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Nas intervenções em taludes instáveis ou potencialmente instáveis, os engenheiros muitas vezes se deparam com o dilema de que tipo de estrutura escolher para garantir a estabilidade de um talude natural ou artificial. Em primeiro lugar, devemos ter um conhecimento completo do local em estudo, ou seja, devemos fazer: 1. Investigação geotécnica abrangente: Investigar as propriedades geomecânicas e o comportamento esperado do preenchimento e da fundação como um todo. O material deve ser avaliado, uma vez que esses materiais são as principais fontes de carga e suporte, ao mesmo tempo, para qualquer sistema de retenção de terra. A avaliação do solo é normalmente feita por meio de investigação geotécnica do subsolo e avaliação da fonte por meio de testes de laboratório ou testes in situ. 2. Avaliação da situação particular: • terraplenagem com avaliação de como o projeto será executado, se em corte ou aterro; • tamanho da área afetada; • altura média; • condições de fundação, • disponibilidade e custo do material de preenchimento selecionado, se aplicável; • requisitos estéticos. GERSCOVICH, D. M. S. Estabilidade de taludes. 2. ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2016. Dentro do contexto das obras de terras e estudos das contenções, relacione os principais tipos de contenções convencionais e especiais que podem ser utilizadas objetivando obter-se a resposta técnica desejada. RESPOSTA: Obras de contenção são estruturas cujo objetivo é conter maciços de solo, água ou até mesmo rejeitos. Elas são dimensionadas para suportar pressões laterais e sobrecargas, evitando a ruptura dos maciços pelo seu próprio peso ou por carregamentos externos. O objetivo da etapa de contenções em uma obra é brecar as alterações provocadas pelas interferências. Abaixo seguem os principais tipos de contenções convencionais e especiais: 1) Solo Grampeado: É uma técnica de reforço de solos em que se empregam inclusões semirrígidas no solo. É uma técnica bastante prática e comprovadamente eficiente para a estabilização de taludes de escavações através do reforço do solo “in situ”. Consiste em um reforço obtido através da inclusão de elementos resistentes à flexão composta, denominados grampos. Os grampos são instalados suborizontalmente, de forma a introduzir esforços resistentes de tração e cisalhamento. Os principais cuidados na execução do solo grampeado estão relacionados ao sistema de drenagem interna e externa: esse processo deve ser feito com antecedência para, em caso de chuvas, não ocorrer o desmoronamento do solo. 2) Terra armada: Os muros em Terra Armada, também conhecida como solo armado ou reforçado, são estruturas de contenção flexíveis, do tipo gravidade, que associam aterro selecionado e compactado a elementos lineares de reforço que serão submetidos à tração e a elementos modulares pré-fabricados de revestimento. São normalmente usados em obras rodoviárias, ferroviárias, industriais e em outras aplicações de engenharia civil. Esse método consiste em aumentar a capacidade do solo para resistir à tração interna, através da colocação de elementos de amarração que fazem a distribuição destes esforços, através do atrito da área maior do solo fazendo que o conjunto haja como corpo sólido. Também resistem à esforços de cargas excepcionais. 3) Muro de Arrimo por gravidade: É a solução estrutural mais antiga e por ser relativamente barato e não exigir mão de obra especializada é mais comum. É executado junto a um talude (inclusive de aterro), e depois o vazio entre o muro e o talude é preenchido com solo, estabelecendo uma continuidade entre ambos. Os muros por gravidade resistem ao empuxo do terreno por efeito do seu peso próprio, que faz com que surja uma força de atrito na sua interface com o solo, que evita o deslizamento e impede o seu desmoronamento. Devem ser, portanto, pesados e de grandes dimensões. 4) Muro de Arrimo por flexão: Agem como os muros convencionais, tendo a mesma proporção entre base e altura. Geralmente são aplicados em aterros ou reaterro, pois necessitam de peso extra. O muro de flexão conta com uma laje de fundo e outra vertical. São estruturas mais esbeltas com seção transversal em forma de “L” que resistem aos empuxos por flexão. A laje da base apresenta, em geral, largura entre 50 e 70% da altura do muro. São usualmente executados em concreto armado, com ou sem contrafortes. Se necessário podem empregar vigas de enrijecimento, no caso de maiores alturas. Também podem ser ancorados na base com tirantes ou chumbadores. 5) Gabiões: O muro de gabiões funciona da mesma maneira que o muro de arrimo. São constituídos por gaiolas metálicas preenchidas com pedras britadas arrumadas manualmente e construídas com fios de aço galvanizado em malha hexagonal com dupla torção, isso garante que a estrutura seja drenável. São executados com pedra de mão. 6) Cortina Atirantada: É um dos métodos mais modernos de contenção. Vale-se de tirantes protendidos e chumbadores para dar sustentação ao terreno. Pode ser de caráter provisório ou definitivo. Recomendada para cortes em terrenos com grande carga a ser contida ou solo que apresenta resistência a sua estabilidade. Pode ser executada de concreto armado, projetado, parede diafragma ou perfis metálicos cravados. 7) Crib-Walls: Esse método surgiu para melhorar o uso de concreto e aço, barateando o processo. São estruturas formadas por módulos que se encaixam e se sobrepõem, em forma de “fogueiras” justapostas e interligadas longitudinalmente, cujo espaço interno é preenchido com material granular http://materioteca.paginas.ufsc.br/concreto/ http://materioteca.paginas.ufsc.br/aco/ http://portalvirtuhab.paginas.ufsc.br/contencoes/ http://portalvirtuhab.paginas.ufsc.br/contencoes-provisorias/ http://materioteca.paginas.ufsc.br/concreto/ http://materioteca.paginas.ufsc.br/concreto/ http://materioteca.paginas.ufsc.br/aco/ graúdo resistente. Podem ser de elementos pré-moldados de concreto, Madeira ou Aço. 8) Aterro Reforçado: São incorporados no solo materiais que possuam elevada resistência a tração, visando aumentar os parâmetros de resistência do maciço e restringir as deformações desenvolvidas devido a solicitações de peso próprio do aterro e/ou oriundas da aplicação de carregamento externo. Ele pode ser reforçado com geotêxtil ou geogrelha. 9) Retaludamento: Solução não estrutural e portanto, simples e de baixo custo. Aplicável para qualquer tipo de rocha ou solo e adaptável a todas as situações de esforços, sendo utilizado em larga escala para contenção de taludes que correm risco de deslizamento. É um processo de terraplanagem através do qual se alteram, por cortes ou aterros, os taludes originalmente existentes em um determinado local para se conseguir uma estabilização do mesmo. O retaludamento é muito usado devido a sua simplicidade e eficácia. É associada a obras de controle de drenagem e proteção superficial, de modo a reduzir a infiltração de água no terreno e disciplinar seu escoamento, inibindo os processos erosivos. http://materioteca.paginas.ufsc.br/concreto/ http://materioteca.paginas.ufsc.br/madeiras/ http://materioteca.paginas.ufsc.br/aco/
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