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Aula 10
Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do
Trabalho - AFT) Contabilidade Geral -
2023 (Pré-Edital) Profs. Júlio Cardozo,
Luciano Rosa e Silvio Sande
Autor:
Luciano Rosa, Júlio Cardozo
18 de Fevereiro de 2023
78664969515 - Maria Auxiliadora Silva Araujo
Luciano Rosa, Júlio Cardozo
Aula 10
Índice
..............................................................................................................................................................................................1) Ajuste a Valor Presente 3
..............................................................................................................................................................................................2) Operações Financeiras 13
..............................................................................................................................................................................................3) Juros sobre o Capital Próprio 33
..............................................................................................................................................................................................4) Depósitos Judiciais 35
..............................................................................................................................................................................................5) Aplicações Financeiras 37
..............................................................................................................................................................................................6) Arrendamentos 55
..............................................................................................................................................................................................7) Conciliação Bancária 64
..............................................................................................................................................................................................8) Questões Comentadas - Operações Diversas - Cebraspe 70
..............................................................................................................................................................................................9) Lista de Questões - Operações Diversas - Cebraspe 117
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AJUSTE A VALOR PRESENTE 
Ajustar algo a valor presente significa trazer um valor que está previsto para se realizar em data 
futura a termos monetários de hoje. 
As vendas e as compras, quando feitas a prazo, inserem no valor da operação, juros e encargos 
financeiros referentes à remuneração de um capital no futuro. 
Assim, a contabilização pelo valor nominal faz com que essas operações sejam demonstradas de 
forma superavaliada no Balanço Patrimonial. Fica difícil, também, diferenciar o resultado financeiro 
do resultado realmente apurado com operações da atividade empresarial. O ajuste a valor 
presente (AVP) veio para que possamos dirimir esse problema. 
A Lei 11.638/07 incluiu o tema na Lei 6.404/76 da seguinte forma: 
Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes 
critérios: 
VIII – os elementos do ativo decorrentes de operações de longo prazo serão 
ajustados a valor presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito 
relevante. (Incluído pela Lei nº 11.638, de 2007) 
Art. 184. No balanço, os elementos do passivo serão avaliados de acordo com os 
seguintes critérios: 
III – as obrigações, os encargos e os riscos classificados no passivo não circulante 
serão ajustados ao seu valor presente, sendo os demais ajustados quando houver 
efeito relevante. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) 
Esquematizemos: 
Elementos Período AVP? 
 
Ativo 
Não circulante Ajustados a valor presente 
Circulante Se houver efeito relevante 
 
Passivo 
Não circulante Ajustados a valor presente 
Circulante Se houver efeito relevante 
Agora, dois quesitos: 
(Auditor Fiscal/ISS SP/2012) As obrigações de curto prazo com fornecedores devem ser ajustadas 
ao seu valor presente, quando houver efeito relevante. 
Luciano Rosa, Júlio Cardozo
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Comentários: 
Conforme acabamos de salientar, o gabarito é certo. 
(Contador/CADE/2014) Quando houver efeito relevante, os itens do ativo e do passivo 
decorrentes de operações de curto prazo devem ser ajustados a valor presente. 
Comentários: 
Com base no que foi exposto, o gabarito é certo. 
Por que utilizar o Ajuste a Valor Presente? 
As vendas e as compras, quando feitas a prazo, inserem no valor da operação, juros e encargos 
financeiros referentes à remuneração de um capital no futuro. 
Assim, a contabilização pelo valor nominal faz com que essas operações sejam demonstradas de 
forma superavaliada no Balanço Patrimonial. Fica difícil, também, diferenciar o resultado financeiro 
(de juros) do resultado realmente apurado com operações da atividade empresarial. O ajuste a 
valor presente (AVP) veio para que possamos dirimir esse problema. 
Assim, se determinada empresa compra mercadorias para pagar daqui a três anos, no montante 
de R$ 150.000,00, com encargos de R$ 25.000,00, qual o seu valor presente, isto é, hoje? 
Resposta: R$ 150.000,00 – R$ 25.000,00 = R$ 125.000,00. 
Lógico que não é tão simples assim, mas segue esta linha. 
Objetivos do ajuste a valor presente: 
- Evitar que as demonstrações sejam superavaliadas. 
- Diferenciar o resultado financeiro do resultado com as operações da atividade. 
Vamos a um exemplo. 
Uma empresa pode adquirir um equipamento pelo preço à vista de 100.000 ou em 12 prestações 
de 10.000, no total de 120.000. 
Sem o ajuste a valor presente (ou seja, segundo a contabilização anterior), teríamos a seguinte 
contabilização: 
Compra à vista: 
D – Imobilizado (equipamento) 100.000 
C – Caixa/bancos 100.000 
Luciano Rosa, Júlio Cardozo
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Razonetes: 
100000 100000
Imobilizado Caixa
 
Compra a prazo: 
D - Imobilizado (equipamento) 120.000 
C – Fornecedores (passivo) 120.000 
Razonetes: 
120000 120000
Imobilizado Fornecedores
 
No segundo caso, a contabilização inclui uma parcela financeira, devido ao pagamento parcelado. 
Com isso, o preço do equipamento ficou inflado por despesas financeiras. 
Em diversos pronunciamentos do CPC (estoque, imobilizado, intangível), encontramos a seguinte 
determinação: 
No caso de venda a prazo, os juros e despesas financeiras não devem integrar o 
custo do estoque (ou imobilizado, ou intangível). Devem ser apropriados como 
despesas financeiras ao longo do prazo da operação, exceto no caso de 
financiamento de ativos qualificáveis. 
É isso o que conseguimos com o ajuste a valor presente. No exemplo acima, supondo que o ajuste 
seja relevante, a contabilização seria a seguinte: 
Compra a prazo (com ajuste a valor presente): 
D - Imobilizado (equipamento) 100.000 
D – Encargos a transcorrer (Retificadora do Passivo) 20.000 
C – fornecedores (passivo) 120.000 
Razonetes: 
100000 120000 20000
Imobilizado Fornecedores Encargos a transc.
 
Luciano Rosa, Júlio Cardozo
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==245596==
 
Compare essa contabilização com a realizada para a compra à vista. O ativo fica registrado pelo 
mesmo valor, nos dois casos, e a diferença é apropriada como despesa financeira, mês a mês 
(supondo uma despesa financeira de 5.000, no primeiro mês): 
D – Despesa financeira 5.000 
C - Encargos a transcorrer (Retificadora do Passivo) 5.000 
Razonetes: 
20000 5000 5000
Despesa finan.Encargos a transc.
 
A mensuração contábil a valor presente deve ser aplicada no reconhecimento inicial de ativos e 
passivos. Depois disso, não mais se altera, a não ser que haja alguma renegociação, modificando 
as condições iniciais. 
Faz-se necessário observar que a aplicação do conceito de ajuste a valor presente nem sempre 
equipara o ativo ou o passivo a seu valor justo. Por isso, valor presente e valor justo não são 
sinônimos. 
Por exemplo, a compra financiada de um veículo por um cliente especial que, por causa dessa 
situação, obtenha taxa não de mercado para esse financiamento, faz com que a aplicação do 
conceito de valor presente com a taxa característica da transação e do risco desse cliente leve o 
ativo, no comprador, a um valor inferior ao seu valor justo; nesse caso prevalece contabilmente o 
valor calculado a valor presente, inferior ao valor justo, por representar melhor o efetivo custo de 
aquisição para o comprador. Em contrapartida o vendedor reconhece a contrapartida do ajuste a 
valor presente do seu recebível como redução da receita, evidenciando que, nesse caso, terá 
obtido um valor de venda inferior ao praticado no mercado. 
Lembramos que Valor justo é valor pelo qual um ativo pode ser negociado entre partes 
interessadas, conhecedoras do negócio e independentes entre si, com ausência de fatores que 
pressionem para a liquidação da transação ou que caracterizem uma transação compulsória. 
(definição usada nos pronunciamentos do CPC) 
Vamos ver como é feita a contabilização do AVP? 
 
Luciano Rosa, Júlio Cardozo
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Contabilização do Ajuste a Valor Presente 
Aprenderemos a fazer essa contabilização e a entender esses itens através de um pequeno 
exemplo. Vejamos: 
Exemplo 1 – Contabilização do AVP – Venda a Prazo: 
A empresa KLS vendeu mercadorias para receber após 24 meses, no valor de 50.000,00. 
Informações adicionais: 
• Taxa de juros: 2% ao mês = 1,0224 = 1,6084 
• Valor presente: 50.000/1,6084 = 31.086 
Observação: 1,02^24 → leia-se “um virgula zero dois elevado à vigésima quarta 
potência”. 
Que operação é essa? É o chamado juros compostos! 
E qual a fórmula da matemática financeira para calcular as variáveis? 
Valor nominal = Valor presente x (1 + i)n 
Onde: 
• Valor nominal = Valor futuro 
• Valor presente = Valor hoje 
• i = Taxa de juros 
• n = Prazo 
Atenção! A regra é a utilização do método exponencial, composto. O mercado 
dificilmente utilizará juros simples. Então, só o faça se a questão assim exigir. 
Passo a passo para a resolução: 
1) Encontrar o valor nominal (valor de venda), que conterá os juros. 
2) Encontrar juros e prazo (que devem estar na mesma unidade). 
3) Trazer a valor presente pela fórmula de juros compostos, da matemática financeira: 
Valor nominal = Valor presente x (1 + i)n 
4) Fazer os lançamentos: 
Contabilização: 
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• No momento inicial 
D – Contas a Receber (RLP) 50.000 
C – Ajuste a VP (ANC – Realizável a LP – conta retificadora) 18.914 
C – Receita de Vendas (resultado) 31.086 
Razonetes: 
50.000,00 18.914,00 31.086,00
Receita de vendasContas a receber AVP ( Retificadora Ativo)
 
• Mês a mês 
Passado um mês, há a contabilização de uma receita financeira, apropriada por competência, e 
seguindo o método exponencial: 
D – Ajuste a VP (RLP) 622 
C – Receita Financiamento de vendas (Resultado) 622 
Razonetes: 
622,00 18.914,00 622,00
AVP (Retificadora Ativo) Receita financeira
 
E assim mês a mês, até o recebimento. 
Podemos calcular estes juros, para reconhecê-los mês a mês, da seguinte forma: 
No mês 1: 31.086,00 x 0,02 = 622. 
No mês 2: 31.708 x 0,02 = 634. 
Esquematizemos: 
Mês Principal Juros Total 
1 R$ 31.086,00 R$ 622,00 R$ 31.708,00 
2 R$ 31.708,00 R$ 634,00 R$ 32.342,00 
3 R$ 32.342,00 R$ 647,00 R$ 32.989,00 
E assim por diante, até reconhecer toda a receita. Essa tabela, ou pelo menos os dados para seu 
cálculo, tem que ser fornecida em prova, não se preocupem. 
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Vamos supor que, após um ano, as condições de mercado se alterem e a taxa de juros passe para 
1% ao mês. 
Nesse caso, devemos alterar a taxa de juros que será utilizado no restante desta operação? Não. 
A taxa de juros é definida no início da operação, e não mais se altera, a não ser que haja uma 
renegociação. Naturalmente, as novas operações serão calculadas pela taxa de juros mais 
adequada na época do seu reconhecimento. 
Uma questão sobre o assunto: 
(Auditor Fiscal de Tributos Estaduais/ICMS-SC/Auditoria e Fiscalização/2018) No dia 30/11/2017, 
a Cia. das Aves realizou as seguintes vendas de mercadorias: 
− Vendas à vista no valor de R$ 1.500.000,00. 
− Vendas a prazo no valor nominal de R$ 2.300.000,00 que será recebido integralmente em 
30/04/2019. 
Na data da venda a empresa praticava a taxa de juros de 0,83% ao mês, que corresponde a 15% 
para o período das vendas a prazo. Em relação às vendas efetuadas em 30/11/2017, a Cia. das 
Aves deveria reconhecer Receita de Vendas no valor de 
(A) R$ 3.500.000,00 no resultado de 2017, apenas. 
(B) R$ 3.500.000,00 e Receita Financeira no valor de R$ 300.000,00, ambos no resultado de 2017. 
(C) R$ 3.500.000,00 e Receita Financeira no valor de R$ 16.600,00, ambos no resultado de 2017. 
(D) R$ 3.455.000,00 e Receita Financeira no valor de R$ 16.226,50, ambos no resultado de 2017. 
(E) R$ 3.800.000,00 no resultado de 2017, apenas. 
Comentários: 
Para responder esta questão, precisamos de conhecimento acerca do ajuste a valor presente. O 
valor que foi recebido à vista já é um valor atual, presente, não precisa de ajuste. Agora, o valor 
que será recebido a prazo apresenta um efeito financeiro “embutido”. Como queremos saber 
apenas o que, efetivamente, receita de vendas, temos que fazer o ajuste a valor presente. 
Relembrando um pouquinho da Matemática Financeira, para trazer determinado valor futuro a 
valor atual, temos que fazer o seguinte: 
Valor Presente=
Valor Futuro
(1+taxa)n
 
Outra coisa: a venda foi efetuada em novembro e ele também quer saber o que afeta o resultado 
do ano de 2017, o que pressupõe que o exercício já foi encerrado (31.12.2017), assim sendo, já 
temos uma parcelinha de receita financeira de um mês para reconhecer. E como fazemos isso? 
Basta multiplicarmos o valor presente pela taxa mensal de juros, fica assim: 2.000.000 x 0,83% = 
R$ 16.600. Ficou assim: 
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Venda à vista R$ 1.500.000,00 
Venda a prazo R$ 2.300.000,00 
Valor presente (2.300.000/1,15) R$ 2.000.000,00 
Ajuste a Valor Presente (diferença R$ 300.0000 
Receitas do período 
Venda à vista R$ 1.500.000,00 
Venda a prazo R$ 2.000.000,00 
Receita de vendas R$ 3.500.000,00 
Receita financeira (2.000.000 x 0,83%) R$ 16.600,00 
Portanto, o que é, efetivamente, receita de vendas dessa empresa do período? 
O valor presente =1.500.000 + 2.000.000 = R$ 3.500.000,00. 
Quanto foi a receita financeira reconhecida em 31/12/2017 (não foi no momento inicial)? = R$ 
16.600. O gabarito é letra c. 
Apenas para reforçamos o conteúdo, como ficaria a contabilização desses fatos: 
Venda de Mercadorias: 
D – Bancos (ativo) 1.500.000 
D – Clientes (ativo) 2.300,00 
C – Ajuste a valor presente a apropriar sobre clientes (red. ativo) 300.000 
C – Receita de vendas (resultado) 3.500.000 
Em 31/12, lançaremos para reconhecer a receita de juros: 
D – Ajuste a valor presente a aproprias sobre clientes (red. ativo) 16.600 
C – Receita financeira (resultado) 16.600 
Exemplo 2 – Compra a Prazo: 
A empresa KLS comprou mercadorias para pagar após 24 meses, no valor de R$ 50.000,00. 
Informações adicionais: 
• Taxa de juros: 2% ao mês = 1,0224 = 1,6084 
• Valor presente: 50.000/1,6084 = 31.086 
Contabilização: 
• No momento inicial: 
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D – Mercadoria (AC) 31.086 
D – Ajuste a valor presente sobre fornecedores (PNC - ELP) 18.914 
C – Fornecedores (PNC - ELP) 50.000 
Razonetes: 
31.086,00 18.914,00 50.000,00
Fornecedores (Passivo)Mercadorias (AC) AVP - Fornecedores (Ret. P.)
 
• Mês a mês 
Após um mês, apropriamos os encargos financeiros: 
D – Despesa Financeira – financiamento de compras (resultado) 622 
C - Ajuste a valor presente sobre fornecedores (PNC - ELP) 622 
Razonetes: 
18.914,00 622,00 622,00
AVP - Fornecedores (Ret. P.) Despesa Financeira
 
Ao final dos 24 meses, a conta “ajuste a valor presente sobre fornecedores” estará zerada, e todo 
o seu valor terá sido transferido para resultado. 
Notem que não podemos calcular 18.914/24 = R$ 788, e apropriar este valor para todos os meses. 
Devemos usar o método exponencial, pois o mercado dificilmente utilizará juros simples para uma 
operação de financiamento. 
Se alguma banca cobrar este assunto, deverá fornecer a tabela de controle, ou pedir uma 
informação que possa ser calculada facilmente (por exemplo, qual o valor apropriado como receita 
financeira no segundo mês? Segundo a tabela acima, será 634. Cálculo: 31.086 x 1,02 = 31.708; 
31.708 x 0,02 = 634). 
A seguir, uma questão: 
(SEFAZ PI/Auditor/2015) A Cia. Vende & Recompra adquiriu, em 30/04/2014, mercadorias para 
serem comercializadas. Em função de sua situação financeira, a Cia. fez essa aquisição a prazo, 
para pagamento em 30/06/2016. O valor a ser pago na data do vencimento é R$ 380.000,00, mas 
se a Cia. tivesse adquirido estas mercadorias à vista teria pagado R$ 330.000,00. 
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Em 20/05/2014, a Cia. Vende & Recompra vendeu 80% dessas mercadorias por R$ 820.000,00, 
para serem recebidos integralmente em 15/07/2016. Se o cliente tivesse adquirido as mercadorias 
à vista teria pagado R$ 730.000,00. 
Com base nestas informações, é correto afirmar que o resultado bruto com vendas que a Cia. 
Vende & Recompra reconheceu, na data da venda, foi, em reais, 
A) 400.000,00. 
B) 466.000,00. 
C) 516.000,00. 
D) 426.000,00. 
E) 556.000,00. 
Comentários: 
No caso de compra e venda a prazo, com juros incluídos, temos que considerar o valor à vista. 
A regra é a seguinte: 
- Ativo não circulante e passivo não circulante = ajusta a valor presente 
- Ativo circulante e passivo circulante = só ajusta se produzir efeito relevante. 
Lançamento da compra: 
D – Mercadorias 330.000,00 
D – Ajuste a valor presente 50.000,00 
C – Fornecedores 380.000,00 
Lançamento da venda: 
Pela venda: 
D – Clientes 820.000,00 
C – Receita de vendas 730.000,00 
C – Ajuste a valor presente sobre clientes (red. Ativo) 90.000,00 
Pela baixa das mercadorias: 
D – CMV (80% x 330.000,00) 264.000,00 
C – Estoque 264.000,00 
Demonstração do resultado 
Receita de vendas 730.000,00 
 (-) CMV (264.000,00) 
Lucro bruto 466.000,00 
O gabarito é letra b.
 
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OPERAÇÕES FINANCEIRAS 
Comecemos a falar sobre as operações financeiras, como por exemplo, vendas a prazo com 
emissão de duplicatas, desconto de duplicatas, aplicações financeiras e contabilização de 
empréstimos. 
Venda A Prazo, Emissão De Duplicata 
A duplicata é o título de crédito emitido com base em obrigação proveniente de compra e venda 
comercial ou prestação de certos serviços. Rege-se pela Lei 5.474/1968. 
É conhecida por ser um título causal, ou seja, encontra-se vinculada à relação jurídica que lhe dá 
origem que é a compra e venda mercantil. 
Na contabilidade, como trabalhamos com o regime de competência, a receita de venda deve ser 
reconhecida na entrega da mercadoria, independentemente do recebimento, pois, neste 
momento, há a transferência da titularidade (a chamada tradição). 
Esquematizemos: 
Tradição: Entrega da mercadoria 
(Reconhece receita)
 
Assim, quando realizamos uma venda a prazo (e entregamos as mercadorias), faremos alguns 
lançamentos contábeis. 
Por exemplo, venda por R$ 1.000,00 de mercadorias que custaram R$ 700,00, sem a incidência de 
tributos, para recebimento em 30 dias. 
• Pelo registro da venda: 
D – Clientes/Duplicatas a receber (ativo) 1.000,00 
C – Receita de vendas (resultado) 1.000,00 
Razonetes: 
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1000 1000
Clientes Receita de vendas
 
• Pela baixa no estoque: 
D – Custo da mercadoria vendida (resultado) 700,00 
C – Estoque de mercadorias para revenda (ativo) 700,00 
Razonetes: 
700 700
CMV Estoque
 
• Quando do recebimento da venda: 
D – Caixa/Bancos (ativo) 1.000,00 
C – Clientes/Duplicatas a receber (ativo) 1.000,00 
Razonetes: 
1000 1000 1000
Clientes Bancos
 
Imagine-se agora que o cliente pagou a mercadoria, em 31.01.X1, no valor de R$ 1.000,00, para 
recebimento em 31.03.X1, cujo custo é de R$ 700,00. 
• Quando do adiantamento: 
D – Bancos/Caixa (ativo) 1.000,00 
C - Adiantamento de clientes (passivo) 1.000,00 
Razonetes: 
1000 1000
Bancos Adian. Clientes
 
• Quando da entrega das mercadorias, em 31.03.X1: 
D – Adiantamento de clientes (passivo) 1.000,00 
C – Receita de vendas (resultado) 1.000,00 
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Razonetes: 
1000 1000 1000
Receita de vendas Adian. Clientes
 
• Pela baixa no estoque: 
D – Custo da mercadoria vendida (resultado) 700,00 
C – Estoque de mercadorias para revenda (ativo) 700,00 
Razonetes: 
700 700
CMV Estoque
 
Duplicatas Descontadas 
Sabemos que as empresas dificilmente conseguem sobreviver sem que realizem operações a 
prazo. Assim, ao realizar vendas a prazo, como já dissemos, a empresa pode emitir duplicatas. 
Todavia, também pode acontecer de a empresa necessitar do recurso de maneira antecipada. 
Contudo, ela não pode chegar ao cliente, antes do vencimento, e exigir a sua liquidação. Eis que 
surge o desconto de duplicatas. A empresa portadora do título recorre ao banco e fala: olha, 
preciso do dinheiro desta duplicata, todavia, o vencimento se dará somente lá na frente, na data 
x. 
O banco então desconta essa duplicata, ou seja, entrega o valor à empresa, mediante a cobrança 
de juros. 
Descontar uma duplicata é, grosso modo, uma operação em que pegamos um adiantamento do 
valor das duplicatas com o banco, deixando-as em garantia. Funciona assim: 
• Operação de desconto de duplicata 
- Descontamos o valor da duplicata. Recebemos o valor do principal menos os descontos relativos 
à operação (juros e encargos). 
- O banco fica com as duplicatas em sua carteira de clientes, para receber. 
- Se o banco não receber, isto é, o cliente não quitar, o banco vai pegar o dinheiro de volta, 
devolvendo a duplicata para a empresa, para que ela cobre com os meios legais. 
 
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Fique Atento! A conta duplicatas descontadas hoje é uma conta do passivo exigível. Antigamente, 
o entendimento é que ela fazia parte das contas retificadoras do ativo. 
Os encargos financeiros, por seu turno, ficam retificando a conta duplicatas descontadas. 
Esquematizemos: 
 
O critério que vige (de acordo com o FIPECAFI – Manual de Contabilidade Societária) no registro 
do desconto de duplicatas é o seguinte: 
Primeira hipótese: Duplicatas com valor de R$ 1.000,00, descontadas com encargos de R$ 100,00, 
com o Banco Alfa. 
D - Bancos Conta Movimento (Ativo Circulante) 900,00 
D - Encargos Financeiros a Transcorrer (Ret. do Passivo Circulante) 100,00 
C - Duplicatas Descontadas (Passivo Circulante) 1.000,00 
Razonetes: 
900 100 1000
Encargos a transc. Duplica. Descont.Bancos
 
Portanto, repetimos: a conta duplicatas descontadas foi para o passivo exigível! A conta encargos 
financeiros a transcorrer ficará retificando a conta duplicatas descontadas. É como se fosse um 
empréstimo, deixando-se as duplicatas como garantia. Além disso, precisamos destacar que NO 
MOMENTO INICIAL não reconhecemos NENHUMA DESPESA NO RESULTADO DO EXERCÍCIO. 
Isso é fundamental. As despesas serão reconhecidas por competência, ao longo da operação. 
Segunda hipótese: Passou o período de juros (suponha R$ 10,00 ao mês para simplificar). 
Conforme o período da competência, lançaremos os juros: 
D - Despesa de Juros (Resultado) 10,00 
C - Encargos Financeiros a Transcorrer (Passivo exigível) 10,00 
Duplicatas 
descontadas
Passivo 
exigível
Encargos 
financeiros
Retificadora 
do passivo
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Razonetes: 
100 10 10
Encargos a transc. Despesa de juros
 
Terceira hipótese: O cliente liquidou a obrigação. 
Com o recebimento do cliente, o lançamento será: 
D - Duplicatas Descontadas (Passivo exigível) 1.000,00 
C - Duplicatas a Receber (Ativo circulante) 1.000,00 
Razonetes: 
1000 1000 1000
Dupl. Descontadas Duplicatas a Receber
 
Quarta hipótese: O cliente não liquidou a obrigação. O banco devolveu as duplicatas. 
O banco vai devolver a duplicata para que o cliente se vire, e pegar o seu dinheiro de volta. 
 O lançamento, neste caso, será: 
D – Duplicatas Descontadas (Passivo exigível) 1.000,00 
C – Caixa/Bancos (Diminuindo o caixa) 1.000,00 
Razonetes: 
1000 1000
Dupl. Descontadas Caixa
 
Observação: conta retificadora do passivo é uma conta que fica no passivo, mas 
tem natureza devedora (tem saldo devedor). Lembra que o Passivo tem natureza 
credora? Então, as contas retificadoras diminuem o passivo. 
Do mesmo modo, as contas retificadoras do Ativo ficam no ativo, mas com 
natureza credora. Por exemplo, a conta depreciação acumulada. 
Agora, uma questão: 
 
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Julgue o item subsequente, relativo à contabilização de operações contábeis diversas. 
(SUFRAMA/Técnico Contabilidade/2014) O desconto de uma duplicata em banco, além de gerar 
um débito em caixa ou equivalentes de caixa e um crédito em duplicatas descontadas, gera um 
débito em despesas do período na demonstração do resultado do exercício (DRE) relativo aos 
juros pagos na data da liberação do crédito. 
Comentários: 
A contabilização, no momento inicial, é a seguinte (supondo que uma duplicata de 1.000 foi 
descontada por 900): 
D – Caixa (Ativo) 900 
D – Encargos a transcorrer (Retificadora do Passivo) 100 
C – Duplicatas descontadas (Passivo) 1.000 
Os encargos devem ser apropriados ao resultado por competência: 
D – Despesas financeiras (Resultado) 100 
C – Encargos a transcorrer (Retificadora do Passivo) 100 
Assim, a questão está errada, pois não ocorre um débito em despesas do período na data da 
liberação do crédito. A contabilização da despesa ocorre posteriormente, por competência, 
conforme a passagem do tempo. 
Operações Com Cheque 
Assunto que é cobrado como pegadinha em provas é o tema recebimento e pagamento em 
cheque. 
O recebimento em cheque é realizado através da tesouraria, ou seja, da conta caixa. 
Todavia, o pagamento em cheque é feito através de crédito na conta bancos conta movimento. 
Esquematizemos: 
 
Cheque
Pagamento Sai do banco
Recebimento Entra no caixa
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Empréstimos e Financiamentos: Apropriação, Principal, Juros 
Transcorridos e a Transcorrer. 
Agora, falaremos sobre os empréstimos obtidos de terceiros. O primeiro ponto a destacar é que 
a contabilização se dá com o recebimento dos recursos pela empresa. Se a sociedade ALFA assina 
um contrato de empréstimo em 01.01.X1, no montante de R$ 15.000,00, mas só recebe os 
recursos efetivamente em 05.01.X1, deverá fazer a contabilização tão-somente nesta última data. 
Porém, se em 01.01.X1, assina um contrato para receber R$ 5.000,00 em 01.02.X1, R$ 5.000,00 
em 01.03.X1 e R$ 5.000,00 em 01.04.X1, deverá fazer a contabilização conforme o recebimento 
da cada uma das prestações. 
Suponhamos que a empresa receba uma quantia de R$ 10.000,00, para pagamento de R$ 
12.000,00 ao final. A diferença entre o valor total da obrigação a pagar e o que efetivamente 
entra na conta da empresa (captação líquida do empréstimo) é o que chamamos de Encargos 
Financeiros a Transcorrer. 
Um dos temas mais exigidos em provas, quando falamos em Passivo, é a contabilização de 
empréstimos. Vamos explicar a maneira comoesse assunto provavelmente cairá na sua prova, para 
que você não erre. 
Algumas definições são importantes, previstas no CPC 08 (R1) - Custos de Transação e Prêmios 
na Emissão de Títulos e Valores Mobiliários: 
Custos de transação são somente aqueles incorridos e diretamente atribuíveis às atividades 
necessárias exclusivamente à consecução das transações. São, por natureza, gastos incrementais, 
já que não existiriam ou teriam sido evitados se essas transações não ocorressem. 
Exemplos de custos de transação são: 
i) gastos com elaboração de prospectos e relatórios; 
 ii) remuneração de serviços profissionais de terceiros (advogados, contadores, 
auditores, consultores, profissionais de bancos de investimento, corretores etc.); 
iii) gastos com publicidade (inclusive os incorridos nos processos de road-shows); 
iv) taxas e comissões; 
v) custos de transferência; 
vi) custos de registro etc. 
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Custos de transação não incluem ágios ou deságios na emissão dos títulos e valores mobiliários, 
despesas financeiras, custos internos administrativos ou custos de carregamento. 
Vejamos como foi cobrado: 
(Auditor/TCE PB/2018) O CPC definiu custo de transação como o gasto incorrido e diretamente 
atribuível, entre outras, às atividades necessárias à distribuição primária de ações ou bônus de 
subscrição. Ainda segundo o CPC, o referido custo, quanto à sua natureza, é um gasto: 
A) fixo. 
B) incremental. 
C) operacional. 
D) diferencial. 
E) financeiro. 
Comentários: 
Vejam que os custos de transação são gastos incrementais, já que não existiriam caso nenhuma 
transação fosse feita. O gabarito é, portanto, letra b. 
Despesas financeiras são os custos ou as despesas que representam o ônus pago ou a pagar como 
remuneração direta do recurso tomado emprestado do financiador derivado dos fatores tempo, 
risco, inflação, câmbio, índice específico de variação de preços e assemelhados. 
Incluem: juros, atualização monetária, variação cambial. 
Não incluem: taxas, descontos, prêmios, despesas administrativas, honorários. 
Encargos financeiros são a soma das despesas financeiras, dos custos de transação, prêmios, 
descontos, ágios, deságios e assemelhados, a qual representa a diferença entre os valores 
recebidos e os valores pagos (ou a pagar) a terceiros. 
No exemplo que apresentamos, os encargos financeiros a transcorrer da operação são: 
12.000 – 10.000 = 2.000 
Neste caso, vamos lançar, quando do recebimento do empréstimo: 
Recebimento do principal 
D – Bancos conta movimento (ativo) 10.000,00 
D – Encargos financeiros a transcorrer (retificadora passivo) 2.000,00 
C – Empréstimos a pagar (passivo) 12.000,00 
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Razonetes: 
10000 2000 12000
Bancos Encargos a trans. Emprés. a pagar
 
Apropriação dos juros 
Com o transcurso de um período, lançaremos: 
D – Encargos financeiros (resultado) 200,00 
C – Encargos financeiros a transcorrer (retificadora passivo) 200,00 
Observação: ainda iremos apresentar como encontramos o valor exato dos 
encargos financeiros do período. 
Razonetes: 
200 2000 200
Encargos financeiros Encargos a trans.
 
Por fim, com o pagamento do principal (a conta encargos financeiros a transcorrer vai zerar com 
o tempo), lançaremos: 
D – Empréstimos a pagar (passivo) 12.000,00 
C – Bancos conta movimento (ativo) 12.000,00 
Razonetes: 
10000 12000 2000 2000 12000 12000
Bancos Encargos a trans. Emprés. a pagar
 
Considere que há mais dinheiro no banco além desses 10.000,00 (estamos nos restringindo à 
operação de empréstimo). 
Atenção! Sempre que o valor total da carga de juros for conhecido quando da 
apropriação do empréstimo, lançaremos como encargos financeiros a transcorrer. 
A conta encargos financeiros a transcorrer registra não só o valor dos juros, mas 
quaisquer despesas incorridas e diretamente relacionadas à captação dos 
recursos, devendo ser apropriada pelo regime de competência. 
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Indo mais fundo! Os encargos financeiros têm como contrapartida conta de despesa, exceto no 
caso de ativos qualificáveis. 
Ativos qualificáveis são aqueles que demandam substancial tempo para ficarem prontos para o 
uso que se pretende dar. Se, por exemplo, está sendo construído um grande navio, que necessita 
de recursos de financiamento para a sua fabricação, tendo juros embutidos no valor de R$ 
50.000,00, lançaremos: 
D – Ativos em construção – encargos financeiros (ANC – Imob.) 50.000,00 
C – Financiamentos a pagar (PC ou PNC) 50.000,00 
Portanto, os encargos financeiros para ativos qualificáveis, que são aqueles que demoram um 
período de tempo substancial para ficarem pronto, devem ir para o custo do ativo e não para o 
resultado, como é a regra. 
Observemos uma questão: 
Acerca de endividamento das empresas, seus custos, itens do patrimônio líquido e demonstração 
do resultado abrangente, julgue o item seguinte. 
(SUFRAMA/Contador/2014) A conta de despesas financeiras a vencer, decorrentes de 
empréstimos e financiamentos contraídos com correção pós-fixada, registra uma despesa a ser 
levada para a de resultado do exercício do ano em que a empresa contraiu a dívida. 
Comentários: 
A despesa deve ser levada para o resultado por competência, conforme a passagem do tempo, e 
não no ano em que a empresa contraiu a dívida. O item está, portanto, errado. 
Como Resolver Questões de Custos de Transação na Sua Prova 
Vamos explicar a maneira como esse assunto provavelmente cairá na sua prova, para que você 
não erre. 
(DRE-RS/Analista Judiciário – Contabilidade/2017) Em 31/12/2015 uma empresa obteve um 
empréstimo no valor de R$ 1.000.000,00 com as seguintes características: 
− Prazo total: 6 anos 
− Taxa de juros compostos: 10% ao ano 
− Pagamentos: parcelas iguais e anuais de R$ 229.607,00 
Para a obtenção do empréstimo a empresa incorreu em custos de transação no valor total de R$ 
30.000,00, pagos no ato da assinatura, fazendo com que a taxa de custo efetivo do empréstimo 
fosse 11% ao ano. Sabendo que a empresa efetuou o pagamento da primeira parcela na data do 
vencimento, o 
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a) saldo total apresentado para as contas de passivo (circulante e não circulante) no Balanço 
Patrimonial de 31/12/2016 foi R$ 847.093,00. 
b) valor dos encargos financeiros de 2016 foi R$ 100.000,00. 
c) valor dos encargos financeiros de 2016 foi R$ 229.607,00. 
d) impacto total no passivo, no momento da captação, foi R$ 1.000.000,00. 
e) saldo total apresentado para as contas de passivo (circulante e não circulante) no Balanço 
Patrimonial de 31/12/2016 foi R$ 870.393,00. 
Comentários: 
Passo 1: Quanto entrou no caixa relativo ao empréstimo? 
O que importa aqui é o valor efetivamente recebido. Se a empresa esperava receber X, mas só 
recebeu Y, o cálculo será em cima de Y. 
O empréstimo foi de R$ 1.000.000,00, com custosde transação, pagos no ato do empréstimo, no 
valor de R$ 30.000,00. 
Portanto, a captação líquida foi de R$ 970.000,00. 
Passo 2: Qual o valor dos juros? 
Serão 6 parcelas no valor de R$ 229.607,00 cada. Os juros devem ser registrados no resultado de 
acordo com o período de competência. Portanto, 6 x R$ 229.607 = R$ 1.377.642,00. 
Os juros, portanto, serão de R$ 1.377.642,00 – 1.000.000,00 = R$ 377.642,00. 
Esse valor também fica como encargo a transcorrer. 
Passo 3: Fazer a contabilização inicial 
Agora podemos fazer a contabilização inicial. 
Lembrando que os encargos a transcorrer ficam os juros e os custos de transação 
377.642 + 30.000 = 407.642. 
No momento da contratação do empréstimo a empresa efetuou a seguinte contabilização: 
D – Caixa (pela captação líquida) 970.000,00 
D – Encargos Financeiros a amortizar (redutora do passivo) 407.642,00 
C – Empréstimos e financiamentos (Passivo) 1.377.642,00 
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Vejamos como ficará no Balanço Patrimonial: 
 
Ou, analiticamente: 
 
Ok! Tudo certo até aqui, não? 
Passo 4: Olhar o que ocorreu no transcurso do tempo. 
Em 31.12.2016, isto é, após um ano após a contratação do empréstimo, temos que fazer: 
1 - A apropriação dos encargos financeiros na DRE; 
2 - Efetuar a contabilização do pagamento da primeira parcela dos empréstimos. 
Correto. 
Para encontrarmos o valor que será apropriado ao resultado (encargos a transcorrer – juros + custo 
de transação) temos que multiplicar a taxa efetiva de juros pela captação líquida do empréstimo, 
ou seja, valor do empréstimo menos custo de transação. Guardem isso: taxa efetiva!!! 
Esquematizemos: 
Ano Valor inicial Encargos 11% Subtotal Pagamento Saldo final 
2016 970.000 106.700 1.076.700 - 229.607 847.093 
Explicando! Você pegou o valor líquido e multiplicou pela taxa efetiva da operação, que é a taxa 
considerando os juros e o custo de transação! Tudo bem? 
Ou seja, valor inicial x juros efetivos. Somando, encontraremos o valor devido atualizado da dívida, 
que, no caso, deu R$ 1.076.700. 
O valor que irá para o resultado será de R$ 106.700,00. 
O pagamento foi informado na questão, que é de R$ 229.607,00. 
Subtraindo, encontraremos o saldo final devido em 2016. 
Passivo
Empréstimos e Financiamentos 970.000,00 
Passivo
Empréstimos e Financiamentos
(-) Custos a amortizar (redutora do passivo) 
1.377,642,00 
407.642,00
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Esquematizemos: 
Empréstimo 1.000.000,00 
Custos de transação (30.000,00) 
Empréstimo líquido 970.000,00 
 x Taxa efetiva 11% 
Encargos Financeiros de 2016 106.700,00 
 Passo 5: Pronto! Você já resolveu a sua questão! 
Vamos ver as nossas alternativas? 
a) saldo total apresentado para as contas de passivo (circulante e não circulante) no Balanço 
Patrimonial de 31/12/2016 foi R$ 847.093,00. 
Correto! Esse é o nosso gabarito. É o saldo final que encontramos naquela tabela acima. 
b) valor dos encargos financeiros de 2016 foi R$ 100.000,00. 
Errado! Foi de R$ 106.700,00. 
c) valor dos encargos financeiros de 2016 foi R$ 229.607,00. 
Errado. Foi de R$ 106.700,00. 
d) impacto total no passivo, no momento da captação, foi R$ 1.000.000,00. 
Errado. O passivo aumentou em R$ 1.377.642,00 pelo empréstimo a pagar e diminuiu R$ 
407.642,00 pelos encargos a transcorrer. Efeito no passivo = 1.377.642 – 407.642 = 970.000 
De maneira alternativa, poderíamos pegar o valor do empréstimo e diminuir apenas do CUSTOS 
DE TRANSAÇÃO, o saldo seria o mesmo: 
Valor do Empréstimo = 1.000.000 
Custos de Transação = 30.000 
Efeito no Passivo = 970.000 
e) saldo total apresentado para as contas de passivo (circulante e não circulante) no Balanço 
Patrimonial de 31/12/2016 foi R$ 870.393,00. 
Errado também. O gabarito é letra a. 
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Passo 6: Agora, se quiser, pode fazer esse cálculo para os demais períodos. 
Ano Valor inicial Encargos 11% Subtotal Pagamento Saldo final
2016 970.000,00 106.700,00 1.076.700,00 229.607,00- 847.093,00 
2017 847.093,00 93.180,23 940.273,23 229.607,00- 710.666,23 
2018 710.666,23 78.173,29 788.839,52 229.607,00- 559.232,52 
2019 559.232,52 61.515,58 620.748,09 229.607,00- 391.141,09 
2020 391.141,09 43.025,52 434.166,61 229.607,00- 204.559,61 
2021 204.559,61 22.501,56 227.061,17 229.607,00- 2.545,83- 
Algumas observações: 
Valor Inicial do primeiro exercício dessa planilha = Captação Líquida do empréstimo 
Encargos do Período = Valor Inicial x Taxa Efetiva 
Saldo Final do período = Saldo Inicial + Encargos do Período – Pagamento Efetuado 
Algumas questões pedem quanto foi a despesa financeira do período, mas acabam pedindo os 
encargos financeiros do período (despesas financeiras + custos de transação) 
Esse valor remanescente de R$ 2.545,83 (pago a maior), foi por uma impropriedade da questão. 
Deveria estar zerado. 
Variações Monetárias 
Os empréstimos representam obrigações da empresa. Contudo, sabemos lá da Matemática 
Financeira que o dinheiro não é moeda constante no tempo, isto é, sofre variações. 
Uma espécie desta variação é a atualização monetária. A variação monetária não deve ser tratada 
como encargo financeiro. Enquanto dissemos que os encargos financeiros são compostos pelos 
juros e demais despesas incorridas e diretamente relacionadas à captação de recursos, a variação 
monetária se trata, tão-somente, de atualização da dívida, caso essa condição tenha sido 
acordada. 
O reconhecimento da variação monetária será tido através do seguinte lançamento contábil: 
D – Variação monetária passiva (despesa no resultado) 
C – Empréstimos/Financiamentos a pagar 
Há que se ressaltar ainda que o registro é feito diretamente à conta que registra o valor do 
empréstimo. Não há necessidade de se separar em subgrupos, tal como fazemos com os encargos. 
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Variação Cambial 
Em algumas situações, as empresas podem efetuar operações em moeda estrangeira, como por 
exemplo, a aquisição de mercadorias à vista ou a prazo, a aquisição de ativos imobilizados, ou até 
mesmo, obter empréstimos ou financiamentos em outras moedas, tais como, dólar, euro, etc. 
Nesse sentido, podemos ter variações na taxa de câmbio nas operações envolvidas e precisamos 
conhecer o tratamento contábil adequado para essas situações. 
Antes de conhecermos o assunto, algumas definições previstas nas normas contábeis são 
importantes: 
Variação cambial é a diferença resultante da conversão de um número específico 
de unidades em uma moeda para outra moeda, a diferentes taxas cambiais. 
Taxa de câmbio é a relação de troca entre duas moedas. 
Imaginem, por exemplo, que a Cia Endividada contraiu em 26/01/x0 um empréstimo de $ 
1.000.000,00(um milhão de dólares) a uma taxa de R$ 4,00. Agora, imaginem que no dia 31/12/x0, 
quando do fechamento das demonstrações contábeis, a taxa de câmbio tenha passado para R$ 
5,00. Qual o tratamento contábil para essa variação? É o que veremos a seguir. 
Disponibilidades 
De acordo com o que prevê o FIPECAFI, se a empresa tiver valores de disponibilidades em moeda 
estrangeira, como por exemplo, dinheiro em espécie ou depósitos em bancos estrangeiros, eles 
devem ser controlados separadamente do valor em moeda nacional. Ocorrendo variações 
cambiais, negativas ou positivas, elas devem ser lançadas no resultado do exercício no grupo 
Despesas e Receitas Financeiras. Exemplo: 
A Cia JLS possui saldo em espécie de $ 10.000,00, contabilizados inicialmente a uma taxa de 
câmbio de R$ 4,00. Na contabilidade da empresa teríamos o seguinte: 
Depósitos em moeda estrangeira = $ 10.000,00 → x 4,00 = R$ 40.000,00 
Agora, suponha que tenha ocorrido uma alteração na taxa de câmbio para R$ 4,50, nesse caso, a 
empresa deverá fazer a conversão: 
Depósitos em moeda estrangeira = $ 10.000,00 → x 4,50 = R$ 45.000,00 
Como vamos contabilizar a diferença positiva para a empresa de 45.000 – 40.000 = R$ 5.000,00? 
Será uma receita com variação cambial positiva, vejam a contabilização: 
 
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==245596==
 
D – Disponibilidades em Moeda Estrangeira R$ 5.000,00 
C – Variação Cambial Positiva – Receita Financeira R$ 5.000,00 
Agora, imaginem que a taxa de câmbio tenha uma queda e passe para R$ 4,30. Devemos fazer a 
conversão: 
Depósitos em moeda estrangeira = $ 10.000,00 → x 4,30 = R$ 43.000,00 
Como vamos contabilizar a diferença negativa para a empresa de 43.000 – 45.000 = (R$ 2.000,00)? 
Será uma receita com variação cambial negativa, uma despesa financeira para a empresa. Vejam 
a contabilização: 
D – Variação Cambial Negativa – Despesa Financeira R$ 2.000,00 
C – Disponibilidades em Moeda Estrangeira R$ 2.000,00 
Percebam que a variação cambial pode trazer benefícios ou prejuízos para a entidade, isto é, pode 
ser uma receita ou uma despesa, de acordo com a variação ocorrida no câmbio. Em síntese: 
 
Passivos em Moeda Estrangeira 
Mas se ao invés de disponibilidades a empresa tivesse uma dívida em moeda estrangeira, como 
por exemplo, um empréstimo? Como deveríamos proceder? 
A Lei 6404/76 nos apresenta o seguinte: 
Critérios de Avaliação do Passivo 
Art. 184. No balanço, os elementos do passivo serão avaliados de acordo com os 
seguintes critérios: 
II - as obrigações em moeda estrangeira, com cláusula de paridade cambial, serão 
convertidas em moeda nacional à taxa de câmbio em vigor na data do balanço; 
Variação 
Cambial
Positiva Receita Financeira
Negativa Despesa Financeira
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Ou seja, as obrigações que a empresa possui em moeda estrangeira devem ser convertidas em 
real usando a taxa de câmbio em vigor no momento do fechamento do balanço patrimonial. 
Vamos voltar ao nosso exemplo inicial? 
Imaginem, por exemplo, que a Cia Endividada contraiu em 26/01/xo um empréstimo de $ 
1.000.000,00 (um milhão de dólares) a uma taxa de R$ 4,00. OBS: vamos desconsiderar os juros 
para facilitar nossa análise. 
Contabilização Inicial do empréstimo 
Valor da Operação = $ 1.000.000,00 x 4,00 = R$ 4.000.000,00 
Percebam que, em reais, a dívida da empresa é de quatro milhões e vamos efetuar o seguinte 
lançamento: 
D - Bancos R$ 4.000.000,00 
C – Empréstimos no exterior a pagar R$ 4.000.000,00 
Agora, imaginem que no dia 31/12/x0, quando do fechamento das demonstrações contábeis, a 
taxa de câmbio tenha passado para R$ 5,00. 
Valor da Operação = $ 1.000.000,00 x 5,00 = R$ 5.000.000,00 
Ou seja, pessoal, o aumento da taxa de juros “prejudicou” a empresa, pois sua dívida em reais 
aumentou, ou seja, temos uma variação cambial negativa, uma despesa, de 5.000.000 – 4.000.000 
= 1.000.000,00 
Contabilização: 
D – Variação Cambial Negativa – Despesa Financeira R$ 1.000.000,00 
C – Empréstimos no exterior a pagar R$ 1.000.000,00 
Para fecharmos, imaginem que no dia 31/12/x1, quando do fechamento das demonstrações 
contábeis, a taxa de câmbio tenha passado para R$ 4,50 e o valor da dívida tenha se mantido 
igual. 
Valor da Operação = $ 1.000.000,00 x 4,50 = R$ 4.500.000,00. 
Vejam que interessante! A diminuição da taxa de câmbio trouxe efeitos positivos para a empresa, 
diminuindo a sua dívida, assim sendo, representa uma receita financeira, uma variação cambial, 
positiva. 
Contabilização: 
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D – Empréstimos no exterior a pagar R$ 500.000,00 
C – Variação Cambial Positiva – Receita Financeira R$ 500.000,00 
Para fecharmos o assunto, na aquisição de ativos do exterior em moeda estrangeira, como 
estoques e ativos imobilizados, também está sujeita à variação cambial. 
Apenas destacamos que a variação cambial ocorrida entre o intervalo de tempo da saída da 
mercadoria ou do imobilizado do exterior até o momento em que ocorra a sua chegada, 
desembaraço e o recebimento pela empresa deve ser incorporada ao seu custo de aquisição. 
Assim sendo, se adquirimos estoque de mercadorias a prazo por $ 100.000,00 doláres, a uma taxa 
de R$ 2,00 e no recebimento pela empresa a taxa de câmbio esteja em R$ 3,00, a mercadoria será 
registrada por 100.000 x 3,00 = R$ 300.000,00. 
Agora, depois desse momento, a variação cambial ocorrida não irá mais alterar o valor dos ativos, 
apenas o passivo com fornecedores e será lançada no resultado do exercício. 
Esquematizemos: 
 
Despesas E Receitas Financeiras 
Entre as receitas e despesas financeiras, destacam-se juros, descontos, atualizações monetárias, 
entre outras. 
As despesas ou receitas financeiras incluem os juros. Todavia, segundo o FIPECAFI a variação 
monetária deve ser classificada separadamente, exceto se for uma atualização monetária 
prefixada, hipótese em que será classificada como despesa ou receita financeira. 
Curiosidade! Além disso, uma pegadinha recorrente em concursos é a conta juros 
sobre capital próprio. Embora figure com o nome de juros, esta conta não é uma 
despesa financeira, mas, sim, destinação do lucro, como forma de remuneração 
do capital dos sócios. 
As principais contas de receita financeira são: 
Saída do ativo do Exterior
Variação Cambial = entra 
no custo
Empresa assume o 
controle
Variação Cambial = não 
afeta o custo (resultado)
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1) Descontos obtidos: São aqueles provenientes de pagamentos antecipados de duplicatas. Por 
exemplo, a empresa ALFA tem uma duplicata de R$ 1.000,00 a pagar, e, caso liquide com 30 dias 
de antecedência, obterá um desconto de 10%. 
Considerando que a empresa o fez, lançaremos: 
D – Duplicatas a pagar (passivo) 1.000,0 
C – Receitas financeiras (resultado) 100,00 
C – Bancos conta movimento(ativo) 900,00 
Razonetes: 
1000 100 900
Duplicatas a pagar Receitas fin. BCM
 
2) Juros ativos,juros recebidos, juros auferidos: São os juros que a empresa obtém de seus 
clientes, como remuneração de seu capital, que está sendo utilizado por terceiros ou atraso de 
pagamentos nas obrigações com a empresa. 
O cliente Z tem uma obrigação com a minha empresa no montante de R$ 5.000,00, para 
pagamento em R$ 31.01.X1. Sabe-se que o cliente só efetuou o pagamento em 31.03.X1. Incidem 
juros de 10% ao mês sobre o valor da venda. 
 Neste caso, como houve dois meses de mora, lançaremos: 
D – Bancos (ativo) 6.000,00 
C – Duplicatas a receber (ativo) 5.000,00 
C – Juros ativos (resultado) 1.000,00 
Razonetes: 
6000 5000 1000
Juros AtivosBancos Duplic. a receber
 
3) Receitas sobre outros investimentos temporários: Registra as receitas obtidas em investimentos 
como, por exemplo, letra de câmbio. 
4) Aluguéis ativos: Representa os aluguéis devidos à empresa. 
Já as principais contas de despesas financeiras são: 
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1) Juros passivos, juros de empréstimos: representam os juros devidos em operações com 
terceiros. 
2) Descontos concedidos, desconto financeiro, desconto condicional concedido: 
Atenção! Não podemos confundir o desconto condicional com o incondicional. 
3) Comissões passivas e despesas bancárias: São despesas cobradas pelos bancos e instituições 
financeiras, sejam em operações de desconto, seja em concessões de crédito. 
Além destas, temos as variações monetárias, que podem ser ativas ou passivas. O FIPECAFI manda 
que sejam classificadas em grupo à parte, e não como despesa ou receita financeira. Todavia, as 
bancas não o fazem. 
 
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JUROS SOBRE CAPITAL PRÓPRIO 
Sabe-se que os dividendos representam a forma principal de remuneração do capital dos sócios. 
Ao término do exercício, a regra é que se distribua parcela do lucro aos acionistas, como forma 
de compensação por empregarem seu capital em determinada atividade de risco. 
Outra alternativa de remuneração às ações, como forma de atrair capital para a entidade, é o 
pagamento de juros sobre capital próprio (JSCP). 
De acordo com a Deliberação n. 207/96 da Comissão de Valores Mobiliários, inciso I, o JSCP deve 
ser contabilizado como destinação do lucro, diretamente na conta lucros acumulado, sem transitar 
pelo resultado do exercício. Essa é o critério mais importante. 
Mas, o Fisco dá um tratamento diferenciado para ele e, para efeito do Imposto de Renda, o JSCP 
deve ser contabilizado como despesa financeira, para que possa ser dedutível. Mas isso é um 
ajuste efetuado na apuração do Imposto de Renda devido no período. 
Para resolver esse impasse, a CVM, através da Deliberação 207/96, estabelecia que as empresas 
que contabilizarem os JSCP como despesa financeira deviam realizar a reversão do seu valor, na 
última linha da demonstração do resultado, antes do saldo da conta de lucro ou prejuízo do 
exercício (Deliberação n. 207/96 da CVM, inciso VIII). 
Ficava assim: 
Lucro Bruto 
Despesas 
Receitas 
Despesas Financeiras (incluindo os Juros Sobre Capital Próprio) 
Resultado após o Imposto de Renda e antes das participações 
(-) Participações estatutárias sobre o lucro 
Debenturistas 
Empregados 
Administradores 
Partes beneficiárias 
Fundo de assistência/previdência a empregados 
+ Reversão dos juros sobre capital próprio 
Lucro ou prejuízo líquido do exercício 
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Ocorre que a deliberação 207/96 CVM foi revogada pela Deliberação CVM 683/2012, que aprovou 
a Interpretação Técnica ICPC 08 (R1), do Comitê de Pronunciamentos Contábeis, que estabelece 
o seguinte: 
Juros sobre o capital próprio (JCP) 
10. Os juros sobre o capital próprio – JCP são instituto criado pela legislação 
tributária, incorporado ao ordenamento societário brasileiro por força da Lei 
9.249/95. É prática usual das sociedades distribuírem-nos aos seus acionistas e 
imputarem-nos ao dividendo obrigatório, nos termos da legislação vigente. 
11. Assim, o tratamento contábil dado aos JCP deve, por analogia, seguir o 
tratamento dado ao dividendo. (...) 
Portanto, para o CPC, a história de tratar o JSCP como despesa financeira, com consequente 
reversão, não vale mais para provas de contabilidade para concursos! Agora, os juros sobre capital 
próprio têm o mesmo tratamento que possuem os dividendos. 
 
(Contador/Caruaru/2015) Assinale a opção que indica a correta evidenciação nas Demonstrações 
Contábeis do Valor dos Juros sobre Capital Próprio referentes a determinado exercício. 
a) Despesas Operacionais na Demonstração do Resultado do Exercício. 
b) Despesas Financeiras na Demonstração do Resultado do Exercício. 
c) Dividendos na Demonstração do Resultado do Exercício. 
d) Dividendos na Demonstração de Mutações do Patrimônio Líquido. 
e) Outros Resultados Abrangentes na Demonstração de Mutações do Patrimônio Líquido. 
Comentários: 
Como dissemos, o gabarito é a letra D. 
Os juros sobre capital próprio têm a mesma natureza dos dividendos. Ambos compõem a 
remuneração de quem está investindo o capital na entidade. 
 
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==245596==
 
 DEPÓSITOS JUDICIAIS 
A conta depósitos judiciais é uma conta do ativo. Vez ou outra aparece em provas. 
Conceitua-se esta conta como valores depositados por ordem judicial e que estejam subordinados 
ou vinculados a uma causa ainda não transitada em julgado, ou seja, que esteja em pendência. 
Suponha-se, assim, que a empresa ALFA seja devedora em determinada ação trabalhista. Como 
garantia o magistrado resolve realizar o bloqueio de alguns de seus bens, através do BACEN-JUD, 
no montante de R$ 15.000,00. O lançamento de tal situação ficará do seguinte modo: 
D – Bloqueio judicial/depósito judicial (AC ou ANC RLP) 15.000,00 
C – Bancos conta movimento (ativo) 15.000,00 
Outro exemplo é o caso clássico da discussão de tributos em juízo. Na disputa, pode ou não haver 
o depósito do montante discutido. Suponha-se que a empresa ALFA foi autuada pelo fisco em R$ 
2.000.000,00, levando a lide ao Poder Judiciário. 
Tal fato deverá ser contabilizado do seguinte modo: 
D – Despesas com multa tributárias (resultado) 2.000.000,00 
C – Obrigações tributárias a pagar(passivo) 2.000.000,00 
Existindo o depósito (para se esquivar do pagamento de juros de mora), contabilizaremos pelo 
seguinte lançamento: 
D – Depósitos judiciais (AC ou ANC-RLP) 2.000.000,00 
C – Bancos conta movimento 2.000.000,00 
Com o julgamento do mérito, as decisões podem ser em dois sentidos. 
• Favorável à empresa – nenhuma obrigação é devida 
Lançamentos: 
D – Bancos conta movimento 2.000.000,00 
C – Depósitos judiciais 2.000.000,00 
D – Obrigações tributárias a pagar 2.000.000,00 
C – Reversão de despesas com multas tributárias 2.000.000,00 
 
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==245596==
 
• Desfavorável à empresa – a obrigação é devida 
Lançamentos: 
D – Obrigações tributárias a pagar 2.000.000,00 
C – Depósitos judiciais 2.000.000,00 
 
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APLICAÇÕES FINANCEIRAS 
Quando o valor dos juros já é conhecido no momento da aplicação (juros pré-fixados), devemos 
incluí-los na contabilização, como juros ativos a vencer (ou rendimentos a apropriar ou juros a 
apropriar). 
Exemplo: A empresa KLS efetuou uma aplicação financeira, no valor de 10.000, com prazo de 5 
meses, e irá resgatar 11.000 ao final. Efetue a contabilização: 
• Na aplicação: 
D – Aplicações financeiras (Ativo) 11.000 
C – Juros Ativos a Transcorrer (retificadora do ativo) 1.000 
C – Bancos (Ativo) 10.000 
• Pela apropriação mensal dos rendimentos (vamos usar juros simples, para facilitar os cálculos. 
Mas o correto é usar o método exponencial): 
D - Juros Ativos a Transcorrer (retificadora do ativo) 200 
C – Receitas Financeiras – Juros ativos (Resultado) 200 
• Ao final dos cinco meses, a conta retificadora do ativo “Juros Ativos a apropriar” está zerada 
(todo o seu valor foi transferido para Receita financeira). A contabilização, quando do 
recebimento, fica assim: 
D – Banco (Ativo) 11.000 
C - Aplicações financeiras (Ativo) 11.000 
Observação 1: Essa forma de contabilização, com o uso da conta retificadora 
“Juros a Transcorrer” é aplicada também no caso de empréstimos ou 
financiamentos com juros pré-fixados. 
Observação 2: Por que juros ativos a transcorrer não é conta de resultado? 
- O que é receita é XXXXXX ativo. 
- XXXXXX ativo a vencer não é receita. 
- XXXXXX ativo a receber não é receita 
- XXXXXX ativo qualquer outra coisa" não é receita. 
- O que é receita é XXXXXX ativo (sem mais nada depois de ativo). 
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Juros pós–fixados: neste caso, não sabemos inicialmente qual será o valor dos rendimentos. 
Portanto, não usamos a conta retificadora “juros a transcorrer”. 
Exemplo: A empresa KLS efetuou uma aplicação financeira, no valor de 10.000, que irá render a 
variação da taxa SELIC, no prazo de 5 meses. 
Contabilização: No momento inicial, não sabemos qual será a taxa SELIC. Portanto, a 
contabilização será a seguinte: 
D – Aplicações financeiras (Ativo) 10.000 
C – Bancos (Ativo) 10.000 
Após um mês, digamos que a Taxa Selic tenha sido de 1%. 
Cálculo dos juros: 10.000 x 1% = 100 
Contabilização: 
D – Aplicação Financeiras (Ativo) 100 
C – Receitas financeiras (Resultado) 100 
Este lançamento se repete mês após mês. Digamos que o valor dos juros, ao final dos 5 meses, 
seja de 800. Assim, o valor da conta Aplicação Financeira seria de 10.800. O recebimento da 
aplicação deve ser contabilizado assim: 
D – Banco (Ativo) 10.800 
C - Aplicações financeiras (Ativo) 10.800 
Vamos estudar agora uma importante alteração ocorrida na contabilização dos encargos 
financeiros. 
Conforme o Pronunciamento CPC 08 – Custos de Transação e Prêmios na Emissão de Títulos e 
Valores Mobiliários: 
Encargos financeiros são a soma das despesas financeiras, dos custos de transação, prêmios, 
descontos, ágios, deságios e assemelhados, a qual representa a diferença entre os valores 
recebidos e os valores pagos (ou a pagar) a terceiros. 
Assim, os encargos financeiros passam a incluir, além das despesas de juros, todas das despesas 
(e receitas) relativas à operação de captação, como taxas e comissões, prêmios recebidos, 
despesas com consultores financeiros, auditores, advogados, etc. 
Antes tais despesas eram contabilizadas diretamente no resultado. 
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Atualmente, conforme o “Manual de Contabilidade Societária”, FIPECAFI, 2010, o valor a ser 
registrado no momento inicial da captação de recursos junto a terceiros deve corresponder aos 
valores líquidos recebidos pela entidade, sendo a diferença entre os valores pagos e a pagar 
tratada como encargos financeiros. 
Tais encargos devem ser apropriados ao resultado em função do prazo da operação. 
Ressaltamos que, no caso de passivo classificado e avaliado pelo valor justo, com contrapartida 
diretamente no resultado, os encargos são amortizados na primeira avaliação ao valor justo, e não 
ao longo do prazo da operação. 
A seguir, uma questão: 
(TRE AP/Analista Judiciário/Contabilidade) A empresa Financia Tudo S. A. é uma companhia de 
capital aberto e, em 31/10/2010, realizou duas operações: 
I. Aquisição de um caminhão, por meio de arrendamento financeiro, para ser pago em 36 
prestações mensais de R$ 5.000,00 cada. No entanto, se a empresa pagasse o caminhão à vista 
pagaria R$ 144.000,00. 
II. Obtenção de empréstimo no valor de R$ 50.000,00 para ser pago em 18 meses, em parcelas 
de R$ 3.335,11, com taxa de juros composta de 2% a. m. Para conceder o crédito, a instituição 
financeira cobrou no ato da contratação R$ 1.500,00. 
Com base nessas informações, as duas operações em conjunto provocaram um aumento de 
A) R$ 48.500,00 no ativo. 
B) R$ 192.500,00 no passivo. 
C) R$ 194.000,00 no passivo. 
D) R$ 228.500,00 no ativo. 
E) R$ 230.000,00 no passivo. 
Comentários: 
I. Aquisição de um caminhão, por meio de arrendamento financeiro, para ser pago em 36 
prestações mensais de R$ 5.000,00 cada. No entanto, se a empresa pagasse o caminhão à vista 
pagaria R$ 144.000,00. 
Contabilização no momento inicial: 
D - Imobilizado – Caminhão 144.000 
D - Encargos financeiros a transcorrer (retificadora passivo) 36.000 
C - Arrendamento a pagar (passivo) 180.000 
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II. Obtenção de empréstimo no valor de R$ 50.000,00 para ser pago em 18 meses, em parcelas 
de R$ 3.335,11, com taxa de juros composta de 2% a. m. Para conceder o crédito, a instituição 
financeira cobrou no ato da contratação R$ 1.500,00. 
Valor líquido recebido 48.500 (50.000 – 1.500) 
Valor a pagar 60.031,98 (3.335,11 x 18) 
Encargos a transcorrer 10.031,98 + 1.500,00 
Os 10.031,98 representam a diferença entre o valor dos juros e o valor captado de R$ 50.000,00. 
Contabilização no início: 
D – Caixa 48.500,00 
D - Encargos financeiros a transcorrer (retificadora do passivo) 11.531,98 
C - Empréstimos a pagar (Passivo) 60.031,98 
Assim: 
Ativo: +144.000 – 48.500 = 192.500 
Passivo: -36.000 + 180.000 – 11531,98 + 60.031,98 = 192.500 
Alertamos que, antes das alterações, o valor de $1.500,00, cobrado pela instituição financeira para 
conceder o crédito seria contabilizado diretamente no Resultado, como despesa. Agora, fica 
dentre de encargos financeiros a transcorrer, para ser apropriada pelo prazo do empréstimo. 
O gabarito é letra b. 
ATIVOS DECORRENTES DE APLICAÇÕESFINANCEIRAS 
Muitos alunos têm dúvidas sobre este tema, então, preste atenção. Uma empresa pode investir 
em outras. Sem problema algum. Quando isso acontece, nós temos de olhar para que tipo de 
aplicação ela está realizando. Se é uma aplicação de curto prazo, com caráter especulativo, se é 
uma aplicação de longo prazo ou mesmo se é uma participação que não se tem a intenção de 
alienar, uma participação permanente. 
Essas aplicações podem ser através de ações (quando você compra uma fatia da companhia e 
passa a se tornar sócio dela), debêntures, opções, títulos do Tesouro, enfim, uma série de 
aplicações. A Lei 6.404 não fez uma restrição do que pode entrar neste rol. Vamos dar uma varrida 
geral no assunto. 
De acordo com o artigo 183 da Lei das S/A: 
Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes 
critérios: 
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I – As aplicações em instrumentos financeiros, inclusive derivativos, e em direitos 
e títulos de créditos, classificados no ativo circulante ou no realizável a longo 
prazo: 
Pelo seu valor justo, quando se tratar de aplicações destinadas à negociação ou 
disponíveis para a venda; e 
Pelo valor de custo de aquisição ou valor de emissão, atualizado conforme 
disposições legais ou contratuais, ajustado ao valor provável de realização, quando 
este for inferior, no caso das demais aplicações e os direitos e títulos de crédito. 
Mapa dos investimentos/aplicações financeiras: 
SIM SIM
Aplicação 
financeira
É uma 
participação 
permanente?
Ativo não 
circulante - 
Investimentos
É coligada, controlada, 
sociedade do mesmo grupo 
ou sob controle comum?
Método da 
equivalência 
patrimonial 
(MEP)
NÃO NÃO
É de curto ou de 
longo prazo?
Valor Justo ou custo
Curto prazo: 
Ativo circulante
Longo prazo: 
Ativo não 
cirulante
Destinadas à negociação 
imediata ou disponível para 
venda futura?
Valor justo
Demais casos: 
Valor de 
aquisição ou de 
emissão (-) 
Perda ao valor 
 
Os instrumentos financeiros são classificados em quatro grandes grupos: 
1) Empréstimos realizados e recebíveis normais de transações comuns: como contas a receber de 
clientes, fornecedores, contas e impostos a pagar etc. 
É o que lei cita como demais aplicações e direitos e títulos de crédito (artigo 183, I, b). Títulos de 
crédito são, por exemplo, documentos como cheques, nota promissórias, cheques, duplicatas. 
São registrados pelos seus valores originais, sujeitos às provisões para perdas e ajuste a valor 
presente. 
Não estão destinados à negociação e a entidade fica com eles até seu vencimento. A apropriação 
de receita ou despesa para esses instrumentos se dá pela taxa efetiva de juros, ou seja, pelo valor 
a receber de juros, geralmente através do cálculo de juros compostos. 
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Agora chegamos às alterações trazidas pelo CPC 48. 
Ao reconhecer, pela primeira vez, um ativo financeiro ou um passivo financeiro, a entidade deve 
classificá-lo e mensurá-lo em três categorias: 
2) Mensurados ao custo amortizado; 
3) Ao valor justo por meio de outros resultados abrangentes; ou 
4) Ao valor justo por meio do resultado. 
A classificação deve ser feita com base: 
(a) no modelo de negócios da entidade para a gestão dos ativos financeiros; e 
(b) nas características de fluxo de caixa contratual do ativo financeiro. 
Esquematizemos: 
 
A classificação anterior era ativos mantidos até o vencimento, ativos destinados à venda imediata 
e ativos disponíveis para venda futura. Repare que essa classificação era baseada na intenção da 
administração da empresa com relação ao título. 
Agora, a empresa deve se basear no modelo de negócios e nas características do ativo financeiro. 
Esquematizemos: 
 
Classificação dos ativos 
e passivos financeiros
Modelo de negócios
Características dos 
títulos
Baseada no
Classificação dos 
IFs
Antes Intenção em relação ao título
Agora
Modelo de 
negócios
Características 
dos títulos
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O modelo de negócios da entidade é determinado no nível que reflita como os grupos de ativos 
financeiros são gerenciados em conjunto para atingir o objetivo comercial específico. 
O modelo de negócios da entidade não depende das intenções da administração em relação ao 
instrumento individual. 
O modelo de negócios da entidade refere-se a como a entidade gerencia seus ativos financeiros 
para gerar fluxos de caixa. Ou seja, o modelo de negócios da entidade determina se os fluxos de 
caixa resultam do recebimento de fluxos de caixa contratuais, venda de ativos financeiros ou 
ambos. 
O modelo de negócios não é o que a empresa espera fazer com relação aos ativos financeiros; é 
o que ela efetivamente faz com tais ativos. 
Vejamos agora as classificações. 
 
Custo Amortizado 
O ativo financeiro deve ser mensurado ao custo amortizado se ambas as seguintes condições 
forem atendidas: 
(a) o ativo financeiro for mantido dentro de modelo de negócios cujo objetivo seja manter ativos 
financeiros com o fim de receber fluxos de caixa contratuais; e 
(b) os termos contratuais do ativo financeiro derem origem, em datas especificadas, a fluxos de 
caixa que constituam, exclusivamente, pagamentos de principal e juros sobre o valor do principal 
em aberto. 
Esquematizemos: 
Ativos Financeiros Mensurados ao
Custo amortizado
Ao valor justo por 
meio de outros resul. 
abrangentes (PL)
Ao valor justo por 
meio de resultados 
(residual)
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Custo amortizado ou curva do papel é o valor principal do título mais os juros. 
Para essa classificação, as duas condições devem ser atendidas, ou seja, o ativo é mantido para 
receber fluxos de caixa contratuais que se referem exclusivamente ao pagamento de principal e 
de juros. 
Os ativos financeiros dessa classificação não são ajustados ao valor justo. 
Exemplo: A empresa ABC adquiriu um título no valor de R$ 10.000, com juros de 1% ao mês, no 
dia 31/11/2018. De acordo com o modelo de negócios da empresa, este título será mensurado ao 
custo amortizado. Determine o valor do título em 31/12/2018. Resposta: 
Devemos considerar a apropriação dos juros de 1%: 
R$10.000 x 1% = R$100 
Valor em 31/12 = R$10.000 + R$100 = R$ 10.100 
Contabilização inicial: 
D – Título financeiro – custo amortizado (Ativo) 10.000 
C – Caixa (Ativo) 10.000 
Contabilização dos juros: 
D - Título financeiro – custo amortizado (Ativo) 100 
C – Receita financeira (Resultado) 100 
Podemos relacionar essa classificação com a antiga categoria dos “títulos mantidos até o 
vencimento”. A forma de mensuração e a contabilização são idênticas. 
 
Ativos Financeiros 
mensurados ao custo 
amortizado
ativo financeiro mantido 
para receber fluxos de 
caixa contratuais; e
os termos contratuais 
do ativo financeiro 
derem origem a 
pagamentos de 
principal e juros
•Mensurado ao Custo amortizado
Nome hoje
•Mantido

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