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TCC VICTORIA ATUALIZADO

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29
UNIVERSIDADE NORTE PARANÁ- UNOPAR
CURSO DE BACHARELADO EM ENFERMAGEM
MARIA VICTÓRIA SOARES DE AMORIM
GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA
Itaberaba-Ba
2023
MARIA VICTÓRIA SOARES DE AMORIM
GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA
Artigo apresentado como requisito obrigatório para a conclusão do curso, orientado pelo tutor à distância do curso de Bacharelado em Enfermagem.
Orientador: Eliana
Itaberaba-Ba
2023
SUMÁRIO
RESUMO	4
1 INTRODUÇÃO	5
2 OBJETIVOS	6
2.1 OBJETIVO GERAL	6
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS	6
5 METODOLOGIA	7
6 RESULTADOS	8
7 DISCUSSÃO	9
7.1 DEFINIÇÃO DE ADOLESCÊNCIA.........................................................................9
7.2 GRAVIDEZ PRECOCE........................................................................................11
7.3 GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA, AS CARACTERÍSTICAS SOCIOECONÔMICAS DAS ADOLESCENTES E SEU IMPACTO NA SOCIEDADE..............................................................................................................14 
7.4 RISCOS E CONSEQUÊNCIAS DE UMA GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA.......................................................................................................17
7.5 PAPEL DA ENFERMAGEM FRENTE À GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA E A INSERÇÃO DO PLANEJAMENTO FAMILIAR...........................................................20
7.6 EDUCAÇÃO SEXUAL COMO FATOR PREVENTIVO........................................23
8 CONCLUSÃO..........................................................................................................25
9 REFERÊNCIAS	26
7
RESUMO
Este trabalho desenvolve a reflexão sobre a gravidez na adolescência e tem como objetivo de descrever as causas que levam as adolescentes a engravidarem e as consequências desta gestação para a adolescente, seu filho e familiares. A gravidez na adolescência é um problema de saúde pública, além de agravar os problemas socioeconômicos existentes, há riscos de parto prematuro, anemia, aborto espontâneo, eclampsia e depressão pós-parto que colocam em risco a saúde de mães e bebês. As complicações da gravidez e do parto na adolescência são a principal causa de morte em todo o mundo. No Brasil, a taxa de fecundidade do país é de 68,4 por 1.000 jovens de 15 a 19 anos, embora o número de gravidez na adolescência tenha diminuído. Por isso é preciso que sejam planejadas e criadas ações e medidas de conscientização sobre os riscos de uma gravidez precoce para que haja diminuição da gravidez na adolescência;
Palavras-Chave: Adolescência; Sexualidade; Gravidez na adolescência; 
1 INTRODUÇÃO
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde (MS), a adolescência é delimitada como o período entre os 10 e 19 anos, 11 meses e 29 dias, o período de 10 a 24 anos é considerado como juventude. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) delimita adolescentes entre 12 e 18 anos, 11 meses e 29 dias (MINAS GERAIS, 2007).
Para Vieira et al. (2008), citado por Carvalho C. C. et al. (2009) a adolescência é caracterizada por mudanças biológicas, cognitivas, emocionais e sociais, constituindo-se em importante momento para a adoção de novas práticas, comportamentos e ganho de autonomia. Nesta fase o jovem torna-se mais vulnerável a comportamentos que podem fragilizar sua saúde, como alimentação inadequada, sedentarismo, tabagismo, consumo de álcool e de drogas e sexo sem proteção. Essa necessidade de autonomia leva o adolescente a rejeitar a proteção dos adultos e a enfrentar situações e condutas de risco, que podem levar a acidentes graves, contaminação por doenças sexualmente transmissíveis (DST), gravidez não planejada e/ou não desejada e até mesmo a morte.
A gravidez na adolescência é um problema de saúde pública, além de agravar os problemas socioeconômicos existentes, há riscos de parto prematuro, anemia, aborto espontâneo, eclampsia e depressão pós-parto que colocam em risco a saúde de mães e bebês. As complicações da gravidez e do parto na adolescência são a principal causa de morte em todo o mundo. No Brasil, a taxa de fecundidade do país é de 68,4 por 1.000 jovens de 15 a 19 anos, embora o número de gravidez na adolescência tenha diminuído. Essa taxa é alta em comparação com a taxa mundial de 46 nascimentos por 1.000 adolescentes.
Além disso, pode ter consequências em áreas como saúde física e mental, educação, vida profissional e autonomia na vida adulta. Por isso é tão importante abordar esse assunto com sensibilidade e empatia, é considerado de alto risco para as meninas, e além da morbimortalidade, pode levar a diversos problemas de saúde como hipertensão e anemia, podem acontecer também índices de adolescentes que morrem durante a gravidez ou no parto. Também é importante considerar que, nesta fase da vida, a pessoa ainda não está totalmente amadurecida para assumir plenamente o papel de mãe ou pai. Isso pode causar problemas socioemocionais para toda a família. Além do mais, gravidez, parto prematuro e pensão alimentícia podem ser caros, dependendo do ambiente de uma jovem, o que afeta diretamente sua qualidade de vida. Diante o exposto segue o seguinte questionamento: Quais consequências enfrentadas por uma adolescente que enfrenta uma gravidez precoce?
Este fato levanta preocupações sobre o aprofundamento das causas e consequências da gravidez na adolescência no que diz respeito a saúde da mãe e do filho. Uma análise da literatura existente sobre o tema ajudará a equipe entende as principais causas da gravidez na adolescência e suas principais consequências, que não é apenas motivo de preocupação para a equipe, mas também comunidade, porque é uma questão de saúde pública e uma questão social, análise e reflexões sobre este tópico podem ajudar no desenvolvimento de estratégias futuras problema resolvido, Dessa maneira a escolha do tema justifica-se em expor a trágica realidade das adolescentes que enfrentam uma gravidez em pouca idade.
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo geral
O presente trabalho tem como objetivo geral de descrever as causas que levam as adolescentes a engravidarem e as consequências desta gestação para a adolescente, seu filho e familiares.
2.2 Objetivos específicos;
· Discutir sobre a gravidez na adolescência e suas implicações sociais;
· Compreender sobre os riscos de uma gravidez precoce;
· Elaborar ações estratégicas para diminuição da gravidez na adolescência.
5
6
5 METODOLOGIA
Este projeto de pesquisa favorece a uma revisão de literatura, foram realizados através desses locais de buscas: livros, enciclopédia e sites, de natureza básica, com abordagem qualitativa descritiva sobre a temática Gravidez na adolescência, no período descrito no problema da pesquisa e nos seus objetivos. O período dos sites e artigos pesquisados foram nos últimos 15 anos.
Após pesquisar acerca do tema exposto obtive conhecimentos necessários para estruturar todo meu projeto com base nesses conhecimentos adquiridos. 
6 RESULTADOS 
Foram analisados vários artigos nas quais faziam referência à gravidez na adolescência e suas várias consequências. Diante dos fatores sociais definidores e consequenciais desta gravidez, não só para o adolescente e o bebê, assim como sua família, sociedade em geral e equipes de saúde, é necessário desenvolver estratégias para redução das taxas de gravidez e impactos sociais e de saúde desse grupo, mas devido à complexidade dos adolescentes, sua abordagem deve ser realizada de forma diferenciada por parte das famílias, religiosos, educadores, Profissionais de Saúde, buscando caminhos para promover a sua própria valorização, dando-lhes apoio e conhecimento, para que eles possam decidir com responsabilidade sua sexualidade e quando é o melhor momento de enfrentar uma gravidez, e que a mesma faça deste momento um momento de muita alegria, felicidade e crescimento pessoal para todos os envolvidos.
7 DISCUSSÃO
7.1 DEFINIÇÃO DE ADOLESCÊNCIA
Adolescência é uma fase do desenvolvimento humano que se inicia aproximadamente aos 10 anos de idade e se estende até o início da idade adulta, por volta dos 20 anos. É umperíodo marcado por diversas mudanças físicas, cognitivas, emocionais e sociais, que preparam o indivíduo para assumir responsabilidades e desafios da vida adulta. Durante a adolescência, os jovens passam por transformações hormonais, que resultam em um aumento da impulsividade, do desejo de experimentar novas situações e de buscar uma identidade própria. A adolescência também é um momento de transição, em que o indivíduo busca encontrar seu lugar no mundo, definir sua personalidade e estabelecer relacionamentos significativos com os outros.
Segundo Houaiss (2001), a palavra adolescência vem do latim adolescere e significa crescer até a maturidade, resultando em transformações de ordem social, psicológica e fisiológica. 
Sociologicamente, a adolescência é o período de transição da dependência infantil para a autossuficiência adulta. Psicologicamente falando, é uma “situação marginal” na qual, novos ajustes, que diferenciam o comportamento da criança do comportamento do adulto em uma determinada sociedade, tem que ser realizados; e, fisiologicamente, ocorre no momento em que as funções reprodutivas amadurecem (MUUSS, 1976). 
A adolescência é definida segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) como sendo o período compreendido entre 10 e 19 anos. Caracteriza-se por mudanças físicas aceleradas e características da puberdade, diferentes do crescimento e desenvolvimento que ocorrem em ritmo constante na infância. Essas alterações surgem influenciadas por fatores hereditários, ambientais, nutricionais e psicológicos (OMS, 1965). 
Mas, existem diferenças de entendimento quanto ao período da adolescência. Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (BRASIL, 1990) a adolescência compreende os 12 aos 18 anos incompletos. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (BRASIL, 2000), o período adolescente engloba dos 10 aos 20 anos.
Mas muito mais importante do que determinar o período em que ocorre a puberdade, é entender que esse período é caracterizado por profundas mudanças físicas, a psicologia e o comportamento vão refletir as características presentes na formação. Através do despertar para um novo mundo é que os adolescentes se veem como protagonistas de suas vidas, descobrindo assim a sua capacidade de "mudar o mundo".
Nessa fase, o jovem assume mudanças na imagem corporal, de valores e de estilo de vida, afastando-se dos padrões estabelecidos por seus pais e criando sua própria identidade. Segundo Ximenes Neto e colaboradores (2007, pág.279): 
A adolescência é uma fase da vida humana que se caracteriza por um conjunto de transformações deixando o indivíduo exposto a um modelo de vida até então desconhecido, de certa forma vulnerável, mas, ao mesmo tempo, estabelecendo padrões comportamentais e sonhos que permearão por toda a vida. Tais padrões comportamentais se definem dentro de um ambiente que inclui a família, os pares, a escola, a sociedade que rodeia, dentre outros, onde o adolescente acaba sendo influenciado na formação e construção de sua personalidade. 
Estima-se que no mundo todo há um bilhão de pessoas vivendo a adolescência, ou seja, quase 20% da população mundial. No Brasil, são mais de 34 milhões de adolescentes, 21,84% da população total do país (IBGE, 2001).
7.2 GRAVIDEZ PRECOCE
A gravidez precoce, também conhecida como gravidez na adolescência, é quando uma jovem engravida antes dos 20 anos de idade. Esse fenômeno pode ocorrer por diversos motivos, incluindo falta de informação sobre contracepção, pressão social, ausência de diálogo com os pais, baixa autoestima, violência sexual, entre outros.
A gravidez precoce pode ter impactos negativos tanto para a saúde da mãe quanto para a do bebê, além de afetar a vida pessoal, acadêmica e profissional da adolescente. As mães adolescentes têm maior risco de complicações durante a gravidez e o parto, como hipertensão e parto prematuro. Os bebês nascidos de mães adolescentes também têm maior risco de mortalidade infantil, baixo peso ao nascerem, problemas respiratórios e outras complicações.
Segundo Muhlbauer e Fukui (2007) a adolescência “é uma fase do desenvolvimento que marca a passagem da infância à vida adulta, caracterizada por transformações biopsicossociais, determinadas por fatores genéticos e ambientais”.
Santos e Carvalho (2006) afirmam que a adolescência é uma fase de desorganização psíquica. O adolescente não possui ainda a capacidade de organizar os conflitos e aspectos primitivos que vêm à tona e, ao lidar com seus impulsos agressivos e sexuais, ao invés de elaborá-los internamente, ele, muitas vezes os descarrega em uma ação para satisfazer os desejos imediatos (SANTOS; CARVALHO, 2006) 
Nesta fase da vida, a adolescência ocorre mudanças intensas e impulsivas na área psicológica, física e social do ser humano.
Sobre o desenvolvimento psicossocial, na medida em que a idade adulta se aproxima, o adolescente deve estabelecer relacionamentos íntimos ou permanecer socialmente isolado. 
A obtenção da identidade sexual é intensificada pelas alterações físicas da puberdade. Também é influenciada por atitudes culturais, expectativas do comportamento sexual e modelos de papéis válidos. Os adolescentes procuram uma identidade de grupo porque necessitam de estima e aceitação. É comum, em grupos, uma semelhança no modo de vestir e falar. A popularidade com o sexo oposto, assim como os do mesmo sexo, torna-se importante durante a adolescência. A necessidade de identidade de grupo entra em conflito com a necessidade de uma identidade pessoal. (MOREIRA et al., 2008, p. 312). 
Na adolescência, há a descoberta do corpo e dos órgãos sexuais. Nas meninas aumenta os seios, os quadris, a distribuição dos pêlos e ocorre a menarca. Esse amadurecimento físico se dá em decorrência dos hormônios sexuais e do crescimento. Na busca do prazer, do conhecimento de si e de autoafirmação, os jovens, não raro, tornam-se rebeldes e com acentuado comprometimento de humor, 15 porquanto vivem em constantes conflitos. Na realidade brasileira, muitas vezes a adolescente, além dos conflitos próprios da faixa etária, vê-se com outras questões conflituosas, como a ocorrência de uma gravidez (MOREIRA et al. 2008).
A população mundial de adolescentes já passou de um bilhão, e 60 em cada 1000 meninas de 10 a 19 anos tornam–se mães, correspondendo ao nascimento de 17 milhões de bebês a cada ano. 
“A adolescência é uma fase de grandes mudanças físicas e psicológicas e caracteriza, principalmente nas culturas ocidentais, a passagem da infância para a vida adulta. A maturação sexual é acompanhada por reações emocionais mistas. (ansiedade, temor, excitação, prazer) e mudanças frequentes de humor, alternando-se desânimo e entusiasmo. O nível de estresse do adolescente também está aumentando à medida que a sociedade se torna mais complexa, exigindo mecanismos psicológicos adaptativos mais elaborados.”. (CAPUTO e BORDIN, 2007, p. 574). 
Segundo Aguiar (1994), a atividade sexual na adolescência pode cumprir papéis diversos como: aliviar angústia, meio de obter uma aceitação perante o. (a) parceiro. (a) ou grupo, forma de suprir carências de afeto, instrumento para conseguir autoafirmação, maneira de manifestar inconformismo e rebeldia e tentativa de alcançar um maior grau de independência.
Conforme Persona et al., (2004) mais da metade das adolescentes engravida por outras causas que não o desejo pela maternidade em si. Engravidar para não perder o namorado, para sair da casa dos pais e evitar o clima familiar desagradável, para afirmar sua feminilidade através da fertilidade, para encontrar nos cuidados com o filho um objetivo para sua vida, para aplacar a solidão na companhia do filho, dentre outros, por uma vida tortuosa, a tentativa de preencher um vazio interior. 
Destacam-se também, dentre os principais fatores pelos quais as adolescentes engravidam, as variáveis demográficas, falta de acesso a serviços específicos para atender essa faixa etária (MUHLBAUER; FUKUI, 2007). 
Quanto menor a idade da adolescente ao iniciar a vida sexual, menor a chance de ela utilizaralgum método anticoncepcional e, consequentemente, maior a probabilidade de ocorrer uma gravidez logo nas primeiras relações. (PIROTTA; SCHOR, 2004).
7.3 GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA, AS CARACTERÍSTICAS SOCIOECONÔMICAS DAS ADOLESCENTES E SEU IMPACTO NA SOCIEDADE. 
A gravidez na adolescência é um fenômeno complexo que pode ter diferentes causas e impactos na sociedade. Além dos fatores biológicos, a gravidez precoce muitas vezes está relacionada a fatores socioeconômicos, como a falta de acesso à educação sexual e aos serviços de saúde, a pobreza, a violência sexual e a falta de oportunidades de emprego e de desenvolvimento pessoal.
As adolescentes que engravidam precocemente muitas vezes têm menos acesso à educação, menor renda e menos oportunidades de emprego do que as que não engravidam. Isso pode levar a um ciclo de pobreza e exclusão social, com impactos negativos não apenas para a adolescente e seu filho, mas também para a sociedade em geral.
A gravidez na adolescência pode ter impactos negativos no desenvolvimento da adolescente e na sua capacidade de se tornar uma adulta independente e realizada. Além disso, a gravidez precoce pode ter efeitos negativos no desenvolvimento do bebê, como baixo peso ao nascer e problemas de saúde.
A sociedade também pode ser afetada pela gravidez na adolescência, pois a alta taxa de gravidez precoce pode levar a um aumento dos gastos públicos com a assistência médica, assistência social e outros serviços necessários para apoiar as adolescentes e seus filhos. Além disso, a gravidez na adolescência pode levar a uma menor participação das jovens na vida social, cultural e econômica, o que pode afetar negativamente o desenvolvimento da sociedade como um todo.
Atualmente, a gravidez na adolescência tem se tornado um grande problema de saúde pública, assumindo proporções significativas. A maternidade precoce pode acarretar muitos problemas na saúde das adolescentes, que param de estudar, não conseguem obter sua independência financeira e passam a ter problemas sociais (YAZLLE et al., 2002). 
A gravidez na adolescência traz sérias implicações biológicas, familiares, psicológicas e econômicas além das jurídico-sociais, que atingem o indivíduo adolescente e a sociedade como um todo, limitando ou adiando as possibilidades de desenvolver o engajamento destas jovens na sociedade. (JÚNIOR; NETO,2004,p.3). 
Hoje, quando uma jovem inicia sua vida reprodutiva entre os 15 e 20 anos, como na época de suas avós e bisavós, tem-se o sentimento que ela está deixando de aproveitar as oportunidades que o mundo lhe oferece, principalmente em relação ao estudo e ao trabalho. Para os rapazes, que assumem juntamente com a parceira a gravidez, acontece o mesmo, tendo que parar de estudar e começar a trabalhar para sustentar a sua nova família (VILLELA; DORETO, 2006).
A gravidez na adolescência é desestruturante, pois apresenta pesada carga emocional, física e social, onde importantes estágios de maturação psicossexual não são vivenciados (JÚNIOR; NETO, 2004). 
Quando a adolescente possui acesso à educação, maior escolaridade e mais oportunidades de obtenção de renda, ela possui menos chances de ter uma gravidez não planejada (JÚNIOR; NETO, 2004). 
Em estudo realizado pela UNESCO, constatou-se que meninas escolarizadas acreditam que a gravidez precoce leva a jovem ao abandono escolar e a necessidade de cuidar do filho, atrapalha o estudo. Os dados revelam que 25% das adolescentes que interromperam os estudos retornaram após a gravidez e apenas 17,3% pararam de estudar definitivamente. Importante ressaltar que 79,8% das adolescentes que engravidaram antes dos 20 anos viveram esta experiência em decorrência de um relacionamento estável, ou seja, estavam ou sentiam-se casadas (VILLELA; DORETO, 2006). 
Muitas vezes, a evasão escolar é anterior à gravidez, sendo inclusive condição de risco para a ocorrência de uma gravidez na adolescência (YAZLLE, et al., 2002). 
Entre cinco jovens que engravidaram na adolescência, uma engravida novamente, sem planejamento, o que demonstra que nem mesmo a vivência da gestação e suas consequências são efetivas para o desenvolvimento de um comportamento sexual responsável (CHALEM et al., 2007). 
Sendo uma questão sociocultural, a gravidez na adolescência é enfrentada de diferentes maneiras nas classes sociais. A adolescente que pertence a uma classe mais favorecida é protegida, tem o apoio da família, continua seus estudos e não depende dos serviços públicos de saúde. Já aquelas que pertencem às classes menos favorecidas, onde precisam lutar pela sua sobrevivência, tem que parar de estudar, possuem mais dificuldades de conseguir um emprego, e são abandonadas à sua própria sorte (FERREIRA, et al., 2004). 
Culturalmente, verifica-se uma contradição na definição de responsabilidades, onde a imprudência é entendida como de responsabilidade da adolescente e não pelo seu parceiro, o que pode ser reflexo da educação tradicional que privilegia atitudes e responsabilidades diferentes aos dois gêneros. (FERREIRA etal.,2004,p.2). 
As mães adolescentes, normalmente apresentam o mesmo perfil, e a gravidez geralmente é indesejada e não planejada. Na maioria das vezes engravidam dos namorados e possuem poucos parceiros sexuais. As adolescentes começam a namorar cedo e normalmente engravidam logo após a iniciação sexual, com idades entre 13 a 19 anos, sendo a idade mediana da primeira gestação em torno de 17 anos. (RAMOS; MONTICELLI; NITSCHKE, 2000). 
Pesquisas revelam que a idade média da menarca das adolescentes que engravidaram precocemente ocorreu entre 10 e 13 anos e que apesar de muitas vezes conhecerem algum método anticoncepcional, não faziam uso deles (JÚNIOR; NETO, 2004). 
As adolescentes mais jovens não apresentam trabalho remunerado, são dependentes da família ou do namorado, mas quando elas estabelecem união com parceiros adolescentes, desempregados, sua condição econômica torna se ainda pior (SABROZA et al., 2004). 
Porém, quando a adolescente possui certa estrutura familiar, consegue continuar seus estudos após o parto (LIMA et al., 2004).
7.4 RISCOS E CONSEQUÊNCIAS DE UMA GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA
A gravidez na adolescência é uma situação que traz diversos riscos e consequências tanto para a mãe quanto para o bebê. Além disso, essa realidade pode impactar a sociedade em diversos aspectos.
Entre os riscos para a saúde da mãe, estão as complicações durante a gestação, como hipertensão, pré-eclâmpsia, diabetes gestacional e parto prematuro. A gravidez na adolescência também pode ter impactos negativos na saúde reprodutiva da adolescente a longo prazo, como a redução da fertilidade e a maior probabilidade de desenvolver doenças como o câncer de colo de útero.
Os bebês nascidos de mães adolescentes têm maior probabilidade de apresentar baixo peso ao nascer, prematuridade, dificuldades respiratórias e outras complicações, o que pode afetar a saúde e o desenvolvimento do bebê a longo prazo.
É notável que as principais causas de gravidez indesejada entre as adolescentes são problemas a nível psicossociais e biológicos, tanto na maior ou na menor idade da gestante. Entre as consequências do convívio social, preocupa-se também ter que interromper os estudos e a formação profissional e os projetos de vida. 
A gravidez na adolescência tem a possibilidade gerar diversas repercussões emocionais, psicossociais, biológicas e perinatais, como: condições socioeconômicas desfavoráveis; baixa escolaridade; uso de drogas lícitas ou ilícitas; ausência do companheiro dentre outras. Outras repercussões (consequências e riscos) são o aborto provocado, devido ao temor da reação dos pais diante da gravidez inesperada, e a falta de condição financeira da família para manutenção do filho com qualidade, especialmente quanto à oferta de alimentação e educação (SANTOS, 2019a). 
Dos riscos na adolescência, está o fato de ocorrer a morte tanto no parto quando no puerpério, o que demonstra ser apenas a ponta do problema, sendo que a gestação em adolescentes é motivode preocupação crescente tanto no setor da saúde quanto no da educação. Também, existem aspectos sociais no que se refere à questão do relacionamento intrafamiliar e com a comunidade, sendo que é comum a exclusão social desse grupo. No Brasil, é fora do casamento que ocorre a maioria das gestações, devido a existência de alta frequência de atividade sexual das adolescentes a partir dos 13 anos de idade, ou até antes (FREIRE; ARAÚJO, 2015).
Segundo Carmo (2014) várias mudanças ocorrem tanto no âmbito físico quanto psicológico das adolescentes grávida, o que requer atenção máxima, casos contrários, diversos riscos para a mãe e para o filho podem ter consequências drásticas. Desse modo, os principais riscos estão relacionados à saúde dos dois. 
Na visão de Ribeiro (2019) as perspectivas ou falta destas durante a gravidez na adolescência pode ocorrer em riscos para a saúde da mãe e do bebê, sendo que por frustrações, pelo abando do parceiro, e pela falta de apoio da família, a adolescente pode desenvolver desordem emocional. Além disso, os riscos psíquicos podem ser consequências graves no desenvolvimento do feto e da adolescente também.
No Brasil, evidencia-se que há uma significativa proporção de adolescentes que abandonam a escola durante a gestação ou após o nascimento da criança. Silva et al. (2011) e Santos et al. (2010), relatam que as gestantes adolescentes apontam, como fatores determinantes para a evasão escolar, o constrangimento e pressões por parte dos diretores, professores, colegas de classe e da própria família. Estes fatores resultam na perda de oportunidades, provocando uma interferência negativa sobre sua vida profissional futura, sendo, portanto, um momento em que a adolescente vivencia uma extrema necessidade de apoio, seja por parte dos familiares ou dos círculos sociais em que convive.
A gravidez na adolescência, pela complexidade de fatores, é considerada de alto risco, sendo o elemento de maior concentração de agravos à saúde materna e de complicações perinatais. O impacto da gravidez sobre a mortalidade materna e neonatal demonstra haver maior incidência de complicações durante a gestação, o parto e o puerpério de adolescentes, tais como baixo peso ao nascer, pré-eclâmpsia, abortamento espontâneo, restrição de crescimento intrauterino, diabetes gestacional, sofrimento fetal intraparto, parto prematuro, partos por cesárea com aumento de deiscência de suturas, dificuldade de amamentação e mortalidade neonatal (COIMBRA et al., 2018; LIMA et al., 2014).
Dessa forma é notável grandes consequências na vida de uma adolescente com gravidez precoce, a mesma muitas vezes cria os seus filhos sozinhos pois os parceiros abandonam quando recebem a notícia da gravidez, sendo assim muitas perdem sua liberdade, desistem dos estudos, não tem oportunidades de ingressar em um trabalho, e isso leva muitas adolescentes abandonarem seus filhos ou até mesmo doar para alguma pessoa.
7.5 PAPEL DA ENFERMAGEM FRENTE À GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA E A INSERÇÃO DO PLANEJAMENTO FAMILIAR
A enfermagem desempenha um papel fundamental no cuidado e orientação das adolescentes grávidas, principalmente no que diz respeito à prevenção da gravidez precoce e à inserção do planejamento familiar. A enfermeira pode ser a primeira profissional de saúde a ter contato com a adolescente grávida e, por isso, deve ter um olhar sensível e acolhedor para lidar com as demandas e angústias que esse momento traz.
Uma das funções da enfermeira é orientar as adolescentes sobre os métodos contraceptivos disponíveis e ajudá-las a escolher o método mais adequado para sua realidade e preferências. Além disso, é importante que a enfermeira estimule a adoção de práticas sexuais seguras, como o uso de preservativos, e ofereça suporte para que a adolescente possa acessar os serviços de saúde com regularidade.
Outra função da enfermagem é promover o cuidado integral da adolescente grávida, monitorando a saúde física e emocional, identificando possíveis complicações e encaminhando para outras especialidades quando necessário. Além disso, é importante que a enfermeira ofereça apoio emocional e orientação para a tomada de decisões, principalmente quando a adolescente enfrenta situações de conflito familiar ou social.
O planejamento familiar também é uma das atribuições da enfermagem. A enfermeira deve orientar as adolescentes sobre os métodos contraceptivos e auxiliá-las na escolha do método mais adequado para a sua realidade. Além disso, é importante que a enfermeira forneça informações sobre a importância do planejamento familiar, seus benefícios e os serviços disponíveis para essa finalidade.
A enfermagem pode contribuir significativamente para a prevenção da gravidez precoce e para o cuidado integral da adolescente grávida. É importante que a enfermeira atue de forma integrada com os demais profissionais de saúde e em parceria com a família e a comunidade, a fim de promover um atendimento humanizado e efetivo para as adolescentes grávidas e suas famílias.
O Ministério da Saúde recomenda que os profissionais de saúde prestem um atendimento humanizado e responsável para essas adolescentes.
Cabe a Equipe de Saúde da Família desenvolver ações de atenção primária e organizar a rede de saúde do seu território, bem como promover articulações intra e intersetoriais, estabelecendo parcerias e corresponsabilidades para a elaboração, condução e avaliação de ações destinadas a prevenção de agravos, promoção e assistência à saúde de adolescentes e jovens (BRASIL, 2013). 
O enfermeiro deve incentivar o adolescente a agir em nome da sua saúde e bem-estar, e na garantia dos seus direitos, quanto à acessibilidade aos serviços de saúde, de forma integral e ações que promovam o empoderamento, autonomia e autocuidado Gurgel et al. (2011). 
A enfermagem e toda a equipe de saúde da família têm um papel de extrema importância, pois tem uma visão ampla de cuidado, contribuindo para as ações de uma assistência humanizada. Esses profissionais atuando também dentro das escolas, levando a uma junção entre saúde e educação buscando a diminuição da gravidez na adolescência. 
Segundo Gurgel et al. (2011) um ambiente acolhedor de promoção e proteção, mediado pela enfermagem, com ações voltadas aos princípios da atenção como respeito, privacidade, confidencialidade e sigilo, deve fortalecer a autonomia do adolescente. Isso possibilita uma relação de vínculo e um ambiente seguro, permitindo que o adolescente tenha uma vida sexual mais responsável.
O serviço de saúde deve proporcionar uma atenção e qualidade eficaz, uma boa comunicação, linguagem simples e sem julgamentos, confidencialidade das informações, privacidade no atendimento e disponibilidade de insumos Queiroz et al. (2009). 
Os profissionais além de acolher devem levar em consideração a individualidade de cada um para atender de acordo com suas necessidades. Durante a consulta de planejamento familiar devem-se retirar todas as dúvidas e passar todas as orientações a respeito dos métodos disponíveis, além de realizar anamnese com atenção a sinais e sintomas clínicos, exame físico, ginecológico e agendar retorno. 
Segundo BRASIL (2014) os adolescentes podem usar a maioria dos métodos anticoncepcionais disponíveis, mas existem alguns métodos que não são adequados para essa fase como: 
• O DIU não é recomendado para as adolescentes que tem mais de um parceiro sexual e que não usam camisinha nas relações sexuais pelo risco de contrair IST’s. E não deve ser utilizado nas jovens que nunca tiveram filho pelo risco de expulsão. 
• A laqueadura tubária e a vasectomia. 
• Os métodos da tabelinha, muco cervical e da temperatura basal são pouco indicados, pois exigem do adolescente disciplina e planejamento, e as relações sexuais nessa fase não são planejadas. 
• A minipílula e a injeção trimestral não devem ser usadas antes dos 16 anos. 
Dessa maneira é de fundamental importância que esses adolescentes estejam inclusos nos serviços de saúde, participe ativamente de seu desenvolvimento para que adquiraa capacidade de se ver como participante de sua saúde.
7.6 EDUCAÇÃO SEXUAL COMO FATOR PREVENTIVO 
A educação sexual é um fator preventivo importante no que diz respeito à gravidez na adolescência. A falta de informação adequada sobre sexualidade pode levar a comportamentos de risco, como a prática sexual sem proteção, que aumentam a probabilidade de uma gravidez precoce.
Por isso, é fundamental que as escolas e a família trabalhem juntas para oferecer uma educação sexual abrangente, que aborde desde a anatomia e fisiologia do corpo humano até a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e a promoção do planejamento familiar. A educação sexual deve ser adaptada ao desenvolvimento cognitivo e emocional dos adolescentes, garantindo que as informações sejam transmitidas de forma clara, objetiva e livre de preconceitos e tabus.
Além disso, é importante que a educação sexual seja um processo contínuo, que acompanhe o adolescente ao longo de todo o seu desenvolvimento. A sexualidade faz parte da vida e não pode ser tratada como um assunto isolado ou restrito a um momento específico da vida. Por isso, é fundamental que a educação sexual seja integrada ao currículo escolar e que a família também se envolva nesse processo, promovendo um diálogo aberto e acolhedor sobre sexualidade.
A educação sexual como fator preventivo também inclui a promoção da autoestima e autoconfiança dos adolescentes, a fim de que eles possam tomar decisões responsáveis e conscientes sobre sua sexualidade. O respeito à diversidade sexual e a promoção de relações saudáveis e igualitárias também são importantes aspectos a serem abordados na educação sexual.
A exposição a situações de vulnerabilidade está ligada à carência de conhecimentos, questão que se confirma ao identificarmos que os principais fatores evidenciados na ocorrência da gravidez na adolescência estão relacionados às lacunas de conhecimento sobre os diversos métodos contraceptivos (LIMA et al., 2017). 
Do mesmo modo, considerando a escolaridade como fator preventivo, um estudo evidenciou que as taxas de gestação em adolescentes brasileiras apresentaram redução devido a fatores como o grau de escolaridade (NEVES; MENDES; SILVA, 2015). 
Certamente, a baixa escolaridade está intimamente relacionada ao aumento da vulnerabilidade de jovens em terem contato com drogas ilícitas e a gravidez precoce, pois estes jovens tendem a abandonar o ambiente escolar e a negligenciar práticas preventivas, expondo-se ainda mais à possibilidade de uma gravidez não planejada (CREMONESE et al., 2017). 
Consequentemente, ao abordar a questão da escolaridade, deve-se discutir sobre a importância das escolas como espaços significativos para o adolescente expressar suas dúvidas, fantasias, inquietações e compartilhamento de conhecimentos e experiências. (COSTA; GUERRA; ARAÚJO, 2016) 
Há, ainda, o debate de como as orientações sobre saúde sexual podem auxiliar, ao serem oferecidas nesse local, na diminuição das taxas de gravidez na adolescência. Habitualmente, este tema acaba sendo tratado como tabu por muitas famílias, limitando a compreensão dos indivíduos que entram na fase da adolescência, prejudicando uma orientação sexual adequada e inviabilizando um diálogo assertivo e incentivador ao uso de métodos preventivos (CREMONESE et al., 2017).
Dessa maneira, a educação sexual é um fator preventivo fundamental na redução dos índices de gravidez na adolescência. Ela deve ser abrangente, contínua e integrada, garantindo que os adolescentes tenham acesso a informações claras e objetivas sobre sexualidade e estejam preparados para tomar decisões responsáveis e conscientes sobre sua vida sexual.
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8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
As análises realizadas na revisão abrangente mostraram que a gravidez precoce representa vários riscos e afeta a vida das adolescentes, famílias e bebês de alguma forma, o risco existe em ordem física, psicológica e social em muitos casos as adolescentes são abandonados por seus parceiros que negam a paternidade e as mesmas são deixados, e em muitos casos as famílias não fornecem o suporte necessário.
A gravidez na adolescência é um problema de saúde pública, além de agravar os problemas socioeconômicos existentes, há riscos de parto prematuro, anemia, aborto espontâneo, eclampsia e depressão pós-parto que colocam em risco a saúde de mães e bebês. As complicações da gravidez e do parto na adolescência são a principal causa de morte em todo o mundo
Diante dessa situação, não se pode mais ignorar o fato de que: Adolescentes também morrem de gravidez, complicações evitáveis no parto ou puerpério, indicadores associados à falta de pré-natal de qualidade, dificuldade de implementação de um planejamento familiar a fim de evitar uma gravidez precoce, com o propósito de realizar um trabalho mais eficaz, prevenir e incentivar os cuidados de saúde para esta faixa etária.
Com isso é de fundamental importância que seja desenvolvida estratégias para redução das taxas de gravidez e impactos sociais e de saúde desse grupo, mas devido à complexidade dos adolescentes, sua abordagem deve ser realizada de forma diferenciada por parte das famílias,
9 REFERÊNCIAS
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