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Resumo: LIBRAS – AP1 – 2020.1 ➢ Texto 1: Roteiro para o filme Sou surda e não sabia. Sinopse: Por anos, Sandrine não sabia que era surda de nascença. Filha de pais ouvintes, frequentou a escola regular, e lá se perguntava como os outros compreendiam o que a professora estava tentando transmitir. O documentário olha para a questão da surdez pela perspectiva de Sandrine e sua história verídica. O filme analisa questões como a utilização de diferentes terminologias, as tecnologias já existentes para o diagnóstico e para acessibilidade de pessoas surdas, a oralização e a língua de sinais na educação de surdos, e ainda levanta a discussão sobre a conveniência do implante coclear. O filme apresenta a surdez a partir da visão de pessoas surdas e opiniões de especialistas no assunto. O trecho inicial se passa numa sala de aula onde o professor introduz os alunos no tema da surdez, fazendo uma reflexão importante sobre a diferença entre ser surdo e ter uma deficiência auditiva. O filme nos conta a história de Sandrine, surda, que relata momentos marcantes de sua vida. Por ser filha de pais ouvintes, foi tratada inicialmente como uma criança ouvinte, apesar de seus pais estranharem algumas de suas atitudes. Durante todo o filme a protagonista conta, com muitos detalhes, as suas lembranças de criança, quando não tinha ainda sido familiarizada com a língua de sinais e apenas observava as expressões de seus pais. Ela relata que depois de procurarem ajuda médica, seus pais descobriram que ela era surda e passaram a tratá-la com um distanciamento que não existia antes ➢ Texto 2: Um pouco da história das diferentes abordagens na educação dos surdos. Oralismo é uma corrente comunicativa muito utilizada na educação dos surdos no século XIX que perdurou até os anos 70. Consiste no ensino da língua materna através da imposição da oralização nos processos de aprendizagem do surdo. Dessa maneira, neste método é proibida qualquer manifestação que se diferencie da fala, como ocorre na comunicação gestual e na utilização de mímicas. Portanto, o surdo deveria utilizar a fala, os vestígios de audição remanescentes, e um comportamento semelhante ao do ouvinte para ser aceito socialmente e finalmente ser curado da surdez através da prática da fala. Devido ao descontentamento referente ao uso do oralismo na educação dos surdos, mais tarde, surgiu a Comunicação Total, que consiste na utilização dos sinais, leitura orofacial, amplificação e alfabeto digital no ensino da língua materna. Sendo assim, nesta corrente comunicativa o surdo tem livre arbítrio para escolher qual manifestação de linguagem lhe é mais adequada para comunicar-se socialmente. Visto que esta foi uma corrente que abriu espaço para o que conhecemos hoje como língua de sinais, assim como a autonomia e independência do surdo e sua inserção na sociedade, contudo não foi completamente efetiva devido a superficialidade no ensino de uma ou outra forma de comunicação. Isto é, como o surdo poderia utilizar o mecanismo que mais de identificava ou mesclar duas ou três formas de comunicação, não conseguia se especializar e aprender de maneira profunda sobre alguma forma de linguagem específica. Já a proposta de ensino bilíngue contrapõe-se ao oralismo porque considera a comunicação visual e gestual prioritária no ensino da linguagem. E se diferencia da comunicação total, pois defende fundamentalmente a língua de sinais na educação do surdo, não misturando uma manifestação lingüística com a outra. Nesta corrente, ensina-se primeiramente a língua de sinais e secundariamente a língua dos ouvintes, que pode ser manifesta apenas em sua forma escrita. A proposta de ensino bilíngue traz como benefício a integridade da manifestação visual e gestual expondo a criança surda desde cedo a língua de sinais, aprendendo a sinalizar tão cedo quanto uma criança ouvinte aprende a falar. Assim como o aumento de sua capacidade e competência linguística que o ajudará a aprender também a língua falada, tornando-o bilíngue desde cedo, e também o aumento do desenvolvimento cognitivo linguístico em iguais proporções ao da criança ouvinte, criando uma relação harmoniosa não só com a comunidade surda — forte identificação e melhoria da autoimagem quando consciente do pertencimento a um grupo específico que possui suas maneiras de se comunicar e se relacionar através de língua própria. ➢ Texto 3: Quadro Síntese das Diferentes Abordagens na Educação de Surdos ➢ Texto 4: Etiologia e Classificação da Surdez ➢ Texto 5: Avaliação Auditiva Infantil Sabe-se da importância da audição na comunicação humana e das dificuldades que uma perda auditiva infantil pode acarretar na aquisição da linguagem/fala e, ainda, no desenvolvimento emocional, social e educacional. Para minimizar estas possíveis alterações o ideal seria realizar um diagnóstico precoce de deficiência auditiva que possibilitasse uma intervenção antes dos seis primeiros meses de vida (mais recomendado por volta do terceiro ou quarto mês de vida do bebê). Para tal, a triagem auditiva neonatal universal é indicada pois pode avaliar todos os recém-nascidos e não somente os bebês com algum tipo de risco para perda auditiva. A Triagem Auditiva Comportamental é um instrumento para a avaliação de aspectos da acuidade auditiva e do processamento auditivo em recém nascidos e crianças pequenas, que possibilita observar respostas comportamentais a estímulos sonoros. No Brasil foi criado um KIT SONORO para avaliação de bebês em maternidades. Esta avaliação deve ser realizada em ambiente silencioso (campo livre) e os estímulos devem ser dados em ordem crescente de intensidade, no plano lateral, a uma distância de 20 cm da orelha do bebê, com dois segundos de duração e mantendo-se um intervalo de 30 segundos entre as apresentações. Além da triagem e da avaliação auditiva por meio de observações do comportamento¹ da criança há, também, os exames objetivos. O registro das Emissões Otoacústicas² (EOA) é o método mais utilizado atualmente para a detecção de alterações auditivas de origem coclear. A EOA é um método objetivo, rápido, não invasivo e pode ser realizado em qualquer faixa etária, ressaltando-se sua aplicação em recém-nascidos. O registro das EOA é conhecido, no Brasil, como “Teste da orelhinha”², é indolor, realizado com o bebê dormindo (sono natural) e não tem contraindicações. Normalmente, é feito no segundo ou terceiro dia de vida e consiste na colocação de um fone na orelha do bebê acoplado a um computador que emite sons e recolhe as respostas que a cóclea do bebê produz. ➢ Texto 6: Vygotsky e a questão educacional dos surdos Sobre a surdez, Vygotsky abordou vários aspectos ao longo de seus estudos, analisando-a desde o ponto de vista orgânico até suas consequências para o desenvolvimento cultural das crianças surdas. Para ele a surdez, analisada do ponto de vista do desenvolvimento físico e da formação da criança não provocaria transtornos graves no desenvolvimento geral. O que, segundo o autor, se torna a mais grave complicação para o desenvolvimento cultural desses indivíduos é a “mudez”, a ausência de linguagem, a impossibilidade de dominar um idioma. Para ele, portanto, a surdez é, por excelência, uma deficiência social por excluir o homem da comunicação e separá-lo da experiência social (ibid.,p.66). Por conseguinte, suas idéias sobre a educação de crianças “surdas-mudas”, privilegiaram, inicialmente, a linguagem oral. No início de seus estudos sobre a surdez, Vygotsky entendia a fala como uma maneira de compensação e de possibilidade de inserção do surdo na vida social mas, ao mesmo tempo, criticava a rigorosidade e artificialidade do ensino oral, considerando-o antinatural por contradizer a natureza do surdo e reconhecia que, na prática, o ensino da linguagem oral proporcionava resultados deploráveis.Tais aspectos levaram-no a dizer que o método fônico alemão estava condenado a desaparecer por apoiar-se na repetição mecânica e por ser conveniente para ensinar articulação e pronúncia, mas não para ensinar a falar, proporcionando apenas uma linguagem morta (ibid.,p.97). Vygotsky colocava, então, o problema da educação de surdos como o mais difícil e trágico da pedagogia por se fundamentar na contradição com a natureza da criança e reconhecia, já nesse primeiro estudo, realizado em 1925, “a linguagem dos gestos” como natural para as pessoas surdas (ibid.,p.67). Preconizava, então, a necessidade da elaboração de uma “surdo pedagogia” voltada para a educação social dos surdos através do ensino para o trabalho e de novos métodos para ensinar a criança surda a falar. Por essa razão propôs, no Conselho Estatal Científico, realizado em 1925, a realização de uma pesquisa sobre o desenvolvimento da linguagem de crianças surdas (ibid., 288). ➢ Texto 7: Linguagem e Identidade: a Surde em Questão • Língua de sinais, cultura e identidade Vygotsky (1981, 1984, 1989a, 1989b, 1993) concebe o homem como um ser sociocultural, afirmando que seu desenvolvimento se dá inicialmente no plano intersubjetivo (das relações sociais) e depois no plano intrassubjetivo (envolvendo o processo de internalização). Assim, para Vygotsky, a relação do homem com o mundo não é direta, mas mediada, e as ocorrências de mediação primeiramente vão emergir de outrem e depois vão orientar-se ao próprio sujeito. Portanto, “a dimensão significativa da mediação semiótica é também afirmada quanto à relação do homem consigo próprio” (Góes, 1994, p. 95) e essa relação não é direta, mas mediada pelo signo. Esta afirmação leva à constatação de que o desenvolvimento do reconhecimento do Eu é um processo semiótico, que pressupõe a participação de outras pessoas (visto que a atividade com signos é necessariamente interpessoal). Desse modo, as relações sociais constituem-se por intermédio dos processos semióticos e a construção da identidade só poderá ser examinada considerando-se a dinâmica de significados e sentidos produzidos e interpretados no jogo interativo do sujeito com o outro (Góes, 1998). Dado o papel da linguagem como atividade constitutiva (Franchi, 1977), interessa-nos discutir a relação língua(gem)/identidade, entendendo que o sujeito se constitui como tal à medida que interage com os outros. Parafraseando Geraldi (1996), a língua e o sujeito constituem-se nos processos interativos. “Isto implica que não há um sujeito dado, pronto, que entra em interação, mas um sujeito se completando e se construindo nas suas falas e nas falas dos outros” (idem, ibid., p. 19). Se o vínculo entre a língua e a vida é tão forte como nos diz Bakhtin (1952-1953/1992), afirmando que por meio dos enunciados concretos a língua penetra na vida e vice-versa, o que acontecerá à criança surda filha de pais ouvintes, que costuma ter pouca participação nas práticas sociais mediadas pela língua de sinais? De acordo com Souza (1998), mesmo os surdos oralizados passam a fazer uma leitura de mundo somente a partir do uso da língua de sinais e, antes disso, suas possibilidades de participa r ativamente com e na comunidade ouvinte são bastante reduzidas. Disso decorre uma identidade “fragmentada”: o surdo que não domina a língua de sinais não se identifica com o grupo de surdos, tampouco se identifica com o mundo ouvinte, pois lhe falta vivência na língua majoritária que, de certa forma, sempre esteve pautada em exercícios e práticas artificiais (língua transformada em código). Assim, para que a construção da identidade surda aconteça é essencial o encontro surdo surdo, pois temos observado, nesses anos de interação professor ouvinte/professor surdo, que o interlocutor privilegiado da criança surda é o próprio surdo. Faz-se necessário ressaltar que a surdez não é homogênea, ou seja, o grupo de surdos não é uniforme. Dentro do que denominamos surdos, fazem parte os surdos das classes populares, as mulheres surdas, os surdos negros, surdos de zona rural, entre outros (Skliar, 1998). p. 1 Disciplina: LIBRAS-AP1-2020.1 Coordenadora (o): Mariana Gonçalves Ferreira de Castro Questão 1- A inclusão das pessoas surdas é um processo complexo e desafiador. Há autores a favor da inclusão de alunos surdos e outros autores que se opõem a este processo, defendem que os surdos necessitam estar em escolas só para surdos. Com base nos textos indicados na plataforma, produza um texto de sua autoria com no máximo 10 linhas, discutindo os desafios, as peculiaridades da comunidade surda e as possibilidades do processo escolar inclusivo fundamentando seus argumentos teoricamente. (valor 2,0) R: Os desafios da inclusão de alunos surdos são grandes devido à falta de investimento na capacitação profissional dos educadores. Este não só se refere ao corpo docente, enquanto suas práticas metodológicas e avaliativas, mas como toda escola, desde aos secretários administrativos como aos secretários da limpeza, que deveriam estar preparados a atender este educando. E isto também se faz na disponibilidade do TIL, para viabilizar a tradução para esta criança. Estes são processos fundamentais para iniciação das crianças no processo regular, a fim de estruturar uma inclusão. Questão 2- No documentário ‘’Eu sou surda e não sabia’’, Sandrine perpassa por processos educacionais diferentes. Descreva os principais objetivos, proposições e visão do conceito de língua de cada abordagem ou tendência da educação de surdos, citando cenas do documentário indicado utilizando no máximo 10 linhas e fundamentando teoricamente seus argumentos. (valor 2,0) R: Os pais de Sandrine apostaram na ida da menina a especialistas que pudessem fornecer condições de oralização e audição, como no momento em que ela detalha como se sentiu com o implante por volta dos 22:50 minutos, visto seu descobrimento tardio como surda, antes diagnosticada como deficiente auditiva, o que representa grande diferença. Por volta dos 36 minutos e o decorrer de alguns segundos, ela descreve como se redescobriu na escola para surdos com a língua de sinais e o reconhecimento de pessoas semelhantes a ela. Essa percepção mostra o estudo significativo da aprendizagem utilizando a língua de sinais. Este sendo um caminho importante para a construção de sua identidade surda, seu descobrimento e pertencimento frente a sociedade e percepção de que é possível comunicar-se. UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO HUMANIDADES FACULDADE DE EDUCAÇÃO FUNDAÇÃO CECIERJ /Consórcio CEDERJ / UAB Curso de Licenciatura em Pedagogia – Modalidade EAD Avaliação Presencial X (APX) – 2020.1 p. 2 Questão 3- A partir dos estudos realizados no material indicado na plataforma, descreva sobre a construção da Identidade Surda argumentando sobre a citação abaixo, produzindo um texto de sua autoria, com no máximo 10 linhas, com fundamentação teórica: (Valor 2,0) “A surdez é um ”país‟ sem um “lugar próprio‟; é uma cidadania sem uma origem geográfica...” Wrigley (1966) R: Uma das principais questões para a comunidade é a sua identidade, ser surdo. Apesar deste não significar como um único fato para identificação de um indivíduo, este se faz o mais marcante à Comunidade Surda. Cada surdo possui sua característica, que envolvem inclusive, fatores sócio- culturais. Para Santana e Bergamo (2005) a identidade surda está relacionada ao uso da língua “o uso ou nãi da Língua de Sinais seria aquilo que definiria basicamente a identidade do sujeito, identidade que só seria adquirida em contato com outro surdo.” Portanto, a comunidade surda então, possibilita uma importante identificação para a construção da identidade surda. Questão 4- A comunidade surda vem lutando por uma Política Pública de Ensino Bilíngue Libras/Língua Portuguesa, para os alunos surdos.Cite as especificidades do processo de ensino e aprendizagem de Língua Portuguesa na proposta de ensino bilíngue, produzindo um texto de sua autoria, com no máximo 10 linhas, com fundamentação teórica: (Valor 2,0) R: O surdo é bilíngüe de acordo com sua vivência diária com duas línguas, em sua modalidade oral ou escrita. No bilingüismo, a L1 dos surdos é a Libras, para depois capacitar-se em L2 na língua natural daquele espaço. Os textos da plataforma abordam a incapacidade curricular dos profissionais, tal como a falta de investimentos dos gestores para que esta realidade mude. No entanto, houve uma capacitação no meu município onde pude aprender um pouco sobre o processo de aquisição da língua e linguagem dos surdos, onde destacaram a importância da criança ser capacidade em primeiro instante na Libras para depois passar por um processo de letramento no português. Mas mesmo assim, nota-se a deficiência da rede regular em incluir uma criança em um processo de alfabetização para a língua portuguesa onde na maioria das vezes a própria não fez a aquisição da sua L1 em libras. Questão 5- No contexto da política inclusiva, as aulas do professor regente devem ser acompanhadas pelo profissional tradutor-intérprete de Libras e Língua Portuguesa. Quais são as atribuições e o papel do intérprete educacional? Este profissional substitui o professor regente? Discuta essas questões, produzindo um texto de sua autoria, com no máximo 10 linhas, com fundamentação teórica: (Valor 2,0) R: O TIL é um dos instrumentos na sala de aula, que visa garantir o acesso a comunicação do aluno surdo. A sua atuação em sala de aula deve ser como uma mediação, no sentido de traduzir simultaneamente o que o professor está falando, e não como um substituto do professor regente. O professor deve estar ali para viabilizar possibilidades metodológicas, adequação curricular, as avaliações, etc. Lei nº 12.219/2010 art. 2º “O tradutor e intérprete terá competência para realizar interpretações das 2 (duas) línguas de maneira simultânea ou consecutiva e proficiência em tradução e interpretação de Libras e da Língua Portuguesa.” 1 Disciplina: LIBRAS-Língua Brasileira de Sinais Coordenadora:Prof. Dra.Mariana Gonçalves Ferreira de Castro Aluno(a): Ana ........... Matr.: ........................... Polo: Belford Roxo Questão 1- Cite as três tendências da educação de surdos. Explique suas proposições e suas concepções de língua. Existem três tendências educacionais: a oralista, a comunicação total e a abordagem por meio do bilinguismo. O oralismo As escolas comuns ou especiais, pautadas no oralismo, visa à capacitação da pessoa com surdez para que possa utilizar a língua da comunidade ouvinte na modalidade oral, como única possibilidade linguística, de modo que seja possível o uso da voz e da leitura labial, tanto na vida social, como na escola. A comunicação total considera as características da pessoa com surdez utilizando todo e qualquer recurso possível para a comunicação, a fim de potencializar as interações sociais, considerando as áreas cognitivas, linguísticas e afetivas dos alunos. Os resultados que foram alcançados com a comunicação total são questionáveis quando observamos as pessoas com surdez frente aos desafios da vida cotidiana. Os dois enfoques, oralista e da comunicação total, negam a língua natural das pessoas com surdez e provocam perdas consideráveis nos aspectos cognitivos, sócio afetivos, linguísticos, político culturais e na aprendizagem desses alunos. A comunicação total, em favor da modalidade oral, por exemplo, usava o Português sinalizado e desfigurava a rica estrutura da Língua de Sinais. E a abordagem educacional por meio do bilinguismo visa capacitar a pessoa com surdez para a utilização de duas línguas no cotidiano escolar e na vida social, quais sejam: a Língua de Sinais e a língua da comunidade ouvinte. UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE EDUCAÇÃO E HUMANIDADES FACULDADE DE EDUCAÇÃO FUNDAÇÃO CECIERJ /Consórcio CEDERJ / UAB Curso de Licenciatura em Pedagogia – modalidade EAD AVALIAÇÃO PRESENCIAL 1 – 2021.2 2 Questão 2- Quais são os aspectos identitários e culturais da pessoa surda, observados e vividos por Sandrine no documentário denominado “Eu sou surda e não sabia” indicado na aba AP1 da nossa plataforma? Justifique sua resposta. O documentário de Sandrine nos faz refletir sobre a surdez e a identificação. O documentário fala da dificuldade que os pais tiveram no inicio para descobrir da surdez da Sandrine, nos dias atuais, é mais fácil descobrir, pois é realizado exame nos recém- nascido. Sandrine nasceu surda, ela reconhecia as cores, gestos, cheiros, as expressões dos pais. Os pais a levaram para os médicos e fizeram vários exames. Disseram que poderia ajudar, mas logo viu que ela realmente era surda. Uma das dificuldades de Sandrine foi à escola, ela era a única na escola surda, pois a escola não era bilíngue, uma escola totalmente focada no oral. Vivia em meio apenas de pessoas ouvintes. Ela não conseguia fazer amizade com as demais crianças e nem entender a aula, como se tivesse em outro planeta. Assim que ela cresceu ela colocou o aparelho auditivo, criou uma esperança para todos, como se fosse curado. Porém, no documentário ela releva que coloca o aparelho auditivo é como um golpe, até escutava alguns barulhos, mas não fazia sentido. Por fim ela se assumiu de vez essa identidade surda. No livro “Identidade, Cultura e Língua de Sinais: O Mundo do Surdo” mostra que “No entanto, no caso dos Surdos, que vivem dentro da cultura ouvinte é um caso onde a identidade é reprimida, se rebela e se afirma em questão original. A identidade surda sempre está em proximidade, em necessidade de encontrar o outro igual (PERLIN,2005)”. Sandrine se sentiu bem quando conheceu uma amiga também surda, chamada Matilde, na casa dela amiga, ela se sentia muito bem na família da amiga, porque todos eram surdos e ela aprendia língua de sinais, pois lá ela não se sentia excluída igual em casa porque para os pais dela, ela apenas tinha ”ouvidos gigantes e uma boca”. Sandrine queria ser atriz, mas professores falavam que não, porque essa profissão é apenas para ouvinte e pessoas que fala. Mas ela não liga, Sandrine vira atriz em um teatro. Devemos não colocar limitações, a linguagem oral não é apenas a única. A inclusão é essencial para isso, mostrar que tem pessoas diferentes em nossa volta. A exclusão de pessoas com problema auditivo limita no processo de interação, pois ele mesmo se reprime na sociedade, sempre em busca de pessoas igual. Pois a língua de sinais e trata como se apenas necessária de surdo para surdo. Então o ensino de língua de sinais é de suma importância para a comunicação, não deveria ser uma língua só que realmente precisa, mas sim para ter um dialogo entre ouvinte e surdos. 1 Questão 1- Quais são os aspectos identitários e culturais da pessoa surda, observados e vividos por Sandrine no documentário denominado Eu sou surda e não sabia indicado na aba AP1 da nossa plataforma? Justifique sua resposta O documentário relata as dificuldades enfrentadas por Sandrine durante a infância, a luta de sua família ao não aceitar a surdez da menina entre outros fatores, por ser de uma família de pais ouvintes, que muitas vezes negam a surdez, ou se culpam, houve o desconhecimento sobre a língua de sinais e cultura surda, por um longo período de tempo eles não queriam acreditar no diagnóstico de surdez, e tratavam-na como uma criança ouvinte, por um período frequentava escolas “normais” e se sentia isolada por não saber como as outras pessoas, inclusive seus pais se comunicavam. A cultura representa um conjunto de tradições, crenças e costumes de um determinado grupo social, e isso não é diferente na cultura surda. A identidade surda é composta por umacultura visual, ela não é isolada, e sim multicultural. Sandrine, quando vai a para a primeira escola, fica perdida em pensamentos, já que o ensino oral na escola regular, a distanciava cada vez mais do cotidiano escolar e só quando passou a frequentar um instituto para surdos que ela se sentiu acolhida, pois a partir daí teve a oportunidade de se socializar com crianças que partilhavam da mesma particularidade. A autora esta fazendo referência á tendência educacional que se utiliza do bilinguismo. Existem três tendências educacionais: a oralista, a comunicação total e o bilinguismo. Os dois enfoques, oralista e da comunicação total, negam a língua natural das pessoas com surdez e provocam perdas consideráveis nos aspectos cognitivos, sócio afetivos, linguísticos, político culturais e na aprendizagem desses alunos. A comunicação total, em favor da modalidade oral, por exemplo, usava o Português sinalizado e desfigurava a rica estrutura da Língua de Sinais. E a abordagem educacional por meio do bilinguismo visa capacitar a pessoa com surdez para a utilização de duas línguas no cotidiano escolar e na vida social, quais sejam: a Língua de Sinais e a língua da comunidade ouvinte. Questão 2- Cite o nome da abordagem (ou tendência) educacional a qual a autora está se referindo e justifique sua resposta com fundamentação: “[...] contrapõe-se ao modelo oralista porque considera o canal viso gestual de fundamental importância para a aquisição de linguagem da pessoa surda. E contrapõe-se à comunicação total porque defende um espaço efetivo para a língua de sinais no trabalho educacional; por isso advoga que cada uma das línguas apresentadas ao surdo mantenha suas características próprias e que não se ‘misture’ uma com a outra”. (LACERDA, 1998, p.10). ➢ Texto 1: Roteiro para o filme Sou surda e não sabia. ➢ Texto 2: Um pouco da história das diferentes abordagens na educação dos surdos. ➢ Texto 3: Quadro Síntese das Diferentes Abordagens na Educação de Surdos ➢ Texto 5: Avaliação Auditiva Infantil ➢ Texto 7: Linguagem e Identidade: a Surde em Questão Questão 1- Cite as três tendências da educação de surdos. Explique suas proposições e suas concepções de língua. Questão 2- Quais são os aspectos identitários e culturais da pessoa surda, observados e vividos por Sandrine no documentário denominado “Eu sou surda e não sabia” indicado na aba AP1 da nossa plataforma? Justifique sua resposta. Questão 1- Quais são os aspectos identitários e culturais da pessoa surda, observados e vividos por Sandrine no documentário denominado Eu sou surda e não sabia indicado na aba AP1 da nossa plataforma? Justifique sua resposta