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DISCIPLINA DE LIBRAS – AULA 02 SOCIAL E COMUNIDADE Aprenderemos sobre a comunidade, a cultura e a identidade surda, bem como, a importância da Libras por ser é um idioma gesto-visual que utiliza as mãos, o corpo e as expressões faciais para a comunicação dentro de um determinado espaço, caracterizando a cultura e a identidade surda. Dentre os tópicos principais estão: • Cultura e identidade Surda; • Conceito, causas e prevenção da Surdez. Conforme Behares (1999), os surdos passaram por muitos momentos controversos e difíceis, pois eram proibidos de utilizar a sua língua natural e considerados pessoas com poucas capacidades intelectuais. A história já nos conta todas as fases passadas de preconceito e desvalorização. Apesar de tudo isso, os surdos sobreviveram em sua cultura e identidade. A linguagem de sinais que a princípio foi proibida em ambientes públicos, principalmente nas escolas, se manteve viva nos corredores e ambientes fechados. Com a promulgação da Lei no 10.436, de 24 de abril de 2002, houve o reconhecimento da libras como uma língua, e, a partir disso, a consideração, valorização e respeito à cultura surda, porque até então os surdos eram considerados incapazes, deficientes e sem condições de trabalhar, de participar de determinados eventos políticos e/ou até mesmo de estudar. Além da libras, outros elementos fazem parte da cultura surda e são considerados artefatos culturais e tecnológicos como, por exemplo: TDD (tele-comunications device for of deaf, aparelho de telefone para surdos); aparelho auditivo, closed caption; implante coclear; teatro surdo; piada surda; literatura surda; artes visuais; alerta luminoso, como as campainhas nas escolas de surdos como em suas residências; despertadores com vibracall; entre outros. De acordo com Strobel (2008), Cultura surda é o jeito de o sujeito surdo entender o mundo e de modificá-lo a fim de torná-lo acessível e habitável ajustando-o com as suas percepções visuais, que contribuem para a definição das identidades surdas e das “almas” das comunidades surdas. Os surdos utilizam a experiência visual e uma língua viso-gestual. Eles participam da cultura, sendo sujeitos com expressões identitárias que compartilham das mesmas crenças, valores, ideias, tradições sociointerativas e se comportam como pessoas surdas. No entanto, é importante salientar que a maioria dos surdos são filhos de pais ouvintes e muitos não conhecem a libras e nem participam da comunidade surda. De acordo com Salles et al. (2007), no Brasil, há um local conquistado pelos surdos, onde partilham ideias, concepções, aspectos gerais da cultura surda sem a interferência de ouvintes e que refletem as peculiaridades da visão surda do mundo e discutem política e assuntos relacionados à surdez e à educação. Esse local é a FENEIS (Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos), sua sede é no Rio de Janeiro e possui filiais espalhadas em diversos estados brasileiros. Behares (1999) argumenta: “O ser surdo” não supõe a existência de uma identidade surda única e essencial a ser revelada a partir de alguns traços comuns e universais. As representações sobre as identidades mudam com o passar do tempo, nos diferentes grupos culturais, no espaço geográfico, nos momentos históricos, nos sujeitos. Neste sentido, é necessário ver a comunidade surda de uma forma ostensivamente plural. O sujeito contemporâneo não possui uma identidade fixa, estática, centrada, essencial ou permanente. A identidade é móvel, descentrada, dinâmica, formada e transformada continuamente em relação às formas através das quais é representada nos diferentes sistemas culturais. Conforme Perlin (2000), existem quatro principais identidades: • identidade surda: politicamente estabelecida; • identidade surda híbrida: o surdo nasce ouvinte e com o passar do tempo se torna surdo; • identidade surda flutuante: os sujeitos não se reconhecem como surdos; • identidade de transição: identifica o momento de transformação em que os surdos deixam a identidade flutuante e projetam-se na identidade surda. Slide 1: DISCIPLINA DE LIBRAS – AULA 02 SOCIAL E COMUNIDADE Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12