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Relatório ESO Emily Karoliny Lima Silva (1)

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS 
ESCOLA DE CIÊNCIAS MÉDICAS E DA VIDA 
CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO OBRIGATÓRIO 
CLÍNICA E CIRURGIA DE PEQUENOS ANIMAIS 
 
 
 
Acadêmica: Emily Karoliny Lima Silva 
Orientador: Prof. MSc. Eduardo de Paula Nascente 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GOIÂNIA- GOIÁS 
2022 
ii 
Emily Karoliny Lima Silva 
 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO OBRIGATÓRIO EM CLÍNICA E 
CIRURGIA DE PEQUENOS ANIMAIS 
 
 
 
 
Relatório de estágio obrigatório supervisionado 
apresentado como requisito parcial para obtenção do 
grau de Bacharel em Medicina Veterinária, junto ao 
curso de Medicina Veterinária, da Escola de Ciências 
Médicas e da Vida, da Pontifícia Universidade 
Católica de Goiás. 
 
Orientador: Prof. MSc. Eduardo de Paula Nascente 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GOIÂNIA - GOIÁS 
2022 
iii 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho à minha família... 
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AGRADECIMENTOS 
 
Primeiramente, agradeço a Deus pela minha vida, saúde e pela oportunidade de estar 
realizando meu sonho. 
Aos meus pais, Fernanda Souza Lima Garcia e Gilmar José Garcia, que fizeram o 
possível e o impossível para me manter na faculdade, além de me apoiarem e estarem ao meu 
lado em todas as minhas decisões. 
Aos meus irmãos, Michele Cruz Garcia e Wallyson Cruz Garcia que estiveram ao meu 
lado, me incentivando a ir em busca de dos meus sonhos. 
A minha vó, por acreditar no meu potencial, pela delicadeza de sempre orar por mim, e 
pelo amor que tem me dado. 
A Pontifícia Universidade Católica de Goiás, por proporcionar um ensino de qualidade 
e estrutura com todos os recursos necessários para o meu aprendizado. Agradeço ainda a todos 
os colaboradores e docentes pelo amparo e ensinamentos que tanto contribuíram para meu 
desenvolvimento acadêmico. 
Aos meus amigos e colegas da faculdade que fizeram esses anos serem mais leves e 
descontraídos mesmo com todos os momentos de fraquezas e dificuldades. 
A Clínica Veterinária Saúde animal, pela oportunidade de realização de estágio e por 
todo ensinamento obtido. Agradeço a minha supervisora M.V. Laryssa Ribeiro Martins pelo 
acolhimento, paciência, conselhos durante esse período. Sou grata também aos tutores e aos 
animais que interagi no decorrer da minha formação. 
Ao meu orientador, Prof. MSc. Eduardo Nascente, por transmitir seus conhecimentos, 
por sanar minhas dúvidas, pela dedicação e excelente orientação. 
 
 
 
 
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 “Mas, sejam fortes e não desanimem, pois o trabalho de vocês será recompensado.” 
(2 Crônicas 15:7) 
vi 
SUMÁRIO 
 
 
LISTA DE FIGURAS.............................................................................................................vii 
LISTA DE QUADROS.......................................................................................................... viii 
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS .............................................................................ix 
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 1 
2. CARACTERIZAÇÃO E APRESENTAÇÃO DO LOCAL DO ESTÁGIO .................. 2 
2.1. Local de estágio .............................................................................................................. 2 
2.2. Justificativa para a escolha da área e local de estágio ....................................................... 2 
2.3. Descrição do local do estágio................................................................................................2 
2.4. Descrição da rotina do estágio ......................................................................................... 8 
3. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS E DISCUSSÃO TÉCNICA CIENTÍFICA............11 
3.1. Resumo quantitativo das atividades....................................................................................11 
3.2. Descrição e discussão do relato de caso acompanhado......................................................13 
3.2.1. Intoxicação por dimesilato de lisdexanfetamina (LXD) em canino.................................13 
3.2.2 Discussão..........................................................................................................................14 
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................17 
5. REFERÊNCIAS ..................................................................................................................18 
 
 
 
vii 
LISTA DE FIGURAS 
 
 
Figura 1 - Fachada da Clínica Saúde Animal, Parque Amazônia, Goiânia, Goiás, Brasil........3 
 
 
Figura 2 - Clínica Saúde Animal, Goiânia, Goiás, brasil. Recepção e sala de espera de 
atendimentos veterinários (A); Pet Shop, recepção, atendimento do banho e tosa 
e farmácia veterinária (B); Consultórios destinados aos atendimentos veterinários 
(C); Sala de vacinação (D).................................................. ...................................4 
 
 
Figura 3 - Clínica Saúde Animal, Goiânia, Goiás, Brasil. Internação de gatos (A); Quarentena 
(B); Internação de cães (C); Estoque (D)...............................................................5 
 
 
Figura 4 - Clínica Saúde Animal, Goiânia, Goiás, Brasil. Consultório de Imagem (A); Sala de 
Radiografia (B); Isolamento de gatos (C); Isolamento de cães (D)..........................6 
 
 
Figura 5 - Clínica Saúde Animal, Goiânia, Goiás, Brasil. Sala de Esterilização (A); Expurgo 
(B); Sala de Preparo (C); Sala de paramentação (D)................................................7 
 
 
Figura 6 - Clínica Saúde Animal, Goiânia, Goiás, Brasil. Centro Cirúrgico 1 (A); Centro 
Cirúrgico 2 (B)..........................................................................................................8 
 
viii 
LISTA DE QUADROS 
 
 
 Quadro 1 – Diagnósticos conclusivos/presuntivos dos casos clínicos atendidos no período de 
15 de agosto a 15 de novembro de 2022 na Clínica Veterinária Saúde Animal, 
Goiânia, Goiás, Brasil..........................................................................................11 
 
 
Quadro 2 – Casos cirúrgicos acompanhados no período de 15 de agosto a 15 de novembro de 
2022 na Clínica Veterinária Saúde Animal, Goiânia, Goiás, Brasil......................12 
 
 
Quadro 3 - Valores relativos e absolutos de exames realizados/acompanhados no período de 
15 de agosto a 15 de novembro de 2022 na Clínica Veterinária Saúde Animal, 
Goiânia, Goiás, Brasil..........................................................................................13 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ix 
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS 
 
 
 
ALT – Alanina aminotransferase 
DML – Depósito de material de limpeza 
FA – Fosfatase alcalina 
FC – Frequência cardíaca 
FR – Frequência respiratória 
LXD – Dimesilato de lisdexanfetamina 
MPA – Medicamento pré-anestésica 
PA – Pressão arterial 
TR – Temperatura retal 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
O estágio supervisionado obrigatório é um período de suma importância para 
crescimento profissional, com o objetivo de ampliar os conhecimentos que foram aplicados 
durante a graduação. Assim, a prática diária pode transmitir entendimento nas mais diversas 
situações como agir em casos de emergência, como conversar e explicar ao tutor sobre seus 
pacientes, além de lidar com o ambiente de trabalho. 
O estágio supervisionado obrigatório (ESO) foi realizado no período de 15 de agosto 
à 15 de novembro de 2022, com duração de 375 horas, na Clínica Veterinária Saúde Animal, 
localizada no Parque Amazônia, Goiânia, Goiás. As atividades desenvolvidas na clínica 
compreenderam o acompanhamentode consultas, acompanhamento de exames e 
procedimentos cirúrgicos, sendo possível sempre debater sobre diagnósticos diferenciais e 
tratamento dos pacientes internados. 
O presente trabalho tem o objetivo de descrever sobre o local de estágio, de acordo 
com sua infraestrutura, seus serviços oferecidos e as atividades desenvolvidas no período de 
estágio. Ao fim, será relatado um caso clínico sobre os aspectos clínicos e abordagem 
terapêutica em um quadro de intoxicação por dimesilato de lisdexanfetamina em paciente 
canino. 
Composto derivado das anfetaminas, o dimesilato de lisdexanfetamina é uma droga 
psicoestimulante relativamente utilizada no tratamento de pacientes humanos com transtorno 
de déficit de atenção/hiperatividade (MATTOS, 2014; WOLRAICH et al., 2019). Atua 
promovendo o bloqueio da recaptação da dopamina e da noradrenalina, sendo relatados 
escassos casos na literatura no que concerne a intoxicação de caninos e felinos (HARRIS, 
2022). Diante disso, o caso aqui apresentado e discutido, auxiliará outro médicos veterinários 
na identificação dos sinais clínicos e abordagem terapêutica de pacientes que ingeriram esta 
droga. 
 
 
 
2 
2. CARACTERIZAÇÃO E APRESENTAÇÃO DO LOCAL DO ESTÁGIO 
 
2.1. Local de estágio 
O Estágio Supervisionado foi realizado na Clínica Veterinária Saúde Animal, que se 
encontra localizada na Rua Montes Claros, quadra 109 - lote 10 - Parque Amazônia, CEP 
74840-650, no município de Goiânia, Goiás, Brasil. Coordenadas: -16.73608367541563, -
49.28376477822864. 
 
2.2. Justificativa para a escolha da área e local de estágio 
Com o passar dos anos, a ligação do homem com os animais tem se tornado cada vez 
mais forte, sendo marcada por grandes transformações em que o pets tem exercido na sociedade 
e na rotina das pessoas. Neste sentido, a interação de fundo emocional fez com que esses 
animais passassem para o status de membro da família ao invés de apenas um simples 
companheiro de estimação. Com isso, o mercado pet tem ganhado marcante visibilidade em 
razão do afeto entre o animal e ser humano, de modo que os desses animais buscam cada vez 
mais o bem estar de seus pets (MARICHALAR (2006); ELIZEIRE, 2013). 
Além dos aspectos socioeconômicos associados ao mercado pet, que se encontra em 
crescente evolução, a escolha da área de clínica e cirurgia de pequenos animais se deu, 
principalmente, por se ter uma afinidade maior com cães e gatos. Tornou-se essencial alcançar 
conhecimentos teóricos e práticos dessa área, sempre buscando atualizações. A Clínica 
Veterinária Saúde Animal foi escolhida por ser um centro de excelência nesta área, com uma 
considerável rotina clínica e cirúrgica de pequenos animais. Além disso, possui uma excelente 
infraestrutura e conta com uma equipe de profissionais especializados nas áreas de oncologia, 
nefropatia, anestesiologia, endocrinologia, dermatologista e dentre outros. 
 
2.3. Descrição do local do estágio 
A Clínica Veterinária Saúde Animal (Figura 1) está localizada na Rua Montes Claros, 
Parque Amazônia, no município de Goiânia, Goiás. A clínica presta serviços relacionados as 
cirurgias, consultas, internação, vacinas, diagnóstico laboratorial, pet shop, farmácia 
veterinária, banho e tosa. Conta com atendimento 24 horas, três médicos veterinários cirurgiões, 
um anestesista, dois intensivistas e dois clínicos gerais. Adicionalmente, quando necessário, 
eram solicitados o atendimento de especialistas das diversas áreas, incluindo oncologia, 
nefrologia, cardiologia, neurologia, endocrinologia e dentre outros. 
3 
 
Figura 1 - Fachada da Clínica Saúde Animal, Parque 
Amazônia, Goiânia, Goiás, Brasil. 
 Fonte: Arquivo pessoal, 2022. 
 
A empresa é dividida em duas subáreas sendo a clínica veterinária (Figura 2A) e pet 
shop (Figura 2B), no qual ambas dispõem de entrada própria. A clínica possui dois andares, 
onde o térreo é composto pela recepção e pet shop. No primeiro andar encontram-se os 
consultórios, sala da vacinação, sala de raio-x, consultório de imagem, estoque, área de 
quarentena e alas de internação de cães e gatos. No segundo andar encontra-se o isolamento de 
cães, isolamento de gatos, sala de esterilização, expurgo, sala de preparo, sala de paramentação 
e dois centros cirúrgicos. 
O piso térreo conta com um funcionário responsável pela recepção e atendimento 
relacionados a clínica e cirurgia, em que é realizado o cadastro e a pesagem dos animais (Figura 
2A). Para deslocar-se ao primeiro e segundo andar, a clínica possui elevador e escadas. No 
primeiro piso encontram-se três consultórios (Figura 2C) no qual possuem ar-condicionado, 
uma mesa inox utilizada para avaliação física dos animais e coleta de amostras para exames e 
procedimentos ambulatoriais. Possui um armário com estetoscópio, termômetro, tubos de 
coleta, luvas, gazes, álcool, éter, água oxigenada, alguns fármacos que são utilizados na rotina 
(a exemplo de tramadol, diazepam e dipirona) e objetos para auxílio do médico veterinário nas 
suas respectivas atividades (tesoura Spencer, cabos e lâminas de bisturi, agulhas, seringas e 
garrote látex). 
4 
Em seguida, a sala de vacinação (Figura 2D) também aporta uma mesa de inox para 
manipulação do animal, contando com ambiente climatizado, uma geladeira em que são 
armazenadas as vacinas, e um armário para seringas, agulhas, álcool, água oxigenada, éter, 
gases e luvas de procedimento. 
 
 
 
Figura 2 - Clínica Saúde Animal, Goiânia, Goiás, brasil. Recepção e 
sala de espera de atendimentos veterinários (A); Pet Shop, 
recepção, atendimento do banho e tosa e farmácia 
veterinária (B); Consultórios destinados aos atendimentos 
veterinários (C); Sala de vacinação (D). 
Fonte: Arquivo pessoal, 2022. 
 
5 
 Ainda no primeiro andar, haviam duas alas de internações destinada a felinos (Figura 
3A) e de cães (Figura 3C), exclusivamente para àqueles que não tinham doenças infecciosas. 
Situava-se também as baias de quarentena, em que eram encaminhados os pacientes suspeitos 
ou expostos a alguma doença infecciosa ou agente infeccioso (Figura 3B). Cada um desses 
locais possuía baias, ar-condicionado, uma mesa de inox, colchões térmicos e um armário com 
diversos objetos (seringas, agulhas, algodão, lâmina de bisturi e dentre outros), além de bombas 
de infusão. No mesmo andar, encontrava-se ainda a sala de estoque, local onde eram 
armazenados utensílios destinados as atividades de uso ambulatorial. Apenas os médicos 
veterinários eram permitidos de retirar e repor o estoque (Figura 3D). 
 
 
Figura 3 - Clínica Saúde Animal, Goiânia, Goiás, Brasil. 
Internação de gatos (A); Quarentena (B); 
Internação de cães (C); Estoque (D). 
 Fonte: Arquivo pessoal, 2022. 
 
6 
Na última parte do primeiro andar, encontrava-se o consultório de imagem (Figura 4A) 
que continha aparelho de ultrassonografia, ar-condicionado, uma mesa de inox, calhas para 
colocar os animais e alguns materiais como álcool, água oxigenada, éter e papel toalha. Possuía 
também o aparelho destinado à leitura de placas de raio-x. Ao lado do consultório de imagem, 
encontra-se a sala de radiografia (Figura 4B), um ambiente climatizado, que continha avental 
plumbífero de proteção radiológica, placas fotográficas de radiografia, calhas, uma mesa Bucky 
e um aparelho emissor de radiação destinado a fazer o diagnóstico radiográfico. 
 
 
Figura 4 - Clínica Saúde Animal, Goiânia, Goiás, Brasil. 
Consultório de Imagem (A); Sala de Radiografia 
(B); Isolamento de gatos (C); Isolamento de cães 
(D). Fonte: Arquivo pessoal, 2022. 
 
7 
O segundo andar, contava com outras internações além das mencionadas no primeiro 
andar, destinada ao isolamento de gatos (Figura 4C) e de cães (Figura 4D), ambos para aqueles 
diagnosticados com doenças que ofereçam riscos de infecções para outros da mesma espécie, 
isolando-o em um ambiente próprio. Em cada um desses locais possuíam os mesmo utensílios 
e objetosde uso ambulatório relatados anteriormente. 
A sala de esterilização (Figura 5A) era uma área destinada à esterilização de kits 
cirúrgicos, capotes, panos de campo e compressas. A sala possuía autoclave, seladora manual 
e armários para armazenamento dos materiais já esterilizados. Ao lado, tinha o expurgo (Figura 
5B), no qual era realizado a limpeza dos materiais utilizados nos procedimentos cirúrgicos. 
Ainda no mesmo ambiente, encontrava-se a sala de preparo (Figura 5C) e a sala de 
paramentação (Figura 5D), que contêm armários com luvas cirúrgicas esterilizadas, capotes, 
toucas, máscaras, além de uma pia para lavagem correta das mãos. 
 
Figura 5 - Clínica Saúde Animal, Goiânia, Goiás, Brasil. 
Sala de Esterilização (A); Expurgo (B); Sala de 
Preparo (C); Sala de paramentação (D). Fonte: 
Arquivo pessoal, 2022. 
8 
Ainda no segundo andar, no mesmo corredor, haviam dois centros cirúrgicos (Figura 
6). Ambos os centros cirúrgicos possuíam uma mesa cirúrgica, uma mesa de inox, aparelho de 
anestesia inalatória, cilindro de oxigênio, monitor multiparamétrico, um armário com fármacos 
e outros instrumentos de auxílio cirúrgico, como bisturi, seringa, agulha, álcool, água 
oxigenada, clorexidina e iodo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 6 - Clínica Saúde Animal, Goiânia, Goiás, Brasil. Centro Cirúrgico 1 (A); 
Centro Cirúrgico 2 (B). Fonte: Arquivo pessoal, 2022. 
 
2.4. Descrição da rotina do estágio 
O período de estágio curricular supervisionado iniciou-se no dia 15 de agosto de 2022 
e foi finalizado dia 15 de novembro 2022, totalizando 46 dias de atividades. A carga horária 
diária era de seis horas, perfazendo 30 horas semanais, com um total de 375 horas. 
A clínica desfruta de atendimento 24 horas, sendo o horário comercial das 8 até as 18:00 
horas durante a semana e, aos sábados, das 8 às 15 horas. Os atendimentos eram realizados 
tanto por agendamento ou por ordem de chegada. Os horários de plantão ocorriam entre as 
20:00 e 8:00 horas, de modo que das 18:00 às 20:00, até a chegada do plantonista, o médico 
veterinário intensivista encontrava-se na clínica. 
9 
Os pacientes passavam pelo atendimento na recepção em que era realizado o cadastro, 
pesagem e, em casos de agendamentos, eram realizados apenas exames solicitados. Os tutores 
poderiam escolher um médico veterinário especialista ou clínico geral. Nas consultas, 
inicialmente realizava-se a anamnese, seguida pelo exame físico geral (palpação de linfonodos, 
auscultação cardíaca e pulmonar, mensuração da temperatura retal, aferição da pressão arterial), 
ou colheita de material biológico (sangue, fezes, urina, raspado de pele) para exames 
laboratoriais. Dependendo da queixa do paciente, era realizado exame físico específico. 
Além das consultas acompanhadas, auxiliava-se também na pesagem dos animais, 
contenção para coleta de exames laboratoriais, tanto durante a consulta quanto na internação, e 
auxiliando-se também no exame físico. Na ausência de consultas, as atividades eram realizadas 
na internação, em que duas vezes durante o dia (às 10:00 horas e às 15:00 horas) eram aferidos 
os parâmetros vitais dos pacientes, como frequência cardíaca, frequência respiratória, 
temperatura retal, pressão arterial e glicemia em todos os animais internados. Todos os 
procedimentos sempre eram monitorados pelo veterinário intensivista ou pelo supervisor de 
estágio. 
Além disso, foi possível acompanhar a elaboração e implementação dos protocolos 
terapêuticos dos pacientes, principalmente daqueles internados, pois se podia observar a 
evolução de cada um. Ademais, realizava-se a administração de medicações dos pacientes 
presentes na clínica, canulação e verificação do acesso venoso, troca de curativos e limpeza de 
feridas, colocação de sondas uretrais e nasogástricas, administração de fluído para controlar o 
volume de solução fisiológica dos animais, e calculava-se a taxa de infusão respectiva para cada 
paciente. Era realizado também, a preparação das baias, fornecimento de alimento e água, 
passeio com os pacientes, preenchimentos de prontuários, e elaboração conjunta de receitas 
médicas, permitindo a discussão sobre os protocolos terapêuticos com os mesmos, tudo isso 
com a supervisão de um médico veterinário. 
Durante o estágio foi possível auxiliar e acompanhar os veterinários nos procedimentos 
de diagnóstico de imagem. Sempre portando o avental plumbífero, auxiliava-se na contenção e 
posicionamento do animal junto a placa de raio-x na posição correta. Na ultrassonografia, 
também se auxiliava na contenção e posição do paciente. Com tal participação, era possível a 
discussão sobre o laudo dos exames realizados. 
No centro cirúrgico, auxiliava no preparo pré-cirúrgico colocando o animal na posição 
ideal, realização da antissepsia da área, auxílio na paramentação do cirurgião, acompanhamento 
das cirurgias e, em alguns casos, era permitido auxiliar o cirurgião. Adicionalmente, também 
10 
era possível acompanhar o anestesista no preparo antes de adentrar ao centro cirúrgico, 
realizando a tricotomia, colocação do acesso venoso, e na administração de medicação pré 
anestésica (MPA). Verificavam-se os parâmetros fisiológicos dos animais durante a anestesia, 
no pós-operatório, e na recuperação do paciente. Todos os animais antes de passarem por 
qualquer procedimento cirúrgico dentro da clínica, eram submetidos aos exames pré-
operatórios (hemograma, perfil bioquímico hepático e renal, além de eletrocardiograma). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
3. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS E DISCUSSÃO TÉCNICA CIENTÍFICA 
 
3.1. Resumo quantitativo das atividades 
 Durante o período de estágio curricular obrigatório na clínica Veterinária Saúde 
Animal, foi possível realizar o levamento dos casos cirúrgicos, clínicos e exames 
complementares assistidos do início ao fim, por meio da colaboração dos dirigentes da empresa. 
Durante 15 de agosto a 15 de novembro, foram acompanhados 83 casos clínicos, em diferentes 
especialidades (Quadro 1). Destes, foram atendidos 54 cães (65,05%) e 29 felinos (34,95%). A 
maior rotina foi relacionada a ocorrência de enfermidade infecciosas e/ou parasitárias (30,48%), 
seguido por gastroenterologia/hepatologia (15,85%) e nefrologia/urologia (12,2%). 
 
Quadro 2 – Diagnósticos conclusivos/presuntivos dos casos clínicos atendidos no período de 
15 de agosto a 15 de novembro de 2022 na Clínica Veterinária Saúde Animal, 
Goiânia, Goiás, Brasil. 
 
Especialidade/Diagnósticos N° de Casos Frequência (%) 
Enfermidades infecciosas e/ou parasitárias 25 30,48% 
Hemoparasitoses 10 12,2% 
Parvovirose 7 8,53% 
Giardíase 3 3,65% 
Fiv – Imunodeficiência Felina 2 2,44% 
FeLv – Leucemia Felina 2 2,44% 
Cinomose 1 1,2% 
Gastroenterologia/Hepatologia 13 15,85% 
Gastroenterite de causa desconhecida 5 6,1% 
Cálculo dentário 4 4,87% 
Lipidose hepática 3 3,65% 
Corpo estranho gástrico 1 1,2% 
Nefrologia/Urologia 10 12,2% 
Insuficiência renal 4 4,87% 
Cistite 3 3,65% 
Obstrução uretral 3 3,65% 
Toxicologia 1 1,2% 
Intoxicação por organofosforados 1 1,2% 
Intoxicação por Dimesilato de Lisdexanfetamina 1 1,2% 
Cardiologia 1 1,2% 
Cardiomiopatia dilatada 1 1,2% 
Pneumologia 4 4,87% 
Pneumonia bacteriana 2 2,44% 
Pneumonia fúngica 1 1,2% 
Colapso de Traqueia 1 1,2% 
 
12 
Quadro 3 – Continuação. Diagnósticos conclusivos/presuntivos dos casos clínicos atendidos 
no período de 15 de agosto a 15 de novembro de 2022 na Clínica Veterinária 
Saúde Animal, Goiânia, Goiás, Brasil. 
 
Especialidade/Diagnósticos N° de Casos Frequência (%) 
Endocrinologia 1 1,2% 
Diabetes mellitus 1 1,2% 
Oncologia 5 6,1% 
Tumor Venéreo Transmissível 3 3,65% 
Neoplasias Mamárias 2 2,44% 
Traumatologia 7 8,53% 
Lesões cutâneas por ataque de cão 3 3,65% 
Fratura de pelve 2 2,44% 
Fratura deTarso 1 1,2% 
Fratura de mandíbula 1 1,2% 
Obstetrícia 6 7,31% 
Distocia 4 4,87% 
Pseudociese 2 2,44% 
Dermatologia 9 11% 
Otite 4 4,87% 
Sarna demodécica 2 2,44% 
Malasseziose 2 2,44% 
Abscesso cutâneo 1 1,2% 
Total 83 100,00% 
 
Durante o período de estágio, foi possível acompanhar 45 procedimentos cirúrgicos 
(Quadro 2), de modo que todos foram realizados em pacientes caninos. Dentre os realizados, 
cirurgias do aparelho reprodutor foram as mais frequentes, como orquiectomia (31,11%), OSH 
eletiva (24,44%) e cesariana (13,33%). Quanto aos exames realizados/acompanhados (Quadro 
3), hemograma (26,36%), bioquímicas séricas (21%), ultrassonografia (18,18%) e radiografia 
(11,81%) foram os mais frequentes. 
 
Quadro 2 – Casos cirúrgicos acompanhados no período de 15 de agosto a 15 de novembro de 
2022 na Clínica Veterinária Saúde Animal, Goiânia, Goiás, Brasil 
Cirurgias N° de Casos Frequência (%) 
Orquiectomia 14 31,11% 
Ovariosalpingohisterectomia eletiva 11 24,44% 
Remoção de cálculo dentário 9 20,00% 
Cesariana 6 13,33% 
Mastectomia bilateral total 2 4,44% 
Ovariosalpingohisterectomia - piometra 2 4,44% 
Drenagem de líquido abdominal 1 2,22% 
Total 45 100,00% 
13 
Quadro 3 – Valores relativos e absolutos de exames realizados/acompanhados no período de 
15 de agosto a 15 de novembro de 2022 na Clínica Veterinária Saúde Animal, 
Goiânia, Goiás, Brasil. 
Exames N° de exames Frequência (%) 
Hemograma 29 26,36% 
Bioquímicas séricas 23 21% 
Ultrassonografia 20 18,18% 
Radiografia 13 11,81% 
Teste rápido de parvovirose 9 8,18% 
Teste rápido de hemoparasitose 9 8,18% 
Coleta de urina 5 4,54% 
Teste de fluoresceína 4 3,63% 
Citologia – raspado cutâneo 4 3,63% 
Teste rápido de cinomose 2 1,81% 
Total 110 100,00% 
 
 
 
3.2. Descrição e discussão de relato de caso acompanhado 
3.2.1. Intoxicação por dimesilato de lisdexanfetamina (LXD) em canino 
No dia 05 de setembro de 2022 foi atendido um animal da espécie canina, fêmea, sem 
raça definida, de 11 anos de idade, com bom escore corporal. Durante a anamnese foi relatado 
pela tutora que o animal havia ingerido um comprimido (50mg) de medicação para tratamento 
de transtorno de déficit atenção/hiperatividade (TDAH), comercialmente denominado 
Vyvanse® (50mg, comprimido, Takeda Pharmaceuticals, EUA, 2017), contendo como 
princípio ativo o dimesilato de lisdexanfetamina. O protocolo vacinal do animal estava 
atualizado, assim como, vermífugo e anticarrapaticida. Além disso, ingeria somente ração 
comercial, sem histórico de comorbidades. 
A tutora relatou que o mesmo apresentava tremores, hiporexia e hiperatividade. Ao 
exame físico, constatou-se hiperexcitação, hiperfoco, midríase sem resposta fotodinâmica, 
fotofobia, misofonia, hipoglicemia (66mg/dl), aumento da pressão arterial (160mmHg) e 
frequência respiratória (82mpm). Diante do histórico e aspectos clínicos, foi recomendado pela 
médica veterinária responsável a internação da paciente para monitoração. 
A cadela foi colocada em uma baia separada com a luz apagada e cobertas para cobrir 
toda a baia, proporcionando um ambiente escuro e calmo ao animal. Foi realizada fluidoterapia 
na bomba de fluído com ringer lactato de 500mL, cujo volume total era de 806,4mL/ 24 horas 
com taxa de infusão intensa, para estimular a diurese. Os fármacos utilizados durante a 
internação incluíram a Vitamina B12 (Hipovita B12®, 1 mL a cada 24 horas, durante 1 dia, via 
 
14 
intravenosa), protetor hepático (Heptrat®, 0,05 gramas a cada 24 horas, durante 1 dia, via oral) 
e glicose (2,8mL a cada 24 horas, durante 1 dia, via intravenosa). De acordo com a melhora 
clínica do paciente, o volume total de manutenção com ringer lactato foi adequado à 
537,6mL/24 horas. 
Durante a internação da paciente, no período noturno do dia 05 de setembro de 2022, 
a mesma ainda apresentava sinais como midríase e hiperatividade, com frequência respiratória 
de 72mpm e a pressão arterial oscilava entre 160-170 mmHg, ainda elevadas. Porém, exibia 
normorexia, normoúria e ingestão adequada de água. Na manhã seguinte, no dia 06 de setembro 
de 2022, exibiu melhora significativa no quadro clínico, com todos os parâmetros fisiológicos 
dentro da normalidade, recebendo alta no mesmo dia. 
 
3.2.2 Discussão 
O dimesilato de lisdexamfetamina (LDX) é um fármaco que recentemente foi aceito no 
mercado para tratamento de transtorno de défice de atenção/hiperatividade (TDAH). Atua como 
psicoestimulante, e seu mecanismo de ação e efeitos se assemelham ao das anfetaminas e ao 
metilfenidato. É um pró-fármaco inativo no qual a sua porção ativa é a (d-anfetamina), 
substância metabolizada no fígado por meio de hidrólise de taxa restrita, sendo excretada pelo 
rim (MATTOS, 2014). 
O mecanismo de ação da LXD é associado ao bloqueio de recaptação de dopamina e 
norepinefrina do neurônio pré-sináptico, ampliando a liberação dos mesmos no espaço 
extraneural (Vyvanse®, 2017). Seu metabólito ativo, a d-anfetamina, atua como substância 
simpaticomimética eficaz, devido a sua habilidade de atuar tanto no sistema de norepinefrina 
como no sistema dopaminérgico (ANDRAD, 2002; PAPICH, 2009). Como consequência da 
atuação dessas catecolaminas, ocorrem predominantemente sinais clínicos como hiperatividade 
e hiperexcitação (Vyvanse®, 2017). Adicionalmente, é reconhecido que LXD causa 
desequilíbrio oxidativo devido ao aumento na peroxidação lipídica, oxidação de proteínas e 
alterações nas atividades de enzimas antioxidantes em áreas cerebrais (EGER et al., 2016). 
A maioria dos estudos na literatura científica são concentrados na investigação dos 
efeitos da droga em seres humanos, principalmente para o tratamento de TDAH (CHILDRESS 
et al., 2012) e no controle de distúrbios alimentares (SCHNEIDER et al., 2021). Em muitos 
desses estudos, pequenos roedores são utilizados como modelo experimental para os processos 
investigativos (EGER et al., 2016). Adicionalmente, quadros de intoxicação por esta droga, 
bem como, de outras anfetaminas e metanfetaminas, não são comumente relatados e/ou 
15 
diagnosticados na rotina médico-veterinária, principalmente na clínica de pequenos animais. 
Escassos relatos descreveram tais condições na espécie canina (BISCHOFF, et al., 1998; PEI 
& ZHANG et al., 2014; HARRIS, 2022) e em felinos (NORKUS et al., 2017; CRECRAFT et 
al., 2022), evidenciando assim, a importância de descrição de novos casos, como o apresentado 
neste trabalho. 
No presente relato, além da hiperatividade e hiperexcitação, a paciente atendida exibia 
outros sinais clínicos que corroboram os descritos na literatura, sejam advindos de relatos em 
humanos ou animais, como tremores musculares (DERLET et al., 1990), hiporexia 
(BIEDERMAN, 2007), midríase (NORKUS et al., 2017), aumento da frequência respiratória e 
pressão arterial (HARRIS, 2022). Adicionalmente, outros sinais os quais poderiam ser 
evidenciados nos quadros de toxicoses, incluem convulsão, hipertermia (KIELY et al., 2009), 
rabdomiólise (CRECRAFT et al., 2022), agressividade (NORKUS et al., 2017) e distúrbios 
gastrintestinais como vômito, dor abdominal e diarreia de aspecto sanguinolento, os quais são 
frequentemente relatados em seres humanos (LAREIRO, 2012). 
Por se tratar de um animal hígido, sem histórico de comorbidades pré-existentes, os 
sinais clínicos observados em associação ao relato da tutora na identificação do violamento do 
frasco do medicamento em questão, foram suficientes para atribuição de diagnóstico presuntivo 
e, consequentemente, condução clínica. Além do exame clínico, foi realizada a dosagem de 
glicose, o qual evidenciou-se quadro de hipoglicemia, achado semelhante ao descrito por 
Crecraft et al. (2022) ao relatarem quadros de intoxicação por LXD em três felinos. Entretanto, 
com a realização de exames adicionais, outros achados também podem ser evidenciados nessas 
intoxicações, como coagulação intravascular disseminada (CID), aumentode enzimas séricas 
como alanina-aminotransferase (ALT), fosfatase alcalina (FA) e creatinina quinase (PEI & 
ZHANG, 2014). Tais alterações podem ser justificadas pela maior concentração do metabólito 
ativo do LXD em órgãos como fígado, coração e rins (BUCHWEITZ et al., 2022). 
Como os sinais clínicos apresentados pelo paciente foram considerados leves, optou-
se somente pela observação e administração de fluidoterapia com glicose e complexo 
vitamínico. A intensidade dos sinais clínicos deste caso, foram semelhantes aos descritas por 
Harris et al. (2022) ao relatarem quadro de toxicose aguda por Adderall® 
(dextroanfetamina+levanfetamina) em uma cadela, e por Norkus et al. (2017), ao descreverem 
intoxicação por LXD em uma gata. Em ambos os casos, as doses ingeridas pelos animais, 
encontravam-se em um intervalo entre 10,3mg/kg a 12,3mg/kg. Em cães, é relatado que a dose 
letal mediana oral para anfetaminas pode variar entre 10 mg/kg a 27 mg/kg (Harris et al. (2022). 
16 
Com isso, pressupõem-se que o animal deste relato tenha ingerido dose semelhante aos desses 
relatos, de aproximadamente 8,9mg/kg, considerando que a apresentação comercial da droga 
era de 50mg/comprimido. 
A realização de fluidoterapia com glicose foi adotada com o objetivo de correção da 
hipoglicemia. Partindo-se do pressuposto de que as anfetaminas são potencialmente 
metabolizadas no tecido hepático, desencadeiam aumento das concentrações séricas de enzimas 
hepáticas e promovem estresse oxidativo (PEI & ZHANG, 2014), a administração do Heptrat® 
constitui como interessante abordagem adicional. O medicamento possui em sua composição 
uma série de compostos vitamínicos, principalmente vitamina B12, de aminoácidos, minerais 
e extratos de alcachofra e mariano. Sabe-se vitamina B12 possui efeito modulador do 
metabolismo proteico e potencial protetor sobre o trato gastrintestinal e sistema nervoso central, 
principais sistemas orgânicos sensíveis à ação do LXD (SPINOSA et al., 2012). Além disso, os 
extratos das plantas supracitadas possuem reconhecida ação hepatoprotetora por serem ricas em 
antioxidantes naturais (BERSCHNEIDER, 2002; ASSUMPÇÃO, 2016). 
Entretanto, naqueles pacientes com sinais neurológicos graves, como quadros 
convulsivos, a administração de drogas como fenobarbital e benzodiazepínicos deve ser 
realizada (DERLET et al., 1990, TEITLER, 2009). Recentemente, Harris et al. (2022) 
evidenciaram ainda o uso de terapia intravenosa de emulsão lipídica (TIEL) em casos de 
toxicoses por anfetaminas em cães, sendo observadas reduções significativas dos níveis séricos 
e plasmáticos do composto logo após a administração, com rápida recuperação do paciente. 
Entretanto, anteriormente, Norkus et al. (2017) descreveram que o uso da TIEL em conjunto 
com a acepromazina, não foram suficientes para a melhora clínica de uma gata jovem 
intoxicada com LXD, sendo necessário a administração de dexmedetomidina. 
Portanto, como as alterações clínicas da paciente não foram graves, o cenário permitiu 
que um prognóstico favorável, porém, não se deve descartar possíveis complicações à longo 
prazo. Desse modo, é importante pontuar que a anamnese bem detalhada e o reconhecimento 
dos sinais clínicos foram essenciais para a definição do diagnóstico, permitindo a adoção de 
uma abordagem terapêutica adequada ao paciente. Porém, deve-se levar também em 
consideração outras formas de diagnóstico, utilizando ferramentas como a cromatografia de 
camada delgada (CCF) e cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC), que apesar de não 
realizadas aqui neste caso, são fundamentais para confirmação do quadro tóxico. 
 
 
17 
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
A realização do estágio curricular supervisionado foi primordial para o desenvolvimento 
e crescimento profissional, sendo um meio necessário para o contato com a realidade do que 
realmente é o dia a dia do médico veterinário. Esse período foi essencial para aprender a lidar 
com tutores e com os outros profissionais do mesmo ambiente de trabalho. Além de aprender e 
melhorar as técnicas já vivenciadas, ganhar confiança na conduta ocupacional e principalmente 
superar os desafios são pontos a serem evidenciados. Também foi possível perceber que, a área 
de clínica e cirurgia está em constante mudança de acordo com as condutas, tanto em cirurgias 
como em tratamentos clínicos, de modo que os profissionais devem sempre se atualizar. 
 
 
 
18 
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
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