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1 1 Editado no Brasil, 2ª edição, janeiro de 2021. Edição e Projeto Gráfico: Robison Poreli Moura Bueno Todos os direitos reservados à: ROSÂNGELA DE MORAES ANDRADE São Paulo, SP. Contato: contato@comoeducarcommusica.com.br Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele. Provérbios 22.6 ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE Todas as informações contidas neste guia são provenientes de minhas experiências pessoais com a aprendizagem da música e sua aplicação na educação infantil ao longo de vários anos de estudos e prática pedagógica. Embora eu tenha me esforçado ao máximo para garantir a precisão e a mais alta qualidade dessas informações e todas as técnicas e métodos aqui ensinados tenham por base evidências científicas, apresentando altos índices de eficácia para muitas crianças, o conjunto de técnicas e informações, na forma como aqui se apresenta, não foi cientificamente testado ou comprovado, e eu não me responsabilizo por erros ou omissões. Sua situação e/ou condição particular pode não se adequar perfeitamente aos métodos e técnicas ensinados neste guia. Assim, você deverá utilizar e ajustar as informações deste guia de acordo com sua situação e necessidades. Todos os nomes de marcas, produtos e serviços mencionados neste guia são propriedades de seus respectivos donos e são usados somente como referência. Além disso, em nenhum momento neste guia há a intenção de difamar, desrespeitar, insultar, humilhar ou menosprezar você leitor ou qualquer outra pessoa, cargo ou instituição. Caso qualquer escrito seja interpretado dessa maneira, eu gostaria de deixar claro que não houve intenção nenhuma de minha parte em fazer isso. Caso você acredite que alguma parte deste guia seja de alguma forma desrespeitosa ou indevida e deva ser removida ou alterada, pode entrar em contato diretamente comigo através do e-mail contato@comoeducarcommusica.com.br DIREITOS AUTORAIS Este guia está protegido por leis de direitos autorais. 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INTRODUÇÃO 8 Sobre a Autora 9 Como usar este Guia 16 1 PREPARANDO A JORNADA 17 1.1 O Problema 18 1.2 Pilares da Aprendizagem e Princípios do Ensino da Leitura 22 1.3 Por que a Pré-Alfabetização é tão Importante? 25 1.4 Consciência Fonológica 29 1.5 Música e Habilidades Linguísticas 31 2 ORIENTAÇÃO INFORMAL NÃO-ESTRUTURADA 38 2.1 O que é e como Implementar 39 2.2 Escutar 40 2.3 Ler 45 2.4 Conversar 49 2.5 Cantar 50 Vitaminas Rítmicas 51 2.6 Respostas e Reações da Criança 52 3 ORIENTAÇÃO INFORMAL ESTRUTURADA 55 3.1 O que é e como Implementar 57 3.2 A Estrutura do Jogo-Lição 59 Todo-Parte-Todo: Demonstração 62 CONCLUSÃO 66 BIBLIOGRAFIA 68 4 A história por trás das atividades que vou lhe ensinar 9 Meu nome é Rosângela Andrade e eu nasci em São Paulo em 1979. Sempre estudei em escolas públicas. E para falar a verdade, minha formação básica foi bem mediana, com pouquíssimo acesso a livros. O que me salvou foi a música! Minha infância foi muito musical. E minha mãe, que foi regente de coro de igreja, fez questão que eu tivesse um curso completo de piano. E isso definiu a minha vida. Mais tarde, fiz um curso superior de música e conheci meu marido, o Robison, na universidade. Como professora, já dei aulas de música e artes desde a educação infantil até o ensino técnico, em escolas públicas e privadas. Participei também de projetos sociais, ministrei oficinas de formação de professores, toquei em igrejas, regi e acompanhei corais. Mas meu sonho era ser mãe. E após três gestações frustradas e um bocado de angústia, o nosso querido Heitor veio ao mundo. 10 Com a família formada e a vida profissional engatada, meu marido e eu resolvemos nos aperfeiçoar nos Estados Unidos. Fomos fazer um curso intensivo na New York State University, na cidade de Buffalo. Lá tivemos aulas com grandes professores como a Dra. Beth Bolton. Também conhecemos a Dra. Maria Runfola, cuja pesquisa seria fundamental para este guia. Elas foram discípulas de Edwin Gordon, criador da Music Learning Theory, uma abordagem de educação musical baseada em sólidas evidências científicas. No entanto, de volta ao Brasil, meu mundo desabou... Fui diagnosticada com carcinoma de células claras, um dos piores tipos de câncer de ovário. Foi um período terrível. Consultas. Inúmeros exames! Hospitais. E duas grandes cirurgias, que tiraram o tumor e me roubaram a capacidade de ser mãe novamente. Como foi encontrada uma metástase, a minha perspectiva de vida era de, no máximo, 5 anos. O que seria da minha família e do pequeno Heitor agora? Mas Deus estava trabalhando com a minha vida! Com muitas pessoas orando por mim, recebi um texto bíblico que mudaria minha vida. Isaías 38.16: “Senhor, [...] cura-me e faze-me viver”. 11 Então, eu estava na consulta médica mais tensa da minha vida. Com todos os exames em mãos, meu oncologista verificava se havia outras metástases. Ali também eu deveria ser encaminhada para a quimioterapia. Ele lia e folheava os exames. Silêncio entre nós dois. De repente, ele sorriu e, um tanto constrangido, disse: – Tenho uma boa notícia pra você. Todas as outras partes do seu abdômen estão limpas. O exame daquele nódulo “maligno” foi refeito. E ele é benigno! Meu médico até me deu a opção de não fazer a quimioterapia, que teria apenas um papel preventivo. Fiquei tão feliz que, pela fé, resolvi não fazer. Tive de assinar um papel assumindo os riscos. Mas sim! Deus havia feito um milagre em minha vida! Eu sentia que havia nascido de novo. É claro que tenho várias sequelas dessa experiência e regularmente faço uma bateria de exames. Às vezes, me dá um medo enorme do câncer voltar. E eu me acalmo lembrando daquelas palavras: “Senhor, [...] cura-me e faze-me viver”. Depois dessa turbulência, voltamos aos Estados Unidos e continuamos o treinamento em Music Learning Theory. Dessa vez, na University of South Carolina, onde conhecemos uma das grandes autoridades em música na primeira infância, a Dra. Wendy Valerio. 12 Lá, pude estagiar na creche-modelo da Universidade e até ensinar algumas canções folclóricas brasileiras para as crianças americanas. Porém, outra luta nos aguardava... Começamos a perceber que o Heitor não atingia os marcos do desenvolvimento para a idade em que estava. Ele estava demorando muito a falar, não interagia com as outras crianças e começava a apresentar algumas estereotipias. Outra odisseia se iniciou. Neurologistas. Psicólogos. Fonoaudiólogos. Opiniões divergentes. Muitos exames. O fantasma do autismo rondava! 13 Em seguida, os médicos levantaram a hipótese de otite média secretora, um acúmulo de líquido por trás dos tímpanos. A hipótese foi confirmada: ele escutava tudo abafado! E o Heitor fez a cirurgia para a drenagem do líquido. Após a cirurgia, os meses foram se passando e não sentíamos a diferença. A angústia foi crescendo e novamente buscamos mais médicos. Outros médicos, mais opiniões divergentes! Até que um psiquiatra, após detalhado exame atestou: o Heitor estava no espectro autista, entre moderado e leve. Imediatamente iniciamos um série de terapias. Após 6 meses de terapia, para falar a verdade, víamos pouca diferença. Nesse meio-tempo,meu marido foi convidado a trabalhar no Ministério da Educação e nos mudamos para Brasília. Lá, eu acabei ficando bastante tempo em casa e me dediquei ao meu filho. Comecei a aplicar no Heitor tudo que havia estudado sobre música na primeira infância. Nessa odisseia médica, esquecemos que poderíamos ajudar com o que sabíamos. Também tive o auxílio da Débora Oliveira de Carvalho, uma fonoaudióloga com letra maiúscula! Ela nos incentivava a filmar as intervenções e aplicar tudo em casa novamente. E foi assim que eu fui misturando a prática musical com os exercícios fonoarticulatórios. 14 O fato é que o Heitor começou a realmente melhorar. Ele começou a falar melhor e a se socializar. As estereotipias sumiram. Voltamos a morar em São Paulo e, no início de 2020, um dos maiores especialistas em autismo no Brasil, o Dr. José Salomão Schwartzman, declarou que o Heitor não se encaixa mais no espectro autista! Contamos ao Dr. Salomão de todas as nossas práticas e ele afirmou que isso foi fundamental para melhora do nosso filho. É por causa de tudo isso que criei o Como Educar com Música. No Instagram e no Youtube eu compartilho com mães, pais, professores e outros educadores, explicações teóricas, informações cientificamente validadas e, sobretudo, atividades práticas. Meu objetivo é ajudá-los a trabalhar com suas crianças na superação das dificuldades de aprendizagem, facilitando a aquisição das habilidades intelectuais fundamentais da primeira infância. E eu quero que essa missão chegue ao maior número de pessoas possível. Por isso, compartilho com você, neste livro, a base essencial dessa minha metodologia e faço o seguinte apelo: NÃO DESISTAM DE SEUS FILHOS. ARREGASSEM AS MANGAS E LUTEM POR ELES! 15 PARA IR ALÉM Eu fiz o possível para resumir a minha história aqui. Mas se você quiser saber de mais detalhes, assista aos vídeos seguintes. Clique na imagem para assistir no Instagram. Você também pode me acompanhar nas redes sociais: @ comoeducarcommusica Youtube E participar da minha comunidade Vip no Telegram: https://www.instagram.com/tv/B-0Pqu7AmU9/?utm_source=ig_web_copy_link https://www.instagram.com/tv/B-rjlJBAdRT/?utm_source=ig_web_copy_link https://www.instagram.com/comoeducarcommusica https://www.youtube.com/channel/UCiSwicceGmTJq0sRIUc9hQw https://t.me/joinchat/AAAAAFUjO2lrfWoeCnDdxw 16 Antes de mais nada, quero explicar que este é um guia do tipo “mão na massa”. Ele não usa linguagem acadêmica e nem citações de vários autores. Seu objetivo é proporcionar exemplos de atividades práticas para que qualquer pessoa comece a contribuir com a educação de uma criança. Além desta introdução, o guia tem mais três capítulos, conclusão e bibliografia. O primeiro capítulo é o mais conceitual. Nele, eu explico de forma bem objetiva os conceitos essenciais que fundamentam as práticas do guia. Eu aconselho que você não pule esse primeiro capítulo. Vai fazer muita diferença! No segundo e terceiro capítulos, você colocará a “mão na massa” de fato! Eles trazem links para vídeos no Instagram e no Youtube, onde eu demonstro as atividades. Não pule nada! Faça tudo sequencialmente. Se você tiver alguma dúvida ou dificuldade, entre em contato comigo pelo e-mail contato@comoeducarcommusica.com.br, que eu terei o maior prazer em ajudá-lo! MÃOS À OBRA! 4 18 1.1 O PROBLEMA “O ensino e a alfabetização no Brasil são um desastre”. Essa frase foi dita por um importante membro do governo federal e estampou as manchetes dos jornais em 2019. Pouco importa quem disse isso. O fato é que a frase é tragicamente verdadeira! Segundo os resultados da Avaliação Nacional da Alfabetização, de 2016, de todos os alunos que concluíram o terceiro ano do ensino fundamental, 54,73% tiveram níveis insuficientes em leitura. Desses, 450 mil alunos foram incapazes de localizar informações em textos simples de até cinco linhas. Também foram incapazes de identificar a finalidade de textos como convites, cartazes, receitas e bilhetes. Grave, não?! Mas ainda é pior. Segundo os resultados do PISA, teste internacional que avalia estudantes entre 15 e 16 anos, mais de 50% ficaram abaixo do nível básico de leitura, sem contar ciências e matemática, cujos resultados são muito piores! 19 Mas você pode estar pensando agora: “Isso não acontece com o meu filho. Ele está numa escola particular. Tem muitas atividades. A escola tem horta e espaço maker. A professora lê com ele...”. Será que o é que feito em uma escola particular é o suficiente? É claro que, em média, as escolas particulares têm melhores resultados. Mas isso não significa que esses resultados sejam realmente bons. Segundo os dados do PISA, os alunos brasileiros de escolas particulares são piores do que os alunos medianos dos países desenvolvidos. O desempenho dos alunos mais ricos do Brasil não chega ao patamar de desempenho dos alunos mais pobres de países como Vietnã e Estônia. O que esses dados indicam? Indicam que o insucesso escolar brasileiro começa com o insucesso em leitura e escrita. É uma espécie de efeito dominó. Sem o pleno domínio da leitura e da escrita, toda a aprendizagem posterior está comprometida. E se nada for feito, um aluno atrasado estará cada vez mais atrasado! Ele tem dificuldade de leitura, então começa a não gostar de ler. Não gostando de ler, ele lê cada vez menos, e cada vez mais a sua dificuldade aumenta! 20 alfabetização malfeita Alfabetização malfeita é algo tão grave que crianças mal alfabetizadas podem ser confundidas com crianças com distúrbios. Sim, é isso mesmo! Disfunções neurológicas, dislexia e TDAH podem ser apenas casos de alfabetização malfeita. É o que afirma a Dra. Ana Luiza Navas, fonoaudióloga e professora da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, em entrevista ao Jornal Gazeta do Povo de 25-08-2019.: Image by Peggy und Marco Lachmann-Anke from Pixabay https://pixabay.com/users/Peggy_Marco-1553824/?utm_source=link-attribution&utm_medium=referral&utm_campaign=image&utm_content=1013878 https://pixabay.com/?utm_source=link-attribution&utm_medium=referral&utm_campaign=image&utm_content=1013878 21 E quais são as causas dessa alfabetização malfeita? Quais são as razões desse desastre? Ao meu ver, são: 1. Desrespeito às condições neurobiológicas da aprendizagem; 2. Falta de preparo adequado na primeira infância; 3. Desconhecimento e falta do ensino explícito do princípio alfabético, ou seja, da correspondência entre sons e letras. Agora, posso imaginar você olhando para mim e dizendo: – Ok, já fiquei bastante preocupado. Mas como resolver esse problema e como posso ajudar meu filho a escapar disso? É o que eu vou mostrar em seguida, apresentado a você os pilares da aprendizagem eficaz e os princípios fundamentais do ensino da leitura. 22 1.2 PILARES DA APRENDIZAGEM E PRINCÍPIOS DO ENSINO DA LEITURA Stanislas Dehaene é um destacado matemático e neurocientista francês. Seus estudos têm mostrado como a leitura modifica o cérebro humano e aumenta sua capacidade de memorizar informações. Segundo ele, existem quatro pilares para a aprendizagem eficaz. 1. Atenção. Esta é a primeira condição para uma aprendizagem bem-sucedida. Se alguém quer ensinar uma criança, primeiro deve aprender a chamar a sua atenção. Sem atenção, não há aprendizagem! 2. Engajamento ativo. Um organismo passivo não aprende. É necessário experimentar para aprender. Mas sem cair no mito da pedagogia da descoberta, na qual a criança é exposta ao conhecimento e se educa sozinha. Ao contrário, é necessário unir compromisso, prazer e autonomia com ensino explícito sobre um material estimulante. 3. Erro produtivo e bom feedback. Os erros podem ser benéficos, desde que se compreenda o que os causou. Isso ainda é melhor por meio de uma devolução amável, que detecte, explique e corrija o erro. 23 4. Consolidação. Para aprender a contar, a ler ou qualquer outra coisa, o cérebro deve repetir os mecanismos muitas vezes,até dominar. E o sono é muito importante nesse processo. Dos pilares da aprendizagem, Dehaene deriva sete princípios que devem ser seguidos para se obter sucesso no ensino da leitura e da escrita. 1. Ensino explícito do código alfabético. A correspondência entre sons e letras não é óbvia para a criança. Tudo deve ser ensinado explicitamente, ponto por ponto. 2. Progressão racional. Deve haver uma ordem lógica na aprendizagem. Por exemplo, do mais simples para o mais complexo. Do regular para o irregular. Do mais frequente para o infrequente. E assim por diante. 3. Aprendizagem ativa, que associa leitura e escrita. São eficientes as atividades de leitura e composição de palavras à mão, diariamente. 4. Transferência do explícito ao implícito. O treino diário leva a uma leitura fluida e automática, liberando o cérebro para refletir sobre o sentido do texto. 24 5. Escolha racional de exemplos e exercícios. Escolher palavras com fonemas e grafemas já ensinados. Não apresentar palavras com erros ou mal escritas. Fazer diferença entre o nome da letra e o seu som. Ter variedade de exemplos e exercícios. 6. Compromisso ativo, atenção e prazer. Esses três fatores determinam a velocidade da aprendizagem. 7. Adaptação ao nível da criança. É necessário identificar regularmente em que nível a criança está, a fim de melhor escolher os exercícios que a fazem progredir. Esses pilares e princípios devem ser aplicados para que as condições neurobiológicas sejam respeitadas. Mas o ensino da leitura e escrita começa bem antes do ensino formal da alfabetização. É o que veremos em seguida. Stanislas Dehaene, 2014. Fonte: Per Henning/NTNU - https://bit.ly/2TTUFNI https://bit.ly/2TTUFNI 25 1.3 POR QUE A PRÉ-ALFABETIZAÇÃO É TÃO IMPORTANTE? A educação na primeira infância tem consequências para toda a vida. É nesse momento que as conexões sinápticas estão no auge. Por isso, é fundamental que as crianças coloquem em prática atividades linguísticas e cognitivas, que são chamadas de pré- alfabetização. Essas atividades trazem muitos benefícios para as crianças: a) Preparando-as para os estudos formais; b) Ajudando-as a se tornarem melhores leitores; c) Aumentando o desenvolvimento do cérebro; d) Despertando a criatividade e a imaginação; e) Aumentando a autoconfiança. Há três estágios pelos quais as crianças passam até os cinco anos de idade: pré-falantes, falantes e pré-leitores. Nos quadros seguintes, eu apresento uma séries de tarefas, por estágio, que normalmente as crianças já têm a possibilidade de fazer. Nem todas as crianças conseguem, sem esforço, realizar todas estas tarefas. Não fique preocupado se o seu filho não faz alguma dessas atividades. Mas fique alerta se ele não faz nenhuma. 26 O QUE SEU FILHO PODE APRENDER ENTRE O NASCIMENTO E 1 ANO E 11 MESES Pré-falantes 0 – 1a11m 0 – 6m 6m – 12m 12m – 23m • Seu filho ouvirá quando você estiver lendo livros de uma maneira lúdica e divertida; • Eles podem balbuciar enquanto você está lendo; • Entre quatro a seis meses, eles começarão a se interessar mais por livros; pegando-os, comendo-os, agarrando-os. • Seu filho começará a entender que as figuras representam objetos; • Eles começarão a ter imagens, páginas ou histórias favoritas; • Aos dez meses eles vão gostar que leiam para eles e seguirão as figuras; • Com um ano, eles podem começar a virar as páginas, apontar para figuras e repetir sons. • Seu filho pode segurar um livro da maneira certa, porque ele entende as figuras; • Eles podem imitar a leitura ao virar as páginas de um livro; • Quando eles têm dois anos, podem nomear imagens que viram muitas vezes e podem responder a perguntas simples sobre as figuras; • Se você leu a mesma história várias vezes, seu filho pode antecipar o que acontece a seguir e até dizer palavras ou frases do livro. Im ag e b y P ar en ti P ac ek fr o m P ix ab ay https://pixabay.com/users/ParentiPacek-14274096/?utm_source=link-attribution&utm_medium=referral&utm_campaign=image&utm_content=4624889 https://pixabay.com/?utm_source=link-attribution&utm_medium=referral&utm_campaign=image&utm_content=4624889 27 O QUE SEU FILHO PODE APRENDER ENTRE 2 ANOS E 3 ANOS E 11 MESES Falantes 2a – 3a11m 2a – 2a11m 3a – 3a11m • Seu filho pode prestar atenção quando uma história é lida para ele; • Ele podem reconhecer livros pela capa e pode escolher um livro e brinquedos para brincar; • Ele podem apontar para coisas que deseja saber o nome; • Ele podem perguntar "O que é isso?" e "O que ele / ela está fazendo?“ • Ele pode responder perguntas simples que você faz sobre a história; • Seu filho começará a reconhecer alguns sinais e símbolos que vê com frequência, como sinais de trânsito e embalagens de alimentos. • Pode responder perguntas sobre fotos; • Pode falar frases completas ao ler um livro que gostou muito; • Pode virar páginas de livros (talvez com um pouco de ajuda); • Pode fazer perguntas simples sobre a história; • Pode pedir sua história favorita; • Pode contar uma história familiar; • Pode usar imagens para contar uma história; • Pode explicar vagamente algo que aconteceu com alguém que não estava lá; • Pode entender quem é o autor de um livro P h o to b y A n d re a P ia cq u ad io fr o m P e xe ls https://www.pexels.com/@olly?utm_content=attributionCopyText&utm_medium=referral&utm_source=pexels https://www.pexels.com/photo/photo-of-woman-holding-brown-book-with-her-child-3818561/?utm_content=attributionCopyText&utm_medium=referral&utm_source=pexels 28 O QUE SEU FILHO PODE APRENDER ENTRE 4 ANOS E 5 ANOS E 11 MESES Pré-leitores 4a – 5a11m • Pode perguntar o porquê das coisas que acontecem e dos personagens de uma história (às vezes mais de uma vez!); • Pode entender histórias mais complexas; • Pode começar a adivinhar o final dos livros com os quais não está familiarizado; • Pode falar sobre por que os personagens fazem coisas; • Pode explicar o que as palavras significam; • Pode contar histórias inventadas e recontar histórias de livros, lembrando a sequência de eventos; • Pode fingir ler livros fáceis; • Pode começar a explicar o que eles querem dizer com algo que eles disseram. P h o to b y A n d re a P ia cq u ad io fr o m P e xe ls Agora que você já conhece cada fase, eu vou lhe apresentar a habilidade que melhor prepara a criança para a leitura: a CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA. Também vou lhe explicar como a música pode não só ajudar a desenvolvê- la, mas potencializá-la! https://www.pexels.com/@olly?utm_content=attributionCopyText&utm_medium=referral&utm_source=pexels https://www.pexels.com/photo/photo-of-woman-holding-brown-book-with-her-child-3818561/?utm_content=attributionCopyText&utm_medium=referral&utm_source=pexels 29 1.4 A CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA Consciência fonológica é a compreensão da estrutura sonora da nossa língua. Antes de associar sons às letras, as crianças precisam perceber que aqueles sons são os sons da fala. E mais do que perceber, elas precisam manipular esses sons da língua falada. É consenso entre os pesquisadores que a consciência fonológica é importante para aquisição da leitura. As pesquisas também indicam que a maioria das crianças com atraso em leitura, dislexia ou distúrbio de aprendizagem tem alterações nessa habilidade. Assim como o princípio alfabético, a consciência fonológica precisa ser ensinada. Esse ensino deve ser sequencial. E essa sequência deve obedecer tanto uma ordem lógica, do mais simples ao mais complexo, quanto respeitar o amadurecimento biológico da criança. Por isso, devemos começar com as maiores unidades e, gradualmente, chegar até as menores unidades. Aqui, vamos simplificar em quatro níveis. Observe o esquema seguinte. 30 Palavra Sílaba Início e final das palavras (ataques, rimas) Fonema Mais simples Mais complexo Agora, pense comigo. Se a consciência fonológica é a manipulação dos sons da fala e a músicaé a manipulação de sons, por que não unir as duas coisas?! É o que explico a seguir. 31 1.5 MÚSICA E HABILIDADES LINGUÍSTICAS O Efeito Acalanto Você sabia que os pais e mães da atualidade estão deixando de cantar para seus filhos? E que isso pode estar provocado um aumento nos casos de atraso de fala e transtornos emocionais? É o que revelou uma pesquisa que aconteceu no Great Ormond Street Hospital, de Londres. Lá, os pesquisadores também cantaram músicas para um grupo de crianças menores de três anos, algumas esperando por transplantes de coração, e monitoraram seus batimentos cardíacos e percepção da dor. As crianças doentes no hospital tiveram batimentos cardíacos mais baixos, menos ansiedade e percepção reduzida da dor. Tudo isso após escutarem canções de ninar. Segundo a Dra. Anita Collins, educadora neuro-musical australiana, as canções de ninar podem ajudar as crianças a criar vias neurais para se acalmar e restaurar a sensação de bem-estar. A Dra. Collins chamou isso de lullaby effect, que traduzimos aqui por efeito acalanto. 32 Treino Musical e Consciência Fonológica Além dos efeitos emocionais, existem fortes evidências das relações entre o treino musical e as habilidades precursoras da leitura. Existem hipóteses de sobreposição de estruturas cerebrais no processamento da música e da fala. Outra explicação é o aumento da percepção dos parâmetros auditivos, impactando a percepção de mínimos detalhes da fala. Veja a tabela abaixo. Treino Musical Precursores da Leitura Aumento da percepção auditiva Aumento dos níveis de consciência fonológica Melhora na memória de trabalho Aumento dos níveis de compreensão e do vocabulário Aumento da precisão da representação de eventos acústicos Melhora na fixação das relações entre grafemas e fonemas Na Alemanha, a Dra. Franziska Degé tem conduzido vários estudos experimentais que têm confirmado as associações entre as habilidades musicais e a consciência fonológica em seus vários níveis. No Canadá, testes realizados pela equipe do Dr. Jonathan Bolduc demonstraram que essas atividades, por envolverem operações mentais complexas, levam as crianças a identificar, comparar, distinguir e reproduzir várias unidades de som. Veja a próxima tabela. 33 Elementos de percepção musical Atividades Musicais Consciência Fonológica (níveis) -Percepção de alturas -Percepção rítmica -canto de canções -execução rítmica Palavras, sílabas, rimas -Percepção de durações de tons -Percepção de padrões melódicos e rítmicos Canto de canções e produção rítmica em um programa estruturado e sequencial Fonemas Um outro estudo, realizado por integrantes da Escola Médica da Universidade de Harvard, encontrou correlações entre a audiação e a consciência fonológica. As crianças que receberam treino musical focado na audiação obtiveram maiores índices de consciência fonológica do que aquelas que só fizeram exercícios típicos de consciência fonológica. Isso confirma um estudo anterior da esquipe da Dra. Maria Runfola, da University at Buffalo. Nessa experiência, as crianças que fizeram diariamente atividades sequenciadas com padrões rítmicos e melódicos, exploração vocal e movimento criativo tiveram uma significativa melhora em análise fonêmica e discriminação de palavras. A intervenção foi especialmente efetiva para as crianças que apresentavam baixas habilidades linguísticas. 34 Audiação Sim, você leu direito. O termo é audi-a-ção, com um “a” a mais do que audição. Essa palavra vem do inglês, audiation, e foi criada pelo pesquisador e educador musical Edwin Gordon (1927- 2015). De forma simples, audiação é a habilidade de escutar e compreender a música em nossas mentes. Mesmo que o som não esteja fisicamente presente. Gordon observou semelhanças entre a aprendizagem da linguagem e a aprendizagem de música. Quando as crianças nascem, elas já ouviram os sons da linguagem no útero. Depois elas passam os primeiros meses após o nascimento ouvindo os adultos “improvisando” nas interações do dia-a-dia. E o mesmo ocorre com a música, pois as crianças são expostas à música de sua cultura. Então Gordon formulou esta frase fundamental: 35 E como podemos orientar uma criança no desenvolvimento da audiação? A resposta mais ampla é expor as crianças desde a tenra idade a uma grande variedade de música, ajudando-as a construir seu vocabulário de escuta. Essa construção deve obedecer uma sequência lógica de vocabulários progressivos. A notação musical e a teorização são os últimos a serem ensinados, conforme a pirâmide abaixo: Também há uma sequência de padrões melódicos e rítmicos, que devem ser ensinados explicitamente. 36 Ufa! Se você chegou até aqui, então está mais que preparado para começar a aplicar os exercícios e atividades que virão em seguida. Antes, vamos fazer uma recapitulação em 5 pontos: 1. A má aprendizagem da leitura e da escrita é um grave problema brasileiro que condena ao fracasso o desenvolvimento intelectual de um indivíduo; 2. Existem 4 pilares da aprendizagem e 7 princípios do ensino da leitura e escrita que deveriam ser respeitados para o sucesso da aprendizagem; 3. Na primeira infância, a pré-alfabetização prepara o cérebro da criança para a leitura e a escrita, especialmente se o ensino for focado no desenvolvimento da consciência fonológica; 4. O treino musical pode potencializar e facilitar o desenvolvimento da consciência fonológica; 5. A consciência fonológica se correlaciona com a audiação, a habilidade de compreender a música em nossas mentes. 37 PARA IR ALÉM Se você quiser saber de mais detalhes, assista a estes vídeos: https://youtu.be/MO8cHzLOW0k https://youtu.be/-H3BF-6mbXs https://youtu.be/pRdGaQG4kEg 39 2.1 O QUE É E COMO IMPLEMENTAR Seguindo a terminologia de Edwin Gordon, eu vou dividir a nossa jornada em duas partes. A primeira chama-se orientação informal não-estruturada e, a segunda, orientação informal estruturada. Até os 2 anos e 11 meses, a orientação deve ser não- estruturada, isto é, pais e/ou professores colocam a criança em contato com a cultura, naturalmente, sem planejamento específico. Recomendo que as atividades sejam espalhadas na rotina normal e biológica da criança, sempre em forma de brincadeira, como no exemplo abaixo. Acordar Café da manhã Vestir-se Leitura em voz alta Lanche da manhã Pintar, desenhar, cantar Ouvir música e dançar com a música Almoço Hora da soneca Lanche da tarde Brincar livremente Jantar Tomar banho / escovar os dentes Hora da história Canções de ninar Orações Hora de dormir 40 Ao tomar contato com a cultura falada e musical, a criança começará a balbuciar. A orientação informal não-estruturada ajudará a criança a superar o balbucio linguístico e musical, desenvolvendo a oralidade e a voz cantada. As atividades devem ser lúdicas, é claro, porém devem ser ativamente observadas e dirigidas pelos pais e/ou professores. Esta primeira parte de atividades está divididas em 4 ações: ESCUTAR, LER, CONVERSAR, CANTAR. 2.2 ESCUTAR Não custa repetir aqui a frase de E. Gordon: “toda a aprendizagem começa pelo ouvido e não pelos olhos”. A escuta é o primeiro passo para a aculturação, linguística e musical. A criança precisa aprender a escutar e identificar os sons do ambiente que a cerca. Identificar sons da natureza. Identificar sons da cidade. A criança precisa escutar as vozes dos seus pais, conversando com ela, conversando entre si. Isso deve ocorrer de forma real, presencial, olhos nos olhos! Ela não vai aprender a falar e se comunicar escutando gravações de conversas, usando aplicativos, celulares e tablets. 41 • Nascimento – 1 ano e 11 meses Atividade 1 – Sons do corpo do bebê Gentilmente, dê toquinhos nas várias partes do corpo do bebê. Na barriguinha, nos bracinhos, nas costas, nas perninhas, nas mãos, etc. Mostre a ele como cada parte do corpo tem um som diferente. Atividade 2 – Sons da cozinha Quando o bebê estiver em sua cadeirapara comer, demonstre os vários sons da cozinha. Bata colheres de metal, colheres de madeira, garfos, pratos, etc. Para cada objeto, diga o nome de forma bem declarada. Exemplo: Após bater duas colheres, olhe nos olhos do bebê e diga: “colher, co – lher”. Atividade 3 – Sons da natureza Leve o bebê a um sítio ou parque. Procure um lugar silencioso, sem música ou qualquer aparelho eletrônico. Escute com ele o som dos pássaros, grilos, o vento entre as folhas e qualquer som que ocorra. Chame a atenção dele para os acontecimentos: “Escute filho, é o passarinho”. “Escute, é um grilo”. “Escute, é o som da água do rio”. E assim por diante. 42 Atividade 4 – Escuta de música instrumental com a criança no colo • A música deve ser instrumental, ou seja, sem voz, sem palavras. • Utilize gravações de boa qualidade e meios de reprodução de qualidade. Celulares não reproduzem bem música, “achatando” várias frequências. Mas utilize aquilo que você pode e tem! • Utilize peças musicais até 3 minutos. • Não chacoalhe a criança! Não faça movimentos bruscos! • Com a criança no colo, faça movimentos de acordo com a música. Se uma mesma melodia ou ritmo se repete, procure repetir o mesmo movimento feito na primeira vez: 1. Vá de um lado para o outro da sala; 2. Caminhe em círculos; 3. Caminhe em círculos mudando a direção; 4. Caminhe 4 passos para frente e, depois, 4 passos para trás. • Três sugestões de música: https://youtu.be/Kl6R4Ui9blc https://youtu.be/lJ1VNqgTuwg https://youtu.be/rE4CATvZ188 43 • 2 anos – 2 anos e 11 meses Atividade 5 – Batendo palmas para encontrar (inspirado em M. Schaffer) Coloque uma venda nos olhos da criança. Fique em algum lugar e bata palmas. A criança deve chegar até você guiada pelas palmas. Atividade 6 – Escuto com minha orelhinha ( inspirado em M. Schaffer) Vende a criança. Faça sons com diversos objetos. A criança deve responder: “Escuto com minha orelhinha.........” e identificar o objeto. Atividade 7 – Jogo do nome ( inspirado em M. Schaffer) Diga o seu nome para a criança. Agora diga o seu nome de muitas maneiras diferentes. Alongando o som, tremelicando a voz, gaguejando... A criança deve tentar imitar da mesma maneira que você disse. 44 Atividade 8 – Escuta de música instrumental com crianças que andam • A música deve ser instrumental, ou seja, sem voz, sem palavras. • A criança primeiro observa e depois imita. • Utilize peças musicais até 3 minutos. • De pé, com a criança também em pé, faça os seguintes movimentos: 1. Balance os braços para trás e para frente; 2. Balance os braços enquanto mexe a cintura; 3. Bata palminhas nas pernas junto com o pulso da música; 4. Movimente as mãos levantadas no ar. • Sentado no chão, junto com criança: 1. Marque o pulso da música batendo no chão; 2. Balance de um lado para o outro; 3. Sobre os pés, faça movimentos para cima e para baixo; 4. Com as mãos e os joelhos no chão, balance para frente e para trás; • Deixe a criança criar seus próprios movimentos para a música. Imite os movimentos dela. Ela vai gostar muito de ver isso!! • Três sugestões de música: https://youtu.be/fwXzl79RebU https://youtu.be/r9rRqufXM74 https://youtu.be/PmFh5E6BC1g 45 2.3 LER Leitura em Voz Alta As experiências das crianças com os livros ajudam a construir a base para o desenvolvimento da alfabetização. Na primeira infância é primordial que os pais e/ou professores leiam em voz alta para as crianças. Isso ajuda as crianças a desenvolver interesse e atitudes positivas em relação à leitura. As pesquisas têm demonstrado que a atividade mais importante para a construção do conhecimento e das habilidades necessárias para a leitura é a leitura em voz alta. Ler em voz alta para as crianças promove suas habilidades auditivas e as expõe à estrutura sonora e gramática do idioma. Elas aprendem palavras além daquelas que ouvem em suas conversas diárias com outras pessoas. Elas também aprendem sobre as letras e os sons das letras, aprimorando o conhecimento do alfabeto, o que é importante para aprender a ler. Seguem algumas instruções de como ler em voz alta para seu filho ou aluno: 46 • Conheça a história antes de ler em voz alta; • Sente-se em uma posição que permita o contato visual com a criança; • Se houver mais de uma criança, as crianças devem ficar em um semicírculo para que todas vejam as figuras do livro; • Segure o livro de forma que o texto e as figuras fiquem voltados para a criança; • Use expressões faciais, contraste de volume e vozes diferentes para diferentes personagens. • Caso o livro possua uma frase ou verso que se repita, você pode acrescentar uma melodia toda vez que acontecer a repetição. 47 A CASA DOS BEIJINHOS Autor/Ilustradora: Claudia Bielinsky Editora: Companhia das Letrinhas Gênero: Conto ANIMAIS SELVAGENS Editora: Leitura Gênero: Texto Informativo CARNEIRINHO, CARNEIRÃO Autora/Ilustradora: Marie- Hélène Grégoire Editora: Salamandra Gênero: Conto A FLOR DO LADO DE LÁ Autor/Ilustrador: Roger Melo Editora: Global Gênero: Livro de Imagem PINÓQUIO Editora: Todolivro Gênero: Conto VAMOS ACORDAR Autoras/Ilustradoras: Melanie Williamson E Julie Sykes Editora: Caramelo Gênero: Texto Informativo ANA, GUTO E O GATO DANÇARINO Autor/Ilustrador: Stephen Michael King Editora: Brinque-book Gênero: Conto A GIRAFA QUE COCORICAVA Autora: Keith Faulkner Ilustrações: Jonathan Lambert Editora: Companhia das Letrinhas Gênero: Conto AS COISAS QUE EU GOSTO Autoras: Ruth Rocha & Dora Lorch Ilustrações: Walter Ono Editora: Salamandra Gênero: Texto Informativo LÉ COM CRÉ Autor: José Paulo Paes Editora: Ática Gênero: Texto Folclórico 20 Livros para ler para uma criança até 2 anos e 11 meses 48 JOÃO E MARIA Autores: Irmãos Grimm Ilustrações: Kveta Pacovska Editora: Cosacnaify Gênero: Conto Tradicional RÁPIDO COMO UM GAFANHOTO Autor: Audrey Wood Ilustrações: Don Wood Editora: Brinque-book Gênero: História Engraçada A CIGARRA E A FORMIGA Autor: João de Barro Ilustrações: Odilon Moraes Editora: Moderna Gênero: Fábula A HISTÓRIA DA BARATINHA Autor: João de Barro Ilustrações: Avelino Guedes Editora: Moderna Gênero: Conto Tradicional ALEGRIA, ALEGRIA – AS MAIS BELAS CANÇÕES DE NOSSA INFÂNCIA Organizadores: Carlos Felipe E Giselle Vargas Ilustrações: Giselle Vargas Editora: Leitura Gênero: Texto Folclórico CHAPEUZINHO VERMELHO Autor: Charles Perrault Ilustrações: Georg Hallensleben Editora: Companhia das Letrinhas Gênero: Conto Tradicional O RATO Autores: Edith Derdyk e Paulo Tatit Ilustração: Edith Derdyk e Elaine Ramos Coedição: Palavra Cantada Gênero: História Cumulativa TRÊS URSOS Autor/Ilustrador: Cliff Wright Editora: Brinque-book Gênero: Conto QUEM LÊ COM PRESSA TROPEÇA Autor: Elias José Ilustrações: Nelson Cruz Editora: Lê Gênero: Texto Folclórico SEGREDO Autor/Ilustrador: Ivan Zigg Editora: Rocco Gênero: Conto 49 2.4 CONVERSAR À medida que as crianças aprendem a falar ouvindo a linguagem usada pelas pessoas ao seu redor, os adultos desempenham um papel vital, sendo bons modelos de linguagem. Quando as crianças começam a se comunicar com as pessoas ao seu redor e usam a linguagem para expressar seus pensamentos, sentimentos e ideias, os pais precisam mostrar que valorizam a conversa das crianças, reservando um tempo para ouvir e responder. Eles podem ajudar a facilitar a compreensão do idioma usando frases simples, falando lenta e claramente, além de fazer uma pausa entre as frases. Os pais podem modelar como participar de conversas e discussões através da escuta ativa e de perguntas. Para modelar a escuta ativa, estes devem: • Olhar bem para criança que está falando; • Fazer e manter contato visual; • Ouvir o que a criança está dizendo e não interromper; • Repetir ou parafrasear o que a criança disse para demonstrar compreensão. 50 2.5 CANTAR Tenho percebido que o canto é uma das atividades mais negligenciadas.Muitas mães têm vergonha da própria voz ou acham que são desafinadas. Pare com isso agora! Cante! Cante para seu filho! Porque o canto dá a oportunidade da criança processar um conjunto complexo de sons. Cante para o seu bebê! Não importa se você não consegue cantar de maneira afinada. Seu bebê não liga pra isso! Você é o (a) cantor(a) preferido(a) dele, pois sua voz é a janela para mundo da fala e da escuta. As canções são ferramentas naturais para aprender sobre o idioma de uma maneira divertida, especialmente aquelas que possuem frases repetitivas e exigem que as crianças realizem ações. As canções expõem as crianças a um novo vocabulário e as ajudam a perceber sons e padrões de entonação que desenvolvem sua consciência fonológica. 51 Vitaminas Rítmicas Vitaminas rítmicas são fórmulas rítmicas, executadas em forma de percussão corporal, que estimulam a memória auditiva das crianças. Testes realizados no Canadá pela equipe do Dr. Jonathan Bolduc demonstraram que o ritmo subjacente às rimas infantis pode ajudar as crianças a melhorar suas habilidades de linguagem. A pesquisa também indica que as vitaminas podem ser benéficas para as crianças com dislexia. Assista aos vídeos: https://www.instagram.com/tv/B8zyCxbgJvK/?utm_source=ig_web_copy_link https://www.instagram.com/tv/B92cq_QAapq/?utm_source=ig_web_copy_link https://www.instagram.com/tv/B-fpoJSgHV8/?utm_source=ig_web_copy_link 52 2.6 RESPOSTAS E REAÇÕES DA CRIANÇA Quando você começar aplicar essas atividades, vai perceber que as crianças emitem “respostas”. Mas muitas vezes, os pais e até os professores ficam confusos, pois parece que elas não estão respondendo. Por exemplo, você canta para um bebê e ele fica só olhando. Isso é muito normal, porque ele está absorvendo aquilo que você cantou. Também acontece de, após uma leitura ou após você cantar, a criança sair engatinhado rápido, cheia de movimentos. Esses movimentos formam a reação, a resposta à atividade. Nesta primeira fase, pense sempre em ler, conversar e cantar PARA a criança e não com a criança. Assim que a criança começar a balbuciar, ela dará mais respostas orais. Você vai cantar e ela vai responder com balbucio ou até mesmo sorrir e soltar um gritinho. Aproveite a resposta dela! Sorria também, imite os sons dela. Estabeleça, por alguns segundos, um diálogo com os sons dela. Será muito benéfico. Isso não atrapalha a aprendizagem de palavras reais. Ao contrário, reforça a comunicação. Evite forçar a criança a cantar com você ou forçar a criança a fazer movimentos. Nunca pegue suas mãozinhas e force palminhas ou outros movimentos não espontâneos. Também não é necessário ficar insistindo para a criança cantar. Ela vai cantar espontaneamente quando estiver pronta para isso! 53 PARA IR ALÉM Se você quiser saber de mais detalhes, assista a estes vídeos: https://www.instagram.com/p/B7WUkJKJ-tG/?utm_source=ig_web_copy_link https://www.instagram.com/p/B7oNkgUpUeF/?utm_source=ig_web_copy_link https://www.instagram.com/p/B78mlKIphYN/?utm_source=ig_web_copy_link https://www.instagram.com/tv/B8PR8QeAgZS/?utm_source=ig_web_copy_link https://youtu.be/E6G1LA_vpNc https://youtu.be/I353KTjycFs 54 https://www.instagram.com/p/B8cU2Zql4mu/?utm_source=ig_web_copy_link https://www.instagram.com/tv/B8hkwZPAS2X/?utm_source=ig_web_copy_link https://www.instagram.com/p/B9VAaV7gmtD/?utm_source=ig_web_copy_link https://www.instagram.com/p/B-s6PUigyzg/?utm_source=ig_web_copy_link 56 3.1 O QUE É E COMO IMPLEMENTAR A partir dos 3 anos começa a orientação informal estruturada. Isso não significa que a orientação não-estruturada deixa de existir. Ao contrário, ela continua com atividades espalhadas durante a rotina da criança. A única diferença é que, em algum momento da rotina, deve acontecer o jogo-lição, um momento de atividade dirigida, com ensino explícito. Recomendo que o jogo-lição não ultrapasse 30 minutos de duração. O ideal é por volta de 20 minutos. Segue abaixo um exemplo de rotina com o jogo-lição. Acordar Vestir-se Arrumar a própria cama Café da manhã Leitura dialogada Assistir um DVD instrutivo Hora do Poema – Decorar um verso Brincar livremente Almoço Ouvir música, dançar, cantar Brincadeira livre JOGO-LIÇÃO Retirar o lixo com o pai/mãe Ajudar com alguma coisa na cozinha Jantar Hora da história Canções de ninar Orações Hora de dormir 57 Como dissemos, a orientação não-estruturada continua a acontecer. Basicamente, as atividades continuam focadas naquelas quatro ações: ESCUTAR, LER, CONVERSAR, CANTAR. Para atividades mais complexas de escutar, recomendo o livro Ouvir Cantar (M. Schafer, Ed. UNESP). A leitura deve ser intensificada, agora em um nível mais complexo. 20 Livros para ler para uma criança entre 3 anos e 5 anos e 11 meses 12 FÁBULAS DE ESOPO Autor: Hans Gärtner Ilustrações: Lisbeth Zwerger Editora: Ática Gênero: Coletânea de Fábulas A CASA SONOLENTA Autora: Audrey Wood Ilustrações: Don Wood Editora: Ática Gênero: História Cumulativa ANTOLOGIA DE POESIA BRASILEIRA PARA CRIANÇAS Seleção de Célia Ruiz Ibáñez Ilustrações: Teo Puebla Editora: Girassol Gênero: Coletânea de poemas DEZ SACIZINHOS Autora: Tatiana Belinky Ilustrações: Roberto Weigand Editora: Paulinas Gênero: Texto Folclórico GUILHERME AUGUSTO ARAÚJO FERNANDES AUTOR: Mem Fox ILUSTRAÇÕES: Julie Vivas EDITORA: Brinque-Book GÊNERO: conto O ROUXINOL E O IMPERADOR Autora/Ilustradora: Taisa Borges Editora: Peirópolis Gênero: Conto Tradicional 58 BELO BELO E OUTROS POEMAS Autor: Manuel Bandeira Ilustrações: Eduardo Albini Editora: José Olympio Gênero: Coletânea de Poemas OU ISTO OU AQUILO Autora: Cecília Meireles Ilustrações: Thais Linhares Editora: Nova Fronteira Gênero: Coletânea de Poemas TIGRES NO QUINTAL Autor: Sérgio Capparelli Ilustrações: Orlando Editora: Global Gênero: Coletânea de Poemas 111 POEMAS PARA CRIANÇAS Autor: Sérgio Capparelli Ilustrações: Ana Cláudia Gruszinsky Editora: L&PM Gênero: Coletânea de Poemas A CHAVE DO TAMANHO Autor: Monteiro Lobato Ilustrações: Paulo Borges Editora: Globo Gênero: Narrativa de Aventura A ILHA DO MISTÉRIO Autor/Ilustrador: Paul Adshead Editora: Brinque-book Gênero: Narrativa de Enigma AS CAÇADAS DE PEDRINHO Autor: Monteiro Lobato Ilustrações: Paulo Borges Editora: Globo Gênero: Narrativa de Aventura A MENINA, O COFRINHO E A VOVÓ Autora: Cora Coralina Ilustrações: Cláudia Scatamacchia Editora: Global Gênero: Conto EM BUSCA DA CIDADE PERDIDA Autores: A. J. Wood E Jen Green Ilustrações: Maggie Downer Editora: Brinque-book Gênero: Narrativa de Mistério A INCRÍVEL HISTÓRIA DA ORQUESTRA Autor/Ilustrador: Bruce Koscielniak Editora: CosacNaify Gênero: Texto Informativo 59 MARCELO, MARMELO, MARTELO E OUTRAS HISTÓRIAS Autora: Ruth Rocha Ilustrações: Adalberto Cornavaca Editora: Salamandra Gênero: Coletânea de Histórias ONDE VIVEM OS MONSTROS Autor/Ilustrador: Maurice Sendak Editora: Cosacnaify Gênero: Conto REINAÇÕES DE NARIZINHO Autor: Monteiro Lobato Ilustrações: Paulo Borges Editora: Globo Gênero: Narrativa de Aventura UM CALDEIRÃO DE POEMAS Autora: Tatiana Belinky Ilustrado Por 25 Artistas Editora: Companhia das Letrinhas Gênero: Coletânea de Poemas 3.2 A ESTRUTURA DO JOGO-LIÇÃO Em seu famoso livro A República, o filósofo grego Platão (428 – 347 a. C.) já propunha que a educação de crianças deveria ser em forma de brincadeira. De fato, pela brincadeira, as crianças são ativamente envolvidas na compreensão do mundo que as cerca. Pela brincadeira, a criança desenvolve o senso de autoestima. Pela brincadeira, a criança aprende a pensar e a entender como funciona seu próprio idioma, assim como a audiar e a entender como funciona sua própria música e como fazer música com as outras pessoas. 60 O jogo é uma brincadeira mais estruturada. Ainda é brincadeira, mas com regras, com uma ordem pré-estabelecida. Por exemplo, o futebol é um jogo porque além de ser umabrincadeira, é um momento com regras estabelecidas. Já a lição é o ensino de um conteúdo específico e planejado de acordo com uma sequência específica. A minha proposta neste guia, inspirada em E. Gordon, é unir o jogo e a lição. Por isso, dei o nome de jogo-lição. O objetivo é fazer com que a criança seja envolvida em um ambiente vibrante, com música, brincadeiras, recitação, movimento e interação. Mas periodicamente, o adulto chama a atenção da criança para os elementos da linguagem, isolando e evidenciando padrões musicais, palavras, sílabas, rimas, fonemas, e assim por diante. 61 Todo – Parte – Todo PLANO DE “JOGO-LIÇÃO” (20-30 MIN) 1. Canção de chamada 2. Parlenda ritmada 2.a – Fazer várias vezes 2.b - Destacar palavras, conversar sobre o significado, treinar trechos, etc... 2.c –Fazer novamente, sem parar. 3. Canção com movimentos corporais 4. Vitamina rítmica 5. Canção de finalização Esse é um exemplo de jogo-lição, uma sequência de atividades. Você deve escolher um ou mais momentos para acontecer o ensino explícito. No exemplo, escolhi a parlenda ritmada e dividi a atividade usando a técnica do todo – parte – todo. TODO A criança experiencia o poema e a canção. Ela canta, dança, brinca com o texto. Ela interage ativamente com o adulto. TODO Nova execução do texto inicial, para voltar ao contexto. Após passar pela parte, o contexto volta ressignificado, pleno de compreensão. PARTE Ensino explícito de conteúdo específico. Significado das palavras, treino de sílabas, fonemas, dicção, ritmo, correspondência grafema-fonema etc. 62 Todo – Parte – Todo: Demonstração Assista aos vídeos abaixo, nos quais demonstro a técnica do Todo-Parte-Todo. São três vídeos em forma de carrossel do Instagram. Para assistir, basta clicar na imagem abaixo. https://www.instagram.com/p/CAWVXrYggP8/?utm_source=ig_web_copy_link 63 Ambiente e “Avaliação” O ambiente ideal para a realização do jogo-lição é um espaço aberto e livre de distrações. Por isso, antes da realização, escolha o lugar e tire de lá brinquedos, cartazes, livros e qualquer objeto que possa distrair a criança. Se você for usar algum recurso, como figuras, instrumentos musicais e letras multissensoriais, esconda-os até o momento do uso na atividade. Ao terminar uma atividade, guarde os recursos, para evitar que a criança queira manipular os objetos e não preste a atenção à próxima atividade. É claro que ela pode e deve explorar todos os recursos e objetos que você usar. Mas só depois de terminar o jogo-lição! Lembra do princípio n. 7 da aprendizagem da leitura? Então, é necessário identificar regularmente em que nível a criança está, para que você possa escolher os exercícios que a fazem progredir. Recomendo que você faça isso toda a semana. Na primeira infância não são necessárias as provas formais, mas uma boa dose de observação atenta. Estabeleça a cada semana onde a criança deve chegar e confira se isso aconteceu. Na próxima página, deixo um exemplo de tabela para ajudar você a monitorar a aprendizagem de sua criança. Imprima e anote tudo o que você observar na criança. 64 65 PARA IR ALÉM Se você quiser saber de mais detalhes, assista a estes vídeos: https://www.instagram.com/tv/B_TOs4OAOCK/?utm_source=ig_web_copy_link https://www.instagram.com/tv/B_3Ys_7A8Og/?utm_source=ig_web_copy_link https://www.instagram.com/tv/B_8e3-igIvO/?utm_source=ig_web_copy_link https://www.instagram.com/tv/CAOZ1Q6gfS7/?utm_source=ig_web_copy_link https://www.instagram.com/tv/CAgk5u8g_06/?utm_source=ig_web_copy_link https://www.instagram.com/tv/CA00VEFgDin/?utm_source=ig_web_copy_link https://www.instagram.com/tv/CBEcD-pg77L/?utm_source=ig_web_copy_link 4 67 Parabéns por ter chegado até aqui! Espero que você tenha muitas dúvidas. Sim, porque a gente só cresce e só aprende com as dúvidas e a vontade de saber mais. Quero convidar você para as minha aulas ao vivo que acontecem toda semana em minha redes sociais. É uma aula bem completa e com muitas atividades práticas. Para ser notificado e receber o link das aulas, clique no botão abaixo e inscreva-se. Também gostaria de saber a sua opinião sobre o conteúdo deste ebook. Clique na figura, acesse o link e deixe o seu comentário. NÃO SE ESQUEÇAM! NÃO DESISTAM DE SEUS FILHOS. ARREGASSEM AS MANGAS E LUTEM POR ELES! VEJO VOCÊ NA AULA. https://www.instagram.com/p/CBLv5s2AIQn/?utm_source=ig_web_copy_link https://aulas.comoeducarcommusica.com.br/fbig 4 69 ADAMS, Marilyn et al. Consciência Fonológica em Crianças Pequenas. Porto Alegre: Artmed, 2006. BLAMEY, Katrin L., BEAUCHAT, Katherine A. Starting strong : evidence-based early literacy practices. Portland: Stenhouse Publishers, 2016. Edição do Kindle. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Alfabetização. PNA – Política Nacional de Alfabetização/Secretaria de Alfabetização. Brasília : MEC, SEALF, 2019. BOLDUC, Jonathan; RONDEAU, Julie. Rythmons les apprentissages! In: Langage et pratiques, dez. 2015. COLLINS, Anita. The Lullaby Effect: The science of singing to your child. Publicious Pty Ltd, 2018. Edição do Kindle. COSENZA, Ramon M. Neurociência e Educação: como o cérebro aprende. Porto Alegre: Artmed, 2011. DEGÉ, F., KUBICEK, C., & SCHWARZER, G. (2015). Associations between musical abilities and precursors of reading in preschool aged children. Frontiers in Psychology, 6:1220 DEHAENE, Stanislas. Aprender a leer: De las ciencias cognitivas al aula. 1ª ed. Buenos Aires: Siglo Veintiuno Editores, 2015. Edição do Kindle. DEHAENE, Stanislas ¿Cómo aprendemos?. Ciudad Autónoma de Buenos Aires: Siglo Veintiuno Editores Argentina, 2019. Edição do Kindle. FEIERABEND, John. First Steps in Music. Chicago: GIA, 2000. 70 GORDON, Edwin. Learning Sequences in Music. Chicago: GIA, 2012. GORDON, Edwin. Music Learning Theory for Newborn and Young Children. Chicago: GIA, 2013. HANSEN, Dee. The music and literacy connection. Second edition. Lanham: Rowman & Littlefield, 2014. Edição do Kindle. ILHA, Susie et al. 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