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Oftalmologia em Pequenos Animais

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Oftalmologia 
Anatomia Ocular 
 
-Córnea: não vascularizada, composta por células 
(inclusive neurônios), proteínas e líquido, recobre 
toda a extensão do olho; sua função é protetora, e 
também faz parte da formação da imagem 
-Conjuntiva: membrana mucosa fina e transparente 
que recobre a esclera e a superfície interna das 
pálpebras; tem como função a proteção e auxilia 
também na lubrificação ocular 
-Retina: camada mais interna e sensível localizada 
no fundo do olho, formada por diversas células 
fotorreceptoras; sua função é captar e decodificar 
as ondas luminosas (que serão levadas ao Sistema 
Nervoso via nervo óptico pra formar a visão) 
-Coróide: camada intermediária vascularizada; sua 
função é a nutrição das camadas adjacentes 
-Esclera: camada mais externa, formada por tecido 
fibroso denso; suas funções são manter o volume, a 
forma e o tônus ocular e proteger o olho (“branco 
do olho”) 
Com relação aos 
músculos 
oculares, são 6: 
reto superior, 
reto lateral, reto 
inferior, reto 
medial, oblíquo 
superior e 
oblíquo inferior 
 
Afecções Ciliares e Palpebrais 
1- Triquíase: crescimento anormal de cílios e/ou 
pelos em direção à córnea, causando lesão 
inflamatória 
-mais comum em raças braquicefálicas 
-sinais: conjuntivite, ceratite superficial ulcerativa, 
blefaroespasmo, epífora 
-tratamento: pode ser clínico (tosa regular dos 
pelos/cílios) ou cirúrgico por meio da 
blefaroplastia (a cirurgia faz uma eversão da 
margem palpebral e impede que o crescimento de 
pelos continue lesionando a córnea) 
2- Distiquíase: são cílios que crescem a partir das 
glândulas tarsais (localizadas na região interna da 
pálpebra) e também lesionam a córnea 
-sinais: conjuntivite, ceratite superficial ulcerativa, 
blefaroespasmo, epífora 
-tratamento: termoepilação, eletroepilação e/ou 
microcrioepilação (todas as técnicas baseiam-se na 
remoção do corpo estranho ocular) 
3- Cílio Ectópico: é um cílio que nasce fora do seu 
local de origem/anatômico (normalmente no 
interior da pálpebra ou na conjuntiva) 
-os sinais clínicos são os mesmos que aparecem nas 
duas afecções anteriores 
-tratamento: cirúrgico, consiste na remoção do cílio 
pela raiz 
4- Entrópio: é a inversão das margens palpebrais, 
fazendo com que elas fiquem em contato com a 
córnea/conjuntiva 
-raças com “dobrinhas” são mais predispostas 
(sharpei, chowchow etc) 
-os sinais são os mesmos, e aqui pode ter úlcera de 
córnea também 
-tratamento: correção cirúrgica pode ser 
temporária ou definitiva 
5- Ectrópio: é a eversão das margens palpebrais, 
cães com o semblante caído são mais predispostos 
(beagle, são bernardo, etc) 
-os sinais são os mesmos 
-o tratamento corretivo também é cirúrgico, o 
clínico pode ser associado mas não de modo 
isolado; normalmente é uma alteração congênita, 
então os filhotes mantém o tratamento clínico ou 
cirúrgico temporário até atingir a idade ideal para o 
procedimento cirúrgico 
Afecções das Glândulas Palpebrais 
-glândulas de meibômio: produtoras de uma 
substância lubrificante 
1- Hordéolo: infecção dessa glândula por qualquer 
razão, pode causar micro abcessos na região; 
tratamento é baseado em antibioticoterapia tópica 
2- Calázio: obstrução do fluxo de drenagem da 
glândula, tem aparência de cisto; o tratamento 
consiste na excisão cirúrgica da glândula ou sua 
cauterização, além de antibiótico tópico 
Afecções Conjuntivais 
1- Conjuntivite: inflamação da conjuntiva, pode ou 
não ter quemose (edema conjuntival) 
-pode ser primária ou secundária (nesse caso, é 
necessário descobrir a causa base e tratar, senão 
terá recidiva sempre) 
-sinais: hiperemia, hifema, quemose, secreção 
ocular, etc 
-diferencial para glaucoma e uveíte 
-diagnóstico: normalmente é clínico mesmo; se o 
animal tem muita recidiva e/ou quando a causa 
base não é encontrada, podem ser feitos exames 
mais complexos, como cultura bacteriana com 
swab, entre outros 
-tratamento: tratar causa base (muitas doenças 
infecciosas causam alterações oftálmicas) + 
tratamento tópico associado (se houver secreção 
ocular, sempre limpar antes da administração dos 
colírios) 
2-Cherry-eye: é o prolapso da glândula da 3ª 
pálpebra; essa glândula é responsável por cerca de 
50% da produção do filme lacrimal 
-causas: predisposição racial ou genética, 
imunossupressão (principalmente em animais 
jovens), etc – é bem mais comum em animais com 
menos de 1 ano de idade 
-sinais: epífora, edema de 3ª pálpebra, 
ceratoconjuntivite, etc 
-diagnóstico: clínico 
-tratamento: pode tentar fazer um tratamento 
clínico com corticoide antes de optar pela cirurgia, 
mas não costuma surtir muito efeito; o tratamento 
corretivo é cirúrgico, consiste na técnica de 
sepultamento da 3ª pálpebra (volta ela pra dentro) 
ou em sua excisão/remoção cirúrgica (aqui, o ponto 
negativo é que o animal corre o risco de 
desenvolver ceratoconjuntivite seca – CCS, tem que 
pingar colírio lubrificante pro resto da vida) 
Afecções da Córnea 
-anatomia da córnea: constituída por camadas 
 
1- Dermóide: é o 
crescimento 
anormal de outros 
tipos de tecido em 
cima da córnea 
(normalmente pelo, 
tecido 
queratinizado, etc) 
-o tratamento é 
cirúrgico e consiste 
na remoção desse tecido (recomenda-se o 
recobrimento do olho com a 3ª pálpebra pra ajudar 
na cicatrização); além disso, o tratamento tópico 
(antibiótico + anti inflamatório + analgésico em 
colírios) deve ser instituído 
2-Lesões Corneais: podem ser superficiais e sem 
vascularização (blue eye e florida spots – não são 
prejudiciais e nem causam dor) ou com 
vascularização (ceratite superficial crônica, que 
pode ser ulcerativa ou não) 
a) distrofia corneal: é a úlcera de córnea refratária, 
de difícil tratamento, costuma ser hereditária (é 
uma alteração que ocorre nas células epiteliais do 
próprio animal); pode ocorrer também por excesso 
de colesterol/lipídeos 
⤿ diagnóstico: teste de fluoresceína (cora apenas 
células superficiais) 
⤿ tratamento: debridamento de bordas do epitélio 
corneal + recobrimento com a 3ª pálpebra, pode 
ser utilizado um colírio de soro autólogo (obtido do 
soro do próprio paciente) 
b) CCS (ceratoconjuntivite seca): deficiência na 
produção de lágrima por qualquer causa (TCE, 
infecções, endocrinopatias etc) que leva ao 
ressecamento do olho 
⤿ sinais: opacidade ocular, hiperpigmentação da 
córnea 
⤿ diagnóstico definitivo: teste de Schirmer (mede a 
produção lacrimal) 
⤿ tratamento: uso contínuo de colírio lubrificante! 
O alívio dos sinais clínicos deve ser proporcionado 
de acordo com os sinais apresentados 
c) úlcera de córnea (ceratite ulcerativa): tem 
etiologia diversa, pode ser causada por trauma, CCS, 
tumores etc 
⤿ classificada em graus de acordo com a 
profundidade 
⤿ sinais: miose (dor), blefaroespasmo, epífora, 
secreção ocular, hiperemia, fotofobia, sinéquia, 
prolapso de íris 
⤿ diagnóstico: teste de fluoresceína 
⤿ tratamento: tópico à base de colírios antibióticos 
e anti inflamatórios (AINEs no máximo até 3d); 
quando a úlcera é profunda, a fluoresceína deixa 
um “buraco” no meio do olho, nesse caso o 
recobrimento cirúrgico com a 3ª pálpebra é 
indicado (existem algumas técnicas cirúrgicas, mas 
são pouco usadas) 
Afecções da Úvea (camada intermediária do olho 
onde se localizam a coroide, o corpo ciliar e a íris), 
responsável pelo controle da pressão ocular 
1- Uveíte: tem etiologia diversa também, inclusive é 
muito importante diferenciar quando é uveíte 
primária e quando é secundária à alguma doença 
sistêmica (por exemplo, a erliquiose) 
-sinais: dor, miose, fotofobia, blefaroespasmo, 
resistência ao colírio de atropina etc 
-diagnóstico: teste de fluoresceína e exame clínico 
geral 
-tratamento: tratar causa base + tratamento tópico; 
se não houver úlcera, o corticoide é ótimo como 
anti inflamatório; usar atropina pra diminuira dor 
-complicações: glaucoma, catarata, sinéquia etc 
2- Glaucoma: é o aumento da pressão ocular por 
falha no escoamento do humor aquoso ou 
obstrução da drenagem 
-sinais: dor, degeneração da retina, escavação 
irreversível do disco óptico, pode causar hipo ou 
anorexia e estresse 
-é classificado em aberto (crônico, mais comum) e 
fechado (agudo), e em primário, secundário e 
congênito (raro) 
-diagnóstico: tonometria (calcula o valor da pressão 
ocular); oftalmoscopia (tem que ser diagnosticado 
por oftalmologista) 
-tratamento: o agudo pode ser tratado de forma 
sistêmica, até porque se classifica como uma 
emergência oftálmica; usa-se manitol, 
acetazolamida, entre outros; o crônico, trata-se 
apenas de forma tópica e o uso é contínuo 
3- Proptose do Globo Ocular: ocorre quando o globo 
ocular desloca-se fora do seu local anatômico, a 
órbita ocular 
-causas: principalmente trauma, é bastante comum 
em raças braquicefálicas 
-avaliar a situação emergencial e não esquecer de 
manter o olho úmido! 
-quando enuclear? Avaliar os seguintes parâmetros 
⤿ reflexo pupilar: se tem miose ou midríase 
responsiva à luz, é bom; se tem midríase 
irresponsiva, enuclear 
⤿ reflexo palpebral e de ameaça: se há perda, 
enuclear 
⤿ presença positiva de hifema: enuclear 
⤿ úlcera de córnea: se presente e se profunda, 
enuclear 
⤿ ruptura de músculos oculares: quanto mais 
estiverem rompidos, maior a necessidade de 
enuclear 
⤿ presença de secreções: se presente, 
principalmente purulenta, enuclear 
Obs.: esses parâmetros devem ser avaliados e 
analisados em conjunto, nunca enuclear baseado na 
avaliação isolada de algum desses parâmetros!!! 
-a reposição do globo ocular na órbita é uma opção 
apenas quando o olho ainda está viável, quando o 
trauma é recente, etc; e outra, ela não evita 
complicações como a CCS, então o animal precisará 
de colírio lubrificante por uso contínuo

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