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Fundamentos e Metodologia da Educação Infantil
Contribuição Teórica para a 
Educação Infantil: Principais 
Concepções Educacionais
Objetivos de aprendizagem
Ao término desta aula, vocês serão capazes de:
•	 conhecer as principais concepções, defendidas por teóricos da área educacional;
•	 analisar as semelhanças e também as divergências entre os autores estudados;
•	 refletir sobre a importância da linha teórica, além dos métodos utilizados por cada um deles;
•	 relacionar os conceitos apresentados a prática pedagógica de maneira significativa.
Caro(s) Estudante(s)!
Na aula 01, conversamos sobre o significado da infância, concepções 
teóricas a respeito e a origem de seu atendimento no Brasil. A aula 02 
destina-se ao estudo de teóricos que contribuíram significativamente 
para transformações decorrentes no campo educacional. Compreendê-
los e analisá-los facilitará e norteará ideias preestabelecidas ou não, 
para o cumprimento de uma prática mais participativa para o processo 
de transformação da sociedade. Lembre-se de que, apesar de serem 
apresentados alguns conceitos nessa aula, é fundamental que pesquisem 
para complementar e descobrir novas concepções. 
Vamos lá?
Bons estudos!
2º Aula
11
1 - Froebel – O Criador do Jardim de Infância
2 - Maria Montessori – Valorização do Aluno
3 - Célestin Freinet – O Mestre do Trabalho
4 - Jean Piaget – Piaget e os Estágios de Desenvolvimento
5 - Lev Semenovitch Vygotsky – O Ensino como 
Processo Social
1 - Froebel – O Criador do Jardim de 
Infância
FIGURA 1 - FRIEDERICH FROEBEL
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Friedrich_Fr%C3%B6bel. Acesso em: 13 de 
abr. 2023
Biografia
Friedrich Froebel nasceu em 1782 em Oberweibach 
no sudeste da Alemanha, em 1782 e faleceu em 1852. Seu 
pai era um pastor protestante. Seus princípios filosóficos 
- teológicos apontam um Froebel (protestante) com um 
espírito profundamente religioso que desejava manifestar ao 
exterior o que lhe acontecia interiormente: sua união com 
Deus. Esses princípios e sua crença determinaram alguns de 
seus postulados tais como: o educando tem que ser tratado 
de acordo com sua dignidade de filho de Deus, dentro de um 
clima de compreensão e liberdade. O educador é obrigado a 
Seções de estudo
respeitar o discípulo em toda sua integridade; deve manifestar-
se como um guia experimentado e amigo fiel que com mão 
flexível, mas firme, exija e oriente. Não é somente um guia, 
mas também sujeito ativo da educação: dá e recebe; orienta, 
mas deixa em liberdade, é firme, mas concede. O educador 
deve conhecer os diversos graus de desenvolvimento do 
homem para realizar sua tarefa com êxito, sendo três as fases 
de desenvolvimento: vão desde que o homem nasce até a 
adolescência.
Suas ideias reformularam a educação. A essência de 
sua pedagogia são as ideias de atividade e liberdade.
 Froebel trabalhou com Pestalozzi, e embora influenciado 
por ele, foi totalmente independente e crítico, formulando 
seus próprios princípios educacionais. Seus ideais educacionais 
foram considerados politicamente radicais e, durante alguns 
anos, foram banidos da Prússia. 
Em 1873 Froebel abriu o primeiro jardim de infância, 
onde as crianças eram consideradas como plantinhas de um 
jardim, do qual o professor seria o jardineiro, acreditando 
assim que como as plantas, é preciso regá-las para que possam 
dar bons frutos. Para ele também, a criança se expressaria 
através das atividades de percepção sensorial, da linguagem 
e do brinquedo. A linguagem oral se associaria à natureza e 
à vida.
Froebel foi um defensor do desenvolvimento genético. 
Para ele o desenvolvimento ocorre segundo as seguintes 
etapas: a infância, a meninice, a puberdade, a mocidade e a 
maturidade, todas elas igualmente importantes. Observava, 
portanto, a gradação e a continuidade do desenvolvimento, 
bem como a unidade das fases de crescimento. Enfim, 
a educação da infância se realiza através de três tipos de 
operações: a ação, o jogo e o trabalho.
Froebel foi o primeiro educador a enfatizar o brinquedo, 
a atividade lúdica e a apreender o significado da família nas 
relações humanas.
Idealizou recursos sistematizados para as crianças se 
expressarem: blocos de construção que eram utilizados 
pelas crianças em suas atividades criadoras, papel, papelão, 
argila e serragem. O desenho e as atividades que envolvem 
o movimento e os ritmos eram muito importantes. Para a 
criança se conhecer, o primeiro passo seria chamar a atenção 
para os membros de seu próprio corpo, para depois chegar 
aos movimentos das partes do corpo. Valorizava também a 
utilização de histórias, mitos, lendas, contos de fadas e fábulas, 
assim como as excursões e o contato com a natureza. 
Froebel afirma em sua obra A educação do homem (1826) 
que:
a educação é o processo pelo qual o 
indivíduo desenvolve a condição humana 
autoconsciente, com todos os seus poderes 
funcionando completa e harmoniosamente 
em relação à natureza e à sociedade. Além 
do mais, era o mesmo processo pelo qual a 
humanidade, como um todo, originariamente 
se elevara acima do plano animal e continuara 
a se desenvolver até a sua condição atual. 
Implica tanto a evolução individual quanto a 
universal.
12Fundamentos e Metodologia da Educação Infantil
Esse conceito de parte-todo foi um dos mais bem 
desenvolvidos por Froebel. Cada objeto é parte de algo mais 
geral e é também uma unidade, se for considerado em relação 
a si mesmo. No campo das relações humanas, o indivíduo é, 
para ele, uma unidade, quando considerado em si mesmo, mas 
mantém uma relação com o todo, isto é, incorpora-se a outros 
homens para atingir certos objetivos.
Principais Concepções Educacionais
A grande tarefa da educação consiste em ajudar o homem 
a conhecer a si próprio, a viver em paz com a natureza e em 
união com Deus. É o que ele chamou de educação integral. 
Sua concepção de ser humano era profundamente religiosa.
Sua proposta pode ser caracterizada como um “currículo 
por atividades”, no qual o caráter lúdico é o fator determinante 
da aprendizagem das crianças.
Entende a educação como suporte no processo de 
apropriação do mundo pelo homem, é um modelo de 
educação esférica, onde os alunos aprendem em contato 
com o real, com as coisas em sua volta, com os objetos de 
aprendizagem. A Matemática só é entendida quando o sujeito 
for capaz de estruturar a realidade. 
Uma das melhores ideias com que Frobel contribuiu 
para a Pedagogia moderna foi a de que o ser humano é 
essencialmente dinâmico e produtivo, e não meramente 
receptivo. O homem é uma força auto-geradora e não uma 
esponja que absorve conhecimento do exterior.
Podemos, no enfoque de Froebel, criticar a 
desconsideração dos aspectos sociais, a concepção positivista 
de que as atividades levam espontaneamente ao conhecimento, 
e ainda, uma visão linear do processo educativo.
A escrita desse trecho foi realizada pela autora Vera Lúcia Câmara F. 
Zacharias.
Mestre em educação, pedagoga, diretora de escola aposentada, com 
vasta experiência na área educacional em geral, e na assessoria e 
capacitação de profissionais das mais diversas áreas.
Partindo da filosofia educacional de Froebel, baseada 
nos jogos infantis, o filósofo, dirige a metodologia dos dons e 
ocupações, dos brinquedos e jogos propondo:
1 - dons, materiais como bola, cubo, varetas, anéis 
e muito mais, que permitem a execução de 
atividades conhecidas como ocupações, sob a 
orientação da jardineira.
2 - Brinquedos e jogos, atividades simbólicas, livres, 
acompanhadas de músicas e movimentos 
corporais, destinadas a liberar a criança para 
a expressão das relações que estabelece sobre 
objetos e situação do cotidiano, pois, os brinquedos 
são atividades imitativas livres e os jogos, atividades 
livres com o emprego dos dons.
Vejamos ainda a relação de dons ou materiais de ensino 
utilizados pela pedagogia froebeliana:
1° seis bolas de borracha cobertas com tecido de várias 
cores;
2° esfera, cubo e cilindro de madeira;
3° cubo dividido em oito cubozinhos;4° cubo dividido em oito partes oblongas;
5° cubo dividido em metade ou quartas partes;
6° cubo consistindo em partes oblongas, duplamente 
divididas;
7° tabuazinhas quadradas e triangulares para compor 
figuras;
8° varinhas para traçar figuras;
9° anéis e meio anéis para compor figuras;
10° material para desenho;
11° material para picar;
12° material para alinhavo;
13° material para recortes de papel e combinação;
14° papel para tecelagem;
15° varetas para entrelaçamento;
16° réguas com dobradiças – (goniógrafo);
17° fitas para entrelaçamento;
18° material para dobradura;
19° material para construção com ervilhas;
20° material para modelagem. 
(apud PRESTES, 1896, p.7)
De acordo com Kishimoto (1998), as obras de Froebel 
despertam o interesse pela auto-atividade da criança, liberdade 
de brincar e expressar tendências internas pelo jogo como 
fator de desenvolvimento integral da criança. Entretanto, o 
aspecto mais importante de sua teoria: o papel da brincadeira 
enquanto elemento para o desenvolvimento simbólico,parece 
ter sido pouco percebido. Assim, por meio de brinquedos e 
dons, cria o espaço para a criança ter iniciativa, expressar sua 
fala, representar seu imaginário.
Mais informações a esse respeito na obra de Tizuko Morchida Kishimoto 
“O Brincar E Suas Teorias”, 1998.
Conheçam esse Livro!
Saiba mais
As contribuições de Froebel em relação à educação foram inúmeras, 
vejamos então:
Reformador educacional de primeira grandeza, professor universitário, 
com experiência em trabalhos práticos, enfatizou a importância da 
criança, destacando suas atividades estimuladas e dirigidas. 
A grande contribuição de Froebel à educação reside em seus estudos 
e aplicações práticas acerca dos Jardins de Infância, dos quais é 
considerado o iniciador. 
Partindo dos interesses e tendências inatos na criança para a ação, 
o jardim de infância deve ajudar os alunos a expressarem-se e a 
desenvolverem-se, baseando-se na auto-atividade. A aquisição de 
conhecimentos está em segundo plano, subordinado ao crescimento 
através da atividade. 
A mais luminosa ideia com que Frobel contribuiu para a Pedagogia 
moderna foi a de que o ser humano é essencialmente dinâmico 
e produtivo, e não meramente receptivo. O homem é uma força 
autogeradora e não uma esponja que absorve conhecimento do exterior, 
como já dito anteriormente, ou seja, toda criança tem capacidades inatas 
e não meramente depositar conceitos.
O objetivo do ensino é sempre extrair mais do homem do que colocar 
mais e mais dentro dele. A criança não deve ser iniciada em nenhum novo 
13
assunto enquanto não estiver madura para ele. Educação para Froebel 
é um processo pelo qual o indivíduo desenvolve a condição humana 
autoconsciente, com todos os seus poderes funcionando completa e 
harmoniosamente, em relação à natureza e à sociedade. 
“A educação é o processo pelo qual o indivíduo desenvolve a condição 
humana, com todos os seus poderes funcionando com harmonia e 
completa, em relação à natureza e à sociedade. Além do mais, era o 
mesmo processo pelo qual a humanidade, como um todo, se elevando 
do plano animal e continuaria a se desenvolver até sua condição atual. 
Implica tanto a evolução individual quanto a universal”. (Do livro “A 
Educação do Homem”, de 1826). 
Para finalizar, podemos observar que se tratando de 
Froebel é possível e relevante destacar que:
•	 a educação baseia-se na evolução natural das atividades da criança; 
•	 as atividades espontâneas adquirem um desenvolvimento 
verdadeiro;
•	 na educação infantil o brinquedo e o jogo são fundamentais; 
•	 para conseguir integrar o crescimento de todos os poderes: físico, 
mental e social, Froebel, variou nas atividades construtivistas; 
•	 a atividade construtivista pode causar uma grande harmonia e 
espontaneidade no controle social; 
•	 os currículos das escolas devem estar baseados nas atividades e 
interesses desde o nascimento e em cada fase da vida infantil; 
•	 a humanidade ainda está em processo de desenvolvimento, e a 
educação ainda é a melhor solução para um futuro melhor; 
•	 o futuro desenvolvimento da raça depende exclusivamente da 
educação das mulheres; 
•	 o saber não se resume em um fim em si mesmo, mas funciona 
relacionado com as atividades do organismo. 
As informações contidas sobre Froebel foram retiradas do endereço 
eletrônico: http://www.educacaomoral.org.br/educadores_05.htm
2 - Maria Montessori – Valorização 
do Aluno
FIGURA 2 - MARIA MONTESSORI
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Maria_Montessori#/media/Ficheiro:Maria_
Montessori.jpg. Acesso em: 13 de abr. 2023
Frase de Maria Montessori: 
“A tarefa do professor é preparar motivações para 
atividades culturais, num ambiente previamente organizado, 
e depois se abster de interferir” (Revista Nova Escola, 2011)
Biografia
Maria Montessori nasceu em 1870, em Chiaravalle, no 
norte da Itália, filha única de um casal de classe média. Desde 
pequena se interessou pelas ciências e decidiu enfrentar a 
resistência do pai e de todos à sua volta para estudar medicina 
na Universidade de Roma.
Direcionou a carreira para a psiquiatria e logo se interessou 
por crianças com retardo mental, o que mudaria sua vida e 
a história da educação. Ela percebeu que aqueles meninos 
e meninas proscritos da sociedade por serem considerados 
ineducáveis respondiam com rapidez e entusiasmo aos 
estímulos para realizar trabalhos domésticos, exercitando as 
habilidades motoras e experimentando autonomia. Em pouco 
tempo, a atividade combinada de observação prática e pesquisa 
acadêmica levou a médica a experiências com as crianças ditas 
normais. Montessori graduou-se em pedagogia, antropologia 
e psicologia e pôs suas ideias em prática na primeira Casa dei 
Bambini (Casa das crianças), aberta numa região pobre no 
centro de Roma. Depois dessa, foram fundadas outras em 
diversos lugares da Itália. 
O sucesso das “casas” tornou Montessori uma celebridade 
nacional. Em 1922 o governo a nomeou inspetora-geral das 
escolas da Itália. Com a ascensão do regime fascista, porém, 
ela decidiu deixar o país em 1934. Continuou trabalhando na 
Espanha, no Ceilão (hoje Sri Lanka), na Índia e na Holanda, 
onde morreu aos 81 anos, em 1952. 
Poucos nomes da história da educação são tão difundidos 
fora dos círculos de especialistas como Montessori. Ele é 
associado, com razão, à Educação Infantil, ainda que não sejam 
muitos os que conhecem profundamente esse método ou sua 
fundadora, a italiana Maria Montessori. Primeira mulher a 
se formar em medicina em seu país foi também pioneira no 
campo pedagógico ao dar mais ênfase à autoeducação do aluno 
do que ao papel do professor como fonte de conhecimento. 
“Ela acreditava que a educação é uma conquista da criança, 
pois percebeu que já nascemos com a capacidade de ensinar 
a nós mesmos, se nos forem dadas as condições”, diz Talita 
de Oliveira Almeida, presidente da Associação Brasileira 
de Educação Montessoriana. Individualidade, atividade e 
liberdade do aluno são as bases da teoria, com ênfase para o 
conceito de indivíduo como, simultaneamente, sujeito e objeto 
do ensino. Montessori defendia uma concepção de educação 
que se estende além dos limites do acúmulo de informações. 
O objetivo da escola é a formação integral do jovem, uma 
“educação para a vida”. A filosofia e os métodos elaborados 
pela médica italiana procuram desenvolver o potencial criativo 
desde a primeira infância, associando-o à vontade de aprender 
– conceito que ela considerava inerente a todos os seres 
humanos. 
Ao defender o respeito às necessidades e aos interesses de 
cada estudante, de acordo com os estágios de desenvolvimento 
correspondentes às faixas etárias, Montessori argumentava 
14Fundamentos e Metodologia da Educação Infantil
que seu método não contrariava a natureza humana e, por 
isso, era mais eficiente do que os tradicionais. Os pequenos 
conduziriam o próprio aprendizado e ao professor caberia 
acompanhar o processo e detectar o modo particular de cada 
um manifestar seu potencial.Por causa dessa perspectiva desenvolvimentista, 
Montessori elegeu como prioridade os anos iniciais da vida. 
Para ela, a criança não é um pretendente a adulto e, como tal, 
um ser incompleto. Desde seu nascimento, já é um ser humano 
integral, o que inverte o foco da sala de aula tradicional, 
centrada no professor. Não foi por acaso que as escolas que 
fundou se chamavam Casa dei Bambini (Casa das crianças), 
evidenciando a prevalência do aluno. Foi nessas “casas” que 
ela explorou duas de suas ideias principais: a educação pelos 
sentidos e a educação pelo movimento.
 Como vocês puderam perceber o texto acima traz 
informações, já anteriormente apresentadas, mas que 
reforçam a maneira de pensar e as principais ideias da autora. 
Seguiremos lendo ainda sobre essa grande educadora e como 
ela tratava as crianças em suas possibilidades.
O texto acima foi retirado da Revista Educar para Crescer, ano 2011!
Pode ser encontrado na íntegra pelo endereço eletrônico: 
http://educarparacrescer.abril .com.br/aprendizagem/maria-
montessori-307444.shtml
Escola sem lugar marcado
As salas de aula tradicionais eram vistas com desprezo 
por Maria Montessori. Ela dizia que pareciam coleções de 
borboletas, com cada aluno preso no seu lugar. Quem entra 
numa sala de aula de uma escola montessoriana encontra 
crianças espalhadas, sozinhas ou em pequenos grupos, 
concentradas nos exercícios. Os professores estão misturados 
a elas, observando ou ajudando. Não existe hora do recreio, 
porque não se faz a diferença entre o lazer e a atividade 
didática. Nessas escolas as aulas não se sustentam num 
único livro de texto. Os estudantes aprendem a pesquisar em 
bibliotecas (e, hoje, na internet) para preparar apresentações 
aos colegas. Atualmente existem escolas montessorianas nos 
cinco continentes, em geral agrupadas em associações que 
trocam informações entre si. Calcula-se em torno de 100 o 
número dessas instituições no Brasil.
Para refletir
O principal legado da italiana Maria Montessori, como já dito 
anteriormente, foi afirmar que as crianças trazem dentro de si o potencial 
criador que permite que elas mesmas conduzam o aprendizado e 
encontrem um lugar no mundo. “Todo conhecimento passa por uma 
prática, pela experimentação e a escola deve facilitar o acesso a ela. É 
o que Montessori chamou de “ajude-me a agir por mim mesmo. Outro 
aspecto fundamental da teoria montessoriana é deslocar o enfoque 
educacional do conteúdo para a forma do pensamento. As críticas mais 
comuns ao montessorianismo referem-se ao enfoque individualista e ao 
excesso de materiais e procedimentos construídos dentro da escola – o 
que dificultaria a adaptação dos alunos a outros sistemas de ensino e 
ao “mundo real”. Os montessorianos argumentam que, ao contrário, o 
método se volta para a vida em comunidade e enfatiza a cooperação.
E você? Acha que dar atenção individual aos alunos é um modo de 
contrabalançar a tendência contemporânea à massificação, inclusive do 
ensino?
Materiais didáticos produzidos pela teórica
Montessori produz uma série de cinco grupos de 
materiais didáticos:
•	 exercícios Para a Vida Cotidiana;
•	 material Sensorial;
•	 material de Linguagem;
•	 material de Matemática;
•	 material de Ciências;
•	 material de Conteúdo Adulto.
Estes materiais se constituem de peças sólidas de 
diversos tamanhos, formas e espessuras diferentes. Coleções 
de superfícies de diferentes texturas e campainhas com 
diferentes sons. Tudo visando o prazer absoluto do aluno.
O “Material Dourado” é um dos materiais criado por 
Maria Montessori. Este material baseia-se nas regras do sistema 
de numeração, inclusive para o trabalho com múltiplos, sendo 
confeccionado em madeira, é composto por: cubos, placas, 
barras e cubinhos. O cubo é formado por dez placas, a placa 
por dez barras e a barra por dez cubinhos. Este material é de 
grande importância na numeração, e facilita a aprendizagem 
dos algoritmos da adição, da subtração, da multiplicação e da 
divisão.
O “Material Dourado” desperta no aluno a concentração, 
o interesse, além de desenvolver sua inteligência e imaginação 
criadora, pois a criança, está sempre predisposta ao jogo. Além 
disso, permite o estabelecimento de relações de graduação e 
de proporções, e finalmente, ajuda a contar e a calcular.
O aluno usa (individualmente) os materiais à medida de 
sua necessidade e por ser autocorretivo faz sua auto-avaliação. 
Os professores são auxiliares de aprendizagem e o sistema 
peca pelo individualismo. Embora, hoje sua utilização é feita 
em grupo.
No trabalho com esses materiais a concentração é um 
fator importante. As tarefas são precedidas por uma intensa 
preparação, e, quando terminam, a criança se solta, feliz 
com sua concentração, comunicando-se então com seus 
semelhantes, num processo de socialização.
A livre escolha das atividades pela criança é outro aspecto 
fundamental para que exista a concentração e para que a 
atividade seja formadora e imaginativa. Essa escolha se realiza 
com ordem disciplina e com um relativo silêncio.
O silêncio também desempenha papel preponderante. A 
criança fala quando o trabalho assim o exige, a professora não 
precisa falar alto.
Pés e mãos tem grande destaque nos exercícios 
sensoriais( não se restringem apenas aos sentidos), fornecendo 
oportunidade às crianças de manipular os objetos, sendo que 
a coordenação se desenvolve com o movimento.
Em relação à leitura e escrita, na escola montessoriana, 
as crianças conhecem as letras e são introduzidas na análise 
das palavras e letras; estando a mão treinada e reconhecendo 
as letras, a criança pode escrever palavras e orações inteiras.
15
Em relação à matemática os materiais permitem 
o reconhecimento das formas básicas, permitem o 
estabelecimento de graduações e proporções, comparações, 
induzem a contar e calcular.
Para encerrar, iremos observar doze pontos do 
Método Montessoriano:
1 - baseia-se em anos de observação da natureza da 
criança por parte do maior gênio da educação desde 
Froebel;
2 - demonstrou ter uma aplicabilidade universal;
3 - revelou que a criança pequena pode ser um amante 
do trabalho, do trabalho intelectual, escolhido de 
forma espontânea, e assim, realizado com muita 
alegria;
4 - baseia-se em uma necessidade vital para a criança 
que é a de aprender fazendo. Em cada etapa do 
crescimento mental da criança são proporcionadas 
atividades correspondentes com as quais se 
desenvolvem suas faculdades;
5 - ainda que ofereça à criança uma grande espontaneidade 
consegue capacitá-la para alcançar os mesmos níveis, ou 
até mesmo níveis superiores de sucesso escolar, que os 
alcançados sobre os sistemas antigos;
6 - consegue uma excelente disciplina apesar de 
prescindir de coerções tais como recompensas e 
castigos. Explica-se tal fato por tratar-se de uma 
disciplina que tem origem dentro da própria criança 
e não imposta de fora;
7 - baseia-se em um grande respeito pela personalidade 
da criança, concedendo-lhe espaço para crescer 
em uma independência biológica, permitindo-se 
à criança uma grande margem de liberdade que se 
constitui no fundamento de uma disciplina real;
8 - permite ao professor tratar cada criança 
individualmente em cada matéria, e assim, fazê-lo de 
acordo com suas necessidades individuais;
9 - cada criança trabalha em seu próprio ritmo;
10 - não necessita desenvolver o espírito de competição e 
a cada momento procura oferecer às crianças muitas 
oportunidades para ajuda mútua o que é feito com 
grande prazer e alegria;
11 - já que a criança trabalha partindo de sua livre escolha, 
sem coerções e sem necessidade de competir, não 
sente as tensões, os sentimentos de inferioridade 
e outras experiências capazes de deixar marcas no 
decorrer de sua vida;
12 - o método Montessori se propõe a desenvolver a 
totalidade da personalidade da criança e não somente 
suas capacidades intelectuais. Preocupa-se também 
com as capacidades de iniciativa, de deliberação 
e de escolhas independentes e os componentesemocionais.
Após a leitura, é imprescindível destacar a importância 
de buscarem maiores informações através de pesquisa, 
apropriando-se de livros que abordem os assuntos 
apresentados até aqui e que procurem diferentes opiniões, 
para que se não for possível a formulação de uma opinião, 
que tais esclarecimentos sirvam para a desiquilibração de seus 
pensamentos, ocasionando assim, momentos de reflexão.
3 - Célestin Freinet – O Mestre do 
Trabalho
FIGURA 3 - CÉLESTIN FREINET
Fonte: Revista Educar para Crescer
Biografia 
Célestin Freinet nasceu em 1896 no sul da França. 
Lutou na Primeira Guerra Mundial em 1914 e seus pulmões 
foram afetados devido a gases tóxicos. Em 1920, começou a 
lecionar na aldeia, onde puseram em prática alguns de seus 
principais experimentos, as aulas-passeio e o livro da vida. 
Em 1925, filiou-se ao Partido Comunista Francês. Em 1928, 
casou-se com Élise Freinet, iniciando intensa atividade. Cinco 
anos depois foi exonerado do cargo de professor. Em 1935, 
o casal construiu uma escola própria em Vence. Durante a 
Segunda Guerra Mundial, o educador foi preso e adoeceu 
num campo de concentração alemão. Em 1956, liderou a 
vitoriosa campanha 25 Alunos por Classe. No ano seguinte, os 
seguidores de Freinet fundaram a Federação Internacional dos 
Movimentos da Escola Moderna, que hoje reúne educadores 
de cerca de 40 países. Freinet morreu em 1966.
Talvez muitos dos profissionais nem saibam, mas 
algumas das inúmeras práticas realizadas na escola foram 
idealizadas e desenvolvidas pelo mestre Célestin Freinet. 
Como por exemplo, as aulas-passeio ou estudo de campo e 
os cantinhos pedagógicos, entre outros. E você sabia que o 
criador de todos esses recursos foi Freinet? Quantas vezes 
você já fez ou fará uso dessas ferramentas? Saber o que está 
fazendo e os objetivos propostos aos quais desejo atingir é 
fundamental para o educador. 
Freinet é identificado entre os educadores como um 
professor que se opunha ao ensino tradicionalista centrado no 
professor. Acreditava na educação ativa em torno do aluno. 
Tinha um ideário popular tanto da organização do sistema de 
ensino, como o aprendizado em si.
Para ele era necessário transformar a escola por dentro, 
pois é exatamente ali que se mostram as contradições sociais, e 
16Fundamentos e Metodologia da Educação Infantil
mais, em sua teoria o trabalho e a cooperação tem prioridade, 
a ponto de defender que “não é o jogo que é natural da 
criança, mas sim o trabalho”. Seu maior objetivo era criar uma 
“escola do povo”. Uma educação capaz de formar cidadão 
para o trabalho livre e criativo, capaz de transformar o meio 
em que vive. Nessa educação, um dos ofícios do professor é 
propor às crianças experimentar, procurar respostas para seus 
desejos e questionamentos, cooperando mutuamente e ser o 
organizador desse trabalho.
Outra função essencial, segundo Freinet, é colaborar da 
melhor maneira possível para que todos os alunos obtenham 
êxito, pois, ao contrário de muitos pedagogos modernos, o 
educador francês não enxergava o erro como valor didático, 
mas sim, como um causador de desequilíbrio e desmotivação 
por parte do aluno. Defendia, ainda, que a forma mais 
profunda de aprender se dava através da afetividade. Freinet 
propôs uma pedagogia pela qual a relação entre ação e 
pensamento, ou teoria e prática resultam na aprendizagem.
O professor francês trabalhou durante todo o tempo 
a fim de desenvolver técnicas de ensino que agissem com 
mecanismos da livre expressão e da cooperação, originando 
assim, uma nova educação, pois considerava a escola de seu 
tempo uma instituição distante da realidade das crianças, sendo 
apenas um acúmulo de conceitos e de exercícios mecanizados, 
sem sentido.
Suas técnicas inovadoras que se faziam presentes às 
aulas-passeio e em tantas outras, originaram-se da observação 
de como as crianças se comportavam de modo tão ativo ao 
ar livre, que quando comparado ao comportamento dentro 
da escola, aparentavam claro desinteresse, ou seja, a criança 
produz muito mais, quando exposta a atividades em áreas 
livres, onde ela pode observar e experimentar o novo.
Uma segunda técnica foi o surgimento da imprensa na 
escola, respondendo à necessidade de extinguir a distância 
entre professores e alunos e de trazer para a classe, a vida lá 
de fora.
Para Freinet, todo conhecimento é decorrente do que 
denominou de tratamento experimental, ou seja, a atividade 
de formular hipóteses e testar sua validade. Cabendo à escola 
proporcionar essa oportunidade a toda criança, ou seja, 
experimentar, participar e produzir ideias. 
A seguir de uma maneira bem simples, estaremos voltados 
às principais abordagens pedagógicas a que Freinet defendeu 
e escreveu, o que certamente será de grande importância na 
prática pedagógica de todos vocês.
A pedagogia de Freinet é centralizada na criança e baseada 
sobre alguns princípios, veremos quais são eles:
•	 senso de responsabilidade;
•	 senso cooperativo;
•	 sociabilidade;
•	 julgamento pessoal; 
•	 autonomia;
•	 expressão;
•	 criatividade;
•	 comunicação;
•	 reflexão individual e coletiva;
•	 afetividade.
Informações Pedagógicas:
1. a criança é da mesma natureza que o adulto;
2. ser maior não significa necessariamente estar acima 
dos outros; 
3. o comportamento escolar de uma criança depende 
do seu estado fisiológico, orgânico e constitucional;
4. a criança e o adulto não gostam de imposições 
autoritárias;
5. a criança e o adulto não gostam de uma disciplina 
rígida;
6. ninguém gosta de fazer determinado trabalho 
por coerção, mesmo que, em particular, ele não o 
desagrade. Toda atitude imposta é paralisante;
7. todos gostam de escolher o seu trabalho mesmo que 
essa escolha não seja a mais vantajosa;
8. ninguém gosta de trabalhar sem objetivo, atuar 
como máquina, sujeitando-se a rotinas nas quais não 
participa;
9. é fundamental a motivação para o trabalho;
10. é preciso abolir a escolástica;
a) Todos querem ser bem-sucedidos. O fracasso inibe, 
destrói o ânimo e o entusiasmo. 
b) Não é o jogo que é natural na criança, mas sim o 
trabalho. 
11. não são a observação, a explicação e a demonstração 
– processos essenciais da escola – as únicas vias 
normais de aquisição de conhecimento, mas a 
consequência tateante, que é uma conduta natural e 
universal;
12. a memória, tão preconizada pela escola, não é válida, 
nem preciosa, a não ser quando está integrada 
no tateamento experimental, onde se encontra 
verdadeiramente a serviço da vida;
13. as aquisições não são obtidas pelo estudo de regras e 
leis, como às vezes se crê, mas sim pela consequência. 
Estudar primeiro regras e leis é colocar o carro na 
frente dos bois;
14. a inteligência não é uma faculdade específica, que 
funciona como um circuito fechado, independente 
dos demais elementos vitais do indivíduo, como 
ensina a escolástica;
15. a escola cultiva apenas uma forma abstrata de 
inteligência, que atua fora da realidade fica fixada na 
memória por meio de palavras e idéias;
16. a criança não gosta de receber lições autoritárias;
17. a criança não se cansa de um trabalho funcional, ou 
seja, que atende aos rumos de sua vida;
18. a criança e o adulto não gostam de ser controlados e 
receber sanções;
19. as notas e classificações constituem sempre um erro;
20. fale o menos possível; 
21. a criança não gosta de sujeitar-se a um trabalho em 
rebanho. Ela prefere o trabalho individual ou de 
equipe numa comunidade cooperativa;
22. a ordem e a disciplina são necessárias na aula;
23. os castigos são sempre um erro. São humilhantes, 
17
não conduzem ao fim desejado e não passam de 
paliativo;
24. a nova vida da escola supõe a cooperação escolar, 
isto é, a gestão da vida pelo trabalho escolar pelos 
que a praticam, incluindo o educador;
25. a sobrecarga das classes constitui sempre um erro 
pedagógico;
26. a concepção atual das grandes escolas conduz 
professores e alunos ao anonimato, o que é sempre 
um erro e cria barreiras;
27. a democracia de amanhã prepara-sepela democracia 
na escola. Um regime autoritário na escola não seria 
capaz de formar cidadãos democratas;
28. uma das primeiras condições da renovação da escola 
é o respeito à criança e, por sua vez, a criança ter 
respeito aos seus professores; só assim é possível 
educar dentro da dignidade;
29. a reação social e política, que manifesta uma reação 
pedagógica;
30. é preciso ter esperança otimista na vida. 
Técnicas de Freinet:
•	 aula passeio;
•	 texto livre;
•	 imprensa escolar;
•	 correção;
•	 livro da vida;
•	 fichário de consulta;
•	 plano de trabalho;
•	 correspondência interescolar;
•	 auto-avaliação.
Agora que vocês já conhecem as técnicas utilizadas por Freinet, vejamos 
o porquê de cada atividade.
•	 Aula Passeio
Por acreditar que o interesse da criança não estava na 
escola e sim fora dela, Freinet idealizou esta atividade com o 
objetivo de trazer motivação, ação e vida para a escola. 
•	 Texto Livre
É a base da livre expressão, pode ser um desenho, um 
poema ou pintura. A criança determina a forma, o tema e o 
tempo para sua realização. Porém se a criança desejar que seu 
texto seja divulgado deverá passar pela correção coletiva.
•	 Imprensa Escolar 
Seu ponto de partida são as entrevistas, pesquisas, 
vivências e aulas-passeio. Freinet usava o tipógrafo. Todo 
processo de construção e impressão é coletivo. 
•	 Correção 
Para o texto ser divulgado é necessário que esteja perfeito 
e a correção é fundamental. Ela pode ser feita coletivamente, 
ou em auto-correção. Freinet acredita que o “erro” deva ser 
trabalhado com a criança para que ela perceba e faça o acerto.
•	 Livro da vida
Funciona como um diário da classe, registrando a livre 
expressão (texto, desenho e pintura). Esta atividade permite 
que as crianças exponham seus diferentes modos de ver a aula 
e a vida. 
•	 Fichário de Consulta 
Põe a disposição da criança exercícios destinados à 
aquisição dos mecanismos do cálculo, ortografia, gramática, 
história, ciências etc. São construídas em sala de aula pelos 
professores na interação com a turma. Freinet criticava 
duramente os livros didáticos fora da realidade da criança. 
•	 Plano de Trabalho 
Tendo o currículo escolar como ponto de partida, os 
grupos de alunos se organizavam para escolher as estratégias 
de desenvolvimento das atividades que podiam ser realizadas 
em grupos, duplas, ou individualmente. Para registro do plano 
são elaboradas fichas onde são anotadas as realizações da 
semana. 
•	 Correspondência Interescolar 
É uma atividade em que a criança faz a aprendizagem da 
vida consequência, uma classe se corresponde com a outra. 
Depois dos professores terem se comunicado e organizado 
a forma. Podem enviar: cartas, textos, fitas, vídeos, desenhos 
e e-mail. 
•	 Auto-Avaliação 
A criança registra o resultado do seu trabalho em fichas 
de auto-avaliação que permitem constantes comparações 
entre os trabalhos realizados. Segundo Freinet o aluno e o 
professor devem se avaliar regularmente.
Esse texto foi retirado da Revista Educar para Crescer, ano 2011 e pode 
ser encontrado no endereço eletrônico: http://educarparacrescer.abril.
com.br/apr
4 - Jean Piaget – Piaget e os Estágios 
de Desenvolvimento
Biografia 
Jean Piaget nasceu em Neuchâtel, Suíça, em 1896. 
Formou-se em biologia na universidade de Neuchâtel e, aos 
23 anos iniciou seu trabalho com o estudo do raciocínio da 
criança sob o olhar da psicologia experimental. Em 1924 
publicou A Linguagem e o Pensamento na Criança, um, dos mais 
de 50 que estariam por vir. Ocupou vários cargos importantes 
18Fundamentos e Metodologia da Educação Infantil
antes mesmo do fim da década de 30, entre eles o de diretor 
do Instituto Jean-Jacques Rosseau, ao lado de seu mestre, 
Édouard Claparéde (1873-1940). Nesse mesmo período 
acompanhou seus três filhos, o que foi uma das suas grandes 
fontes do trabalho de observação. Durante toda sua vida, 
recebeu muitos títulos de algumas das principais universidades 
norte-americanas. Morreu em 1980, em Genebra, Suíça.
A obra deste grande autor é muito ampla, por isso, nesta 
aula serão abordados seus principais conceitos, como as fases 
de desenvolvimento assim com os conceitos de assimilação, 
acomodação e equilibração.
FIGURA 4 - JEAN PIAGET
Fonte: www.pedagogiaemfoco.pro.br
Cientista suíço, Jean Piaget (1896-1980), foi e continua 
sendo um dos grandes nomes no campo educacional, quase se 
tornando um sinônimo de pedagogia, embora essa não tivesse 
sido sua intenção. Nunca atuou como pedagogo. Biólogo 
dedicou-se à observação científica rigorosa do processo de 
aquisição de conhecimento pelo ser humano, particularmente 
da criança. Tais observações fizeram com que criasse a 
epistemologia genética, ou seja, uma teoria do conhecimento 
centrada no desenvolvimento natural da criança.
A teoria de Piaget é formulada a partir de duas visões 
diferentes, que seria a teoria do objetivismo e a teoria do 
subjetivismo. A primeira, enfatiza o ambiente externo, ou 
seja, o sujeito será fruto do meio. E a segunda, que trata da 
psicologia do subjetivismo, acredita que todo o conhecimento 
é inato, e já está estabelecido em cada um de nós:
assim sendo, a Psicologia objetivista, 
privilegia	 o	 dado	 externo,	 afirmando	 que	
todo conhecimento provém da experiência; 
e a Psicologia subjetivista, em contraste, 
calcada no substrato psíquico, entende que 
todo conhecimento é anterior à experiência, 
reconhecendo, portanto, a primazia do sujeito 
sobre o objeto (Freitas, 2000, p.63). 
Piaget então considera insuficientes ambas as teorias e 
desenvolve o que chamamos de “epigênese”, que se refere 
a “o conhecimento não procede nem da experiência única 
dos objetos nem de uma programação inata pré-formada 
no sujeito, mas de construções sucessivas com elaborações 
constantes de estruturas novas” (PIAGET, 1976 apud 
FREITAS 2000:64). Quer dizer, o processo evolutivo da 
filogenia humana tem uma origem biológica que é ativada 
pela ação e interação do organismo com o meio ambiente – 
físico e social – que o rodeia (Coll, 1992; La Taille, 1992, 2003; 
Freitas, 2000; etc.), isso nos mostra que existe uma relação de 
interdependência entre o sujeito e o objeto. 
Diante disso, o processo evolutivo, ou estágios de 
desenvolvimento do ser humano, faz parte de sua teoria, que 
estaremos compreendendo melhor a seguir.
Piaget distinguiu quatro estágios gerais do 
desenvolvimento cognitivo, dividindo assim o processo 
evolutivo da espécie humana que se passa desde o nascimento 
até o início da adolescência. De maneira mais ampla, todas as 
pessoas vivenciam cada uma dessas fases na mesma sequência, 
apesar de poder sofre variações de acordo com os estímulos 
recebidos no início ou final de cada fase.
O primeiro é o estágio sensório-motor, que vai do 
nascimento até cerca de dois anos de idade. A criança apresenta 
poucos comportamentos do tipo reflexo, tais como sucção, 
preensão, choro e atividade corporal indiferenciada, ações que 
geram prazeres e vantagens, é também o período anterior à 
linguagem, no qual a criança desenvolve a percepção de si 
mesma e dos objetos a sua volta, compreendendo melhor 
todo esse universo desconhecido.
O estágio seguinte é o pré-operacional, que vai dos 2 aos 
7 anos. Com o uso da linguagem, dos símbolos e imagens 
mentais, inicia-se uma nova etapa do desenvolvimento da 
criança. Continua em uma perspectiva egocêntrica, vendo a 
realidade principalmente como ela a afeta. Suas explicações 
são decorrentes de suas experiências, podendo ser ou não, 
coerentes com a realidade.
A idade de 7 a 11 ou 12 anos assinala o estágio 
operacional-concreto, que tem como marca a aquisição da 
noção de mudanças das ações. O pensamento da criança, 
agora mais organizado, possui características de uma lógica 
de operações reversíveis. Surge a habilidade de discriminar 
objetos por similaridades e diferenças. A criança já pode 
dominar conceitos de tempo e número.
Por volta dos 11 ou 12 anos inicia-se o quarto e 
último período de desenvolvimentomental que passa pela 
adolescência e prolonga-se até a idade adulta: é o estágio das 
operações formais. A principal característica desse estágio é a 
capacidade de raciocinar com hipóteses verbais e não apenas 
com objetos concretos. Essa fase marca a entrada na idade 
adulta em termos cognitivos.
Partiu do teórico também a ideia de que a aprendizagem 
é um processo construído pelo aluno e é através de sua teoria 
que se inicia a corrente do construtivismo. Ele mostrou 
ainda que as crianças pensam diferente dos adultos e que 
apenas absorvem gradativamente regras, valores e símbolos 
da maturidade psicológica, isso graças a dois mecanismos 
conhecidos como: assimilação e acomodação.
Assimilação designa o fato de que a iniciativa na 
interação do sujeito com o objeto é do organismo, quer dizer, 
o indivíduo constrói esquemas de assimilação mentais para 
abordar a realidade. Assim, quando a mente assimila, ela 
incorpora a realidade e seus esquemas de ação, impondo-se 
ao meio.
19
Acomodação consiste a modificações dos sistemas de 
assimilação por influência do mundo externo. Então depois 
de aprender um novo conceito, a criança vai adaptá-lo. Por 
exemplo, na assimilação a criança que tem a ideia mental de 
uma ave como animal voador, com penas e asas, ao observar 
um avestruz vai tentar assimilá-lo a um esquema que não 
corresponde totalmente ao conhecido. Já na acomodação, a 
criança vai adaptar seu conceito de ave para incluir as que não 
voam.
Para finalizar é importante ressaltar que não existe 
acomodação sem assimilação e o equilíbrio entre assimilação 
e acomodação é a adaptação à situação. Por exemplo: 
experiências acomodadas dão origem a novos esquemas de 
assimilação e assim, ocorre um novo estado de equilíbrio. 
O processo de equilibração se prolonga até o período das 
operações formais e continua, na idade adulta, em algumas 
experiências do indivíduo.
Um conceito da epistemologia genética, já citada 
anteriormente, é o egocentrismo, presente no raciocínio 
infantil e que somente com a maturação do pensamento rumo 
ao domínio da lógica leva ao abandono gradual desse caráter. 
A criança passa a ter noções de responsabilidades individuais, 
fator imprescindível para a sua autonomia.
Portanto, a teoria de Piaget nos leva a pensar que o trabalho de educar a 
criança não significa simplesmente transmitir conteúdos, mas favorecer 
a atividade mental dos alunos.
Devo destacar ainda, que o conteúdo nesta aula abordado é sintético 
diante da grandiosidade a que se trata a obra desse inconfundível 
teórico. É preciso inúmeras leituras a fim de se compreender melhor 
todas as propostas apresentadas por ele. Diante disso, os conceitos 
trabalhados na aula, servirão certamente para que vocês tenham algo 
a investigar.
5 - Lev Semenovitch Vygotsky – O 
Ensino como Processo Social
FIGURA 5 - LEV SEMENOVICH VYGOTSKY
Fonte: Wikipedia
Biografia 
Lev Semenovitch Vygotsky nasceu em 1896 numa 
pequena cidade, capital da Bielo-Rússia, região então dominada 
pela Rússia, que só se tornou independente em 1991. Teve 
uma educação sólida devido às boas condições econômicas 
que sua família possuía. Dedicava-se desde cedo a muitas 
leituras e aos 18 anos matriculou-se no curso de medicina, 
mas acabou cursando a faculdade de direito. Lecionou 
literatura, estética e história da arte e fundou um laboratório 
de psicologia. Rapidamente ganhou destaque, graças a seu 
pensamento inovador e sua vasta atividade, tendo produzido 
mais de 200 trabalhos científicos. Em 1925, já sofrendo de 
tuberculose que o mataria em 1934, publicou A Psicologia da 
Arte, um estudo sobre Hamlet, de William Shakespeare, cuja 
origem é sua tese de mestrado.
O psicólogo bielo-russo Vygostsky (1896-1934) morreu 
há mais de meia década, mas ainda hoje se discute suas obras. 
A parte mais conhecida da extensa obra produzida por 
Vygotsky trata da criação da cultura e aos educadores cabe, 
em particular, os estudos sobre desenvolvimento intelectual.
Socioconstrutivismo ou sociointeracionismo, corrente 
pedagógica que se originou de seu pensamento, aborda o papel 
social nesse desenvolvimento, opondo-se à teoria do biólogo 
Jean Piaget (1896-1980), que também abordou a evolução da 
capacidade do ser humano de obter conhecimento e concluiu 
que os fatores internos eram de maior importância do que os 
interpessoais.
Apesar de Vygotsky não concordar com as teorias de 
Piaget, tinha grande admiração por seu trabalho. Alguns 
estudiosos, porém, acreditam na possibilidade de uma junção 
de ambas as obras.
Os estudos de Vygotsky sobre a aprendizagem 
decorreram da relação homem-ambiente, ou seja, que 
o homem como ser se forma a partir do contato com a 
sociedade. Com isso, não considerava as teorias inatistas, nem 
as empiristas e comportamentais, que encarava o ser humano 
como um produto dos estímulos externos.
Para o psicólogo, a formação decorre a partir de uma 
relação dialética entre sujeito e meio, sendo que o homem 
transforma o ambiente e o ambiente transforma o homem. 
O que importa é a interação que cada um estabelece com 
determinado ambiente. Essa interação passa a ser conhecida 
como experiência pessoalmente significativa.
Para ele, apenas as funções psicológicas elementares se 
caracterizam pelos reflexos. Entre as funções mais complexas 
se encontram a consciência e o discernimento, o que diferencia 
o homem dos outros animais.
A mediação também é outro conceito desenvolvido pelo 
psicólogo, de que toda relação do indivíduo com o ambiente 
acontece por instrumentos técnicos que trazem consigo 
conceitos consolidados da cultura a qual pertence o sujeito.
O aprendizado para Vygotsky é necessariamente mediado, 
pois ao contrário, o início da criança com novas atividades, 
informações ou habilidades deve sim ter a participação de 
um adulto. Desse modo, a criança internaliza e “se apropria”, 
tornando-se voluntário e independente. Para que o ensino 
ocorra, deve-se antecipar ao que o aluno não sabe nem o que 
é capaz de aprender sozinho. É disso que se trata um dos 
20Fundamentos e Metodologia da Educação Infantil
seus principais conceitos, definido como desenvolvimento 
proximal, que seria a distância entre o desenvolvimento real 
e o desenvolvimento potencial. Isto é, o caminho entre o que 
a criança já faz sozinha e o que ela pode ser capaz de fazer. 
Identificar e trabalhar essas capacidades são habilidades que 
um professor necessita ter para que alcance o aprendizado de 
maneira significativa.
Para refletir
Vygotsky deu muita importância ao papel do professor como mediador do 
desenvolvimento psíquico das crianças. A ideia de um aprendizado maior, 
não se dá necessariamente a uma quantidade exorbitante de conteúdos, 
mas as condições a que elas são submetidas. Além disso, é preciso conhecer 
as reais possibilidades das crianças em absorver determinados conceitos.
E você? Preocupa-se em preparar as atividades estabelecendo-as 
com o que seu aluno é capaz de compreender? É capaz de se utilizar 
de diferentes mecanismos a fim de fazer com que despertem mais 
entusiasmo dos alunos?
Apesar de muitos acreditarem na semelhança entre 
Piaget e Vygotsky, os dois apresentam diferenças que devem 
ser destacadas e por isso, peço para que observem o quadro 
abaixo, porém ambos destacam as crianças como um ser ativo.
Piaget Vygotsky
Piaget em relação ao papel 
dos fatores internos e 
externos: 
enfatiza a maturação biologia
Vygotsky em relação ao 
papel dos fatores internos e 
externos: 
Enfatiza o ambiente social.
Em relação à construção do 
real:
Acredita que os fatores internos 
se sobressaem aos fatores 
externos, por isso, estabelece 
uma sequência em relação ao 
desenvolvimento dos estágios.
Em relação à construção do 
real:
Para ele, o ambiente social 
é fator determinante no 
desenvolvimento, alterando-
se conforme os estímulos 
vivenciados.
Em relação ao papel da 
aprendizagem:
Acredita que o conhecimento são 
elaborados espontaneamente 
pela criança. A visão egocêntrica 
que as crianças mantém sobreo mundo se torna mais próxima 
dos adultos gradativamente, 
tornando-se socializada e 
objetiva.
Em relação ao papel da 
aprendizagem:
Defende que a criança já nasce 
em um ambiente social e vai 
formando uma concepção de 
mundo através da interação 
com adultos e/ou crianças mais 
experientes.
Em relação ao papel 
da linguagem no 
desenvolvimento e a 
relação entre linguagem e 
pensamento:
O pensamento aparece antes 
da linguagem. A formação 
do pensamento depende, 
basicamente, de coordenação 
dos esquemas sensorimotores e 
não da linguagem. Está só pode 
ocorrer depois que a criança 
já alcançou um determinado 
nível de habilidades mentais, 
subordinando-se, pois, aos 
processos de pensamento. 
Em relação ao papel 
da linguagem no 
desenvolvimento e a 
relação entre linguagem e 
pensamento:
Pensamento e linguagem são 
processos interdependentes, 
desde o início da vida. A 
aquisição da linguagem pela 
criança modifica suas funções 
mentais superiores: ela dá uma 
forma definida ao pensamento, 
possibilita o aparecimento da 
imaginação, o uso da memória e 
o planejamento da ação.
Fonte: PIAGET E VYGOTSKY - Diferenças e semelhanças. Disponível em: http://
monografias.brasilescola.com/psicologia/piaget-vygotsky--diferencas-
semelhancas.htm
Parece que estamos indo bem. Então, para encerrar 
esse tópico, vamos recordar:
Retomando a aula
1 - Froebel – O criador do jardim de infância
Froebel, primeiro educador a enfatizar o brinquedo e 
ver as crianças como um jardim de flores.
2 - Maria Montessori – Valorização no aluno
Maria Montessori defendeu que o aprendizado é uma 
conquista da própria criança.
3 – Célestin Freinet – O mestre do trabalho
Freinet desenvolveu técnicas muito utilizadas até hoje, 
como aulas-passeios, cantinhos pedagógicos, entre tantos 
outros.
4 – Jean Piaget – Piaget e os estágios de 
desenvolvimento
Piaget, reconhecido por distinguir o desenvolvimento 
humano em estágios e por mostrar que as crianças pensam 
diferente do adulto, construindo seu próprio aprendizado.
5 – Lev Semenovitch Vygotsky – O ensino como 
processo social
Vygotsky, defensor do desenvolvimento pela interação 
com o meio ambiente, além de ressaltar a importância do 
adulto como mediador no processo de aprendizagem.
Vale a pena
Anna e o Rei - Andy Tennant, 2000.
Vale a pena assistir
21
Nenhum a menos - Zhang Yimou, 1999.
Minhas anotações

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