Bion e a teoria dos grupos

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27/10/2021 
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Teoria de Bion sobre grupos 
Bion e a teoria dos 
“pressupostos básicos” de grupos 
Teoria de Bion sobre grupos 
As primeiras experiências de Bion (1897-1979) com 
grupos foi enquanto psiquiatra militar inglês durante a 
2º Guerra Mundial. 
Bion estava encarregado de um hospital de cerca de 
400 homens onde era impossível trabalhar com 
abordagens psicoterapêuticas individualizadas. 
Durante seus experimentos, que eram de deixar os 
soldados se auto-organizarem em grupos, percebeu a 
constituição de um “espírito de corpo”. 
Teoria de Bion sobre grupos 
Mentalidade de grupo: 
 
“Expressão unânime da vontade do grupo, uma 
expressão de vontade para a qual os indivíduos 
contribuem anonimamente.” ( BION, p. 51). 
Um dos termos que Bion utiliza para definir a 
mentalidade dos grupos é “padrão de comportamento” 
(pattern of behavior). 
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Depois da Segunda Guerra Bion ocupou-se da 
readaptação à vida civil dos veteranos e de antigos 
prisioneiros de guerra. 
Desenvolveu psicoterapia de grupo que tinha como 
objetivo “ procurar a compreender as tensões que se 
manifestam entre seus integrantes durante as sessões.” 
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1º Nível: 
Da tarefa comum: é racional e consciente. 
Todo grupo tem uma tarefa que ele mesmo se dá, seu êxito 
depende da análise correta da realidade exterior, da 
distribuição e coordenação ordenada dos papéis no interior 
do grupo, da regulação das ações por meio da busca das 
causas de êxitos e fracassos e da articulação relativamente 
homogênea de meios e objetivos. 
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2º Nível: 
dos processos psíquicos primários: 
Bion chegou a conclusão que a cooperação consciente 
entre os membros do grupo, necessário para o êxito de suas 
atividade, exige uma circulação emocional e fantasmática 
inconsciente entre eles. 
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Pressupostos Básicos 
 
 Estados afetivos arcaicos, pré-genitais e são 
encontrados em estado puro nas psicoses. 
Os grupos combinam-se e funcionam de forma 
instantânea e involuntária a partir destes estados 
afetivos; 
 São considerados reações defensivas às ansiedades 
psicóticas, reativadas pelo dilema do indivíduo 
dentro do grupo e pela regressão que esse dilema 
lhe impõe. 
 
 
 
 
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Pressupostos Básicos (basic assumptions) 
 
Nível emocional primitivo que coexiste com outro 
nível de funcionamento que é o grupo de trabalho. 
 Verdadeiros organizadores grupais, reguladores 
implícitos dos comportamentos grupais. 
 Regulam a ação dos indivíduos no grupo. 
Organizam, por exemplo, a escolha de um 
determinado tipo de líder. 
 
 
 
 
Teoria de Bion sobre grupos 
Formulação original de Bion 
 
A cooperação consciente entre os membros do grupo, 
necessária para o êxito em suas tarefas, exige a 
circulação fantasmática inconsciente entre eles a ponto 
de a cooperação poder se regulada ou paralisada por 
essa circulação fantasmática inconsciente. 
 
 
 
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Tipos de pressupostos básicos 
 
 de dependência: implica a crença coletiva de que o 
grupo está reunido para que alguém, do qual este 
depende de forma absoluta, providencia a satisfação 
de todas as suas necessidades e desejos. 
 Função protetora de segurança; 
O poder do líder do grupo decorre não da ciência, 
mas da magia. 
 
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Tipos de pressupostos básicos 
 
 “Bion (1975) acredita que as pessoas aceitam estar 
em um grupo de dependência para ‘evitar 
experiências emocionais peculiares aos grupos de 
acasalamento e de luta-fuga’ (p. 72).” 
(SAMPAIO, 2002, p. 284) 
Teoria de Bion sobre grupos 
Tipos de pressupostos básicos 
 
 “estamos reunidos para lutar com alguma coisa ou 
dela fugir”. 
 ataque e fuga: consiste na convicção grupal de que 
existe um inimigo e que é necessário atacá-lo ou 
fugir dele, na medida em que a única atividade 
defensiva ante esse objeto é sua destruição (ataque) 
ou evitação (fuga). 
Os membros do grupo estão tomados pela sensação 
de que a adesão do grupo é um fim em si mesmo. 
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Tipos de pressupostos básicos 
 
 Acasalamento: crença coletiva e inconsciente segundo o 
qual um fato futuro ou um ser não nascido resolverá seus 
problemas; 
 esperança tipo messiânica. 
 Estado emocional mais investido na ideia de futuro do 
que na de presente. 
 “Bion entende que esta ‘salvação’ é, na verdade, dos 
sentimentos de ódio, destrutividade e desespero com 
relação ao seu próprio grupo ou a outro (daí a referência 
ao messias).” 
(SAMPAIO, 2002, p. 285) 
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Instituições típicas: 
 
Igreja: um grupo especializado de trabalho sujeita à 
interferência de fenômenos de grupo de dependência. 
 
Exército: um grupo especializado de trabalho sujeita à 
interferência de grupo de luta-fuga. 
 
Aristocracia: um grande grupo mobilizado por 
fenômenos de acasalamento. 
 
 
 
 
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Grupo de trabalho e pressupostos básicos coexistem, 
determinando um conflito recorrente no grupo. 
Os pressupostos básicos predominantemente orientam 
a mentalidade grupal e explicitam a cultura do grupo 
em determinada situação. 
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“O terapeuta de grupo vai interpretando as 
manifestações da mentalidade de grupos à medida que 
elas se manifestam, evitando ocupar o lugar de líder 
que seria desejado pelo grupo influenciado por um 
padrão de comportamento. 
Ele deve lidar com emoções desagradáveis, algumas 
vezes agressivas, que surgem.” 
(SAMPAIO, p. 287) 
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REFERÊNCIAS 
 
BION, W. R. Experiências com grupos. 2. ed., trad. W. I. Oliveira). Rio 
de Janeiro: Imago; São Paulo: EDUSP, 1975. 
 
FREUD, S.. A psicologia de grupo e a análise do ego. In: Edição 
Eletrônica Brasileira das Obras Completas de Sigmund Freud. Rio de 
Janeiro: Imago, 1969 /1921. 
 
SAMPAIO, J. R. A “dinâmica de grupos” de Bion e as organizações de 
trabalho. Psicologia USP, 2002, v. 13, n.2, p; 277-291.