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Questões resolvidas

Sabe-se da importância da audição na comunicação humana e das dificuldades que uma perda auditiva infantil pode acarretar na aquisição da linguagem/fala e, ainda, no desenvolvimento emocional, social e educacional. Para minimizar estas possíveis alterações o ideal seria realizar um diagnóstico precoce de deficiência auditiva que possibilitasse uma intervenção antes dos seis primeiros meses de vida (mais recomendado por volta do terceiro ou quarto mês de vida do bebê). Para tal, a triagem auditiva neonatal universal é indicada pois pode avaliar todos os recém-nascidos e não somente os bebês com algum tipo de risco para perda auditiva.


No Brasil foi criado um KIT SONORO para avaliação de bebês em maternidades. Esta avaliação deve ser realizada em ambiente silencioso (campo livre) e os estímulos devem ser dados em ordem crescente de intensidade, no plano lateral, a uma distância de 20 cm da orelha do bebê, com dois segundos de duração e mantendo-se um intervalo de 30 segundos entre as apresentações. Além da triagem e da avaliação auditiva por meio de observações do comportamento¹ da criança há, também, os exames objetivos. O registro das Emissões Otoacústicas² (EOA) é o método mais utilizado atualmente para a detecção de alterações auditivas de origem coclear. A EOA é um método objetivo, rápido, não invasivo e pode ser realizado em qualquer faixa etária, ressaltando-se sua aplicação em recém-nascidos. O registro das EOA é conhecido, no Brasil, como “Teste da orelhinha”², é indolor, realizado com o bebê dormindo (sono natural) e não tem contraindicações.


Sobre a surdez, Vygotsky abordou vários aspectos ao longo de seus estudos, analisando-a desde o ponto de vista orgânico até suas consequências para o desenvolvimento cultural das crianças surdas. Para ele a surdez, analisada do ponto de vista do desenvolvimento físico e da formação da criança não provocaria transtornos graves no desenvolvimento geral. O que, segundo o autor, se torna a mais grave complicação para o desenvolvimento cultural desses indivíduos é a “mudez”, a ausência de linguagem, a impossibilidade de dominar um idioma. Para ele, portanto, a surdez é, por excelência, uma deficiência social por excluir o homem da comunicação e separá-lo da experiência social. Por conseguinte, suas idéias sobre a educação de crianças “surdas-mudas”, privilegiaram, inicialmente, a linguagem oral. No início de seus estudos sobre a surdez, Vygotsky entendia a fala como uma maneira de compensação e de possibilidade de inserção do surdo na vida social mas, ao mesmo tempo, criticava a rigorosidade e artificialidade do ensino oral, considerando-o antinatural por contradizer a natureza do surdo e reconhecia que, na prática, o ensino da linguagem oral proporcionava resultados deploráveis. Tais aspectos levaram-no a dizer que o método fônico alemão estava condenado a desaparecer por apoiar-se na repetição mecânica e por ser conveniente para ensinar articulação e pronúncia, mas não para ensinar a falar, proporcionando apenas uma linguagem morta. Vygotsky colocava, então, o problema da educação de surdos como o mais difícil e trágico da pedagogia por se fundamentar na contradição com a natureza da criança e reconhecia, já nesse primeiro estudo, realizado em 1925, “a linguagem dos gestos” como natural para as pessoas surdas. Preconizava, então, a necessidade da elaboração de uma “surdo pedagogia” voltada para a educação social dos surdos através do ensino para o trabalho e de novos métodos para ensinar a criança surda a falar. Por essa razão propôs, no Conselho Estatal Científico, realizado em 1925, a realização de uma pesquisa sobre o desenvolvimento da linguagem de crianças surdas.


Questão 1- Cite as três tendências da educação de surdos. Explique suas proposições e suas concepções de língua.

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Questões resolvidas

Sabe-se da importância da audição na comunicação humana e das dificuldades que uma perda auditiva infantil pode acarretar na aquisição da linguagem/fala e, ainda, no desenvolvimento emocional, social e educacional. Para minimizar estas possíveis alterações o ideal seria realizar um diagnóstico precoce de deficiência auditiva que possibilitasse uma intervenção antes dos seis primeiros meses de vida (mais recomendado por volta do terceiro ou quarto mês de vida do bebê). Para tal, a triagem auditiva neonatal universal é indicada pois pode avaliar todos os recém-nascidos e não somente os bebês com algum tipo de risco para perda auditiva.


No Brasil foi criado um KIT SONORO para avaliação de bebês em maternidades. Esta avaliação deve ser realizada em ambiente silencioso (campo livre) e os estímulos devem ser dados em ordem crescente de intensidade, no plano lateral, a uma distância de 20 cm da orelha do bebê, com dois segundos de duração e mantendo-se um intervalo de 30 segundos entre as apresentações. Além da triagem e da avaliação auditiva por meio de observações do comportamento¹ da criança há, também, os exames objetivos. O registro das Emissões Otoacústicas² (EOA) é o método mais utilizado atualmente para a detecção de alterações auditivas de origem coclear. A EOA é um método objetivo, rápido, não invasivo e pode ser realizado em qualquer faixa etária, ressaltando-se sua aplicação em recém-nascidos. O registro das EOA é conhecido, no Brasil, como “Teste da orelhinha”², é indolor, realizado com o bebê dormindo (sono natural) e não tem contraindicações.


Sobre a surdez, Vygotsky abordou vários aspectos ao longo de seus estudos, analisando-a desde o ponto de vista orgânico até suas consequências para o desenvolvimento cultural das crianças surdas. Para ele a surdez, analisada do ponto de vista do desenvolvimento físico e da formação da criança não provocaria transtornos graves no desenvolvimento geral. O que, segundo o autor, se torna a mais grave complicação para o desenvolvimento cultural desses indivíduos é a “mudez”, a ausência de linguagem, a impossibilidade de dominar um idioma. Para ele, portanto, a surdez é, por excelência, uma deficiência social por excluir o homem da comunicação e separá-lo da experiência social. Por conseguinte, suas idéias sobre a educação de crianças “surdas-mudas”, privilegiaram, inicialmente, a linguagem oral. No início de seus estudos sobre a surdez, Vygotsky entendia a fala como uma maneira de compensação e de possibilidade de inserção do surdo na vida social mas, ao mesmo tempo, criticava a rigorosidade e artificialidade do ensino oral, considerando-o antinatural por contradizer a natureza do surdo e reconhecia que, na prática, o ensino da linguagem oral proporcionava resultados deploráveis. Tais aspectos levaram-no a dizer que o método fônico alemão estava condenado a desaparecer por apoiar-se na repetição mecânica e por ser conveniente para ensinar articulação e pronúncia, mas não para ensinar a falar, proporcionando apenas uma linguagem morta. Vygotsky colocava, então, o problema da educação de surdos como o mais difícil e trágico da pedagogia por se fundamentar na contradição com a natureza da criança e reconhecia, já nesse primeiro estudo, realizado em 1925, “a linguagem dos gestos” como natural para as pessoas surdas. Preconizava, então, a necessidade da elaboração de uma “surdo pedagogia” voltada para a educação social dos surdos através do ensino para o trabalho e de novos métodos para ensinar a criança surda a falar. Por essa razão propôs, no Conselho Estatal Científico, realizado em 1925, a realização de uma pesquisa sobre o desenvolvimento da linguagem de crianças surdas.


Questão 1- Cite as três tendências da educação de surdos. Explique suas proposições e suas concepções de língua.

Prévia do material em texto

Resumo: LIBRAS – AP1 – 2020.1 
 
➢ Texto 1: Roteiro para o filme Sou surda e não sabia. 
Sinopse: Por anos, Sandrine não sabia que era surda de nascença. Filha de pais ouvintes, 
frequentou a escola regular, e lá se perguntava como os outros compreendiam o que a professora 
estava tentando transmitir. O documentário olha para a questão da surdez pela perspectiva de 
Sandrine e sua história verídica. O filme analisa questões como a utilização de diferentes 
terminologias, as tecnologias já existentes para o diagnóstico e para acessibilidade de pessoas 
surdas, a oralização e a língua de sinais na educação de surdos, e ainda levanta a discussão sobre a 
conveniência do implante coclear. 
O filme apresenta a surdez a partir da visão de pessoas surdas e opiniões de especialistas no 
assunto. O trecho inicial se passa numa sala de aula onde o professor introduz os alunos no tema da 
surdez, fazendo uma reflexão importante sobre a diferença entre ser surdo e ter uma deficiência 
auditiva. O filme nos conta a história de Sandrine, surda, que relata momentos marcantes de sua 
vida. Por ser filha de pais ouvintes, foi tratada inicialmente como uma criança ouvinte, apesar de 
seus pais estranharem algumas de suas atitudes. 
Durante todo o filme a protagonista conta, com muitos detalhes, as suas lembranças de 
criança, quando não tinha ainda sido familiarizada com a língua de sinais e apenas observava as 
expressões de seus pais. Ela relata que depois de procurarem ajuda médica, seus pais descobriram 
que ela era surda e passaram a tratá-la com um distanciamento que não existia antes 
➢ Texto 2: Um pouco da história das diferentes abordagens na educação dos surdos. 
Oralismo é uma corrente comunicativa muito utilizada na educação dos surdos no século 
XIX que perdurou até os anos 70. Consiste no ensino da língua materna através da imposição da 
oralização nos processos de aprendizagem do surdo. Dessa maneira, neste método é proibida 
qualquer manifestação que se diferencie da fala, como ocorre na comunicação gestual e na 
utilização de mímicas. Portanto, o surdo deveria utilizar a fala, os vestígios de audição 
remanescentes, e um comportamento semelhante ao do ouvinte para ser aceito socialmente e 
finalmente ser curado da surdez através da prática da fala. 
Devido ao descontentamento referente ao uso do oralismo na educação dos surdos, mais 
tarde, surgiu a Comunicação Total, que consiste na utilização dos sinais, leitura orofacial, 
amplificação e alfabeto digital no ensino da língua materna. Sendo assim, nesta corrente 
comunicativa o surdo tem livre arbítrio para escolher qual manifestação de linguagem lhe é mais 
adequada para comunicar-se socialmente. Visto que esta foi uma corrente que abriu espaço para o 
que conhecemos hoje como língua de sinais, assim como a autonomia e independência do surdo e 
sua inserção na sociedade, contudo não foi completamente efetiva devido a superficialidade no 
ensino de uma ou outra forma de comunicação. Isto é, como o surdo poderia utilizar o mecanismo 
 
 
 
que mais de identificava ou mesclar duas ou três formas de comunicação, não conseguia se 
especializar e aprender de maneira profunda sobre alguma forma de linguagem específica. 
Já a proposta de ensino bilíngue contrapõe-se ao oralismo porque considera a comunicação visual e 
gestual prioritária no ensino da linguagem. E se diferencia da comunicação total, pois defende 
fundamentalmente a língua de sinais na educação do surdo, não misturando uma manifestação 
lingüística com a outra. Nesta corrente, ensina-se primeiramente a língua de sinais e 
secundariamente a língua dos ouvintes, que pode ser manifesta apenas em sua forma escrita. 
A proposta de ensino bilíngue traz como benefício a integridade da manifestação visual e 
gestual expondo a criança surda desde cedo a língua de sinais, aprendendo a sinalizar tão cedo 
quanto uma criança ouvinte aprende a falar. Assim como o aumento de sua capacidade e 
competência linguística que o ajudará a aprender também a língua falada, tornando-o bilíngue desde 
cedo, e também o aumento do desenvolvimento cognitivo linguístico em iguais proporções ao da 
criança ouvinte, criando uma relação harmoniosa não só com a comunidade surda — forte 
identificação e melhoria da autoimagem quando consciente do pertencimento a um grupo específico 
que possui suas maneiras de se comunicar e se relacionar através de língua própria. 
➢ Texto 3: Quadro Síntese das Diferentes Abordagens na Educação de Surdos 
 
 
 
➢ Texto 4: Etiologia e Classificação da Surdez 
 
 
 
 
 
 
➢ Texto 5: Avaliação Auditiva Infantil 
Sabe-se da importância da audição na comunicação humana e das dificuldades que uma 
perda auditiva infantil pode acarretar na aquisição da linguagem/fala e, ainda, no desenvolvimento 
emocional, social e educacional. Para minimizar estas possíveis alterações o ideal seria realizar um 
diagnóstico precoce de deficiência auditiva que possibilitasse uma intervenção antes dos seis 
primeiros meses de vida (mais recomendado por volta do terceiro ou quarto mês de vida do bebê). 
Para tal, a triagem auditiva neonatal universal é indicada pois pode avaliar todos os recém-nascidos 
e não somente os bebês com algum tipo de risco para perda auditiva. 
A Triagem Auditiva Comportamental é um instrumento para a avaliação de aspectos da 
acuidade auditiva e do processamento auditivo em recém nascidos e crianças pequenas, que 
possibilita observar respostas comportamentais a estímulos sonoros. 
No Brasil foi criado um KIT SONORO para avaliação de bebês em maternidades. Esta 
avaliação deve ser realizada em ambiente silencioso (campo livre) e os estímulos devem ser dados 
em ordem crescente de intensidade, no plano lateral, a uma distância de 20 cm da orelha do bebê, 
com dois segundos de duração e mantendo-se um intervalo de 30 segundos entre as apresentações. 
Além da triagem e da avaliação auditiva por meio de observações do comportamento¹ da 
criança há, também, os exames objetivos. O registro das Emissões Otoacústicas² (EOA) é o método 
mais utilizado atualmente para a detecção de alterações auditivas de origem coclear. A EOA é um 
método objetivo, rápido, não invasivo e pode ser realizado em qualquer faixa etária, ressaltando-se 
sua aplicação em recém-nascidos. O registro das EOA é conhecido, no Brasil, como “Teste da 
orelhinha”², é indolor, realizado com o bebê dormindo (sono natural) e não tem contraindicações. 
 
 
 
Normalmente, é feito no segundo ou terceiro dia de vida e consiste na colocação de um fone na 
orelha do bebê acoplado a um computador que emite sons e recolhe as respostas que a cóclea do 
bebê produz. 
➢ Texto 6: Vygotsky e a questão educacional dos surdos 
Sobre a surdez, Vygotsky abordou vários aspectos ao longo de seus estudos, analisando-a 
desde o ponto de vista orgânico até suas consequências para o desenvolvimento cultural das 
crianças surdas. Para ele a surdez, analisada do ponto de vista do desenvolvimento físico e da 
formação da criança não provocaria transtornos graves no desenvolvimento geral. O que, segundo o 
autor, se torna a mais grave complicação para o desenvolvimento cultural desses indivíduos é a 
“mudez”, a ausência de linguagem, a impossibilidade de dominar um idioma. 
Para ele, portanto, a surdez é, por excelência, uma deficiência social por excluir o homem da 
comunicação e separá-lo da experiência social (ibid.,p.66). Por conseguinte, suas idéias sobre a 
educação de crianças “surdas-mudas”, privilegiaram, inicialmente, a linguagem oral. 
No início de seus estudos sobre a surdez, Vygotsky entendia a fala como uma maneira de 
compensação e de possibilidade de inserção do surdo na vida social mas, ao mesmo tempo, 
criticava a rigorosidade e artificialidade do ensino oral, considerando-o antinatural por contradizer a 
natureza do surdo e reconhecia que, na prática, o ensino da linguagem oral proporcionava resultados 
deploráveis.Tais aspectos levaram-no a dizer que o método fônico alemão estava condenado a 
desaparecer por apoiar-se na repetição mecânica e por ser conveniente para ensinar articulação e 
pronúncia, mas não para ensinar a falar, proporcionando apenas uma linguagem morta (ibid.,p.97). 
Vygotsky colocava, então, o problema da educação de surdos como o mais difícil e trágico 
da pedagogia por se fundamentar na contradição com a natureza da criança e reconhecia, já nesse 
primeiro estudo, realizado em 1925, “a linguagem dos gestos” como natural para as pessoas surdas 
(ibid.,p.67). Preconizava, então, a necessidade da elaboração de uma “surdo pedagogia” voltada 
para a educação social dos surdos através do ensino para o trabalho e de novos métodos para 
ensinar a criança surda a falar. Por essa razão propôs, no Conselho Estatal Científico, realizado em 
1925, a realização de uma pesquisa sobre o desenvolvimento da linguagem de crianças surdas 
(ibid., 288). 
➢ Texto 7: Linguagem e Identidade: a Surde em Questão 
• Língua de sinais, cultura e identidade 
Vygotsky (1981, 1984, 1989a, 1989b, 1993) concebe o homem como um ser sociocultural, 
afirmando que seu desenvolvimento se dá inicialmente no plano intersubjetivo (das relações sociais) 
e depois no plano intrassubjetivo (envolvendo o processo de internalização). 
Assim, para Vygotsky, a relação do homem com o mundo não é direta, mas mediada, e as 
ocorrências de mediação primeiramente vão emergir de outrem e depois vão orientar-se ao próprio 
 
 
 
sujeito. Portanto, “a dimensão significativa da mediação semiótica é também afirmada quanto à 
relação do homem consigo próprio” (Góes, 1994, p. 95) e essa relação não é direta, mas mediada 
pelo signo. 
Esta afirmação leva à constatação de que o desenvolvimento do reconhecimento do Eu é um 
processo semiótico, que pressupõe a participação de outras pessoas (visto que a atividade com 
signos é necessariamente interpessoal). Desse modo, as relações sociais constituem-se por 
intermédio dos processos semióticos e a construção da identidade só poderá ser examinada 
considerando-se a dinâmica de significados e sentidos produzidos e interpretados no jogo interativo 
do sujeito com o outro (Góes, 1998). 
Dado o papel da linguagem como atividade constitutiva (Franchi, 1977), interessa-nos 
discutir a relação língua(gem)/identidade, entendendo que o sujeito se constitui como tal à medida 
que interage com os outros. Parafraseando Geraldi (1996), a língua e o sujeito constituem-se nos 
processos interativos. “Isto implica que não há um sujeito dado, pronto, que entra em interação, mas 
um sujeito se completando e se construindo nas suas falas e nas falas dos outros” (idem, ibid., p. 
19). 
Se o vínculo entre a língua e a vida é tão forte como nos diz Bakhtin (1952-1953/1992), 
afirmando que por meio dos enunciados concretos a língua penetra na vida e vice-versa, o que 
acontecerá à criança surda filha de pais ouvintes, que costuma ter pouca participação nas práticas 
sociais mediadas pela língua de sinais? 
De acordo com Souza (1998), mesmo os surdos oralizados passam a fazer uma leitura de 
mundo somente a partir do uso da língua de sinais e, antes disso, suas possibilidades de participa r 
ativamente com e na comunidade ouvinte são bastante reduzidas. Disso decorre uma identidade 
“fragmentada”: o surdo que não domina a língua de sinais não se identifica com o grupo de surdos, 
tampouco se identifica com o mundo ouvinte, pois lhe falta vivência na língua majoritária que, de 
certa forma, sempre esteve pautada em exercícios e práticas artificiais (língua transformada em 
código). 
Assim, para que a construção da identidade surda aconteça é essencial o encontro surdo 
surdo, pois temos observado, nesses anos de interação professor ouvinte/professor surdo, que o 
interlocutor privilegiado da criança surda é o próprio surdo. Faz-se necessário ressaltar que a surdez 
não é homogênea, ou seja, o grupo de surdos não é uniforme. Dentro do que denominamos surdos, 
fazem parte os surdos das classes populares, as mulheres surdas, os surdos negros, surdos de zona 
rural, entre outros (Skliar, 1998). 
 
 
p. 1 
 
 
 
Disciplina: LIBRAS-AP1-2020.1 
Coordenadora (o): Mariana Gonçalves Ferreira de Castro 
 
Questão 1- A inclusão das pessoas surdas é um processo complexo e desafiador. Há autores a favor 
da inclusão de alunos surdos e outros autores que se opõem a este processo, defendem que os surdos 
necessitam estar em escolas só para surdos. Com base nos textos indicados na plataforma, produza 
um texto de sua autoria com no máximo 10 linhas, discutindo os desafios, as peculiaridades da 
comunidade surda e as possibilidades do processo escolar inclusivo fundamentando seus 
argumentos teoricamente. (valor 2,0) 
R: Os desafios da inclusão de alunos surdos são grandes devido à falta de investimento na 
capacitação profissional dos educadores. Este não só se refere ao corpo docente, enquanto suas 
práticas metodológicas e avaliativas, mas como toda escola, desde aos secretários administrativos 
como aos secretários da limpeza, que deveriam estar preparados a atender este educando. E isto 
também se faz na disponibilidade do TIL, para viabilizar a tradução para esta criança. Estes são 
processos fundamentais para iniciação das crianças no processo regular, a fim de estruturar uma 
inclusão. 
Questão 2- No documentário ‘’Eu sou surda e não sabia’’, Sandrine perpassa por processos 
educacionais diferentes. Descreva os principais objetivos, proposições e visão do conceito de língua 
de cada abordagem ou tendência da educação de surdos, citando cenas do documentário indicado 
utilizando no máximo 10 linhas e fundamentando teoricamente seus argumentos. (valor 2,0) 
R: Os pais de Sandrine apostaram na ida da menina a especialistas que pudessem fornecer 
condições de oralização e audição, como no momento em que ela detalha como se sentiu com o 
implante por volta dos 22:50 minutos, visto seu descobrimento tardio como surda, antes 
diagnosticada como deficiente auditiva, o que representa grande diferença. 
Por volta dos 36 minutos e o decorrer de alguns segundos, ela descreve como se redescobriu na 
escola para surdos com a língua de sinais e o reconhecimento de pessoas semelhantes a ela. Essa 
percepção mostra o estudo significativo da aprendizagem utilizando a língua de sinais. Este sendo 
um caminho importante para a construção de sua identidade surda, seu descobrimento e 
pertencimento frente a sociedade e percepção de que é possível comunicar-se. 
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO 
RIO DE JANEIRO 
 
HUMANIDADES 
FACULDADE DE EDUCAÇÃO 
FUNDAÇÃO CECIERJ /Consórcio CEDERJ / UAB 
Curso de Licenciatura em Pedagogia – Modalidade EAD 
Avaliação Presencial X (APX) – 2020.1 
 
 
 
p. 2 
Questão 3- A partir dos estudos realizados no material indicado na plataforma, descreva sobre a 
construção da Identidade Surda argumentando sobre a citação abaixo, produzindo um texto de sua 
autoria, com no máximo 10 linhas, com fundamentação teórica: (Valor 2,0) 
“A surdez é um ”país‟ sem um “lugar próprio‟; é uma cidadania sem uma origem geográfica...” 
Wrigley (1966) 
R: Uma das principais questões para a comunidade é a sua identidade, ser surdo. Apesar deste não 
significar como um único fato para identificação de um indivíduo, este se faz o mais marcante à 
Comunidade Surda. Cada surdo possui sua característica, que envolvem inclusive, fatores sócio-
culturais. Para Santana e Bergamo (2005) a identidade surda está relacionada ao uso da língua “o 
uso ou nãi da Língua de Sinais seria aquilo que definiria basicamente a identidade do sujeito, 
identidade que só seria adquirida em contato com outro surdo.” Portanto, a comunidade surda então, 
possibilita uma importante identificação para a construção da identidade surda. 
Questão 4- A comunidade surda vem lutando por uma Política Pública de Ensino Bilíngue 
Libras/Língua Portuguesa, para os alunos surdos.Cite as especificidades do processo de ensino e 
aprendizagem de Língua Portuguesa na proposta de ensino bilíngue, produzindo um texto de 
sua autoria, com no máximo 10 linhas, com fundamentação teórica: (Valor 2,0) 
R: O surdo é bilíngüe de acordo com sua vivência diária com duas línguas, em sua modalidade oral 
ou escrita. No bilingüismo, a L1 dos surdos é a Libras, para depois capacitar-se em L2 na língua 
natural daquele espaço. Os textos da plataforma abordam a incapacidade curricular dos 
profissionais, tal como a falta de investimentos dos gestores para que esta realidade mude. No 
entanto, houve uma capacitação no meu município onde pude aprender um pouco sobre o processo 
de aquisição da língua e linguagem dos surdos, onde destacaram a importância da criança ser 
capacidade em primeiro instante na Libras para depois passar por um processo de letramento no 
português. Mas mesmo assim, nota-se a deficiência da rede regular em incluir uma criança em um 
processo de alfabetização para a língua portuguesa onde na maioria das vezes a própria não fez a 
aquisição da sua L1 em libras. 
Questão 5- No contexto da política inclusiva, as aulas do professor regente devem ser 
acompanhadas pelo profissional tradutor-intérprete de Libras e Língua Portuguesa. Quais são as 
atribuições e o papel do intérprete educacional? Este profissional substitui o professor regente? 
Discuta essas questões, produzindo um texto de sua autoria, com no máximo 10 linhas, com 
fundamentação teórica: (Valor 2,0) 
R: O TIL é um dos instrumentos na sala de aula, que visa garantir o acesso a comunicação do aluno 
surdo. A sua atuação em sala de aula deve ser como uma mediação, no sentido de traduzir 
simultaneamente o que o professor está falando, e não como um substituto do professor regente. O 
professor deve estar ali para viabilizar possibilidades metodológicas, adequação curricular, as 
avaliações, etc. Lei nº 12.219/2010 art. 2º “O tradutor e intérprete terá competência para realizar 
interpretações das 2 (duas) línguas de maneira simultânea ou consecutiva e proficiência em tradução e 
interpretação de Libras e da Língua Portuguesa.” 
 
 
1 
 
 
 
Disciplina: LIBRAS-Língua Brasileira de Sinais 
Coordenadora:Prof. Dra.Mariana Gonçalves Ferreira de Castro 
Aluno(a): Ana ........... 
Matr.: ........................... Polo: Belford Roxo 
 
 
Questão 1- Cite as três tendências da educação de surdos. Explique suas 
proposições e suas concepções de língua. 
Existem três tendências educacionais: a oralista, a comunicação total e a abordagem por 
meio do bilinguismo. 
 
O oralismo As escolas comuns ou especiais, pautadas no oralismo, visa à capacitação da 
pessoa com surdez para que possa utilizar a língua da comunidade ouvinte na 
modalidade oral, como única possibilidade linguística, de modo que seja possível o uso 
da voz e da leitura labial, tanto na vida social, como na escola. 
A comunicação total considera as características da pessoa com surdez utilizando todo e 
qualquer recurso possível para a comunicação, a fim de potencializar as interações 
sociais, considerando as áreas cognitivas, linguísticas e afetivas dos alunos. Os 
resultados que foram alcançados com a comunicação total são questionáveis quando 
observamos as pessoas com surdez frente aos desafios da vida cotidiana. 
Os dois enfoques, oralista e da comunicação total, negam a língua natural das pessoas 
com surdez e provocam perdas consideráveis nos aspectos cognitivos, sócio afetivos, 
linguísticos, político culturais e na aprendizagem desses alunos. A comunicação total, 
em favor da modalidade oral, por exemplo, usava o Português sinalizado e desfigurava a 
rica estrutura da Língua de Sinais. 
E a abordagem educacional por meio do bilinguismo visa capacitar a pessoa com surdez 
para a utilização de duas línguas no cotidiano escolar e na vida social, quais sejam: a 
Língua de Sinais e a língua da comunidade ouvinte. 
 
 
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
CENTRO DE EDUCAÇÃO E HUMANIDADES 
FACULDADE DE EDUCAÇÃO 
FUNDAÇÃO CECIERJ /Consórcio CEDERJ / UAB 
Curso de Licenciatura em Pedagogia – modalidade EAD 
AVALIAÇÃO PRESENCIAL 1 – 2021.2 
 
 
2 
Questão 2- Quais são os aspectos identitários e culturais da pessoa surda, 
observados e vividos por Sandrine no documentário denominado “Eu sou 
surda e não sabia” indicado na aba AP1 da nossa plataforma? Justifique sua 
resposta. 
O documentário de Sandrine nos faz refletir sobre a surdez e a identificação. O 
documentário fala da dificuldade que os pais tiveram no inicio para descobrir da surdez 
da Sandrine, nos dias atuais, é mais fácil descobrir, pois é realizado exame nos recém- 
nascido. Sandrine nasceu surda, ela reconhecia as cores, gestos, cheiros, as expressões 
dos pais. Os pais a levaram para os médicos e fizeram vários exames. Disseram que 
poderia ajudar, mas logo viu que ela realmente era surda. 
Uma das dificuldades de Sandrine foi à escola, ela era a única na escola surda, pois a 
escola não era bilíngue, uma escola totalmente focada no oral. Vivia em meio apenas de 
pessoas ouvintes. Ela não conseguia fazer amizade com as demais crianças e nem 
entender a aula, como se tivesse em outro planeta. Assim que ela cresceu ela colocou o 
aparelho auditivo, criou uma esperança para todos, como se fosse curado. Porém, no 
documentário ela releva que coloca o aparelho auditivo é como um golpe, até escutava 
alguns barulhos, mas não fazia sentido. Por fim ela se assumiu de vez essa identidade 
surda. 
No livro “Identidade, Cultura e Língua de Sinais: O Mundo do Surdo” mostra que “No 
entanto, no caso dos Surdos, que vivem dentro da cultura ouvinte é um caso onde a 
identidade é reprimida, se rebela e se afirma em questão original. A identidade surda 
sempre está em proximidade, em necessidade de encontrar o outro igual 
(PERLIN,2005)”. Sandrine se sentiu bem quando conheceu uma amiga também surda, 
chamada Matilde, na casa dela amiga, ela se sentia muito bem na família da amiga, 
porque todos eram surdos e ela aprendia língua de sinais, pois lá ela não se sentia 
excluída igual em casa porque para os pais dela, ela apenas tinha ”ouvidos gigantes e 
uma boca”. Sandrine queria ser atriz, mas professores falavam que não, porque essa 
profissão é apenas para ouvinte e pessoas que fala. Mas ela não liga, Sandrine vira atriz 
em um teatro. 
Devemos não colocar limitações, a linguagem oral não é apenas a única. A inclusão é 
essencial para isso, mostrar que tem pessoas diferentes em nossa volta. A exclusão de 
pessoas com problema auditivo limita no processo de interação, pois ele mesmo se 
reprime na sociedade, sempre em busca de pessoas igual. Pois a língua de sinais e trata 
como se apenas necessária de surdo para surdo. Então o ensino de língua de sinais é de 
suma importância para a comunicação, não deveria ser uma língua só que realmente 
precisa, mas sim para ter um dialogo entre ouvinte e surdos. 
 
 
1 
Questão 1- Quais são os aspectos identitários e culturais da pessoa surda, 
observados e vividos por Sandrine no documentário denominado Eu sou 
surda e não sabia indicado na aba AP1 da nossa plataforma? Justifique sua 
resposta 
 
O documentário relata as dificuldades enfrentadas por Sandrine durante a infância, a luta de 
sua família ao não aceitar a surdez da menina entre outros fatores, por ser de uma família de 
pais ouvintes, que muitas vezes negam a surdez, ou se culpam, houve o desconhecimento 
sobre a língua de sinais e cultura surda, por um longo período de tempo eles não queriam 
acreditar no diagnóstico de surdez, e tratavam-na como uma criança ouvinte, por um 
período frequentava escolas “normais” e se sentia isolada por não saber como as outras 
pessoas, inclusive seus pais se comunicavam. A cultura representa um conjunto de tradições, 
crenças e costumes de um determinado grupo social, e isso não é diferente na cultura surda. 
A identidade surda é composta por umacultura visual, ela não é isolada, e sim 
multicultural. Sandrine, quando vai a para a primeira escola, fica perdida em pensamentos, 
já que o ensino oral na escola regular, a distanciava cada vez mais do cotidiano escolar e só 
quando passou a frequentar um instituto para surdos que ela se sentiu acolhida, pois a partir 
daí teve a oportunidade de se socializar com crianças que partilhavam da mesma 
particularidade. 
 
 
A autora esta fazendo referência á tendência educacional que se utiliza do bilinguismo. 
Existem três tendências educacionais: a oralista, a comunicação total e o bilinguismo. 
Os dois enfoques, oralista e da comunicação total, negam a língua natural das pessoas com 
surdez e provocam perdas consideráveis nos aspectos cognitivos, sócio afetivos, 
linguísticos, político culturais e na aprendizagem desses alunos. A comunicação total, em 
favor da modalidade oral, por exemplo, usava o Português sinalizado e desfigurava a rica 
estrutura da Língua de Sinais. E a abordagem educacional por meio do bilinguismo visa 
capacitar a pessoa com surdez para a utilização de duas línguas no cotidiano escolar e na 
vida social, quais sejam: a Língua de Sinais e a língua da comunidade ouvinte. 
Questão 2- Cite o nome da abordagem (ou tendência) educacional a 
qual a autora está se referindo e justifique sua resposta com 
fundamentação: 
“[...] contrapõe-se ao modelo oralista porque considera o canal viso 
gestual de fundamental importância para a aquisição de linguagem da 
pessoa surda. E contrapõe-se à comunicação total porque defende um 
espaço efetivo para a língua de sinais no trabalho educacional; por isso 
advoga que cada uma das línguas apresentadas ao surdo mantenha 
suas características próprias e que não se ‘misture’ uma com a outra”. 
(LACERDA, 1998, p.10). 
	➢ Texto 1: Roteiro para o filme Sou surda e não sabia.
	➢ Texto 2: Um pouco da história das diferentes abordagens na educação dos surdos.
	➢ Texto 3: Quadro Síntese das Diferentes Abordagens na Educação de Surdos
	➢ Texto 5: Avaliação Auditiva Infantil
	➢ Texto 7: Linguagem e Identidade: a Surde em Questão
	Questão 1- Cite as três tendências da educação de surdos. Explique suas proposições e suas concepções de língua.
	Questão 2- Quais são os aspectos identitários e culturais da pessoa surda, observados e vividos por Sandrine no documentário denominado “Eu sou surda e não sabia” indicado na aba AP1 da nossa plataforma? Justifique sua resposta.
	Questão 1- Quais são os aspectos identitários e culturais da pessoa surda, observados e vividos por Sandrine no documentário denominado Eu sou surda e não sabia indicado na aba AP1 da nossa plataforma? Justifique sua resposta

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