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GRUPO EDUCACIONAL ZAYN 
ISNAYA LICIA DA SILVA MARTINS SOUZA PEREIRA
Relação professor-aluno: A importância da afetividade
Piracema – MG
2021
ISNAYA LICIA DA SILVA MARTINS SOUZA PEREIRA
 Relação professor-aluno: A importância da afetividade
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Grupo ZAYN como requisito para obtenção do título de Licenciatura em Pedagogia. 
Piracema– MG
2021
RESUMO
Vivemos uma época em que os valores se perdem e o respeito se torna cada vez mais ausente na sala de aula gerando conflitos preocupantes envolvendo professores e alunos. Partindo desse princípio, considero relevante o estudo sobre os vínculos afetivos que se estabelecem entre professores e alunos. Sabe-se que o afeto é um ingrediente primordial em qualquer relação humana, e que este deve estar presente em todas as fases da vida do indivíduo. Porém, na atualidade, ao analisarmos essas relações, percebemos que há um distanciamento da afetividade, uma banalização deste sentimento. A consequência é visível: crianças se tornam verdadeiros “adultos”, demonstrando um comportamento precoce, anti-social e muitas vezes agressivo. De forma que se torna vital, a compreensão, a importância da presença de um ambiente propício ao exercício da afetividade na vida desses alunos.
Palavras-chave: valores, afetividade, professores, alunos e escola.
SUMÁRIO
Sumário
RESUMO	3
SUMÁRIO	4
1.	INTRODUÇÃO	6
2.	DESENVOLVIMENTO	9
2.1.	A Afetividade 	9
 2.2 A importância da afetividade no desenvolvimento da aprendizagem- Papel do professor.....................................................................................................................14
 2.3 A importância da afetividade no desenvolvimento da aprendizagem- Papel da família.........................................................................................................................17
3.	CONCLUSÃO	19
4.	REFERÊNCIAS	20
5
INTRODUÇÃO
Entende-se que a afetividade é um sentimento que influencia muito na relação professor/aluno. O aluno invariavelmente deposita no professor seus sentimentos de respeito e admiração ou negação e aversão.
A afetividade está firmemente presente na vivencia da criança, independente de sua origem, gênero ou classe social, sempre as pessoas se lembrem de como um professor marcou sua vida escolar, e de como essas marcas são lembradas sempre, tanto boas quanto ruins. Porém, ainda encontramos resistência na valorização da mesma em sala de aula, visto que a escola ainda é fortemente influenciada por métodos que privilegiam tradicionalismo que, com frequência desvaloriza a importância da vivencia na formação do aluno. o aluno é convidado a se manter imóvel numa carteira por horas, tornando-se mero expectador do processo de ensino – aprendizagem, pratica adotada anteriormente na tendência tradicional de ensino, onde o aluno era visto como um deposito de conhecimento. O professor evita se envolver afetivamente com o aluno, pensando erroneamente que o excesso de aproximação levaria a um excesso de confiança e ao fracasso do processo de aprendizagem, por isso nem sempre é fácil trazer esta concepção a clarear, transformando o aspecto afetivo parte da pratica pedagógica.
O presente trabalho se volta a mostrar a importância da afetividade entre professor e o aluno e quais as implicações no processo de aprendizagem de crianças e adolescentes que se encontram em pleno desenvolvimento intelectual e emocional. 
Pelo afeto, o aluno adquire condições necessárias para se sentir potencializado. O objetivo do professor deve ser desenvolver a capacidade de cada criança, promovendo o interesse de cada um deles e usando o que eles têm de melhor. 
Buscou entender como os professores trabalham a afetividade em sala de aula; quais os benefícios que o afeto traz para o aluno; o que os professores sabem em relação à afetividade e se eles identificam diferentes tipos de abordagem afetiva. 
O caminho para o aprendizado não se descola da afetividade em função de potencializar a criança e seu desenvolvimento e as experiências vividas, sob perspectivas pessoais e interpessoais. Em razão disso, o professor deve estimular e compartilhar momentos que entrelaçam o afeto é muito importante que o professor incentive a aprendizagem para o aluno para que ele possa desenvolver seu lado criativo e a produção de conhecimento. 
De acordo com as orientações propostas, cabe destacar que, a criança é um ser social que nasce com capacidades afetivas, emocionais e cognitivas, tem desejos de estarem próximas às pessoas e é capaz de interagir e aprender com elas de forma que possa compreender e influenciar seu ambiente, ampliando dessa forma suas relações sociais e a comunicação. Sendo assim as crianças, se sentem cada vez mais seguras para se expressar, podendo aprender, nas trocas sociais, com diferentes crianças e adultos, cujas compreensões da realidade são diversas (BRASIL, 1998, p. 21). O caminho para o aprendizado do aluno ocorre com maior eficácia quando ele se encontra num ambiente afetivo. A criança não nasce pronta. Ela é inserida em um mundo de relações. Dessa forma, as capacidades afetivas, emocionais e cognitivas têm de ser construídas. Para Saltini (2008, p. 69).
O educador não pode ser aquele que fala horas a fio a seus alunos, mas aquele que estabelece uma relação e um diálogo intimo com ele, bem como uma afetividade que busca mobilizar sua energia interna. É aquele que acredita que o aluno tem essa capacidade de gerar ideias e colocá-las ao serviço de sua própria vida.
Sabendo-se que educar é muito mais do que reunir pessoas numa sala e transmitir conteúdos prontos, o papel do professor da educação é estar atento a realidade dos seus alunos, compreendendo suas dificuldades, e seus conflitos e acreditando nas suas potencialidades.
A educação é um “processo em que a criança ou o adulto convive com o outro e, ao conviver com o outro, se transforma espontaneamente, de maneira que seu modo de viver se faz progressivamente mais congruente com o do outro”. (MATURAMA,2001, p29). Logo, a educação é um processo que se dá no mundo de convivência, porém, ao mesmo tempo, ocorre no interior do indivíduo.
Sabemos da importância da afetividade para o aspecto cognitivo do educando, por isso cabe ao professor ser responsável pelo bom relacionamento em sua sala de aula, criando um ambiente onde todos se sintam a vontade e seguros para expressar seus pensamentos e ideias, favorecendo assim a aprendizagem.
DESENVOLVIMENTO
 2.1 A Afetividade 
A concepção de afeto é bastante ampla. Para se falar dela, é necessária uma incursão aos domínios da História, Filosofia, Psicanálise e, também, da Literatura. Faremos agora uma breve análise das variadas concepções de afeto através do tempo.
Segundo o Minidicionário Luft (2010, p. 37), afetividade é a “qualidade de afetivo, sentimento; afeição profunda, o objeto dessa afeição, zelo, cuidado”. A palavra afeta vem do latim affectur (afetar, tocar) e é o elemento básico da afetividade. Ainda de acordo com o Dicionário de Filosofia de Nicola Abbagnano, a palavra afetividade designa o conjunto de atos como bondade, inclinação bondade, inclinação, devoção, proteção, apego, gratidão, em resumo, pode ser caracterizada sob a preocupação de uma pessoa por outra, por outra, tendo apreço por ela, cuidando dela, assim, e a mesma corresponde positivamente aos cuidados ou a preocupação. Assim, segundo Abbagnano (1998, p.53),
Afeição é usado filosoficamente em sua maior extensão e generalidade, porquanto designa todo estado, condição ou qualidade que consiste em sofrer uma ação sendo influenciado ou modificado por ela.
Pensar em afetividade e na sua relação com a cognição, inicialmente nos remete a uma necessidade de retrospecto acerca da apresentação entre mente e corpo, razão e coração, inteligência e afetividade nas premissas filosóficas, fundamentando a discussão e o entendimento dessa relação.
Tão importante quanto às metodologias de ensino usadas no cotidiano escolar éo espaço que o afeto ocupa na construção do conhecimento, afirmam alguns teóricos da psicologia do desenvolvimento, como Piaget, Vigotski e Wallon. 
Para Wallon (1979), duas funções básicas constituem a personalidade: afetividade e inteligência. A afetividade está relacionada às sensibilidades internas e se orienta em direção ao mundo social e para a construção da pessoa; a inteligência, por sua vez, vincula-se às sensibilidades externas e está voltada para o mundo físico, para a construção do objeto. As relações sujeito e objeto do conhecimento a afetividade se fazem presentes na mediação sutil que incentiva a empatia, a curiosidade, capaz de fazer a criança avançar em suas hipóteses no processo de desenvolvimento e aprendizagem. Nesse sentido razão e emoção não se dissociam, visto que uma não acontece sem a outra.
Falar do afeto como fator do fazer pedagógico é dar sentido às formas de propor atividades e na realização das mesmas. Nos momentos de aprendizagem, a afetividade vem como compromisso do professor em atentar ao seu aluno e criar meios para que aconteça um aprendizado efetivo e significativo. Esse comprometimento é um ato afetivo, se não com o aluno, em respeito à sua opção profissional. Isto requer refletir que, apesar de todos os percalços, devem-se encontrar as brechas para desenvolver na prática aquilo que se acredita. As práticas dos professores e sua dedicação aos alunos revelam, além de comprometimento, afeto.
Tivemos grandes contribuições na psicogênese do desenvolvimento infantil com Piaget que nos trouxe a consciência que o sujeito aprende interagindo com o objeto do conhecimento, pois questiona sobre este. Também com Vigotski, que ampliou o conceito anterior ao afirmar que os sujeitos interagem com os objetos do conhecimento mediados pelo outro, o sujeito também é o que o outro diz sobre ele, ao internalizar a imagem criada pelo outro e, acrescento que esta forma de interação é carregada de afetividade. 
Com a abordagem dialética do desenvolvimento de Wallon, ganha destaque a questão da afetiva que relaciona o ser com o meio, a inteligência, a emoção e o movimento. Conforme destacam Mahoney e Almeida (2000, p. 17), a teoria walloniana apresenta “conjuntos funcionais que atuam como uma unidade organizadora do processo de desenvolvimento.” 
Tais aspectos se relacionam entre si desencadeando a formação da pessoa única, singular. Para esse Wallon (GALVÃO,1995), a afetividade envolve as emoções, que é de natureza biológica, dos sentimentos, das vivências humanas, do desenvolvimento da fala, que possibilita transmitir ao outro o que sentimos.
A afetividade no desenvolvimento humano, especialmente na Educação, envolve o acreditar que a criança é capaz de se tornar uma pessoa mais autônoma nas resoluções de problemas em sua vida e ser socialmente participativa ao interagir com o meio. Nas situações cotidianas de conflito, a professora pode intervir ampliando as possibilidades da criança de negociação com o outro. Uma convivência baseada no respeito, uma relação afetiva positiva entre professor e aluno colabora no processo de desenvolvimento e aprendizagem do aluno.
Avaliando os aspectos essenciais do ato de aprender e refletindo sobre a relação que existe entre afetividade e aprendizagem, o afeto é visto aqui como um comprometimento pessoal do educador e também profissional, muito além da amizade e do carinho. O educador deve prezar pelo seu fazer docente, realizando de forma eficaz, demonstrando respeito pelo educando como um ser de infinita capacidade. O professor deve se apresentar como um mediador que busca em seus afazeres empregar toda a afetividade que o moveu a exercer tal função social, a partir de suas crenças, optar por buscar e criar meios para que não fique nenhum de seus alunos sem esse essencial cuidado que levará ao desenvolvimento das suas várias aptidões.
Jean Piaget foi um importante teórico que dissertou sobre essa questão e mesmo que não tenha sido sua intenção acabou trilhando caminhos para os trabalhos pedagógicos atuais. Em sua teoria verifica-se o estreito paralelismo entre os aspectos cognitivos e afetivos, admitidos como aspectos complementares da conduta humana. Piaget influenciou também posturas em sala de aula, proporcionando ao professor elementos para que ele reflita sobre si mesmo e sobre sua relação com os alunos.
 Ao se referendar ao pesquisador suíço, Costa (2002, p. 45) contribui afirmando que professor e aluno: [...] Ambos, embora em posições diferentes, investem na construção do conhecimento. Enquanto o aluno faz construções – desconstruções sobre conteúdos, materiais ou situações, o professor investe no acompanhamento do aluno e faz suas construções – desconstruções através de hipóteses sobre o que supõe estar ocorrendo no processo de construção dos alunos. O que os move é o investimento nesse saber - suposto ou ignorado... Ambos levantam hipóteses para serem testadas, do que resulta uma construção possível sobre o objeto do conhecimento de cada um. O profissional que atua na intervenção psicopedagógica levanta hipóteses sobre o movimento dos mecanismos da inteligência. As novas ações do aluno delineiam por sua vez, para o 6067 professor, modalidades de intervenção psicopedagógica sustentadas pela teoria de Piaget. Esta assume o papel de um andaime que suporta e acompanha uma construção e não tem o sentido de prescrever normas que resultem num produto final homogeneizado.
Para Battro (1976, p.336), nos processos afetivos, tal como Piaget os entende, intervêm tantos os sentimentos e emoções como as tendências e valores [...]. Em geral reserva para a afetividade a propriedade de constituir a energética da ação, enquanto que sua estrutura corresponde à inteligência; ambos os aspectos são solidários. 
Vygotsky afirma que as características tipicamente humanas resultam da interação dialética do homem com o seu meio sócio-cultural, numa ação de transformações recíprocas. Dessa forma, não estão presentes desde o nascimento do indivíduo nem são simples resultados das pressões do meio externo (REGO, 1995, p. 412). Desde o nascimento, as crianças estão em constante interação com os adultos; estes, por sua vez, procuram incorporá-las a suas relações e a sua cultura, sendo esses processos, de início, compartilhados entre pessoas (interpsíquicas) e na medida em que a criança cresce se tornam intrapsíquicos (a criança acaba por executar de dentro esses processos) (BOCK et al., 1999, p.109). 
A Teoria de Vygotsky é hoje referência na questão da aprendizagem, pois para ele, está só ocorre nas relações entre as pessoas. Neste sentido Bock et al. (1999, p. 124) enfatiza que: A relação do indivíduo com o mundo está sempre mediada pelo outro, não há como aprender e apreender o mundo se não tivermos o outro, aquele que nos fornece os significados que permitem pensar o mundo a nossa volta. [...]
Vygotsky afirma que na interação humana, a afetividade e a emoção atuam como elementos básicos, pois são através das interações com os indivíduos mais experientes do seu meio social que a criança constrói suas funções mentais superiores, e neste caso, a presença do 6069 adulto dá a criança condições de segurança física e emocional que a levem a explorar melhor o seu ambiente e, consequentemente, a aprender.
Para Wallon, o desenvolvimento é um processo descontínuo, permeado por conflitos e rupturas, que consegue integrar aspectos centrais como a afetividade, a inteligência e a motricidade. A afetividade é imprescindível para o processo de desenvolvimento da personalidade, sendo este constituído por alternâncias dos domínios funcionais. Os três campos funcionais (afetividade, inteligência e ato motor) integram-se ao longo da evolução, apresentando momentos de preponderância de uns sobre os outros (BASTOS, 2003, p.19).
Educar não é apenas repassar informações, é ajudar a criança a tomar consciência de si, dos outros, da sociedade em que se vive e também do seu papel dentro dela. Saber se aceitar como pessoa e aceitar o outro com os seus defeitos e qualidades. 
No contexto escolar,a interação entre aluno e professor favorece o desenvolvimento e o aprendizado. Pequenos gestos como um sorriso, uma escuta ativa e uma atitude respeitosa são fundamentais quando o educador investe na afetividade na relação professor aluno, pois tais elementos são combustíveis imprescindíveis para a adaptação do aluno bem como a segurança, o conhecimento e o desenvolvimento do aluno. O afeto é importantíssimo para que o profissional seja considerado um bom professor e principalmente para que o aluno se sinta importante e seja valorizado. 
Pensar sobre este tema é contribuir para uma sociedade escolar mais justa e solidária, é refletir sobre os valores e os afetos que fazem diferença na dinâmica da escola.
2.2 A importância da afetividade no desenvolvimento da aprendizagem- Papel do professor.
O educador tem um papel muito importante na sociedade. Ele é fundamental no processo de educação. Mas o que é esse processo de educação? Qual é o papel do educador nesse processo? Segundo Puebla (1997, p. 19, grifos da autora):
 A educação é um processo contínuo, permanente de interação, que tem início antes do nascimento do indivíduo, com a educação de seus pais, e dura toda a vida, desenvolvendo-se em instituições específicas e além delas. Nesse encontro com a sabedoria interior, nós, educadores, podemos ser meros transmissores de informação ou estabelecer como objetivo um verdadeiro conceito de educação. Se assumirmos ser EDUCADORES, poderemos contribuir para a mudança social a partir do desenvolvimento individual e coletivo. Para isso temos que participar da mudança e vivê-la como um desafio essencial.
Quando pensamos no desenvolvimento da aprendizagem, pensamos também no aprender e no educar. É necessário para a aprendizagem, ter uma boa relação pedagógica englobando o afeto, respeito, principalmente, na ligação aluno-professor. A família juntamente com a escola gera laços importantes para o desenvolvimento do educando (REGINATTO, 2013). 
É através da afetividade que nos identificamos e nos relacionamos com outras pessoas. Por isso, uma criança carente de afeição tende a encontrar dificuldades para se entrosar e se relacionar com as demais, o que acaba impedindo-a de participar adequadamente do processo de ensino aprendizagem. É muito importante que o professor tenha consciência da responsabilidade de contribuir para a construção da personalidade de uma criança. Por isso, precisa estar atento à realidade de cada aluno, levando em consideração seu ambiente familiar e seu lado emocional. Quando um professor desconsidera a importância do afeto, está contribuindo para formar um indivíduo indiferente. Professor e aluno precisam estabelecer uma relação de amizade, respeito e confiança, e para isso, a afetividade é fundamental (REGINATTO, 2013, p.2
Conforme Martins et al. (2005), a relação do professor-aluno tem que ser baseada no respeito mútuo, esse é o principal colaborar para tornar a sala de aula em um ambiente favorável a aprendizagem. Esse ambiente favorável também pode estar marcado pela afetividade. 
Ainda os autores enfatizam que (2005, p 3) “as relações afetivas que o aluno estabelece com os colegas e professores são grande valor na educação, pois a afetividade constitui a base de todas as relações da pessoa diante da vida”. A afetividade também contribui para o relacionamento entre os sujeitos, já que para muitos educadores, o processo de aprendizagem está diretamente ligado as interações sociais.
O professor deve trabalhar de forma não só com que os seus alunos se sintam melhor em sala de aula, mas em qualquer outro lugar, e também fazendo com que o aluno descobrisse a aprendizagem e o interesse por si só. Rousseau (apud CERIZARA, 1990, p.108) afirmava, que a observação é fundamental para que o professor conheça as características de seus alunos e saiba trabalhá-las corretamente:
Nada é predeterminado, tudo é construído numa tentativa pedagógica de harmonizar a especificidade da criança com as influências do meio, com as generalidades do desenvolvimento humano.
Rousseau encarava a infância como essencial à formação do indivíduo. Assim, segundo ele, seria preciso levar em conta as características pessoais de cada criança. Rousseau afirma, ainda, que um bom professor observa seus alunos, afim de identificar as suas peculiaridades, necessidades e trabalhá-las. Cerizara (1990, p.108) complementa esta ideia, quando ressalta a importância do que o professor observa a este respeito, “ [...] numa tentativa pedagógica de harmonizar a especificidade da criança com as influências do meio, com as generalidades do desenvolvimento humano” (1990, p.108).
A criança, ao entrar na escola, inicia uma nova experiência, para ela é um mundo novo e cheio de descobertas a se abrir. Psicologicamente, há uma necessidade de aceitação muito grande, visto que a criança deixa a família para ingressar num novo mundo social onde tudo é novo. Assim, segundo Marly Santos Mutschele (1994, p.103), ela precisa se sentir acolhida ao ingressar na escola pela primeira vez, para que esta experiência, que para ela é tão nova e diferente, se torne agradável. Quando percebe o carinho da professora, seguido de qualidades tais como paciência, dedicação e interesse, a criança se sente motivada e consequentemente a aprendizagem torna-se mais motivadora. Por isso, o professor deve se empenhar em perceber as necessidades da criança, aproveitando ao máximo suas capacidades e trabalhá-las de forma a voltá-las para o ensino. Sobre isso, Saltini (1997, p. 91) comenta:
A serenidade e a paciência do educador, mesmo em situações difíceis, faz parte da paz que a criança necessita. Observar a ansiedade, a perda de controle e a instabilidade de humor, vai assegurar à criança ser o continente de seus próprios conflitos e raivas, sem explodir, elaborando-os sozinha ou em conjunto com o educador. A serenidade faz parte do conjunto de sensações e percepções que garantem a elaboração de nossas raivas e conflitos. Ela conduz ao conhecimento do si mesmo, tanto do educador quando da criança.
2.3 A importância da afetividade no desenvolvimento da aprendizagem- Papel da família.
O afeto nas relações familiares decorre dos princípios do Direito de Família, sendo que muitos estão presentes na atual Constituição Federal e no Código Civil Brasileiro de 2002, bem como em leis específicas de proteção aos entes familiares. 
É por meio do afeto, do amor e do cuidado, que as relações entre os pais e os filhos se tornam núcleo de proteção e compreensão, com a função de moldar e estruturar o desenvolvimento psíquico da criança, de forma positiva para enfrentar as situações adversas da vida em sociedade. 
O Código Civil de 1916 adotava o sistema patriarcal; no critério da legitimidade da família e dos filhos e na desigualdade entre os cônjuges e os filhos, demonstrando o individualismo e a falta de afeto na configuração da família. 
A partir da Constituição Federal de 1988, as matérias do Direito de Família que giravam em torno do matrimônio foram perdendo espaço para dar lugar a microssistemas jurídicos de incidência concorrente nos vários ramos das situações de natureza família
A família é a base da sociedade brasileira, haja vista ser ancorada primeiramente em laços de afeto, sabendo-se que o amor é o elo da comunhão de vida plena entre as pessoas exercido de forma pública, contínua e duradoura. Desta forma a família torna-se uma base da sociedade através de regras culturais, jurídicas e sociais.
Nesse sentido Pereira (2001, apud DIAS, 2011, p. 193) descreve que “A família hoje não tem mais seus alicerces na dependência econômica, mas muito na cumplicidade e na solidariedade mútua e no afeto existente entre seus membros.” Ou seja, o ambiente familiar tornou-se um centro de realização pessoal, tendo a família essa função em detrimento dos antigos papéis econômico, político, religioso e procriacional anteriormente desempenhados pela instituição.
Leite e Gomes (2008) ressaltam a importância da participação da família na escola e enfatizam a necessidade do envolvimentoda instituição familiar na aprendizagem de tal forma que a mesma está prevista em lei.
Para Fraga (2012) família e escola devem educar como equipe para propiciar ao sujeito em desenvolvimento maior segurança para enfrentar as dificuldades que são impostas pela sociedade. Podemos então entender que tanto a assistência familiar quanto a escolar colaboram no desenvolvimento do aluno. 
Segundo Tavares (2013) os pais desempenham um papel fundamental na construção da autoestima dos filhos.
 A família é a primeira grande referência das crianças. Toda vez que elas fazem algo e dão o seu melhor, precisam que alguém reconheça a qualidade daquilo que foi realizado. E as pessoas mais importantes durante a infância são os pais (TAVARES, 2013, p. 17).
Segundo Fraga (2012), é necessário que haja uma parceria entre a família e a escola, assim todo o desenvolvimento será feito com sucesso. De acordo com ele, tanto a instituição educadora como a familiar devem juntas formar uma parceria para poder entender as dificuldades de aprendizagem daquele aluno, mas deve-se também levar em consideração o contexto em que o aluno está inserido.
 Mais do que responsáveis pela qualidade de vida, os pais são construtores do aparelho psíquico dos seus filhos. Nascendo uma condição de total incompletude, o ser humano depende totalmente dos adultos que estão a sua volta, especialmente de seus pais ou daqueles que fazem funções paterna e materna. Embora trazendo uma carga genética que também interfere no seu destino, o fator genético será menos influente, quando mais influente for a educação. (BOSSA, 1998, p.20).
 A autora deixa claro que, a criança se espelha nos pais, não adianta o professor querer fazer da criança algo que ela não seja, se aquilo que ele reproduz em sala de aula é o que ele presencia em casa.
 Portanto, prestigiar o filho é uma forma de contribuir para melhorar a autoestima do mesmo, de forma que compareçam às apresentações da escola, 26 elogiá-lo quando seus esforços são satisfatórios e principalmente dar atenção a ele (VELOSO, 2014).
CONCLUSÃO
A história revela que em todas as sociedades a afetividade sempre constituiu um elemento importante da vida do ser humano, seja nas sociedades onde a educação era concebida em sua forma holística, ou no discurso daqueles pensadores que defendiam a formação integral do homem, a presença dos afetos, sentimentos e emoções sempre foi uma constante.
A afetividade ocupa lugar de destaque dentro do processo educacional e a maneira como ela acontece pode ser decisiva na concepção de mundo e de homem construída pelo aluno, assim como na sua reelaboração do conhecimento culturalmente organizado. Por isso, recomenda-se a continuidade de estudos e pesquisas, pois as mudanças no contexto escolar dependem do aprofundamento teórico e metodológico dos seus agentes, além do sentido político e afetivo dado às práticas educativas.
Constata-se também a necessidade dos professores trabalharem mais a relação de afetividade dentro da sala de aula para melhorar o processo de aprendizagem. 
É importante destacar que afetividade entre professor - aluno, conforme os autores aqui estudados, não se restringem somente em ser bonzinho ou expressar-se com palavras de carinho, a afetividade abrange muito mais que apenas esta definição, ser afetivo é também desenvolver atitudes de respeito e responsabilidade para com seus alunos e criar laços que possibilitem a interação do professor, representante e intermediário da integração do aluno na sociedade, com o próprio aluno em sua individualidade e liberdade.
Portanto é imprescindível que o professor tenha amor e ternura em seus ensinamentos, juntamente com o apoio da família, para assim despertar no aluno o interesse de conhecer o desconhecido e que adquira paixão no aprender. É, por meio do amor compartilhado que muitos problemas podem ser solucionados resultando num futuro melhor.
REFERÊNCIAS
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BATTRO, Antonio M. O pensamento de Jean Piaget. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1976.
BOSSA, Nádia A. Do nascimento ao início da Vida Escolar: o que fazer para os filhos darem certo? In Revista Psicopedagogia. Vol. 17, São Paulo, Salesianas, 1998.
BOCK, Ana Maria Bahia et al. Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia. 13. ed. São Paulo: Saraiva,1999.
CERIZARA, Ana Beatriz. Rousseau: a educação na infância. São Paulo: Scipione, 1990.
FRAGA, Fernanda Rocha. A participação dos pais no processo de escolarização dos filhos. 2012. Disponível em: https://psicologado.com.br/atuacao/psicologiaescolar/a-participacao-dos-pais-no-processo-de-escolarizacao-dos-filhos. Acesso em: 05 jun. 2018
GALVÃO, Izabel. Henri Wallon: uma concepção dialética do desenvolvimento infantil. 2ª Ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1995.
LEITE, Eliane Gonçalves. GOMES, Haydê Morgana Gonçalves. O papel da família e da escola na aprendizagem escolar : Uma análise na Escola Municipal José Teobaldo de Azevedo no Município de Limoeiro-PE. Pernambuco, 2008.
MAHONEY, Abigail A.; ALMEIDA, Laurinda R. de, Henri Wallon – Psicologia e Educação. Edições Loyola, são Paulo, Brasil, 2000.
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MATURAMA, Humberto. Emoções e linguagem na educação e na politica. Belo Horizonte:UFMG,2001.
MUTSCHELE, Marly Santos. Problemas de aprendizagem da criança: causas físicas, sensoriais, neurológicas, emocionais, sociais e ambientais. 3. ed. São Paulo: Loyola, 1994.
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PUEBLA, Eugênia. Educar com o coração: uma educação que desenvolve a intuição. 4. ed. São Paulo: Peirópolis, 1997.
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VELOSO, Daniela Gino. Afetividade e Aprendizagem: O papel da família e da escola. 2014. Trabalho de Conclusão de Curso (Pedagogia) – Universidade Estadual de Maringá, Maringá. 2014. Profa. Dra. Maria de Jesus Cano Miranda.
9
WALLON, Henry (1973/1975). A psicologia genética. Trad. Ana Ra. In. Psicologia e educação da infância. Lisboa: Estampa (coletânea).

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