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TÍTULOS DE CRÉDITO 
 
Disponível em: <https://www.aurum.com.br/blog/titulos-de-credito/> e 
<https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/titulos-de-credito-tjdft/> 
 
Títulos de créditos são documentos regulamentados em lei e utilizados 
popularmente no comércio materializando direitos. Além disso, eles possuem 
como uma de suas principais características a autonomia. Ou seja, a 
possibilidade de facilmente circularem de forma segura, servindo como 
importantes instrumentos de troca comercial. 
 
Criados ainda na Idade Média, os títulos de crédito surgiram da necessidade 
de tornar as trocas mais seguras e fáceis de serem realizadas. Ainda, vale 
lembrar que nos primórdios o comércio era praticado através do escambo. Isto 
é, mediante a troca de uma mercadoria por outra. 
Na medida em que o comércio evoluiu, os meios de troca precisaram evoluir 
para acompanhar o dinamismo da economia. Nesse contexto, alguns bens de 
consumo passaram a servir como moeda, tais como o sal e os metais preciosos. 
Posteriormente, houve a substituição dos bens de consumo pelo papel-moeda 
emitido pelo Estado. E, como etapa seguinte, avançou da “economia monetária” 
para a “economia creditória”. 
Com isso, surgem os títulos de crédito permitindo que a circulação de riqueza 
seja feita de maneira mais ágil e segura. Os principais títulos de crédito regidos 
em nosso ordenamento jurídico são: 
▪ a letra de câmbio; 
▪ nota promissória; 
▪ o cheque; 
▪ a duplicata. 
Porém, hoje já experimentamos um novo passo evolutivo. No caso, consistente 
no comércio eletrônico. Mas, embora ele tenha diminuído a utilização dos títulos 
de crédito tradicionais, ainda não os extinguiu. Por exemplo, como é o caso da 
Lei 13.775/2018 que fala sobre a duplicata escritural eletrônica. 
Essa era online tem contribuído com a evolução dos meios cambiários, assim 
vivemos um fenômeno denominado de desmaterialização dos títulos de crédito. 
Esse fenômeno nos convida a ver os títulos com novos olhos, conforme 
abordaremos mais adiante. 
Legislação aplicável aos títulos de crédito 
Antes de avançarmos no texto, é importante registrar qual a legislação geral 
aplicável aos títulos de crédito. No Brasil, é o Código Civil que trata sobre o tema 
nos artigos 887 a 926. Além disso, temos as denominadas Leis Uniformes de 
Genebra, incorporadas pelos Decretos 57.663/1966 e 57.595/1966. 
Ainda temos a aplicação de leis especiais, como por exemplo: 
▪ Lei 7.357/85: Lei do Cheque; 
▪ Lei 5.474/68: Lei da Duplicata Mercantil; 
▪ e o Decreto nº 2.044/1908. 
Com isso em mente, iremos abordar nesse texto os aspectos gerais dos títulos 
de crédito. Assim, visamos introduzir o tema destacando os principais pontos de 
atenção para os profissionais da advocacia. 
O que são títulos de crédito? 
O art. 887 do Código Civil conceitua título de crédito como sendo o documento 
necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele contido, somente 
produzindo efeito quando preenchidos os requisitos da lei. 
 
Na doutrina, o conceito mais aceito é o trazido por Cesare Vivante. Assim, ele 
define título de crédito como: 
o documento necessário ao exercício do direito, literal e autônomo, nele 
mencionado.” 
Inclusive, esse foi o conceito que inspirou a redação do art. 887 do Código Civil 
que mencionamos anteriormente. Além disso, o professor André Santa Cruz 
realça que o conceito de Cesare Vivante é o ideal porque: nos remete, por 
intermédio das expressões ‘necessário’, ‘literal’ e ‘autônomo’, aos três princípios 
informadores do regime jurídico cambial: a) cartularidade; b) literalidade; c) 
autonomia.” 
Princípios dos títulos de crédito 
Basicamente, há três princípios que regem os títulos de créditos. São eles, 
o princípio: 
▪ da cartularidade; 
▪ literalidade; 
▪ e o princípio da autonomia. 
Princípio da cartularidade 
Significa que o exercício de qualquer direito representado no título 
pressupõe a sua posse legítima. Assim, não há o direito ao crédito sem a 
cártula, o qual não pode ser transmitido sem a sua tradição e não pode ser 
exigido sem a sua apresentação. 
O professor Fabio Ulhoa Coelho define o princípio da cartularidade: 
Pelo princípio da cartularidade, a posse do título de crédito é condição para o 
exercício do direito nele incorporado. O objetivo desta regra principiológica é 
impedir que alguém se apresente como credor do título, depois de ter negociado 
o crédito com terceiro, cedendo-o.” 
Embora atualmente haja uma desmaterialização da cartularidade, por conta da 
introdução dos meios eletrônicos de trocas, ela ainda deve ser respeitada na 
área dos títulos de crédito. Por isso, ainda que se trate de uma “cártula 
eletrônica”, o credor ainda terá de possuir o título, mesmo que no formato 
eletrônico. 
Ainda sobre a cartularidade, André Santa Cruz reforça que: 
(i) a posse do título pelo devedor presume o pagamento do título, (ii) só é possível 
protestar o título apresentando-o, (iii) só é possível executar o título 
apresentando-o, não suprindo a sua ausência nem mesmo a apresentação de 
cópia autenticada”. 
Princípio da literalidade 
Ele estabelece que o título de crédito vale pelo que nele está escrito. Portanto, 
existe uma correspondência exata entre o teor do título e o direito nele 
mencionado. 
Luiz Emygdio F. da Rosa Jr. nos diz que: “só existe para o mundo cambiário o 
que está expresso no título”. 
Princípio da autonomia 
Esse princípio é fundamental no regime cambiário, pois é através dele que se 
materializa aquele ideal de segurança nas trocas comerciais. A autonomia é a 
impossibilidade de se questionar a relação que deu origem à sua 
emissão, assim tornando o título de crédito confiável. 
O título de crédito configura documento constitutivo de direito novo, autônomo, 
originário e completamente desvinculado da relação que lhe deu origem. 
Nesse aspecto, a boa-fé atua como importante elemento do princípio da 
autonomia. Isto é, por meio do subprincípio da inoponibilidade das exceções 
pessoais aos terceiros de boa-fé, prevista no art. 916 do CC e no art. 17 da Lei 
Uniforme de Genebra. 
Por fim, podemos citar a abstração como subprincípio vinculado ao princípio da 
autonomia. Ela estabelece que: 
 Quando o título circula, ele se desvincula da relação que lhe deu origem. 
Classificação dos títulos de crédito 
Os títulos de créditos podem ser classificados por diversos aspectos, são eles 
quanto: 
▪ à forma de circulação; 
▪ ao modelo; 
▪ estrutura; 
▪ à hipótese de emissão; 
▪ prestação; 
▪ tipicidade. 
Forma de circulação 
Os títulos de crédito podem ser: 
▪ ao portador; 
▪ nominais à ordem; 
▪ nominais não à ordem; 
▪ e nominativos. 
Ao portador 
Conforme definição do art. 904 do Código Civil, o título ao portador se transfere 
por simples tradição. Isso ocorre pois não há no título identificação do credor. 
Título nominal 
Por outro lado, o título nominal é aquele que indica expressamente o titular do 
crédito. Nesse caso, é necessária a realização de um ato formal para que haja 
a transferência do título. 
O título nominal à ordem se transfere por meio do endosso, conforme art. 910 do 
Código Civil. Já o título nominal não à ordem, se transfere por meio de cessão 
civil do crédito. 
A diferença entre a transferência por endosso e a transferência por cessão civil 
é que o endosso, por ser típico do regime jurídico cambial, mantém as 
características do título de crédito. Enquanto isso, a cessão civil descaracteriza 
o documento. 
Sobre essas diferenças, o professor André Santa Cruz diz: 
[…] o endosso acarreta a responsabilização do endossante, o qual passa a ser 
codevedor da dívida representada no título. Na cessão civil de crédito, por sua 
vez, o cedente não assume a responsabilidade pelo adimplemento da obrigação 
que cedeu, respondendo tão somente pela existência do crédito cedido. Em 
síntese: no endosso, se a dívida não for paga pelo devedor principal, oendossatário pode cobrá-la do endossante; na cessão civil de crédito, o 
cessionário não pode cobrar a dívida do cedente, em caso de inadimplemento 
do devedor. O cedente só responderá se tiver cedido crédito inexistente, 
representado por um documento falso, por exemplo. 
Ainda, vale dizer que na cessão civil do crédito o devedor não poderá aproveitar 
do princípio da inoponibilidade das exceções pessoais aos terceiros de boa-fé. 
Isso ocorre conforme descrito no art. 294 do Código Civil. Outra distinção que 
vale frisar é que o endosso é ato unilateral, enquanto a cessão civil do crédito é 
ato bilateral. 
Títulos nominativos 
Por fim, os títulos nominativos são aqueles emitidos em favor de pessoa 
determinada cujo registro específico é mantido pelo emitente do título. 
Portanto, a transferência se dá com o termo no registro assinado pelo emitente 
e pelo adquirente do título, nos termos dos artigos 921 e 922 do Código Civil. 
Modelo 
Os títulos de crédito se classificam quanto ao modelo, em livres ou vinculados. 
Títulos de crédito de modelo livre não precisam observar padronizações 
estabelecidas em lei. Tais como a letra de câmbio e a nota promissória. 
Por sua vez, títulos de crédito de modelo vinculado precisam observar as 
padronizações previstas em lei, sob pena de não produzirem os efeitos legais. 
Por exemplo, como é o caso do cheque e da duplicata. 
Estrutura 
Nessa classificação, os títulos de crédito podem ser uma promessa de 
pagamento ou uma ordem de pagamento. Um exemplo de promessa de 
pagamento é a nota promissória, onde há duas figuras jurídicas. Assim, há o 
sacador, que é quem se obriga a fazer o pagamento, e o tomador que é o 
beneficiário. 
Já na ordem de pagamento, há três figuras jurídicas: 
1. sacador: emite o título; 
2. sacado: contra quem é emitido o título; 
3. tomador: quem se beneficia do título. 
São exemplos o cheque, a letra de câmbio e a duplicata. 
Hipóteses de emissão 
Os títulos de crédito ainda podem ser causais ou abstratos. 
Títulos causais são emitidos somente nas hipóteses previstas em lei. Como por 
exemplo, a duplicata mercantil, que somente poderá ser emitida para formalizar 
uma compra e venda mercantil. 
Por sua vez, títulos abstratos podem ser emitidos para documentar qualquer 
negócio jurídico, tal como o cheque. 
Prestação 
Em regra, os títulos de crédito visam garantir o recebimento do crédito em 
dinheiro. 
Porém, há títulos de crédito cuja prestação não é o pagamento em dinheiro, mas 
representam mercadorias ou bens. Por exemplo, como a cédula de crédito rural. 
Tipicidade 
São típicos os títulos de crédito que estão regulados em lei, enquanto os títulos 
de crédito atípicos não possuem regulamentação específica. Assim, se regendo 
pela disciplina geral disposta no Código Civil, conforme art. 903. 
Contudo, há divergências na doutrina acerca da validade dos títulos de crédito 
atípicos. 
Atos cambiários e os títulos de crédito 
Os atos que caracterizam os títulos de crédito consistem em: 
▪ saque; 
▪ aceite; 
▪ endosso; 
▪ aval. 
Saque 
O saque nada mais é do que a emissão ou criação do título de crédito. 
Aceite 
Como já mencionamos, nos títulos de crédito que se classificam como ordem de 
pagamento há três figuras jurídicas: o sacador, o sacado e o tomador. Nesses 
tipos de título de crédito, é necessário que o sacado dê o aceite, concordando 
com os termos do saque. 
Na letra de câmbio, o aceite é sempre facultativo. Isso significa que, mesmo na 
hipótese de o sacado ser devedor do sacador ou tomador, ele não está obrigado 
a representar essa dívida por um título de crédito. Isto é, por um documento de 
circulação cambial. 
Se acredita que por conta disso a letra de câmbio não é muito utilizada na prática 
mercantil, sendo preferência a duplicata cujo aceite é obrigatório. 
Endosso 
O endosso é um importante instituto do regime cambiário por meio do qual o 
credor do título de crédito transmite seus direitos a outro. 
Por meio do endosso, além da transmissão da titularidade do crédito, o 
endossante se torna responsável solidário pelo pagamento do título. Exceto em 
casos onde o endosso for feito com a inscrição da cláusula sem garantia. Assim, 
em regra, sendo realizado por mera assinatura feita no verso do título. 
Além disso, ele se aplica aos títulos que contenham a cláusula à ordem, a qual 
é implícita a todos os títulos de crédito típicos. Porém, é possível que ela seja 
inserida de forma expressa a cláusula não à ordem, fazendo com o que o título 
seja transmissível somente por cessão civil de crédito. 
Outro atributo do endosso é que ele pode ser feito em branco. Ou seja, quando 
não há identificação no título do endossatário. Ou, em preto, quando há a 
identificação expressa do endossatário. 
No endosso em branco, o endossatário não precisará endossar novamente o 
título para transferi-lo a terceiro. Ao contrário do endossatário em preto, que 
somente conseguirá fazer circular a cártula em caso de endossar novamente. 
Assim, podendo optar pelo endosso em branco ou em preto. 
Aval 
O professor Fabio Ulhoa Coelho conceituou o aval como o: 
ato cambiário pelo qual uma pessoa (avalista) se compromete a pagar título de 
crédito, nas mesmas condições que um devedor desse título (avalizado)”. 
Ao contrário do endosso, que é realizado no verso do título, geralmente o aval é 
realizado no anverso. Ou seja, na parte anterior, bastando a simples assinatura. 
Se for realizado no verso, ele deverá ser acompanhado da menção de que se 
trata de aval além da assinatura. 
Além disso, o aval pode ser simultâneo ou sucessivo, também conhecido como 
“aval de aval”. 
No aval simultâneo, os avalistas se responsabilizam solidariamente pela dívida. 
E, se um dos avalistas pagar na sua totalidade, terá o direito de regresso pelo 
valor integral em face do devedor principal. Mas, poderá perseguir o crédito 
contra o avalista solidário somente pela cota que lhe competiria adimplir. 
No aval sucessivo, o avalista presta o aval em favor de outro avalista. Nesse 
caso, o avalista do avalista, caso pague a dívida, poderá exigir de seu avalizado 
a totalidade da dívida. 
Por fim, o aval também poderá ser feito em branco, quando não há a indicação 
do avalizado. Ou, em preto, quando se indica quem será o avalizado. 
A desmaterialização dos títulos de crédito 
Sobre o fenômeno, o professor André Santa Cruz traz a seguinte reflexão: 
O processo de desmaterialização dos títulos de crédito é uma consequência 
natural do desenvolvimento do comércio eletrônico, que exige que repensemos 
o conceito de documento, o qual não pode mais ser visto apenas como algo 
materializado em papel. O documento eletrônico é uma realidade consolidada 
nos dias atuais, e o mercado, obviamente, foi quem mais rápido se adaptou a 
ela, criando a assinatura digital, por meio do sistema de criptografia”. 
Como exemplo, podemos citar a evolução que tem sido observada na disciplina 
dos títulos de crédito. O Enunciado nº 462 da Jornada de Direito Civil do CJF, 
que firmou o seguinte entendimento acerca do artigo 889, § 3º, do Código Civil: 
Art. 889, § 3.º Os títulos de crédito podem ser emitidos, aceitos, endossados ou 
avalizados eletronicamente, mediante assinatura com certificação digital, 
respeitadas as exceções previstas em lei.” 
Nesse contexto, o princípio da cartularidade tem exigido uma nova leitura: 
Dada a proliferação dos títulos em meio magnético, sem que eles sejam, enfim, 
materializados num documento em meio físico”. 
 
LETRA DE CÂMBIO 
Lei Uniforme de Genebra foi internalizada pelo decreto 57.663/1966. Assim, a 
letra de câmbio é um título de crédito. É regida pela Lei Uniforme de Genebra 
(internalizada pelo Decreto 57.663/1966). 
Desta forma, a emissão deste tipo de crédito é conhecida como “saque” com os 
seguintes participantes: 
• Sacador: aquele que emite a ordem de pagamento; 
• Sacado: a quem a ordem é emitida; 
• Tomador:o beneficiário desta ordem. 
A validade da letra depende do “aceite” da ordem de pagamento pelo sacado. O 
sacador tem a possibilidade de criar uma ordem para si próprio, sendo ele, 
também, o sacado. 
Algumas formalidades devem ser observadas: 
• As palavras “letra de câmbio”, inseridas no próprio texto, não apenas no 
alto do título; 
• O valor monetário a ser pago; 
• O nome do sacado; 
• O nome do tomador; 
• Data e local onde a letra é sacada; 
• Assinatura do sacador 
OBS: A inobservância de qualquer dos requisitos de validade, tem como 
consequência jurídica, sua descaracterização como título de crédito. 
 
NOTA PROMISSÓRIA 
São requisitos essenciais previstos em lei para que valha como título de crédito 
(art. 75 da lei Uniforme): 
• a) a expressão nota promissória (cláusula cambiária); 
• b) uma promessa incondicional de pagamento de quantia determinada; 
• c) o nome do tomador; 
• d) a data do saque; 
• e) a assinatura do subscritor; 
• f) o lugar do saque ou a menção de um lugar junto ao nome do subscritor. 
Assim, as regras aplicáveis ao aceitante da letra, pois, devem ser aplicadas ao 
subscritor da nota. 
Exemplificando, pode-se dizer que o prazo de prescrição da nota em relação 
ao seu subscritor é igual ao da letra em relação ao aceitante (três anos, 
contados do vencimento, conforme disposto no art. 70 da Lei Uniforme). 
Por fim, cumpre mencionar que o prazo para ajuizamento de ação 
monitória em face do emitente de nota promissória sem força executiva 
é quinquenal, a contar do dia seguinte ao vencimento do título (Súmula 504 
do STJ). 
 
CHEQUE 
Cheque é um título de crédito. Desta forma, regido inicialmente pela Lei Uniforme 
do Cheque (decreto 57595/1966) e, posteriormente, pela 
Lei 7.357/1985 (Lei do Cheque) 
Características do cheque: 
• Lei Uniforme do Cheque (internalizado pelo decreto 57595/1966) 
modificado pela Lei 7.357/1985 (Lei do Cheque) 
• ordem de pagamento à vista 
• título de modelo vinculado 
• título abstrato 
• só pode ser emitido contra um banco ou contra uma instituição financeira 
 
DUPLICATA 
São características marcantes da duplicata: 
• aceite obrigatório 
• título causal 
• título de modelo vinculado 
• estruturada como ordem de pagamento 
Cada duplicata só pode corresponder a uma fatura. Portanto, no campo da 
duplicata em que eu tenho que colocar o número da fatura só pode ser 
preenchido com uma única fatura, não posso usar mais de uma fatura 
para emitir uma mesma duplicata. 
Art. 20 – 20. Uma só duplicata não pode corresponder a mais de uma fatura. 
A duplicata é um título de modelo vinculado, ou seja, só pode ser emitida com 
obediência rigorosa aos padrões de emissão fixados pelo Conselho Monetário 
Nacional. Além disso, deve conter os seguintes elementos (art. 2.º da Lei das 
Duplicatas): 
• a) a expressão duplicata (cláusula cambiária) e a cláusula à ordem, que 
autoriza, como visto, a sua circulação via endosso; 
• b) data de emissão, coincidente com a data da fatura; 
• c) os números da fatura e da duplicata; 
• d) a data do vencimento, quando não for à vista; 
• e) o nome e o domicílio do vendedor (sacador); 
• f) o nome, o domicílio e o número de inscrição no cadastro de 
contribuintes do comprador (sacado); 
• g) a importância a ser paga, por extenso e em algarismos; 
• h) o local do pagamento; 
• i) o local para o aceite do sacado; 
• j) a assinatura do sacador. 
 
 
 
LEI UNIFORME DE GENEBRA X CÓDIGO CIVIL 
O art. 903 do CC tem a seguinte redação: “salvo disposição diversa em lei 
especial, regem-se os títulos de crédito pelo disposto neste Código”. 
Assim, conforme já dito, as disposições do Código Civil, em princípio, não se 
aplicam aos títulos de crédito nominados/típicos, que possuem legislação 
especial. 
Desta forma, é o caso da duplicata, da letra de câmbio, da nota promissória e do 
cheque, para citar apenas os principais. O Código Civil funciona, pois, na parte 
relativa aos títulos de crédito, como uma teoria geral para os chamados títulos 
atípicos/inominados, isto é, que não possuem lei específica. 
Logo, é por isso que, como visto, a vedação de aval parcial prevista no art. 897, 
parágrafo único, do CC, por exemplo, não se aplica aos títulos de crédito 
típicos/nominados, já que a Lei Uniforme prevê a possibilidade de aval parcial. 
Nesse sentido, vale lembrar os enunciados 39 da I Jornada de Direito Comercial 
(“não se aplica a vedação do art. 897, parágrafo único, do Código Civil, aos 
títulos de crédito regulados por lei especial, nos termos do seu art. 903, sendo, 
portanto, admitido o aval parcial nos títulos de crédito regulados em lei especial”) 
e 52 da I Jornada de Direito Civil (“as disposições relativas aos títulos de crédito 
do Código Civil aplicam-se àqueles regulados por leis especiais, no caso de 
omissão ou lacuna”).

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