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Sistema Circulatório

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Desenvolvimento inicial 
- Se inicia na 3ª semana de desenvolvimento embrionário e o 
coração começa a funcionar na 4ª semana 
 
 
 
 
 
► A formação dos vasos sanguíneos começa no mesoderma 
extraembrionário da vesícula umbilical e dois dias depois os 
vasos sanguíneos embrionários começam a se desenvolver 
● Sendo assim, o surgimento do sistema cardiovascular se 
inicia com a formação dos vasos e só depois é que vai ser 
formado o coração 
A formação dos vasos se da por meio de dois processos: 
● Vasculogênese: formação de novos vasos 
(forma novos canais vasculares pela união de precursores 
individuais celulares → angioblastos) 
● Angiogênese: formação de novos vasos pelo brotamento e 
ramificação de vasos pré-existentes 
 
 
 
 
 
 
a) Células mesenquimais vão se diferenciar em angioblastos 
(células que vão dar origem as células endoteliais) 
Esses angioblastos vão se juntar, formando grupos chamados 
de ilhotas sanguíneas (bolas de células) que estão associados 
à vesícula umbilical ou com os cordões endoteliais dentro do 
embrião., no meio dessa ilhota vai começar a surgir cavidades 
e os angioblastos em volta dessa cavidade vão mudar seu 
formato para pavimentosos 
Quando isso acontece eles deixam de ser angioblastos e 
passam a ser células endoteliais que são as células que vão 
revestir o vaso sanguíneo 
OBS: Alguns desses angioblastos não vão virar endotélio e sim 
se diferenciar em células tronco hematopoiéticas que vão dar 
origem as células sanguíneas 
 
 
 
 
 
 
 
As células sanguíneas se desenvolvem a partir de células 
endoteliais especializadas (epitélio hematogênico) dos vasos à 
medida que eles crescem na vesícula umbilical e no alantoide 
ao final da terceira semana e depois em locais especializados 
ao longo da aorta dorsal. 
A formação do sangue (hematogênese) não começa no 
embrião até a quinta semana. Primeiro, ela ocorre ao longo da 
aorta e, depois, em várias regiões do mesênquima 
embrionário, principalmente no fígado e no baço, na medula 
óssea e nos linfonodos. 
b) A partir de um vaso surge um broto de células e vai se 
ramificando 
Hematopoese fetal: 
 
 
 
 
 
 
● Sabe-se que no adulto a produção de células sanguíneas 
ocorre na medula ósseo, mas e antes de formar a medula, 
onde ela é feita?? Existem 3 períodos hematopoéticos intra-
uterinos: período embrionário, quando a hematopoese ocorre 
no saco vitelino; período hepato-esplênico ou fetal, quando a 
hematopoese ocorre no fígado e no baço e o período medular 
fetal, na medula óssea. 
► Fase mesoblástica/período embrionário: 
Sistema Circulatório 
A formação inicial do sistema cardiovascular está 
relacionada com a necessidade crescente por vasos 
sanguíneos para trazer oxigênio e nutrientes para o 
embrião a partir da circulação materna através da 
placenta. Durante a terceira semana, se desenvolve uma 
circulação uteroplacentária primordial 
 
Joyce Lima 
Aproximadamente na 2º semana (mais ou menos 18 dias), na 
parede do saco vitelínico existe um mesoderma que o rodeia 
(mesoderma extraembrionário) onde surgem as primeiras 
concentrações de sangue chamadas de ilhotas wolff e 
pander ou ilhotas sanguíneas ou faixas de sangue 
Essa hematopoese no saco vitelínico, lá tem 
hemangioblastos que possuem um desenvolvimento 
bipotente 
OBS: A placenta e AGM também vão participar dessa 
primeira linha de produção 
► Fase hepática/ período hepato-esplênico: 
Aproximadamente na 6ª semana o fígado assume o posto de 
produção de células sanguíneas, mas ele tem a ajuda do baço 
(função contrária a do baço na vida pós-natal que faz 
hematocaterese) 
► Fase mieloide/ período medular: 
Aproximadamente na semana 20ª semana a medula óssea assume 
o lugar de forma definitiva pois ela já foi formada, 
 
 
 
► A hemoglobina fetal é diferente da adulta: 
● A hemoglobina fetal possui duas cadeias alfa e duas cadeias 
gama 
● A hemoglobina adulta a principal que é a A1 possui duas 
cadeias alfa e duas cadeias beta 
 
 
 
 
 
 
Essa diferença nas cadeias é importante pois a hemoglobina 
fetal é capaz de ligar o oxigénio com maior afinidade, dando 
ao feto em desenvolvimento um melhor acesso ao oxigénio na 
corrente sanguínea da mãe. (lembre-se que a hemoglobina 
fetal precisa tirar o oxigênio da hemoglobina da mãe) 
 
► As células tronco pluripotentes → hemocitoblastos vão 
gerar duas linhagens: linfoide e mieloide 
- A linfoide forma os linfócitos T e B 
- A mieloide forma todas as outras células sanguíneas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
► Eritropoese: formação de eritrócitos maduros 
O precursor é uma célula pluripotente que se diferencia na 
linhagem mieloide e com o estimulo de interleucinas e da 
eritropoetina vai formar os eritrócitos 
A etapa de maturação dessa célula consiste na perda do 
núcleo e de organelas, perde RNA e aumenta a concentração 
de hemoglobina (por isso o citoplasma deixa de ser basofílico 
para ser acidófilo) 
A baixa de oxigênio estimula a produção de eritrócitos (o rim 
vai aumentar a eritropoetina no sangue) assim, pode-se 
encontrar células ainda não maduras no sangue mediante essa 
exigência na produção 
No embrião os eritrócitos são maiores, mas vivem menos (50-
70 dias) 
- Porque demora tanto pra isso acontecer? 
Por que todo osso antes de ser osso, precisa passar primeiro 
pelo molde de cartilagem então isso leva tempo. 
 
 
OBS: A placenta é resistente a eritropoetina materna 
Desenvolvimento do Sistema Linfático: 
- Se inicia no final da 6ª semana 
● Os vasos linfáticos desenvolvem-se semelhantemente aos 
vasos sanguíneos e se conectam com o sistema venoso, os 
capilares se unem para formar uma rede de vasos linfáticos 
 
 
 
► Os ductos linfáticos vão ser gerados de 6 sacos linfáticos 
primários que estão presentes no final do período embrionário 
 
• Dois sacos linfáticos jugulares 
• Dois sacos linfáticos ilíacos 
• Um saco linfático retroperitoneal 
• Uma cisterna do quilo (chyle cisterna) 
- Os vasos linfáticos vão se conectar com esses sacos 
● A cisterna do quilo é importante porque recebe uma grande 
quantidade de linfa, se conecta com os sacos jugulares 
através dos ductos torácicos direito e esquerdo, também 
recebe a drenagem dos sacos ilíacos que traz a linfa dos 
membros inferiores, funciona como um armazenador para 
depois jogar essa linfa para a circulação através dos ductos 
torácicos que vão levar para a veia jugular 
 
● Com o decorrer do desenvolvimento ocorre uma mudança 
nessa anatomia, a parte caudal desse ducto é formado pela 
união do ducto torácico esquerdo com o direito, eles se 
anastomosam ficando na posição mais direita, enquanto que a 
parte cranial desse ducto é formado somente pelo ducto 
torácico esquerdo que vai desaguar na veia subclávia 
esquerda 
- O ducto linfático direito é derivado da porção cranial do ducto 
torácico direito. O ducto torácico e o ducto linfático direito se 
conectam ao sistema venoso no ângulo venoso entre a veia 
jugular interna e a veia subclávia 
► Desenvolvimento dos linfonodos: 
Aqueles seis sacos linfáticos vão formar um grupo de 
linfonodos, que depois vão ser invadidos por células 
mesenquimatosas e vão dar origem a rede de canais linfáticos 
→ os seios linfáticos primitivos. 
Outras células mesenquimais dão origem à cápsula e à rede 
de tecido conjuntivo dos linfonodos 
Estudos recentes mostraram que células endoteliais 
precursoras dos vasos linfáticos são derivadas de veias 
cardinais 
 
► Baço: 
Desenvolve-se a partir de uma agregação de células 
mesenquimais no mesogastro dorsal 
► Tonsilas: 
● Palatinas: se desenvolvem a partir do endoderma do 
segundo par de bolsas faríngeas e próximos ao mesênquima. 
● Tubárias: agregações dos linfonodos ao redor das aberturas 
faríngeas dos tubos faringotimpânicos. (da tuba auditiva) 
● Faringeas (adenoides): agregação de nódulos linfáticos na 
parede da nasofaringe 
● Lingual: agregação de nódulos linfáticos na raiz da língua 
► Timo:Se desenvolve a partir da 3ª bolsa faríngea, os timócitos são 
carregados pelo sangue ainda como precursores (pró-
timócitos) 
14-15ª semana os vasos sanguíneos crescem no timo e 
ocorre a agregação de células epiteliais para formar os 
corpúsculos de Hassal 
Formação inicial do coração: 
● O coração e os grandes vasos se formam a partir das 
células mesenquimais (do MESODERMA ESPLÂNCNICO) na 
área cardiogênica (uma área que indica onde vai ser formado 
o coração) 
Aparece um par de canais endoteliais que são os cordões 
angioblásticos, que se canalizam para formar os tubos 
endocárdicos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Por volta do 18° dia, o mesoderma lateral possui componentes 
de somatopleura e esplancnopleura; essa última dá origem a 
quase todos os componentes do coração. 
- Essas células endocárdicas vão se separar do mesoderma 
e formar os tubos cardíacos 
● Nessa região surgem dois tubos chamadas tubos cardíacos 
endocárdicos durante a terceira semana 
Esses tubos são revestidos por células endoteliais 
● Esses tubos vão se fusionar quando ocorre o dobramento 
lateral do embrião, formando o tubo cardíaco primitivo 
(sentido cranial para caudal) 
● O coração tubular se une aos vasos 
sanguíneos do embrião, do pedículo de 
conexão e da vesícula umbilical para 
formar o sistema cardiovascular primitivo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- Ao final da terceira semana, o sangue está circulando e o 
coração começa a bater no 21° ou 22° dia (4ª semana). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
● Células que vão formar o coração são: 
- Células da crista neural 
- Células mesodérmicas da linha primitiva formam o campo 
cadíaco primário 
- Células do mesoderma faríngeo formam o segundo campo 
cardíaco 
Desenvolvimento das veias: 
► Tem-se 3 veias principais que drenam para o coração 
embrionário: 
● Veias vitelinas: retornam o sangue pobre em oxigênio da 
vesícula umbilical. 
Inicialmente são duas veias, mas a esquerda regride e a direita 
forma a maior parte do sistema porta hepático e uma parte 
da veia cava inferior 
 
 
 
- Entram na extremidade venosa do coração através do seio 
venoso 
● Veias umbilicais: correm de cada lado do fígado e 
transportam sangue bem oxigenado da placenta para o seio 
venoso. 
Por volta da 7ª semana a veia umbilical direita desaparece, 
restando a esquerda que se desenvolve na veia umbilical única 
- Transporta o sangue da placenta para o fígado 
- Nessa veia forma-se um desvio que é o DUCTO VENOSO, 
que vai transportar o sangue bem oxigenado da placenta 
direto para a veia cava inferior sem que precise passar pelos 
capilares hepáticos 
● Veias cardinais comuns: retornam o sangue pobre em 
oxigênio do corpo do embrião para o coração 
- Dois sistemas principais: as veias cardinais anteriores que 
drenam o sangue da porção cranial e as veias cardinais 
posteriores que drenam o sangue da porção caudal do 
embrião 
Essas veias cardinais se unem na veia cardinal comum e 
desagua no seio venoso 
 
O sistema cardiovascular é o primeiro sistema de órgãos 
a alcançar um estado funcional. Os batimentos cardíacos 
embrionários podem ser detectados ao se realizar uma 
ultrassonografia com Doppler durante a quarta semana, 
aproximadamente 6 semanas após o último período 
menstrual normal 
 
Nós temos uma involução da veia cardinal anterior esquerda 
porém uma porção dela se desvia em direção a veia cardinal 
anterior direita e isso da origem a veia braquiocefálica 
esquerda 
 
- A veia cava superior vai ser a união entre a veia cardinal 
anterior direita e a veia cardinal comum 
- As veias cardinais posteriores desenvolvem-se, 
primeiramente, como vasos dos mesonefros (rins 
provisórios), e a maioria desaparece, os únicos derivados que 
ficam no adulto são a raiz da veia ázigo e as veias ilíacas 
comuns 
- As veias subcardinais formam o tronco da veia renal 
esquerda, as veias suprarrenais, as veias gonadais 
- A veia supracardinal forma azigo, hemiazigo e a veia cava 
inferior infra-renal 
 
 
 
 
► Veia cava inferior: 
Se forma durante uma série de alterações nas veias 
primitivas do tronco do corpo, que ocorre quando o sangue, 
retornando da porção caudal do embrião, é deslocado do lado 
esquerdo para o lado direito do corpo. 
● A VCI é composta de quatro segmentos principais 
- Segmento hepático: derivado da veia hepática (porção 
proximal da veia vitelina direita) e sinusoides hepáticos 
- Segmento pré-renal: derivado da veia subcardinal direita 
- Segmento renal: derivado da anastomose subcardinal-
supracardinal 
- Segmento pós-renal: derivado da veia supracardinal direita 
Artérias vitelínicas e umbilicais: 
► As artérias vitelinas passam para a vesícula umbilical e 
depois para o intestino primitivo, que se forma a partir da 
porção incorporada da vesícula umbilical. 
Somente três derivados da artéria vitelina permanecem: 
- O tronco arterial celíaco para o intestino anterior 
- A artéria mesentérica superior para o intestino médio 
- A artéria mesentérica inferior para o intestino posterior. 
► As artérias umbilicais transportam sangue pobre em 
oxigênio para a placenta 
As porções proximais dessas artérias se tornam 
- As artérias ilíacas internas 
- As artérias vesicais superiores. 
As porções distais das artérias umbilicais se modificam e 
formam os ligamentos umbilicais médios 
Desenvolvimento final do coração: 
O tubo cardíaco embrionário tem uma camada externa que é 
o miocárdio primitivo, formado pelo mesoderma esplâncnico 
Nesse estágio, o coração em desenvolvimento é composto 
por um tubo endotelial fino, separado de um miocárdio 
espesso por uma matriz gelatinosa de tecido conjuntivo, a 
geleia cardíaca 
 
 
 
 
 
 
● O tubo endotelial se torna o endocárdio 
● As células mesoteliais do seio venoso se espalham sobre o 
miocárdio formando o epicárdio (pericárdio seroso visceral) 
 
 
 
 
 
 
● Células progenitoras do segundo campo cardíaco 
contribuem para a formação das extremidades arterial e 
venosa do coração em desenvolvimento que estão fixadas 
pelos arcos faríngeos e pelo septo transverso, 
respectivamente. 
- O tronco arterioso está cranialmente contínuo ao saco 
aórtico, do qual surgem as artérias dos arcos faríngeos 
- O seio venoso recebe as veias umbilical, vitelina e cardinal 
comum do córion, vesícula umbilical e embrião, 
respectivamente 
► Com o dobramento ventral do embrião o tubo cardíaco vai 
ganhando sua posição final 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Assim, o coração e a cavidade pericárdica se tornam ventrais 
ao intestino anterior e caudais à membrana bucofaríngea 
Simultaneamente, o coração tubular se alonga e desenvolve 
dilatações e constrições alternadas: o bulbo cardíaco 
(composto do tronco arterioso, do cone arterioso e do cone 
cardíaco), ventrículo, átrio e seio venoso. 
 
O tronco arterioso está cranialmente contínuo ao saco 
aórtico, do qual surgem as artérias dos arcos faríngeos 
O seio venoso recebe as veias umbilical, vitelina e cardinal 
comum do córion, vesícula umbilical e embrião, 
respectivamente 
 
 
 
● O coração tubular sofre um giro destro (mão direita) 
aproximadamente nos dias 23 a 28, formando uma alça D em 
forma de U (alça bulboventricular) que resulta em um coração 
com seu ápice voltado para a esquerda. 
Esse dobramento faz com que o bulbo e o ventrículo venham 
para frente e para baixo (dobramento ventro-caudal) e o 
atrio e o seio venham para trás e para cima (dobramento 
dorso-cefálico) 
- O bulbo cresce mais rápido e o coração cresce dentro de 
uma cavidade, fica sem espaço e dobra 
O fator de transcrição homeobox (Pitx2c) é expresso no 
campo cardíaco esquerdo em formação e tem um papel 
importante no padrão esquerda-direita do tubo cardíaco 
durante a formação da alça cardíaca 
 
 
Conforme o coração primitivo se inclina, o átrio e o seio 
venoso ficam dorsal ao tronco arterioso, bulbo cardíaco e 
ventrículo. Nesse estágio, o seio venoso desenvolveu 
expansõeslaterais, cornos dos seios direito e esquerdo 
Inicialmente o coração está suspenso da parede dorsal por 
um mesentério (camada dupla de peritônio), o mesocárdio 
dorsal. A porção central do mesentério logo se degenera, 
formando uma comunicação, o seio pericárdico transverso, 
entre os lados direito e esquerdo da cavidade pericárdica. 
Agora o coração está aderido somente às suas extremidades 
cranial e caudal. 
- Na 4ª semana o fluxo sanguíneo pelo coração é unidirecional 
e segue do seio venoso para o tronco arterioso 
 
 
 
 
 
 
 
► Septações cardíacas: 
Lembra que as células do miocárdio (cardiomiócitos) sintetizam 
a geleia, então essa geleia é essencial para a septação do 
coração, pois através dela vão surgir os coxins endocárdicos 
● Divisão do canal atrioventricular: 
- Os coxins endocárdicos vão se formar nas paredes dorsal 
e ventral do canal AV, eles se desenvolvem da geleia cardíaca 
e de células da crista neural, os coxins se aproximam e se 
fundem formando o canal AV. Esses canais separam 
parcialmente o átrio primitivo do ventrículo primitivo, e os 
coxins endocárdicos funcionam como valvas AV 
 
 
 
 
 
Os coxins AV transformados contribuem para a formação 
das valvas e do septo membranoso do coração. 
OBS: as valvas septais originam-se dos coxins endocárdicos 
enquanto as valvas murais vão ter origem mesenquimal 
● Septação do átrio: 
Iniciando ao final da quarta semana, o átrio primitivo é dividido 
em átrio direito e esquerdo pela formação de, e subsequente 
modificação e fusão, dois septos: septum primum e septum 
secundum 
- Septum primum: fina membrana que cresce em direção aos 
coxins endocárdicos no assoalho do átrio primitivo, divide 
parcialmente o átrio primitivo em esquerdo e direito 
Nele tem o forame primum que possibilita a passagem do átrio 
direito pro esquerdo 
 
O forame primum vai fechando mas começa a surgir 
perfurações no centro do septo por apoptose (origem do 
foramem secundum) 
 
 
- Septo secundum: formado depois do primum, é um septo 
mais robusto 
Cresce a partir da parede muscular que se espessa 
ventrocranialmente no átrio direito de forma adjacente ao 
septum primum, se sobrepõem o forame primum e secundum 
 
Forma o forame oval que fecha anatomicamente os átrios, 
mas não fecha funcionalmente, assim o sangue do átrio direito 
ainda consegue passar para o esquerdo 
 
A porção cranial do septum primum, inicialmente aderido ao 
assoalho do átrio esquerdo, desaparece gradualmente. A 
parte remanescente do septum, aderida aos coxins 
endocárdicos fundidos, forma a valva do forame oval em 
formato de aba 
 
 
Após o nascimento, o forame oval se fecha funcionalmente, 
pois a pressão no átrio esquerdo é maior que àquela no átrio 
direito. Com aproximadamente 3 meses, a valva do forame 
oval se funde com o septum secundum, formando a fossa 
oval. Como resultado, o septo interatrial se torna uma divisão 
completa entre os átrios. 
► Alterações no seio venoso: 
Inicialmente, o seio venoso se abre no centro da parede dorsal 
do átrio primitivo, e seus cornos direito e esquerdo são 
aproximadamente do mesmo tamanho. 
O aumento progressivo do corno direito resulta de dois 
desvios de sangue da esquerda para a direita: 
- Da transformação das veias vitelínicas e umbilicais 
- Anastomose das veias cardinais anteriores que desviam o 
sangue da esquerda para a direita formando a braquiocefálica 
esquerda 
 
Assim o seio venoso direito é maior que o esquerdo 
● O corno direito do seio venoso vai receber o sangue da veia 
cava superior e inferior e uma parte desse corno é 
incorporado a parede posterior do átrio direito (Por ser 
derivado do seio venoso, a porção lisa da parede do átrio 
direito é chamada de sinus venarum do átrio direito) 
 
É um tecido de transição entre os vasos e a parede cardíaca 
● Já o corno esquerdo se transforma no seio coronário 
 
E a aurícula é formado do átrio primitivo 
► Veia pulmonar e formação do átrio esquerdo: 
Boa parte do átrio esquerdo é formado pela parede da veia 
pulmonar, assim a maior parte da parede do átrio esquerdo 
é lisa. 
Conforme o átrio se expande, a veia pulmonar primitiva e seus 
ramos principais são incorporados à parede do átrio esquerdo. 
Como resultado, quatro veias pulmonares são formadas 
A aurícula esquerda é formada do átrio primitivo 
 
 
 
 
 
 
 
► Septação do ventrículo primitivo: 
A maior parte desse septo é muscular (miócitos (músculos) 
dos ventrículos primitivos esquerdo e direito contribuem para 
a formação da porção muscular do septo interventricular) 
Inicia seu crescimento no assoalho do ventrículo próximo ao 
ápice, cresce de caudal para cranial 
 
 
 
 
 
 
Inicialmente cresce pela própria dilatação dos ventrículos, mas 
depois começa uma proliferação ativa dos mioblastos no septo 
O forame geralmente se fecha ao final da sétima semana 
conforme as cristas bulbares se fundem com os coxins 
endocárdicos 
O fechamento do forame interventricular e a formação da 
porção membranosa do septo interventricular resultam da 
fusão de tecidos de três fontes: a crista bulbar direita, a 
crista bulbar esquerda e o coxim endocárdico 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Após o fechamento do forame interventricular e a formação 
da porção membranosa do septo interventricular, o tronco 
pulmonar ainda está em comunicação com o ventrículo direito 
e a aorta se comunica com o ventrículo esquerdo 
► Septação do bulbo cardíaco e do tronco arterioso: 
Durante a quinta semana, a proliferação ativa de células 
mesenquimais da crista neural nas paredes do bulbo cardíaco 
resulta na formação das cristas bulbares 
E nas paredes do tronco arterioso resulta nas cristas 
troncais, formando um septo que vai sofrer uma rotação 
 
 
 
 
 
As cristas bulbar e troncal sofrem uma rotação de 180 graus 
em espiral. A orientação espiral das cristas, causada em parte 
pelo fluxo sanguíneo dos ventrículos, resulta na formação de 
um septo aorticopulmonar espiral quando as cristas se 
fundem. Esse septo divide o bulbo cardíaco e o tronco 
arterioso em dois canais arteriais, a aorta ascendente e o 
tronco pulmonar. Devido à espiralização do septo 
aorticopulmonar, o tronco pulmonar gira ao redor da aorta 
ascendente 
 
 
 
 
 
 
- O bulbo cardíaco origina a aorta ascendente 
- O tronco arterioso origina o tronco pulmonar 
► Desenvolvimento das valvas cardíacas: 
Quando a divisão do tronco arterioso está quase completa as 
valvas semilunares começam a se desenvolver a partir de 
três brotamentos do tecido subendocárdico ao redor dos 
orifícios da aorta e do tronco pulmonar. 
 
 
 
 
 
Células da crista neural precursoras cardíacas também 
contribuem com esse tecido. 
Esses brotamentos sofrem cavitação e são remodelados 
para formar três cúspides de parede delgada 
 
 
 
 
As valvas atrioventriculares (valvas tricúspide e mitral) se 
desenvolvem de forma similar a partir de proliferações 
localizadas de tecidos ao redor dos canais AV. 
Sistema de condução cardíaco 
O átrio atua como o marca-passo temporário do coração, 
porém o seio venoso logo assume essa função. O nó SA se 
desenvolve durante a quinta semana. O nó está localizado na 
parede direita do seio venoso, porém ele é incorporado à 
parede do átrio direito com o seio venoso 
Após a incorporação do seio venoso, as células de sua parede 
esquerda são encontradas na base do septo interatrial, 
anterior à abertura do seio coronário. Unidas às células da 
região AV, elas formam o nó e o feixe AV, que estão 
localizados superior aos coxins endocárdicos. 
Derivados das artérias do arco faríngeo: 
Os arcos faríngeos se formam aproximadamente durante a 
4-5ª semana, eles são abastecidos pelas artérias dos arcos 
faríngeos (essas artérias surgem do saco aórtico e terminam 
na aorta dorsal) 
Células da crista neural se separam em camadas do tubo 
neural e contribuem para a formação do trato de saída do 
coração e para as artériasdo arco faríngeo. Inicialmente, as 
aortas dorsais pareadas correm através de todo o 
comprimento do embrião. Posteriormente, as porções caudais 
das aortas se fundem para formar uma única aorta 
torácica/abdominal inferior. 
 
 
Conforme os arcos faríngeos se desenvolvem durante a 
quarta semana, eles são irrigados pelas artérias dos arcos 
faríngeos do saco aórtico 
Células mesodérmicas migram dos arcos para o saco aórtico, 
conectando as artérias dos arcos faríngeos ao trato de saída 
Embora, geralmente, seis pares de artérias do arco 
desenvolvam-se (pq são seis arcos faríngeos), elas não estão 
presentes ao mesmo tempo. No momento que o sexto par de 
artérias do arco foi formado, os primeiros dois pares 
desapareceram 
 
 
 
 
 
 
● Padrão inicial dos arcos faríngeos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Parte do arco da aorta do 4º arco 
 
► 1º arco faríngeo: 
A maior parte desaparece, mas pode formar as artérias 
maxilares e as carótidas externas 
► 2º arco faríngeo: 
A maior parte degenera, mas a parte dorsal que persiste 
forma as artérias estapédicas (importantes para a orelha 
média) 
► 3º arco: 
- As porções proximais dessas artérias formam as artérias 
carótidas comuns 
- As porções distais dessas artérias unem-se a aorta dorsal 
para formar as artérias carótidas internas 
► 4º arco: 
● Lado esquerdo forma parte do arco da aorta 
 
 
 
Forma a parte proximal da artéria subclávia direita (a parte 
distal já não é do 4º arco, se forma a partir da aorta dorsal 
direita e da sétima artéria intersegmentar direita → 
também forma toda a artéria subclávia esquerda 
► 5º arco: 
50% das pessoas degenera, nos outros 50% não se 
desenvolve 
► 6º arco: 
● Esquerda: parte proximal → artéria pulmonar esquerda, 
parte distal → ducto arterioso (passa da artéria pulmonar 
para a aorta) 
● Direita: parte proximal → artéria pulmonar direita e a 
parte distal degenera 
 
 
Essa característica do 6º par de artérias do arco faríngeo 
vai promover uma mudança na posição do nervo faríngeo 
● Como no lado direito a parte distal degenera, não vai ter 
nada que impeça e esse nervo vai subir, formando uma alça 
ao redor do arco da aorta e sobe em direção a laringe 
● Na esquerda esse nervo laríngeo vai formar a alça ao redor 
do ducto arterioso (na fase adulto o nervo fica ao redor do 
ligamento arterioso e do arco da aorta) 
Artérias intersegmentares: 
- As artérias intersegmentais são ramos da aorta dorsal, são 
mais de 30 ramos que transportam sangue para os somitos 
e seus derivados 
A parte proximal da aorta se desenvolve do saco aórtico 
e a parte distal da aorta dorsal esquerda, a média vai se 
desenvolver da artéria do 4º arco esquerdo 
● Na região cervical: esses ramos se unem para formar uma 
artéria de cada lado → artéria vertebral 
● Na região torácica: artérias intercostais 
● Abdome: artérias lombares, mas o 5º par de artérias 
intersegmentares se torna as ilíacas comuns 
● Sacral: artérias sacrais laterais 
Circulação fetal e neonatal: 
No período fetal os pulmões do bebê NÃO fazem troca 
gasosa, assim os vasos pulmonares estão em 
vasoconstricção, depois que o bebê nasce (pós-natal) vão 
ocorrer modificações, pois agora o pulmão vai fazer a 
hematose 
► 3 estruturas importantes: 
● Ducto venoso: conecta a veia umbilical a veia cava inferior 
no fígado 
● Forame oval: abertura entre os dois átrios para o sangue 
oxigenado passar para o lado esquerdo e ir para o corpo 
● Ducto arterioso: desvio da artéria pulmonar para a aorta 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- Sangue altamente oxigenado, rico em nutrientes, chega 
através da placenta e vai para a veia umbilical 
- No fígado metade do sangue se desvia pelo ducto venoso e 
vai desembocar na veia cava inferior (sem passar pelo fígado) 
- A outra metade vai oxigenar o fígado, através das veias 
hepáticas 
 
- Da veia cava inferior o sangue entra no átrio direito do 
coração (menos oxigenado que o sangue da veia umbilical, pois 
ela já carrega sangue dos membros inferiores) 
- Desse sangue que chega, a maioria é desviada pela crista 
dividens através do forame oval para o átrio esquerdo (se 
mistura com um pouco de sangue pobre em oxigênio vindo dos 
pulmões) 
 
O sangue segue essa direção pela pressão no átrio direito 
sem bem maior que a do esquerdo 
- Uma outra porção desse sangue cai no ventrículo esquerdo 
e vai para os pulmões através da artéria pulmonar (só pra 
oxigenar o pulmão) 
- A maior parte do fluxo do tronco pulmonar sofre um desvio 
pelo ducto arterioso e cai diretamente na aorta (proteger o 
sistema pulmonar de uma sobrecarga de volume, já que ele 
não está fazendo sua função de oxigenação do sangue ainda) 
- O sangue pobre em oxigênio vai para as artérias umbilicais 
e chega na placenta 
► Circulação neonatal: 
Agora o pulmão é o responsável pela troca gasosa e a 
circulação através da placenta é interrompida 
A oclusão da circulação placentária vai causar uma diminuição 
imediata na pressão sanguínea na VCI e no átrio direito. 
Juntamente com a elevação acentuada do fluxo sanguíneo 
pulmonar 
- A elevada pressão no átrio esquerdo fecha funcionalmente 
o forame oval, pressionando a valva do forame contra o 
septum secundum 
OBS: A parede ventricular direita é mais espessa que a 
parede ventricular esquerda em fetos e neonatos, pois o 
ventrículo direito trabalha mais no útero. Ao final do primeiro 
mês, a parede ventricular esquerda está mais espessa que a 
parede ventricular direita, pois o ventrículo esquerdo está 
trabalhando mais agora 
- Ducto arterioso se fecha logo após o nascimento (3 dias) 
- Fechamento dos vasos umbilicais (artérias e veia) 
● Veia umbilical → ligamento redondo do fígado 
● Ducto venoso → ligamento venoso 
● Ducto arterial → ligamento arterial 
 
 
 
 
● Artérias umbilicais → ligamentos umbilicais médios 
● Forame oval → fossa oval 
O septum primum forma o assoalho da fossa oval. A margem 
inferior do septum secundum forma uma prega redonda, à 
margem da fossa oval (limbus fossa ovalis), que marca o limite 
do forame oval. 
Defeitos congênitos: 
► Coarctação da aorta: 
Constrição na luz da aorta, obstruindo a passagem do fluxo 
sanguíneo (normalmente fica após a subclávia esquerda, na 
entrada do ducto arterioso). Pode estimular o desenvolvimento 
de circulação colateral 
 
► Alguns DCCs (defeitos congênitos do coração) são 
causados por um único gene ou mecanismos cromossômicos. 
Outros defeitos resultam da exposição a teratógenos, como 
o vírus da rubéola, entretanto, em muitos casos a causa é 
desconhecida. Acredita-se que a maioria dos DCCs seja 
causada por múltiplos fatores genéticos e ambientais 
OBS: A tecnologia de imagem, como a ecocardiografia 
bidimensional em tempo real, permite a detecção precoce de 
DCCs fetais precocemente, como 16 semanas. 
► Dextrocardia: 
Se o tubo cardíaco embrionário se dobra para a esquerda em 
vez da direita, o coração é deslocado para a direita e o 
coração e seus vasos são revertidos da esquerda para a 
direita como em uma imagem em espelho de sua configuração 
normal. 
 
► Ectopia cardíaca: coração em uma localização anormal 
Shunt da direita para a esquerda: 
► Atrial: se dá na presença de defeito no septo atrial, leva 
a um aumento do volume das cavidades direitas, com ectasia 
do tronco e das artérias pulmonares 
Existem quatro tipos de DSA clinicamente significativos: 
defeito do ostium secundum, defeito do coxim endocárdico 
com defeito do ostium primum, defeito do seio venoso e do 
átrio comum. 
► Defeito no septo ventricular: O fechamento incompleto do 
forame interventricular resulta da falha no desenvolvimento 
da parte membranosa do septo interventricular. Isso resulta 
da falha de crescimento de uma extensão do tecido 
subendocárdico do lado direito do coxim endocárdico e se 
funde ao septo aórtico pulmonar e a porção muscular do 
septo interventricular 
► Tronco arterioso persistente: 
O tronco arteriosopersistente resulta da falha no 
desenvolvimento normal da crista troncal e do septo aortico 
pulmonar em dividir o tronco arterioso em aorta e tronco 
pulmonar. Um único tronco arterial, o tronco arterioso, 
origina-se do coração e abastece as circulações sistêmica, 
pulmonar e coronária 
 
► A divisão desigual do tronco arterioso resulta quando a 
divisão do tronco arterioso superior às valvas é desigual. Uma 
das grandes artérias é grande e a outra é pequena. 
 
► Septo aórtico: 
O defeito do septo aortico pulmonar é uma condição rara na 
qual há uma abertura (janela aórtica) entre a aorta e o tronco 
pulmonar próximo à valva aórtica. O defeito aortico pulmonar 
resulta de um defeito localizado na formação do septo aortico 
pulmonar 
► Tetralogia de Fallot: 
É um grupo clássico de quatro defeitos cardíacos 
• Estenose da artéria pulmonar (obstrução do fluxo de saída 
ventricular direito). 
• Defeito do septo ventricular. 
• Dextraposição da aorta (substituição ou sobreposição da 
aorta). 
• Hipertrofia ventricular direita. 
- A cianose (oxigenação deficiente do sangue) é um sinal, mas 
não está presente logo após o nascimento 
A tetralogia resulta quando a divisão do tronco arterioso é 
desigual e o tronco pulmonar é estenosado

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