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15/09/2023, 20:52 Procedimentos processuais penais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03190/index.html# 1/45 Procedimentos processuais penais Edison Burlamaqui Descrição Análise dos procedimentos processuais penais, com especial atenção para o procedimento ordinário e sumário; o procedimento especial do Tribunal do Júri; e o procedimento sumaríssimo. Propósito Os procedimentos processuais penais estabelecem as regras de como o processo penal se desenvolverá, sendo seu estudo de essencial importância para compreender como se chegará à decisão final. Objetivos Módulo 1 Procedimento ordinário e sumário Identificar os principais conceitos referentes aos diversos procedimentos processuais penais. 15/09/2023, 20:52 Procedimentos processuais penais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03190/index.html# 2/45 Módulo 2 Procedimento especial do tribunal do júri Analisar os princípios aplicáveis aos procedimentos processuais penais. Módulo 3 Procedimento sumaríssimo e procedimentos especiais Identificar as principais regras reguladoras dos procedimentos processuais penais. Como sabemos, o Direito Processual Penal é o instrumento pelo qual o Estado materializa o seu direito de punir, tendo, contudo, a função de garantia, ou seja, de proteger os indivíduos de eventuais abusos estatais. Já o procedimento é exatamente a forma pela qual o processo se manifesta, ou seja, o modo pelo qual os atos processuais se desenvolvem. Ante o exposto, iniciaremos nossa análise com o estudo do procedimento comum, que se divide em ordinário, sumário e sumaríssimo, este último sendo analisado apenas ao final. Após a análise das regras do procedimento comum, que têm aplicação subsidiária aos demais procedimentos, passaremos à análise do procedimento especial do tribunal do júri, aplicável às hipóteses de crimes praticados contra a vida. Por fim, passaremos a analisar as regras do procedimento especial dos juizados especiais (sumaríssimo) e de alguns procedimentos especiais previstos no Código de Processo Penal. Introdução 15/09/2023, 20:52 Procedimentos processuais penais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03190/index.html# 3/45 1 - Procedimento ordinário e sumário Ao �nal desse módulo, você será capaz identi�car os principais conceitos referentes aos diversos procedimentos processuais penais. Regras comuns e hipóteses de rejeição Regras comuns aos procedimentos Antes de analisar as regras específicas de cada procedimento, é preciso verificar que determinados dispositivos do Código de Processo Penal, por expressa determinação legal, se aplicam a todos os procedimentos. Conforme determina o artigo 394, § 4º do Código de Processo Penal, as disposições dos artigos 395 a 397 do CPP deverão ser aplicadas a todos os ritos de primeiro grau, mesmo os especiais. Hipóteses de rejeição da denúncia ou queixa O artigo 395 do Código de Processo Penal trata especificamente das hipóteses de rejeição da denúncia e da queixa. Este determina que a denúncia ou queixa será rejeitada quando for manifestamente inepta; faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; ou faltar justa causa para o exercício da ação penal. 15/09/2023, 20:52 Procedimentos processuais penais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03190/index.html# 4/45 Inicialmente, destaca-se que denúncia inepta é aquela que não apresenta os requisitos do artigo 41 do CPP, quais sejam: i) exposição do fato criminoso; ii) qualificação do acusado; iii) classificação do crime; e iv) rol das testemunhas. Os pressupostos processuais, por sua vez, dividem-se em subjetivos e objetivos. Os pressupostos subjetivos compreendem a capacidade de ser parte e a capacidade postulatória. Já os pressupostos objetivos classificam-se em intrínsecos, correspondendo aos requisitos do artigo 41 do CPP e à presença da procuração, e extrínsecos, que se referem à ausência de fatos impeditivos à constituição válida do processo, como a litispendência e a coisa julgada. Já as condições da ação penal dividem-se em gerais e especiais. As condições gerais são aquelas que devem estar presentes em qualquer ação penal. São elas a possibilidade jurídica do pedido; o interesse de agir (justa causa); e legitimidade ad causam, ativa e passiva. Já as condições especiais vinculam o exercício da ação penal ao atendimento de exigências legais expressamente previstas, como, por exemplo, a necessidade de representação da vítima no crime de ameaça. Por fim, a falta de justa causa se refere à existência de lastro probatório mínimo em que se deve basear a acusação, ou seja, indícios mínimos da materialidade e autoria delitiva que justifiquem a propositura da ação penal. Recebimento da denúncia e absolvição Recebimento da denúncia ou queixa e citação do acusado O artigo 396 do Código de Processo Penal dispõe que, nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou queixa, o 15/09/2023, 20:52 Procedimentos processuais penais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03190/index.html# 5/45 juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de dez dias. Quanto ao recebimento da denúncia ou da queixa ou sua rejeição é importante ressaltar que o Pacote Anticrime – introduzido pela Lei nº 13.964/2019 – trouxe inovações no âmbito do Código de Processo Penal. Inicialmente, ressalta-se que se instituiu a figura do juiz das garantias, que é o responsável pelo controle da legalidade da investigação criminal e pela salvaguarda dos direitos individuais. Assim, o artigo 3º-B, XV, inserido pela lei ao Código de Processo Penal, elenca que é o juiz das garantias agora o responsável pelo recebimento ou rejeição da denúncia ou da queixa. Antes da reforma, a decisão sobre o recebimento da denúncia ou queixa era de competência do juiz natural responsável pela instrução e julgamento do processo. Assim, com a atual redação, tal competência passa a ser do juiz das garantias, cuja atribuição também cessa com esse ato processual, já que todas as demais questões pendentes e posteriores ao processo, inclusive a citação do acusado, deverão ser determinadas pelo juízo da instrução, conforme dispõe o artigo 3º-C, inserido pela reforma. Atenção! Importante observar que o artigo 3º-C é expresso ao elencar que a instituição do juiz das garantias é aplicável para todas as infrações penais, com exceção as de menor potencial ofensivo. Dessa forma, tal alteração se aplica também aos crimes com rito especial. Destaca-se que, apesar da mudança significativa, atualmente todas as disposições no Código de Processo Penal que se referem ao juiz das garantias, elencadas nos artigos 3º-A a 3º-F, encontram-se suspensas por força de medida cautelar parcialmente concedida no âmbito das ADIs 6.298, 6.299, 6.300 e 6305, pelo Ministro Relator Luiz Fux. Desse modo, a competência para o recebimento da denúncia continua com o juiz responsável pela instrução e julgamento. Superada essa pequena digressão, continuemos com nossa análise. Dispõe o artigo 396, parágrafo único do CPP, que não localizado para citação pessoal, será o imputado citado por edital, caso em que o processo ficará suspenso e o prazo para a apresentação de resposta apenas começará a fluir a partir de seu comparecimento pessoal ou do defensor constituído. 15/09/2023, 20:52 Procedimentos processuais penais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03190/index.html# 6/45 Por fim, estabelece o artigo 396-A do CPP o conteúdo da defesa, indicando que, na resposta, o acusado poderá arguir preliminares e alegar tudo o que interesse à sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário. Absolvição sumária Oferecida a resposta pelo acusado, os autos deverão ser conclusos ao juiz, que verificaráa possibilidade de antecipar, mediante juízo de valor, o resultado final da demanda, com a finalidade de absolver sumariamente o acusado. Nesse momento, o juiz deve se valer do princípio do in dubio pro societate, ou seja, na dúvida, não deve absolver o réu e determinar a continuidade do processo. Dessa forma, o artigo 397 do Código de Processo Penal determina que o juiz deve absolver sumariamente o acusado quando verificar: a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato; a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade; que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou que extinta a punibilidade do agente. Procedimento comum ordinário Procedimento comum ordinário Neste vídeo, o especialista discorre sobre o que é o procedimento comum ordinário, bem como traz suas principais regras. 15/09/2023, 20:52 Procedimentos processuais penais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03190/index.html# 7/45 Conforme previsto no artigo 394, § 1º, I, do Código de Processo Penal, o procedimento comum ordinário deve ser aplicado quando envolver crime cuja sanção máxima cominada for igual ou superior a quatro anos de pena privativa de liberdade, podendo ser tanto de reclusão ou detenção. A primeira etapa do procedimento ordinário é o oferecimento da denúncia ou queixa-crime, sendo esta a inicial acusatória. Destaca-se que, em se tratando de acusado preso, a inicial deverá ser oferecida no prazo de cinco dias e, se estiver solto, em quinze dias, da data que o Ministério Público receber os autos do inquérito, devendo conter os requisitos do artigo 41 do CPP, se fundando em um lastro probatório mínimo quanto à autoria e à materialidade do fato. Conclusa a peça inicial ao juiz, este poderá rejeitá-la liminarmente, caso constate a ocorrência de qualquer das situações previstas no artigo 395 do CPP. Não sendo, pois, caso de rejeição liminar, procederá com o recebimento da inicial, nos termos do artigo 396 do CPP. Destaca-se que o recebimento da denúncia ou queixa constitui marco interruptivo da prescrição (artigo 117, I, do CP). Recebida a denúncia ou a queixa, o juiz determinará a citação pessoal do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de dez dias. Não sendo possível a citação pessoal, determinará o juiz a citação por edital, nos termos dos artigos 361 e 363, § 1º do CPP ou a citação por hora certa, nos termos do artigo 362 do CPP. Nesse contexto, a seguir vamos analisar mais algumas ações: Citado o acusado, este deverá apresentar sua resposta à acusação. Na resposta, poderá arguir preliminares e alegar tudo o que interessa à sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário. Destaca-se que, nessa fase, poderão ser arroladas até oito testemunhas, não se computando nesse número aquelas não sujeitas a compromisso. Entretanto, se, devidamente citado, o acusado não apresentar resposta no prazo legal, o juiz nomeará defensor para oferecê-la, concedendo-lhe vista dos autos por dez dias, conforme o artigo 396-A, § 2º do CPP. 15/09/2023, 20:52 Procedimentos processuais penais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03190/index.html# 8/45 Com a resposta do acusado, o magistrado deve verificar a possibilidade de proceder ao julgamento antecipado da demanda penal, absolvendo sumariamente o réu, desde que reconheça a ocorrência de qualquer das situações contempladas no artigo 397 do CPP. Não sendo o caso de absolvição sumária, estabelece o artigo 399 do CPP que o juiz designará dia e hora para a audiência, ordenando a intimação do acusado, de seu defensor, do Ministério Público e, se for o caso, do querelante e do assistente. Destaca-se que, conforme o artigo 201, § 2º, do CPP, será necessário, também, notificar quanto ao ato o ofendido, ainda que não esteja ocupando a posição de querelante ou de assistente do Ministério Público. Caso todas as pessoas notificadas estejam presentes ao ato, deverá o juiz, no curso da instrução, proceder-lhes a oitiva na seguinte ordem: declarações do ofendido; inquirição das testemunhas de acusação e, após, das arroladas pela defesa; esclarecimentos dos peritos; acareações; reconhecimento de pessoas e coisas; e interrogatório do acusado. Depois de produzidas as provas orais em audiência, sendo encerrada a instrução, facultará o juiz ao Ministério Público, ao querelante e ao assistente, e, a seguir, ao acusado, requererem as diligências cuja necessidade se origine de circunstâncias ou fatos apurados na instrução, as quais poderão ser indeferidas pelo juiz se as considerar irrelevantes, impertinentes ou protelatórias. 15/09/2023, 20:52 Procedimentos processuais penais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03190/index.html# 9/45 Após a instrução probatória, passa-se às alegações finais. Realizadas as alegações finais em audiência, de forma oral, poderá o juiz, na própria solenidade judicial, proferir a sentença, nos termos do artigo 403 do CPP. Se entender o magistrado por substituir as alegações orais por memoriais escritos em face da complexidade do caso, do número de acusados ou da necessidade de serem realizadas diligências, faculta-se ao juiz o prazo de dez dias, após lhe serem conclusos os autos, para prolatar a sentença. Destaca-se, por fim, que estabelece o artigo 405 do CPP que, do ocorrido em audiência, será lavrado termo assinado pelo juiz e pelas partes, contendo breve resumo dos fatos relevantes ocorridos no curso da solenidade. Procedimento comum sumário Segundo dispõe o artigo 394, § 1º, II, do Código de Processo Penal, o procedimento comum sumário deverá ser aplicado quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja inferior a quatro anos de pena privativa de liberdade. Logicamente, é necessário excluir da abrangência desse rito as infrações de menor potencial ofensivo. A etapa inicial do procedimento é o oferecimento de denúncia ou queixa-crime que devem observar os requisitos do artigo 41 do CPP. Destaca-se que, enquanto no procedimento comum ordinário poderão ser arroladas até oito testemunhas, no rito comum sumário o número máximo é de cinco, nos termos do artigo 532 do CPP, não computadas as que não forem sujeitas a compromisso. Assim como ocorre no processo ordinário, há a possibilidade de rejeição liminar da inicial pelo juiz. Não sendo o caso de rejeição, procederá o juiz ao recebimento da denúncia ou queixa, determinando, na sequência, a citação do acusado para apresentar resposta em dez dias, momento em que poderá arguir preliminares e alegar tudo o que interesse à sua defesa. Apresentada a resposta, serão os autos conclusos ao juiz, que poderá, em julgamento antecipado, absolver sumariamente o acusado. 15/09/2023, 20:52 Procedimentos processuais penais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03190/index.html# 10/45 Vencidas essas etapas e não tendo ocorrido a absolvição sumária, segue-se a audiência para colheita de prova oral, que deverá ser realizada no máximo em trinta dias. Nessa oportunidade, procederá o juiz à tomada de declarações do ofendido, se possível, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nessa ordem, bem como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas, interrogando-se, em seguida, o acusado e procedendo-se, finalmente, ao debate oral pelas partes. Produzida em audiência a prova oral, concederá o juiz, em seguida, a palavra para alegações finais orais. Nesse momento, acusação e defesa terão vinte minutos, prorrogáveis por mais dez, para sustentação. Havendo mais de um acusado, o prazo para a defesa de cada um será individual. Caso exista assistente de acusação habilitado, este poderá se manifestar em dez minutos após o Ministério Público, caso em que o tempo a este concedido será acrescido ao tempo da defesa,proferindo o juiz ao final a sentença. Atenção! No rito comum sumário, inexiste a previsão de oportunidade para que as partes requeiram diligências complementares ao juiz, ao contrário do que ocorre no rito comum ordinário. Isso, porém, não significa que haja uma proibição nesse sentido, até porque, sem dúvida, haverá casos em que será necessária, antes da sentença, a realização de diligências consideradas imprescindíveis à elucidação dos fatos. Do mesmo modo, também não há previsão de que possam os debates ser substituídos por memoriais escritos, impondo-se, pelo regramento legal, que, em seguida às alegações orais, o juiz profira sentença em audiência. Entretanto, a doutrina e a jurisprudência entendem que a 15/09/2023, 20:52 Procedimentos processuais penais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03190/index.html# 11/45 regra pode ser flexibilizada em determinadas situações, como, por exemplo, o número elevado de acusados. Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 (IAPEN-AP – Agente Penitenciário – FCC – 2018) A denúncia ou queixa será rejeitada quando Parabéns! A alternativa A está correta. Segundo o art. 395, III, do CPP, a denúncia ou queixa será rejeitada quando faltar justa causa para o exercício da ação penal. Questão 2 Nos termos do Código de Processo Penal, o juiz poderá absolver sumariamente o acusado quando se verifica A faltar justa causa para o exercício da ação. B o fato narrado evidentemente não constituir crime. C estiver extinta a punibilidade do agente. D for manifestamente apta. E existir manifesta causa excludente da ilicitude do fato. 15/09/2023, 20:52 Procedimentos processuais penais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03190/index.html# 12/45 Parabéns! A alternativa A está correta. Segundo o artigo 397 do Código de Processo Penal, o juiz possui a salvadura de absolver o acusado quando o fato narrado evidentemente não constitui crime e também quando verificar: a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato; a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade; ou que extinta a punibilidade do agente. 2 - Procedimento especial do tribunal do júri A que o fato narrado evidentemente não constitui crime. B a legalidade do fato. C a inexistência de causa excludente da culpabilidade do agente. D que o fato narrado evidentemente constitui crime. E a punibilidade do agente. 15/09/2023, 20:52 Procedimentos processuais penais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03190/index.html# 13/45 Ao �nal desse módulo, você será capaz de analisar os princípios aplicáveis aos procedimentos processuais penais. Procedimento do Tribunal do Júri e primeira fase Disposições gerais O Tribunal do Júri é um órgão especial do Poder Judiciário de primeira instância competente para o processo e julgamento dos crimes dolosos contra a vida. O procedimento do Júri é bifásico, pois se estrutura em duas fases distintas: a primeira, denominada iudicium accusationis ou sumário da culpa, que tem início com o oferecimento da denúncia, e a segunda, denominada iudicium causae, que tem início com a preparação do processo para julgamento em plenário. O Tribunal do Júri Neste vídeo, o especialista destaca as principais características do procedimento do Tribunal do Júri. Sumário da culpa (iudicium accusationis) O procedimento da primeira fase do Júri é bastante semelhante ao procedimento comum ordinário visto anteriormente, devendo esse ser seguido durante o sumário da culpa. Entretanto, existem determinadas diferenças, sendo destacadas a seguir algumas das mais relevantes. 15/09/2023, 20:52 Procedimentos processuais penais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03190/index.html# 14/45 Inicialmente, ao contrário do procedimento comum ordinário, que não prevê expressamente a oitiva da parte acusadora após a apresentação da resposta à acusação pela defesa, consta do artigo 409 do CPP que, apresentada a resposta à acusação, o juiz ouvirá o Ministério Público ou o querelante sobre preliminares e documentos, em cinco dias. Ademais, no âmbito do procedimento comum ordinário, imediatamente após a apresentação da resposta à acusação e antes da audiência de instrução e julgamento, é possível que o acusado seja absolvido sumariamente, caso presente uma das hipóteses elencadas no artigo 397 do CPP. Já no procedimento do júri, a absolvição sumária também é possível, porém só poderá ocorrer após a audiência de instrução. Nesse sentido, o artigo 411, § 9º, do CPP estabelece que, encerrados os debates na audiência de instrução, o juiz proferirá a sua decisão, ou o fará em dez dias, sendo a absolvição sumária uma das quatro possíveis decisões que podem ser então proferidas, além da pronúncia, desclassificação e impronúncia. Adicionalmente, no procedimento comum ordinário, há previsão expressa de requerimento de diligências cuja necessidade se origine de circunstâncias ou fatos apurados na instrução. Entretanto, na primeira fase do procedimento do Júri, não há semelhante previsão, sendo possível, contudo, que o magistrado determine a realização de diligências fazendo uso do disposto no artigo 156, inciso II, do CPP, que versa sobre o princípio da busca da verdade no processo penal. 15/09/2023, 20:52 Procedimentos processuais penais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03190/index.html# 15/45 Outra diferença se refere ao prazo para designação da audiência de instrução e julgamento. No âmbito do procedimento comum, há disposição no sentido de que a audiência deve ser realizada no prazo máximo de 60 dias (artigo 400 do CPP), e, no procedimento comum sumário, tal audiência deve ser realizada no prazo máximo de 30 dias (artigo 531 do CPP). Ocorre que, em relação à primeira fase do procedimento do júri, o artigo 410 do CPP determina que, ouvida a acusação sobre preliminares e documentos apresentados na resposta à acusação, deve o juiz determinar a inquirição das testemunhas e a realização das diligências requeridas pelas partes, no prazo máximo de dez dias. Por fim, ao final da primeira fase do Tribunal do Júri, como visto acima, o juiz poderá proferir quatro espécies de decisões, sendo essa a principal peculiaridade da primeira fase de tal procedimento. Passemos agora a analisá-las individualmente. Sumário da culpa: impronúncia e desclassi�cação do delito Impronúncia Conforme determina o artigo 414 do CPP, o acusado deve ser fundamentadamente impronunciado pelo juiz quando este não se convencer da materialidade do fato ou da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação. Quanto à natureza jurídica, a impronúncia é uma decisão interlocutória mista terminativa, porque não aprecia o mérito para determinar se o acusado é culpado ou inocente, mas põe fim a uma fase procedimental, acarretando a extinção do processo antes do final do procedimento. Como não há análise do mérito, a decisão de impronúncia só produz coisa julgada formal. Isso significa dizer que, enquanto não ocorrer a extinção da punibilidade, poderá ser formulada nova denúncia ou queixa se houver prova nova (artigo 414, parágrafo único do CPP). Ante o exposto, a decisão de impronúncia é tomada com base na cláusula rebus sic stantibus, ou seja, mantidos os pressupostos fáticos que a ela serviram de amparo, essa decisão deve ser mantida; modificando-se o panorama probatório, é possível o oferecimento de 15/09/2023, 20:52 Procedimentos processuais penais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03190/index.html# 16/45 nova denúncia ou queixa, desde que ainda não tenha ocorrido a extinção da punibilidade. Atenção! Caso surjam provas novas, haverá necessidade de nova peça acusatória, instaurando-se outro processo criminal contra o acusado, processo esse que deve tramitar perante o mesmo juiz, que estará prevento para a demanda. Destaca-se que, havendocrime conexo, se o juiz decidir pela impronúncia do acusado em relação ao crime doloso contra a vida, deve se abster de fazer qualquer análise no tocante à infração conexa, devendo os autos ser encaminhados ao juízo competente, que terá competência para apreciar o crime conexo, caso não seja ele próprio o competente. Por fim, quanto ao recurso cabível, segundo a nova redação do artigo 416 do CPP, caberá apelação, sendo legitimados a interpor tal recurso o querelante, o Ministério Público e o assistente de acusação. Desclassi�cação do delito De acordo com o artigo 419 do CPP, quando o juiz se convencer, em discordância com a acusação, da existência de crime diverso dos referidos no § 1º do artigo 74 do CPP (homicídio, induzimento, instigação ou auxílio a suicídio, infanticídio e aborto), e não for competente para seu julgamento, remeterá os autos ao juiz que o seja. Se o juiz concluir que o fato narrado na peça acusatória não diz respeito a crime doloso contra a vida, deverá proceder à desclassi�cação da imputação. Na decisão de desclassificação, a fim de se evitar indevida antecipação do juízo de mérito, deve o juiz, em regra, se abster de fixar a nova capitulação legal, bastando que aponte a inexistência de crime doloso contra a vida, sendo tal competência do juiz que julgará o processo. O recurso cabível contra a decisão de desclassificação é o recurso em sentido estrito, já que a desclassificação conclui pela incompetência do juízo (artigo 581, II do CPP), podendo ser interposto pelo MP, pelo querelante, pelo acusado e por seu defensor. 15/09/2023, 20:52 Procedimentos processuais penais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03190/index.html# 17/45 Sumário da culpa: absolvição sumária e pronúncia Absolvição sumária Diferentemente do procedimento comum, em que a absolvição sumária é oportunizada após a resposta à acusação e antes da instrução processual, no Júri, ela só pode ocorrer após a instrução. De acordo com o artigo 415 do CPP, a absolvição sumária será cabível na primeira fase do Júri, quando provada a inexistência do fato, quando provada a negativa de autoria ou de participação, quando o juiz entender que o fato não constitui infração penal ou quando demonstrada causa de isenção de pena ou de exclusão do crime. Ressalta-se que, nos termos do artigo 415, parágrafo único, do CPP, se a inimputabilidade não for a única tese defensiva, não é possível a absolvição sumária, pois, do contrário, ao inimputável seria imposta uma medida de segurança (artigo 386, parágrafo único, III, do CPP c/c. artigo 97 do CP), que também possui natureza de sanção penal. Assim, havendo outra tese defensiva, não deve o magistrado absolver sumariamente o réu. Nesse caso, o acusado deve ser pronunciado e remetido a julgamento perante o Tribunal do Júri, cabendo aos jurados decidir sobre essa e as demais teses defensivas. Afinal, se acolhida outra tese defensiva pelo Conselho de Sentença (ex.: legítima defesa), ao acusado não será imposta nenhuma medida de segurança, sendo essa uma situação mais favorável ao mesmo. Ressalta-se que, nessa fase, vigora o princípio in dubio pro societate. Assim, a absolvição sumária deve ser reservada apenas para as situações em que não houver qualquer dúvida por parte do magistrado. No caso de dúvida, o juiz não deve absolver o réu, determinando o prosseguimento normal do processo. 15/09/2023, 20:52 Procedimentos processuais penais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03190/index.html# 18/45 Destaca-se que a sentença de absolvição sumária é uma decisão de mérito, que, além de encerrar a primeira fase do procedimento bifásico do júri, também põe fim ao processo. Assim, ao contrário da impronúncia, que só faz coisa julgada formal, a sentença definitiva de absolvição sumária faz coisa julgada formal e material, porquanto o magistrado ingressa na análise do mérito. Dessa forma, ainda que surjam provas novas após o trânsito em julgado da decisão de absolvição sumária, o acusado não poderá ser novamente processado pela mesma imputação. Por fim, importante indicar que, de acordo com o artigo 416 do CPP, contra a sentença de absolvição sumária caberá apelação, sendo legitimados o querelante e Ministério Público. Pronúncia A pronúncia encerra um juízo de admissibilidade da acusação de crime doloso contra a vida, permitindo o julgamento pelo Tribunal do Júri apenas quando houver alguma viabilidade de haver a condenação do acusado. O artigo 413 do CPP dispõe que, estando convencido da materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, deve o juiz pronunciar o acusado fundamentadamente. Em relação à materialidade do crime, deve o juiz estar convencido, havendo necessidade de um juízo de certeza. Já em relação à autoria ou participação, há necessidade apenas de indícios suficientes, ou seja, não se exige que o juiz tenha certeza, bastando que conste dos autos elementos informativos ou de prova que permitam afirmar, no momento da decisão, a existência de probabilidade de autoria ou participação. Por fim, importante indicar que, de acordo com o artigo 416 do CPP, contra a sentença de absolvição sumária caberá apelação, sendo legitimados o querelante e Ministério Público. Comentário A pronúncia é tratada pela doutrina como uma decisão interlocutória mista não terminativa porque não julga o mérito, ou seja, não condena nem absolve o acusado, mas põe fim a uma fase procedimental sem encerrar o processo. Como a pronúncia encerra mero juízo de admissibilidade, cuja finalidade é submeter o acusado a julgamento perante o Tribunal do Júri, tem natureza processual, não produzindo coisa julgada, e sim preclusão pro 15/09/2023, 20:52 Procedimentos processuais penais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03190/index.html# 19/45 judicato, podendo o Conselho de Sentença decidir contrariamente àquilo que restou assentado na pronúncia. Prevalece na doutrina que o princípio aplicável à decisão de pronúncia é o in dubio pro societate, ou seja, na dúvida quanto à existência do crime ou em relação à autoria ou participação, deve o juiz pronunciar o acusado. Ressalta-se que, na fundamentação da decisão de pronúncia, deve o magistrado se limitar a apontar a prova da existência do crime e os indícios suficientes de autoria ou participação, valendo-se de termos sóbrios e comedidos, para que não haja indevida influência no animus judicandi dos jurados, que podem ser facilmente influenciados por uma pronúncia dotada de excessos. O que mais devemos considerar sobre pronúncia? Quando o juiz excede na linguagem, proferindo a pronúncia sem moderação, caracteriza-se o que se denomina de eloquência acusatória, causa de nulidade absoluta da referida decisão, que, uma vez declarada, acarreta o desentranhamento da pronúncia dos autos do processo e consequente necessidade de prolação de nova decisão. De acordo com o artigo 413, § 1º, do CPP, a fundamentação da pronúncia limitar-se-á à indicação da materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, devendo o juiz declarar o dispositivo legal em que julgar incurso o acusado e especificar as circunstâncias qualificadoras e as causas de aumento de pena. Importante destacar que, ao pronunciar o acusado, deve o magistrado se ater à imputação pertinente ao crime doloso contra a vida, abstendo- se de fazer qualquer análise em relação à infração conexa, que será automaticamente remetida à análise do Júri, haja ou não prova da materialidade, presentes (ou não) indícios suficientes de autoria ou de participação. Por fim, contra a decisão de pronúncia cabe recurso em sentido estrito, nos termos do artigo 581, IV do CPP. Segunda fase do procedimento do Tribunal do Júri 15/09/2023, 20:52 Procedimentos processuais penais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03190/index.html# 20/45 Segunda fase: Iudicium causae A segunda fase inicia-secom a preparação do processo para julgamento em plenário. O artigo 422 do CPP determina que, ao receber os autos, o presidente do Tribunal do Júri determinará a intimação do órgão do Ministério Público ou do querelante, no caso de queixa, e do defensor, para, no prazo de 5 (cinco) dias, apresentarem rol de testemunhas que irão depor em plenário, até o máximo de 5 (cinco), oportunidade em que poderão juntar documentos e requerer diligência. O artigo 423 do CPP, por sua vez, prevê um despacho de ordenamento do processo, colocando o feito em condições de ser levado a julgamento perante o Tribunal do Júri. Por meio desse despacho, o juiz ordenará as diligências necessárias para sanar qualquer nulidade ou esclarecer fato que interesse ao julgamento da causa e fará relatório sucinto do processo, determinando sua inclusão em pauta da reunião do Tribunal do Júri. Saiba mais De acordo com o artigo 429 do CPP, salvo motivo relevante, a ordem de realização das sessões de julgamento do Júri é a seguinte: i) os acusados presos; ii) dentre os acusados presos, aqueles que estiverem há mais tempo na prisão; iii) em igualdade de condições, os precedentemente pronunciados. Sorteio dos jurados Como visto anteriormente, de acordo com o artigo 447 do CPP, o Tribunal do Júri é composto por um juiz togado, seu presidente, e por vinte e cinco jurados que serão sorteados dentre os alistados, sete dos quais constituirão o Conselho de Sentença em cada sessão de julgamento. Para que o juiz possa declarar instalados os trabalhos, anunciando o processo que será submetido a julgamento, há necessidade da presença de pelo menos quinze jurados (artigo 463 do CPP). Caso não haja a presença de pelo menos 15 jurados, o juiz presidente deverá proceder ao sorteio de tantos suplentes quantos necessários, designando nova data para a sessão do Júri. Dentre os jurados presentes, o juiz presidente sorteará sete jurados para a formação do Conselho de Sentença. Uma vez realizado o sorteio, é 15/09/2023, 20:52 Procedimentos processuais penais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03190/index.html# 21/45 possível que a parte recuse o jurado, podendo essa recusa ser motivada ou imotivada. A recusa motivada ocorre caso o jurado não revele espontaneamente a existência de causa de suspeição, impedimento ou incompatibilidade (artigos 448 a 450 do CPP). Incumbe à parte interessada argui-la oralmente, logo após a realização do sorteio e, tão logo recusado o jurado, a parte deve comprovar o alegado. O jurado, em seguida, será ouvido, podendo reconhecer o impedimento, a suspeição ou a incompatibilidade. Caso não o faça, incumbe ao juiz decidir o incidente de plano. Acolhida a recusa motivada, o jurado será automaticamente excluído, sorteando-se outro. Se rejeitada a arguição, o julgamento será realizado normalmente, devendo o incidente constar da ata, permitindo-se que a parte prejudicada suscite a nulidade do feito em eventual recurso de apelação ou habeas corpus. Como a recusa motivada é baseada na falta de imparcialidade do jurado sorteado, à parte interessada é facultada a utilização de tantas recusas quantas forem necessárias. A recusa imotivada, por sua vez, consiste na recusa de até três dos jurados presentes e sorteados, sem necessidade de declinação dos motivos da recusa. Estas são feitas à medida que as cédulas forem sendo retiradas da urna, devendo o juiz realizar sua leitura, se manifestando primeiramente a defesa e depois o Ministério Público (artigo 468 do CPP). Formado o conselho de sentença, composto por sete jurados, o juiz passa então à realização do juramento. Assim, conforme disposto no artigo 472 do CPP, o presidente, levantando-se, e, com ele, todos os presentes, fará aos jurados a seguinte exortação: “Em nome da lei, concito-vos a examinar esta causa com imparcialidade e a proferir a vossa decisão de acordo com a vossa consciência e os ditames da 15/09/2023, 20:52 Procedimentos processuais penais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03190/index.html# 22/45 justiça.” Os jurados, por sua vez, nominalmente chamados pelo presidente, responderão: “Assim o prometo.” Após o juramento, o jurado receberá cópias da pronúncia ou, se for o caso, das decisões posteriores que julgaram admissível a acusação e do relatório do processo. Iudicium causae: da instrução em plenário Da instrução em plenário Prestado o compromisso pelos jurados, será iniciada a instrução plenária quando o juiz presidente, o Ministério Público, o assistente, o querelante e o defensor do acusado tomarão, sucessiva e diretamente, as declarações do ofendido, se possível, e inquirirão as testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa. Ao contrário do que ocorre no âmbito do procedimento comum, em que as perguntas são formuladas inicialmente pelas partes, podendo o juiz depois complementar a inquirição em relação aos pontos não esclarecidos, quem pergunta primeiro no plenário do Júri é o juiz presidente. Somente depois de o juiz presidente formular suas perguntas, as partes poderão questionar o ofendido e as testemunhas, devendo fazê-lo de maneira direta, sem a necessidade de que suas perguntas passem pelo presidente (artigo 473 do CPP). Atenção! Os jurados também poderão formular perguntas ao ofendido e às testemunhas, porém seus questionamentos devem ser feitos por intermédio do juiz presidente (artigo 473, § 2º do CPP). De acordo com o artigo 473, § 3º, após a oitiva do ofendido e das testemunhas, eventuais acareações, reconhecimento de pessoas e coisas e esclarecimentos dos peritos, as partes e os jurados poderão requerer a leitura de peças que se refiram, exclusivamente, às provas colhidas por carta precatória e às provas cautelares, antecipadas ou não repetíveis. Em seguida, o acusado será interrogado, se estiver presente à sessão de julgamento. 15/09/2023, 20:52 Procedimentos processuais penais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03190/index.html# 23/45 Encerrada a instrução, será concedida a palavra ao MP, que fará a acusação nos limites da pronúncia ou das decisões posteriores que julgaram admissível a acusação, sustentando, se for o caso, a existência de circunstância agravante. Se houver assistente de acusação, que deve ter requerido sua habilitação até cinco dias antes da data da sessão para que possa participar do julgamento, falará imediatamente após o Ministério Público e, em seguida a defesa. Nesse cenário, abordaremos dois acontecimentos importantes: Situação 1 Em sua manifestação, deve a defesa buscar, precipuamente, a absolvição do acusado, sendo livre para sustentar em plenário as teses que reputar mais oportunas, não estando vinculadas àquelas anteriormente apresentadas. Ressalta-se que, revelando-se descabido um pedido de absolvição, não se pode considerar o acusado indefeso se a manifestação da defesa técnica ocorrer no sentido da exclusão de uma qualificadora ou de uma causa de aumento de pena, do reconhecimento de crime tentado etc. Ao defensor, aliás, a doutrina e a jurisprudência são uníssonas em reconhecer a possibilidade de abordar tese defensiva distinta daquela apresentada pelo acusado em seu interrogatório, em fiel observância à plenitude de defesa, muito embora o juiz presidente esteja obrigado a formular quesitos sobre ambas as teses. Situação 2 Após a manifestação da defesa, passa-se à réplica, que é um ato da acusação consistente em voltar à fala depois da sustentação oral da defesa, seja para reafirmar os termos da imputação delimitada pela pronúncia, seja para contestar os argumentos apresentados pelo defensor técnico. Entretanto, trata-se de mera faculdade que a acusação pode exercer livremente. Não havendo réplica, a defesa não terá direito de ir à tréplica, sem que daí decorra qualquer violação ao contraditório e à ampla defesa. Nessa hipótese, os debates estarão encerrados, passando-se à votação dos quesitos. Entretanto, h é li t d ã d f tã 15/09/2023,20:52 Procedimentos processuais penais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03190/index.html# 24/45 O tempo destinado à acusação e à defesa será de uma hora e meia para cada, e de uma hora para a réplica e outro tanto para a tréplica. Entretanto, havendo mais de um acusado, o tempo para a acusação e a defesa será acrescido de uma hora e elevado ao dobro da réplica e da tréplica. Ademais, havendo mais de um acusador ou mais de um defensor, combinarão entre si a distribuição do tempo, que, na falta de acordo, será dividido pelo juiz presidente, de modo a não exceder o limite de tempo. Destaca-se que o Código de Processo Penal prevê o direito ao aparte. O aparte é o pedido formulado pela parte durante a sustentação oral da parte contrária para que interceda na sua fala, seja para fazer um questionamento, uma retificação, uma observação, seja para discordar de afirmação contrária a seus interesses. O artigo 497, inciso XII, do CPP, passou a prever que o juiz presidente do Tribunal do Júri detém a atribuição de regulamentar, durante os debates, a intervenção de uma das partes, quando a outra estiver com a palavra, podendo conceder até três minutos para cada aparte requerido, que serão acrescidos ao tempo desta última. Por fim, de acordo com o artigo 231 do CPP, salvo os casos expressos em lei, as partes poderão apresentar documentos em qualquer fase do processo. A regra, portanto, é a possibilidade de juntada de documentos a qualquer momento. Entretanto, uma das exceções à regra geral é a constante do artigo 479 do CPP, segundo a qual durante o julgamento não será permitida a leitura de documento ou a exibição de objeto que não tenha sido juntado aos autos com a antecedência mínima de três dias úteis, dando-se ciência à outra parte. Ressalta-se ainda que se compreende em tal proibição a leitura de jornais ou qualquer outro escrito, bem como a exibição de vídeos, gravações, fotografias, laudos, quadros, croqui ou qualquer outro meio se houver réplica por parte da acusação, a defesa então passa a ter direito de ir à tréplica. 15/09/2023, 20:52 Procedimentos processuais penais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03190/index.html# 25/45 assemelhado, cujo conteúdo versar sobre a matéria de fato submetida à apreciação e ao julgamento dos jurados. Iudicium causae: quesitação e sentença Quesitação Concluídos os debates, o juiz presidente indagará dos jurados se estão habilitados a julgar ou se necessitam de outros esclarecimentos. Se houver dúvida sobre questão de fato, o presidente prestará esclarecimentos à vista dos autos. Não havendo dúvidas, ou sendo estas sanadas, passa-se à quesitação e votação em sala secreta. De acordo com o artigo 482 do CPP, o Conselho de Sentença será questionado sobre matéria de fato e se o acusado deve ser absolvido. Assim, os quesitos são perguntas formuladas aos jurados para que se pronunciem quanto ao mérito da acusação. Na sua elaboração, o presidente levará em conta os termos da pronúncia ou das decisões posteriores que julgaram admissível a acusação, do interrogatório e das alegações das partes. Todas as teses defensivas levantadas pelo acusado e por seu defensor devem ser quesitadas. A�nal, como elaborar os quesitos? Os quesitos devem ser elaborados na seguinte ordem: i) materialidade do fato; ii) autoria, coautoria ou participação; iii) tentativa ou desclassificação para crime da competência do Júri; iv) se o acusado deve ser absolvido; v) causa de diminuição de pena alegada pela defesa; e vi) circunstância qualificadora ou causa de aumento de pena, reconhecidas na pronúncia ou em decisões posteriores que julgaram admissível a acusação. Saiba mais De acordo com a ordem estabelecida nos incisos I, II e III do artigo 483, o quesito seguinte à materialidade e autoria seria aquele pertinente à absolvição do acusado (“O jurado absolve o acusado?”). Porém, de acordo com o artigo 483, § 5º, sustentada a tese de ocorrência do crime na sua forma tentada ou havendo divergência sobre a tipificação do 15/09/2023, 20:52 Procedimentos processuais penais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03190/index.html# 26/45 delito, sendo este da competência do Tribunal do Júri, o juiz formulará quesito acerca dessas questões, para ser respondido após o segundo quesito. Uma vez elaborados, o juiz presidente lerá os quesitos e indagará das partes se têm requerimento ou reclamação a fazer, devendo qualquer deles, bem como a decisão, constar da ata. Ainda em plenário, o juiz presidente explicará aos jurados o significado de cada quesito. Não havendo dúvida a ser esclarecida, o juiz presidente, os jurados, o Ministério Público, o assistente, o querelante, o defensor do acusado, o escrivão e o oficial de justiça dirigir-se-ão à sala especial a fim de ser procedida a votação. Antes de proceder-se à votação de cada quesito, o juiz presidente mandará distribuir aos jurados pequenas cédulas, feitas de papel opaco e facilmente dobráveis, contendo 7 (sete) delas a palavra sim, 7 (sete) a palavra não. Para assegurar o sigilo do voto, o oficial de justiça recolherá em urnas separadas as cédulas correspondentes aos votos e as não utilizadas e, após a resposta, verificados os votos e as cédulas não utilizadas, o presidente determinará que o escrivão registre no termo a votação de cada quesito, bem como o resultado do julgamento. Por fim, ressalta-se que, nos termos do artigo 489 do CPP, as decisões do Tribunal do Júri serão sempre tomadas por maioria de votos. Sentença Concluída a votação e verificada a decisão dos jurados, que é tomada por maioria de votos como já visto, incumbe ao juiz presidente proferir sentença. Essa sentença, regulamentada pelo artigo 492 do CPP, é tida como subjetivamente complexa ou de formação complexa, pois envolve dois órgãos jurisdicionais diversos: o Conselho de Sentença, que aprecia o fato e suas circunstâncias, e o juiz presidente, a quem cabe aplicar a pena. 15/09/2023, 20:52 Procedimentos processuais penais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03190/index.html# 27/45 Na hipótese de absolvição do acusado, deve o magistrado fazer breve relatório, julgando improcedente o pedido de condenação formulado pela acusação. Ressalta-se que deve o juiz presidente se limitar a explicitar que os jurados acolheram o pedido da defesa, tendo absolvido o acusado. No caso da sentença absolutória, deve o juiz ainda colocar em liberdade o acusado se por outro motivo não estiver preso, revogar as medidas restritivas provisoriamente decretadas ou impor, se for o caso, a medida de segurança cabível. Na hipótese de condenação, cabe ao juiz presidente fixar a pena, devendo fixar a pena-base; considerar as circunstâncias agravantes ou atenuantes alegadas nos debates; e impor os aumentos ou diminuições da pena, em atenção às causas admitidas pelo Júri. Saiba mais Adicionalmente, conforme introduzido pela Lei nº 13.694/2019, deve o juiz, em caso de condenação mandar o acusado recolher-se ou recomendá-lo-á à prisão em que se encontra, se presentes os requisitos da prisão preventiva, ou, no caso de condenação a uma pena igual ou superior a 15 (quinze) anos de reclusão, determinando a execução provisória das penas, com expedição do mandado de prisão, se for o caso, sem prejuízo do conhecimento de recursos que vierem a ser interpostos. Cabe ao juiz presidente estabelecer os efeitos genéricos e específicos da condenação (artigos 91 e 92 do Código Penal). Ressalta-se que, se houver desclassificação da infração para outra, de competência do juiz singular, ao presidente do Tribunal do Júri caberá proferir sentença em seguida. Por fim, conforme determina o artigo 493 do CPP, a sentença será lida em plenário pelo presidente antes de encerrada a sessão de instrução e julgamento. Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 (TJ-AL – 2019 – FCC) Ao final da primeira fase do procedimento dojúri, 15/09/2023, 20:52 Procedimentos processuais penais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03190/index.html# 28/45 Parabéns! A alternativa A está correta. A pronúncia é fundamentada e identificada, de acordo com o artigo 413, § 1º, do CPP, a partir da materialidade dos fatos e da existência de indícios satisfatórios, os quais devem ser suficientes de culpabilidade ao autor, sendo o juiz o responsável em julgar incurso o acusado, especificar as circunstâncias qualificadoras e as causas de aumento de pena. Questão 2 (MPE-PB – 2018 – FCC) O Tribunal do Júri é composto por um juiz togado, seu presidente e por A o juiz, ao pronunciar o réu, não pode reconhecer em seu favor a existência de causa especial de diminuição da pena. B o juiz deve sempre absolver o acusado desde logo no caso de inimputabilidade decorrente de doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado. C não se convencendo da materialidade do fato ou da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, o juiz, fundamentadamente, impronunciará o acusado, mas sempre será possível a formulação de nova denúncia ou queixa se houver prova nova. D quando o juiz se convencer da existência de crime diverso, em discordância com a acusação, deve sentenciar o feito, independentemente da natureza da infração reconhecida. E o juiz deve impronunciar o réu se ficar comprovado não ser ele autor ou partícipe do fato. 15/09/2023, 20:52 Procedimentos processuais penais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03190/index.html# 29/45 Parabéns! A alternativa B está correta. Segundo o art. 447 do CPP, o Tribunal do Júri é composto por 1 (um) juiz togado, seu presidente e por 25 (vinte e cinco) jurados que serão sorteados dentre os alistados, 7 (sete) dos quais constituirão o Conselho de Sentença em cada sessão de julgamento. 3 - Procedimento sumaríssimo e procedimentos especiais Ao �nal desse módulo, você será capaz de identi�car as principais regras reguladoras dos procedimentos processuais. A sete jurados. B vinte e cinco jurados. C vinte e um jurados. D nove jurados. E quinze jurados. 15/09/2023, 20:52 Procedimentos processuais penais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03190/index.html# 30/45 Procedimento sumaríssimo: competência e composição Disposições gerais O processo perante o Juizado Especial orientar-se-á pelos critérios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade, objetivando, sempre que possível, a reparação dos danos sofridos pela vítima e a aplicação de pena não privativa de liberdade. Ressalta-se que se aplicam ao procedimento sumaríssimo, subsidiariamente, as disposições dos Códigos Penal e de Processo Penal, no que não forem incompatíveis com tal procedimento. Competência Com relação às infrações penais, a competência dos Juizados especiais criminais é fixada com base na natureza da infração e na inexistência de circunstância que desloque a competência para o juízo comum. São de competência dos juízos especiais as infrações de menor potencial ofensivo, sendo estas, conforme o artigo 61 da Lei nº 9.099/95, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a dois anos, cumulada ou não com multa. Destaca-se que nas hipóteses de conexão ou continência com infração penal comum (artigo 60, parágrafo único); de impossibilidade de citação pessoal do autuado (artigo 66, parágrafo único); e quando evidenciada a complexidade da causa (artigo 77, § 2º), a competência será do juízo comum. Quanto à competência territorial, o artigo 63 da lei determina que a competência do Juizado será determinada pelo lugar em que foi praticada a infração penal. Em face da expressão dúbia utilizada por tal dispositivo legal – “praticada a infração penal” –, que confere a impressão de se referir à 15/09/2023, 20:52 Procedimentos processuais penais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03190/index.html# 31/45 “execução”, mas também parece trazer em si o significado de “levar a efeito” ou “realizar”, que daria o sentido da consumação, prevalece a orientação segundo a qual a Lei nº 9.099/95 adotou a teoria da atividade, ao contrário do CPP, que adotou, em regra, a teoria do resultado. Ressalta-se que, por mais que a competência dos Juizados para o processo e julgamento de infrações de menor potencial ofensivo derive do artigo 98, inciso I, da CF, é certo que a competência dos Juizados admite modificações, sendo, portanto, relativa. Adicionalmente, na hipótese de outros crimes praticados em conexão ou continência com uma infração de menor potencial ofensivo, deverão ser observadas as regras do artigo 78 do CPP, para se saber qual o juízo competente. Se, em virtude da aplicação das regras do artigo 78 do CPP, venha a ser estabelecida a competência do juízo comum ou do tribunal do júri para julgar também a infração de menor potencial ofensivo, afastando, portanto, o procedimento sumaríssimo da Lei nº 9.099/95, isso não impedirá a aplicação dos institutos da transação penal e da composição dos danos civis em relação à infração de menor potencial ofensivo, desde que preenchidos seus pressupostos legais. Composição dos danos civis A composição civil dos danos é a proposta feita pelo suposto autor do fato à vítima, para reparar os prejuízos causados pela infração. Pode ser feita nas infrações que acarretem prejuízos materiais, morais ou estéticos à vítima. Assim, como estão em jogo interesses patrimoniais e, portanto, de natureza individual disponível, não há necessidade de intervenção do MP, a não ser que se trate de causa em que haja interesse de incapazes. Atenção! A depender da natureza da ação penal, os efeitos da composição civil serão distintos. Na ação penal privada, de acordo com o artigo 74, parágrafo único, da Lei nº 9.099/95, o acordo homologado acarreta a renúncia ao direito de queixa, com a consequente extinção da punibilidade. Destaca-se que, por força do princípio da indivisibilidade, a renúncia ao direito de queixa decorrente da composição dos danos civis estende-se a coautores e partícipes do fato delituoso, ainda que eles não estejam presentes à audiência preliminar. 15/09/2023, 20:52 Procedimentos processuais penais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03190/index.html# 32/45 Na ação penal pública condicionada à representação, o acordo homologado também acarreta a renúncia ao direito de representação (artigo 74, parágrafo único), acarretando também a extinção da punibilidade. Ressalta-se que, em ambas as situações, o não cumprimento do acordo não restitui à vítima o direito de queixa ou de representação. De fato, extinta a punibilidade, resta ao ofendido apenas a possibilidade de executar o título executivo judicial obtido com a homologação transitada em julgado. Na ação penal pública incondicionada, a doutrina entende que a celebração do acordo não acarretará a extinção da punibilidade, servindo apenas para antecipar a certeza acerca do valor da indenização, o que permite, em tese, imediata execução no juízo civil competente. Logo, será possível o oferecimento de proposta de transação penal e, em último caso, até mesmo de denúncia. Entretanto, importante destacar o enunciado 99 do FONAJE, que dispõe que, “nas infrações penais em que haja vítima determinada, em caso de desinteresse desta ou de composição civil, deixa de existir justa causa para ação penal.” Por fim, obtida a composição dos danos civis, o acordo será reduzido a escrito e homologado pelo juiz mediante sentença irrecorrível, que terá eficácia de título a ser executado no juízo civil competente. Procedimento sumaríssimo: oferecimento e transação penal Oferecimento de representação Conforme determina o artigo 75 da lei, não obtida a composição dos danos civis, será dada imediatamente ao ofendido a oportunidade de exercer o direito de representação verbal, que será reduzida a termo. Entretanto,o não oferecimento da representação na audiência preliminar não implica decadência do direito, que poderá ser exercido no prazo legal. Tendo em vista a redação do artigo 75, grande parte da doutrina sustenta que a representação feita na delegacia de polícia não é suficiente para a deflagração do processo, uma vez que a lei demarcou o exato momento para o seu oferecimento. Entretanto, em coerência com os princípios da informalidade, economia processual e celeridade, não há razão para se concluir que, nos Juizados, a representação 15/09/2023, 20:52 Procedimentos processuais penais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03190/index.html# 33/45 somente seja considerada válida quando apresentada em juízo. Logo, a representação pode ser oferecida perante a autoridade policial, o MP ou o juízo, tal qual previsto expressamente no artigo 39 do CPP. Ressalta-se que, apesar de o artigo 75 falar apenas em “direito de representação”, é certo que, em se tratando de ação penal privada, não obtida a composição dos danos civis, pode o ofendido ou seu representante legal, oferecer a queixa-crime oral na própria audiência preliminar. Transação penal Transação penal Neste vídeo, o especialista trará o conceito da transação penal, seu cabimento e suas principais regras. A transação penal consiste em um acordo celebrado entre o MP (ou querelante, nos crimes de ação penal privada) e o autor do fato delituoso, por meio do qual é proposta a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multa, evitando-se, assim, a instauração do processo. Desse modo, a transação penal mitiga o princípio da obrigatoriedade da ação penal, passando este a ser chamado, aqui, de princípio da obrigatoriedade mitigada ou da discricionariedade regrada. Segundo o STJ, a transação penal e a suspensão condicional do processo não são um direito subjetivo do acusado, mas, sim, um poder- dever do Ministério Público, titular da ação penal, a quem cabe, com exclusividade, analisar a possibilidade de aplicação dos referidos institutos, desde que o faça de forma fundamentada. Caso o juiz discorde do oferecimento ou não oferecimento, entende-se que é possível a aplicação analógica do artigo 28 do CPP (cuja redação atualizada pela Lei nº 13.964/2019 – Lei Anticrime – encontra-se 15/09/2023, 20:52 Procedimentos processuais penais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03190/index.html# 34/45 suspensa por força de decisão liminar proferida no âmbito das ADIs 6.298, 6.299, 6.300 e 6305, pelo Supremo Tribunal Federal. Assim, por ora, encontra-se vigente a redação anterior do artigo 28 do CPP, por meio da qual, em caso de discordância, se submeterá a decisão jurídica ao Procurador Geral). Comentário A transação penal não tem natureza jurídica de condenação criminal, não gera efeitos para fins de reincidência e maus antecedentes e, por se tratar de submissão voluntária à sanção penal, não significa reconhecimento da culpabilidade penal nem da responsabilidade civil. Para que seja cabível a transação penal, a infração penal deve ser tida como de menor potencial ofensivo, assim compreendidas as contravenções penais e crimes a que a lei comine pena máxima não superior a dois anos, cumulada ou não com multa, submetidos ou não a procedimento especial, ressalvadas as hipóteses de violência doméstica e familiar contra a mulher. Destaca-se que a jurisprudência dos tribunais superiores não admite a transação penal se, na somatória do concurso de crimes ou crime continuado, for ultrapassado o limite de dois anos. Ressalta-se que não é cabível a transação penal quando for o caso de arquivamento do termo circunstanciado; quando o autor da infração tiver sido condenado, pela prática de crime, à pena privativa de liberdade, por sentença definitiva; e quando o agente tiver sido beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos, pela transação penal. Adicionalmente, também não será oferecida a transação penal quando não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da medida. Apesar de o artigo 76 fazer referência apenas aos crimes de ação penal pública condicionada à representação e de ação penal pública incondicionada, a Corte Especial do STJ entende que é possível a transação penal na ação penal privada. Nesse caso, cabe ao querelante, e não ao MP, fazer a proposta (RHC 102381/BA, em 09/10/2018). Atenção! Conforme a Súmula Vinculante nº 35, “a homologação da transação penal prevista no artigo 76 da Lei 9.099/1995 não faz coisa julgada material e, descumpridas suas cláusulas, retoma-se a situação anterior, possibilitando ao MP a continuidade da persecução penal mediante oferecimento de denúncia ou requisição de IP”. 15/09/2023, 20:52 Procedimentos processuais penais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03190/index.html# 35/45 Procedimento sumaríssimo: suspensão condicional do processo Suspensão condicional do processo A suspensão condicional do processo é um instituto despenalizador por meio do qual se permite a suspensão do processo por um período de prova que pode variar de dois a quatro anos, desde que observado o cumprimento de certas condições. Conforme o artigo 89 da lei, ao oferecer a denúncia, admite-se que o órgão do MP ofereça a proposta de suspensão condicional do processo, desde que o acusado preencha os requisitos contidos naquele artigo. Ressalta-se que qualificadoras, privilégios, causas de aumento e de diminuição de pena são levadas em consideração para se aferir o cabimento da suspensão, com a ressalva de que deve ser sempre analisada a pena mínima cominada ao delito. Já nas hipóteses de concursos de crimes, são levadas em consideração a somatória das penas ou o quantum decorrente da majoração da pena, em seu patamar mínimo. Afinal, como o STF se posciona sobre essa questão? Resposta O STF tem o entendimento sumulado (Súmula 723) de que “não se admite a suspensão condicional do processo por crime continuado, se a soma da pena mínima da infração mais grave com o aumento mínimo de 1/6 (um sexto) for superior a 1 (um) ano.” Da mesma maneira, o STJ tem o entendimento sumulado (Súmula 723) de que “o benefício da suspensão do processo não é aplicável em relação às infrações penais cometidas em concurso material, concurso formal ou continuidade delitiva, quando a pena mínima cominada, seja pelo somatório, seja pela incidência da majorante, ultrapassar o limite de 1 (um) ano.” Importante destacar que a condenação criminal já alcançada pelo período depurador de cinco anos, previsto no artigo 64, I, do CP, não impede a concessão, ao acusado, em novo processo penal, do benefício da suspensão condicional do processo, desde que preenchidos os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena. Anterior condenação à pena de multa não impede a concessão da suspensão condicional do processo, pois, se tal espécie de condenação 15/09/2023, 20:52 Procedimentos processuais penais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03190/index.html# 36/45 não obsta o sursis (artigo 77, § 1º, do CP), não pode, por consequência, afastar a concessão da suspensão condicional do processo. Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na presença do juiz, este, recebendo a denúncia, poderá suspender o processo, submetendo o acusado a período de prova, sob as seguintes condições: Condição 1 Reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo. Condição 2 Proibição de frequentar determinados lugares. Condição 3 Proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do juiz. Condição 4 Comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar suas atividades. O juiz poderá especificar outras condições a que fica subordinada a suspensão, desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do acusado. A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiáriovier a ser processado por outro crime ou não efetuar, sem motivo justificado, a reparação do dano, sendo essa hipótese de revogação obrigatória. Entretanto, a suspensão poderá ser revogada se o acusado vier a ser processado, no curso do prazo, por contravenção, ou descumprir qualquer outra condição imposta, sendo essa hipótese de revogação facultativa. Importante chamar atenção para o fato de que não correrá a prescrição durante o prazo de suspensão do processo. Por fim, expirado o prazo sem revogação, o juiz declarará extinta a punibilidade e, se o acusado não aceitar a proposta, o processo prosseguirá em seus ulteriores termos. 15/09/2023, 20:52 Procedimentos processuais penais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03190/index.html# 37/45 Procedimento dos crimes praticados pela ordem pública Atos que compõem o procedimento Na apuração dos crimes de responsabilidade dos funcionários públicos, estabelece o CPP procedimento diferenciado conforme o caráter inafiançável ou afiançável do delito. Ocorre que, na atualidade, tendo em vista a nova disciplina introduzida pela Lei nº 12.403/2011 ao CPP, tal distinção perdeu completamente a relevância. Isso porque, nos termos do artigo 323 do CPP alterado pela referida lei, são inafiançáveis apenas os crimes de racismo, tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, terrorismo, os crimes definidos como hediondos e aqueles cometidos por grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático. Considerando que, nesse rol, não está inserido qualquer dos crimes de responsabilidade dos funcionários públicos, infere-se que tais delitos, agora, são todos a�ançáveis. Desse modo, independentemente de qual tenha sido o crime praticado, para definição do procedimento, deve-se conciliar o rito ditado pelos artigos 514 a 518 do CPP com o estabelecido no artigo 394, § 4º (redação da Lei nº 11.719/2008) do mesmo Código, ao prever que as disposições dos artigos 395 a 398 aplicam-se a todos os procedimentos de primeiro grau. Nesse contexto, infere-se que o procedimento de apuração dos crimes de responsabilidade dos funcionários públicos compõe-se da seguinte 15/09/2023, 20:52 Procedimentos processuais penais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03190/index.html# 38/45 ordem de atos: Ato 1 Oferecimento da denúncia e da queixa-crime. Ato 2 Autuação e notificação para resposta preliminar em quinze dias. Ato 3 Decisão quanto ao recebimento ou à rejeição da inicial. Ato 4 Prosseguimento segundo os termos do rito comum ordinário. Nesse contexto, infere-se que o procedimento de apuração dos crimes de responsabilidade dos funcionários públicos compõe-se da seguinte ordem de atos: i) oferecimento da denúncia e da queixa-crime; ii) autuação e notificação para resposta preliminar em quinze dias; iii) decisão quanto ao recebimento ou rejeição da inicial; e iv) prosseguimento segundo os termos do rito comum ordinário. Nesse procedimento especial e inicial, deverá observar os requisitos do artigo 41 do CPP, instruída, ainda, com os documentos ou justificações que façam presumir a existência do crime ou declaração fundamentada quanto à impossibilidade de fazê-lo (artigo 513 do CPP). Não previsto número diferenciado de testemunhas, poderão ser arroladas até o máximo de oito. Não sendo o caso de rejeição liminar pelo juiz com fundamento no artigo 395 do CPP, determinará a notificação do acusado para responder à acusação. Segundo a norma do artigo 514 do CPP, essa notificação deverá ser pessoal ao acusado, e, se não localizado ou residente em comarca distinta, deve o magistrado proceder à nomeação de defensor dativo para apresentá-la. Mais duas questões são tratada nesse contexto, veja: Questão 1 Apresentada a defesa preliminar, os autos serão conclusos ao magistrado, que poderá rejeitar a denúncia ou a queixa, se verificar 15/09/2023, 20:52 Procedimentos processuais penais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03190/index.html# 39/45 a ocorrência de qualquer das hipóteses do artigo 395 do CPP ou se concluir no sentido da inexistência do crime ou da improcedência da ação (artigo 516 do CPP). Questão 2 Não sendo o caso de rejeição, poderá o juiz receber a exordial acusatória, determinando a citação do acusado para, em dez dias, responder à acusação com base no artigo 396 do CPP, ocasião em que poderá o advogado arguir preliminares e alegar tudo o que interessa à sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário. Recebida a exordial, ordenada a citação do réu e apresentada a resposta do acusado, determinará o magistrado o prosseguimento do processo nos exatos termos previstos para o procedimento ordinário visto anteriormente. Ressalta-se que, no âmbito do STF, entende-se que é indispensável a defesa preliminar nas hipóteses do artigo 514 do CPP, mesmo quando a denúncia é lastreada em inquérito policial, já que a finalidade precípua dessa defesa é a de evitar a propositura de ações penais temerárias contra funcionários públicos. Já no STJ, consagrou-se entendimento oposto, compreendendo-se, nos termos da Súmula 330, que “é desnecessária a resposta preliminar de que trata o art. 514 do CPP, na ação penal instruída por inquérito policial”. De todo modo, cabe ressaltar que ambas as Cortes Superiores compreendem que a nulidade eventualmente configurada em razão da falta de notificação para defesa preliminar é relativa, devendo ser arguida tempestivamente, com demonstração de prejuízo, sob pena de preclusão. Procedimento nos crimes contra a honra Embora os dispositivos que regulam esse procedimento estejam inseridos em capítulo do CPP que trata “do processo e do julgamento 15/09/2023, 20:52 Procedimentos processuais penais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03190/index.html# 40/45 dos crimes de calúnia e injúria”, é evidente que se aplicam, também, à apuração da difamação. Entretanto, o procedimento dos artigos 519 a 523 do CPP é aplicável tão somente às hipóteses em que a pena máxima cominada ao crime for superior a dois anos de prisão, pois, caso contrário, classifica-se como de menor potencial ofensivo e o rito a ser observado será o sumaríssimo da Lei nº 9.099/1995. Dessa forma, os delitos com pena máxima in abstrato superior a dois anos e, portanto, sujeitos ao procedimento ditado pelo CPP são apenas os crimes: de injúria qualificada (artigo 140, § 3º, do CP); de calúnia, quando aplicável a causa de aumento de pena do artigo 141 do CP; e os crimes praticados sob a forma de violência doméstica e familiar contra a mulher (violência moral), nos termos definidos no art. 7º, V, da Lei nº 11.340/2006. Importante destacar que esse rito segue os atos previstos para o procedimento comum ordinário, agregando-se, apenas, as seguintes modificações: i) previsão de audiência de tentativa de conciliação previamente ao recebimento da inicial acusatória; e ii) possibilidade de serem deduzidas as exceções da verdade e da notoriedade do fato. O processo inicia com o ajuizamento da ação penal e audiência de tentativa de conciliação. Assim, oferecida a queixa-crime, deverá o magistrado, antes de recebê-la, ordenar a notificação do querelante e do querelado para comparecerem à audiência de tentativa de conciliação (artigo 520 do CPP), a qual se realizará sem a presença de advogados. Havendo a conciliação, será assinado termo de desistência da ação penal, arquivando-se o feito. Por outro lado, se não houver êxito na tentativa de conciliação, caberá ao juiz proceder ao seu recebimento, ordenando a citação do réu para resposta em dez dias (artigo 396 do CPP). Ressalta-se que prevalece na doutrina que a natureza jurídica da audiência de tentativa de conciliação é de condição de prosseguibilidade da ação penal e a ausência de designação dessa audiência consubstancia constrangimentoilegal, produzindo nulidade 15/09/2023, 20:52 Procedimentos processuais penais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03190/index.html# 41/45 processual relativa em face da omissão de formalidade essencial. Entretanto, se a audiência de tentativa de conciliação for realizada após o recebimento da queixa-crime, não há que se falar em nulidade, pois o ato terá cumprido sua finalidade. Havendo a ausência do querelante, se injustificada, o processo deve ter prosseguimento, inexistindo razão para extingui-lo simplesmente porque deixou o querelante de comparecer a uma audiência de conciliação, devendo isso ser interpretado como ausência de vontade em transigir. Entretanto, se houver ausência do querelado, o magistrado pode receber a ação penal e ordenar seu prosseguimento ou determinar a sua condução coercitiva com base no artigo 260 do CPP, apesar de sua ausência não acarretar, para ele, nenhum ônus ou sanção processual. Contemporaneamente à apresentação da resposta, poderá o querelado, em petição distinta, apresentar exceção da verdade ou exceção da notoriedade do fato (artigo 523 do CPP). A exceção da verdade consiste na oportunidade assegurada ao réu para demonstrar a veracidade das afirmações consideradas ofensivas pelo querelante. É admitida na hipótese de calúnia (artigo 138, § 3º, do CP) e de difamação praticado contra funcionário público no exercício de suas funções (artigo 139, parágrafo único, do CP). Por outro lado, a exceção da notoriedade do fato é aquela que visa demonstrar que a afirmação realizada pelo réu não causa reação no meio social, já que respeita a fato conhecido por todos. Essa é cabível apenas na difamação, independentemente da condição do ofendido (funcionário público ou não). Ressalta-se que não se admitem as exceções da verdade e da notoriedade do fato no crime de injúria, pois, nesse caso, é violada a honra subjetiva da pessoa, não importando a verdade ou a notoriedade do que foi afirmado pelo réu. Importante destacar ainda a existência do pedido de explicações. Atenção! 15/09/2023, 20:52 Procedimentos processuais penais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03190/index.html# 42/45 Estabelece o artigo 144 do CP que, “se, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, difamação ou injúria, quem se julga ofendido pode pedir explicações em juízo. Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério do juiz, não as dá satisfatórias, responde pela ofensa”. Como se vê, trata-se do pedido de explicações de uma medida não obrigatória e preliminar ao ingresso de ação penal por crime contra a honra, que visa obter do suposto ofensor um esclarecimento sobre o real sentido de suas expressões. O pedido, na verdade, possui natureza jurídica de uma interpelação, processando-se com base nos artigos 726 e seguintes do CPC/2015. Por fim, quando for oferecida a exceção da verdade ou da notoriedade do fato imputado, o querelante poderá contestar a exceção no prazo de dois dias, podendo ser inquiridas as testemunhas arroladas na queixa, ou outras indicadas naquele prazo, em substituição às primeiras, ou para completar o máximo legal. Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 (IAPEN-AP – Agente Penitenciário – 2018 – FCC) Sobre a suspensão condicional do processo, prevista na Lei n° 9099/95, é correto afirmar: A É cabível nos crimes cuja pena mínima cominada for igual ou inferior a 2 anos. B Expirado o prazo acordado sem revogação, o juiz absolverá o acusado. C Caso o acusado não aceite a proposta, pode o juiz aplicar-lhe diretamente a pena restritiva de direitos, desde que não superior a 6 meses. D 15/09/2023, 20:52 Procedimentos processuais penais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03190/index.html# 43/45 Parabéns! A alternativa E está correta. Segundo o art. 89, parágrafo 6º da Lei nº 9.099/95, não correrá a prescrição durante o prazo de suspensão do processo. Questão 2 (MPE-AP – 2021 – CESPE) Com relação ao procedimento aplicável aos crimes de responsabilidade praticados por funcionários públicos contra a administração pública, assinale a opção correta. Parabéns! A alternativa C está correta. Será obrigatoriamente revogada se, no curso do prazo, o beneficiário vier a ser processado por outro crime ou contravenção penal. E Durante o prazo de suspensão do processo, não correrá a prescrição. A Aplica-se o procedimento especial somente aos crimes inafiançáveis. B Aplica-se o procedimento especial aos delitos praticados por agentes políticos com prerrogativa de função. C Aplica-se o procedimento previsto na Lei dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais caso o crime funcional seja de menor potencial ofensivo. D Aplica-se o procedimento especial mesmo que o funcionário público tenha deixado a função na qual estava investido. E Aplica-se o rito dos crimes funcionais ao crime fiscal praticado por funcionário público. 15/09/2023, 20:52 Procedimentos processuais penais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03190/index.html# 44/45 Conforme o art. 60 e 61 da Lei nº 9.099/95, tratando-se de infração de menor potencial ofensivo, aplica-se o rito sumaríssimo dos juizados especiais. Considerações �nais Conforme visto, os procedimentos processuais penais dividem-se em comuns e especiais, estes últimos incorporando regras próprias de tramitação processual visando à apuração dos crimes que constituem o objeto de sua disciplina, e os primeiros sendo o rito padrão ditado pelo Código de Processo Penal para ser aplicado residualmente. O procedimento comum, por sua vez, subdivide-se em três espécies, condicionando-se a respectiva aplicação à quantidade da pena máxima cominada in abstrato e, conforme o caso, à natureza da infração, podendo ser comum ordinário, comum sumário e comum sumaríssimo, este último sendo de competência dos Juizados especiais criminais. Ao longo do nosso estudo, foi possível perceber que todos os procedimentos possuem regras próprias aplicadas, com a finalidade de atingir seu objetivo final, qual seja, a aplicação do direito material penal e do direito de punir estatal. Podcast Neste podcast, o especialista distinguirá o cabimento dos diferentes procedimentos processuais penais. 15/09/2023, 20:52 Procedimentos processuais penais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03190/index.html# 45/45 Explore + Para complementar os seus conhecimentos no assunto estudado, recomendamos a leitura do Título 11 do livro Manual de Processo Penal – Volume Único, de Renato Brasileiro de Lima. Referências BRASILEIRO DE LIMA, R. Manual de Processo Penal - Volume Único. 10. ed. rev. ampl. e atual. Salvador: JusPodivm, 2021. NUCCI, G. de S. Curso de Direito Processual Penal. 18. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2021. Material para download Clique no botão abaixo para fazer o download do conteúdo completo em formato PDF. Download material O que você achou do conteúdo? Relatar problema javascript:CriaPDF()
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