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Instalações Industriais Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Me. Robmilson Simões Gundim Revisão Textual: Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin Estudo e Aplicação • Critérios de Dimensionamento pela Queda de Tensão; • Critério de Proteção Contra Corrente de Sobrecarga Condições de Proteção. • Aplicar os conceitos fundamentais sobre dimensionamento de condutores conforme a ABNT NBR 5410:2004, sobretudo referente à queda de tensão e proteção contra sobrecar- ga e curto-circuito; • Estudar os critérios de dimensionamento de condutores e dispositivos de proteção apli- cados a circuitos terminais, considerando a aplicação dos critérios pela queda de tensão, sobrecarga e curto-circuito. OBJETIVOS DE APRENDIZADO Estudo e Aplicação Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam- bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Estudo e Aplicação Critérios de Dimensionamento pela Queda de Tensão Em continuidade aos estudos sobre dimensionamento de condutores, vamos re- ver, de forma sucinta, os critérios estabelecidos na Norma ABNT NBR 5410:2004: • Seção mínima; • Capacidade de condução de corrente; • Queda de tensão; • Sobrecarga; • Curto-circuito; • Contato indireto (TN). Como a própria Norma estabelece, a seção dos condutores deve ser determina- da de forma que sejam atendidos todos os critérios. Sendo assim, uma vez que foram estudados os critérios de dimensionamento con- siderando a seção mínima e a capacidade de condução de corrente, neste material será retomado o estudo de dimensionamento a partir do critério queda de tensão. Conceitos da Queda de Tensão na Norma Conforme o subitem 6.2.7.4 da 5410, para o cálculo da queda de tensão em um circuito, deve-se utilizar a corrente de projeto do circuito (IB), incluindo as correntes harmônicas, quando houver. No caso de motores, a corrente de projeto deve incluir o fator de serviço (se existir). Em qualquer ponto da instalação, a queda de tensão verificada não deve ser superior aos valores dados em relação ao valor da tensão nominal da instalação, conforme ilustrado a seguir. 8 9 Transformador/Gerador próprio da concessionária Equipamento de utilização 4% 7% G Ponto de entrega Equipamento de utilização 4% 7% Figura 1 – Limites de queda de tensão de instalações conforme subitem 6.2.7.1 da ABNT NBR 5410:2004 No entanto, é importante considerar que a Norma 5410 também estabelece que, em nenhum caso, a queda de tensão nos circuitos terminais pode ser superior a 4%. Queda de tensão unitária Existem diferentes formas de dimensionar os condutores considerando a queda de tensão. A seguir, será apresentado o roteiro para utilização do denominado “mé- todo da tensão unitária”. Roteiro para Dimensionamento da Queda de Tensão, utilizando o Método da Queda de Tensão Unitária Para o dimensionamento dos condutores utilizando o critério da queda de ten- são, a seguir, está o roteiro de um dos métodos utilizados. 9 UNIDADE Estudo e Aplicação Assim, deve-se identificar/determinar: • Tipo de isolação do condutor; • Método de Instalação; • Material do eletroduto (magnético ou não magnético); • Tipo do circuito (monofásico ou trifásico); • Tensão do Circuito; • Corrente de projeto, incluindo as correntes harmônicas (IB); • Fator de potência, cosϕ do circuito; • Comprimento (L) do circuito, em Km; • Queda de tensão e(%), admissível; • Cálculo da queda de tensão unitária: → �V e V I Lunit B � � � % • Escolha do condutor: Com o valor da queda de tensão unitária, entra-se nas Tabelas de quedas de ten- são (V/A.km), que esteja de acordo com os dados anteriores, e encontra-se o valor cuja queda de tensão seja igual ou imediatamente inferior à calculada, obtendo-se, dessa forma, a seção do cabo correspondente. Exemplo de Dimensionamento por Queda de Tensão Sejam os circuitos (A), (B) e (C), 220/380V, constituídos por cabos unipolares não halogenados, instalados em leitos, com temperatura ambiente de 40°C, todos os circuitos têm comprimento de 30m e fator de potência de 0,80. Admite-se uma queda de tensão máxima de 1,5%. • Circuito (A): trifásico; corrente de projeto (incluindo as harmônicas) → IBA = 85A com THD3 = 32%; • Circuito (B): trifásico com neutro, (circuito não equilibrado); corrente de projeto (incluindo as harmônicas) → IBB = 100A com THD3 = 38%; • Circuito (C): bifásico, corrente de projeto (incluindo as harmônicas) → IBC = 90A com THD3 = 15%. Assim, pode-se determinar a queda de tensão unitária para cada circuito, utili- zando a expressão genérica: �V e V I Lunit B � � � % E, para exemplificar o cálculo com os dados do circuito A: � �V e V I L V A km VunitA B unitA� � � � � � � � % , (%) ( ) ( ) , ( ) , 0 015 380 85 0 03 2 233 V A km. 10 11 Seguindo o mesmo raciocínio e utilizando as correntes de projeto de cada circui- to, determina-se a queda de tensão unitária dos circuitos B e C, ficando-se com o exposto na Tabela 1, a seguir. Tabela 1 – Valores de queda de tensão unitária do exemplo Circuitos IB V Queda de tensão unitária V A kmunitA A 85 2,23 B 100 1,90 C 90 2,11 Conforme o roteiro apresentado, com a queda de tensão unitária, localiza-se a Tabela de condutores adequadas ao tipo de condutor e se encontra o valor cuja que- da de tensão seja igual ou imediatamente inferior à calculada, obtendo-se, assim, a seção do cabo correspondente. Na Tabela a seguir, pode-se verificar como proceder a determinação da seção nominal do circuito A. Tabela 2 – Valores de queda de tensão unitária cabos EPR 90°C Fonte: Adaptado do Guia de dimensionamento de baixa tensão Prysmian 11 UNIDADE Estudo e Aplicação Para o circuito A, o condutor escolhido é o de 16mm², como pode ser visto no destaque da Tabela 2. Utilizando a mesma Tabela 2 para os demais circuitos, mas com o objetivo de demonstrar a determinação do condutor, as seções dos condutores fase de circuito B estão demonstrados na Tabela 3, a seguir. Tabela 3 – Valores determinados dos condutores do exemplo pelo critério da queda de tensão Fonte: O próprio autor Para o circuito B, portanto, o condutor escolhido é o de 25mm², como pode ser visto no destaque da Tabela 3. Para fechar o raciocínio, na determinação do condutor para o circuitoC, foi utilizada a Tabela 4, a seguir. 12 13 Tabela 4 – Valores de queda de tensão unitária cabos EPR 90°C Fonte: Adaptado do Guia de dimensionamento de baixa tensão Prysmian Portanto, para o circuito C, o condutor escolhido é o de 25mm², como pode ser visto no destaque da Tabela 4. Importante! Tomara que você já tenha percebido, mas esse exemplo também foi tratado no dimen- sionamento pelo critério de capacidade de condução de corrente. Comparando ao crité- rio pela queda de tensão e, adotando a seção que atenda à situação mais crítica, temos o que está na Tabela 5, a seguir. Trocando ideias... 13 UNIDADE Estudo e Aplicação Tabela 5 – Valores das seções adotadas dos condutores do exemplo Circuitos Seção pelo critério capacidade de corrente (mm²) Seção pelo critério queda de tensão (mm²) Seção adotada (mm²) A 25 16 25 B 35 25 35 C 16 25 25 Como visto nos resultados alcançados, a seção adotada deve seguir qual dos critérios? O correto é aplicar todos os critérios de dimensionamento de condutores e definir os condu- tores conforme a situação mais desfavorável. A propósito, após os estudos feitos até aqui, podemos concluir que foram aplicados os crité- rios de dimensionamento mais comumente utilizados de um exemplo dentro da instalação industrial, entretanto a 5410 orienta que é necessário, ainda, aplicar os critérios referentes à proteção contra correntes de sobrecarga. Então, vamos nessa! Ex pl or Critério de Proteção Contra Corrente de Sobrecarga Condições de Proteção Todo circuito deve ser protegido por dispositivos que interrompam a corrente quando seu valor ultrapassar o valor da capacidade de condução de corrente no- minal em pelo menos um dos condutores carregados, pois podem provocar uma deterioração da instalação, caso permaneça por um tempo prolongado. A interrupção da corrente de sobrecarga deve ocorrer em um tempo tal que os con- dutores não atinjam os valores de temperatura limite de sobrecarga, como os reapre- sentados e destacados a seguir, na Tabela 6, conforme a Tabela 35 da Norma 5410. Tabela 6 – Temperaturas características dos condutores Tipo de Isolação Temperatura máxima para serviço contínuo (condutor) ºC Temperatura limite de sobrecarga (condutor) ºC Temperatura limite de curto-circuito (condutor) ºC Policloreto de vinila (PVC) até 300 mm2 70 100 160 Policloreto de vinila (PVC) maior que 300 mm2 70 100 140 Borracha etileno-propileno (EPR) 90 130 250 Polietileno reticulado (XLPE) 90 130 250 Fonte: ABNT NBR 5410:2004, p. 100 Para que a proteção dos condutores contra sobrecargas seja garantida, as carac- terísticas de atuação do dispositivo devem ser tais que: I I I I I B N Z Z ≤ ≤ ≤ 2 1 45, . 14 15 Onde: IB é a corrente de projeto; IZ é a capacidade de condução de corrente dos condutores; IN é a corrente nominal do dispositivo de proteção (ou corrente de ajuste); I2 é a corrente convencional de atuação (disjuntores) ou de fusão (fusíveis). Como as características dos disjuntores e dos fusíveis são definidas em suas res- pectivas Normas no que diz respeito às correntes e aos tempos de atuações, as duas condições anteriores podem ser simplificadas conforme segue. Para os disjuntores: IB ≤ IN ≤ IZ Para os fusíveis: I I a I I I I a I a I B Z Z N N � � � � ( , . ) / ( , . ) , . 1 45 1 452 2 2 Como: logo: Sendo: a = 1,9 para fusíveis com IN ≤ 10 A; a = 1,175 para fusíveis com IN < 10 ≤ 25 A; a = 1,60 para fusíveis com IN ≤ 1000 A. Além do exposto, como existem diversas Normas relacionadas à proteção e considerando, então, que a corrente convencional de atuação I2 = α In, um resumo dos valores do fator α para alguns tipos de aplicação, também encontrados para disjuntores e fusíveis, podem ser vistos na Tabela 7, a seguir: Tabela 7 – Tabela resumo dos valores do fator α para alguns tipos de aplicação/padrão Norma Valor do α Aplicação/Padrão NBR IEC 60947-2 α = 1,30 Industrial NBR 5361 α = 1,35 NEMA NBR IEC 60898 α = 1,45 DIN NBR 11840 α = 1,60 Fusíveis NH/D A Figura 2, a seguir, ilustra as condições de proteção contra sobrecargas, con- forme 5.3.4 da ABNT NBR 5410:2004. 15 UNIDADE Estudo e Aplicação Capacidade de corrente do condutor Corrente de projeto Dispositivo de proteção I2 = Ia (ou If) = aIN IB ≤ IN ≤ IZ I2 ≤ 1,45 IZ IN IN IB IB IZ IZ 1,45 IZ I I2 I2 Figura 2 – Condições de proteção contra sobrecargas conforme 5.3.4 da ABNT NBR 5410:2004 A Figura 2, portanto, ilustra que o dispositivo de proteção deve ter um valor de corrente nominal (IN) tal que seja maior ou igual que a corrente de projeto (IB) e menor ou igual à capacidade de condução de corrente do condutor (IZ). Além disso, para a garantia de proteção contra sobrecarga, a corrente de atua- ção do dispositivo (I2) deve ser menor ou igual a 1,45 vezes a capacidade de condu- ção de corrente do condutor (IZ). Importante! Vale destacar uma curiosidade: como pode ser observado na Tabela 7, o padrão NEMA tem um valor α menor que o padrão DIN, ou seja, tem uma corrente convencional de atuação, I2 = α In, ainda menor que a corrente convencional de atuação I2 do padrão DIN, podendo proporcionar uma atuação em menor tempo quando comparado ao DIN, o que significa maior proteção aos condutores. No entanto, considerando-se as tolerâncias em suas curvas de atuação, pode-se dizer que praticamente são compatíveis e ambos atendem a Norma. Em outras palavras, pode-se concluir que tanto o disjuntor preto (NEMA) como o branco (DIN) estão em conformidade com a Norma, diferente do que se ouve por aí de vez em quando. Trocando ideias... Localização dos Dispositivos que asseguram Proteção contra Sobrecargas No item 5.3.4.2, a Norma estabelece que devem ser providos dispositivos que assegurem proteção contra sobrecargas em todos os pontos nos quais uma mudan- ça (por exemplo: de seção, de natureza, de maneira de instalar ou de constituição) resulte em redução do valor da capacidade de condução de corrente dos condutores. 16 17 Se alimentadores tiverem a mesma seção nominal, então não é necessário insta- lar nenhum dispositivo de proteção contra sobrecargas no ponto em que se realiza a derivação. QD 1 Mesma seção nominal QD 2 Emendas de derivação QG Figura 3 – Ilustração de circuitos com mesma seção nominal Fonte: Adaptado de Getty Images No entanto, se houver seções diferentes, a regra geral determina que deve ser instalado um dispositivo na emenda. 125 A 100 A QD 1 QG Alimentador 1 35mm² Alimentador 2 25mm² Alimentador 3 10mm² QD 2 50 A Figura 4 – Ilustração de circuitos com seções nominais diferentes Fonte: Adaptado de Getty Images Assim, supondo um circuito como o representado na Figura 4, com alimentado- res com seções nominais diferentes, ou seja, o alimentador 1 com 35mm², o ramal alimentador 2, com 25mm², e o ramal alimentador 3 com 10mm², faz-se neces- sária a instalação de dispositivos de proteção em cada derivação; logo, neste caso, definidos de forma geral como 125A, 100A e 50A. 17 UNIDADE Estudo e Aplicação Esses casos com proteções nas derivações são muito comuns em Instalações Industriais e, normalmente, utilizam as linhas elétricas tipo busways. Mas, e se não houver possibilidade de inserir dispositivo de proteção nas derivações? A Norma prevê essa condição?Ex pl or Deslocamento do Dispositivo de Proteção No item 5.3.4.2.2 da Norma 5410, prescreve-se que o dispositivo a proteger uma linha elétrica contra sobrecargas pode não ser posicionado exatamente no ponto de derivação, até porque pode ser inviável fisicamente, mas deslocado ao longo do percurso da linha, se a parte da linha compreendida entre a mudança de seção e o dispositivo de proteção não possuir nenhuma derivação, nenhuma toma- da de corrente e atender a pelo menos uma das seguintes condições: • Estar protegida contra curtos-circuitos de acordo com o subitem 5.3.4.5 da mesma Norma, a qual trata de proteção contra sobrecarga de condutores em paralelo; • Seu comprimento não exceder3 metros, ser instalada de modo a reduzir ao mínimo o risco de curto-circuito e não estar situada nas proximidades de ma- teriais combustíveis. A Figura 5, a seguir, apresenta uma situação na qual se verifica que, se o compri- mento do condutor entre a derivação e o Quadro de Distribuição for menor que 3 metros, as proteções contra sobrecargas podem ser instaladas dentro dos Quadros. 125 A 100 A QD 1 QG Alimentador 1 35mm² • LMÁX = 3 m • Nenhuma derivação; • Nenhuma tomada de corrente; • Longe de materiais combustíveis. Alimentador 2 25mm² Alimentador 3 10mm² QD 2 50 A Figura 5 – Ilustração do deslocamento dos dispositivos de proteção Fonte: Adaptado de Getty Images 18 19 Importante! Exemplo de dimensionamento pelo critério de proteção contra sobrecarga e cur- to-circuito (método prático) Antes de mais nada, vale destacar que o exemplo a seguir apresenta uma forma sim- plificada de dimensionamento da proteção e de que existem mais detalhes a serem ve- rificados, mas que, de forma prática, a resolução que será implementada atende aos requisitos da Norma. Além disso, é importante observar que a Norma indica as condições gerais de coorde- nação entre condutores e dispositivos de proteção, mas não fornece as características específicas dos dispositivos de proteção. Tais informações devem ser obtidas junto aos fornecedores dos produtos, dos quais podem apresentar variações, mas que não são di- ferenças significativas. Sejam os circuitos (A), (B) e (C), 220/380V, constituídos por cabos unipolares não halo- genados, instalados em leitos, com temperatura ambiente de 40°C. Todos os circuitos têm comprimento de 30m e fator de potência de 0,80. Admite-se uma queda de tensão máxima de 1,5%. • Circuito (A): trifásico; corrente de projeto (incluindo as harmônicas) → IBA = 85A com THD3 = 32%; • Circuito (B): trifásico com neutro, (circuito não equilibrado); corrente de projeto (in- cluindo as harmônicas) → IBB = 100A com THD3 = 38%; • Circuito (C): bifásico, corrente de projeto (incluindo as harmônicas) → IBC = 90 A com THD3 = 15%. Trocando ideias... Como deve ter notado: trata-se dos mesmos circuitos utilizados nos dimensiona- mentos dos condutores, os quais estão reunidos na Tabela 8, a seguir. Tabela 8 – Valores das seções adotadas dos condutores do exemplo e das respectivas correntes Circuitos Corrente de projeto IB (A) Seção pelo critério capacidade de corrente (mm²) Seção pelo critério queda de tensão (mm²) Seção adotada (mm²) Capacidade de Corrente IZ tabela (A) Capacidade de Corrente aplicados FCT e FCA I’Z (A) A 85 25 16 25 135 101 B 100 35 25 35 169 108 C 90 16 25 25 135 90 Observe que, para visualização das correntes de cada circuito, foram inseridas colunas com as informações das correntes de projeto incluindo as harmônicas (IB), e também com as correntes referentes às capacidades de condução de correntes corrigidas pelo uso dos fatores de correção de temperatura e de agrupamento (I’Z), encontrados conforme a expressão retomada a seguir: I I FCT FCA FCCNZ Ztabela' � � � � 19 UNIDADE Estudo e Aplicação Para resgatar os fatores de correção utilizados e reforçar os valores encontrados das capacidades de correntes corrigidas (I’Z), a Tabela 9, a seguir, reúne as informa- ções relacionadas. Tabela 9 – Valores dos fatores de correção aplicados e das correntes corrigidas do exemplo Circuitos IB IZ tabela (A) FCT FCA FCCN I’Z (A) A 85 135 0,91 0,82 – 101 B 100 69 0,91 0,82 0,86 108 C 90 121 0,91 0,82 – 90 A fim de reorganizar e auxiliar a análise para a escolha da proteção adequada, que proteja contra sobrecarga e curto-circuito, bem como considerando a utilização de disjuntores conforme a Norma ABNT NBR 60898, o resultado da verificação da condição básica, a seguir, fica conforme a Tabela 10. IB ≤ IN ≤ IZ Tabela 10 – Análise para determinação dos valores de correntes nominais dos dispositivos de proteção do exemplo Circuitos Seção adotada (mm²) Corrente de projeto IB (A) Capacidade de Corrente aplicados FCT e FCA I’Z (A) Corrente nominal das proteções IN (A) A 25 85 101 100 B 35 100 108 100 C 25 90 90 ? Pode-se observar que no circuito trifásico A, a seção adotada e adequada confor- me critérios utilizados até aqui, é de 25mm² e, considerando a corrente de projeto (incluindo as harmônicas) IB = 85A, bem como a capacidade de corrente corrigida I’Z = 101 A, possibilita a escolha do dispositivo de proteção com corrente nominal de 100A, pois atende à condição, conforme demonstrado a seguir: IB ≤ IN ≤ IZ → 85 A ≤ IN ≤ 101 A, logo: IN = 100A atende. A Tabala 11, a seguir, auxilia na identificação da escolha do disjuntor do circuito A, ou seja, IN = 100A , com curva de atuação C adotada, devido à possíveis cor- rentes de partida: Tabela 11 – Recorte da Tabela do fabricante para identificação e escolha do disjuntor termomagnético Fonte: Catálogo de Minidisjuntores Siemens 20 21 No circuito trifásico B, a seção adotada e adequada conforme critérios utilizados até aqui é de 35mm² e considerando a corrente de projeto (incluindo as harmô- nicas) IB = 100A, bem a capacidade de corrente corrigida I’Z = 108A, possibilita a escolha do dispositivo de proteção com corrente nominal de 100A, pois atende à condição conforme demonstrado a seguir: IB ≤ IN ≤ IZ → 100 A ≤ IN ≤ 108A, logo: IN = 100A atende. A Figura 6 anterior auxilia na identificação da escolha do disjuntor do circuito B, ou seja, também com IN = 100A , com curva de atuação C adotada, devido a possíveis correntes de partida. Já no caso do circuito bifásico C, a seção adotada e adequada conforme critérios utilizados até aqui é de 25mm², considerando a corrente de projeto (incluindo as harmônicas) IB = 90A, bem como a capacidade de corrente corrigida I’Z = 90A, diferentemente dos anteriores, não há disjuntores com valor suficiente que atenda à condição básica: IB ≤ IN ≤ IZ → 90A ≤ IN ≤ 90A, logo: IN = ? Nesse caso, portanto, para o dimensionamento correto do condutor, consideran- do o critério da proteção contra sobrecarga e corrente de curto-circuito, a solução é adotar o condutor imediatamente maior, ou seja, ao invés do condutor com seção nominal de 25mm², adota-se o de 35mm², permitindo, assim, nova análise. Dessa forma, para a nova análise, faz-se necessário determinar, antes, a nova corrente corrigida do circuito bifásico C, reconsiderando o condutor de 35mm², conforme a seguir: I I FCT FCA FCCNZ Ztabela' � � � � I’Z = 135 A × 0,91 × 0,82 → I’Z = 100A Assim, reanalisando as condições para a determinação do condutor do circui- to bifásico C, pelo critério da proteção com a seção adotada e readequada de 35mm² e considerando a corrente de projeto (incluindo as harmônicas) IB = 90A, bem como a capacidade de corrente corrigida I’Z = 100A, possibilita a escolha do dispositivo de proteção com corrente nominal de 100A, pois atende à condição, conforme demonstrado a seguir: IB ≤ IN ≤ IZ → 90 A ≤ IN ≤100 A, logo fica também: IN = 100A Portanto, a Tabela 12, a seguir, auxilia na identificação da escolha do disjuntor do circuito bifásico C, ou seja, IN = 100A , com curva de atuação C adotada, tam- bém devido a possíveis correntes de partida: Reunindo novamente as informações, a Tabela 13 apresenta o resultado do di- mensionamento completo, i 21 UNIDADE Estudo e Aplicação Tabela 12 – Recorte da Tabela do fabricante para identificação e escolha do disjuntor termomagnético Fonte: Catálogo de minidisjuntores Siemens Pode-se observar, também, que os disjuntores escolhidos foram disjuntores que suportam altas correntes de curto-circuito, nesse caso, 10kA, ou seja, se a corrente de curto-circuito presumida no ponto for, por exemplo, 8kA, o tipo de disjuntor escolhido como uma IN = 100A, atende plenamente as condições de proteção. A Tabela 13, a seguir, portanto, reorganiza e destaca o dimensionamento da proteção dos condutores das linhas elétricas estudadas em conformidade com a ABNT NBR 5410:2004. Tabela 13 – Tabela resumopara determinação dos valores de correntes nominais e curvas de atuação dos dispositivos de proteção do exemplo Circuitos Seção adotada (mm²) Corrente de projeto IB (A) Capacidade de Corrente aplicados FCT e FCA I’Z (A) Corrente nominal das proteções IN (A) Curva de Atuação adotada A 25 85 101 100 C B 35 100 108 100 C C 25 90 90 ? C Fonte: o próprio autor. As Figuras a seguir ilustram os dispositivos de proteção tripolar e bipolar fisica- mente similares aos escolhidos, respectivamente: Figura 6 – Tipos de disjuntores termomagnéticos, tripolar e bipolar, respectivamente Fonte: Adapatado de Getty Images 22 23 Importante! Vale lembrar que o exemplo apresentado para a determinação dos condutores pela pro- teção é o método prático para o dimensionamento dos condutores considerando o uso de Tabelas de fabricantes, ou seja, não se esgotam aqui os detalhes de dimensionamen- to, até porque, como já apresentado anteriormente, faz-se necessário um olhar atento e minucioso em cada maneira de instalar, bem como da escolha da proteção adequada. Nesse caso, por exemplo, se fossem adotados fusíveis ao invés de disjuntores, como pro- teção, certamente, haveria influência na determinação dos cabos. Trocando ideias... Importante! Quanto ao dimensionamento dos condutores, conforme determina a 5410, exige-se que sejam aplicados no mínimo seis critérios, sendo que a escolha dos condutores deve aten- der à situação mais crítica. São eles, em resumo: • As seções mínimas; • A capacidade de condução de corrente; • Os limites de queda de tensão; • A proteção contra sobrecargas; • A proteção contra curtos-circuitos e solicitações térmicas; • A proteção contra choques elétricos por seccionamento automático da alimentação em esquemas TN e IT, quando pertinente. Neste material de estudo foram apresentados métodos referentes aos limites de queda de tensão, à proteção contra sobrecargas e à proteção contra curtos-circuitos e solicita- ções térmicas, de forma a complementar os estudos realizados anteriormente, referen- tes às seções mínimas e à capacidade de condução de corrente. Somente o critério da proteção contra choques elétricos não foi objeto de estudo, pois basta considerar a escolha do valor nominal do dispositivo Diferencial Residual (DR) com valor comercial igual ou maior que o dispositivo de proteção contra sobrecarga e curto- -circuito, além de serem utilizados quando for aplicável. Em Síntese 23 UNIDADE Estudo e Aplicação Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros Instalações Elétricas e o Projeto De Arquitetura CARVALHO JR., R. de. Instalações Elétricas e o projeto de arquitetura. 8.ed. rev.1.ed.dig. São Paulo: Edgard Blücher Ltda., 2018. (E-Book) Fundamentos de Instalações Elétricas SAMED M. A. S. Fundamentos de instalações elétricas. São Paulo: Saberes, 2017. (E-Book) NR-12 SANTOS J. R. dos; ZANGIROLAMI, J. Z. NR-12 – Segurança em Máquinas e Equipamentos. 2015. Segurança e Higiene do Trabalho ROSSETE C. A. Segurança e higiene do trabalho. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2015. 24 25 Referências COTRIM, A. M. B. Instalações Elétricas. 4.ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. (E-Book) COTRIM, A. M. B. Instalações Elétricas. 5.ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008. (E-Book) TAMIETTI, R. P. Condutores Elétricos. Passo a Passo das Instalações Elétricas Residenciais. Belo Horizonte: IEA/CENTENE, 2001, p 5-25. (Livro eletrônico). Disponível em: <https://bit.ly/2TkVtgk>. Acesso em: 4 de março de 2019. 25
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