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APOSTILA
CONSTRUÇÃO CIVILCONSTRUÇÃO CIVIL
- BÁSICO- BÁSICO
Sumário 
1. Introdução ......................................................................................................................... 3 
1.1. Origem da Construção Civil ....................................................................................... 3 
1.2. Percepção Atual da Construção Civil ......................................................................... 6 
1.3. O papel socioeconômico da Construção Civil............................................................. 7 
1.4. Impacto Ambiental sobre o Meio Ambiente ............................................................... 7 
1.5. Base da Construção Civil ........................................................................................... 8 
2. Projeto .............................................................................................................................. 8 
2.1. Conceito ................................................................................................................ 8 
2.2. Importância............................................................................................................ 9 
2.3. Principais tipos de Projeto ...................................................................................... 9 
2.4. Elaboração ........................................................................................................... 11 
3. Planejamento e Controle de Obra .................................................................................... 13 
4. Preparação e Limpeza do terreno ..................................................................................... 16 
5. Canteiro de Obras ............................................................................................................ 18 
6. Escavação e Escoramento ................................................................................................ 19 
7. Locação da Obra ............................................................................................................. 23 
8. Fundações ....................................................................................................................... 25 
9. Estrutura de Concreto Armado ........................................................................................ 32 
10. Alvenaria .................................................................................................................... 40 
Bibliografia ............................................................................................................................. 42 
 
 
 
 
 
 
1. Introdução 
1.1.Origem da Construção Civil 
É interessante considerar que na pré-história, apesar de parecer quase impossível, já havia sinais 
de rudimentos de Construção Civil. O empilhamento de pedras no estilo Dolmén, representado na 
Figura 1, e outros conhecimentos de Construção Civil já se faziam presentes, deixando claro que 
a humanidade estava destinada a, literalmente, grandes obras. 
Figura 1 - Construções estilo Dólmen 
 
Mais adiante, com o aprendizado da humanidade em relação ao metal, o trabalho em pedra, e 
posteriormente em tijolo, começou a tomar forma. Pouco a pouco a humanidade não precisava 
mais disputar as cavernas com outros animais. O ser humano passou a utilizar pedra, madeira e 
barro para construir suas próprias cavernas e fazer com que a vida fosse um pouco mais fácil e 
mais segura. 
Na transição entre a pré-história e as primeiras grandes civilizações, não se pode deixar de dizer 
que muito do que marcou a cultura foi sua capacidade de empreender grandes feitos de Construção 
Civil. Em muitos casos, as tradições religiosas ou, ainda, as diferenciações entre os líderes e as 
pessoas comuns, foram demarcados pelo estilo e grandiosidade das construções. Os grandes 
palácios e templos demonstram bem o que foi a Construção Civil na antiguidade, mas com certeza 
isso não era tudo. 
Hoje em dia há um tipo de construção simples e sem grande importância na atualidade, mas 
pensada como uma das grandes obras de Construção Civil que garantiram que a humanidade 
prosperasse: as paliçadas, muros e muralhas, que eram construídas ao redor das vilas e cidades, 
que se transformaram em Nações e foram construções tanto civis quantos militares. Isto porque, 
além de permitirem que a defesa da cidade fosse mais fácil, elas também se tornaram um tipo de 
fronteira, uma delimitação de território e determinava a influência política de determinada 
autoridade. 
Outro feito garantido pela Construção Civil foram as obras relacionadas ao desvio do curso dos 
rios. Graças aos sistemas de irrigação, não mais baseando as colheitas na sorte de que chova, mas 
na canalização da água dos rios, possibilitando muito mais certeza de colheita. E com o tempo 
gasto economizado pelo cultivo de alimentos, além do desenvolvimento dos processos de 
cozimento, foi possível a humanidade desenvolver suas ciências e outras atividades intelectuais. 
Desta maneira, não é exagero dizer que a Construção Civil é, em sua essência, o que permitiu que 
nossa cultura como humanidade pudesse ser geograficamente protegida o suficiente para 
prosperar. Logicamente, quando falamos em Construção Civil na Idade Antiga é simplesmente 
impossível não citar os egípcios, representados pela grande esfinge e as pirâmides, vide Figura 2. 
Figura 2 – Esfinge e Pirâmide 
 
Os egípcios são, definitivamente uma das civilizações mais eficientes quando o assunto era 
Construção Civil. Além das grandes pirâmides, da Esfinge e de todas as cidades que ainda são 
encontradas de pé ainda hoje, o estilo construtivista egípcio era tão eficaz que, durante o século 
XVIII, era comum as pessoas reaproveitarem materiais de construção da época dos faraós para 
construir suas casas. 
Com toda certeza Grécia e Roma também devem ser citadas neste quesito. Tanto uma quanto 
outra tinham estilos que não visavam apenas a utilidade, mas também a estética. E geraram 
criações tão interessantes que acabaram gerando um movimento de resgate na Europa medieval, 
o Renascimento. Sem dúvida alguma, também foram pioneiros em Construção Civil, 
principalmente em áreas como saneamento básico, pavimentação de estradas, utilização de 
acústica, e tantas outras questões que nos são úteis até os dias atuais. A arquitetura romana usava 
bases tão resistentes e eficiente que as estradas criadas por eles foram utilizáveis por séculos 
depois da sua criação, com pouca manutenção. 
 
Figura 3 – Coliseu de Roma 
 
Um detalhe interessante é que os romanos foram alguns dos primeiros a utilizar o concreto, que 
nessa época era feito por uma mistura formada principalmente por cinzas vulcânicas, que após 
solidificada, permitia um resultado parecido com o cimento utilizado hoje. 
Outras civilizações que devem ser exaltadas por suas capacidades construtivas são, sem dúvida, 
os americanos Maias, Astecas e Incas. azem parte de suas construções grandes templos de pedra, 
com formas parecidas às apresentadas nas pirâmides egípcias, além de outros projetos notáveis 
como as cidades de Machu Picchu e Tenochtitlán. 
A Pirâmide da serpente em Chichén-Itzá. Na língua maia, Chichén-Itzá significa “boca do poço” 
de Itzá. A cidade foi construída por volta de 440, perto de poços naturais – cenotes – subterrâneos 
que eram utilizados para rituais religiosos e sacrifícios humanos, segundo pesquisas arqueológicas 
recentes, representada pela Figura 4 a seguir. 
Figura 4 - Pirâmide da serpente 
 
Finalizamos nosso passeio pela história antiga comentando as construções chinesas. A civilização 
chinesa foi responsável por uma das maiores obras de Construção Civil que até hoje impressiona 
por sua grandiosidade e pela sua robustez. Estamos falando, é claro, da grande muralha da China, 
representada na Figura 5 a seguir. 
Figura 5 – Grande Muralha da China 
 
Chega a ser curioso o fato de que o interesse de proteger o Império Chinês das invasõesda 
Mongólia tenha gerado uma obra tão grandiosa. Até hoje ela é celebrada como uma das 
maravilhas que a humanidade conseguiu desenvolver. 
1.2. Percepção Atual da Construção Civil 
O mercado de trabalho especialmente nos países desenvolvidos vem passando por grandes 
transformações, com a introdução de novas tecnologias, equipamentos mais modernos, processos 
automatizados, criação de novas profissões, extinção de outras tantas, com expansão nos setores 
terciários como comercio, turismo, serviços e contração nos setores primários tradicionais da 
economia. 
Em países ainda em desenvolvimento como o Brasil, carentes em infraestrutura, saneamento e 
moradia, a construção civil ainda representa um dos setores mais pujantes de nossa economia, 
embora esteja experimentando também várias mudanças no sentido de se adaptar às novas 
exigências do mercado em termos de produtividade, qualidade e competitividade, especialmente 
exigido nas grandes obras demandadas pelo poder público como: estradas, estádios, hidrelétricas, 
portos e aeroportos. 
Já no dia a dia das construções privadas e domésticas, o que ainda se vê é muito desperdício, erros 
grosseiros e falta de qualificação dos profissionais envolvidos, desde o projeto até a sua execução 
final, graças à falta de preparação e conhecimento específico e formação técnica adequada para 
um melhor desempenho do setor. 
Entretanto nota-se uma certa tendência de simplificar os processos construtivos, de torná-los mais 
práticos e eficientes, de uma oferta maior de insumos como argamassas que facilitam cada vez 
mais o dia a dia da obra, de componentes industrializados e pré-montados que vão também 
reduzindo a participação de mão de obra menos qualificada, como já ocorre em outros setores 
como na indústria metal- mecânica em geral. 
Particularmente, no segmento de moradias particulares, graças ao acesso a crédito e melhoria de 
renda da classe média, há um movimento crescente de ampliações e reformas, o que tem 
valorizado o trabalho dos profissionais da construção civil de todos os níveis e especialidades, 
criando um novo cenário de oportunidades e incentivo para aqueles que desejam melhorar suas 
competências atuais e adquirir uma visão mais geral de todo o processo produtivo, desde o projeto, 
preparação do terreno, fundação, edificação, cobertura e pintura, que se constitui num dos alvos 
principais deste trabalho. 
1.3. O papel socioeconômico da Construção Civil 
A construção civil abrange todas as atividades necessárias para a produção de uma obra seja ela 
uma residência, uma estrada, um porto, um túnel, uma fundação, um aeroporto, uma obra de 
saneamento básico, uma barragem, uma estação de tratamento de água, esgoto ou outro efluente 
qualquer. 
Assim, o técnico em construção civil atua na confecção de projetos, na execução da obra e na sua 
manutenção, melhoria e reparos, tanto em obras de moradia e comerciais de pequeno porte como 
nas de grande porte, que fazem parte do segmento de construção pesada, normalmente 
demandadas pelo setor público. 
A construção civil vem tentando se modernizar, acompanhando a evolução tecnológica 
irreversível do mundo moderno, incorporando conceitos de sustentabilidade e reciclagem, 
desenvolvendo concretos e argamassas de melhor desempenho, utilizando equipamentos mais 
seguros de última geração, inovando com automação predial, com melhor utilização da 
iluminação natural em seus projetos, com reaproveitamento da água, utilização de energia solar 
entre outras novidades. 
Tudo isto demonstra e sinaliza a necessidade de formação de mais mão de obra com uma visão 
mais ampla de todo o processo, de reciclagem e capacitação dos profissionais já estabelecidos, 
visando atender a demanda cada vez mais exigente do mercado da construção civil. 
Como umas das atividades que mais consome energia, água, pedra, areia e madeira no mundo, a 
construção civil desenvolve materiais alternativos, técnicas de melhor rendimento, buscando o 
equilíbrio entre a modernização tecnológica, o respeito ao meio ambiente, o combate ao 
desperdício e a responsabilidade social, que deve caracterizar toda atividade empresarial 
moderna. 
No caso do Brasil, um país ainda jovem, cheio de carências e oportunidades, em pleno processo 
de desenvolvimento, rumo a se tornar uma das potencias econômicas do século XXI, mas ainda 
com demandas profundas na questão da desigualdade social, saneamento básico, infraestrutura 
precária, mobilidade urbana, déficit habitacional, logísticas inadequadas e insuficientes, a 
construção civil ainda tem um longo papel de liderança a desempenhar, levando o progresso e 
bem estar às populações dos quatro cantos deste país continental, ávido por melhorias e melhores 
condições de vida, especialmente para as classes menos favorecidas. 
1.4. Impacto Ambiental sobre o Meio Ambiente 
A construção civil é uma das atividades de maior impacto sobre o meio ambiente. Atualmente, 
existe um esforço global para alcançar a sustentabilidade e o setor da construção deve estar 
englobado nesta luta. Além disso, o canteiro de obras é o local onde se tem muito descarte de 
resíduos, sendo importante fazer um estudo sobre o mesmo. 
O meio ambiente e a sustentabilidade têm passado por processos danosos e que se não houver 
conscientização por parte de todos os setores da sociedade, não haverá futuro possível para todos. 
Hoje continuamos enfrentando problemas ambientais de tipos e intensidades diferentes que 
ameaçam nossa permanência na terra. 
O ambiente construído continua crescendo e a maior parte deste crescimento ocorre nos países 
subdesenvolvidos e nos países em desenvolvimento, devido ao aumento da população e ao 
crescimento econômico. Hoje existe um aumento substancial de construções e isso leva a pensar 
em uma construção que seja sustentável. 
1.5. Base da Construção Civil 
Antes de se iniciar a execução de uma obra, é necessário desenvolver o planejamento e o projeto 
da construção. Isso inclui o estudo de viabilidade, a seleção do terreno, os projetos arquitetônicos 
e complementares, as planilhas orçamentárias, os cronogramas da obra, etc. 
Posteriormente, entramos na fase propriamente dita de execução da obra. Aqui o responsável 
técnico da obra vai implantar o canteiro de obras com as instalações de água e luz, espaços para 
materiais e insumos necessários, além de contratação e treinamento dos trabalhadores locais. Vai 
fiscalizar as obras, apontar mão de obra, atualizar cronogramas, certificar a segurança, controlar 
a qualidade, motivar a equipe e cumprir as metas estabelecidas conforme previsto no projeto 
original. 
Para exercer com perfeição todas essas atividades, o responsável técnico da obra tem que se 
relacionar com várias outras áreas como a de Gestão, de Medicina e Segurança no trabalho, a de 
Mineração, a de Vendas, a de Suprimentos e Transportes, e com a área e órgãos ambientais com 
relação à forma de disposição de rejeitos e sobras de obra que não provoque qualquer impacto 
negativo ao meio ambiente, necessitando então um certo conhecimento também em ciência e 
tecnologia dos materiais. 
2. Projeto 
O projeto na construção civil constitui uma das primeiras etapas do processo de construção, 
portanto, tem um papel fundamental na obtenção da qualidade na produção de edifícios, pois é na 
etapa do projeto que são definidos os conceitos de organização do espaço, bem como a tecnologia 
a ser adotada na fase de execução. 
2.1. Conceito 
Define-se projeto, na Construção Civil, como a “atividade ou serviço integrante do processo de 
construção, responsável pelo desenvolvimento, organização, registro e transmissão das 
características físicas e tecnológicas especificadas para uma obra, a serem consideradas na fase 
de execução” (MELHADO, 1994). Trata-se de um processo de criação de um produto. 
Para atender à necessidade de transmissão das características físicas e tecnológicas da obra, o 
projeto deve ser entendido como mais do que elaboração de desenhos e memoriais descritivos.O 
projeto “não pode ser compreendido apenas como ele é visto pela arquitetura ou especialidades 
da engenharia, mas sim como uma atividade multidisciplinar, envolvendo desde análises de 
marketing, análise de custos, até decisões acerca da tecnologia e do processo de produção.” 
(MELHADO, 1995). 
A construção de um edifício depende de numerosas operações e de variadas técnicas que se 
complementam na realização desse objetivo. Para a realização correta destas técnicas, é 
necessário a execução de um projeto, que represente a vontade do cliente, juntamente com as 
especificações técnicas para a construção. O desenvolvimento completo do plano de um edifício 
segue a trajetória de um trabalho de elaboração mental, que, a partir dos dados de um problema, 
analisa-os, estabelecendo em fases progressivas as condições que determinam a proposta final de 
solução. 
O projeto é, então, o conjunto de documentos gráficos (desenhos) e escritos que o projetista utiliza 
para comunicar suas ideias. Segundo a NBR 5679, o projeto é “a definição qualitativa e 
quantitativa dos atributos técnicos, econômicos e financeiros de uma obra de engenharia e 
arquitetura, com base em dados, elementos, informações, estudos, discriminações técnicas, 
cálculos, desenhos, normas, projetos e disposições especiais. 
2.2. Importância 
Apesar de na fase inicial do empreendimento haver poucas despesas com projeto, sua capacidade 
de influenciar nos custos é máxima. Mas mesmo assim observa-se que os projetos ainda são pouco 
valorizados, sendo entregues à obra repletos de erros. Isso leva a grandes perdas de eficiência nas 
atividades de execução, bem como à perda de determinadas qualidades do produto que foram 
idealizadas em seu projeto. (MELHADO, 1995; FABRICIO, 1998; NOVAES, 1998). 
Pesquisas realizadas em vários países da Europa, no sentido de apropriação de dados relativos às 
incidências e causa de falhas em edifícios, indicam que de 35% a 50% das falhas têm origem na 
etapa de projeto, enquanto de 20% a 30% têm origem na execução, 10% a 20% nos materiais e 
10% são devidas ao uso. 
Segundo PICCHI (1993) o projeto tem “...grande influência sobre os custos do edifício, através 
da grande possibilidade de alternativas, existentes nesta fase, onde poucas despesas foram 
realizadas: à medida que o empreendimento evolui, as possibilidades de influência no custo final 
do empreendimento diminuem sensivelmente.” 
Acredita-se que melhorando o gerenciamento dos projetos e introduzindo novas formas 
organizacionais consiga-se minimizar problemas a serem definidos na obra. Esta melhora pode 
levar ao aumento da qualidade e redução de custos. 
As soluções adotadas nos projetos refletem diretamente em todo o processo da construção e na 
qualidade do produto final a ser entregue ao cliente. “O projeto é a principal causa dos problemas 
na construção, seguido pela execução” (ROSSI, 1995). 
É necessária a realização de projetos com qualidade, no que tange à descrição do mesmo, e é 
igualmente necessário controlar a qualidade do seu processo de elaboração. Quando uma empresa 
contrata outra para a elaboração de projetos, é imprescindível que a contratante estabeleça 
diretrizes para o desenvolvimento do projeto, que garanta a coordenação e integração entre os 
vários outros projetos, exerça a análise crítica dos mesmos e o controle da qualidade quando do 
recebimento do projeto. Dessa forma, agindo proativamente, as empresas conseguirão os 
benefícios que um maior investimento em projetos pode proporcionar ao empreendimento. 
2.3. Principais tipos de Projeto 
Durante o planejamento de uma obra, a depender do seu tamanho, tipo e objetivo, há diversos 
tipos de projeto que devem ser elaborados. Dentre estes, seguem os principais tipos de projetos. 
2.3.1. Anteprojeto 
O anteprojeto é um esboço do projeto, desenvolvido a partir de estudos técnicos preliminares e 
das demandas do cliente (interno ou externo), com o objetivo de determinar a melhor solução 
técnica e definir diretrizes e características a serem adotadas na elaboração do Projeto Básico. 
No Anteprojeto avalia-se a viabilidade técnica e financeira do projeto, assim como sua 
justificativa (fato motivador) e o retorno esperado. Vale ressaltar a importância da análise de 
impacto socioambiental do projeto. Nessa fase são apresentados plantas baixas, desenhos, 
memórias de cálculo de demanda e estimativa preliminar de investimento. Sem grande 
detalhamento. 
Para estimativas de custo/investimento e prazo de execução, o ideal é ter como base o Projeto 
Básico, porém, por sua complexidade e custo de elaboração, costuma-se adotar o anteprojeto 
como referência para aprovação ou não do projeto. 
2.3.2. Projeto Básico 
Tomando como referência a resolução N° 361 de 1991 do CONFEA, Projeto Básico é definido 
como o conjunto de elementos que define a obra, o serviço ou o complexo de obras e serviços que 
compõem o empreendimento, de tal modo que suas características básicas e desempenho 
almejado estejam perfeitamente definidos, possibilitando a estimativa de seu custo e prazo de 
execução. 
É uma fase perfeitamente definida de um conjunto mais abrangente de estudos e projetos, 
precedidos por estudos preliminares, anteprojeto, estudo de viabilidade técnica, econômica e 
avaliação de impacto ambiental, e sucedido pela fase de projeto executivo ou detalhamento. Nessa 
etapa define-se o escopo e o resultado esperado da obra, os materiais e equipamentos a serem 
incorporados à obra e as quantidades e custos de serviços fornecidos com precisão compatível 
com a fase. 
O nível de detalhamento do Projeto Básico deve ser tal que informe e descreva com clareza, 
precisão e concisão o conjunto da obra e cada uma das suas partes. Dentre os elementos que 
compõem um Projeto Básico, podemos destacar: 
• Desenhos 
• Memórias descritivas 
• Normas de medição e pagamento 
• Cronograma físico e financeiro 
• Planilhas de quantidades e orçamento 
• Plano gerencial 
• Especificação técnica de equipamentos 
2.3.3. Projeto Executivo 
Tendo como referência a decisão normativa N° 106 de 2015 do CONFEA e a lei n° 8.666 de 
1993, podemos definir Projeto Executivo como o conjunto de elementos necessários e suficientes 
à execução completa da obra ou serviço, de acordo com as normas pertinentes da ABNT. 
Recomenda-se sua elaboração antes do início da execução do projeto, mas apenas após a 
aprovação do Projeto Básico. Para as instalações industriais, é nessa etapa que se define o 
posicionamento de equipamentos e encaminhamento de tubulações, calhas e cabos. É de extrema 
importância que seja avaliada a instalação proposta com as interferências reais existentes no local. 
Dessa forma é possível evitar inúmeros retrabalhos e custos não previstos. Importante destacar 
que o Projeto Executivo não é um novo projeto, mas sim um melhoramento do Projeto Básico. 
2.3.4. Como construído – Levantamento – As Built 
Além dos projetos mencionados, é importante que se adote como prática a cobrança da entrega 
da documentação que reflita exatamente o que foi executado na obra, o comumente chamado “As 
Built”. Esse conjunto de documentos deve contemplar com exatidão, por meio de plantas, 
fluxogramas e memoriais, todo o serviço executado e insumos utilizados. É uma documentação 
de extrema importância para manutenção e futuras expansões. 
2.4. Elaboração 
Os projetos devem ser elaborados a partir de entendimentos entre o projetista, o cliente e o 
construtor, levando-se em consideração três pontos fundamentais, são eles: as características do 
terreno (localização, metragem, acessos, serviços públicos existentes, orientação NS, prédios 
vizinhos); as necessidades do cliente (tipo de construção: residencial, comercial, industrial ou 
mista; número de pavimentos; características da edificação: número de cômodos, tamanho dos 
cômodos, distribuição, etc.; características dos acabamentos; verba disponível para a obra); e a 
técnica construtiva a ser adotada. 
Contudo, deve-se realizar os estudos preliminaresà elaboração dos projetos, com o intuito de 
coletar o máximo de informações técnicas pertinentes, tais como medidas, inclinação, 
caracterização do solo que receberá a construção, além de parâmetros urbanísticos e limites 
relativos ao local de construção. Contudo, segue no item 2.4.1. o estudo preliminar. 
2.4.1 Estudos Preliminares 
Nesta fase, o projetista deve ir ao lote e identificá-lo, medindo sua testada e seu perímetro. Deverá 
ser feita também uma verificação da área de localização e situação do lote dentro da quadra 
(distâncias do lote às esquinas), e medidas de ângulos através de levantamentos expeditos ou 
topográficos (se for o caso), comparando-se os dados assim levantados com as informações 
contidas na escritura do lote. 
O projetista deve verificar também a existência de serviços públicos no local: rede de água, rede 
elétrica, rede de esgoto, rede de gás, cabos telefônicos na rua, existência de pavimentação, 
drenagem, e largura da rua. No caso de não existir rede de água, devem ser tomadas informações 
com os vizinhos e empresas especializadas sobre a possibilidade de abertura de poços artesianos. 
Portanto, segue adiante a preparação do terreno, envolve basicamente a limpeza da vegetação e 
de materiais indesejados, análise do solo (sondagem), topografia e movimentação de terra 
(nivelamento, cortes e aterramentos), com o objetivo de deixar o terreno plano e limpo, pronto 
para receber a obra. 
2.4.1.1. Limpeza do Terreno 
Você não precisa ter o alvará da construção para iniciar a preparação do terreno, mas é 
recomendado que você tenha o projeto arquitetônico finalizado. Pois ele irá orientar o topógrafo 
sobre os níveis e tamanhos da futura construção. 
Podemos dividir a limpeza em dois tipos: vegetal e de materiais indesejados. A limpeza vegetal 
engloba todas as ações necessárias para a retirada da camada de vegetação superficial (como mato, 
plantas e pequenos arbustos) e árvores. Atenção, para a retirada das árvores é necessário a 
aprovação da Prefeitura, principalmente se a árvore for nativa. Já limpeza de materiais indesejados 
envolve todas as atividades relacionadas a demolição de construções antigas, retira de pedras, 
cupinzeiros e entulhos em geral. Se você for manter alguma parte da construção antiga, peça para 
o seu arquiteto fazer um projeto de demolição para orientar a empresa que irá executar o serviço. 
2.4.1.2. Levantamento Topográfico 
O levantamento topográfico é a medição e representação em planta ou carta de todas as 
características da superfície de um terreno. O levantamento pode ser de dois tipos: planimétrico 
e planialtimétrico. 
• O planimétrico leva em conta apenas as características em 2D do terreno, como divisas, 
muros e construções. É muito utilizado para processos de regularização imobiliária e 
aferição de área (para aferir se um terreno possui realmente a medida e área total que está 
descrita em matrícula, evitando, por exemplo, comprar/vender área que não existe, ou 
mesmo encontrar sobras de área). 
• O planialtimétrico é mais completo, pois leva em conta as características 2D e as 3D do 
terreno, detalhando ainda mais informações como árvores, vegetação em geral, relevo 
com curvas de nível, além das divisas, muros e construções. É muito utilizado na 
elaboração de projetos de novos empreendimentos, servindo como base para o trabalho 
de arquitetos e engenheiros, além de ser exigência de órgãos fiscalizadores para 
aprovação de projeto. 
2.4.1.3. Ensaio de solo 
A elaboração de projetos de fundações exige um conhecimento adequado do solo no local onde 
será executada a obra, com definição da profundidade, espessura e características de cada uma 
das camadas que compõem o subsolo, como também do nível da água e respectiva pressão. A 
obtenção de amostras ou a utilização de algum outro processo para a identificação e classificação 
dos solos exige a execução de ensaios de campo, ou seja, ensaios realizados no próprio local onde 
será edificado o prédio. A determinação das propriedades do subsolo que importam ao projeto de 
fundações poderia ser tanto feita por ensaios de laboratório como ensaios de campo. Entretanto, 
na prática das construções, são realizados na grande maioria dos casos ensaios de campo, ficando 
a investigação laboratorial restrita a alguns poucos casos especiais em solos coesivos. 
Dentre os tipos de sondagens existentes, destacam-se, pela frequência de utilização, as seguintes: 
• Sondagens Rotativas e Sondagens Mistas; 
• CPT e CPTu (ensaio de cone) 
• DMT (dilatômetro de Marchetti); 
• SPT-T (sondagem à percussão com medida de torque ); 
• ensaios de laboratório — triaxial, cisalhamento direto e ensaios de caracterização, como 
granulometria, limite de liquidez (LL), limite de plasticidade (LP) e índice de plasticidade 
(IP), proctor entre outros 
• Sondagens de simples reconhecimento: usadas para extração de amostras deformadas 
para ensaios de laboratório ou avaliação táctil visual (SPT). 
O SPT é, de longe, o ensaio mais executado na maioria dos países do mundo e também no Brasil. 
Entretanto, há uma certa tendência de substituí-lo pelo SPT-T, mais completo e praticamente com 
o mesmo custo. O CPT e o CPT-U possibilitam uma análise mais detalhada do terreno. 
De acordo com as normas NBR 8044:2018, Projeto Geotécnico e NBR 6122:2019 Projeto e 
execução de fundações a sondagem de simples reconhecimento, SPT, é a investigação mínima e 
obrigatória, portanto, é o mais utilizado não só no Brasil, mas no mundo inteiro. 
Por meio da sondagem se obtém informações como, qual tipo de solo, nível do lençol freático, e 
índice de resistência a penetração (N) das camadas do subsolo (a cada metro). Com essas 
informações em mãos o projetista poderá definir de maneira assertiva e com melhor custo-
benefício o tipo de fundação ideal para sua edificação. De acordo com a ABNT NBR 6484:2001, 
o princípio do ensaio SPT consiste na perfuração e cravação dinâmica de amostrador-padrão, a 
cada metro, resultando na determinação do tipo de solo e de um índice de resistência, bem como 
da observação do nível do lençol freático. 
A título de informação, segue adiante a Figura 6, contendo a tabela dos estados de compacidade 
e consistência do Anexo A da NBR 6484:2001, que relaciona o índice de resistência a penetração, 
averiguado durante a execução do ensaio e diretamente ligado à deformabilidade e resistência 
destes solos, ao tipo de solo e sua respectiva classificação. 
Figura 6 - Tabela dos estados de compacidade e de consistência 
 
3. Planejamento e Controle de Obra 
A construção civil é uma atividade que envolve grande quantidade de variáveis e se desenvolve 
em um ambiente particularmente dinâmico e mutável. Gerenciar uma obra adequadamente não é 
um dos trabalhos mais fáceis, e, no entanto, muito de improvisação ainda tem lugar nos canteiros 
por todo o mundo. 
O planejamento da obra é um dos principais aspectos do gerenciamento, conjunto de amplo 
espectro, que envolve também orçamento, compras, gestão de pessoas, comunicações etc. Ao 
planejar, o gerente dota a obra de uma ferramenta importante para priorizar suas ações, 
acompanhar o andamento dos serviços, comparar o estágio da obra com a linha de base referencial 
e tomar providências em tempo hábil quando algum desvio é detectado. 
Nesse contexto, o processo de planejamento e controle passa a cumprir papel fundamental nas 
empresas, na medida em que tem forte impacto no desempenho da produção. Estudos realizados 
no Brasil e no exterior comprovam esse fato, indicando que deficiências no planejamento e no 
controle estão entre as principais causas da baixa produtividade do setor, de suas elevadas perdas 
e da baixa qualidade de seus produtos. 
Planejamento é um processo dinâmico e contínuo que consiste em um conjunto de táticas para 
um objetivo futuro, com o intuito de possibilitar decisões previamente. Essas ações tomadas 
devem ser identificadas de modo a permitir que elas sejam executadas de forma adequada, 
considerando fatorescomo o prazo, custos, qualidade e segurança dentre outros. Um 
planejamento eficaz e eficiente oferece inúmeras vantagens à equipe de projeto. 
O planejamento cumpre um papel fundamental na gestão dos empreendimentos, podendo variar 
de gestão de acordo com a filosofia e necessidade de cada organização, sendo ele sempre um 
ingrediente essencial para a função gerencial, ou seja, é um conjunto de processos, missões, 
diretrizes e ações que serão elaborados, implantados, desenvolvidos, implementados e 
gerenciados em prol de um objetivo distinto preestabelecido. O planejamento tem por finalidade 
antecipar as situações previsíveis; predeterminar os acontecimentos preservando as lógicas dos 
eventos. 
A sequência de atividades e o desenvolvimento de cada etapa do planejamento são de essencial 
importância, e não podem ser deixadas de lado por mais experiente que julgue o profissional. 
Planejador é um profissional que, munido de um conjunto de plantas e especificações técnicas, 
pode se trancar em uma sala por alguns dias e dela emergir com um plano de como construir a 
obra, incluindo a estrutura analítica de projeto, a relação de atividades necessárias para se cumprir 
o escopo, a duração de cada atividade, uma rede de dependência lógica e a lista de recursos 
requeridos para a execução da obra dentro do prazo contratual. (MATTOS, 2010, p.17) 
3.1. Dimensões do Planejamento 
Segundo LAUFER E TUCKER (1987, apud FORMOSO et al, 2001) o processo de planejamento 
e controle da produção pode ser representado, basicamente, por duas dimensões: Horizontal e 
Vertical. A dimensão horizontal é composta pelas etapas fundamentais, pelas quais o processo de 
planejamento e controle é realizado. Já a dimensão vertical demonstra o nível de hierarquia no 
qual essas etapas devem ser difundidas entre os diferentes níveis gerenciais da empresa. 
a) Dimensão Horizontal: Esta dimensão é formada por cinco etapas essenciais conforme 
apresentado na Figura 7, sendo elas: 
 Preparação do processo de planejamento; 
 Coleta de informações; 
 Preparação de planos; 
 Difusão da informação; 
 Avaliação do processo de planejamento. 
Figura 7 - As 5 etapas de planejamento (Dimensão Horizontal) 
 
A primeira e a última etapa deste ciclo acontecem apenas em momentos específicos do 
período de obra de um empreendimento, seja no seu lançamento, seja na conclusão, ou 
mesmo em algum momento crítico de atividades em execução. Tais etapas são geralmente 
deixadas de lado por grande parte das construtoras, subjugadas como dispensáveis na 
maioria das vezes. Já as etapas intermediárias ocorrem de forma contínua durante toda a 
obra, mas que apesar de serem reconhecidas como essenciais, geralmente são aplicadas 
de forma ineficiente, por não serem planejadas em tempo hábil, ou por serem planejadas 
por pessoas que não vivenciam o dia a dia do canteiro de obras e/ou não se encontram 
abastecidas de informações suficientes para elaborar planos consistentes. (LAUFER E 
TUCKER, 1987 apud FORMOSO et al, 2001) 
b) Dimensão Vertical: O dimensionamento vertical do planejamento é segmentado de 
acordo com o nível gerencial envolvido em cada processo, e para cada nível de gerência 
existe a necessidade de um determinado detalhamento apropriado. Este detalhamento está 
vinculado diretamente à proximidade com a implementação, e com isso, aumentando, 
também, o grau de incertezas. 
O dimensionamento vertical é composto por três planos: o de longo prazo, o de médio 
prazo e o de curto prazo. 
3.2. Controle Financeiro 
Visa manter, sob estreita observação, o movimento financeiro do empreendimento, apurando a 
entrada de receitas e o desembolso, mês a mês. Este acompanhamento permite obter o equilíbrio 
financeiro desejado, mantendo uma velocidade de desembolso coerente com a entrada de receita, 
programando e executando um fluxo ideal. 
Um cronograma financeiro bem elaborado, se não for bem executado e controlado, ou seja, 
buscando variantes de fluxo, apropriando corretamente os custos, inclusive por tipo de custos, o 
prejuízo será certo. Atualmente as margens de lucro são extremamente pequenas, não permitindo 
incompetência, gastos desnecessários e fora de hora (Just in Time). 
Dentre destes custos é essencial que se separem os de origem os de origem direta (obra 
propriamente dita), dos indiretos (taxas, impostos, rateio, etc.), para obtenção de custos reais de 
construção efetiva e de índices de gastos para se manter a estrutura de apoio indispensável a 
execução do empreendimento. 
Tornam-se imprescindíveis duas ferramentas de trabalho: o fluxo de caixa para cada 
empreendimento (se possível por centro de custos) e o cronograma detalhado de compras, 
contendo datas de fechamento dos negócios e entregas nas obras. 
3.3. Orçamento 
Independentemente de localização, recursos, prazo, cliente e tipo de projeto, uma obra é 
eminentemente uma atividade econômica e, como tal, o aspecto custo reveste-se de especial 
importância (MATTOS, 2008). 
A estimativa de custos é basicamente um exercício de previsão. Muitos são os itens que 
influenciam e contribuem para o custo de um empreendimento. A técnica orçamentária envolve 
a identificação, descrição, quantificação, análise e valorização de uma grande série de itens, 
requerendo, portanto, muita atenção e habilidade técnica. 
Orçar não é um mero exercício de futurologia ou jogo de adivinhação. Um trabalho bem 
executado, com critérios técnicos bem estabelecidos, utilização de informações confiáveis e bom 
julgamento de orçamentista, pode gerar orçamentos precisos, embora não exatos, porque o 
verdadeiro custo do empreendimento é virtualmente impossível de se fixar de antemão. 
Em geral, um orçamento é determinado somando-se os custos diretos (mão de obra, operários, 
material, equipamento) e os custos indiretos (equipamentos de supervisão e apoio, despesas de 
canteiro de obra, taxas, etc.) e por fim adicionando-se impostos e lucro. 
4. Preparação e Limpeza do terreno 
Após concluídas e devidamente aprovadas as etapas anteriores (estudos preliminares, e projetos), 
passa-se a preparar o terreno para a construção. Na grande maioria das vezes, são necessárias 
operações de escavação e aterro no intuito de criar um perfil do terreno que seja adequado à obra 
a ser executada. 
Tanto em obras com desenvolvimento horizontal (como no caso de indústrias), em obras do porte 
de estradas e barragens, como no caso de obras com desenvolvimento vertical (ex.: edifícios), 
concentradas em pequenas áreas, geralmente é necessária a execução de serviços de 
terraplenagem prévios, regularizando o terreno natural em obediência ao projeto que se deseja 
implantar. Assim, a terraplenagem, ou movimento de terras, pode ser entendida como o conjunto 
de operações (escavação, carga, transporte, bota-fora ou aterro) necessárias para remover a terra 
dos locais onde se encontra em excesso para aqueles onde há falta, tendo em vista um determinado 
projeto a ser implantado. 
Os movimentos de terra podem ser feitos manual ou mecanicamente, dependendo da importância 
dos trabalhos, das possibilidades da empresa, das exigências impostas pela própria situação do 
canteiro e dos prazos estabelecidos para a duração das atividades. 
Quando o volume de terras a movimentar for grande, será mais econômica a utilização de 
aparelhos mecânicos, que apresentam rendimento variado entre 25 e 400 m3/hora. Assim, convém 
conhecer as possibilidades dos diversos equipamentos disponíveis e sua eficiência, para adotar o 
tipo mais adequado a cada caso. Alguns desses mecanismos são montados em tratores de pneus e 
outros em tratores de esteiras. 
• Pá carregadeira: Muito utilizadas em diversos segmentos, as pás carregadeiras são 
máquinas capazes de carregar materiais como areia, brita, terra, entulhos e minérios. 
Potentes e versáteis, são excelentes para trabalhos em grandes e pequenas áreas. Saber 
para que serve uma pá-carregadeira inclui entender que ela executa diferentes funções, 
como coletar e transportar grandesvolumes de materiais, suavizar, aplainar e empurrar 
materiais em geral. Entretanto, esse equipamento, bem como a caçamba de movimento 
vertical, deve ser deslocado para o carregamento, então, o número e a diversidade das 
manobras necessárias influenciam desfavoravelmente o rendimento das pás 
carregadeiras. Segue na Figura 8 uma representação deste equipamento: 
Figura 8 – Pá Carregadeira 
 
 
• Escavadeira: As escavadeiras estão na lista de equipamentos mais conhecidos pelo 
grande público. Essa máquina pode ser encontrada em modelos a cabos, de arrasto e 
hidráulicas. Com esse último tipo de máquina sendo o mais difundido e utilizado. 
Equipamento cuja capacidade varia de 0,2 a 3 m3 que permite escavar desde solos moles 
até rochas desagregadas por explosão. É utilizada também em dragagens. Como os 
movimentos de rotação, de transporte e de posicionamento dos braços absorvem cerca de 
60% da duração do ciclo de trabalho, é preciso procurar dispô-la de maneira a reduzir 
movimentos inúteis, poupando assim tempo na execução do serviço. O equipamento é 
utilizado de preferência para os trabalhos em que a escavação é acima do nível de 
assentamento da máquina ou abaixo. Vale pontuar que, apesar de cumprirem papeis 
semelhantes, as escavadeiras se diferenciam em muitos pontos de equipamentos como a 
retroescavadeira e a mini escavadeira. Sua abordagem está muito mais ligada a grandes 
áreas e sua versatilidade de trabalho com implementos também lhe garante outras 
aplicações, que não só a escavação. Como sugere o nome, esse é um equipamento 
dedicado à escavação, ainda que seja capaz de realizar outras tarefas semelhantes — 
como aplainamento por contrapeso, movimentação de materiais e limpeza de superfícies 
aquáticas. Segue na Figura 9 uma representação deste equipamento: 
Figura 9 – Escavadeira 
 
• Retroescavadeira: Utilizadas em diferentes setores, as retroescavadeiras são capazes de 
auxiliar a sua operação em diferentes frentes e momentos do projeto. Suas características 
principais são: robustez, perfil compacto e multifuncionalidade. Este equipamento 
permite uma execução precisa e rápida, podendo ser utilizada para a escavação em 
terrenos relativamente duros. São muito utilizados para a escavação de valas para 
tubulações enterradas e também para fundações corridas, sendo que a largura da concha 
determina a largura da vala. Segue na Figura 10 uma representação deste equipamento: 
Figura 10 – Retroescavadeira 
 
• Motoniveladora: É um mecanismo prático, que cava, desloca e nivela a superfície do 
terreno. A lâmina, que apresenta curvatura, pode operar em todas as angulações em 
relação ao eixo do equipamento. É utilizada para deslocar grandes quantidades de 
material, para o nivelamento de superfícies horizontais ou inclinadas, e também para o 
alinhamento de taludes. Segue na Figura 11 uma representação deste equipamento: 
Figura 11 – Motoniveladora 
 
5. Canteiro de Obras 
Com o terreno limpo e movimento de terra executado, passa-se à preparação do canteiro 
prevendo-se todas as necessidades futuras da obra. A distribuição do espaço disponível deve ser 
adequada. As instalações poderão ser executadas de uma vez ou em etapas independentes, de 
acordo com o desenvolvimento da obra. No canteiro, deve-se considerar: 
• ligações de água, energia elétrica e meios de comunicação; 
• áreas para materiais a granel não perecíveis; 
• construções (almoxarifado, escritório, alojamento); 
• sanitários; 
• circulação (acessos); 
• áreas para trabalhos diversos (carpintaria, armação, etc.); 
• equipamentos de segurança; 
• andaimes, andaimes suspensos (jaú), passarelas, rampas, plataformas, tapumes e 
bandejas; 
• placas dos profissionais/responsáveis técnicos. 
O canteiro de obras é o local onde desenvolver-se-ão os serviços de construção. Se bem 
organizado e administrado, possibilita menores tempos de preparo e execução, melhor 
aproveitamento da mão-de-obra e de materiais, e melhor qualidade, resultando, no final, menores 
custos. Deve-se prever um bom acesso à obra para o fornecimento de materiais e equipamentos 
até os locais de armazenagem, transitável até nos dias de chuva. Os caminhos internos (dentro do 
canteiro) devem ser curtos, lisos e com pouca inclinação. 
Os componentes básicos de um canteiro de obras são: 
• Acessos; 
• Setor administrativo – escritórios; 
• Setor social – vestiários, sanitários, refeitórios, alojamentos; 
• Setor técnico – depósito de ferramentas e equipamentos; almoxarifado; 
• Setor de materiais – depósitos fechados e abertos; agregados; cimento; cal; tijolos; 
madeira; ferro; material hidráulico; material elétrico; concreto pronto; argamassa pronta; 
• Locais de preparo ou transformação (postos de trabalho) – concreto; argamassa; forma; 
Armaduras; pré-moldados; 
• Meios e vias de transporte horizontal e vertical – caminhões (carroceria, caçamba, etc.); 
carregadeiras; carrinhos, giricas; guincho; guincho de torre; gruas; correias 
transportadoras; calhas; 
• Locais de aplicação 
Após solicitadas as ligações elétrica e hidráulica, deve ser iniciada a construção do tapume e dos 
barracões, que devem ter dimensões que satisfaçam às necessidades da obra. Deverão ser 
construídos: 
• depósitos de cimento e cal (para estoque em quantidades suficientes para, no mínimo, 1 
semana de obra). A disposição das portas deve ser tal que facilite a retirada dos estoques 
em ordem contrária aos fornecimentos; 
• almoxarifado para ferramentas e materiais miúdos, equipados com prateleiras de diversas 
larguras e alturas, facilitando o manuseio das ferramentas; 
• escritório da obra, cujo tamanho depende do porte da obra. Para obras de grande porte, 
deve ter as seguintes salas: uma peça para o engenheiro residente e eventuais engenheiros 
auxiliares; uma sala menor para o mestre geral; uma sala paraos apontadores ou 
encarregado administrativo e eventuais auxiliares; uma sala para o cliente ou sua 
fiscalização (se necessário for); sanitários; copa para o café. 
• alojamento para os operários; 
• refeitório; 
• vestiários; 
• sanitários. 
O tapume deve ser feito em todo o perímetro da obra, com altura mínima de 2,20 metros. Pode 
ser feito com chapas de compensado com espessura de 12 ou 14mm (dimensões 2,20 x 1,10m), 
fixados a caibros. Na parte superior dos caibros podem ser fixadas as placas da obra. Além de 
compensados, podem ser utilizados para o fechamento dos tapumes: chapas galvanizadas, telhas 
de fibrocimento ou tábuas. 
6. Escavação e Escoramento 
As escavações são aberturas no solo para implantação de blocos de fundação, sapatas, 
reservatórios ou qualquer outra estrutura abaixo do nível natural do terreno. São executadas 
manualmente, mecanicamente (com escavadeiras hidráulicas ou retroescavadeiras) ou com as 
duas técnicas, a depender da natureza do solo e das características topográficas e de execução. 
Para a segurança dos profissionais envolvidos na escavação e das pessoas no entorno, alguns 
procedimentos devem ser seguidos. As diretrizes de segurança são listadas pela Norma 
Regulamentadora 18 (NR-18), item 18.6, que trata de escavações, fundações e desmonte de 
rochas. A NR-18 estabelece alguns procedimentos administrativos, de planejamento e de ação 
relacionados ao trabalho na construção civil em geral. 
6.1. Contenção com Talude 
Nesse tipo de escavação, é sempre mais econômico prever a execução de taludes, escalonados ou 
não, do que paredes verticais escoradas ou ancoradas, desde que a natureza do solo e as condições 
locais permitam, ou seja, desde que não haja perigo de deslizamento que possa afetar a 
estabilidade das construções vizinhas. 
Na escavação, os cuidados básicos dizem respeito à programação das ETAPAS da escavação e à 
execução de banquetas, taludes, trincheiras, escoramentos, retomada de fundações e drenagem. 
As etapas são estabelecidas em função dos volumes de terra a escavar ou remover. As banquetas 
são maciços de terra que, durante a escavação, permanecem na periferia do lotepara garantia da 
própria escavação e de edificações vizinhas. Normalmente, a largura no topo é de 50cm a 1 metro, 
sendo que o corte é feito com inclinação, denominada talude (Figura 12). Dependendo das 
características do solo, será possível a execução de escavações em taludes com diferentes 
inclinações e profundidades. 
Figura 12 – Banqueta e Talude 
 
6.2. Obras de Contenção 
Quando a escavação não puder ser contida apenas com a presença de taludes, deve então ser 
prevista estrutura de contenção para o escoramento das paredes do corte. Estruturas de contenção 
são obras civis construídas com a finalidade de prover estabilidade contra a ruptura de maciços 
de terra ou rocha. São estruturas que fornecem suporte a estes maciços e evitam o escorregamento 
causado pelo seu peso próprio ou por carregamentos externos. (BARROS, 2013, p. 6). 
A análise de uma estrutura de contenção consiste na análise do equilíbrio do conjunto formado 
pelo maciço de solo e a própria estrutura. Este equilíbrio é afetado pelas características de 
resistência, deformabilidade, permeabilidade e pelo peso próprio desses dois elementos, além das 
condições que regem a interação entre eles. Estas condições tornam o sistema bastante complexo 
e há, portanto, a necessidade de se adotarem modelos teóricos simplificados que tornem a análise 
possível. Estes modelos devem levar em conta as características dos materiais que influenciam o 
comportamento global, além da geometria e das condições locais. 
Os escoramentos são estruturas provisórias executadas para possibilitar a construção de outras 
obras, sendo mais comumente utilizadas para permitir a execução de obras enterradas ou o 
assentamento de tubulações embutidas no terreno. De um modo geral, os escoramentos são 
compostos pelos seguintes elementos: paredes, longarinas, estroncas e tirantes. A Figura 13 ilustra 
esses elementos. 
Figura 13 – Elementos que compõem o escoramento 
 
• Parede: é a parte em contato direto com o solo a ser contido. Na maioria dos casos, é 
vertical e formada de madeira (contínua ou descontínua), aço ou concreto. 
• Longarina: é um elemento linear e longitudinal que serve de apoio à parede. Geralmente, 
fica na posição horizontal e pode ser constituída de vigas de madeira, aço ou concreto 
armado. 
• Estroncas (ou escoras): são elementos que servem de apoio às longarinas, indo de um 
lado a outro da escavação, ou apoiando-se em estruturas vizinhas, mas com comprimento 
máximo de 12 metros. Assim, as estroncas são perpendiculares às longarinas, e podem 
ser de madeira ou aço. Em muitos casos, dependendo do comprimento da estronca, pode 
ser necessário o seu contraventamento ou até apoios intermediários (estacas metálicas 
cravadas) para suportar seu peso. 
• Tirantes: com a mesma função das estroncas (ou seja, suporte às longarinas), os tirantes 
são elementos lineares introduzidos no solo a ser contido, e ancorados no maciço por 
meio de um trecho alargado chamado de bulbo. Trabalham à tração, e podem ser 
escolhidas como suporte às estroncas se for julgada a solução mais adequada. 
Os escoramentos de solo para escavação podem ser executados de várias formas, porém, as 
técnicas de escoramento mais comuns, considerando-se o material empregado, são: o 
escoramento de madeira, construídos com pranchas verticais ou horizontais, dependendo do 
solo a ser contido e da profundidade do escoramento; escoramento misto (metal e madeira), 
sistema de escoramento provisório, onde as paredes são formadas pelo encaixe de perfis I de aço, 
cravados verticalmente antes da escavação, com pranchas horizontais de madeira; estaca 
prancha metálica, aplicação de estacas justapostas, em perfis metálicos, cravadas no interior do 
solo utilizando preferencialmente os martelo vibratório. 
6.3. Muro de Arrimo 
Muros são estruturas corridas de contenção de parede vertical ou quase vertical, apoiadas em uma 
fundação rasa ou profunda. Podem ser construídos em alvenaria (tijolos ou pedras) ou em concreto 
(simples ou armado), ou ainda, de elementos especiais. (GERSCOVICH, p.2). 
Os muros de arrimo podem ser de vários tipos: gravidade (construídos de alvenaria, concreto, 
gabiões ou pneus), de flexão (com ou sem contraforte) e com ou sem tirantes. 
Figura 14 – Terminologia 
 
São diversos os tipos de muros de arrimo, dentre eles: 
• Muro de Gravidade: muros de Gravidade são estruturas corridas que se opõem aos 
empuxos horizontais pelo peso próprio. Geralmente, são utilizadas para conter desníveis 
pequenos ou médios, inferiores a cerca de 5m. Os muros de gravidade podem ser 
construídos de pedra ou concreto (simples ou armado), gabiões ou ainda, pneus usados. 
• Muros de concreto ciclópico ou concreto gravidade: estes muros (Figura 15) são em geral 
economicamente viáveis apenas quando a altura não é superior a cerca de 4 metros. O 
muro de concreto ciclópico é uma estrutura construída mediante o preenchimento de uma 
fôrma com concreto e blocos de rocha de dimensões variadas. Devido à impermeabilidade 
deste muro, é imprescindível a execução de um sistema adequado de drenagem. 
Figura 15 – Muros de concreto ciclópico (ou concreto gravidade) 
 
 
• Muros de Gabião: os muros de gabiões (Figura 16) são constituídos por gaiolas metálicas 
preenchidas com pedras arrumadas manualmente e construídas com fios de aço 
galvanizado em malha hexagonal com dupla torção. As dimensões usuais dos gabiões 
são: comprimento de 2m e seção transversal quadrada com 1m de aresta. No caso de 
muros de grande altura, gabiões mais baixos (altura = 0,5m), que apresentam maior 
rigidez e resistência, devem ser posicionados nas camadas inferiores, onde as tensões de 
compressão são mais significativas. Para muros muito longos, gabiões com comprimento 
de até 4m podem ser utilizados para agilizar a construção. A Figura 21 apresenta 
ilustrações de gabiões. As principais características dos muros de gabiões são a 
flexibilidade, que permite que a estrutura se acomode a recalques diferenciais e a 
permeabilidade. 
Figura 16 – Muro Gabião 
 
 
7. Locação da Obra 
Preparado o terreno, conforme as cotas definidas no projeto de implantação da obra, e 
desimpedido de quaisquer vegetação ou construções secundárias que impeçam a nova construção, 
inicia-se o processo de locação da obra. 
A locação da obra corresponde à operação de transferir para o terreno, na escala NATURAL, as 
medidas em planta baixa de um projeto elaborado em escala reduzida. Nesta fase, a definição da 
referência de nível (RN) da obra é muito importante. Marcar ou locar a obra consiste em medir e 
assinalar no terreno a posição das fundações, paredes, colunas, recuos, os afastamentos, as 
paredes, as aberturas e outros detalhes fornecidos pelo projeto de arquitetura. Esta transferência 
é realizada por meio de marcações no terreno com o auxílio de pontaletes (estacas), linhas de 
nylon, piquetes, tabeiras, cavaletes, etc. 
A execução da locação, deve ser feita com o maior rigor possível, utilizando equipamentos e 
técnicas que garantam o perfeito controle das dimensões do edifício. Deve-se dar preferência a 
equipamentos eletrônicos (teodolitos, níveis a laser) e materiais de boa qualidade (tábuas, 
pontaletes, marcos, tintas), lembrando que a locação é o ponto de partida da obra e que definirá 
todo o controle da edificação. 
Atualmente na construção civil, utilizam-se com mais frequência dois processos de locação 
(gabarito), são eles: 
7.1. Locação por Cavaletes 
Este tipo de locação é indicado para obras de pequeno porte, como garagens, barracões, 
ampliações, etc, e com poucos elementos a serem locados. Sua principal vantagem é a menor 
quantidade de material (estacas e tábuas) utilizado. 
Os cavaletes são constituídos por duas estacas cravadas no solo e travadas por uma travessa 
nivelada pregada nas estacas. Os alinhamentos, neste caso, são definidos por pregos cravados nos 
cavaletes constituídos de duas ou três estacas cravadas diretamente no solo e travadas por uma 
travessa nivelada pregadanas estacas, conforme as Figura 17, 18 e 19 a seguir: 
Figura 17 – Detalhe Esquemático do Cavalete 
 
 
Figura 18 Croqui de Locação da Obra por Cavaletes 
 
 
Figura 19 – Esquema Tridimensional do Gabarito por Cavalete 
 
A grande desvantagem dos cavaletes por serem isolados é a dificuldade de se perceber 
deslocamentos provocados pela circulação de equipamentos e operários, resultando com isso 
alinhamentos e locações fora do previsto. 
7.2. Locação por Tábua Corrida 
A locação por tábuas corridas, também chamada de tabela ou tabeira, é indicada para obras de 
maior porte com muitos elementos a serem locados. Consiste em contornar a futura edificação 
com um cavalete contínuo constituído de estacas e tábuas niveladas, e em esquadro. 
Definem-se as linhas do gabarito cravando-se pontaletes de pinho distanciados entre si de 1,50 m 
e afastados das futuras paredes 1,20 m ou mais. São estes pontaletes que dão rigidez ao cercado 
e devem ser fincados já nivelados e alinhados. Em seguida, pregam-se as tábuas sucessivas, 
niveladas, formando uma cinta em volta da área a ser construída. Segue adiante a Figura 20 
contendo um croqui de localização da obra por tábua corrida. 
Figura 20 – Croqui de Localização da Obra por Tábua Corrida 
 
É importante salientar que para uma maior garantia (obras de maior vulto) convém concretar a 
base das estacas, aguardando pelo menos 24 horas para dar continuidade à locação. Ainda, no 
caso de o terreno apresentar uma inclinação acentuada a locação pode ser feita com gabaritos em 
degraus (patamares), sempre em nível e esquadro. 
8. Fundações 
A edificação é um conjunto de etapas importantes que devem ser concluídas com qualidade e 
exatidão, à fim de evitar futuros reparos ou até mesmo sinistros. A etapa que é considerada o 
início de tudo na obra, é a fundação. As fundações são responsáveis por distribuir o peso (carga) 
da construção para o solo de forma segura para que não ocorram deslizamentos de terra e 
problemas como trincas e rachaduras na sua casa, mantendo a edificação fixa e nivelada com o 
terreno. 
No sentido comum, o termo fundação é entendido como um elemento da estrutura encarregado 
de transmitir para o subsolo as cargas da superestrutura. São elementos que, em conjunto, 
constituirão o apoio da edificação sobre o solo. Pode ser definido também como “elementos de 
transição entre a estrutura e o solo”. 
O tipo da fundação é previamente definido de acordo com o conhecimento das cargas atuantes na 
estrutura e o tipo e a capacidade do solo do terreno. Um projeto bem feito economiza na compra 
dos materiais e evita problemas no futuro. Uma das formas de analisar o solo é através da 
sondagem em pontos espalhados pelo terreno, conforme o 2 acima. 
As fundações são classificadas em diretas e indiretas de acordo com a forma de distribuição das 
cargas da estrutura para o solo, vide o item 8.1 a seguir. 
8.1. Fundação direta 
As fundações diretas são aquelas que distribuem as cargas da edificação para as camadas de solo 
capazes de suportar sem grandes deformações. A distribuição é feita através do apoio da base do 
elemento de fundação sobre a camada do solo, ou seja, a carga é transmitida ao solo por pressões 
sob a base da fundação. As fundações diretas são divididas em rasas (superficiais) e profundas. 
8.1.1. Fundação direta superficial 
As fundações superficiais ou rasas distribuem a carga da edificação para o terreno através do 
apoio da base da fundação em uma camada de solo com até 2 metros de profundidade ou quando 
o elemento de fundação tem sua largura maior que a cota de apoio. São mais utilizadas em 
pequenas construções e indicadas para solos rígidos e rochosos. Os principais tipos de fundações 
rasas são: sapata, radier e bloco, conforme o seguinte. 
• Sapata: as sapatas são elementos de fundação de concreto armado (com ferragens) para 
resistir a esforços de tração, de pequena altura em relação às dimensões da base. São 
semiflexíveis, e trabalham à flexão. Quando a sapata suporta um pilar, é dita sapata 
isolada. Se o pilar se situar na divisa do lote, é dita sapata de divisa, quando se faz 
necessário o uso de uma viga de equilíbrio ou viga-alavanca entre o pilar de divisa e o 
pilar interno adjacente. Quando a sapata suporta a carga de mais de um pilar, ela é dita 
sapata associada. Sapata corrida ou contínua é aquela que suporta a carga de um muro, 
parede, ou de um alinhamento de pilares, vide Figuras 21 e 22 a seguir. 
 
Figura 21 – Tipos de sapata 
 
 
Figura 22 – Sapatas Isolada e Corrida 
 
 
• Radier: basicamente uma laje de concreto armado (com ferragens), construída sobre o 
solo por toda extensão da edificação, conforme a Figura 23 a seguir. Utilizada em solos 
com resistência mais baixa, com camada fraca profunda, pois devido à sua característica 
monolítica pode minimizar os efeitos de recalques diferenciais. A laje recebe diretamente 
as cargas dos pilares. Por ser uma placa única, não exige a montagem de formas e 
armações mais complicadas. As fôrmas são executadas apenas com sarrafos laterais, e as 
armações são constituídas de simples malhas, onde as barras de aço são igualmente 
espaçadas nas duas direções. 
 
Figura 23 – Fundação de Radier 
 
 
• Bloco de Fundação: Elemento de fundação composto por concreto simples (não armado) 
e sem a presença de armaduras. O concreto neste caso é dimensionado para suportar as 
tensões de tração. Utilizado geralmente em solos de alta resistência e com método 
executivo simples. 
8.1.2. Fundação direta profunda 
As fundações diretas profundas, ultrapassam os parâmetros das fundações rasas, e são 
caracterizadas pela utilização de tubulões. 
Os tubulões são fundações de forma cilíndrica, com base alargada ou não, destinados a transmitir 
as cargas da estrutura a uma camada de solo ou substrato rochoso de alta resistência e grande 
profundidade. Os tubulões são compostos por três partes: cabeça, fuste e base, como mostra a 
Figura 24 a seguir. 
Figura 24 – Corte esquemático de um tubulão 
 
Os tubulões geralmente são construídos em locais com solos de resistência baixa ou que 
apresentam abundância de água. Muito utilizado em fundações dentro de água como o exemplo 
de pontes. Com forma cilíndrica, seu ponto negativo é a utilização de trabalho braçal pelo menos 
na etapa final da escavação, o que em casos de má execução, podem levar riscos ao trabalhador. 
Possuem dois métodos de execução: a céu aberto ou a ar comprimido, conforme o seguinte. 
• Tubulão a céu aberto: é simples e dispensa escoramento em solos firmes, é uma 
alternativa econômica para altas cargas solicitadas e não pode ser executado abaixo do 
nível de água. Uma vantagem é a questão de não ocasionar vibrações que possam 
movimentar o terreno e causar incômodo no entorno, conforme a Figura 25 a seguir. 
 
Figura 25 – Tubulão a Céu Aberto 
 
 
• Tubulão a ar comprimido: é utilizado em terrenos onde há a dificuldade do emprego de 
escavação mecânica ou cravação de estacas (áreas rochosas, lençóis de água elevados ou 
cotas insuficientes entre terreno e fundação). Neste caso utiliza-se uma camisa metálica 
ou de concreto para a sustentação das paredes, mantendo-se a água afastada do poço por 
meio de ar comprimido, afinal, o princípio de execução de fundações pneumáticas é 
manter, pelo ar comprimido injetado, a água afastada do interior do tubulão. Podem 
atingir altas profundidades abaixo do nível de água, possuem custos e riscos de trabalho 
maiores do que o outro tipo. Após a concretagem, deve permanecer comprimido por pelo 
menos 6 horas visando preservar a qualidade do concreto que pode ser danificado por 
pressões do lençol freático ou interferências de escavações próximas. 
 
8.2. Fundação indireta 
As fundações indiretas são sempre profundas em função da forma de distribuição da carga para o 
solo (atrito lateral), no qual exige que estes elementos tenham grandes dimensões. São indicadas 
para solos instáveis ou obras muito grandes que depositam muita carga noterreno. 
Estas fundações se resumem em estacas, que são elementos estruturais enterrados no solo e que 
promovem estabilidade da edificação, cravadas ou confeccionadas no solo com o objetivo de 
transmitir as cargas da estrutura a uma camada profunda e resistente. Podem ter vários tipos e 
serem construídas de diversos materiais (aço, madeira e concreto) conforme sua utilização, 
conforme o seguinte: 
• Metálicas: podem ser perfis laminados, soldados, trilhos soldados ou estacas tubulares. 
Utilização para qualquer tipo de terreno; possuem facilidade de corte e emenda; alta 
capacidade de carga; se utilizadas de forma provisória podem ser reaproveitadas; deve-
se ter cuidado com o material utilizado devido a corrosão do mesmo, conforme a Figura 
26 a seguir. 
 
Figura 26 – Estacas metálicas 
 
 
• Madeira: troncos de árvores cravados com martelos leves e bate-estacas de pequenas 
dimensões. Para utilização é necessário que fiquem totalmente abaixo do nível de água, 
tendo em vista que o mesmo não pode sofrer variações durante o tempo de vida útil do 
material. São bastante utilizadas em obras provisórias como pontes e obras marítimas. As 
principais espécies utilizadas são: aroeira, ipê, eucalipto e guarantã. 
• Pré-moldada de concreto armado: aplicada na maioria das vezes em obras de pequeno e 
médio porte; boa capacidade de carga; garantia de qualidade oferecida pelo fabricante; 
possibilidade de emendas; durante a escavação são feitas compactações no solo o que 
aumenta a capacidade de carga e reduz a chance de recalques; necessitam de cuidados 
com transporte e execução; são limitadas em seção e comprimento (devido ao peso 
próprio); podem sofrer danos se a água do lençol freático conter sulfatos ou ser 
contaminada (águas não potáveis). A principal vantagem das estacas pré-moldadas em 
relação às estacas moldadas no local é a possibilidade de inspeção do concreto, 
permitindo a rejeição de peças que não apresentem condições satisfatórias. Além disso, 
em terrenos que apresentem camadas moles ou em locais onde se deva atravessar uma 
corrente de água subterrânea, as estacas pré-moldadas podem ser utilizadas sem prejuízo 
ao concreto do seu fuste. Quando atravessam solos de elevada resistência à cravação, 
pode ser necessário utilizar-se uma ponteira metálica ou ainda efetuar-se a cravação com 
circulação de água sob pressão, o que ajuda a desagregar o solo na ponta ou nas laterais 
da estaca, facilitando a cravação. Para que resista às operações de transporte e cravação, 
as estacas são armadas. Assim, além do seu trabalho como pilar, as estacas deverão ser 
calculadas para essas operações. 
 
Figura 27 – Estaca de fundação pré-moldada de concreto armado 
 
 
• Estacas concreto moldadas no local: são estacas cujo processo executivo consiste 
basicamente na perfuração ou escavação do solo, com ou sem a presença de revestimento 
ou lama bentonítica para contenção, e posterior concretagem através do lançamento do 
concreto dentro do furo escavado. Os tipos de estacas de concreto moldadas no local mais 
executadas são: 
o Estaca Broca: executadas “in loco” sem molde, por perfuração no terreno 
feita por trado (15 e 30 cm de diâmetro) e preenchimento do buraco com 
concreto, vide Figura 28. Uma vez atingida a cota de apoio da estaca, 
lança-se o concreto sem armadura até cerca de 50 centímetros da cota de 
arrasamento da estaca. Coloca-se, a partir daí, uma armadura de 
solidarização com o bloco ou com a viga de baldrame. Como não é feita 
nenhuma contenção das paredes da perfuração nesse método, o uso das 
brocas fica restrito aos terrenos coesivos acima do nível da água. 
Figura 28 – Estaca Broca a ser executada 
 
o Estaca Strauss: fundação em concreto simples e armado; moldada “in 
loco” e executada com revestimento metálico recuperável; pode ser 
aplicada em terrenos acidentados e isolados devido a simplicidade do 
equipamento utilizado para a execução; possui limitações devido ao 
lençol freático e capacidade de carga menor que as pré-moldadas e as 
estacas tipo Franki. 
Figura 29 - Estaca Strauss 
 
o Estacas Franki: grande capacidade de carga; podem ser executadas a 
grandes profundidades; não sofre interferência de lençol freático; 
apresenta incômodo devido a vibração do solo durante a execução e 
impossibilidade de alterações do concreto por deficiência do controle; 
executada sempre por empresa especializada. A estaca Franki utiliza-se 
do seguinte: areia e brita para a formação da “bucha”, camisa metálica, 
maquinário de grande porte, concreto seco e armadura ao longo de toda 
a estaca, conforme a Figura 30 a seguir. 
Figura 30 – Processo de execução da Estaca Franki 
 
o Estaca Escavada: é aquela executada através da perfuração do solo com 
ou sem auxílio da lama bentonítica e posteriormente é feito o enchimento 
com concreto. Os diâmetros podem chegar a 2,5 metros e a profundidade 
pode alcançar mais de 40 metros, conforme Figura 31 a seguir. Podem 
atingir altas resistências; elimina o uso de blocos; rápida execução; sem 
ruídos e vibração; econômicas quando empregadas em comprimentos 
curtos e que podem variar de acordo com o nível da camada resistente; 
necessitam de cuidados na fabricação, instalação e contato com água. 
Figura 31 - Sequência executiva de estacas escavadas 
 
o Estaca Hélice Contínua: é uma estaca com processo contínuo de 
execução, ilustrado na Figura 32: a escavação se dá pela penetração de 
trado contínuo, e a concretagem se dá simultaneamente com a retirada do 
trado, por uma haste central que injeta o concreto na escavação. Os 
diâmetros dos trados disponíveis no Brasil variam entre 27,5cm e 1,0m, 
com profundidades que podem alcançar 25 metros. A metodologia de 
perfuração permite a execução desse tipo de estaca em terrenos coesivos 
ou não, acima ou abaixo do nível do lençol freático. Dependendo do tipo 
de equipamento utilizado, podem ser perfurados solos com SPT superior 
a 50 golpes. 
Figura 32 - Sequência executiva da estaca tipo hélice contínua 
 
9. Estrutura de Concreto Armado 
O concreto é um material composto, constituído por cimento, água, agregado miúdo (areia) e 
agregado graúdo (pedra ou brita). O concreto pode também conter adições e aditivos químicos, 
com a finalidade de melhorar ou modificar suas propriedades básicas. 
O concreto é obtido através de um traço (receita) que define a proporção e quantidade de cada um 
dos diferentes materiais, a fim de proporcionar ao concreto diversas características desejadas, 
tanto no estado fresco quanto no estado endurecido. 
De modo geral, na construção de um elemento estrutural em Concreto Armado, as armaduras de 
aço são previamente posicionadas dentro da fôrma (molde), e em seguida o concreto fresco é 
lançado para preencher a fôrma e envolver as armaduras, e simultaneamente o adensamento vai 
sendo feito. Após a cura e o endurecimento do concreto, a fôrma é retirada e assim origina-se a 
peça de Concreto Armado. 
As estruturas de concreto são comuns em todos os países do mundo, caracterizando-se pela 
estrutura preponderante no Brasil. Comparada a estruturas com outros materiais, a disponibilidade 
dos materiais constituintes (concreto e aço) e a facilidade de aplicação, explicam a larga utilização 
das estruturas de concreto, nos mais variados tipos de construção, como edifícios de pavimentos, 
pontes e viadutos, reservatórios, barragens, pisos industriais, pavimentos rodoviários e de 
aeroportos, paredes de contenção, obras portuárias, canais, etc. 
O concreto, como as pedras naturais, apresenta alta resistência à compressão, o que faz dele um 
excelente material para ser empregado em elementos estruturais primariamente submetidos à 
compressão, como por exemplo os pilares, mas, por outro lado, suas características de fragilidade 
e baixa resistência à tração restringem seu uso isolado em elementos submetidos totalmente ou 
parcialmente à tração, como tirantes, vigas, lajes e outros elementos fletidos. Para contornar essas 
limitações, o aço é empregadoem conjunto com o concreto, e convenientemente posicionado na 
peça de modo a resistir às tensões de tração. O aço também trabalha muito bem na resistência às 
tensões de compressão, e nos pilares auxilia o concreto. Um conjunto de barras de aço forma a 
armadura, que envolvida pelo concreto origina o Concreto Armado, um excelente material para 
ser aplicado na estrutura de uma obra. A Figura 32 mostra uma peça com o concreto sendo lançado 
e adensado, de modo a envolver e aderir à armadura. 
Figura 32 - Preenchimento de fôrma com concreto e adensamento interno com vibrador 
 
O Concreto Armado alia as qualidades do concreto (baixo custo, durabilidade, boa resistência à 
compressão, ao fogo e à água) com as do aço (ductilidade e excelente resistência à tração e à 
compressão), o que permite construir elementos com as mais variadas formas e volumes, com 
relativa rapidez e facilidade, para os mais variados tipos de obra. Outro aspecto positivo é que o 
aço, convenientemente envolvido e com um cobrimento6 adequado de concreto, fica protegido 
de corrosão, bem como quando submetido a elevadas temperaturas provocadas por incêndio (pelo 
menos durante um certo período de tempo). 
No Concreto Protendido utilizam-se aços de protensão de elevada resistência (1.500 – 2.100 MPa) 
e concretos de resistências superiores aos geralmente aplicados no Concreto Armado, que 
proporcionam seções transversais menores, mais leves, eliminação de fissuras, e vãos 
significativamente maiores, com flechas menores. 
9.1. Composição do Concreto 
O concreto é um material composto, constituído por cimento, água, agregado miúdo (areia) e 
agregado graúdo (brita ou pedra), sendo mais comum a brita 1, conforme a Figura 33 a seguir, e 
pode conter adições e aditivos químicos, com a finalidade de melhorar ou modificar suas 
propriedades básicas. São exemplos de adições a cinza volante, a pozolana natural, a sílica ativa, 
metacaulim, entre outras. O concreto também pode conter outros materiais, como pigmentos 
coloridos, fibras, agregados especiais, etc. No caso de aditivos, são largamente empregados os 
plastificantes e os superplastificantes, para reduzir a quantidade de água do concreto e possibilitar 
a trabalhabilidade necessária. 
A tecnologia do concreto busca a proporção ideal entre os diversos constituintes, procurando 
atender simultaneamente as propriedades requeridas (mecânicas, físicas e de durabilidade), e 
apresentar trabalhabilidade a fim de possibilitar o transporte, lançamento e adensamento do 
concreto para cada caso de aplicação. 
 
 
Figura 33 – Materiais básicos constituintes do concreto 
 
Como mostrado na Figura 34, pode-se indicar esquematicamente que a pasta é o cimento 
misturado com a água, a argamassa é a pasta misturada com a areia, e o concreto é a argamassa 
misturada com a brita. A pasta preenche os espaços vazios entre as partículas de agregados, e com 
as reações químicas de hidratação do cimento, a pasta endurece, formando, em conjunto com os 
agregados, um material sólido 
Figura 34 – Fases do concreto 
 
9.1.1. Cimento 
O cimento Portland foi criado na Inglaterra em 1824, e teve a produção industrial iniciada em 
1850. É constituído de um pó fino com propriedades aglomerantes, aglutinantes ou ligantes, que 
endurece sob ação da água, e que após endurecido não se decompõe mesmo que seja novamente 
submetido à ação da água. O clínquer é o seu principal elemento (Figura 35), um material obtido 
da mistura de rocha calcária britada e moída e argila, e eventuais corretivos químicos, submetida 
a calor intenso de 1.450ºC e posterior resfriamento, formando pelotas (o clínquer). A moagem do 
clínquer, adicionado de 3 a 5 % de sulfato de cálcio com o objetivo de regular o tempo de pega, 
origina o cimento Portland comum. 
Figura 35 – Clínquer para fabricação de cimento 
 
Quando outras matérias-primas (adições) são adicionadas ao clínquer no processo de moagem, 
são modificadas as propriedades e originados diferentes tipos de cimento, os cimentos Portland 
compostos. As principais adições são o gesso, o fíler calcário, a escória de alto-forno e os 
materiais pozolânicos e carbonáticos. 
Os tipos de cimento Portland que existem no Brasil diferem em função da composição, como o 
cimento comum, o composto, o de alto-forno, o pozolânico, o de alta resistência inicial, o 
resistente a sulfatos, o branco e o de baixo calor de hidratação. Dentre os diferentes tipos de 
cimento, listados na tabela constante na Figura 36, alguns são de uso mais comum, dependendo 
da região do Brasil, em função principalmente da disponibilidade. O cimento CPV-ARI tem 
destaque, especialmente na fabricação de estruturas pré-moldadas. 
Figura 36 – Tipos de cimento Portland normalizados no Brasil 
 
Os cinco tipos básicos de cimento Portland mostrados na Tabela 2.1 podem ser resistentes a 
sulfatos, designados pela sigla RS, como por exemplo o CP II-F-32RS. Oferecem resistência aos 
meios agressivos sulfatados, como aqueles de redes de esgoto residenciais ou industriais, água do 
mar, do solo, etc.[36] Outro aspecto também importante na definição do tipo de cimento refere-
se ao calor gerado na hidratação do cimento, onde para grandes volumes de concreto são indicados 
os cimentos de baixo calor de hidratação, com o sufixo BC, do tipo CP III e CP IV, como mostrado 
na tabela constante na Figura 37. 
Figura 37 – Características conferidas a concretos e argamassas em função do tipo de cimento 
 
No comércio o cimento é geralmente fornecido em sacos de 50 kg e por vezes também em sacos 
de 25 kg. O cimento do tipo ARI (alta resistência inicial) pode ser encontrado em sacos de 40 e 
50 kg, dependendo do fabricante. Centrais fabricantes de concreto adquirem o cimento a granel 
diretamente dos fabricantes e em grandes quantidades. 
9.1.2. Agregados 
Os agregados podem ser definidos como os materiais granulosos e inertes constituintes das 
argamassas e concretos. São muito importantes no concreto porque constituem cerca de 70 a 80 
% da sua composição, e porque influenciam várias de suas propriedades. 
O concreto tem evoluído na direção de um maior teor de argamassa, com a diminuição da 
quantidade de agregado graúdo, de forma a produzir traços mais trabalháveis e melhor 
bombeáveis. O uso cada vez mais intenso de concreto autoadensável tem colocado os agregados, 
especialmente os finos, em evidência. Os agregados são classificados quanto à origem em 
naturais, britados, artificiais e reciclados: 
• naturais: aqueles encontrados na natureza, como pedregulho, também chamado cascalho 
ou seixo rolado, areia de rio e de cava, etc. 
• britados: aqueles que passaram por britagem, como pedra britada, pedrisco, pedregulho 
britado, areia britada, etc. 
• artificiais: aqueles resultantes de algum processo industrial, como argila expandida, 
vermiculita, etc. 
Quanto à dimensão dos grãos, os agregados miúdos e graúdos são classificados do seguinte modo: 
• agregado miúdo: aquele cujos grãos passam pela peneira com abertura de malha de 4,75 
mm e ficam retidos na peneira com abertura de malha de 0,075 mm. 
• agregado graúdo: aquele cujos grãos passam pela peneira com abertura de malha de 152 
mm e ficam retidos na peneira com abertura de malha de 4,75 mm. 
Um aspecto muito importante a ser considerado na escolha dos agregados refere-se à questão da 
reação álcali-agregado, que afeta o comportamento e a durabilidade do concreto. Análises prévias 
devem ser feitas a fim de evitar esse problema, que se ocorrer pode trazer sérias consequências 
para a durabilidade da estrutura. 
9.1.3. Água 
A água é necessária no concreto para possibilitar as reações químicas de hidratação do cimento, 
reações essas que garantem as propriedades de resistência e durabilidade do concreto. A água é 
vital no concreto porque, juntamente com o cimento, produz a matriz resistente que aglutina os 
agregados e confere ao concreto a durabilidade e a vida útil prevista no projeto das estruturas. 
Além disso, a água promove adiminuição do atrito por meio de película envolvente aos grãos, 
promovendo aglutinação do agregado pela pasta de cimento, fornecendo a coesão e consistência 
necessárias para que o concreto no estado plástico possa ser produzido, transportado e colocado 
nas fôrmas sem perda da sua homogeneidade. 
A água de abastecimento público é considerada adequada para uso em concreto. Água salobra 
somente pode ser usada para concreto não armado, dependendo de ensaio, mas não é adequada 
para Concreto Armado ou Protendido. Demais tipos de água, como de fontes subterrâneas, natural 
de superfície, pluvial, residual industrial, de esgoto, de esgoto tratado, de reuso de estação de 
tratamento de esgoto, etc., devem ser verificadas conforme a NBR 15.900. 
No caso da cura do concreto, são importantes a quantidade de água, o tempo de cura e a qualidade 
da água. Águas com algumas características devem ser evitadas, como águas pura, mole e 
destiladas. A cura do concreto com água é a forma mais efetiva de prevenir o aparecimento de 
fissuras durante o período inicial de endurecimento do concreto, e de possibilitar o 
desenvolvimento adequado das reações químicas de hidratação do cimento. A manutenção da 
superfície de concreto saturada de água previne a evaporação da água contida no concreto para o 
meio ambiente, o que impede ou dificulta o aparecimento de fissuras por retração plástica e 
retarda a retração hidráulica, proporcionando à microestrutura da pasta de cimento tempo 
suficiente para resistir às tensões de tração resultantes da retração hidráulica. 
9.2. Formas 
A execução das estruturas de concreto armado exige a utilização de fôrmas, já que o concreto é 
lançado no estado fluido. De acordo com a finalidade a que se destinam ou de acordo com o 
elemento estrutural que deve ser executado, pode-se relacionar vários tipos de fôrmas, a saber: 
pilares, vigas, lajes, fundações, reservatórios, etc. 
Utilizada desde a antiguidade como apoio na execução de alvenarias, a madeira ainda domina o 
mercado de fôrmas para concreto, no Brasil e no exterior. Os compensados resinados e 
plastificados são os que melhor cumprem o papel de molde e têm, por isso, a preferência dos 
construtores. 
De acordo com a norma brasileira NBR 6118 (“Projeto e execução de obras de concreto armado”), 
as fôrmas devem ser dimensionadas e construídas obedecendo as prescrições das normas NBR 
7190 e NB14 para estruturas de madeira e estruturas metálicas, respectivamente. Tais normas 
discriminam as cargas a serem consideradas, envolvendo esforços horizontais e verticais. No caso 
de fôrmas de grande altura, como pilares, colunas e paredes, a pressão exercida pelo concreto nas 
laterais das formas é importante; em vigas, é também importante o peso próprio atuando sobre o 
fundo das formas. Nas lajes, considera-se apenas o peso próprio. 
Um projeto completo deve conter a representação gráfica do dimensionamento das fôrmas com 
as medidas, quantidades, distribuição dos componentes e todas as informações necessárias à 
execução das fôrmas, sem a necessidade de consulta prévia ou possibilidade de problemas de 
interpretação. O projeto deve ser acompanhado da definição do tipo de material, das 
recomendações de manuseio dos componentes, da sequência de montagem e desmontagem, do 
posicionamento das escoras remanescentes e da forma de verificação dos elementos ao longo do 
processo construtivo. 
9.2.1. Desforma 
A retirada das fôrmas e escoramento só pode ser efetuada quando o concreto apresentar resistência 
mecânica suficiente para manter o seu peso próprio e as cargas a que estará submetido. A norma 
NBR 6118 define os seguintes prazos mínimos para a remoção das fôrmas e escoramento: 
 Faces laterais de vigas e pilares: 3 dias; 
 Faces inferiores de vigas e lajes, deixando-se escoras bem encunhadas e 
convenientemente espaçadas: 14 dias; 
 Faces inferiores sem escoras (desforma total): 21 dias. 
Os prazos recomendados poderão sofrer alterações caso se trate de concreto com cimento de alta 
resistência inicial ou com aditivo acelerador de endurecimento. Pode-se, assim, recomendar os 
prazos de 1, 5 e 10 dias para os itens acima, respectivamente. No caso de vigas e arcos com vão 
maior de 10 metros, o prazo mínimo para desforma, nesse caso, seria de 21 dias. 
9.2.2. Desmoldantes 
A utilização de desmoldantes (produtos antiaderentes) nas fôrmas visa facilitar a operação de 
desforma, permitindo que os elementos de madeira não sofram esforços em demasia devido à 
aderência com o concreto e este, por sua vez, apresente superfície menos rugosa. O uso de 
desmoldantes de boa qualidade também aumenta a vida útil das fôrmas. 
Entretanto, muitas vezes não são utilizados para não prejudicar o chapisco das paredes, pois 
podem permanecer resíduos na superfície de concreto que afetam negativamente as condições de 
aderência. A alternativa, nesse caso, é recorrer aos desmoldantes vegetais, não oleosos. 
O mercado oferece produtos específicos para moldes de madeira, metálico ou concreto. 
Entretanto, muitos usuários usam óleo queimado ou mesmo graxa. 
A aplicação de desmoldantes deve ser feita antes da colocação da armadura, sempre se observando 
as recomendações do fabricante quanto à quantidade a ser aplicada, vida útil após sua aplicação 
e durabilidade à chuva ou molhagem. Deve-se ter cuidado durante a aplicação para que a película 
formada seja contínua e o produto não entre em contato com as armaduras. 
9.3. Armaduras 
Os vergalhões de aço utilizados em estruturas de Concreto Armado no Brasil são estabelecidos 
pela NBR 7480. São classificados como barras ou fios. As barras são os vergalhões de diâmetro 
nominal 5 mm ou superior, obtidos exclusivamente por laminação a quente. Os fios são os aços 
de diâmetro nominal 10 mm ou inferior, obtidos por trefilação ou processo equivalente, como 
estiramento e laminação a frio. 
O aço é um material metálico produzido em usinas siderúrgicas, constituído de ferro com adição 
de até 2 % de carbono. A adição de outros materiais, como manganês, níquel, enxofre, silício, 
etc., proporciona a obtenção de características específicas diferentes em função do tipo de 
aplicação. Os aços para Concreto Armado são fabricados com teores de carbono entre 0,4 e 0,6%. 
Conforme o valor característico da resistência de início de escoamento (fyk), as barras são 
classificadas nas categorias CA-25 e CA-50 e os fios na categoria CA-60. As letras CA indicam 
Concreto Armado e o número na sequência indica o valor de fyk , em kgf/mm2 ou kN/cm2. Os aços 
CA-25 e CA-50 são, portanto, fabricados por laminação a quente, e o CA-60 por trefilação a frio. 
A conformação final dos vergalhões CA-25 e CA-50 é feita com a laminação de tarugos de aço 
aquecidos, consistindo um processo de deformação mecânica, que reduz a seção do tarugo na 
passagem por cilindros paralelos em rotação, em gaiolas de laminação. Os tarugos são fabricados 
na usina siderúrgica, a partir de sucatas e ferro-gusa. A obtenção dos vergalhões CA-60 ocorre a 
partir do fio-máquina (fio de aço), por trefilação a frio, processo de conformação mecânica que 
reduz o fio-máquina na passagem por orifícios calibrados. Por indicação da NBR 6118 os 
seguintes valores podem ser considerados para os aços: 
a) Massa específica: 7.850 kg/m3; 
b) Coeficiente de dilatação térmica: 10-5/ºC para intervalos de temperatura entre 20ºC e 150 ºC; 
c) Módulo de elasticidade Es : 210 GPa (210.000 MPa), na falta de ensaios ou valores fornecidos 
pelo fabricante. 
Os aços CA-25 e CA-50 podem ser considerados como de alta ductilidade e os aços CA-60 podem 
ser considerados de ductilidade normal (NBR 6118, item 8.3.7). 
9.3.1. Tipos de Superfície 
A superfície dos vergalhões pode conter nervuras (saliências ou mossas), entalhes, ou ser lisa. A 
capacidade de aderência entre o concreto e o aço depende da rugosidade da superfície do aço, 
sendo medida pelo coeficiente de aderência (η1), como indicado na tabela da Figura 38. 
Figura 38 – Valor do coeficientede aderência η1 (NBR 6118, Tabela 8.3) 
 
9.3.2. Características Geométricas 
As barras são geralmente fornecidas no comércio em segmentos retos com comprimento de 12 
m, com tolerância de até 9 %. Permite-se a existência de até 2 % de barras curtas, porém de 
comprimento não inferior a 6 m. Também são fornecidas em rolos, quando utilizadas em grandes 
quantidades, embora não para todos os diâmetros. 
Todas as barras nervuradas devem apresentar marcas de laminação em relevo, identificando o 
produtor, a categoria do aço e o diâmetro nominal. A identificação de fios e barras lisas deve ser 
feita por etiqueta ou marcas em relevo. 
Os diâmetros (Φ em mm) padronizados pela NBR 7480 são os indicados na tabela da Figura 39, 
que mostra a massa, a área e o perímetro nominal. Embora todos os vergalhões produzidos no 
Brasil por diferentes empresas siderúrgicas atendam às exigências da NBR 7480, podem existir 
algumas particularidades próprias nos produtos de cada empresa, como forma de fornecimento, 
tipo de superfície, soldabilidade, diâmetros existentes, etc., por isso os catálogos dos fabricantes 
devem ser consultados 
Figura 39 – Características geométricas nominais dos fios e barras (NBR 7480) 
 
10. Alvenaria 
10.1. Alvenaria de Vedação 
Alvenarias de vedação são aquelas destinadas a compartimentar espaços, preenchendo os vãos de 
estruturas de concreto armado, aço ou outras estruturas (Figura 40). Assim sendo, devem suportar 
tão somente o peso próprio e cargas de utilização, como armários, rede de dormir e outros. Devem 
apresentar adequada resistência às cargas laterais estáticas e dinâmicas, advindas, por exemplo, 
da atuação do vento, impactos acidentais e outras. 
Figura 40 – Alvenaria de vedação em blocos cerâmicos 
 
Portanto, a alvenaria de vedação é um sistema de construção em que os blocos têm a função de 
fechar uma estrutura e fazer a divisão entre os cômodos. Na alvenaria de vedação, as paredes 
suportam apenas o próprio peso e as cargas das janelas e portas instaladas. Dessa forma, as vigas 
e lajes ficam responsáveis por suportar as solicitações verticais e horizontais, direcionando-as 
para a fundação. 
Outra questão muito importante está relacionada ao isolamento térmico e acústico. Mas o uso de 
técnicas e materiais inapropriados coloca em risco a performance da alvenaria de vedação. Hoje 
em dia, a NBR 15.575 (Edificações Habitacionais — Desempenho) determina os parâmetros 
mínimos para realização de obras com alvenaria de vedação. Assim, os materiais utilizados nessas 
situações devem atender aos requisitos estipulados. 
Assim como nas outras práticas de construções, existem certos cuidados que não podem ser 
esquecidos. As vedações demandam algum grau de flexibilidade para acompanhar as 
deformações das lajes e vigas. Quando isso não acontece, elas se opõem ao movimento e 
funcionam como elementos de contraventamento. É aí que aparecem as trincas e as fissuras, os 
problemas mais comuns nesse caso. 
É por esse motivo que a argamassa de assentamento tem papel fundamental. Ela é utilizada para 
conferir resiliência e articular toda a estrutura formada pelos blocos. Assim, atinge-se a 
deformabilidade necessária, sem que o comportamento da edificação seja modificado. 
Com o decorrer dos anos, a alvenaria de vedação passou por algumas transformações. A alvenaria 
estrutural, por exemplo, é hoje uma opção construtiva que depende de um projeto bem detalhado 
e planejado. Trata-se de uma metodologia racionalizada, que absorve todo o carregamento da 
estrutura e ainda tem a função de dividir os ambientes, conforme o item 10.2. a seguir. 
10.2. Alvenaria Estrutural 
A alvenaria estrutural é um processo construtivo em que a estrutura e a vedação do edifício são 
executadas simultaneamente. O sistema dispensa o uso de pilares e vigas, ficando a cargo dos 
blocos estruturais a função portante da estrutura. Neste sistema, a parede não tem apenas a função 
de vedação (dividir ambientes); ela desempenha também o papel de estrutura da edificação. Esta 
solução permite construir desde simples muros, residências e edifícios de diversas alturas até 
hipermercados e indústrias. A lógica, portanto, é que a parede, um plano contínuo, distribua as 
cargas igualmente para a fundação, e que a fundação as transmita para o solo, conforme a Figura 
41 a seguir. 
Figura 41 – Alvenaria estrutural em blocos de concreto 
 
Trata-se, portanto, do empilhamento de peças, blocos, tijolos ou pedras, os quais podem ou não 
estar ligados e amarrados por algum tipo de argamassa ou aço, que têm características específicas 
que garantem seu funcionamento autoportante. 
Um bloco, somado a outros linearmente forma uma fiada. Uma fiada sobreposta à outra forma 
uma parede. Essa fiada, quando recebe aço e concreto dentro dela, verticalmente, forma o graute, 
e horizontalmente, forma uma cinta, ou uma verga ou contra-verga, que são as fiadas que 
sustentam os vãos, amarram e solidarizam a estrutura como um todo. 
 
 
 
 
 
 
 
Bibliografia 
 
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engenharia e arquitetura. (NBR 5679). Brasil, 1977. 
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Profa Denise M S Gerscovich. Estruturas de Contenção Muros de Arrimo. Faculdade de 
Engenharia Departamento de Estruturas e Fundações. 
	1. Introdução
	1.1. Origem da Construção Civil
	1.2. Percepção Atual da Construção Civil
	1.3. O papel socioeconômico da Construção Civil
	1.4. Impacto Ambiental sobre o Meio Ambiente
	1.5. Base da Construção Civil
	2. Projeto
	2.1. Conceito
	2.2. Importância
	2.3. Principais tipos de Projeto
	2.3.1. Anteprojeto
	2.3.2. Projeto Básico
	2.3.3. Projeto Executivo
	2.3.4. Como construído – Levantamento – As Built
	2.4. Elaboração
	2.4.1 Estudos Preliminares
	2.4.1.1. Limpeza do Terreno
	2.4.1.2. Levantamento Topográfico
	2.4.1.3. Ensaio de solo
	3. Planejamento e Controle de Obra
	3.1. Dimensões do Planejamento
	3.2. Controle Financeiro
	3.3. Orçamento
	4. Preparação e Limpeza do terreno
	5. Canteiro de Obras
	6. Escavação e Escoramento
	7. Locação da Obra
	8. Fundações
	8.1.1. Fundação direta superficial
	8.1.2.Fundação direta profunda
	9. Estrutura de Concreto Armado
	10. Alvenaria
	Bibliografia

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