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imunologia clinica

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Prévia do material em texto

ClíniCa
Prof.ª Amanda de Ávila Bicca Martins
imunologia
Indaial – 2021
1a Edição
Impresso por:
Elaboração:
 Prof.a Amanda de Ávila Bicca Martins
Copyright © UNIASSELVI 2021
 Revisão, Diagramação e Produção:
Equipe Desenvolvimento de Conteúdos EdTech
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada pela equipe Conteúdos EdTech UNIASSELVI
M386i
Martins, Amanda de Ávila Bicca
Imunologia clínica. / Amanda de Ávila Bicca Martins. – Indaial: 
UNIASSELVI, 2021.
198 p.; il.
ISBN 978-65-5663-616-0
ISBN Digital 978-65-5663-615-3
1. Imunologia. - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
CDD 610
Olá, acadêmico! Seja bem-vindo ao Livro Didático em Imunologia Clínica, que 
trata da imunologia em um contexto aplicado, ou seja, a imunologia no laboratório 
clínico. Assim, todos os conceitos aprendidos em disciplinas de imunologia básica serão 
a base para compreender como funcionam as principais metodologias utilizadas na 
rotina laboratorial, bem como o significado clínico dos resultados obtidos.
Ao longo da Unidade 1, veremos os conceitos básicos relacionados ao 
funcionamento do sistema imune, como as doenças reumáticas, o modo como se 
desenvolvem e a relação que os processos fisiopatológicos dessas doenças têm com as 
provas imunológicas disponíveis atualmente.
A Unidade 2 apresentará a aplicação da imunologia no diagnóstico e no 
prognóstico do pré-natal e de doenças autoimunes. Nesse contexto, trataremos 
tanto das dinâmicas fisiológicas, relacionadas ao período gestacional e seus principais 
exames, quanto das características referentes a doenças autoimunes e das análises 
clínicas atreladas a elas.
Por fim, na Unidade 3, aprofundaremos a aplicação da imunologia no diagnóstico 
e prognóstico de doenças infecciosas e autoimunes. Assim, serão abordadas as 
doenças infecciosas como sífilis, síndrome da imunodeficiência adquirida (Aids), 
hepatites, coronavírus (Covid-19), além de doenças autoimunes, como a doença celíaca 
e a tireoidite de Hashimoto.
Ao longo desse livro, será possível observar quão interessante e relevante são 
os tópicos abordados, embora isso não os tornem menos complexos. Para compreender 
e absorver os conhecimentos da melhor forma possível, sugerimos que o acadêmico 
utilize todos os recursos educacionais disponibilizados pela instituição, como leituras 
complementares, realização das autoatividades e demais recursos disponíveis no seu 
ambiente virtual e na trilha de aprendizagem.
Bons estudos!
Prof.ª Amanda de Ávila Bicca Martins 
APRESENTAÇÃO
Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você – 
e dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, nós disponibilizamos uma diversidade de QR 
Codes completamente gratuitos e que nunca expiram. O QR Code é um código que permite 
que você acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para 
utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, 
é só aproveitar essa facilidade para aprimorar os seus estudos.
GIO
Olá, eu sou a Gio!
No livro didático, você encontrará blocos com informações 
adicionais – muitas vezes essenciais para o seu entendimento 
acadêmico como um todo. Eu ajudarei você a entender 
melhor o que são essas informações adicionais e por que você 
poderá se beneficiar ao fazer a leitura dessas informações 
durante o estudo do livro. Ela trará informações adicionais 
e outras fontes de conhecimento que complementam o 
assunto estudado em questão.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos 
os acadêmicos desde 2005, é o material-base da disciplina. 
A partir de 2021, além de nossos livros estarem com um 
novo visual – com um formato mais prático, que cabe na 
bolsa e facilita a leitura –, prepare-se para uma jornada 
também digital, em que você pode acompanhar os recursos 
adicionais disponibilizados através dos QR Codes ao longo 
deste livro. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura 
interna foi aperfeiçoada com uma nova diagramação no 
texto, aproveitando ao máximo o espaço da página – o que 
também contribui para diminuir a extração de árvores para 
produção de folhas de papel, por exemplo.
Preocupados com o impacto de ações sobre o meio ambiente, 
apresentamos também este livro no formato digital. Portanto, 
acadêmico, agora você tem a possibilidade de estudar com 
versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.
Preparamos também um novo layout. Diante disso, você 
verá frequentemente o novo visual adquirido. Todos esses 
ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos 
nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, 
para que você, nossa maior prioridade, possa continuar os 
seus estudos com um material atualizado e de qualidade.
QR CODE
Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um 
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de 
educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar 
do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem 
avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo 
para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira, 
acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!
ENADE
LEMBRETE
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma 
disciplina e com ela um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conheci-
mento, construímos, além do livro que está em 
suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, 
por meio dela você terá contato com o vídeo 
da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementa-
res, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de 
auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que 
preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
SUMÁRIO
UNIDADE 1 — APLICAÇÃO DA IMUNOLOGIA NO DIAGNÓSTICO E 
PROGNÓSTICO DE DOENÇAS REUMÁTICAS ........................................ 1
TÓPICO 1 — CONSIDERAÇÕES SOBRE IMUNOLOGIA CLÍNICA ............................. 3
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 3
2 CONCEITOS EM IMUNOLOGIA BÁSICA ............................................................... 3
2.1 RESPOSTA INATA ..................................................................................................................6
2.1.1 Barreiras físicas ............................................................................................................6
2.1.2 Barreiras químicas .......................................................................................................7
2.1.3 Fagócitos .......................................................................................................................7
2.1.4 Processo inflamatório ................................................................................................7
2.1.5 Sistema complemento ..............................................................................................7
2.2 RESPOSTA IMUNE ADAPTATIVA ...................................................................................... 8
3 INTRODUÇÃO AOS ENSAIOS IMUNOLÓGICOS ................................................... 9
RESUMO DO TÓPICO 1 .......................................................................................... 14
AUTOATIVIDADE ................................................................................................... 15
TÓPICO 2 — COMPREENDENDO AS DINÂMICAS SOBRE DOENÇAS 
REUMÁTICAS .....................................................................................17
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................17
2 ETIOPATOGENIA DAS DOENÇAS REUMÁTICAS ................................................17
3 OSTEOARTRITE .................................................................................................. 18
4 ARTRITE REUMATOIDE (AR) .............................................................................19
5 FEBRE REUMÁTICA............................................................................................23
RESUMO DO TÓPICO 2 ..........................................................................................26
AUTOATIVIDADE ................................................................................................... 27
TÓPICO 3 — MARCADORES DE DOENÇAS REUMÁTICAS ...................................29
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................29
2 PROTEÍNA C-REATIVA .......................................................................................29
3 FATOR REUMATOIDE .........................................................................................32
4 ANTIESTREPTOLISINA O ...................................................................................34
RESUMO DO TÓPICO 3 ..........................................................................................36
AUTOATIVIDADE ................................................................................................... 37
TÓPICO 4 — METODOLOGIAS UTILIZADAS PARA INVESTIGAÇÃO 
DE DOENÇAS REUMÁTICAS .............................................................39
1 AGLUTINAÇÃO EM LÁTEX ..................................................................................39
2 NEFELOMETRIA ................................................................................................. 41
3 TURBIDIMETRIA .................................................................................................42
LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................. 44
RESUMO DO TÓPICO 4 .......................................................................................... 51
AUTOATIVIDADE ...................................................................................................52
REFERÊNCIAS .......................................................................................................53
UNIDADE 2 — APLICAÇÃO DA IMUNOLOGIA NO DIAGNÓSTICO E 
PROGNÓSTICO DO PRÉ-NATAL ........................................................57
TÓPICO 1 — DEMANDAS IMUNOLÓGICAS E A IMPORTÂNCIA DO 
ACOMPANHAMENTO IMUNOLÓGICO NO PERÍODO PRÉ-NATAL .....59
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................59
2 GONADOTROFINA CORIÔNICA HUMANA ......................................................... 61
2.1 DOENÇA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL ...................................................................64
RESUMO DO TÓPICO 1 ..........................................................................................66
AUTOATIVIDADE ................................................................................................... 67
TÓPICO 2 — TOXOPLASMOSE...............................................................................69
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................69
2 TOXOPLASMOSE ................................................................................................69
2.1 CICLO BIOLÓGICO .............................................................................................................. 70
2.2 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS ............................................................................................72
2.3 LABORATÓRIO CLÍNICO NA TOXOPLASMOSE .............................................................74
2.3.1 Infecção recente........................................................................................................75
2.3.2 Transição imunológica ............................................................................................76
2.3.3 Infecção latente ou crônica ...................................................................................76
RESUMO DO TÓPICO 2 .......................................................................................... 79
AUTOATIVIDADE ...................................................................................................80
TÓPICO 3 — CITOMEGALOVÍRUS E RUBÉOLA ..................................................... 81
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 81
2 CITOMEGALOVÍRUS ........................................................................................... 81
2.1 LABORATÓRIO CLÍNICO APLICADO AO CITOMEGALOVÍRUS ...................................83
3 RUBÉOLA ........................................................................................................... 84
3.1 LABORATÓRIO CLÍNICO APLICADO À RUBÉOLA ........................................................86
RESUMO DO TÓPICO 3 ..........................................................................................88
AUTOATIVIDADE ...................................................................................................89
TÓPICO 4 — METODOLOGIAS UTILIZADAS PARA DIAGNÓSTICO E 
PROGNÓSTICO DO PRÉ-NATAL ....................................................... 91
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 91
2 IMUNOCROMATOGRAFIA .................................................................................. 91
2.1 FLUXO LATERAL ................................................................................................................. 92
2.2 DUPLA MIGRAÇÃO OU DUPLO PERCURSO (DPP) .................................................... 93
2.3 IMUNOCONCENTRAÇÃO ................................................................................................ 93
3 ENSAIO IMUNOENZIMÁTICO (ELISA) ...............................................................96
4 ENSAIO IMUNOENZIMÁTICO DE MICROPARTÍCULAS ................................... 101
5 HEMAGLUTINAÇÃO .........................................................................................103
LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................104
RESUMO DO TÓPICO 4 ........................................................................................109
AUTOATIVIDADE ................................................................................................. 110
REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 113
UNIDADE 3 — DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS E AUTOIMUNES ..................117
TÓPICO 1 — SÍFILIS ..............................................................................................119
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................119
2 SÍFILIS ...............................................................................................................119
3 LABORATÓRIO CLÍNICO NO DIAGNÓSTICO E ACOMPANHAMENTO DA 
SÍFILIS .............................................................................................................. 123
3.1 TESTES NÃO TREPONÊMICOS .......................................................................................123
3.1.1 Floculação: VDRL ......................................................................................................125
3.1.2 Ensaio RPR ................................................................................................................129
3.2 TESTES TREPONÊMICOS .............................................................................................. 130
3.2.1 Imunofluorescência indireta – FTA-Abs ........................................................... 130
3.2.2 Teste treponêmico imunoenzimático – ELISA ................................................132
RESUMO DO TÓPICO 1 ........................................................................................ 136
AUTOATIVIDADE ................................................................................................. 137TÓPICO 2 — SÍNDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA 
(SIDA OU AIDS) ............................................................................... 139
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 139
2 VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA (HIV) .............................................140
3 LABORATÓRIO CLÍNICO NO DIAGNÓSTICO E ACOMPANHAMENTO 
DO HIV/AIDS ....................................................................................................144
RESUMO DO TÓPICO 2 .........................................................................................151
AUTOATIVIDADE ................................................................................................. 152
TÓPICO 3 — HEPATITES VIRAIS ......................................................................... 153
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 153
2 HEPATITES VIRAIS .......................................................................................... 153
3 LABORATÓRIO CLÍNICO NO DIAGNÓSTICO E ACOMPANHAMENTO 
DAS HEPATITES VIRAIS .................................................................................. 157
3.1 HEPATITE A ........................................................................................................................ 158
3.2 HEPATITE B ...................................................................................................................... 158
3.3 HEPATITE C ...................................................................................................................... 159
3.4 HEPATITE D ...................................................................................................................... 159
3.5 HEPATITE E ....................................................................................................................... 160
RESUMO DO TÓPICO 3 .........................................................................................161
AUTOATIVIDADE ................................................................................................. 162
TÓPICO 4 — CORONAVÍRUS ............................................................................... 165
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 165
2 CORONAVÍRUS ................................................................................................. 165
2.1 SARS-COV-1 .......................................................................................................................167
2.2 SARS-CoV-2 ..................................................................................................................... 169
3 O LABORATÓRIO CLÍNICO NO DIAGNÓSTICO E ACOMPANHAMENTO 
DE SARS-COV-1 E SARS-COV-2 ..................................................................... 173
3.1 DETECÇÃO DE ANTÍGENO PARA SARS-COV – IMUNOCROMATOGRAFIA 
DE FLUXO............................................................................................................................174
3.2 DETECÇÃO DE ANTICORPOS PARA SARS-COV – ELISA .......................................179
RESUMO DO TÓPICO 4 ........................................................................................ 181
AUTOATIVIDADE .................................................................................................183
TÓPICO 5 — LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO ...............................................185
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................185
2 LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO .................................................................185
3 LABORATÓRIO CLÍNICO NO DIAGNÓSTICO DO LÚPUS .................................188
3.1 ANTICORPOS ANTINUCLEARES (ANA/FAN) ............................................................. 188
LEITURA COMPLEMENTAR .................................................................................191
RESUMO DO TÓPICO 5 ........................................................................................ 192
AUTOATIVIDADE ................................................................................................. 193
REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 195
1
UNIDADE 1 — 
APLICAÇÃO 
DA IMUNOLOGIA 
NO DIAGNÓSTICO 
E PROGNÓSTICO DE 
DOENÇAS REUMÁTICAS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
 A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• entender conceitos de imunologia básica;
• compreender as dinâmicas relacionadas a doenças reumáticas;
• reconhecer a etiopatogenia das doenças reumáticas;
• desenvolver uma visão abrangente sobre os mecanismos de desenvolvimento das 
doenças reumáticas;
•	 identificar	aspectos	relacionados	às	principais	técnicas	imunológicas	utilizadas	para	
investigação de patologias reumáticas.
	 Esta	unidade	está	dividida	em	quatro	tópicos.	No	decorrer	dela,	você	encontrará	
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO	1	–	 CONSIDERAÇÕES	SOBRE	IMUNOLOGIA	CLÍNICA
TÓPICO	2	–	 COMPREENDENDO	AS	DINÂMICAS	SOBRE	DOENÇAS	REUMÁTICAS
TÓPICO	3	–	 MARCADORES	DE	DOENÇAS	REUMÁTICAS
TÓPICO	4	–	METODOLOGIAS	UTILIZADAS	PARA	INVESTIGAÇÃO	DE	DOENÇAS	
REUMÁTICAS
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure 
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
CHAMADA
2
CONFIRA 
A TRILHA DA 
UNIDADE 1!
Acesse o 
QR Code abaixo:
3
CONSIDERAÇÕES SOBRE 
IMUNOLOGIA CLÍNICA
TÓPICO 1 — UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Entre	 os	 vários	 sistemas	 que	 possuímos,	 vamos	 destacar	 a	 importância	 do	
sistema	imunológico	e	seu	papel	em	todo	nosso	organismo.	
Qualquer	pessoa	que	tenha	tido	o	privilégio	de	ouvir	o	desempenho	
de uma brilhante orquestra executando uma sinfonia composta 
por um dos maiores maestros sabe que cada instrumento musical, 
cuidadosamente	 afinado, contribui para o som coletivamente 
harmonioso	produzido	pelos	músicos.	(COICO;	SUNSHINE,	2010,	p.	1).
Em	uma	analogia	com	o	corpo	humano,	podemos	dizer	que,	para	desfrutar	de	
coisas	simples,	como	assistir	a	um	filme,	existe	uma	“orquestra	biológica”	não	apenas	
gigante,	mas	também	bastante	diversa,	que,	com	uma	sinergia	singular,	faz	com	que	
todos	os	sistemas	funcionem	de	modo	coordenado,	24	horas	por	dia,	para	manter	a	
estabilidade	interna,	chamada	homeostase.
Nesse	 aspecto,	 para	 compreender	 as	 dinâmicas	 relacionadas	 à	 imunologia	
clínica,	 revisaremos	 alguns	 conceitos	 básicos	 sobre	 a	 imunologia, abordando os 
principais aspectos clínicos associados a esta disciplina.
2 CONCEITOS EM IMUNOLOGIA BÁSICA
O	sistema	imunológico	tem	como	principal	função	proteger	o	organismo	contra	
agressores	 externos.	 Para	 isso,	 conta	 com	 diferentes	 tipos	 celulares	 e	 moléculas	
mediadoras que atuarão de modo a manter o equilíbrio dos demais sistemas. Quando o 
corpo	é	exposto	a	algum	tipo	de	microrganismo	ou	de	um	agente	agressor	que	coloca	em	
risco	o	equilíbrio	–	e,	por	conseguinte,	a	saúde	–	dos	indivíduos,	ocorre	uma	mobilização	
do	sistema	imune,	no	sentido	de	gerar	uma	resposta	para	eliminar	o	potencial	agente	de	
risco	(LUNDY;	FOX;	GIZINSKI,	2015).
As	 respostas	desencadeadas	pelo	sistema	 imune	ocorrem,	ordenadamente,	em	
quatro processos principais:
•	 identificação	de	antígenos	estranhos;
• determinação do potencial prejudicial do agressor;
•	 ativação	de	células	e	mediadores	próprios	para	eliminar	o	agressor;
• desenvolvimento da resposta efetora para eliminação do agente e restabelecimento 
do equilíbrio homeostático.
Lais
Realce
Lais
Realce
4
Para	que	todos	esses	passos	sejam	executados	com	sucesso,	contamos	com	
diferentes	tipos	celulares	pertencentes	ao	sistema	 imune.	A	medula	óssea	é	a	fonte	
de	 origem	 de	 células-tronco	 hematopoiéticas	 pluripotentes,	 que,	 após	 sucessivasdiferenciações,	podem	originar	diferentes	células	com	diferentes	funções	(Figura	1). 
FIGU
RA
 1 – TIPO
S D
E CÉLU
LAS D
O
 SISTEM
A
 IM
U
N
E E SU
AS FU
N
ÇÕ
ES
FO
N
TE: Silverthorn (2017, p. 760)
Lais
Realce
5
Entre	as	funções	descritas	na	Figura	1,	podemos	perceber	que	os	linfócitos	B	
secretam	anticorpos.	Afinal,	o	que	são	esses	anticorpos?
 Os anticorpos	são	moléculas	proteicas,	classificadas	como	imunoglobulinas,	
que	 conseguem	 identificar	 agentes	 estranhos,	 presentes	 tanto	 na	 superfície	 de	
patógenos	quanto	em	porções	de	toxinas	produzidas	por	eles.	Esses	agentes	estranhos	
são	moléculas	grandes	que	recebem	o	nome	de	antígenos.	Assim,	o	anticorpo	liga-se	
a uma pequena porção do antígeno chamada epítopo antigênico,	semelhantemente	
ao	 modelo	 de	 chave/fechadura	 estudado	 em	 enzimas	 (ABBAS;	 LICHTMAN;	 POBER,	
2008).	Essa	ligação	é	muito	importante	na	rotina	laboratorial,	uma	vez	que	é	justamente	
a ligação entre antígeno e anticorpo,	ou	seja,	a	formação	desse	imunocomplexo,	o	
qual	é	base	para	diversos	ensaios	imunológicos, que veremos ao longo desta disciplina.
FIGURA 2 – REAÇÃO ANTÍGENO ANTICORPO
FONTE: <https://www.fcav.unesp.br/Home/departamentos/patologia/HELIOJOSEMONTASSIER/aula-8-
interacao-ag-ac-testes-sorologicos-primarios-e-secundarios.pdf>. Acesso em: 15 jan. 2021.
O	reconhecimento	de	potenciais	agressores	e	a	abordagem	resolutiva,	por	parte	
das	células	e	moléculas	relacionadas	ao	sistema	imune,	podem	ocorrer	por	intermédio	
de	dois	tipos	diferentes	de	resposta:	inata	ou	adaptativa	(Figura	3),	que	trabalham	de	
modo	coordenado	para	neutralizar	qualquer	ameaça	ao	equilíbrio	dos	órgãos	e	tecidos	
(ABBAS;	LICHTMAN;	POBER,	2008).
Epítopo
Antígeno
Anticorpo
6
FIGURA 3 – PRINCIPAIS MECANISMOS DA IMUNIDADE INATA E ADQUIRIDA
FONTE: Abbas; Lichtman; Pober (2008, p. 3)
2.1 RESPOSTA INATA
A	resposta	inata	corresponde	à	primeira	resposta	do	sistema	imune	diante	de	
um	dano	 tecidual.	Trata-se	de	uma	 resposta	 rápida,	 composta	por	mecanismos	que	
precedem	a	existência	da	 infecção	(ABBAS;	LICHTMAN;	POBER,	2008).	O	objetivo	da	
imunidade	inata	é	controlar	e	impedir	o	avanço	da	infecção,	o	que	ocorre	via	ativação	
de	 mecanismos	 inespecíficos	 para	 o	 patógeno	 em	 questão.	 São	 exemplos	 desses	
mecanismos	 inatos:	 barreiras	 físicas,	 barreiras	 químicas,	 fagócitos,	 processo	 inflamatório	 
e sistema complemento.
2.1.1 Barreiras físicas
• Junções intercelulares ocludentes	 –	 tornam	 as	 células	 epiteliais	 “seladas”,	
dificultando	o	acesso	de	invasores	ao	ambiente	interno.
• Muco	 –	produzido	pelas	células	mucosas	presentes	no	trato	 respiratório,	no	trato	
gastrointestinal	e	no	trato	genital,	trata-se	de	uma	secreção	glicoproteica.	Sua	função	
é	recobrir	as	superfícies	dos	 locais	em	que	está	presente,	 impedindo	a	 invasão	de	
microrganismos	ao	epitélio,	uma	vez	que	eles	são	aderidos	ao	muco.
• Cílios	–	auxiliam	na	expulsão	de	agentes	patogênicos,	uma	vez	que	sua	movimentação	
impele	o	muco	com	potenciais	agressores	para	fora	do	local	em	que	estão	presentes,	 
por	exemplo,	o	trato	respiratório.
Lais
Realce
7
• Microbiota	 –	 presentes	 em	 boa	 parte	 das	 superfícies	 epiteliais,	 é	 composta	 por	
microrganismos	não	patogênicos,	que	auxiliam	no	combate	a	patógenos	por	competir	
pelos	nutrientes	disponíveis,	além	de	produzir	moléculas	antimicrobianas.
• Lágrimas e saliva	–	compostas	por	fosfolipase	A	e	lisozima,	moléculas	com	proprie-
dades antimicrobianas.
2.1.2 Barreiras químicas
O pH e as enzimas digestivas compõem uma barreira química que impede a 
proliferação de boa parte dos possíveis invasores no trato digestivo.
2.1.3 Fagócitos
Células	 responsáveis	por	 reconhecer,	englobar	e	destruir	patógenos,	além	de	
sinalizarem	 ao	 sistema	 imunológico	 que	 esses	 patógenos	 estão	 atacando	 órgãos	 e	
tecidos.	Os	fagócitos	mononucleares	podem	ser:
• Monócitos	–	células	precursoras	de	macrófagos,	presentes	na	circulação	sanguínea.
• Macrófagos	–	células	presentes	nos	tecidos	dotadas	de	capacidade	fagocítica,	que	
podem	expressar	diferentes	características,	de	acordo	com	o	estímulo	de	ativação	
recebido.
•	 Neutrófilos	 –	 células	 presentes	 em	 grande	 quantidade	 no	 nosso	 organismo,	
responsáveis	pelo	combate	a	microrganismos	como	bactérias	e	fungos.
2.1.4 Processo inflamatório
Respostas	geradas	para	defender	o	organismo	de	um	potencial	agressor,	com	o	
intuito de curar ou reparar danos. Trata-se de um processo mediado pela conjunção de 
ações	imunoendócrinas,	que	apresentam,	como	sinais	e	sintomas	característicos,	calor,	
dor,	rubor,	edema	e	limitação	ou	perda	funcional	do	local	em	que	o	processo	inflamatório	
se	estabeleceu	(ABBAS;	LICHTMAN;	POBER,	2008).
2.1.5 Sistema complemento 
Além	dos	mecanismos	e	componentes	do	sistema	 inato	descritos	anteriormente,	
temos	 também	o	sistema complemento,	 que	 atua	 tanto	na	 resposta	 inata	 quanto	
na	resposta	adquirida,	é	composto	por	30	proteínas	plasmáticas	inativadas	presentes	
na	nossa	corrente	sanguínea.	Sua	ativação	pode	acontecer	de	três	modos	diferentes,	
chamados vias de ativação do sistema complemento: 
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• Via clássica	 –	 a	 ativação	 ocorre	 por	 intermédio	 da	 ligação	 de	 certos	 tipos	 de	
anticorpos ligados aos antígenos.
• Via das lecitinas – ativada pela ligação da lecitina plasmática aos resíduos de 
manose	localizados	na	superfície	de	agentes	agressores.
• Via alternativa	–	a	ativação	ocorre	via	superfície	de	membrana	do	agente	agressor,	
na	ausência	de	anticorpos.
Qualquer	uma	das	três	vias	de	ativação	resultará	na	clivagem	(divisão)	da	proteína	
C3.	Com	a	ativação	da	C3,	são	ativadas	proteínas	uma	após	a	outra,	levando	a	um	efeito	
de ativação em cascata que resulta na geração de mecanismos efetores contra o agente 
agressor. Entre os mecanismos efetores,	podemos	destacar	a	oponização,	a	fagocitose,	
o	 complexo	 de	 ataque	 à	 membrana	 e	 o	 recrutamento	 de	 células	 pró-inflamatórias	
(VOLTARELLI,	2009).
Agora	que	reconhecemos	alguns	mecanismos	associados	à	 imunidade	 inata,	
abordaremos a resposta imune adquirida. 
2.2 RESPOSTA IMUNE ADAPTATIVA
A	resposta	imune	adquirida,	também	conhecida	como	resposta	imune	especí-
fica,	que,	como	o	próprio	nome	revela,	é	uma	resposta	adquirida	à	medida	que	o	orga-
nismo	é	exposto	aos	agressores.	Assim,	quando	em	contato	com	um	novo	patógeno,	a	
imunidade	adaptativa	memoriza	quais	mecanismos	específicos	são	mais	eficazes	para	
defender	órgãos	e	tecidos	contra	o	patógeno	em	questão.	A	especificidade	dessa	res-
posta	é	o	que	a	torna	tão	eficaz,	no	que	tange	à	proteção	do	organismo.	Desse	modo,	
diante	de	uma	nova	exposição	ao	agressor	previamente	“memorizado”,	o	sistema	imune	
adaptativo	já	sabe	os	mecanismos	necessários	para	eliminá-lo	(LUNDY;	FOX;	GIZINSKI,	
2015).
O	reconhecimento	ocorre	pela	identificação	dos	antígenos	específicos	presentes	
na	constituição	de	cada	patógeno.	Dessa	forma,	os	linfócitos	identificam	esses	antígenos,	
por	meio	de	receptores	de	membrana	capazes	de	realizar	esse	reconhecimento.	A	partir	
daí,	 é	 desencadeado	um	processo	de	multiplicação	de	 células	 de	defesa,	 que	 serão	
divididas	em	dois	tipos:	células	efetoras,	que	farão	a	defesa	contra	o	patógeno,	e	células	
de	memória,	 que	 serão	 ativadas	 apenas	 quando	houver	 uma	 segunda	 exposição	 ao	
mesmo	patógeno	(LUNDY;	FOX;	GIZINSKI,	2015).
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O QUE SAO RECEPTORES
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Acadêmico, para aprimorar seu conhecimento relacionado às diferenças 
entre os linfócitos B e T leia o artigo Sistema imunitário – parte II. Fundamentos 
da resposta imunológica mediada por linfócitos T e B, acessando: https://www.
scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0482-50042010000500008. 
Boa leitura!
DICA
A	 seguir,	 conheceremos	 tópicos	 introdutórios	 relacionados	 aos	 ensaios	
imunológicos	e	suaaplicação	clínica	em	diferentes	tipos	de	patologia.
3 INTRODUÇÃO AOS ENSAIOS IMUNOLÓGICOS
Após	 relembrar	 alguns	 conceitos	 importantes	 relacionados	 à	 imunologia,	 é	
importante	entender	alguns	conceitos	relacionados	aos	ensaios	imunológicos.
Você já parou para pensar como são realizados os testes que indicam 
se você está passando por um processo infeccioso e como o médico 
consegue, através de exames, saber se a vacina estimulou a produção 
de anticorpos suficientes para o proteger de um vírus ou se você está 
passando por um processo infeccioso recente? 
A chave para essas perguntas está relacionada ao tipo de reação que 
ocorre nas técnicas usadas em ensaios imunológicos: a interação entre 
antígeno e anticorpos.
INTERESSANTE
Os	ensaios	 imunológicos	 são	técnicas	que	determinam	 respostas	 imunes	de	
anticorpos,	antígenos	ou	 linfócitos	para	detectar	de	forma	exata	a	presença	de	agentes	
agressores	no	organismo.	A	base	que	fundamenta	esses	testes	é	a	interação	que	ocorre	
entre	antígeno	e	anticorpo,	de	modo	que	nós	podemos	utilizar	como	reagentes	tanto	
anticorpos quanto antígenos e seus componentes.
	 Por	 exemplo,	 quando	 você	 realiza	 uma	 técnica	 que	 busca	 identificar	 um	
determinado	anticorpo,	à	composição	do	reagente	utilizada	para	o	teste	será	adicionado	
um	antígeno,	sendo	esse	tipo	de	teste	classificado	como	ensaio direto.	Por	outro	lado,	
quando	o	objetivo	é	identificar	a	presença	de	determinado	antígeno	o	reagente	deverá	
conter	o	anticorpo	para	esse	antígeno,	e	esse	teste	será	classificado	como	um	ensaio 
indireto.
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Para	entender	como	essas	técnicas	podem,	entre	tantos	antígenos	e	anticorpos	
existentes,	 quantificar	 especificamente	 um	 determinado	 antígeno	 ou	 anticorpo,	
deve-se	 compreender	 que	 os	 testes	 imunológicos	 são	 baseados	 no	 princípio da 
especificidade	 que	 a	 resposta	 imune	 possui.	 Existem	 diferentes	 métodos	 para	
detecção	de	antígenos	e	anticorpos,	cada	um	com	suas	vantagens	e	desvantagens.	Por	
exemplo,	há	metodologias	que	podem	apresentar	reagentes marcados e reagentes 
não marcados.	Quando	a	metodologia	é	do	tipo	que	apresenta	reagentes	marcados,	
uma	 substância	 como	 um	fluoróforo,	 por	 exemplo,	 é	 adicionada	 ao	 reagente	 com	 o	
intuito	de	aumentar	a	sensibilidade	de	detecção	do	ensaio	(VOLTARELLI,	2009).
Nesse	 momento,	 podemos	 pensar	 nas	 características	 que	 são	 importantes	
para	 entender	 qual	 a	melhor	metodologia	 a	 ser	 utilizada.	Assim,	 para	 optar	 por	 uma	
metodologia,	critérios	como	sensibilidade	e	especificidade devem ser observados. 
A	sensibilidade	de	um	teste	corresponde	à	menor	concentração	da	ligação	antígeno-
anticorpo	que	o	 imunoensaio	é	capaz	de	detectar.	 Isso	significa	que,	quanto	maior	a	
sensibilidade	do	teste,	menores	são	as	concentrações	que	ele	é	capaz	de	quantificar.	
Portanto,	 um	 teste	 com	alta	 sensibilidade	 é	 um	 teste	 capaz	 de	 quantificar	melhor	 a	
proporção	de	 indivíduos	doentes.	Dessa	forma,	podemos	afirmar	que	a	 sensibilidade	
informa	quão	boa	é	uma	metodologia	para	detectar	pacientes	que	estão,	de	fato,	com	
alguma	doença.	Isso	indica	que	um	teste	com	alta	sensibilidade	é	um	teste	com	menor	
chance de apresentar resultados falso-negativos,	isto	é,	quando	o	teste	apresentou	
resultado	 negativo	 em	 indivíduos	 que	 apresentam	a	 doença	 investigada	 (FERREIRA;	
PATINO,	2017).	Resultados	falso-negativos	podem	ocorrer	também	por	conta	do	efeito 
prozona,	um	fenômeno	que	ocorre	quando	existem	muitos	anticorpos	na	amostra	de	
soro	analisada,	em	resposta	ao	antígeno	infeccioso.	O	excesso	de	anticorpos	gera	uma	
desproporção	em	relação	aos	antígenos	presentes	no	reagente,	resultando	na	formação	
de complexos muito pequenos que não se aglomeram de modo a permitir aglutinação 
visível	(SMITH;	HOLMAN,	2004).
Sabemos que, muitas vezes, é difícil visualizar alguns conceitos 
descritos. Para facilitar sua compreensão sobre a aglutinação 
resultante da reação antígeno e anticorpo, indicamos o vídeo “Reação 
de Aglutinação”, disponibilizado pelo Canal Butantan. Assista ao vídeo 
sugerido em: https://www.youtube.com/watch?v=PAxlKvpTT5Y.
GIO
Em	metodologias	para	análise	de	proteína	C-reativa	por	aglutinação	em	 látex,	
por	exemplo,	os	fabricantes	 indicam	a	partir	de	quais	concentrações	os	 imunoensaios	
podem	apresentar	resultados	falso-negativos	devido	ao	efeito	prozona	(Figura	4).	Esse	
resultado	falso-negativo	é	descartado	ao	serem	realizadas	diluições	seriadas,	para	que	
a amostra apresente aglutinação visível.
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FIGURA 4 – EFEITO PROZONA
FONTE: <https://imunosite.wordpress.com/category/materiais/>. Acesso em: 14 jan. 2021.
Além	da	sensibilidade	da	metodologia,	 ainda	existem	outras	circunstâncias	que	
podem	gerar	 resultados	falso-negativos,	como	a	 janela imunológica,	que	corresponde	
ao intervalo entre o momento em que o paciente teve contato com o antígeno e o 
momento em que o organismo passa a apresentar níveis detectáveis de anticorpos para 
o	antígeno	em	questão	(BRASIL,	2018).
Outra característica que merece atenção quando avaliamos a qualidade de um 
imunoensaio	é	a	especificidade.	Especificidade	é	um	termo	que	indica	a	capacidade	
de	um	teste	de	identificar	os	indivíduos	que	não	possuem	a	doença	ou	condição	clínica	
investigada.	Assim,	quanto	maior	for	a	especificidade	de	um	teste,	menor	será	o	número	
de pacientes com resultado falso-positivo.	 Resultados	 falso-positivos	 são	 aqueles	
que apresentam resultados positivos apesar de o paciente não apresentar a doença 
investigada.	 As	 circunstâncias	 que	 podem	 apresentar	 resultados	 falso-positivos	
podem ter origem tanto das limitações da metodologia do imunoensaio quanto das 
condições	clínicas	do	paciente	(FERREIRA;	PATINO,	2017).	Em	se	tratando	de	limitações	
relacionadas	à	metodologia,	um	resultado	falso-positivo	pode	ocorrer	por	conta	de	uma	
reação cruzada,	ou	seja,	quando	o	anticorpo	é	capaz	de	interagir	com	um	antígeno	
diferente daquele que o originou. Isso pode decorrer da semelhança entre o antígeno 
homólogo	(que	estimulou	a	formação	daquele	anticorpo)	e	o	antígeno	heterólogo.	Além	
disso,	a	reação	cruzada	pode	ser	resultado	de	dois	antígenos	diferentes	apresentarem	
o	mesmo	epítopo,	chamado	epítopo compartilhado	(Figura	5).
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FIGURA 5 – REAÇÕES CRUZADAS
FONTE: <https://www.microbiologybook.org/Portuguese/5.GIF>. Acesso em: 14 jan. 2021.
Diluições seriadas
Uma diluição seriada é uma técnica na qual são realizadas várias 
diluições progressivas; assim, inicia com a solução mais concentrada 
chegando a soluções menos concentradas, amplificando o fator de 
diluição rapidamente. A fonte do material de diluição (soluto) 
para cada etapa é proveniente do material diluído da etapa 
anterior. Em uma diluição em série, o fator de diluição total é o 
produto dos fatores de diluição em cada etapa. Logo, em uma 
diluição 1/2, o fator de diluição é 2 e todas as diluições seguintes 
serão multiplicadas por 2. Para ter 1 mL de solução, como mostra a 
figura a seguir, tem-se a adição de 0,1 ml do concentrado mais 0,9 mL 
do diluente.
Diluições em série são usadas para criar, com precisão, soluções 
extremamente diluídas, bem como soluções para experimentos que 
exigem uma curva de concentração com uma escala exponencial 
ou logarítmica. A técnica é útil quando há escassez do volume do 
concentrado ou do diluente, havendo necessidade de minimizar seu 
uso, ou quando há necessidade de diversas diluições, por exemplo, 
na determinação de um título ou na contagem de microrganismos.
IMPORTANTE
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ESQUEMA DE DILUIÇÃO SERIADA
FONTE: <https://kasvi.com.br/preparo-de-solucoes-laboratorio-concentracao-fator-
diluicao-seriada/>. Acesso em: 14 jan. 2021.
FONTE: Kasvi. Preparo de Soluções em Laboratório.2018. Disponível em: https://kasvi.
com.br/preparo-de-solucoes-laboratorio-concentracao-fator-diluicao-seriada/. Acesso 
em: 14 jan. 2021.
14
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
•	 As	respostas	desencadeadas	pelo	sistema	imune	podem	ser	divididas,	resumidamente,	 
em	quatro	processos	principais:	identificação	de	antígenos	estranhos;	determinação	
do	 potencial	 prejudicial	 do	 potencial	 agressor;	 ativação	 de	 células	 e	 mediadores	
próprios	para	conter	o	agressor;	e	restabelecimento	do	equilíbrio	homeostático.
•	 Os	linfócitos	T	são	responsáveis	pela	eliminação	de	microrganismos	intracelulares	e	
pela	regulação	de	respostas	imunológicas	diante	de	antígenos).
•	 Os	 linfócitos	 B	 estimulam	 a	 geração	 de	 plasmócitos	 e	 a	 produção	 de	 anticorpos	
próprios	para	ataque	ao	antígeno	identificado.
•	 As	 respostas	 imunológicas	podem	ser	do	tipo	 inata	 (a	primeira	 linha	de	defesa	do	
corpo	 humano,	 capaz	 de	 eliminar	 micro-organismos	 invasores	 antes	 da	 ativação	
da	 resposta	adaptativa)	ou	adaptativa	 (que	corresponde	à	 imunidade	de	memória,	
desenvolvida	após	contato	com	agente	agressor	específico).
•	 As	 barreiras	 físicas	 e	 químicas,	 fagócitos	 e	 o	 processo	 inflamatório	 integram	 a	
resposta inata.
•	 Os	linfócitos	efetores	e	de	memória	integram	a	resposta	adaptativa.
•	 Janela	imunológica	é	o	intervalo	entre	o	momento	em	que	o	paciente	teve	contato	
com o antígeno e o momento em que o organismo passa a apresentar níveis 
detectáveis de anticorpos para o antígeno em questão.
•	 Resultados	falso-negativos	são	aqueles	que	o	teste	apresentou	resultado	negativo	
em indivíduos que apresentam a doença investigada.
•	 As	reações	cruzadas	favorecem	o	estabelecimento	de	resultados	falso-negativos	por	
conta	da	desproporção	entre	anticorpo	e	antígenos,	o	que	dificulta	a	visualização	da	
aglutinação.
•	 Resultados	falso-positivos	apresentam	testes	positivos	sem	que	o	paciente	tenha	a	
doença investigada.
•	 A	sensibilidade	 indica	a	menor	concentração	da	 ligação	antígeno-anticorpo	que	o	
imunoensaio	é	capaz	de	detectar.	A	especificidade	indica	a	capacidade	de	um	teste	
identificar	os	indivíduos	que	não	possuem	a	doença	ou	a	condição	clínica	investigada.
RESUMO DO TÓPICO 1
15
AUTOATIVIDADE
1	 A	imunologia	é	a	ciência	que	estuda	o	sistema	imune	e,	por	conseguinte,	todos	os	
seus mecanismos de defesa. Para que o sistema imune desenvolva sua função 
protetora,	a	atividade	das	células	de	defesa	se	faz	essencial.	Com	relação	às	células	
com	ação	importante	de	defesa,	assinale	a	alternativa	INCORRETA:
a)	 (			)	 Célula	NK.
b)	 (			)	 Linfócito	B.
c)	 (			)	 Células	da	macroglia.
d)	 (			)	 Linfócito	T.
2	 Alguns	 componentes	 caracterizam	a	 resposta	 imunológica	 inata.	 Quais	 são	 esses	
componentes	e	as	suas	funções?	
3	 O	sistema	 imunológico	pode	apresentar	dois	tipos	de	resposta	a	potenciais	agres-
sores:	 a	 resposta	 inata	 e	 a	 resposta	 adquirida.	 Nesse	 contexto,	 cada	 uma	 contém	 
mecanismos	que	interagem	com	o	patógeno	com	o	objetivo	de	eliminá-lo.	Assinale	a	
alternativa que apresenta exemplos de mecanismos pertencentes a imunidade inata e 
adquirida,	respectivamente:
a)	 (			)	 Monócitos	e	eliptócitos.
b)	 (			)	 Macrófagos	e	linfócitos	efetores.
c)	 (			)	 Linfócitos	efetores	e	células	de	memória.
d)	 (			)	 Células	de	memória	e	macrófagos.
4	 Explique	a	função	do	processo	inflamatório	no	sistema	imune.
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Texto digitado
x
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Texto digitado
x
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COMPREENDENDO AS DINÂMICAS 
SOBRE DOENÇAS REUMÁTICAS
UNIDADE 1 TÓPICO 2 — 
1 INTRODUÇÃO
É	muito	comum	que,	ao	apresentar	dores	nas	articulações,	as	pessoas	relacionem	
esse	sintoma	ao	reumatismo.	Apesar	desse	entendimento	fazer	parte	do	senso	comum,	
trata-se	de	uma	 ideia	distorcida.	 Isso	porque	reumatismo	não	é	uma	doença	específica,	
mas,	sim,	um	grupo	de	“diferentes	doenças	que	acometem	o	aparelho	 locomotor,	ou	
seja,	ossos,	articulações,	cartilagens,	músculos,	tendões	e	ligamentos”	(BRASIL,	2013)	
manifestando	 eventos	 dolorosos.	 Assim,	 neste	 tópico,	 abordaremos	 os	mecanismos	
etiopatológicos	atrelados	a	essas	doenças.
2 ETIOPATOGENIA DAS DOENÇAS REUMÁTICAS
De	 posse	 do	 conhecimento	 de	 que	 as	 doenças	 reumáticas	 apresentam	
eventos	 dolorosos	 relacionados	 ao	 aparelho	motor,	 é	 importante	 compreender	 quais	
mecanismos	conduzem	ao	estabelecimento	dessas	doenças.	Mesmo	não	apresentando	
mecanismos	claros	 sobre	 como	esse	grupo	de	doenças	 se	 estabelece,	 sabe-se	que	
fatores	genéticos,	imunológicos	e	infecciosos	têm	importante	relação	com	sua	causa.	
As	doenças	reumáticas	podem	ser	de	fase	aguda,	originadas	por	fatores	exógenos,	ou	
crônica.
	Nesse	contexto,	o	período	de	duração	da	doença	está	associado	à	retirada	do	
estímulo	exógeno,	como	o	tratamento	de	uma	infecção,	por	exemplo.	Por	outro	 lado,	
quando	as	doenças	reumáticas	apresentam	perfil	crônico,	em	geral,	trata-se	de	uma	
doença	caracterizada	por	um	processo	autoimune	que	pode	acompanhar	o	paciente	
ao	longo	da	vida,	alternando	períodos	de	manifestação	de	sinais	e	sintomas	e	períodos	
assintomáticos	(HAMMER;	MCPHEE,	2016).
As	 doenças	 reumáticas	 de	 fase	 aguda	 e	 crônica	 apresentam	 em	 comum	 o	
estabelecimento	de	um	processo	inflamatório.	A	 importância	de	destacar	o	componente	
inflamatório	dessas	doenças	é	que,	a	partir	dos	elementos	moleculares	que	configuram	
essa	inflamação,	é	possível	realizar	exames	que	serão,	em	associação	às	características	
clínicas	do	paciente,	 balizadores	a	 respeito	da	 suspeita	 clínica	 inicialmente	proposta	
pelo	 médico.	 Nesse	 contexto,	 abordaremos	 o	 processo	 inflamatório	 como	 um	 dos	
principais	 elementos	 etiopatogênicos	 das	 doenças	 reumáticas	 e	 compreender	 como	
o sistema imune interage diante dessas infecções e como percebemos essa interação 
nos	exames	laboratoriais	(HAMMER;	MCPHEE,	2016).
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Para	 isso,	 é	 necessário	 entender	 a	 fisiopatologia	 das	 principais	 doenças	
reumáticas em nível celular e molecular. 
3 OSTEOARTRITE
Nossos	ossos	são	 revestidos	em	suas	extremidades	por	uma	estrutura	chamada	
cartilagem,	cuja	função	é	absorver	o	impacto	gerado	pelos	movimentos	que	fazemos.	
Assim,	quando	um	ginasta	executa	um	salto	e	cai	em	pé,	por	exemplo,	a	cartilagem	é	
um	componente	essencial	para	que	o	choque	do	solo	com	o	pé	do	atleta	não	gere	um	
evento	doloroso	considerável	(SOCIEDADE	BRASILEIRA	DE	REUMATOLOGIA,	2019).
Na	 osteoartrite,	 também	 conhecida	 como	 artrose,	 temos	 um	 processo	
degenerativo	nas	estruturas	cartilaginosas.	Com	isso,	os	ossos	perdem	o	revestimento	
cartilaginoso,	o	que	os	expõe	diretamente	aos	 impactos	gerados	pelos	diversos	tipos	
de	movimentos	que	 realizamos,	 e	 a	 estrutura	óssea	passa	 a	 ser	 comprometida	pelo	
desgaste.	 Esse	 desgaste	 gera	 alterações	 nos	 ossos	 e	 conduz	 a	 formação	 de	 um	
processo	inflamatório	na	membrana	sinovial,	que	contribui	para	manifestação	de	dor	ao	
realizar	movimentos	(SOHN	et al.,	2012).
Lembre-se de que os ossos, ao contrário da cartilagem, são dotados 
de tecido nervoso e circulação sanguínea. Por isso, movimentos que 
normalmente seriam indolores passam a manifestar dor.
ATENÇÃO
O	processo	inflamatório	que	compõe	a	osteoartrite	está	associado	à	degene-
ração	da	cartilagem	 (Figura	7),	que,	quando	 rompida,	 libera	elementos	de	sua	matriz	
extracelular	 lesionada	no	 líquido	sinovial.	O	extravasamento	de	matriz	extracelular	(MEC)	
estimula	a	produção	de	elementos	pró-inflamatórios	no	líquido	sinovial,	que	podem,	por	
sua	vez,	estimular	a	produção	de	enzimas	que	intensificam	a	degradação	da	cartilagem	
(REZEND;	CAMPOS,	2013).
O líquido chamado de sinovial está localizado no interior da cápsula 
articular, que reveste e protege a articulação, auxiliando no alívio do 
impacto entre os ossos.
IMPORTANTE
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FIGURA 7 – OSTEOARTRITEFONTE: <https://drmarciosilveira.com/artrose-no-joelho-descricao-doenca/#Artrose_no_joelho_Primaria>. 
Acesso em: 20 dez. 2020.
Cartilagem 
articular Esporões 
ósseos
Menisco Perda de 
cartilagem
Espaço 
articular 
normal
Redução 
do espaço 
articular
Os	fatores	que	 influenciam	o	estabelecimento	desse	processo	degenerativo	são	
multifatoriais	e	podem	estar	 tanto	 relacionados	às	características	do	paciente	quanto	à	
influência	de	fatores	mecânicos.	Os	fatores	associados	às	características	dos	pacientes	
dizem	respeito	a	componentes	relacionados	a:
• hereditariedade: se já existem casos de osteoartrite na família;
•	 obesidade:	uma	vez	que	é	uma	condição	clínica	que	acarreta	sobrecarga	articular,	 
o que pode favorecer processos degenerativos;
• hipermobilidade: condição que aumenta o estresse articular e favorece a ruptura da 
malha colágena.
Quanto	 aos	 fatores	mecânicos	 atrelados	 ao	 estabelecimento	 da	 osteoartrite,	
temos	a	sobrecarga	esportiva	por	realização	de	atividades	de	alto	impacto,	a	utilização	
de	aparelhos	de	musculação	da	maneira	errada,	os	macrotraumas	e	as	alterações	na	
biomecânica articular.
4 ARTRITE REUMATOIDE (AR)
Na	artrite	 reumatoide	 (AR),	células	do	sistema	 imune	atacam	os	componentes	
teciduais	do	próprio	indivíduo,	pois	é	uma	doença	autoimune.	Trata-se	de	uma	doença	
inflamatória,	 autoimune	 sistêmica,	 que	 acomete	 aproximadamente	 1%	 da	 população	
mundial,	 apresentando	maior	propensão	de	desenvolvimento	em	mulheres.	Apesar	de	
acometer	indivíduos	de	qualquer	idade,	a	maior	incidência	ocorre	na	faixa	entre	50	e	75	
anos	(RODBARD	et al.,	2019).
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As	manifestações	da	AR	ocorrem	principalmente	na	membrana	 sinovial.	Assim,	
todas	 as	 articulações	 que	 apresentam	membrana	 sinovial	 serão	 afetadas,	 de	modo	
que,	conforme	a	doença	progride,	é	possível	observar	um	gradativo	efeito	de	erosão	e	
deformidade	articular	(RODBARD	et al.,	2019).
Na	verdade,	as	manifestações	clínicas	não	se	limitam	apenas	às	articulações,	
pois,	além	desses	efeitos,	é	possível	o	estabelecimento	de	manifestações	em	órgãos	e	
sistemas,	classificados	como	manifestações	extra-articulares.	De	acordo	com	Moura	et 
al.	(2012),	são	exemplos	de	manifestações	extra-articulares:
Nódulos	 reumatoides,	 pericardite,	 derrame	 pericárdico,	 pleurite,	
derrame	pleural,	doença	pulmonar	 intersticial,	hipertensão	da	artéria	
pulmonar,	síndrome	de	Caplan,	síndrome	de	Felty,	anemia	de	doença	
crônica,	 trombocitose,	 neuropatia,	 esclerite,	 episclerite,	 síndrome	
Sicca,	escleromalácia	perforans,	glomerulonefrite,	úlceras	cutâneas,	
vasculites,	tenossinovite	de	De	Quervain,	amiloidose	e	Síndrome	de	
Sjögren	(MOURA	et al.,	2012,	p.	687).
A	artrite	reumatoide	é	uma	doença	de	origem	multifatorial.	Contudo,	sabe-se	que	
existem	fatores	passíveis	de	mudança,	como	o	tabagismo,	a	periodontite	e	o	microbioma,	
que	 têm	 em	 comum	 o	 estabelecimento	 de	 um	 evento	 inflamatório.	 Um	 ambiente	
inflamatório	estimula	a	citrulinização	dos	peptídeos,	que	consiste	na	conversão	de	uma	
arginina	 em	 citrulina.	 Sabe-se	 que	 as	 reações	 que	 levam	 à	 citrulinização	 estimulam	
a	produção	de	anticorpos	contra	as	proteínas	citrulinadas,	por	isso	esses	fatores	têm	
relação	com	o	estabelecimento	da	artrite	reumatoide	(CARVALHO et al.,	2014).
Os peptídeos são moléculas compostas por aminoácidos ligados entre 
si por ligações peptídicas.
ATENÇÃO
Além	 dos	 fatores	 de	 risco	 que	 podemos	 mudar,	 existem	 também	 fatores	
relacionados	à	hereditariedade,	ou	seja,	a	fatores	genéticos.	Na	artrite	reumatoide,	os	
genes	HLA	estão	associados	ao	estímulo	para	que	os	linfócitos	B	autorreativos	produzam	
anticorpos	 contra	 proteínas	 citrulinizadas.	 Os	 macrófagos	 também	 são	 um	 importante	
elemento	fisiopatológico	na	artrite	reumatoide,	uma	vez	que	secretam	fator	de	necrose	
tumoral α	 (TNF-α)	e	 interleucina	1	 (IL-1),	que	são	citocinas	estimuladoras	da	 inflamação,	
processo	envolvido	intimamente	na	patogenia	da	AR	(CARVALHO et al.,	2014).
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Nota
pesquisar mais sobre, afim d compreender melhor o assunto.
21
A IL-1 é uma citocina que atua como mediadora na resposta imunológica 
diante da invasão bacteriana, da inflamação, de infecções e de lesões.
Assim como a IL-1, o TNF-α também é uma citocina que atua promovendo 
a resposta imune e a inflamatória por meio do recrutamento de neutrófilos 
e monócitos na região da infecção, além de apresentar mecanismos com a 
capacidade de ativar essas células imunes.
IMPORTANTE
Conhecendo	os	elementos	gerais	que	compõem	o	quadro	de	artrite	reumatoide,	
é	necessário	compreender	como	esse	processo	interage	com	as	articulações.	Na	Figura	
8,	podemos	observar	as	estruturas	presentes	na	articulação	de	um	indivíduo	sadio	e	a	
de um indivíduo com artrite reumatoide. 
FIGURA 8 – COMPARAÇÃO ENTRE JOELHO NORMAL (A) E JOELHO COM ARTRITE (B)
FONTE: Montes (2014, p. 24)
espaço articular
cartilagem
sinoviócitos
Pannus
neutrófilo
osso
Hiperplasia sinovial
cápsula articular
membrana sinovial
osteoclasto 
fibroblasto 
macrófafo 
célula dendritica 
linfócito T 
célula B plasma 
linfócito B
angiogênese
mastócito
22
Na	 representação	 esquemática	 da	 figura,	 é	 possível	 observar	 que,	 na	 artrite	
reumatoide,	 o	 ataque	 à	 membrana	 sinovial	 desencadeia	 um	 processo	 inflamatório.	
A	 inflamação	 persistente	 propicia	 a	 formação	 de	 uma	 estrutura	 chamada	 pannus. 
De	 acordo	 com	 Carvalho	 et al.	 (2014,	 p.	 12):	 “Esse	 tecido,	 denominado	 pannus 
reumatoide,	apresenta	hiperplasia	e	hipertrofia	dos	sinoviócitos,	 infiltrado	inflamatório	
predominantemente	de	 linfócitos,	 plasmócitos	 e	macrófagos	e	 intensa	 angiogênese,	
tornando-se	densamente	vascularizado”.
É	 importante	ressaltar	que,	nessas	circunstâncias,	o	 líquido	sinovial	contém,	em	
sua	predominância,	neutrófilos.	Nesse	caso,	utilizamos	a	 representação	esquemática	
de	um	joelho	para	facilitar	a	compreensão.	Entretanto,	é	importante	lembrar	que	esse	
processo	pode	ocorrer	em	qualquer	articulação	do	tipo	sinovial	(GOELDNER	et al.,	2011).
	 Por	 conta	 disso,	 as	manifestações	 clínicas	 compreendem	 o	 estabelecimento	
de	poliartrite	crônica,	de	padrão	erosivo,	principalmente	nas	mãos	e	nos	punhos.	Além	
disso,	indivíduos	portadores	de	AR	apresentam	artralgia	de	padrão	inflamatório	(dor	nas	
articulações),	tendo	como	caraterística	manifestação	principalmente	ao	acordar,	com	
sensação	de	rigidez	que	apresenta	melhora	com	a	realização	de	esforço	físico.
	Ao	pesquisar	sobre	AR,	é	comum	surgirem	imagens	de	mãos	e	dedos	deformados,	
uma	 vez	 que	 uma	 das	 consequências	 de	 um	 processo	 inflamatório	 persistente	 é	 o	
dano	 tecidual	 com	 evolução	 para	 perda	 da	 função.	 Nessa	 doença,	 tais	 alterações	
são	 consequência	 do	 não	 tratamento,	 que	 evolui	 para	 deformidade	 e	 consequente	
prejuízo	funcional	das	articulações	acometidas.	Deformidades	em	formato	de	botoeira	
(deformação	de	boutonnière)	e	pescoço	de	ganso	(Figura	9)	são	exemplos	do	resultado	
da	progressão	da	artrite	reumatoide	(GOELDNER	et al.,	2011).
FIGURA 9 – DEFORMIDADES CARACTERÍSTICAS DA ARTRITE
FONTE: <https://msdmnls.co/3yf3ZAa>. Acesso em: 21 dez. 2020.
23
Como	visto	anteriormente,	as	manifestações	clínicas	extra-articulares	representam	
um	espectro	de	pior	prognóstico	dentro	da	artrite	reumatoide,	devido	a	sua	potencial	
gravidade.	 Um	 elemento	 importante	 das	 manifestações	 clínicas	 extra-articulares	 é	 a	
presença	do	fator	reumatoide,	um	tipo	de	anticorpo	importante	e	que	será	mais	bem	
abordado	nas	provas	laboratoriais	relacionadas	às	doenças	reumáticas.
5 FEBRE REUMÁTICA
A	febre	reumática	é	uma	doença	autoimune	que	acomete	pacientes	genetica-
mente	predispostos	(em	torno	de	1	a	2%	da	população),	quando	infectados	pela	bactéria	
Streptococcus pyogenes.	Via	de	regra,	trata-se	de	uma	doença	precedida	por	um	caso	
de	infecção	de	via	aérea	superior	(RACHID,	2003).Caro acadêmico, nesse momento, você pode se perguntar: mas 
se essa é uma doença originada por uma bactéria, por que a 
febre reumática integra o grupo de doenças reumáticas?
GIO
Os	 eventos	 característicos	 relacionados	 à	 febre	 reumática	 estão	 associados	 ao	
estabelecimento	de	um	quadro	inflamatório	que	acomete	diferentes	órgãos	e	estruturas,	
resultando	 em	 condições	 clínicas	 de	 maior	 complexidade,	 como	 valvulite,	 e	 coreia,	
além	de	artrite	reativa	pós-estreptocócica	(RACHID,	2003).	Esse	quadro	se	desenvolve	
quando	 o	mecanismo	fisiopatológico	 que	 justifica	 as	 condições	 clínicas	 citadas	 está	
associado	 a	 um	 fenômeno	 chamado	 mimetismo	 molecular.	 Desse	 modo,	 devido	 às	
semelhanças entre os componentes moleculares que constituem o Streptococcus e 
componentes	 presentes	 no	 corpo	 humano,	 o	 sistema	 imunológico	 se	 “confunde”	 e	
ataca	os	próprios	tecidos	do	 indivíduo,	ou	seja,	a	ativação	do	sistema	imune,	necessária	
para	 combater	 a	 infecção,	 resulta	na	produção	de	anticorpos	capazes	de	 reconhecer	 e	
atacar	as	estruturas	bacterianas	para	eliminar	o	agente	patogênico.	Entretanto,	além	de	
atacar	o	agente	infeccioso,	os	anticorpos	atacam	também	tecidos	que	contêm	em	sua	
estrutura	componentes	moleculares	similares	aos	da	bactéria	(RACHID,	2003).	
Assim,	 o	 mimetismo	 molecular	 do	 estreptococo	 gera	 uma	 reação	 cruzada,	
uma	 vez	 que	 células	 saudáveis	 do	 indivíduo	 passam	 a	 ser	 atacadas.	 Veja	 abaixo,	 o	
estabelecimento	das	condições	clínicas	resultantes	das	reações	cruzadas	que	ocorrem	
na	febre	reumática	(Figura	10):
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Nota
procurar para compreender melhor
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FIGURA 10 – ESTRUTURA DA BACTÉRIA S. PYOGENES E SUAS SIMILARIDADES COM OS TECI DOS DO 
CORPO HUMANO, QUE TAMBÉM SE TORNAM ALVOS DOS AUTOANTICORPOS
FONTE: Herdy (2000 apud Cruz, 2017, p. 5)
↓
TROPOMIOSINA
(Miocárdio)
Reações cruzadas com...
PAREDE 
CELULAR
STREPTOCOCCUS 
β Hemolítico do grupo A
CÁPSULA
PROTEÍNA (M.R.T.)
CARBO-HIDRATOS 
N-ACETIL GLICOSAM)
MUCOPETÍDEO
M. PROTOPLASMAT. 
(↓ag)
CITOPLASMA 
(Neuron. N. Caucato)
SARCOLEMA
(Miocárdio e vasos)
SINÓVIA 
(articulação)
GLICOPROTEÍNA 
(válvula) 
• Valvulite:	 anticorpos	 produzidos	 contra	 os	 polissacarídeos	 da	 parede	 celular	 do	
estreptococo	 atacam	 as	 glicoproteínas	 presentes	 nas	valvas	 cardíacas.	 Com	 isso,	
ocorre	um	processo	inflamatório	nas	valvas	cardíacas,	que	pode	resultar	em	prejuízo	
permanente	no	funcionamento	dessas	estruturas	(Figura	11).
• Vasculite:	 anticorpos	 produzidos	 contra	 antígenos	 presentes	 na	 membrana	
citoplasmática	bacteriana	atacam	o	sarcolema	dos	vasos.	Com	isso,	é	estabelecido	
um	processo	 inflamatório	que	altera	a	espessura	vascular,	prejudicando	o	fluxo	de	
sangue	para	órgãos	e	tecidos.
• Artrite:	 anticorpos	produzidos	contra	a	cápsula	de	ácido	hialurônico	presente	no	
Streptococcus	atacam	o	tecido	sinovial.	Com	isso,	cria-se	um	processo	inflamatório	
na membrana sinovial que progride para limitação de movimentos.
FIGURA 11 – VALVULITE CARACTERÍSTICA DE FEBRE REUMÁTICA
FONTE: <https://medifoco.com.br/febre-reumatica-o-que-e-quais-seus-sintomas/>. Acesso em: 5 fev. 2021.
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• Coreia:	 anticorpos	 produzidos	 contra	 antígenos	 presentes	 na	membrana	 plasmática	
estreptocócica	atacam	regiões	do	encéfalo.	Com	isso,	o	 indivíduo	passa	a	apresentar	
distúrbios	 relacionados	 à	 realização	 de	movimentos	 e	 hipotonia	 (PEREIRA;	 BELO;	
SILVA,	2015).
Em 2019, pesquisadores do Instituto do Coração, de São Paulo, 
desenvolveram uma vacina que pode evitar o desenvolvimento da 
febre reumática. Já existe uma versão pronta da vacina para testes 
em seres humanos que espera por autorização. 
Para saber mais sobre essa vacina, acesse: http://glo.bo/3NintYL.
INTERESSANTE
Como	 observado	 anteriormente,	 as	 doenças	 reumáticas,	 por	 intermédio	 de	
diferentes	vias,	têm	como	denominador	comum	o	processo	inflamatório.
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Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
•	 As	doenças	 reumáticas	têm	como	componente	comum	o	estabelecimento	de	um	
processo	inflamatório.
•	 A	 osteoartrite	 (artrose)	 é	 definida	 como	um	processo	degenerativo	nas	 estruturas	
cartilaginosas.	Com	isso,	os	ossos	perdem	esse	revestimento	cartilaginoso,	o	que	os	
expõe diretamente aos impactos gerados pelos diversos tipos de movimentos que 
realizamos.
•	 	 desgaste	 presente	 na	 osteoartrite	 gera	 alterações	 na	 estrutura	 óssea	 e	 leva	 à	
formação	de	um	processo	inflamatório	na	membrana	sinovial.
•	 Na	artrite	reumatoide,	a	membrana	sinovial	é	afetada	e,	conforme	progride,	é	possível	
observar um gradativo efeito de erosão e deformidade articular.
• O avanço da artrite reumatoide dá origem ao pannus,	caracterizado	por	hiperplasia	e	
hipertrofia	dos	sinoviócitos,	infiltrado	inflamatório	predominantemente	de	linfócitos,	
plasmócitos	e	macrófagos	e	intensa	angiogênese.
•	 A	febre	reumática	é	uma	doença	autoimune	decorrente	de	uma	 infecção	nas	vias	
aéreas	superiores	causada	por	Streptococcus pyogenes.
•	 Os	 eventos	 característicos	 relacionados	 à	 febre	 reumática	 estão	 associados	 ao	
estabelecimento	 de	 um	 quadro	 inflamatório	 que	 acomete	 diferentes	 órgãos,	
resultando	 em	 condições	 clínicas	 de	 maior	 complexidade,	 como	 valvulite,	 artrite	 
e coreia.
RESUMO DO TÓPICO 2
27
AUTOATIVIDADE
1	 Na	artrite	reumatoide,	ocorre	a	formação	de	um	processo	hiperplásico	e	hipertrófico	
estabelecido	 nas	 células	 sinoviais	 que	 contêm	 infiltrado	 inflamatório	 e	 intensa	
angiogênese,	o	que	o	torna	densamente	vascularizado.	Com	relação	ao	termo	que	
caracteriza	essa	descrição,	assinale	a	alternativa	CORRETA:
a)	 (			)	 Sinoviose	hiperplásica.
b)	 (			)	 Pannus. 
c)	 (			)	 Deformação	de	boutonnière.
d)	 (			)	 Valvulite.
2	 As	 doenças	 reumáticas	 possuem	 uma	 característica	 que	 permite	 a	 realização	 de	
exames	para	compor	diagnóstico	e	traçar	prognóstico	dessas	doenças.	Qual	é	essa	
característica?	Justifique.
3	 Os	 eventos	 característicos	 relacionados	 à	 febre	 reumática	 estão	 associados	 ao	
estabelecimento	 de	 um	 quadro	 inflamatório	 que	 acomete	 diferentes	 órgãos	 e	
estruturas,	 resultando	 em	 condições	 clínicas	 de	 maior	 complexidade.	 Explique	 o	
papel do mimetismo molecular na febre reumática.
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Texto digitado
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TÓPICO 3 — 
MARCADORES DE DOENÇAS REUMÁTICAS
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Quando	se	trata	do	diagnóstico,	estamos	falando	em	evidências	que,	em	conjunto,	
apontam	o	estabelecimento	de	alguma	patologia.	Nesse	contexto,	estudaremos	um	dos	
mais	 importantes	elementos	que	estruturam	um	diagnóstico:	as	análises	 laboratoriais	–	
também	conhecidas	como	provas	ou	exames	laboratoriais.	Sabe-se	que,	atualmente,	os	
exames	laboratoriais	constituem	um	importante	elemento	balizador	de	mais	da	metade	
das	decisões	médicas.
Assim,	 conheceremos	 as	 características	 dos	 principais	 exames	 aplicados	 às	
patologias previamente discutidas.
2 PROTEÍNA C-REATIVA
A	proteína	C-reativa	 (PCR)	 foi	 descrita	pela	primeira	vez	na	década	de	 1930.	
A	 indicação	 “C-reativa”	 foi	 dada,	 inicialmente,	 por	 ter	 sido	 identificada	 a	 sua	 reação	
com	o	polissacarídeo	C	da	cápsula	da	bactéria	Streptococcus pneumoniae em casos 
de	 pacientes	 com	pneumonia	 pneumocócica.	Após	 essa	 descoberta,	 novos	 estudos	
identificaram	sua	presença	em	outras	condições	clínicas.	 Isso	fez	com	que	a	PCR	se	
tornasse	 um	 exame	 amplamente	 utilizado,	 em	 função	 da	variedade	 de	 doenças	 em	
que	sua	mensuração	aparece	alterada.	Por	isso,	a	PCR	é	classificada	como	inespecífica	
(CARVALHO	 et al.,	 2007).	 Dessa	 maneira,	 a	 detecção	 da	 PCR	 não	 é	 considerada	
patognomônica,	ou	seja,	não	é	própria	e	característica	de	nenhuma	doença	específica.
Acadêmico, a sigla PCR também pode surgir em textos com o 
significado de reação em cadeia da polimerase. Para diferenciá-
las, é necessário compreender que a proteína C-reativa é uma 
proteína de fase aguda inespecífica,visto que está presente em 
diversas patologias, enquanto a reação em cadeia da polimerase 
é uma técnica da biologia molecular que visa a amplificar o 
material genético – por isso, sugerimos que você revise o livro da 
disciplina de Biologia Molecular
IMPORTANTE
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30
A	PCR	é	uma	pentraxina	(Figura	12)	de	origem	hepática,	que	atua	 ligando-se	
a	potenciais	agressores,	células	em	apoptose	ou	com	alguma	 lesão,	causando	a	sua	
destruição	por	intermédio	da	ativação	de	fagócitos	e	do	sistema	complemento.
FIGURA 12 – ESTRUTURA MOLECULAR DA PROTEÍNA C-REATIVA
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/creactive-protein-crp-human-molecule-
chemical-117136327>. Acesso em: 5 fev. 2021.
De	 acordo	 com	 Neto	 e	 Carvalho	 (2009,	 p.	 416),	 “A	 PCR	 e	 a	 via	 clássica	 do	
complemento	 atuam	 em	 sintonia,	 promovendo	 a	 limpeza	 de	 células	 apoptóticas	 sem	
ocasionar	 lise	 celular”.	 Dessa	 forma,	 os	mediadores	 pró	 inflamatórios	 dentro	 dessas	
células	não	são	liberados,	impedindo	a	intensificação	da	reação	inflamatória	presente.
Ao longo deste livro, alguns termos serão recorrentes, por isso, vamos relembrar as 
diferenças entre os seguintes conceitos:
• Análise qualitativa: indica se há ou não quantidade relevante do analito que está sendo 
investigado na amostra. O critério que estabelece se existe uma quantidade significativa 
do analito chama-se cut-off, que corresponde ao ponto de corte predeterminado. 
Nesse tipo de metodologia, não identificamos a concentração do analito.
• Análise semiquantitativa: atribui-se valores às escalas qualitativas estabelecidas de 
acordo com cada técnica. Contudo, não necessariamente o número atribuído a cada 
descrição representa com exatidão a concentração presente. A função desse tipo 
de análise objetiva produzir resultados mais detalhados do que aqueles obtidos em 
análise qualitativas e não sugerir valores absolutos, como em análises quantitativas.
IMPORTANTE
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• Análise quantitativa: mensura a concentração do analito na amostra 
utilizada.
• Down-regulation: é um termo que se refere ao processo de redução 
ou supressão de uma resposta a um determinado estímulo. Por 
exemplo: uma célula pode reduzir sua resposta a uma molécula 
devido à redução do número de receptores presentes na superfície 
dessa célula.
Com	relação	a	sua	influência	sobre	o	processo	inflamatório,	sabemos	que	a	PCR	
pode	atuar	tanto	como	mediador	pró-inflamatório	quanto	anti-inflamatório.	De	acordo	
com	Neto	e	Carvalho	(2009,	p.	416),	isso	ocorre	porque:
A	 interação	 entre	 PCR	 e	 porção	 Fc	 de	 imunoglobulinas	 dá-se,	 em	
fagócitos,	 por	 meio	 de	 receptores	 FcγRI	 (CD64)	 e	 FcγRIIa	 (CD32),	
levando	 à	 indução	 de	 fagocitose	 e	 à	 secreçzão	 de	 citocinas	 pró-
inflamatórias	como	interleucina	1	(IL-1)	e	fator	de	necrose	tumoral-α 
(TNF-α).	 Já	 em	 neutrófilos,	 a	 interação	 promove	 down-regulation 
da	 inflamação	 com	 inibição	 da	 resposta	 quimiotática,	 clivagem	de	
L-selectina	diminuindo	a	marginação	de	leucócitos	e	endocitose	de	
receptores	IL-6.
Acadêmico, você sabe o que é downregulation? É um termo em inglês que 
significa “desregulação” ou “dessensibilização”. Ao receber um estímulo de 
downregulation, a célula ou um tecido diminui a sua função ou a liberação de 
moléculas, como as citocinas, que são quimiotáticos no processo inflamatório.
IMPORTANTE
Por	se	tratar	de	uma	proteína	de	fase	aguda,	a	PCR	apresenta-se	elevada	na	
fase	 ativa	 de	 doenças	 relacionadas	 a	 processos	 inflamatórios	 –	 é	 importante	 notar	
que	a	presença	desse	componente	no	organismo	é	sempre	associada	a	um	processo	
inflamatório,	mas	não	é	possível	saber	o	que	desencadeou	essa	manifestação	apenas	
por causa disso. 
Isso	 significa	 que,	 em	doenças	 reumáticas,	 haverá	 a	 presença	 da	PCR,	 pois,	
conforme	discutido	anteriormente,	as	doenças	reumáticas	integram	o	grupo	de	doenças	
de	caráter	inflamatório.	Assim,	condições	como	artrite	reumatoide	e	vasculites	em	fase	
ativa	apresentarão	dosagens	aumentadas	de	PCR.	As	concentrações	da	PCR	tendem	a	
aumentar	entre	a	quarta	e	sexta	hora	após	o	início	do	processo	inflamatório,	podendo	
atingir	o	pico	de	concentração	na	circulação	sanguínea	em	até	50	horas.
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32
Quando	solicitada	com	o	objetivo	de	 investigar	doenças	 reumatológicas,	algumas	
condições	 podem	 elevar	 discretamente	 os	 valores	 da	 PCR,	 posto	 que	 apresentam	
quadros	 inflamatórios	 como,	 por	 exemplo:	 “Obesidade,	 tabagismo,	 diabetes,	 uremia,	
hipertensão	 arterial,	 inatividade	 física,	 uso	 de	 anticoncepcionais	 orais,	 distúrbios	 do	
sono,	 álcool,	 fadiga	 crônica,	 depressão,	 envelhecimento,	 doença	 periodontal,	 entre	
outras	situações”	(NETO;	CARVALHO,	2009,	p.	416).
Até o momento, vimos que a PCR foi apresentada como um importante marcador 
relacionado a doenças reumáticas. Contudo, existe uma grande variedade de 
condições em que ela é utilizada como marcador de diagnóstico e prognóstico, 
integrando um grupo de exames utilizados com frequência, em especial 
no ambiente hospitalar, para acompanhamento da evolução do paciente. 
Nesse contexto, sugerimos a leitura do artigo Aplicações Clínicas Atuais da 
Proteína C-reativa, escrito por Guilherme Birchal Collares e Urquiza Helena 
Meira Paulino, que destaca outras condições em que a PCR é um 
instrumento importante para as equipes médicas: http://rmmg.
org/exportar-pdf/579/v16n4a12.pdf.
INTERESSANTE
3 FATOR REUMATOIDE
O	fator	reumatoide	(FR)	é	um	autoanticorpo	descrito	inicialmente	na	década	de	
1940	por	Waller	Rose.	A	denominação	FR	se	deve	ao	fato	de	que	esses	autoanticorpos	
foram	 identificados	 pela	 primeira	 vez	 em	 pacientes	 com	 artrite	 reumatoide.	 Após	
essa	 descoberta,	 novos	 estudos	 identificaram	 sua	 presença	 em	 outras	 condições	
clínicas.	Assim,	embora	o	nome	remeta	à	artrite	reumatoide,	esse	não	é	um	marcador	
patognomônico	para	a	doença.	Apesar	de	não	se	tratar	de	um	exame	confirmatório	para	
artrite	 reumatoide,	ele	faz	parte	das	evidências	clínicas	que	compõem	o	diagnóstico	
diferencial dessa doença.
Em	termos	moleculares	(Figura	13):
O	fator	reumatoide	(FR)	é	um	auto-anticorpo	que	tem	como	alvo	a	
região	Fc	de	 IgGs,	ou	seja,	ele	se	 liga	em	outros	anticorpos	e	mais	
especificamente,	na	sua	porção	“Fc”	(parte	invariável	dos	anticorpos,	
que	 foi	 nomeada	 por	 se	 cristalizar	 em	 análises	 estruturais	 de	
anticorpos).	 A	 maioria	 dos	 FR	 são	 do	 isotipo	 IgM	 mas	 podem	 ser	
também	IgA	e	IgG	(MACEDO	et al.,	2016,	p.	2).
Lais
Realce
Lais
Realce
Lais
Realce
Lais
Realce
33
FIGURA 13 – ALGUNS TIPOS DE ISÓTOPOS DOS FATORES REUMATOIDES
FONTE: Macedo et al. (2016, p. 3)
Os fatores reumatóides são auto-anticorpos que apresentam estruturas 
diferentes e pertencem às classes IgM (mais comumente), IgG e IgA
Apesar	 da	 impossibilidade	 de	 utilização	 exclusiva	 desse	 marcador	 para	
confirmação	de	artrite	reumatoide,	a	avaliação	do	fator	reumatoide	tem	uma	importante	
função	prognóstica	(capacidade	de	uma	informação	indicar	a	evolução	mais	provável	de	
uma	condição	clínica).	De	acordo	com	Mota	et al.	(2011),	os	níveis	mais	elevados	de	fator	
reumatoide no soro de pacientes com artrite reumatoide estão associados a um estágio 
agressivo	da	doença	agressiva,	à	presença	de	nódulos	reumatoides	e	às	manifestações	
extra-articulares.
No	que	se	refere	a	outras	condições	clínicas	(Quadro	1),	Carvalho	et al.	(2014,	p.	
72)	indicam	que:
Imunoglobulinas	 com	 atividade	 de	 FR	 estão	 presentes	 em	 pequena	
quantidade	e	com	baixa	avidez	no	soro	da	maior	parte	dos	indivíduos;	
nesses	casos,	 a	pesquisa	do	FR	é	negativa	ou	 fracamente	 reagente.	
Em	 determinadas	 condições	 patológicas,	 a	 concentração	 de	
imunoglobulinas	pode	se	elevar	com	atividade	de	FR	de	alta	afinidade.	
As	duas	condições	em	que	o	FR	é	detectado	commaior	frequência	e	
em	maiores	títulos	são	a	artrite	 reumatoide	e	a	síndrome	de	Sjögren.	
Entretanto,	 uma	 vez	 que	 o	 FR	 é	 encontrado	 em	 frequência	 variável	
em	grande	número	de	outras	condições	mórbidas,	sua	especificidade	
e	seu	valor	preditivo	positivo	para	o	diagnóstico	de	artrite	reumatoide	 
não são elevados.
34
QUADRO 1 – ENFERMIDADES EM QUE É COMUM A PRESENÇA DE FATOR REUMATOIDE
Grupo de 
doenças
Enfermidades	específicas
Doenças	virais Hepatite	B	ou	C,	mononucleose,	Influenza,	AIDS,	pós-vacinação	
Doenças	
autoimunes
Artrite	reumatoide,	lúpus	eritematoso	sistêmico,	esclerose	sistêmica,	
polimiosite,	dermatomiosite,	síndrome	de	Sjögren,	crioglobulinemia	mista,	
cirrose	biliar	primária,	hepatite	autoimune,	fibrose	pulmonar	idiopática	
(Harman-Hirsch),	doença	mista	do	tecido	conjuntivo,	vasculites	
Neoplasias Principalmente	após	irradiação	ou	quimioterapia	
Infecções 
bacterianas
Tuberculose,	sífilis,	hanseníase,	salmonelose,	endocardite	bacteriana	
subaguda,	brucelose,	borreliose	
Doenças	
parasitárias
Malária,	calazar,	esquistossomose,	filariose,	tripanossomíase
FONTE: Carvalho et al. (2014, p. 72) 
Nesses	 termos,	 pode-se	 considerar	 que	 o	 FR	 é	 uma	 análise	 auxiliar	 para	
o	 fechamento	 do	 diagnóstico	 de	 artrite	 reumatoide.	 Entretanto,	 em	 pacientes	 já	
diagnosticados	com	essa	doença,	 é,	 sobretudo,	um	bom	 indicador	prognóstico,	haja	
vista que a presença de altas titulações desses anticorpos no soro de pacientes apontam 
um	agravamento	da	doença,	que	pode	indicar	manifestações	extra-articulares.
O fator reumatoide é um exame que integra a rotina da maior parte dos 
laboratórios, independentemente do porte. Contudo, existem exames mais 
específicos para investigação de AR e que são menos conhecidos, uma vez 
que o número de laboratórios que os realizam é bem menor. O peptídeo 
citrulinado cíclico é um desses marcadores. Assim, sugerimos a leitura 
da publicação feita pelo laboratório Fleury Autoanticorpos contra peptídeo 
citrulinado cíclico (CCP) apresentam alta especificidade e sensibilidade para o 
diagnóstico de artrite reumatoide, que aborda esse marcador: https://www.
fleury.com.br/medico/artigos-cientificos/autoanticorpos-contra-peptideo-
citrulinado-ciclico-ccp-apresentam-alta-especificidade-e-sensibilidade-
para-o-diagnostico-de-artrite-reumatoide.
INTERESSANTE
4 ANTIESTREPTOLISINA O
A	 estreptolisina	 O	 é	 uma	 exotoxina	 (proteínas	 que	 podem	 ser	 produzidas	
por	 bactérias,	 capazes	 de	 gerar	 prejuízo	 a	 uma	 célula	 hospedeira)	 produzida	 por	
Streptococcus pyogenes. Quando	ativada,	tem	ação	hemolítica,	ou	seja,	desencadeia	
a	lise	(quebra)	das	hemácias.	É	importante	esclarecer	que	o	que	leva	à	ativação	biológica	
dessa	toxina	bacteriana	é	a	ausência	de	oxigênio	(RACHID,	2003).
35
Como	 vimos,	 quando	 um	 patógeno	 invade	 o	 organismo,	 muitos	 eventos	
imunológicos	ocorrem	para	culminar	em	sua	eliminação,	entre	eles,	temos	a	ativação	
dos	 linfócitos	 B.	 Após	 a	 infecção	 por	S. pyogenes,	 anticorpos	 são	 produzidos	 pelos	
linfócitos	B	específicos	para	combater	essa	exotoxina,	uma	vez	que	essa	molécula	é	
imunogênica.	Esses	anticorpos	são	chamados	de	antiestreptolisina	O	 (ASO	ou	ASLO)	
(RACHID	2003).
Assim,	 análises	 que	 investigam	 a	 presença	 de	 ASO	 apontam	 a	 existência	
prévia	 de	 infecção	 estreptocócica.	 É	 comum	 que,	 em	 um	 primeiro	 momento,	 a	
dosagem	 sanguínea	 desse	 anticorpo	 esteja	 fortemente	 vinculada	 à	 investigação	 de	
febre	 reumática.	Contudo,	devemos	 lembrar	que	a	ASO	estará	presente	em	qualquer	
manifestação	clínica	vinculada	a	 infecções	pela	espécie	S. pyogenes	 (GEERTS	et al.,	
2011),	 como	 glomerulonefrite	 aguda,	 escarlatina,	 amigdalite,	 faringite	 (Figura	 14),	
erisipela e sepse puerperal.
FIGURA 14 – FARINGITE ESTREPTOCÓCICA
FONTE: <https://www.sanarmed.com/casos-clinicos-dor-de-garganta-ha-6-dias-ligas>. Acesso em: 5 fev. 2021.
É	 importante	 ressaltar	 que	 a	 presença	 de	ASO	pode	 permanecer	 na	 circulação	
sanguínea	por	semanas	após	o	evento	infeccioso.	No	Tópico	4,	compreenderemos	como	
esse	analito	pode	ser	dosado	no	laboratório.	
36
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
•	 São	as	interações	relacionadas	aos	componentes	do	sistema	imune	em	resposta	ao	
processo	 inflamatório	que	permitem	as	análises	 laboratoriais	e,	por	conseguinte,	a	
construção	de	diagnóstico	e	prognóstico	das	doenças	reumáticas.
•	 A	 proteína	 C-reativa	 é	 uma	 pentraxina	 produzida	 por	 células	 do	 fígado,	 que	 atua	
ligando-se	 a	 potenciais	 agressores,	 células	 em	 apoptose	 ou	 com	 alguma	 lesão,	
ativando	 sua	 destruição	 por	 intermédio	 da	 ativação	 de	 fagócitos	 e	 do	 sistema	
complemento.
 
•	 Por	 se	 tratar	 de	 uma	 proteína	 de	 fase	 aguda,	 a	 proteína	 C-reativa	 apresenta-se	
elevada	na	fase	ativa	de	doenças	relacionadas	a	processos	inflamatórios.
 
•	 O	fator	reumatoide	é	um	autoanticorpo,	geralmente	da	classe	IgM,	que	atua	contra	a	
fração	Fc	de	um	anticorpo	IgG.
 
•	 Diferentes	condições	clínicas	alteram	os	valores	de	fator	reumatoide,	o	que	o	torna	
um	marcador	inespecífico.
 
•	 A	estreptolisina	O	é	uma	exotoxina	produzida	por	Streptococcus pyogenes.
 
•	 A	ativação	da	estreptolisina	O	tem	ação	hemolítica,	diante	de	condições	de	ausência	
de	oxigênio.
 
•	 A	antiestreptolisina	O	é	o	anticorpo	produzido	para	neutralizar	essa	exotoxina
 
•	 A	antiestreptolisina	O	não	é	um	marcador	patognomônico	de	febre	reumática.
 
•	 A	antiestreptolisina	O	estará	presente	em	qualquer	manifestação	clínica	vinculada	
a	 infecções	 por	 estreptococos	 do	 grupo	 A,	 não	 se	 restringindo	 apenas	 à	 febre	
reumática.
RESUMO DO TÓPICO 3
37
AUTOATIVIDADE
1 Considere as lacunas apresentadas no texto a seguir:
A	febre	reumática	é	um	dos	possíveis	desfechos	relacionados	à	 infecção	bacteriana	por	
Streptococcus pyogenes.	 Essa	 bactéria	 produz	 uma	 ____________,	 chamada	
de	_________________.	Com	o	objetivo	de	neutralizar	os	prejuízos	resultantes	
dessa	infecção,	são	produzidos	anticorpos	chamados	de	_________________.
Assinale	a	alternativa	que	apresenta	a	sequência	CORRETA:
a)	 (			)	 Endotoxina;	estreptolisina	O;	antiestreptolisina	O.
b)	 (			)	 Exotoxina;	antiestreptolisina	O;	estreptolisina	O.
c)	 (			)	 Exotoxina;	estreptolisina	O;	antiestreptolisina	O.
d)	 (			)	 Estreptolisina	O;	endotoxina;	exotoxina.
2	 Atualmente,	 a	 proteína	 C-reativa	 tem	 recebido	maior	 destaque,	 devido	 às	 variadas	
aplicações atribuídas principalmente ao âmbito hospitalar. Explique por que ocorre o 
aumento	significativo	de	sua	utilização	com	base	nas	características	desse	marcador.
3	 O	 fator	 reumatoide	 não	 é	 um	 marcador	 patognomônico	 de	 artrite	 reumatoide.	
Justifique	essa	afirmação.
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39
TÓPICO 4 — 
METODOLOGIAS UTILIZADAS PARA 
INVESTIGAÇÃO DE DOENÇAS REUMÁTICAS
UNIDADE 1
1 AGLUTINAÇÃO EM LÁTEX
A	técnica	de	 aglutinação	em	 látex	 é	baseada	nas	 reações	de	precipitação. 
Os	 imunoensaios,	 desenvolvidos	 pelo	 princípio	 das	 reações	 de	 precipitação,	 estão	
baseados	na	 interação	entre	antígeno	e	anticorpo	solúveis	que	produzem	complexos	
insolúveis	 visíveis.	 A	 formação	 desses	 complexos	 visíveis	 é	 realizada	 a	 partir	 da	
utilização	de	partículas	inertes	(que	não	reagem	quimicamente),	como	o	látex.	Em	casos	
de	técnicas	que	utilizam	a	aglutinação	em	látex,	é	possível	realizar	a	análise	qualitativa	e	
semiquantitativa	de	marcadores	imunológicos,	como	a	PCR,	o	fator	reumatoide	e	a	ASO.	
De	acordo	com	Voltarelli	(2009,	p.	78):
Partículas	 de	 látex	 são	 esferas	 de	 poliestireno	 utilizadas	 como	
suportes	na	adsorção	de	proteína	solúvel	e	antígenos	polissacarídicos,	
funcionando como sistema indicador da reação antígeno-anticorpo. 
O teste pode ser empregado na pesquisa de antígenos ou anticorpos. 
A	 aplicação	mais	 comum	 é	 na	 detecção	 de	 fator	 reumatoide	 IgM,	
dirigido	contra	isotipos	de	IgG,	IgA1,	IgM	ou	IgE.
Com	relação	à	possibilidade	de	esse	tipo	de	teste	ser	usado	tanto	para	pesquisa	
de

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