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► O sistema tegumentar é composto pela pele e seus anexos ► A pele é formada por duas camadas: ● Epiderme: tecido epitelial de superfície que é derivado do ectoderma embrionário de superfície. ● Derme: subjacente à epiderme, é uma camada profunda, composta de tecido conjuntivo denso não modelado que é derivado do mesênquima → mesoderma. Epiderme ● Inicialmente tem-se uma camada única de células ectodérmicas de superfície que vão começar a se proliferar, formando um epitélio estratificado dividido em: periderme e camada basal - As células da periderme sofrem contínua queratinização (formação de queratina ou desenvolvimento de camada córnea) e descamação (desprendimento de cutícula, a camada externa e fina), e elas são substituídas por células oriundas da camada basal. ● Camada basal → Estrato germinativo formam a camada intermediária OBS: a proliferação do estrato germinativo forma as cristas epidérmicas ● Periderme → Estrato córneo A pele madura é composta pelas 5 camadas: córnea, lúcida, granulosa, espinhosa e basal ● Melanócitos: As células da crista neural migram para o mesênquima da derme em desenvolvimento e se diferenciam em melanoblastos (células derivadas da crista neural). Essas células migram para a junção dermoepidérmica e se diferenciam em melanócitos Sistema Tegumentar Joyce Lima As células peridérmicas descamadas formam parte de uma substância branca gordurosa (vernix caseosa) que recobre a pele do feto. Durante o período fetal, a vernix protege a pele em desenvolvimento de exposição constante ao líquido amniótico com seu alto conteúdo de urina, sais biliares e células mortas. A vernix gordurosa também facilita o nascimento do feto. As impressões digitais são resultado das cristas epidérmicas que produzem sulcos na superfície das palmas e solas incluindo mãos e pés (o padrão de cada uma é determinado geneticamente) Derme ● A derme se desenvolve a partir do mesênquima, que é derivado do mesoderma subjacente ao (abaixo do) ectoderma de superfície A maior parte do mesênquima que se diferencia em tecido conjuntivo da derme se origina do mesoderma lateral; no entanto, parte dele é derivado dos dermátomos dos somitos - Na 11ª semana, as células do mesênquima (fibroblasto) começam a produzir fibras colágena e elástica do tecido conjuntivo ● Conforme as cristas vão se formando as papilas dérmicas também se formam. Vasos sanguíneos e fibras nervosas vão aparecer nas papilas para suprir a epiderme No final do primeiro trimestre, a organização vascular principal da derme fetal está estabelecida OBS: É na derme que estão os anexos cutâneos ► Ictiose: é o termo geral que é aplicado a um grupo de distúrbios da pele resultantes de uma excessiva queratinização da pele. A pele é caracterizada por ressecamento e descamação, que podem envolver toda a superfície do corpo. ► Albinismo: No albinismo generalizado, que é uma condição autossômica recessiva, a pele, os pelos e a retina não possuem pigmentação; no entanto, a íris geralmente apresenta alguma pigmentação. O albinismo ocorre quando os melanócitos não produzem melanina por falta da enzima tirosinase ou outras enzimas pigmentares Glândulas sebáceas: ► Derivada da ectoderma (epitélio de superfície) que vai sofrer uma invaginação no mesoderma e se especializar para sua função ● Se desenvolve na parte lateral da bainha epidérmica radicular do folículo piloso Esses brotos de invaginação invadem o tecido conjuntivo dérmico e se ramificam formando os primórdios de diversos alvéolos com seus ductos associados As células centrais dos alvéolos se rompem formando uma substância oleosa (sebo), essa secreção é liberada nos folículos pilosos e passa para a superfície da pele ● Nos locais que não tem folículo elas se desenvolvem normalmente como invaginação dos brotos celulares da epiderme sobre a derme A secreção dos ácinos é do tipo holócrina Glândulas sudoríparas: Existem dois tipos, ambas vão ser originadas da invaginação da ectoderma → se desenvolvem como brotos celulares da epiderme que crescem no mesênquima subjacente ► Glândulas écrinas: Localizadas em quase todo o corpo ● Cresce e sofre um enovelamento na sua parte mais distal formando assim a parte secretora da glândula sudorípara - As células em desenvolvimento formam os primórdios dos ductos sudoríparos, sendo que as células centrais do ducto vão se degenerar formando o lúmen ● Ainda, tem-se o surgimento de células mioepiteliais que auxiliam na liberação do suor. ► Glândulas apócrinas: ● Se desenvolvem a partir invaginações do estrato germinativo da epiderme. Como resultado, os ductos dessas glândulas não se abrem para a superfície da pele como o fazem as glândulas sudoríparas écrinas, mas nos canais dos folículos pilosos superficiais à entrada dos ductos das glândulas sebáceas. - Localizada somente na axila, genitália, períneo e aréolas - A secreção pelas glândulas sudoríparas apócrinas é influenciada por hormônios por isso não se inicia até a puberdade. Glândulas mamárias: ● São um tipo de glândulas sudoríparas modificadas e altamente especializadas. O desenvolvimento da glândula é similar em embriões dos sexos masculino e feminino. ● A primeira evidência do desenvolvimento mamário aparece na quarta semana quando as cristas mamárias se desenvolvem ao longo de cada lado da superfície ventral do embrião. Essas cristas se estendem da região axilar (axila) à região inguinal. As cristas geralmente desaparecem, com exceção das partes no local das futuras mamas OBS: Isso abre espaço para o surgimento de glândulas acessórias que surgem principalmente na região axilar, mas também pode surgir nas outras como um remanescente dos brotos da crista mamária. ● Broto mamário primário é aquele que vai sofrer a primeira invaginação da ectoderma em direção ao mesoderma, ele se ramifica dando origem aos brotos mamários secundários, essas ramificações vão formar os ductos lactíferos (15-19 canais) que depois se canalizam desembocando na papila da aréola O complexo aréola-papilar vai ser originado da fosseta mamária que é uma especialização da ectoderma - Os mamilos não estão completamente formados e são deprimidos em neonatos. Logo após o nascimento, os mamilos geralmente se erguem das fossetas mamárias em função da proliferação do tecido conjuntivo que circunda a auréola ● O tecido conjuntivo fibroso e a gordura na glândula mamária se desenvolvem a partir do mesênquima circundante OBS: Na puberdade o estímulo de estrogênio vai promover o crescimento da mama ► Ginecomastia: Refere-se ao desenvolvimento dos ductos lactíferos rudimentares no tecido mamário masculino. Durante a puberdade, aproximadamente dois terços dos meninos desenvolvem diversos graus de hiperplasia (aumento) das mamas. Resultado da diminuição na razão entre testosterona e estradiol. Essa condição está presente em grande parte dos meninos com síndrome de Klinefelter ► Ausência dos mamilos ou mamas: A ausência de mamilos (atelia) ou mamas (amastia) pode ocorrer bilateralmente ou unilateralmente. Esse raro defeito congênito resulta de falha no desenvolvimento ou desaparecimento das cristas mamárias ou dos brotos. ► Aplasia: Desenvolvimento incompleto do órgão As mamas femininas após a puberdade frequentemente são de certa forma diferentes em tamanho. Mas diferenças grandes são vistas como anomalias porque ambas as glândulas foram expostas aos mesmos hormônios durante a puberdade. Muitas vezes, nesses casos, há desenvolvimento rudimentar associado a músculos da parede torácica, geralmente os músculos peitorais maiores ► Mamas e mamilos supranumerários: Uma mama extra (polimastia) ou mamilo (politelia) ocorre em aproximadamente 0,2% a 5,6% da população feminina É uma condição hereditária. Uma mama ou um mamilo extrageralmente se desenvolvem logo abaixo da mama normal. Mamilos supranumerários também são relativamente comuns em meninos, são frequentemente confundidos com sinais de nascença. De forma menos frequente, mamas ou mamilos supranumerários aparecem nas regiões axilares e abdominal de meninas. Nessas regiões, mamilos e mamas se desenvolvem a partir de brotos extramamários que se desenvolvem de remanescentes das cristas mamárias. Usualmente se tornam mais evidentes em mulheres quando estão grávidas. Aproximadamente um terço das pessoas afetadas apresentam dois mamilos ou mamas extras. Pelos Os pelos começam a se desenvolver cedo no período fetal (9- 12 semanas), mas eles não se tornam facilmente reconhecíveis até aproximadamente a 20ª semana ● Os folículos pilosos surgem como proliferações do estrato germinativo da epiderme e se estendem na derme subjacente Broto piloso → Bulbo piloso → Raiz do pelo → Papila → Haste do pelo ● Os primeiros pelos que aparecem são chamados de lanugo (penugem). Esses pelos ajudam a manter a vernix caseosa, que cobre e protege a pele do feto. ● Os melanoblastos migram para os bulbos dos pelos e se diferenciam em melanócitos (células produtoras de pigmento) A melanina produzida por essas células é transferida para as células formadoras de pelos na matriz germinativa várias semanas antes do nascimento. O conteúdo relativo de melanina é responsável pelas diferentes cores dos pelos. ● Os músculos eretores dos pelos, pequenos feixes de fibras de músculo liso, se diferenciam a partir do mesênquima que circunda os folículos pilosos e se prendem às bainhas radiculares dérmicas dos folículos pilosos e à camada papilar da derme ► Hipertricosis: excesso de pelos devido a abundância de folículos pilosos ► Alopecia: ausência de pelos (normalmente associada a alterações em outros derivados de origem ectodermica Unhas ● As unhas dos pés e das mãos começam a se desenvolver nas pontas dos dedos na 10ª semana, aproximadamente IMPORTANTE: O desenvolvimento das unhas das mãos precede o das unhas dos pés por aproximadamente 4 semanas (As unhas dos dedos das mãos atingem a ponta dos dedos na 32 sdg, dos pés 36 sdg.) Unhas que não atingiram a extremidade dos dedos podem indicar prematuridade. - Campos ungueais: primórdio da unha que aparece na ponta do dedo - Em volta surgem pregas ungueais na região proximal e lateral. A prega ungueal proximal é responsável pela queratinização → a unha. Essa unha vai crescendo de modo proximal para distal ao longo de todo o leito ungueal ● A princípio, a unha em desenvolvimento é coberta por uma estreita faixa de epiderme, o eponíquio (camada córnea da epiderme). Mais tarde esse degenera, expondo a unha, com exceção de sua base, onde persiste como cutícula. A cutícula da unha é uma fina camada da superfície profunda da prega ungueal proximal (eponíquio). A pele sob a margem livre da unha é o hiponíquio Referência: MOORE, Keith L.; PERSAUD, T. V. N.; TORCHIA, Mark G. Embriologia clínica. 10. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016.
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