estar sempre atentos ao que acontece no cotidiano do centro de ensino e para isso devem fazer uso de alguns instrumentos de acompanhamento da rotina escolar que possibilitam monitorar continuamente o que ocorre no seu dia a dia. A importância do uso de instrumentos se justifica porque contribui para documentar e sistematizar as ações a serem executadas e para a obtenção de dados e informações necessárias para a realização das análises dos resultados. Assim, o uso de instrumentos de acompanhamento da rotina na escola torna-se primordial, pois subsidia o planejamento e a avaliação das ações que estão em andamento permitindo visualizar o que acontece e buscar estratégias adequadas para a solução de problemas ou ajustes necessários. Considerando as diferentes instâncias de registro e análises, é necessário considerar a utilização de instrumentos para os diferentes profissionais envolvidos no processo de acompanhamentos das aprendizagens: professores(a), supervisores(a), 22 diretores(a) e gestores(a) educacionais. Tais instrumentos devem ser elaborados, organizados e utilizados com muita eficiência, tendo em vista a melhor maneira de informar e documentar, gradativamente, a progressão das aprendizagens dos estudantes e melhoria dos índices educacionais. O monitoramento e a avaliação do uso dos instrumentos, bem como a realização de melhorias, são ações incentivadas pela equipe de gestão para que haja uma rotina adequada de acompanhamento, o que depende de instrumentos viáveis, que estejam de fato a serviço do aprimoramento constante dos resultados educacionais da escola. Dentre eles, destacam-se: Calendário Escolar, Plano de Ação, Plano de Trabalho da Gestão, Plano de Trabalho da Supervisão, Planos de Ensino e acompanhamento da família. 23 CONSIDERAÇÕES FINAIS Paulo Freire afirma que (2001, p.37) “a melhora da qualidade da educação implica a formação permanente dos educadores. E a formação permanente se funda na prática de analisar a prática”, e, nesse sentido, a atuação do(a) gestor(a) escolar, frente aos desafios diários, requer uma prática profissional qualificada, colaborativa e de liderança, objetivando o equilíbrio das atividades administrativas e pedagógicas, bem como a atualização permanente dos acontecimentos educacionais no mundo. Lidar com estratégias que promovam uma educação de qualidade em que os(as) estudantes aprendam e se desenvolvam integralmente, propiciar o engajamento da comunidade escolar, coordenar as equipes pedagógicas e realizar a gestão administrativa/financeira da instituição são funções essenciais desempenhadas pela gestão escolar que impactam na orientação e condução das práticas pedagógicas da escola. Ao longo da sua trajetória profissional, o(a) gestor(a) escolar, de acordo com sua vivência e seu processo de formação contínuo, vai aprimorando e consolidando características essenciais para o perfil gestor, na busca da concretização dos objetivos da escola, da qualidade das ações individuais e coletivas e da tomada de decisões visando o sucesso educacional. 24 REFERÊNCIAS AZANHA, José Mário. Política e Planos de Educação no Brasil: alguns pontos para reflexão. Cadernos de Pesquisa, n.85. São Paulo, Fundação Carlos Chagas,1993. BASTOS, Silvana Maria Machado. Avaliação da Aprendizagem: entre concepções e práticas. São Luís, 2015. Gráfica Expressa Editora. BRASIL. Constituição Federal. Brasília, DF: Senado, 1988. __________. Lei nº 3.789, de 17 de janeiro de 2004. Estabelece atribuições e normas para o cumprimento da Condicionalidade da Frequência Escolar no Programa Bolsa Família. 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