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escola, familia e comunidade 1

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Prévia do material em texto

Escola, Família
e Comunidade
Instituições Sociais: Família, Escola e Comunidade
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.a Me. Janaina Pinheiro Vece
Revisão Técnica:
Prof.ª Me. Denise Jarcovis Pianheri
Revisão Textual:
Prof.ª Esp. Vera Lidia de Sá Cicaroni
5
• Escola, família e comunidade: transformações e influências históricas 
• Antiguidade: o berço da civilização
• Idade Média: do feudalismo à religiosidade
Conte com o tutor para qualquer situação em que sua interferência seja necessária. Lembre-
se de que o seu desempenho depende de uma rotina de estudo organizada e, principalmente, 
da sua responsabilidade
Nesta primeira unidade da disciplina Escola Família e 
Comunidade, vamos aprofundar nossos conhecimentos acerca 
do processo histórico que determinou o desenvolvimento 
dessas instituições sociais e do contexto atual em que elas estão 
inseridas. Vamos, também, estudar os aspectos legislativos que 
definem o papel de cada uma delas e verificar a importância da 
relação entre a Escola, Família e Comunidade..
Ob
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UNIDADE Instituições Sociais: Família, Escola e Comunidade
• Tempos Modernos: revoluções e transformações
• Contemporaneidade: Revolução Industrial
• Escola, família e comunidade: aspectos atuais e legislativos
• Onde tudo começa: a família
• Para além dos muros de casa: a escola
• Para além dos muros da escola: a comunidade
6
Unidade: Instituições Sociais - Família, Escola e Comunidade
Contextualização
 
 Explore
Para darmos início à unidade I, convido você a refletir sobre o tema Escola, Família e Comunidade. 
Assista ao clipe da música Another Brick In The Wall, que fez sucesso na década de 70, com a 
banda de rock Pink Floyd. Nessa produção, o grupo inglês protesta contra a rígida educação escolar 
da época. Vale a pena conferir clicando no link:
 https://youtu.be/YR5ApYxkU-U
7
Escola, família e comunidade: transformações e influências históricas 
Para compreendermos o papel da escola, da família e da 
comunidade no cenário atual, faz-se necessário reportarmo-
nos ao passado, analisando brevemente a trajetória dessas 
instituições sociais ao longo da história. 
De acordo com Franco Cambi (1999, p.35) “A história é o 
exercício da memória realizado para compreender o presente 
e para nele ler as possibilidades do futuro [...]”. Com essa 
perspectiva pretende-se situar o leitor nos grandes tempos 
históricos que marcaram o desenvolvimento da humanidade 
e apresentar as influências das diferentes épocas que 
repercutiram nos âmbitos escolar, familiar e social.
Para Cambi (1999), a história é um organismo em que o antes condiciona o depois. Dessa 
forma, a Antiguidade condicionou a Idade Média, que, por sua vez, condicionou a Época 
Moderna, a qual conduziu a humanidade à Contemporaneidade. Tais cenários históricos 
constituem-se como referência para revisitarmos o passado e compreendermos o presente.
Antiguidade: o berço da civilização
Segundo Cambi (1999), a Antiguidade, influenciada pela cultura Ocidental, foi centrada no 
ser humano e marcada pela relevância dada à vida cotidiana. Nesse contexto, destacaram-se 
as civilizações concentradas na região do Mediterrâneo, como Grécia e Roma, que expandiram 
sua cultura e influenciaram a educação de outros povos.
Nesta primeira unidade da disciplina Escola, Família e 
Comunidade, inicialmente, serão apresentados os aspectos 
históricos que constituíram as definições das instituições 
sociais e os papéis exercidos por elas ao longo da história. 
Serão situados os tempos históricos e as transformações 
em relação à Escola, Família e Comunidade além dos 
aspectos legislativos que fundamentam o atual momento 
do cenário social, educacional e familiar. Para tanto, o 
texto será organizado em dois grandes títulos: 
• Escola, Família e Comunidade: transformações e influências históricas 
• Escola, Família e Comunidade: aspectos atuais e legislativos.
Durante leitura, 
aproveite para registrar 
os aspectos que achar 
mais importantes e as 
dúvidas que surgirem. 
Boa leitura!
8
Unidade: Instituições Sociais - Família, Escola e Comunidade
 O Mediterrâneo, como centro de intercâmbio, concentrou um pluralismo de povos e 
culturas, de religiões e de conhecimentos contexto, porém permeado por lutas políticas, de 
classes, de etnias, de domínio e de hegemonia. A educação, no mundo antigo, configurou-se 
como uma educação por classes, diferenciada por papéis e funções nos grupos sociais.
Em grande parte do período da Antiguidade, a educação desenvolveu-se com base no 
princípio educativo da Paideia.
Segundo Cambi (1999), o princípio da Paideia guiava todas as instituições educativas da 
época. Quanto aos marginalizados, a responsabilidade da educação era incumbida à família, 
caracterizada como patriarcal, autoritária e disciplinar. Aos familiares cabia a formação para o 
trabalho manual, que era desvalorizado pela sociedade. 
A escola, neste período, era privilégio de poucos e oferecia, estritamente, a educação para o 
trabalho intelectual, ou seja, a educação retórica, típica daqueles que exerciam o poder. 
Tal diferenciação entre educação para o trabalho e educação intelectual revela, nitidamente, 
a distância que separava dominantes e dominados na Antiguidade.
Idade Média: do feudalismo à religiosidade
Mosteiros, castelos, igrejas e senhores feudais reportam-nos à Idade Média. De acordo com Franco 
Cambi (1999), essa época foi marcada pela vida arcaica baseada na economia de subsistência, 
no trabalho quase que escravo e nas migrações de povos e nos conflitos étnicos culturais. Na Era 
Medieval, a sociedade concentrava-se no valor religioso e no autoritarismo da Igreja. 
Na Idade Média, a organização social estruturava-se em torno dos feudos. O feudo era 
uma unidade territorial, governada por um senhor feudal, que impunha aos habitantes a 
obrigação de fidelidade e submissão em troca de proteção. Tratando-se de uma sociedade 
fixa, a cultura, estritamente religiosa, desenvolvia-se no castelo do feudatário ou nas igrejas 
e, sobretudo, nos mosteiros. 
De acordo com Cambi (1999), a educação, nesse período, organizou-se em instituições – como 
família e Igreja – que tinham como função disseminar os valores cristãos. A família, no período 
medieval, tinha característica ampla e dispersa, ou seja, era composta por núcleos, dirigida pelo 
pai e constituída mais por interesses econômicos do que propriamente por laços afetivos.
Na idade Média, a educação destinada à nobreza divergia daquela que era oferecida ao povo, 
pois empregavam modelos, processos e práticas de formação diferentes, deixando evidente o 
dualismo existente entre as classes inferiores e superiores. 
 
 Explore
Confira o filme “O Nome da Rosa”, que apresenta a história ocorrida no ano de 1327 – Século XIV 
– num Mosteiro Beneditino Italiano e que retrata todo contexto da Idade Média. 
https://youtu.be/uqL7gn13JoQ
9
Tempos Modernos: revoluções e transformações
A Modernidade, conhecida como a era da ruptura em relação à Idade Média, foi marcada 
por fortes transformações sociais, econômicas, políticas e educacionais. Para Cambi (1999), 
a Modernidade é uma época histórica com características orgânicas e complexas na qual 
se deu a reconstrução de uma sociedade nova, mais livre e mais coesa. Esse período deu 
origem a um sistema organizado que tinha como eixo o indivíduo, a eficiência no trabalho 
e o controle social.
Segundo Franco Cambi (1999, p.197), a Idade Moderna:
Como revolução social, promove a formação e a afirmação de uma nova 
classe: a burguesia, que nasce nas cidades e promove o novo processo 
econômico (capitalista), assim como delineia uma nova concepção de 
mundo (laica e racionalista) e novas relações de poder (opondo-se à 
aristocracia feudal e aliando-se à coroa, depois entrando em conflito 
aberto também com esta e com o seu modelo de Estado-patrimonial e de 
exercício absoluto de poder).
A dimensão antropocêntrica passoua ser a ideia central desse momento histórico, ou 
seja, o homem era visto como centro do mundo. A atenção à natureza trouxe princípios 
metodológicos e científicos mais rigorosos, que levaram, a partir da observação e da dedução, 
ao avanço de estudos e pesquisas.
No âmbito político, com o surgimento do Estado moderno, as cidades passaram a ser 
controladas pelo código estatal, pelo domínio racional da sociedade civil e pelas instituições 
responsáveis por uma educação articulada entre famílias, escolas e outras associações. Dessa 
forma, a ética, ligada à natureza e às suas leis, à sociedade e aos seus fins, tornou-se reguladora 
dos princípios de harmonização e conformação do sujeito com o meio social.
Segundo Cambi (1999), a educação Moderna sofreu os reflexos da reforma político-
religiosa, que contrapôs à desordem disciplinar e à corrupção moral, que dominavam a 
Idade Média, a mentalidade racional e humana, passando da visão religiosa de mundo para 
um processo de laicização. 
Nesse contexto, além da família, da Igreja e da escola, surgiram outras instituições, como 
hospitais, prisões e manicômios, responsáveis pela ordem, conformação e produtividade. Assim, 
tanto a família quanto a escola, nesse momento, sofreram profunda reorganização, centralizando 
suas ações na formação dos indivíduos e assumindo, ao lado de sua função de cuidar do sujeito 
e do seu crescimento, também a responsabilidade da formação pessoal desse indivíduo, visando 
à própria reprodução da sociedade. 
Dessa forma, na Modernidade, a instituição familiar passou a ser constituída por um único 
núcleo parental, estruturado com mãe, pai e filhos, e a assumir o dever de educar para a 
sociedade. Em paralelo, a escola, fazendo uso de uma didática apropriada para reorganizar e 
racionalizar o controle do trabalho escolar, que disciplina desde o corpo até o tempo, instruía e 
formava o indivíduo com a única função de servir como um “aparato ideológico do Estado”, 
como bem aponta Cambi (1999).
10
Unidade: Instituições Sociais - Família, Escola e Comunidade
Contemporaneidade: Revolução Industrial
 A Idade Contemporânea nasceu com a Revolução Francesa, que trouxe, em seu bojo, 
um processo novo caracterizado pela inquietação, renovação e abertura para o futuro. Nesse 
momento, o pluralismo de grupos sociais, de interesses e de projetos traduzia a hegemonia 
construída pragmaticamente por meio de conflitos. 
Na Contemporaneidade deu-se início à expansão da industrialização, dos direitos das 
massas e da democracia. Essa época foi marcada pelas grandes migrações, por deslocamentos 
ideológicos, lutas de classes duríssimas e frontais que o Estado não conseguia conter e orientar. 
Dessa forma, a Era Contemporânea foi marcada por manifestações de rebeldia e de profunda 
tensão entre as massas e a elite.
 Segundo Cambi (1999), foi nesse momento que nasceu um organismo político-social 
que previa a participação civil e política de todos, com intuito de promover, pelo menos 
teoricamente, a igualdade de oportunidades para o povo. 
No mundo contemporâneo, a família está ao lado da escola e é vista como a primeira 
instituição educativa e natural, que deve agir tendo em vista o bem da sociedade, assumindo 
os valores éticos e afetivos que eram dispensados na Idade Moderna. No entanto, a instituição 
familiar contemporânea ainda carrega o controle dos valores tradicionais que a sustentam e o 
próprio autoritarismo que a acompanha ao longo da história. 
 De acordo com Cambi (1999, p.381):
A contemporaneidade é também a época da educação e de uma educação 
social que dá substância ao político (enquanto a política é governo dos 
e sobre os cidadãos), mas que também se reelabora segundo um novo 
modelo teórico, que integra ciência, filosofia, experimentação e reflexão 
crítica, num jogo complexo e sutil. 
 Tendo a sociedade contemporânea a necessidade de uma ideologia própria, a escola 
aparece como aquela que promove a unificação social, exercendo o papel de socializadora. A 
escola passou a ser de responsabilidade do Estado, sendo obrigatória para todos, atendendo 
a finalidades coletivas e objetivos sociopolíticos. Dessa forma, o vínculo entre educação e 
sociedade aparece como uma das principais problemáticas da Contemporaneidade, na medida 
em que a educação passou a apresentar um profundo envolvimento social e político bem como 
uma forte relação com a ideologia vigente.
Em Síntese
Antiguidade
Sociedade: Civilizações Mediterrâneas (Pluralismo cultural).
Escola: Previlégio de poucos (Trabalho intelectual - Paideia).
Família: Patriarcal, autoritária e disciplinar responsável pela educação 
para o trabalho.
11
Idade Média
Sociedade: Feudalismo x Igreja Católica (Estática unificada).
Escola: Oferecida apenas para a Nobreza (Igreja). 
Família: Patriarcal, diversa, responsável pela educação religiosa por meio 
do autoritarismo 
Idade Moderna
Sociedade: Estado Capitalista (Burguesia);
Escola: Controle e unificação social (Ideologias);
Família: Núcleo familiar (mãe, pai e filho). Responsável pela formação social.
Idade Contemporânea
Sociedade: Democracia participação social de todos;
Escola: Função social - Democratização do Ensino;
Família: Primeira instituição natural responsável pela formação integral 
(biológica, social e psíquica). 
Escola, família e comunidade: aspectos atuais e legislativos 
Assim como ocorre com a história, quanto mais conhecemos as leis e seus contextos, 
mais compreendemos as lutas sociais e a evolução histórica das constituições que regem a 
sociedade. Sendo assim, este item do texto abordará como a atual legislação apresenta a Escola, 
a Família e a Comunidade e qual o papel de cada uma dessas instituições, principalmente, no 
desenvolvimento psicossocial da criança.
 Os documentos legislativos que regulamentam a garantia de direitos e os deveres dos 
cidadãos brasileiros, tais como a Constituição Federal de 1988, o Estatuto da Criança e do 
Adolescente (1990), a Lei de Diretrizes e Bases (LDB – Lei n.º 9.394/96) e a Política Nacional 
de Educação em Direitos Humanos (2010), entre outros, contêm os pressupostos que explicitam 
os princípios das Políticas Públicas aplicadas na realidade atual.
No entanto, os documentos legislativos que fundamentam este estudo são a Lei de Diretrizes 
e Bases da Educação Nacional 9.394/96 (LDB) e o Estatuto da Criança e do Adolescente Lei nº 
8.069, de 13 de julho de 1990 – o ECA, que refletem a busca pela garantia de direitos e deveres 
numa sociedade democrática.
12
Unidade: Instituições Sociais - Família, Escola e Comunidade
Onde tudo começa: a família
Na revisão histórica que acabamos de fazer, foi possível identificar que, inicialmente, a 
família era uma instituição basicamente patriarcal, autoritária e desprovida de vínculos afetivos 
que além de se responsabilizar pela educação para o trabalho também reproduzia a formação 
religiosa empregada pela Igreja Católica.
A evolução da humanidade levou à reorganização e redefinição do papel da família na 
sociedade, que passou a se constituir como núcleo afetivo e primeiro na formação do sujeito. 
Atualmente, mesmo que os núcleos familiares sejam diversos, é no meio familiar que se dá o 
pleno desenvolvimento do cidadão.
A esse respeito, o Artigo 2º da LDB 9.394/96 reconhece que:
Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade 
e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do 
educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Consoante a LDB 9.394/96, o ECA (1990), no Título I das Disposições Preliminares no 
Artigo 4º, destaca:
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do Poder Público 
assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à 
alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, 
ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.
Observa-seque os desdobramentos históricos e as lutas sociais conquistaram um contexto 
que garante, atualmente, à criança e ao adolescente o direito de ser reconhecido como 
sujeito biopsicossocial, cabendo à família, neste cenário atual, assegurar, em conjunto com 
as demais instituições, a condição necessária para o desenvolvimento biológico, psíquico e 
social de suas gerações.
 
 Explore
Para saber mais sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e sobre a importância e a função da 
família, acesse o link abaixo, que lhe dará acesso a depoimentos de crianças a respeito do ECA. 
https://youtu.be/xHeimJk8YoQ
13
É perceptível que a responsabilidade familiar ampliou-se ao longo da história, pois, 
no passado, sua função oscilava apenas entre o trabalho e os princípios religiosos. Numa 
dinâmica orgânica, tais transformações refletem o resultado de lutas e conquistas que têm 
sua origem nos tempos mais remotos do século XXI. Na verdade, a família tem ocupado 
papel central neste século, como se pode verificar no Art. 19 do ECA (1990), que prevê o 
direito à convivência familiar:
Art. 19 – Toda criança ou adolescente tem direito a ser criado e educado no seio 
da sua família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência 
familiar e comunitária em ambiente livre da presença de pessoas dependentes de 
substâncias de entorpecentes.
A análise, cuidadosa e crítica, dos aspectos legislativos permite observar que a função familiar 
ainda se submete, mesmo que de forma inconsciente, aos princípios Estatais, desempenhando 
também o papel de reprodutora do Estado. A liberdade e os ideais de solidariedade humana, 
preconizados na LDB 9.394/96, servem de exemplo dos “ideais” do Estado, que também 
interferem na educação familiar.
Para além dos muros de casa: a escola
A educação, como dever da família e do Estado, é garantida pelo artigo 205 da Constituição 
Federal de 1988, segundo o qual a educação tem por finalidade garantir aos educandos 
desenvolvimento intelectual e social, tornando-o consciente de seu papel enquanto cidadão e 
também preparando-o para o mundo do trabalho.
É importante destacar que a LDB 9.394/96 reconhece além da escola, como responsável 
pelo processo formativo, também outras instituições. Acerca da educação, a lei prescreve:
Art. 1º A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida 
familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, 
nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais.
§ 1º Esta Lei disciplina a educação escolar, que se desenvolve, predominantemente, 
por meio do ensino, em instituições próprias.
§ 2º A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social.
Os parágrafos 1º e 2º da LDB 9.394/96 apresentam a educação escolar como responsabilidade 
da escola, ou seja, ela deve ser desenvolvida em instituições próprias, ligadas estritamente ao 
mundo do trabalho e à prática social.
14
Unidade: Instituições Sociais - Família, Escola e Comunidade
A educação escolar vincula-se ao crescimento contemporâneo, uma vez que age nos âmbitos 
social, político e econômico; é realizada por uma escola em constante transformação que procura 
respostas para as situações sociais, culturais e de mercado de trabalho. Nessa perspectiva, a 
escola não é neutra, mas sim partidária de ideologias que vigoram na sociedade e no Estado.
De acordo com Paulo Freire (2002, p.124), “É impossível, na verdade, a neutralidade da 
educação”. Para que a educação fosse neutra seria preciso que não houvesse discordância 
nenhuma entre as pessoas com relação aos modos de vida individual e social, com relação ao 
estilo político e aos valores a serem ensinados.
Submersa numa sociedade de direitos e deveres, a educação escolar, no Brasil, é baseada 
nos seguintes princípios:
Art. 3º O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; 
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte 
e o saber;
III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas;
IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância;
V - coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
VI - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
VII - valorização do profissional da educação escolar;
VIII - gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos 
sistemas de ensino;
IX - garantia de padrão de qualidade;
X - valorização da experiência extraescolar;
XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais.
Muitos dos princípios que regem a LDB 9.394/96 reconhecem a escola como um espaço 
de formação de cidadãos de uma sociedade plural e miscigenada como a do Brasil. Além 
disso, também valorizam a democratização do ensino, prevendo, por lei, a igualdade de 
condições para o acesso, permanência, gratuidade, gestão democrática e garantia do padrão 
de qualidade para todos. 
Assim como a LDB 9.394/96 assegura o direito à educação escolar, o ECA (1990) também 
destaca, no Capítulo IV, que:
Art. 53 – A criança e o adolescente têm o direito à educação, visando ao pleno 
desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação 
para o trabalho.
15
Face às demandas e aos desafios colocados pela sociedade atual, as funções historicamente 
delineadas para a escola modificaram-se e passaram a exigir novos olhares para a prática da 
educação, o que implica rever conceitos e assumir posturas dialógicas e articuladas, determinando 
novos acordos entre a escola, família e comunidade. Sabendo-se que há, ainda, um longo 
caminho entre o escrito e o praticado, a lei pode ser considerada, neste caso, como o primeiro 
passo rumo à concretização dos ideais de uma sociedade democrática.
Para além dos muros da escola: a comunidade
 Os fatos históricos revelam que as lutas e conquistas sociais culminaram na elaboração 
e criação de normas jurídicas orientadas por ideologias, ideais e desejos de construção de uma 
sociedade mais justa e igualitária.
 No Brasil, na década de 1980, quando se iniciou o processo de redemocratização do 
país, ocorreram mudanças significativas nos diferentes setores da sociedade e, obviamente, nas 
comunidades que a constituíam.
 A Constituição Federal de 1988, nesse sentido, representa um marco legal que rege a 
vida política do povo brasileiro, sendo considerado um divisor de águas na história do Brasil 
para a conquista, pelos cidadãos, dos direitos reconhecidos nacionalmente.
 O preâmbulo da Constituição de 88 apresenta:
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte 
para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos 
sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a 
igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e 
sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e 
internacional, com a solução pacífica das controvérsias [...]
O texto do preâmbulo deixa clara a intenção de garantia, a todos os brasileiros, da efetivação 
de seus direitos civis, políticos, econômicos, sociais e ambientais, responsabilizando os setores 
públicos, que devem se organizar, pelo cumprimento da lei. 
É importante ressaltar que construir uma sociedade democrática não é tarefa apenas para 
um plano de governo ou para uma gestão pública; a prática da democracia é construída no 
cotidiano e vivenciada em todos os espaços possíveis na sociedade. Desse modo, cabem às 
instituições formativas exercer a democracia, a fim de que possam ter como resposta ações 
democráticas.
Em pleno século XXI, tanto a família quanto a escola estão inseridas num contexto complexo 
de novas demandas e emergências sociais, educativas, políticas e culturais que trazem à tona 
temáticas como o feminismo, a ecologia e o aspecto intercultural.Nesse sentido, o Plano Nacional 
de Educação em Direitos Humanos (2010) tem o seguinte princípio:
16
Unidade: Instituições Sociais - Família, Escola e Comunidade
Em Síntese
Glossário
Paideia: formação do homem através do contato orgânico com a cultura.
A educação em direitos humanos, sobretudo no âmbito escolar, deve ser concebida 
de forma articulada ao combate do racismo, sexismo, discriminação social, cultural 
religiosa e outras formas de discriminação presentes na sociedade brasileira.
Com uma política nacional de direitos humanos, a comunidade da qual fazemos parte 
aperfeiçoou suas condições de cidadania, tornando-se protagonista política e social, numa 
sociedade cada vez mais móvel e num mercado de trabalho cada vez mais globalizado, em 
expansão e em constante transformação.
Vale destacar que a comunidade que está além dos muros da escola revela-se, atualmente, 
mais consciente e capaz de participar da vida pública, mostrando-se preparada para o pleno 
exercício da democracia, o que demonstra que, mais uma vez, tanto a escola quanto a família 
necessitam de rever os seus papéis.
Familia
• Nucleo afetivo e plural
• Dever de educar
Escola
• Para todos
• Articulada ao mundo do 
trabalho e às práticas sociais 
Comunidade
• Cidadãos de direitos
• Democrática
• Complexa
Legislação
• Constituição Federal de 1988
• LDB 9.394/96
• ECA (1990)
17
Material Complementar
Neste espaço você encontra sugestões de material complementar ao conteúdo desenvolvido 
na unidade 1. Aproveite para aprofundar e sistematizar os conhecimentos sobre a construção 
histórica das instituições sociais assim como sobre os documentos legislativos que as embasam.
 
 Explore
O vídeo Família e Educação na Sociedade de Consumo apresenta o encontro de pesquisadores 
renomados, como Rosely Sayão, Julio Groppa Aquino e Yves De La Taille, que discutem acerca da 
função da família no mundo contemporâneo. Você verá que as discussões que se desenrolam no 
vídeo abordam, de forma crítica e reflexiva, o conteúdo tratado no material teórico desta unidade.
 https://youtu.be/0u48uOxCZyQ
 
 Explore
Caro aluno, acessando os links abaixo, você terá a oportunidade de ler, na integra, em sites oficiais, 
as leis apresentadas na Unidade I. 
Lembre-se: em caso de dúvida não deixe de consultar o tutor!
LDB 
https://goo.gl/oXee3
ECA 
https://goo.gl/UdwKV
Constituição Federal 
https://bit.ly/3XxuVW6
18
Unidade: Instituições Sociais - Família, Escola e Comunidade
Referências
BRASIL, Constituição Federal da República Federativa do Brasil. Promulgada 
em 5 de outubro de 1988.
________. ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei nº 8069/90, de 13 de 
julho de 1990. Brasília, 1990.
________. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n.º 9.394, de 
dezembro de 1996. Brasília, 1997.
________. Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Plano Nacional de Ed-
ucação em Direitos Humanos. Brasília, DF, 2010.
CAMBI, Franco – História da pedagogia / Franco Cambi: tradução de Álvaro Lor-
encini. São Paulo: Editora UNESP, 1999.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 
25ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 2002. 
19
Anotações
20
Unidade: Instituições Sociais - Família, Escola e Comunidade
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CEP 01506-000
São Paulo SP Brasil 
Tel: (55 11) 3385-3000

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