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Aspectos introdutorios da Auditoria Operacional

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DESCRIÇÃO
Apresentação das bases conceituais da Estratégia e seus desdobramentos. Valor
agregado e valor percebido pelo cliente. O controle de gestão sob a ótica de
princípios norteadores do desempenho (4Es). A auditoria e suas particularidades.
PROPÓSITO
Compreender a conexão existente entre a Estratégia e a Auditoria, com destaque
para a auditoria operacional, que é um dos instrumentos de controle de gestão e
melhoria de desempenho, e sua contribuição para uma melhor visão sistêmica da
organização, além da relevância das atividades de auditoria para a entrega de
valor aos clientes de uma organização.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Descrever a relação entre estratégia e seu desdobramento em planos
organizacionais com as atividades de auditoria para controle de gestão
MÓDULO 2
Descrever as características da auditoria contábil e da auditoria operacional
MÓDULO 3
Identificar as principais características da auditoria operacional
MÓDULO 4
Comparar as auditorias interna e externa nas organizações
INTRODUÇÃO
Neste tema, conheceremos vários pontos que permeiam a auditoria operacional.
Faremos, inicialmente, uma apresentação das bases conceituais da Estratégia e
as diversas formas de planejamento (estratégico, tático e operacional),
relacionando-as com o controle de gestão, dentro do ciclo PDCA.
Veremos, também, a diferença entre o valor agregado e o valor percebido pelo
cliente. Nesse contexto geral, conheceremos o conceito de governança, que
direciona as ações de gestão e é controlada por princípios norteadores do
desempenho (eficiência, eficácia, efetividade e economicidade).
Para maior efetividade do controle de gestão, a auditoria se posiciona como um
dos seus instrumentos mais relevantes, com diversas modalidades, que serão
apresentadas de forma resumida. Dentre elas, a auditoria contábil e a auditoria
operacional destacam-se como as mais utilizadas nas organizações. Você
conhecerá essas modalidades com suas respectivas diferenças.
De forma complementar, serão apresentadas as características específicas das
auditorias operacional e de conformidade, com apresentação de pontos de
confluência, os princípios que regem as auditorias, e as formas de realização de
auditorias: por meios das auditorias interna, externa ou independente, com
suas respectivas particularidades.
MÓDULO 1
 Descrever a relação entre Estratégia e seu desdobramento em planos
organizacionais com as atividades de auditoria para controle de gestão
A ESTRATÉGIA DE UMA
ORGANIZAÇÃO
Apresentaremos brevemente a Estratégia da organização e sua
operacionalização, para melhor compreensão do contexto de gestão em que se
insere a Auditoria.
ORIGEM DO TERMO “ESTRATÉGIA”
Esta terminologia é proveniente da língua grega, a partir da junção dos termos
stratos e agos, que significam multidão e chefia, respectivamente.
 SAIBA MAIS
Originalmente, estratégia era um conceito relacionado à liderança de um grupo de
pessoas envolvidas em uma batalha, que seguiam as determinações de seu
comandante. A partir dessa origem histórica, seu significado ampliou-se,
contemplando, atualmente, em suas diversas abordagens, métodos ou ações
planejadas e executadas para alcançar resultados.
Esse conceito é usado nas organizações públicas e privadas para maior eficiência
na aplicação de recursos e para atender aos objetivos organizacionais.
DEFINIÇÃO DE ESTRATÉGIA
A estratégia define diretrizes para formulação de iniciativas e processos
organizacionais que contribuem para que a empresa atenda à sua missão, que é
a finalidade de sua existência, com foco no alcance do cenário definido na visão
de futuro, ou seja, aonde a organização quer chegar em um cenário de médio e
longo prazo.
Vamos contextualizar esses conceitos por meio de um exemplo prático, conforme
observamos a figura a seguir:
Imagem: Pedro Hikaru Oishi adaptada por Rodrigo Pessôa
 Figura 1 – Estratégia da Empresa Tokyo.
A Estratégia dessa organização, para atender sua missão e visão, poderia
comportar as seguintes diretrizes:
Aprimoramento da cadeia de suprimentos;
Contratações e aquisições diretas com o fornecedor de matéria-prima;
Promoção de práticas sustentáveis;
OPERACIONALIZAÇÃO DA ESTRATÉGIA
A operacionalização da estratégia de uma organização é efetivada por meio de
gerenciamento de projetos e processos de trabalho que entregam produtos e
serviços aos seus clientes, conforme observamos na figura a seguir.
Imagem: Pedro Hikaru Oishi adaptada por Rodrigo Pessôa
 Figura 2 – Operacionalização da estratégia.
Vamos entender alguns conceitos:
PROJETOS
Referem-se a um conjunto de atividades interligadas entre si, com início e término
definido, como, por exemplo, a campanha publicitária de divulgação de um novo
perfume ou a implementação de um sistema de informação dentro da
organização.

PROCESSOS DE TRABALHO
Tratam de atividades desenvolvidas para entrega de produtos e serviços
repetitivos. A venda de calçados em uma loja de departamentos é um exemplo de
processo. Outro exemplo é o cadastramento de clientes de uma empresa
financeira.
PLANEJAMENTO E CONTROLE
ORGANIZACIONAL
O planejamento organizacional é um conjunto de atividades desenvolvidas por
todos os membros de uma organização para que sejam alcançados seus
objetivos, com maior eficiência na aplicação de recursos.
A eficácia de resultados depende de um monitoramento contínuo e de ações
corretivas para que se modifique o curso da ação em caso de falha de
planejamento ou de execução.
O planejamento organizacional é composto e classificado de três formas,
conforme observamos a seguir:
Imagem: Pedro Hikaru Oishi adaptada por Rodrigo Pessôa
 Figura 3 – Planejamento Organizacional.
Agora, vamos entender melhor o papel de cada um dentro de uma organização:
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
PLANEJAMENTO TÁTICO
PLANEJAMENTO OPERACIONAL
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
O planejamento estratégico de uma organização estabelece objetivos
organizacionais de longo prazo para atender sua missão e visão de futuro, a partir
da análise de suas forças e fraquezas, diante das ameaças e das oportunidades
que o cenário externo pode apresentar. Este planejamento tem como principal
entrega o plano estratégico.
PLANEJAMENTO TÁTICO
O planejamento tático, por sua vez, define normas, procedimentos e regras de
negócios, que conjugadas com a alocação de recursos técnicos, materiais e
financeiros, dentre outros, oferece condições para que seja operacionalizado o
que foi definido no plano estratégico. Sua principal entrega é o plano tático.
PLANEJAMENTO OPERACIONAL
Por fim, o planejamento operacional trata da execução de processos
organizacionais, com base no que foi estipulado no plano tático, contribuindo,
dessa forma, para o alinhamento de ações às diretrizes estratégicas. Tem como
entrega o plano operacional.
O planejamento organizacional é composto de atividades do plano estratégico, do
plano tático e plano operacional, que, por sua vez, compõem o ciclo estratégico
de uma organização.
Para que as atividades de planejamento e execução sejam bem-sucedidas, com
entrega de produtos e serviços de acordo com os requisitos definidos, dentro do
prazo, a organização deve desenvolver atividades de controle e monitoramento
para que possíveis falhas de planejamento ou execução sejam corrigidas.
Nesse contexto, o controle de gestão contempla a execução de atividades de
controle e monitoramento nas três formas de planejamento apresentadas.
Portanto, uma organização pode efetuar mudanças de rumo no nível estratégico,
tático ou operacional, caso seja necessário.
O conjunto de etapas compostas por atividades de planejamento, execução,
monitoramento e ação corretiva ficou conhecido como ciclo PDCA, graças aos
esforços de pesquisas e disseminação empreendidos por Edward Deming,
pesquisador norte-americano considerado referência na área de qualidade. Esse
instrumento foi aplicado, inicialmente, na melhoria da qualidade de produtos, mas
pode ser aplicado em todas as formasde planejamento organizacional.
Imagem: Pedro Hikaru Oishi adaptada por Rodrigo Pessôa
 Figura 4 – Ciclo Estratégico – PDCA
O ciclo estratégico, composto pelas fases de formulação do plano estratégico,
desdobramento em gerenciamento de projetos e processos organizacionais,
controle de gestão e ações de melhorias encontra-se representado na figura.
Vamos entender essas fases:

Imagem: Shutterstock.com
DEFINIÇÃO DA ESTRATÉGIA
É a etapa em que é desenvolvido o plano estratégico da organização.
DESDOBRAMENTO DA ESTRATÉGIA
Consiste no planejamento e execução de projetos e processos organizacionais
que estejam alinhados à estratégia.
Imagem: Shutterstock.com


Imagem: Shutterstock.com
CONTROLE DE GESTÃO
Nesta etapa, são monitorados o planejamento e execução dos projetos e
processos, para fins de correção de ações durante a execução. De modo
complementar, a auditoria, de forma sistemática e permanente, avalia os
resultados dos projetos e processos para apresentar recomendações.
MELHORIAS
Com base nas recomendações da auditoria e dos resultados alcançados, os
gestores desenvolvem iniciativas de melhorias.
Imagem: Shutterstock.com

VALOR AGREGADO E DESEMPENHO
COM FOCO NO CLIENTE
O planejamento organizacional tem como objetivo a entrega de produtos e
serviços que atendam às necessidades e expectativas dos clientes. Com base
nesse planejamento, a organização apresenta resultados com valor agregado,
que podem ter valor percebido diferente.
Quais seriam as diferenças dessas duas abordagens de valor?
VALOR AGREGADO
Este conceito remete aos gastos decorrentes de custos e despesas na linha de
produção, benefícios oferecidos, acrescidos da margem de lucro do fornecedor de
produtos e serviços. Dessa forma, a organização planeja estabelecer um patamar
de valor agregado a partir do conjunto de gastos que o cliente terá para dispor
daquele produto ou serviço que, todavia, pode não corresponder às expectativas
do cliente.
Em diversas situações, ponderamos que um produto é muito caro, isto é, não vale
a pena pagar aquela quantia. Ou nos deparamos com um produto com preço
muito abaixo do que esperávamos. Nas duas situações, em tese, o valor
agregado pela organização não encontra respaldo no primeiro momento da
verdade, em que o cliente vislumbra o produto almejado.
VALOR PERCEBIDO
O valor percebido, por sua vez, refere-se à percepção de valor do cliente. Nesta
condição, o cliente tem a percepção de que o gasto que ele terá na aquisição
daquele produto compensa o que se paga. Assim, temos a aplicação do conceito
de valor percebido, que é feito pelo cliente.
Obviamente, essa percepção de valor varia de pessoa para pessoa e depende
também dos esforços da organização em atender seu segmento de clientes. Na
busca pela maior lucratividade, a organização precisa ter foco no cliente, para
identificar suas demandas, em detrimento do foco no produto, que nem sempre
contribui para que o planejamento do valor agregado resulte em valor percebido
pelo cliente.
GOVERNANÇA E GESTÃO
As organizações devem atuar de acordo com o seu plano estratégico para
atender às necessidades e expectativas de seus clientes, em relação a produtos e
serviços com valor agregado. Entretanto, de que forma essas organizações,
públicas ou privadas, podem ser direcionadas de forma a atender tais demandas?
Por meio da governança, que é uma forma de direcionar a gestão na seleção de
boas práticas que contribuam para a entrega de valor, respeitando-se os
interesses das partes interessadas.
Na concepção do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (2015), entidade
sem fins lucrativos, “governança corporativa é o sistema pelo qual as empresas e
demais organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os
relacionamentos entre sócios, conselho de administração, diretoria, órgãos de
fiscalização e controle, e demais partes interessadas”.
De forma similar, a Administração Pública, por meio do Tribunal de Contas da
União, que é o órgão que exerce controle externo dos órgãos e empresas
públicas, incorporou o conceito de governança na administração pública como um
conjunto de “mecanismos de liderança, estratégia e controle postos em prática
para avaliar, direcionar e monitorar a atuação da gestão, com vistas à condução
de políticas públicas e à prestação de serviços de interesse da sociedade”.
A governança deve ser o fio condutor da gestão, por meio de ações de
direcionamento, monitoramento e avaliação que contribuem, mediante
normativas, processos e estruturas organizacionais para a entrega de resultados
para os seus clientes.
Diante os conceitos apresentados, quais seriam as diferenças entre governança e
gestão?
Elencamos as diferenças existentes entre esses dois conceitos no quadro a
seguir:
Governança Gestão
Indica os caminhos e os instrumentos
de gestão.
Planeja, executa e controla a
gestão.
O que deve ser feito. Executa o que deve ser feito.
Voltada para definição de diretrizes. Voltada para a ação.
Ciclo PDCA (diretrizes). Ciclo PDCA (ações).
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Quadro: Diferenças entre governança e gestão.
Pedro Hikaru Oishi
A governança define os rumos que devem ser seguidos na gestão, que, por sua
vez, planeja, executa, monitora e executa ações corretivas para a entrega de
resultados e o atendimento das diretrizes definidas pela governança.
GESTÃO E CONTROLE
A gestão da organização é realizada com base nos planejamentos estratégico,
tático e operacional, que seguem as diretrizes definidas pela governança. Nesse
contexto, devemos recordar que o ciclo PDCA se aplica às três formas de
planejamento, conforme figura abaixo:
Imagem: Pedro Hikaru Oishi adaptada por Rodrigo Pessôa
 Figura 5 – Controle de gestão
Dessa forma, a organização planeja, executa, monitora e efetua ações
corretivas. O controle de gestão contempla as fases de monitoramento e ações
corretivas para o alcance dos objetivos organizacionais. Ele visa assegurar que as
atividades da organização sejam realizadas de acordo com os princípios de:
EFICIÊNCIA
EFICÁCIA
ECONOMICIDADE
EFETIVIDADE
EFICIÊNCIA
A eficiência pode ser mensurada pela relação existente entre as entregas de
produtos e serviços, atendidos determinados requisitos de qualidade, e os
recursos consumidos em sua produção, em determinado espaço temporal.
EFICÁCIA
A eficácia trata do alcance de um objetivo ou resultado almejado, em
conformidade com o que foi planejado, dentro de determinado período,
independentemente dos recursos necessários para a sua produção.
ECONOMICIDADE
A economicidade refere-se à menor aplicação de recursos financeiros, técnicos ou
materiais, dentre outros, na execução de uma atividade, dentro de padrões
estabelecidos de qualidade.
EFETIVIDADE
O conceito de efetividade está relacionado com o impacto da entrega de produtos
e serviços em cenário de médio e longo prazo. Verifica-se se os resultados
alcançados perduram ao longo do tempo. Quanto maior o tempo de vida útil,
maior a efetividade do resultado apresentado.
O controle de gestão na organização pode ser realizado de duas formas:
Monitoramento e ações corretivas durante a execução de uma atividade, de
acordo com o ciclo PDCA (gestão);
Avaliação do ciclo PDCA de um processo organizacional após sua execução
(auditoria).
A FUNÇÃO DA AUDITORIA NA
ORGANIZAÇÃO
A FUNÇÃO DA AUDITORIA NA
ORGANIZAÇÃO
Neste vídeo, o especialista Pedro Hikaru Oishi explicará e exemplificará a função
da auditoria na organização.
O ciclo PDCA apresenta uma etapa de monitoramento de atividades que pode ser
feito nas três formas de planejamento organizacional. Nesta abordagem, a
auditoria se insere como uma das atividades desenvolvidas para monitorar o
planejamento e a execução. Todavia, deve-se diferenciar o monitoramento de
atividades, que ocorre durante a execução da atividade, da função específica da
auditoria, executada de forma concomitante ou apósa execução dos processos
de trabalho sem interferir diretamente no alcance de resultados. Essa atuação
desvinculada da execução da atividade privilegia a segregação das funções de
planejamento e execução da função de monitoramento específico, proporcionado
pela auditoria.
 COMENTÁRIO
Essa segregação é uma prática salutar de gestão para que determinada função
não seja impregnada pelo viés cognitivo de outra função. Assim, quem executa
não participa do controle e vice-versa.
A auditoria se insere no ciclo PDCA para contribuir, de forma direta ou indireta,
com o alcance de objetivos organizacionais, atendendo aos princípios de
eficiência, eficácia, economicidade e efetividade. Para que sua colaboração traga
melhores contribuições, não deve participar de atos de gestão.
A auditoria é um processo de trabalho organizacional de avaliação sistemática
das atividades desenvolvidas na organização para verificar se atendem ao que foi
planejado. Sua origem etimológica é explicada por duas vertentes: audire, do
latim, que remete à audição, e to audit, da língua inglesa, que é traduzida como
“examinar”, “avaliar”.
A auditoria tem o objetivo de aumentar o grau de confiança dos usuários nas
demonstrações contábeis, nos relatórios financeiros e patrimoniais, atuando
também na avaliação de conformidade e desempenho da organização. Para o
desenvolvimento de suas atividades, atua no que é chamado de objeto da
auditoria, que consiste na coletânea de documentos, registros financeiros,
contábeis e patrimoniais que dão legitimidade aos atos da administração, de
acordo com Franco e Marra (2011). Esse objeto é avaliado de acordo com
critérios preestabelecidos.
A partir desses critérios, os auditores analisam e coletam evidências que são
encontradas para embasar a construção de suas conclusões e elaboração do
relatório de auditoria. A identificação de evidências que sejam relevantes e
confiáveis é denominada trabalho de asseguração, que pode ser realizado de
duas formas:
ASSEGURAÇÃO RAZOÁVEL
ASSEGURAÇÃO LIMITADA
ASSEGURAÇÃO RAZOÁVEL
Em um trabalho de asseguração razoável, o auditor analisa e aceita riscos de
baixa probabilidade ou de baixo impacto para que não haja grande
comprometimento na confiabilidade dos resultados.
ASSEGURAÇÃO LIMITADA
No trabalho de asseguração limitada, o auditor opta por aceitar um
comprometimento maior dos resultados na confiabilidade dos mesmos, ao
incorporar riscos maiores do que seriam aceitos no trabalho de asseguração
razoável, porém aceitáveis nas condições específicas do trabalho de
asseguração.
TRABALHO DE ASSEGURAÇÃO
O desenvolvimento dos trabalhos de asseguração depende de requisitos
preliminares, conforme disposto a seguir:
Adequação de responsabilidades das partes interessadas no trabalho;
Adequação de critérios e objeto de avaliação;
Transparência dos critérios adotados;
Inclusão dos trabalhos de asseguração no relatório de auditoria;
Estabelecimento de nível aceitável de segurança no trabalho de
asseguração limitada.
A atuação dos profissionais de auditoria em trabalhos de asseguração é pautada
pelas Normas Técnicas de Auditoria (NBC TA), conforme NBC TA Estrutura
Conceitual, definida pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC).
As normas de asseguração encontram-se representadas na figura seguinte:
Imagem: Pedro Hikaru Oishi, adaptado da norma NBC TA Estrutura Conceitual do
CFC.
 Figura 6 – Normas de asseguração.
MODALIDADES DE AUDITORIA
As auditorias podem ser classificadas de diferentes formas. Contudo,
apresentaremos uma classificação baseada na seguinte abordagem:
AUDITORIA POR TIPO DE ORGANIZAÇÃO
Auditoria governamental, auditoria privada.
AUDITORIA PELA FORMA DE EXECUÇÃO
Auditoria interna, auditoria externa.
AUDITORIA PELA AMPLITUDE
Auditoria geral, auditoria parcial.
AUDITORIA POR MODALIDADE
Auditoria contábil, auditoria financeira, auditoria operacional, auditoria de
conformidade, auditoria tributária, auditoria de sistemas.
A atuação das diversas modalidades de auditorias se insere no controle de
gestão, juntamente com o monitoramento do gerenciamento de projetos e
gerenciamento de processos, conforme observamos na figura a seguir.
Imagem: Pedro Hikaru Oishi adaptada por Rodrigo Pessôa
 Figura 7 – Controle de gestão ‒ modalidades de auditoria.
Vamos entender mais detalhadamente cada uma dessas modalidades de
auditorias:
Foto: Shutterstock.com
AUDITORIA GERAL
A auditoria geral contempla a análise e geração de relatórios referentes a todos os
elementos que compõem o patrimônio da organização, incluindo-se o registro de
todas as operações e as demonstrações contábeis.
Foto: Shutterstock.com
AUDITORIA PARCIAL
É uma modalidade de auditoria em que não são analisadas todas as
demonstrações contábeis, para fins específicos, como, por exemplo, analisar os
custos de produção.
Foto: Shutterstock.com
AUDITORIA CONTÁBIL
Esta modalidade de auditoria avalia os registros financeiros-contábeis, as
demonstrações contábeis e os controles internos da organização.
Foto: Shutterstock.com
AUDITORIA FINANCEIRA
Tem o objetivo de avaliar as demonstrações financeiras, sob a ótica da
contabilidade, para apresentação de relatório específico.
Foto: Shutterstock.com
AUDITORIA OPERACIONAL
Auditoria realizada nos processos organizacionais para averiguação do grau de
aderência aos princípios de eficiência, eficácia, economicidade e efetividade,
comparando o que foi planejado com o que foi executado, com o respectivo
resultado em mãos.
Foto: Shutterstock.com
AUDITORIA DE CONFORMIDADE
Avalia o cumprimento de normas (legislação, regulamentos, códigos, dentre
outros) que direcionam os processos organizacionais.
Foto: Shutterstock.com
AUDITORIA TRIBUTÁRIA
Analisa os controles existentes no planejamento tributário da organização em
relação à incidência nas operações e nos bens patrimoniais.
Foto: Shutterstock.com
AUDITORIA EM SISTEMAS
Auditoria realizada em sistemas de informação que efetuam o processamento de
transações (automatização de processos organizacionais). Avalia-se, dessa
forma, os controles internos destes processos, a segurança da informação e a
qualidade e desempenho dos sistemas, quanto às dimensões de desempenho.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. UMA ORGANIZAÇÃO DESENVOLVE DIRETRIZES
ESTRATÉGICAS QUE CONTRIBUEM PARA O ALCANCE DE SUA
MISSÃO E DE SUA VISÃO. DE QUE FORMA ELA PODE
OPERACIONALIZAR SUA ESTRATÉGIA?
A) Realizando gerenciamento de projetos e processos de trabalho que entregam
produtos e serviços aos seus clientes.
B) Analisando necessidades e expectativas de seus clientes.
C) Desenvolvendo pesquisas de satisfação do usuário.
D) Implementando controles internos.
E) Redefinindo sua missão e visão.
2. EM DETERMINADA ORGANIZAÇÃO FINANCEIRA, UM
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO TEVE A INCUMBÊNCIA DE
RENEGOCIAR 50% DAS DÍVIDAS DE CLIENTES DO EXERCÍCIO
ANTERIOR. QUAL FOI O PRINCÍPIO DE GESTÃO A QUE ELE
ATENDEU?
A) Eficiência.
B) Eficácia.
C) Efetividade.
D) Economicidade.
E) Relatividade.
GABARITO
1. Uma organização desenvolve diretrizes estratégicas que contribuem para
o alcance de sua missão e de sua visão. De que forma ela pode
operacionalizar sua estratégia?
A alternativa "A " está correta.
A operacionalização da estratégia consiste no gerenciamento de projetos e
processos de trabalho.
2. Em determinada organização financeira, um assistente administrativo
teve a incumbência de renegociar 50% das dívidas de clientes do exercício
anterior. Qual foi o princípio de gestão a que ele atendeu?
A alternativa "B " está correta.
A eficácia refere-se ao alcance de um determinado objetivo.
MÓDULO 2
 Descrever as características da auditoria contábil e da auditoria
operacional
AUDITORIA CONTÁBIL
A auditoria contábil é uma das modalidades de auditoria apresentadas, conforme
a figura 7, que tem o objetivo de analisar os registros contábeis decorrentes de
atos e fatos administrativos para reduzir a probabilidade de ocorrência de fraudes
e erros nossistemas contábeis e financeiros. Sua atuação colabora para a
identificação de falhas nos controles internos.
O foco desta modalidade deve-se à necessidade de efetuar o diagnóstico de uma
organização quanto às questões orçamentárias, financeiras e patrimoniais,
apresentado sob a forma de parecer, que deve ser produzido de forma
independente.
O trabalho desenvolvido pelos auditores deve seguir as normas definidas pelo
Conselho Federal de Contabilidade e, no que couber, a legislação específica.
Esta modalidade é conduzida, comumente, por uma equipe de auditoria formada
por membros da organização e denominada, nesta circunstância, de auditoria
interna.
Os profissionais (auditores) que realizam esta modalidade de auditoria devem ter
formação de nível superior em Ciências Contábeis e com registro regular no
Conselho Regional de Contabilidade (CRC), existente em cada estado.
 COMENTÁRIO
O auditado pode acompanhar todo o processo de auditoria. O contador
responsável por uma organização poderá auxiliar na disponibilização de
informações requeridas. Todavia, deve-se ressaltar que a análise contábil precisa
ser efetivada pelo auditor, que deve ser imparcial no exercício de suas atividades.
A auditoria contábil é aplicável na administração pública e na iniciativa privada,
com regramentos específicos.
A realização dessa auditoria permite a redução de falhas e erros nos registros
contábeis e a identificação de situações em que possam existir suspeitas de
verbas mal aplicadas, sugerindo desvios de finalidade. De posse do resultado, o
auditado pode tomar providências para sanar problemas, quando for o caso, ou
certificar-se de sua real situação financeira, com respectivo desdobramento em
registros contábeis legítimos.
As funções contempladas pela Auditoria Contábil foram representadas na figura a
seguir:
Imagem: Pedro Hikaru Oishi adaptada por Rodrigo Pessôa
 Figura 8 ‒ Auditoria Contábil.
AVALIAÇÃO DO PATRIMÔNIO
A avaliação das variações patrimoniais é verificada nos registros e demonstrações
contábeis, decorrentes de fatos administrativos, que correspondem a transações
que ocorrem dentro da organização com promoção de variações qualitativas ou
quantitativas no patrimônio.
Nesta avaliação, objetiva-se reduzir a probabilidade de ocorrência de fraudes e
erros nos registros e demonstrações contábeis. A fraude é a alteração intencional
dessas informações. O erro, por sua vez, refere-se a lançamento ou alteração não
intencional de informação baseada na interpretação errônea de fatos
administrativos, omissão ou lançamento realizado por falta de atenção.
Verifica-se, também, a aderência do sistema contábil ao sistema financeiro da
organização.
Foto: Shutterstock.com
AVALIAÇÃO DOS CONTROLES
INTERNOS
Os controles internos de uma organização, sob a ótica contábil, são processos de
trabalho que visam a proteger o patrimônio de fraudes e erros. Nesse sentido, a
auditoria contábil promove uma análise e avaliação do desempenho desses
controles, cuja responsabilidade de criação e manutenção é da administração.
Esta avaliação deve levar em consideração os seguintes fatores, que impactam
nos controles internos:
Riscos nos processos;
Estrutura organizacional;
Funções administrativas;
Segregação de funções;
Complexidade dos processos organizacionais;
Sistemas de informação contábil.
O gerenciamento de controles internos, sob a ótica de visão sistêmica da
organização, contempla, além das informações contábeis e financeiras, todas
aquelas que impactam no alcance de objetivos estratégicos, operacionais, de
conformidade e de divulgação da organização. Essas questões serão tratadas no
próximo módulo.
APRESENTAÇÃO DE RECOMENDAÇÕES
Com base nas evidências encontradas no trabalho de auditoria, o auditor trabalha
em suas conclusões, para apresentar recomendações, isto é, propostas de
melhorias de processos organizacionais, no relatório de auditoria.
As conclusões, baseadas na análise realizada, são expressas de forma objetiva,
indicando que a avaliação é sem ressalva, com ressalva ou abstendo-se de
opinião.
Foto: Shutterstock.com
A auditoria contábil traz contribuições para maior alcance de resultados na
organização ao conferir maior confiabilidade e transparência às informações
contábeis, financeiras e referentes aos controles internos.
LIMITAÇÕES
Apesar de a auditoria contábil contribuir para o controle de gestão, de forma
inequívoca, não pode ser avaliada como um instrumento imune a falhas.
Em determinadas situações, a análise das variações patrimoniais pode indicar
diferenças entre o que foi definido e o que foi constatado, porém, não é possível
verificar as causas que ocasionaram essas diferenças.
Constata-se um problema, sob a ótica contábil, todavia, sem que se vislumbre
suas causas. Nesse tipo de situação, a auditoria operacional é que poderá trazer
contribuições para a organização, por avaliar o grau de atendimento aos
princípios de desempenho (4Es).
AUDITORIA OPERACIONAL
A auditoria operacional tem o objetivo de efetuar análise das informações relativas
às diretrizes estratégicas, aos projetos e processos organizacionais, sob a ótica
da eficiência, eficácia, efetividade e economicidade (4Es), a partir do confronto de
seus resultados com os objetivos definidos nos planos estratégico, tático e
operacional da organização.
Na auditoria operacional, o auditor analisa, também, os indicadores de
desempenho e metas que estiverem definidos nos planos organizacionais. Deve-
se ressaltar que os registros e as demonstrações contábeis não fazem parte do
escopo dessa modalidade de auditoria.
 SAIBA MAIS
A auditoria operacional é originária da expressão “performance audit”, adotada
nos EUA e traduzida para “auditoria operacional”. Para alguns autores, é sinônimo
de auditoria de desempenho e auditoria de gestão. Ela nasceu da necessidade de
prestar informações mais detalhadas dos resultados apresentados por
organizações da administração pública e da iniciativa privada, considerando-se as
limitações existentes na auditoria realizada sob a ótica de informações
financeiras.
DIFERENÇAS ENTRE AUDITORIA
CONTÁBIL E AUDITORIA
OPERACIONAL
PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE
AUDITORIA CONTÁBIL E AUDITORIA
OPERACIONAL
Neste vídeo, o especialista Pedro Hikaru Oishi explicará as diferenças entre
auditoria contábil e auditoria operacional.
As modalidades auditoria contábil e auditoria operacional apresentam diferenças
relevantes, conforme observamos a seguir:
Quesitos Auditoria contábil Auditoria operacional
Resultados
esperados
Maior confiança nas
apresentações de
variações
patrimoniais.
Avaliação do
desempenho.
Foco de atuação
Materialidade,
demonstrações
contábeis e
financeiras sem
erros materiais.
Eficiência, eficácia,
economicidade e
efetividade.
Contribuição Punição de falhas.
Correção e prevenção
de falhas.
Fonte de
Normativas legais.
Utilização de boas
práticas de governança
informações e gestão para fins de
análise.
Responsabilidade Individualizada.
Não é sempre possível a
individualização.
Critérios Definidos.
Definidos e a serem
definidos durante a
auditoria.
Espaço temporal Passado.
Passado, presente e
futuro.
Relatórios Modelo padronizado.
Não possui modelo
padronizado.
Escopo de
análise
Demonstrações
contábeis,
financeiras e
patrimoniais.
Estratégia, projetos e
processos
organizacionais com
respectivos indicadores
e metas.
Evidências
Registros e
documentos.
Diversas fontes.
Normas adotadas
Normas de diversas
organizações.
Normas definidas pelo
Conselho Federal de
Contabilidade.
Área de
conhecimento do
auditor
Contabilidade. Ciências sociais.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Quadro: Comparativo entre auditoria contábil e auditoria operacional
Pedro Hikaru Oishi, adaptado do TCU (2020) e de ARAÚJO (2001).
Essas diferenças comprovam que existe um longo caminho a ser percorrido pelas
organizações públicas e privadas paraque uma auditoria possa integrar a
abordagem essencialmente quantitativa-contábil com a forma de atuação da
auditoria operacional, focada em resultados.
Em sua origem, a auditoria operacional focou fortemente na abordagem de
redução de custos, o que, teoricamente, contribuiria para maior eficiência.
Entretanto, tal conduta não analisava projetos de inovações, que poderiam
atender melhor às necessidades e expectativas de seus clientes. Nessa linha, sua
atuação apresentava similaridade com a auditoria contábil, que não contempla
questões diversas daquelas tratadas no âmbito patrimonial.
 ATENÇÃO
Deve-se ressaltar que as modalidades auditoria contábil e auditoria operacional
não são concorrentes, mas complementares ao atuarem sobre o mesmo objeto
de análise.
A auditoria operacional tem seu espectro limitado pelo grau de maturidade da
organização em relação à adoção de boas práticas de governança e gestão. Ela
atua de acordo com planejamento organizacional definido, que pode abarcar ou
não indicadores e metas de desempenho no gerenciamento de projetos e
processos.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. A AUDITORIA CONTÁBIL É UMA DAS MODALIDADES MAIS
UTILIZADAS NAS ORGANIZAÇÕES POR SER A PIONEIRA. SUA
ATUAÇÃO CONTRIBUI PARA A GESTÃO DA ORGANIZAÇÃO. 
PREENCHA O TEXTO A SEGUIR: 
COM BASE NAS EVIDÊNCIAS ENCONTRADAS NO TRABALHO
DE ____, O AUDITOR TRABALHA EM SUAS CONCLUSÕES
PARA APRESENTAR ____, ISTO É, PROPOSTAS DE ____, NO
RELATÓRIO DE AUDITORIA.
A) Asseguração, evidências, elaboração de demonstrativos contábeis.
B) Gestão, relatórios, projetos.
C) Auditoria, recomendações, melhorias de processos organizacionais.
D) Planejamento, projetos, asseguração.
E) Auditoria, suas dúvidas, questionamentos.
2. DAS ALTERNATIVAS APRESENTADAS, QUAL DELAS
REPRESENTA UM DOS OBJETIVOS DA AUDITORIA
OPERACIONAL?
A) Promover melhorias no planejamento financeiro.
B) Implementar projetos de cunho contábil.
C) Implementar projetos de cunho operacional.
D) Contribuir para melhoria de desempenho.
E) Analisar a programação.
GABARITO
1. A auditoria contábil é uma das modalidades mais utilizadas nas
organizações por ser a pioneira. Sua atuação contribui para a gestão da
organização. 
Preencha o texto a seguir: 
Com base nas evidências encontradas no trabalho de ____, o auditor
trabalha em suas conclusões para apresentar ____, isto é, propostas de
____, no relatório de auditoria.
A alternativa "C " está correta.
O auditor apresenta, a partir dos achados de auditoria, recomendações para que
sejam efetivadas melhorias nos processos organizacionais, colaborando, dessa
forma, para a administração.
2. Das alternativas apresentadas, qual delas representa um dos objetivos da
auditoria operacional?
A alternativa "D " está correta.
A auditoria operacional, ao analisar projetos e processos organizacionais, sob a
ótica dos 4Es, contribui para melhoria do desempenho organizacional.
MÓDULO 3
 Identificar as principais características da auditoria operacional
AUDITORIA OPERACIONAL
As auditorias operacionais contribuem para o aprimoramento da gestão ao
confrontar o planejamento das ações com os resultados alcançados. Nessa
análise, são avaliados as diretrizes estratégicas, os projetos e processos
organizacionais quanto ao alinhamento de gestão aos princípios de desempenho,
eficiência, eficácia, efetividade e economicidade (4Es), conforme representado a
seguir:
Imagem: Pedro Hikaru Oishi adaptado por Rodrigo Pessôa
 Figura 9 – Auditoria Operacional
Em uma auditoria operacional, pode-se priorizar um dos princípios de
desempenho, todavia, a análise individualizada corre o risco de não corresponder
à realidade existente na organização. Podemos concluir, por exemplo, que uma
indústria apresenta maior eficiência na produção de artefatos de alumínio por
dispor de um fornecedor de matéria-prima de baixo custo, contudo, sua produção
não é eficaz por não atender às demandas requeridas por seus clientes, em
função de tecnologia ultrapassada adotada na linha de produção. Nessa situação,
a organização, provavelmente, perderá mercado se não atualizar seus
equipamentos. Se o foco da auditoria operacional fosse somente a eficiência, o
relatório de auditoria provavelmente apresentaria uma realidade distorcida.
As atividades da auditoria operacional podem ser conduzidas pela equipe de
auditoria interna ou por uma auditoria externa, entretanto, alcança maior
efetividade quando desenvolvida pela auditoria interna, que atua de forma
continuada.
DIFERENÇAS ENTRE A AUDITORIA
OPERACIONAL, AUDITORIA
CONTÁBIL E AUDITORIA DE
CONFORMIDADE
Apesar de todas as modalidades de auditoria avaliarem o grau de alcance de
resultados em relação ao planejado, constatamos, na auditoria operacional,
determinadas peculiaridades que a diferenciam da auditoria contábil e da auditoria
de conformidade.
São elas:
Foto: Shutterstock.com
Foto: Shutterstock.com
AUDITORIA OPERACIONAL
Tem como foco avaliar o processo de gestão estratégica e os respectivos
desdobramentos em processos organizacionais, que são modelados para entrega
de valor aos clientes.
Foto: Shutterstock.com
Foto: Shutterstock.com
AUDITORIA CONTÁBIL
Averigua demonstrações financeiras e contábeis, quanto aos aspectos
patrimoniais, essencialmente.
Foto: Shutterstock.com
Foto: Shutterstock.com
AUDITORIA DE CONFORMIDADE
Direciona seus esforços na verificação de aderência dos processos
organizacionais às leis, normas, regulamentos e regras de negócios.
Na auditoria operacional, a atuação da organização é monitorada e avaliada, com
foco na entrega de resultados aos clientes (eficácia), que avaliam a percepção de
valor dos produtos e serviços oferecidos (efetividade). De forma complementar, os
preços resultantes do valor agregado na linha de produção devem ser
compatíveis com o nicho de mercado que se quer atuar (economicidade). Nesse
contexto, a menor aplicação de recursos por unidade produzida (eficiência)
confere à organização maior fôlego financeiro para enfrentar a concorrência,
contribuindo para a continuidade do negócio.
REQUISITOS DE ANÁLISE DA
AUDITORIA OPERACIONAL
A auditoria operacional se posiciona como uma forma de controle de gestão, que
é operacionalizada pela análise e avaliação dos esforços da organização em
algumas questões.
SÃO ESSAS QUESTÕES:
Definição da Estratégia (objetivos estratégicos);
Impacto e resultados alcançados na entrega de produtos e serviços;
Acompanhamento e recomendações quanto a atuação dos controles
internos e do gerenciamento de riscos corporativos;
Monitoramento de processos organizacionais;
Estruturação de indicadores e metas de desempenho;
Construção do arcabouço normativo da organização;
Averiguação do desempenho dos mecanismos e recomendações de
governança;
Análise da estrutura organizacional e respectiva matriz de responsabilidades
quanto às contribuições na entrega de resultados;
Avaliação dos relatórios e informações institucionais quanto às questões de
desempenho, transparência e prestação de contas.
A auditoria operacional contribui para a avaliação do desempenho da organização
em relação ao que foi planejado, culminando, dessa forma, na formalização de
recomendações à gestão da organização que possam colaborar para maior
entrega de valor, por meio de produtos e serviços. Nessa linha de trabalho, são
observados os princípios de desempenho aplicados aos processos
organizacionais.
PROCESSO DE TRABALHO DE
AUDITORIA OPERACIONAL
O PROCESSO DE TRABALHO DE
AUDITORIA OPERACIONAL
Neste vídeo, o especialista Pedro Hikaru Oishi mostrará as etapas dos processos
de trabalho de auditoria operacional.
Apresentamos, neste tópico, um fluxograma simplificado de etapas a serem
cumpridas para realização de uma auditoria operacional, conforme observamos
na figura seguinte:
Imagem: Pedro Hikaru Oishi adaptada por Rodrigo Pessôa
 Figura 10 ‒ Fluxograma de auditoria operacional
Vamos entender detalhadamente essas etapas:
APRESENTAÇÃO DE PROPOSTA
Antes do inícioefetivo dos trabalhos de auditoria, pode-se enviar uma proposta
preliminar do escopo da auditoria operacional que apresente a equipe de
auditoria, as áreas auditadas, o mapa de responsabilidades e processos
organizacionais a serem avaliados para ciência prévia do auditado.
COLETA DE DADOS
Nesta etapa, são requisitadas informações e documentos produzidos na
organização referentes aos seguintes instrumentos e ferramentas de gestão, com
respectivos resultados, quando aplicáveis: plano estratégico, plano de
gerenciamento de riscos, controles internos, organograma, funções e
responsabilidades, cadeia de valor, relação de processos com indicadores e
metas, relação de projetos com resultados, indicadores e metas, plano de
desenvolvimento de pessoas, programação orçamentária, programa de
contratações e aquisições, relação de sistemas de informação, resultados
alcançados por processos, valor agregado e impacto de resultados dos processos
finalísticos, valor agregado e impacto de resultados dos projetos.
De forma complementar, a coleta de dados pode ser efetuada por meio de
entrevistas, questionários, observação direta ou inspeção física, dentre outras
formas. Caso seja necessário, pode-se aplicar métodos quantitativos para coleta
e processamento de dados.
DEFINIÇÃO DOS OBJETIVOS E CRITÉRIOS
Os objetivos específicos de cada auditoria operacional devem ser definidos de
forma clara e concisa para apresentação ao auditado, considerando-se que esta
auditoria não segue padrões normativos específicos como a auditoria contábil,
situação em que o auditado conhece o processo de trabalho.
ANÁLISE DOS DADOS
A partir dos dados coletados, a equipe de auditoria pode iniciar sua análise, com
base no objeto, critérios, evidências e forma de asseguração definida.
ELABORAÇÃO DA MATRIZ DE ACHADOS
Com base nos critérios definidos, são levantadas informações que atestam o
atendimento ou não desses critérios, que são agrupados para a construção da
matriz de achados.
ELABORAÇÃO DO RELATÓRIO DE AUDITORIA
A matriz de achados é avaliada pela equipe de auditoria para validação ou
rejeição. Após esta atividade, é elaborado o relatório de auditoria com a matriz de
achados final, com respectivas recomendações para a administração.
AUDITORIA DE CONFORMIDADE
Este tópico foi desenvolvido de acordo com o disposto no ISSAI 400 – Princípios
Fundamentais de Auditoria de Conformidade, que tem o objetivo de apresentar
diretrizes para a realização de auditorias de conformidade nas organizações, de
forma quantitativa ou qualitativa. Essa norma é adotada na administração pública,
mas sua implementação também pode ser realizada em organizações privadas.
A auditoria de conformidade é uma análise realizada para verificar se determinado
objeto de auditoria está em conformidade com as normas, isto é, a legislação
vigente, regulamentações e demais normativas aplicáveis. Nessa análise e
apresentação de relatório de auditoria, são verificados se os processos
organizacionais estão de acordo com as normas que regem a auditada.
Essa modalidade de auditoria encontra-se representada na figura a seguir:
Imagem: Pedro Hikaru Oishi adaptada por Rodrigo Pessôa
 Figura 11 – Auditoria de Conformidade
Vamos entender melhor.
CARACTERÍSTICAS
As auditorias de conformidade podem ser utilizadas para certificação, elaboração
de relatórios ou ambas as opções. O relatório pode ser elaborado a partir de uma
conclusão simples formulada em uma frase ou trabalhada a partir de
particularidades inerentes à atividade de auditoria.
Ao apresentar resultados relativos à conformidade das normas, promove
transparência e prestação de contas, princípios da governança corporativa.
Foto: Shutterstock.com
Essa modalidade de auditoria pode ser realizada de forma combinada com outras
modalidades, como a auditoria de demonstrações contábeis, com base na
aderência das demonstrações à legislação vigente, por exemplo. Outra forma de
auditoria combinada seria a realização com a auditoria operacional, situação em
que a conformidade se alinha aos 4Es. Nesse contexto, deve-se analisar se o
foco da auditoria é a conformidade ou o desempenho.
ELEMENTOS
A auditoria de conformidade apresenta elementos diferenciados que compõem o
planejamento de auditoria. Enquadram-se nessa abordagem normas, critérios e o
objeto da auditoria.
NORMAS E CRITÉRIOS
OBJETO
NORMAS E CRITÉRIOS
As normas são as variáveis mais relevantes nessa modalidade de auditoria por
apresentarem critérios para execução da auditoria (definição do escopo).
Compreendem o conjunto composto pela legislação vigente, regulamentações de
atuação, códigos e normas internas da organização dentre outras. Os critérios,
por sua vez, devem ser relevantes, compreensíveis e objetivos para que possam
subsidiar a construção do escopo da auditoria.
OBJETO
O objeto de auditoria está intrinsicamente ligado a uma declaração de
conformidade, gerada a partir dos critérios, que, por sua vez, são originados das
normas. O objeto pode ser explicitado de forma quantitativa ou qualitativa.
PRINCÍPIOS
De forma similar a todas as demais auditorias, a de conformidade segue
princípios gerais, comuns a todas as modalidades, e específicos, referentes à
conformidade.
Apresentaremos, a seguir, os princípios específicos mais relevantes:
ESCOPO DE AUDITORIA DEFINIDO PELOS
AUDITORES
O escopo de auditoria deve ser definido claramente de forma a delimitar os limites
dos critérios de conformidade em relação ao objeto.
COMPREENSÃO DA ORGANIZAÇÃO
O auditor deve compreender a estrutura organizacional com seus diferentes
níveis hierárquicos e o planejamento organizacional, para que seja definida a
materialidade e a avaliação de riscos de não conformidade.
COMPREENSÃO DO CONTROLE DE GESTÃO
E DOS CONTROLES INTERNOS
É necessário que os auditores analisem os processos organizacionais em relação
ao controle de gestão e controles internos, para fins de delimitação da
asseguração razoável de conformidade.
MONITORAMENTO DE NÃO CONFORMIDADE
Nos achados de não conformidade, o auditor deve avaliar a conveniência ou não
de monitoramento para contribuir à redução de riscos negativos.
AUDITORIA OPERACIONAL E
AUDITORIA DE CONFORMIDADE
A auditoria operacional tem foco no desempenho da organização, de acordo com
o alinhamento de seus processos organizacionais aos princípios de eficiência,
eficácia, efetividade e economicidade (4Es). Ocorre que, em muitas situações, a
análise das informações efetuadas por essa modalidade acabam tendo uma
intersecção com a auditoria de conformidade.
As normas definidas para uma organização têm o propósito de direcionar as
ações de gestão, de acordo com boas práticas de governança e gestão. Essas
boas práticas vêm sendo construídas a partir da pesquisas acadêmicas e
aplicações práticas nas organizações.
Nessa linha de conduta, observamos que órgãos de regulamentação de
atividades, organizações governamentais, dentre outras, editam normas que
estejam alinhadas às citadas boas práticas, que, por sua vez, atendem aos
mesmos princípios organizacionais de desempenho (4Es).
Em uma avaliação mais acurada, conclui-se que a auditoria de conformidade
pode ser integrada à auditoria operacional, sem prejuízo da atuação de cada uma
delas, salvo nos casos em que o alinhamento às normas é imperativo e requisito
primordial para a atuação de uma organização, quando se deve aplicar a auditoria
de conformidade.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. FORAM APRESENTADOS CONCEITOS QUE DEFINEM AS
AUDITORIAS OPERACIONAL E DE CONFORMIDADE. DENTRE
AS ALTERNATIVAS A SEGUIR, SELECIONE A QUE
REPRESENTA UM PONTO EM COMUM ENTRE ESSAS DUAS
MODALIDADES:
A) Análise de demonstrações contábeis.
B) Análise de balanço patrimonial.
C) Requisito de conformidade decorrente de boa prática de gestão.
D) Registros contábeis sob a ótica da sustentabilidade.
E) Demonstrações financeiras com suporte da área contábil
2. DIVERSOS TIPOS DE INFORMAÇÕES SUBSIDIAM A ANÁLISE
DE DADOS NA AUDITORIA OPERACIONAL.INDIQUE UM TIPO
DE INFORMAÇÃO QUE NÃO CONTRIBUI PARA ESSA ANÁLISE:
A) Plano de gerenciamento de riscos.
B) Plano estratégico.
C) Programação de contratações.
D) Relação de processos com indicadores e metas.
E) Relação de fornecedores.
GABARITO
1. Foram apresentados conceitos que definem as auditorias operacional e
de conformidade. Dentre as alternativas a seguir, selecione a que representa
um ponto em comum entre essas duas modalidades:
A alternativa "C " está correta.
Uma boa prática de gestão pode ser incorporada por uma norma, que passa a ser
um requisito de conformidade e contribui para melhoria do desempenho.
2. Diversos tipos de informações subsidiam a análise de dados na auditoria
operacional. Indique um tipo de informação que não contribui para essa
análise:
A alternativa "E " está correta.
A relação de fornecedores de uma organização não contribui para a análise de
desempenho, objetivo de uma auditoria operacional.
MÓDULO 4
 Comparar as auditorias interna e externa nas organizações
AUDITORIA INTERNA
A auditoria interna é composta de atividades desenvolvidas por membros da
organização que atuam de forma independente para avaliar informações
contábeis, financeiras e operacionais, razão pela qual deve ser realizada por um
grupo de trabalho multidisciplinar. Os resultados alcançados pela equipe são
apresentados na forma de recomendações, que cooperam para o controle de
gestão, agregando valor aos resultados organizacionais.
Foto: Shutterstock.com
É uma boa prática de governança a área de auditoria interna reportar-se à alta
administração de uma organização, seja ela pública, seja ela da iniciativa privada.
No bojo de suas competências, deve analisar os processos organizacionais,
sistemas de informações, controles internos e gerenciamento de riscos para que a
organização possa alcançar os objetivos definidos no seu planejamento.
A auditoria interna atua de forma sistemática, programada e contínua nas
organizações, colaborando com o controle de gestão por meio de recomendações
de ações que visam a preservar a continuidade do negócio. Diferencia-se da
auditoria externa, que é requerida para atuar de forma pontual em uma
organização.
A efetividade da auditoria interna depende de requisitos específicos, conforme
disposto a seguir:
COMPLETUDE
A auditoria deve vislumbrar toda a organização para planejar e executar o
programa de auditoria.
INDEPENDÊNCIA
Atuação de forma independente de influências, com vinculação direta à Alta
Administração da organização.
ATUAÇÃO INTERNA
A atuação da auditoria interna colhe benefícios por dispor de colaboradores que
atuam na mesma organização, isto é, sua composição com membros internos
permite uma melhor compreensão das atividades requeridas para o controle de
gestão.
AVALIAÇÃO DE RISCOS
A avaliação da gestão, baseada em riscos, reduz a probabilidade e o impacto de
ocorrências de riscos negativos e maximiza a de riscos positivos.
AVALIAÇÃO DOS CONTROLES INTERNOS
A atuação da auditoria nos controles internos possibilita o alcance de resultados
alinhados com os 4Es.
CUMPRIMENTO DO PLANEJAMENTO
O monitoramento constante dos planos estratégico, tático e operacional possibilita
melhor controle dos processos de gestão.
AUDITORIA EXTERNA
A auditoria externa, ou auditoria independente, nasceu da necessidade de
averiguação das informações contábeis apresentadas pelas organizações no
intuito de conferir maior confiança e credibilidade. Ela é conduzida por um auditor
ou por um grupo de auditores que não apresenta vínculo com a organização
auditada.
Sua atuação é pautada na análise de informações, com o objetivo de comprovar a
inexistência de fraudes e erros que impactem significativamente as
demonstrações contábeis disponibilizadas. O resultado da auditoria externa é
materializado na forma de opiniões. Diverge da atuação da auditoria interna, que
auxilia na gestão da organização.
A utilização dessa modalidade de auditoria, em decorrência de regulamentações e
da legislação vigente, é obrigatória para as seguintes organizações:
Instituições financeiras;
Fundos de pensão;
Seguradoras;
Companhias abertas, nos termos da Lei 6.404/1976;
Empresas de grande porte, nos termos da Lei 11.638/2007.
Além das questões normativas, outros fatores relevantes impelem a organização
a contratar uma auditoria externa, conforme disposto a seguir:
Atendimento aos princípios de transparência e prestação de contas;
Visão imparcial das demonstrações contábeis;
Reestruturação da organização (fusão, cisão, incorporação);
Maior confiabilidade na organização;
Entidades regidas por mecanismos de governança que exijam maior
controle de gestão, demandado por seus proprietários.
A auditoria externa é realizada com base na auditoria das demonstrações
contábeis e abarca as seguintes questões:
Análise de conformidade das demonstrações contábeis com os relatórios
financeiros;
Ciência da administração e do órgão de governança a respeito de suas
responsabilidades por ocasião da auditoria;
Segurança razoável de demonstrações contábeis livres de distorções;
Baixo risco de auditoria decorrente de evidências;
Aplicação da materialidade no planejamento de auditoria pelo auditor;
Responsabilidade de comunicação ao órgão de governança pelo auditor.
PRINCÍPIOS DE AUDITORIA
A atuação da auditoria operacional, assim como das demais modalidades de
auditoria, é pautada em princípios definidos na norma NBR ISO 19011:2018, que
trata da auditoria de sistemas de gestão, conforme apresentado na figura a
seguir:
Imagem: Pedro Hikaru Oishi, baseado na norma NBR ISO 19011:2018
 Figura 12 – Princípios de auditoria
Vamos entender melhor cada um desses princípios:
INTEGRIDADE
Os profissionais que atuam em uma auditoria devem desenvolver suas atividades
com ética, honestidade, responsabilidade, imparcialidade. A atuação deve ser
realizada somente se tiverem competência para tal. Devem, também, ter
sensibilidade para discernir questões que possam influenciar o seu julgamento.
APRESENTAÇÃO JUSTA
Todos os achados, conclusões, relatórios e recomendações devem ser reportados
com veracidade e precisão, incluindo-se, também, possíveis divergências
ocorridas com o auditado.
CUIDADO PROFISSIONAL
Os auditores devem corresponder à confiança depositada por todas as partes
interessadas no processo de auditoria, optando pela forma mais ponderada de
condução em diligências ou julgamento.
CONFIDENCIALIDADE
As informações coletadas em um processo de auditoria devem ser protegidas de
uso indevido por parte do auditor ou do cliente da auditoria. Discrição e proteção
devem prevalecer no tratamento de dados sensíveis, em conformidade com a Lei
Geral de Proteção de Dados (LGPD).
INDEPENDÊNCIA
A independência na atuação dos auditores deve delinear os trabalhos de
auditoria, de forma a evitar decisões parciais e conflitos de interesse, mesmo que
sejam realizados em auditoria interna. As conclusões, achados e relatórios devem
ser baseados, exclusivamente, nas evidências de auditoria.
ABORDAGEM POR EVIDÊNCIAS
A auditoria deve ser realizada por meio de um processo organizacional que
inspire confiança em função de sua sistematização. As evidências de auditoria
devem ser coletadas por amostras do universo a ser auditado, considerando-se a
limitação de recursos e de tempo.
ABORDAGEM POR RISCOS
Uma abordagem baseada em riscos que podem ocorrer nos processos
organizacionais impacta, de forma significativa, o planejamento e execução da
auditoria, com seus respectivos achados e conclusões, que influenciam
diretamente no alcance de resultados dos objetivos organizacionais.
PROCESSO DE TRABALHO DA
AUDITORIA INTERNA
O planejamento da auditoria interna deve contemplar, nos termos da norma NBC
TI 01, os alguns fatores.
SÃO ESSES FATORES:
Conhecimento da estratégia da organização;
Conhecimento dos instrumentos de gerenciamento de riscos e dos controles
internos da organização;
Conhecimento do sistema contábil;
Alinhamentoda auditoria com a política de gerenciamento de riscos da
organização;
Trabalho desenvolvido por profissionais da área contábil;
Gerenciamento dos riscos no processo de auditoria;
Histórico de auditorias anteriores realizadas com objeto similar;
Coleta de necessidades e expectativas do auditado.
Com base na internalização dos fatores citados pela equipe de auditoria interna, o
planejamento tem alguns objetivos.
OS PRINCIPAIS OBJETIVOS SÃO:
Realização de exame independente e eficaz;
Identificação de fontes de fraudes e erros;
Definição do escopo de auditoria;
Monitoramento do escopo e tempo de auditoria;
Identificação de pontos críticos que impactam na avaliação;
Alocação de equipe especializada para o processo de trabalho de auditoria;
Definição do volume de informações a serem analisadas. O processo de
trabalho simplificado da auditoria interna encontra-se representado na
Figura 13 (Fluxograma da auditoria interna).
FORMA DE SELEÇÃO DE INFORMAÇÕES
Refere-se à etapa de selecionar as fontes de informações requeridas para a
auditoria interna.
SELEÇÃO TOTAL
Quando o universo de informações não for muito grande para a análise da equipe
de auditoria, opta-se pela seleção de todos os dados.
SELEÇÃO POR AMOSTRAGEM
Em caso de grande quantidade de informações, podem ser utilizadas técnicas de
amostragem estatística do universo a ser analisado.
EXAMES E INVESTIGAÇÕES
Tratam-se de procedimentos que permitem a coleta de informações que vão
subsidiar a elaboração das recomendações à organização.
TESTES DE OBSERVÂNCIA
Têm o objetivo de averiguar a eficácia dos controles internos. Nesses testes, são
inspecionados registros contábeis, documentos e ativos tangíveis.
TESTES SUBSTANTIVOS
Caracterizam-se pela coleta de evidências, observação de processos
organizacionais e averiguação de informações com organizações e pessoas.
RELATÓRIO DA AUDITORIA INTERNA
A auditoria interna apresenta seus resultados por meio de um relatório, redigido
de forma objetiva e imparcial, que contém recomendações à organização.
Tal relatório deve elencar os seguintes pontos:
Objetivo e escopo da auditoria;
Metodologia e processo de trabalho utilizado;
Limitações da auditoria;
Relação de fatos e evidências constatadas;
Riscos vinculados aos fatos levantados;
Conclusões e recomendações.
Foto: Shutterstock.com
Apresentamos uma representação simplificada das etapas que podem compor a
realização de uma auditoria interna, conforme observado a seguir:
Imagem: Pedro Hikaru Oishi
 Figura 13 – Fluxograma da auditoria interna
PROCESSO DE TRABALHO DA
AUDITORIA EXTERNA
A auditoria externa atua em conformidade com normas de auditoria, tendo como
diretrizes os objetivos gerais do auditor independente, nos termos da norma NBC
TA 200 (R1), objeto deste tópico.
O auditor independente, que atua na auditoria externa, deve atender aos
seguintes objetivos:
Segurança razoável de demonstrações contábeis livre de distorções
relevantes e em conformidade com relatórios financeiros;
Apresentação de relatórios sobre demonstrações contábeis, de acordo com
as normas contábeis;
Comunicação de acordo com as normas contábeis;
Abstenção de opinião, em caso de impossibilidade de emissão de opinião
com ressalva ou caso não seja possível a obtenção de segurança razoável.
Foto: Shutterstock.com
Na condução dos trabalhos, o auditor deve seguir os princípios comuns às
auditorias, nos termos da norma NBR ISO 19011:2018, similares aos princípios de
ética do Código de Ética Profissional do Contabilista, conforme disposto a seguir:
Integridade;
Objetividade;
Competência e zelo profissional;
Confidencialidade;
Comportamento profissional.
DIFERENÇAS ENTRE AUDITORIAS
INTERNA E EXTERNA
Neste vídeo, o especialista Pedro Hikaru Oishi explicará as diferenças entre
auditorias interna e externa.
DIFERENÇAS ENTRE AUDITORIAS
INTERNA E EXTERNA
As duas modalidades de auditoria atuam de forma diferenciada na organização.
A auditoria interna tem o objetivo de colaborar para melhorias na gestão,
enquanto a auditoria externa preocupa-se com a confiabilidade das
demonstrações contábeis, geradas em conformidade com os relatórios
financeiros.
Podemos destacar as principais diferenças existentes no quadro abaixo:
Tópico Auditoria Interna
Auditoria
Externa
Foco da Auditoria Contábil Auditoria
auditoria Auditoria Operacional Contábil
Finalidade
Emitir recomendações quanto às
demonstrações contábeis. Gerar
relatórios de recomendações para
melhoria do desempenho
organizacional.
Opinar a
respeito das
demonstrações
contábeis.
Público-alvo Organização.
Organização e
público
externo.
Área de
conhecimento
Ciências Sociais. Contabilidade.
Grau de
independência
Menos amplo em função do
vínculo empregatício.
Mais amplo em
função da
ausência de
vínculo
empregatício.
Vínculo
empregatício
dos auditores
Empregado da organização.
Sem vínculo
empregatício.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Quadro: Diferenças entre auditoria interna e auditoria externa.
Pedro Hikaru Oishi, adaptado de CREPALDI, Silvio Aparecido; CREPALDI,
Guilherme Simões, 2016.
A auditoria externa planeja e executa seu trabalho para fins de identificação de
fraudes e erros que possam impactar nas demonstrações contábeis. A auditoria
interna, por sua vez, opera para auxiliar a administração no trabalho de prevenção
de fraudes e erros.
A atuação das auditorias interna e externa complementam-se, em função de focos
diferenciados de atuação. A auditoria interna contribui para a melhoria do
desempenho organizacional, enquanto a auditoria externa colabora para melhoria
dos registros contábeis, ao efetivar o teste e a validação dos dados.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. AS AUDITORIAS INTERNA E EXTERNA APRESENTAM
DIFERENÇAS DE ABORDAGEM. INDIQUE UM FATOR QUE É
COMUM A TAIS MODALIDADES:
A) Independência.
B) Análise de projetos e processos organizacionais.
C) Análise de indicadores e metas.
D) Avaliação da produtividade da organização.
E) Assessoria nas questões de sustentabilidade.
2. DENTRE AS ALTERNATIVAS, QUAL DELAS APRESENTA UM
FATOR QUE DIFERENCIA A AUDITORIA INTERNA DA
EXTERNA?
A) Análise sob a ótica contábil.
B) Realizada por auditores formados em contabilidade.
C) Vínculo empregatício com a organização.
D) Utilização de práticas sustentáveis.
E) Projetos de melhoria de processos.
GABARITO
1. As auditorias interna e externa apresentam diferenças de abordagem.
Indique um fator que é comum a tais modalidades:
A alternativa "A " está correta.
Todos os auditores devem seguir o princípio de independência, seja qual for a
modalidade de auditoria.
2. Dentre as alternativas, qual delas apresenta um fator que diferencia a
auditoria interna da externa?
A alternativa "C " está correta.
A auditoria interna é realizada por membros da organização. A auditoria externa,
por sua vez, é realizada por membros externos.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Compreendemos as diretrizes estratégicas que regem uma organização. A partir
delas, constatamos que é necessária a implementação de um planejamento
organizacional nas esferas estratégica, tática e operacional. Esse planejamento
alinha-se ao ciclo PDCA de Deming.
Com base nesse planejamento, a organização entrega produtos e serviços, no
intuito de ter seu valor percebido pelo cliente. Nessa linha de trabalho, a
governança se posiciona como instrumento de direcionamento da gestão.
Para o alcance de resultados, a organização deve implementar um controle de
gestão que contemple a auditoria operacional, que proporciona uma análise de
desempenho de projetos e processos organizacionais de acordo com os
princípios de eficiência, eficácia, efetividade e economicidade.
Tivemos oportunidade de conhecer as auditorias contábil e operacional com suas
respectivas diferenças. Com relação à primeira, foram apresentadas suas
particularidades e pontos de similaridade com a auditoria de conformidade.
Por fim, vislumbramos asauditorias interna e externa, com suas particularidades
e diferenças.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR ISO
19011/2018: diretrizes para auditorias de sistemas de gestão. Rio de Janeiro,
2018.
ARAÚJO, I. P. S. Introdução à auditoria operacional. Rio de Janeiro: FGV,
2001.
CFC ‒ CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. NBC TI 01: da auditoria
interna. Brasília: CFC, 2016.
CFC ‒ CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. NBC TA 200 (R1): objetivos
gerais do auditor independente e a condução da auditoria em conformidade com
as normas de auditoria. Brasília: CFC, 2016.
IBGC ‒ INSTITUTO BRASILEIRO DE GOVERNANÇA CORPORATIVA. Código
das melhores práticas de governança corporativa. Brasil, 2015. Consultado
em meio eletrônico em: 9 mar. 2021.
TCU ‒ TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. Manual de auditoria operacional.
Brasília: TCU, Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão, 2020.
TCU, Tribunal de Contas da União. Referencial básico de governança aplicável
a órgãos e entidades da administração pública, Versão 2. Brasília: TCU,
Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão, 2014. Consultado em meio
eletrônico em: 9 mar. 2021.
EXPLORE+
Acesse o site do Conselho Federal de Contabilidade e pesquise pelas
Normas Brasileiras de Contabilidade para maior compreensão das
normas de auditoria interna e auditoria independente;
Visite o site do Tribunal de Contas da União e pesquise sobre Governança
Pública;
Busque as Normas Brasileiras de Auditoria do Setor Público (NBASP),
também no site do Tribunal de Contas da União.
CONTEUDISTA
Pedro Hikaru Oishi
 CURRÍCULO LATTES

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