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Redes III

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PROJETOS DE REDES III – 
INFRAESTRUTURA DE REDES 
LOCAIS 
AULA 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Luis José Rohling
 
 
CONVERSA INICIAL 
Para que ocorra a comunicação nas redes de dados, é necessária a 
utilização de diversos recursos e de diversas tecnologias, que deverão operar de 
forma integrada para atender a todos os requisitos do processo de comunicação. 
O modelo clássico para definir os componentes envolvidos no processo de 
comunicação descreve três componentes distintos, que são o emissor da 
mensagem, ou da informação, o receptor e o meio de transmissão. Além disso, 
para garantir o processo de interpretação das mensagens, devemos utilizar 
regras comuns ao transmissor e ao receptor, que são os protocolos. 
Para adequar a mensagem ao meio, o uso dos protocolos que farão o 
processo de codificação é necessário, de acordo com o meio físico a ser 
utilizado. E os diversos protocolos empregados nos processos de comunicação 
nas redes de dados podem ser classificados por meio do modelo OSI, que define 
sete camadas envolvidas no processo de comunicação. Cada protocolo será 
associado a uma das camadas do modelo OSI em função do processo realizado 
por cada um deles. 
Figura 1 – Modelo OSI 
 
Fonte: Rohling, 2020. 
Em nossa disciplina, iremos estudar os aspectos associados à camada 
física, pois a elaboração do projeto de infraestrutura está diretamente associada 
ao processo de transmissão física dos dados, independentemente dos 
APRESENTAÇÃO 
APLICAÇÃO 
SESSÃO 
REDE 
TRANSPORTE 
ENLACE DE DADOS 
FISICA 
6 
7 
5 
3 
4 
2 
1 
 
 
3 
protocolos de camada superior, devendo apenas atender aos requisitos dos 
protocolos da camada de enlace de dados, que fará o controle de acesso ao 
meio. 
Para a implementação física das redes, existem três tipos de meio físico 
distintos, que são os cabos metálicos, a fibra óptica e o ar, com o uso dos sinais 
de rádio frequência. E esses três tipos de mídia podem ser empregados na 
implementação de redes locais, que são as LANs, e nas redes de longa 
distância, que são as WANs. No entanto, como cada tipo de mídia tem suas 
limitações, a escolha do tipo de meio a ser empregado dependerá dos requisitos 
do processo de comunicação e dos custos envolvidos. 
Em nossa disciplina, estudaremos os padrões e tecnologias empregados 
na elaboração dos projetos de infraestrutura das redes locais, e poderemos ter 
os três tipos de mídia empregados para a implementação das redes LAN. Além 
disso, como é necessária a padronização de componentes e tecnologias 
empregados nas redes, para garantir a interoperabilidade dos diversos 
fabricantes, na elaboração dos projetos de infraestrutura de redes locais devem 
ser aplicadas as normas pertinentes, tais como os padrões definidos pela TIA e 
pela ISO. Também devermos considerar as especificações dos protocolos IEEE 
na camada de enlace de dados, que definem os métodos de acesso ao meio, 
associados ao tipo de mídia empregado. 
TEMA 1 – CABOS DE COBRE 
O cabeamento de cobre é o tipo mais comum de cabeamento utilizado 
nas redes atualmente. Existem três tipos diferentes de cabeamento de cobre, 
aplicados em situações específicas. As redes utilizam os cabos de cobre porque 
são mais baratos, mais fáceis de instalar e têm baixa resistência à corrente 
elétrica. No entanto, a mídia de cobre tem uma limitação em relação à distância 
e à interferência de sinais externos. 
Os dados são transmitidos em cabos de cobre através de sinais elétricos, 
e assim a interface de rede de um dispositivo de destino deve receber o sinal 
elétrico com uma qualidade que permita a ele ser decodificado com sucesso, 
para, então, decodificar e identificar corretamente o sinal enviado. No entanto, 
quanto maior a distância percorrida através do cabo, maior será a deterioração 
do sinal, que é chamada de atenuação de sinal. Por essa razão, todos os meios 
de comunicação de cobre devem obedecer às limitações de distância, conforme 
 
 
4 
especificado pelas normas de cabeamento. E além da atenuação, os sinais 
transmitidos pelos cabos de cobre podem sofrer interferência de duas fontes 
distintas. 
1) Interferência de fontes eletromagnéticas (EMI) ou de fontes de sinais de 
radiofrequência (RFI): os sinais de EMI e de RFI podem distorcer e 
corromper os sinais de dados transmitidos por meio dos cabos de cobre. 
E as fontes potenciais de EMI e RFI incluem ondas de rádio e dispositivos 
eletromagnéticos, tais como lâmpadas fluorescentes ou motores elétricos. 
2) Crosstalk: é uma perturbação causada pelos campos elétricos, ou 
magnéticos, gerados por um sinal transmitido em um condutor que 
interfere no sinal transmitido em um condutor adjacente. Nos circuitos 
telefônicos, o crosstalk, também chamado de diafonia, resulta na 
possibilidade de um usuário ouvir parte de outra conversa de voz de um 
circuito adjacente. Isso ocorre porque, quando uma corrente elétrica flui 
através de um condutor, ela cria um campo magnético circular ao redor 
do condutor, que pode ser captado por um condutor adjacente. 
Para minimizar os efeitos negativos da EMI e da RFI, alguns tipos de 
cabos de cobre são envoltos em blindagem metálica e requerem conexões 
adequadas de aterramento. Já para minimizar os efeitos negativos do crosstalk, 
alguns tipos de cabos de cobre têm os pares de fios de circuito opostos torcidos 
juntos, o que cancela essa fonte. A suscetibilidade dos cabos de cobre ao ruído 
eletrônico também pode ser limitada usando estas recomendações: 
• Selecionando o tipo ou categoria do cabo mais adequado para um 
determinado ambiente de rede. 
• Projetando uma infraestrutura de cabos para evitar a proximidade com 
fontes conhecidas e potenciais de interferência na estrutura do edifício. 
• Utilização de técnicas de cabeamento que incluem o manuseio adequado 
e a terminação e conectorização adequada dos cabos. 
1.1 Tipos de cabos de cobre 
São diversos os tipos de cabos de cobre, que podem ser classificados em 
três: os cabos de para trançado não blindado, de par trançado blindado e os 
cabos coaxiais. 
 
 
5 
Figura 2 – Cabo de par trançado não blindado – UTP 
 
Crédito: Zakhar Mar/Shutterstock. 
O cabo de par trançado sem blindagem (UTP – Unshielded twisted-pair) 
é a mídia de rede mais comumente utilizada. O cabeamento UTP, terminado com 
conectores RJ-45, é usado para conectar os hosts de rede com os dispositivos 
de rede intermediários, tais como os switches. Em redes LAN, o cabo UTP é 
formado por quatro pares de fios codificados por cores, que são torcidos juntos 
e, em seguida, envoltos em uma capa de plástico flexível, que protegerá os pares 
de danos físicos. A torção dos condutores minimiza a interferência do sinal que 
está trafegando nos outros fios, ou de fontes externas. 
O cabo de par trançado blindado (STP – Shielded twisted-pair) fornece 
melhor proteção contra ruídos do que o cabo UTP, porém, o cabo STP é 
significativamente mais caro e difícil de instalar do que o cabo UTP. Assim como 
o cabo UTP, o cabo STP utiliza um conector RJ-45 para sua terminação e 
conexão com os equipamentos. Os cabos STP utilizam o recurso de blindagem 
para minimizar a interferência gerada por EMI e RFI, e a torção dos pares para 
minimizar o crosstalk. Para obter o benefício total da blindagem, os cabos STP 
devem ser terminados com os conectores adequados, que também são 
blindados. Além disso, se o cabo estiver aterrado incorretamente, a blindagem 
dele pode funcionar como uma antena, captando os sinais indesejados. Ou seja, 
o uso do cabo blindado sem o aterramento terá efeito contrário ao desejado, 
aumentando a interferência nos sinais trafegados pelo cabo e sua degradação e 
prejudicando o processo de comunicação. 
 
 
 
6 
Figura 3 – Cabo de par trançado blindado – STP 
 
Crédito: ZayacSK/Shutterstock. 
O cabo coaxial tem esse nome pelo fato de existirem dois condutores que 
compartilham o mesmo eixo, sendoum condutor de cobre central, utilizado para 
transmitir os sinais, uma camada de isolamento plástico flexível, que envolve o 
condutor de cobre, e uma malha de cobre, que atua como o segundo condutor 
do circuito e como proteção para o condutor interno. Essa segunda camada 
reduz a quantidade de interferência eletromagnética externa. O acabamento do 
cabo é feito com uma capa externa para evitar danos físicos. E para a terminação 
dos cabos coaxiais, existem diferentes tipos de conectores, tais como o BNC 
(Bayonet Neill-Concelman), tipo N e tipo F. 
Embora o cabo UTP tenha substituído o cabo coaxial praticamente em 
todas as instalações atuais de redes Ethernet, o cabo coaxial ainda é utilizado 
em algumas situações. 
• Instalações de redes sem fio: os cabos coaxiais são utilizados para 
conectar as antenas aos dispositivos sem fio (Access Points). 
• Instalações de internet a cabo: os provedores de serviços de internet via 
cabo (cable) utilizam os cabos coaxiais para fazer a conexão dentro das 
instalações do cliente, até os conversores externos, que conectam a rede 
de cabo coaxial à rede de fibras ópticas. 
 
 
 
 
7 
Figura 4 – Cabo coaxial 
 
Crédito: ra3rn/Shutterstock. 
1.2 Cabo UTP 
O cabo UTP não tem a blindagem para minimizar os efeitos do EMI e do 
RFI, porém, em vez disso, utiliza outras técnicas para limitar o efeito negativo do 
crosstalk, que são: 
• Cancelamento – quando os dois condutores em um circuito elétrico são 
colocados juntos, os campos magnéticos, gerados pela corrente que flui 
em sentido contrário, são exatamente o oposto um do outro. Portanto, os 
dois campos magnéticos se cancelam e cancelam qualquer sinal externo 
de EMI e RFI. 
• Variação do número de torções por par de fios – para aumentar ainda 
mais o efeito de cancelamento, o número de torções de cada par de fios 
em um cabo é diferente dos demais, minimizando o crosstalk entre os 
pares. Assim, o cabo UTP deve seguir rigorosamente a quantidade de 
torções por metro, garantindo a diferença de torção necessária para 
cancelar o ruído gerado entre os pares. Na figura 5, pode-se observar que 
o par laranja tem um trançamento muito maior do que o par azul. 
 
 
 
 
 
 
8 
Figura 5 – Diferença no trançamento dos pares 
 
Crédito: deepspacedave/Shutterstock. 
Portanto, o cabo UTP dependerá apenas do efeito de cancelamento, 
produzido pelo trançamento dos pares de fios, para limitar a degradação do sinal 
e fornecer efetivamente uma autoblindagem para os pares de fios dentro do cabo 
de rede. 
Para garantir o funcionamento da comunicação entre os equipamentos de 
redes, é necessário que o cabeamento UTP esteja em conformidade com as 
normas TIA/EIA, de maneira que a norma TIA-568 define os padrões comerciais 
de cabeamento para instalações em redes LAN, que é o padrão mais 
comumente utilizado em ambientes de cabeamento LAN. Alguns dos elementos 
definidos pela norma são: 
• Tipos de cabo; 
• Comprimento dos cabos; 
• Conectores; 
• Terminação dos cabos; 
• Métodos de teste dos cabos. 
As características elétricas do cabeamento de cobre são definidas pelo 
IEEE (Institute of Electrical and Electronics Engineers), que classifica o 
cabeamento UTP de acordo com o seu desempenho. Os cabos são classificados 
em categorias com base em sua capacidade de transporte, ou seja, das taxas 
de largura de banda suportadas. Por exemplo, o cabo categoria 5 era utilizado 
nas instalações 100BASE-TX do padrão FastEthernet, sendo as outras 
categorias mais atuais a 5e, a 6 e a 6A. 
 
 
9 
Os cabos de categorias maiores são projetados e construídos para 
suportar taxas de dados mais altas, à medida que novas tecnologias Ethernet 
são desenvolvidas e adotadas. Atualmente, a categoria 5e é o padrão mínimo 
aceitável, sendo a Categoria 6 o padrão recomendado para novas instalações 
prediais. E na evolução das categorias de cabos UTP, temos: 
• A categoria 3 foi originalmente usada para comunicação de voz sobre 
linhas de voz, mas posteriormente usada para transmissão de dados. 
• As categorias 5 e 5e são utilizadas para transmissão de dados. A 
categoria 5 suporta 100 Mbps e categoria 5e, 1.000 Mbps 
• A categoria 6 tem um separador adicional entre cada par de fios para 
suportar velocidades mais altas, suportando até 10 Gbps. 
• A categoria 7 também suporta 10 Gbps. 
• A categoria 8 suporta 40 Gbps. 
O cabo UTP geralmente é terminado com um conector RJ-45, e o padrão 
TIA/EIA-568 descreve os códigos de cores dos fios para a conectorização do 
cabo, definindo a conexão dos pinos do conector. 
Figura 6 – Conector RJ-45 macho 
 
Crédito: Peter Kotoff/Shutterstock. 
Além do conector do cabo, que é chamado de conector macho, existe o 
conector fêmea, que é o componente a ser instalado na tomada de parede ou no 
painel de conexão. Caso seja terminado incorretamente, a conectorização pode 
se tornar fonte potencial de degradação de desempenho da comunicação na 
camada física. 
 
 
 
10 
Figura 7 – Conector RJ-45 fêmea 
 
Crédito: bancha_photo/Shutterstock. 
1.3 Cabo direto e cabo cruzado 
Diferentes situações de instalação podem exigir que os cabos UTP sejam 
conectados de acordo com variadas convenções de fiação. Isso significa que os 
fios individuais do cabo devem ser conectados em diferentes ordens aos 
diferentes conjuntos de pinos nos conectores RJ-45. Assim, podemos ter dois 
tipos de cabos. 
• Cabo direto (Ethernet Straight-through): é o tipo mais comum de cabo de 
rede. É comumente utilizado para interligar um computador a um switch, 
ou um switch a um roteador. 
• Cabo cruzado (Ethernet Crossover): é utilizado para interconectar 
dispositivos semelhantes. Por exemplo, para conectar um switch a outro 
switch, um computador a outro computador ou um roteador a outro 
roteador. No entanto, os cabos de crossover são considerados do tipo 
legados, pois as placas de rede usam o recurso chamado de auto-MDIX 
para detectar automaticamente o tipo de cabo e fazer a conexão interna 
correta. 
Outro tipo de cabo é o cabo rollover, que é proprietário da Cisco, utilizado 
para conectar uma estação de trabalho à porta do console de um roteador ou 
switch, tendo um conector RJ-45 macho em uma extremidade e um conector 
DB9 na outra. Este cabo é utilizado para a conexão da porta serial do 
computador à porta de console do equipamento de rede. 
 
 
11 
O uso de um cabo crossover ou direto incorretamente na conexão entre 
os dispositivos pode não danificar os dispositivos, mas impossibilitar a 
conectividade e a comunicação entre eles. Este é um erro bastante comum, por 
isso verificar se as conexões do dispositivo estão corretas deve ser a primeira 
ação de solução de problemas se a conectividade não for alcançada. 
Figura 8 – Cabo direto e cabo cruzado 
 
Crédito: In-Finity/Shutterstock. 
A TIA define dois tipos de código de cores a serem utilizados, que são os 
padrões chamados de T568A e T568B. Assim, para a confecção de um cabo 
direto, deve ser adotado o mesmo padrão nas duas extremidades, e para a 
confecção de um cabo cruzado, a adoção do padrão T568A em uma extremidade 
e do padrão T568B na outra. Os códigos de cores para os dois padrões são 
mostrados abaixo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
Figura 9 – Padrões T568A e T568B 
Pino T568A T568B 
1 Branco-Verde Branco-Laranja 
2 Verde Laranja 
3 Branco-Laranja Branco-Verde 
4 Azul Azul 
5 Branco-Azul Branco-Azul 
6 Laranja Verde 
7 Branco-Marrom Branco-Marrom 
8 Marrom Marrom 
Fonte: Rohling, 2020. 
TEMA 2 – CABOS DE FIBRA ÓPTICA 
Conforme vimos anteriormente, o cabeamento de fibra óptica é o outro 
tipo de cabeamento utilizado em redes, porém, por ter um custo maior, não é tão 
comum como os vários tipos de cabeamento de cobre. Mas o cabeamento de 
fibra óptica tem certas propriedades que o tornam a melhor opção em 
determinadas situações, justificando o investimento neste tipo de tecnologia. 
O cabo de fibra óptica permite a transmissãode dados em distâncias 
maiores e com maiores larguras de banda do que qualquer outra mídia de rede. 
Ao contrário dos fios de cobre, o cabo de fibra óptica pode transmitir sinais com 
menos atenuação, sendo completamente imune à EMI e RFI. Assim, a fibra 
óptica é comumente usada para interconectar os dispositivos de rede, tais como 
os switches, pois normalmente essas conexões demandam maior largura de 
banda e podem estar instaladas em ambientes muito afastados. 
A fibra óptica é um fio flexível, mas muito fino e transparente, fabricado 
por meio de um vidro extremamente puro, não muito mais espesso que um 
cabelo humano. Para a transmissão do sinal de dados, os bits são codificados 
na fibra como impulsos de luz, em que o cabo de fibra óptica atua como um guia 
de ondas, ou "tubo de luz", para transmitir luz entre as duas extremidades, com 
perda mínima de sinal e sem sofrer interferências do meio externo. 
 
 
 
 
13 
2.1 Tipos de fibras ópticas 
As fibras ópticas são fabricadas em dois tipos diferentes de fibras: as 
fibras monomodo (SMF – Single-mode fiber) e multimodo (MMF – Multimode 
fiber). No entanto, nos dois tipos de fibras, a estrutura é formada por três 
elementos, que são o núcleo, a casca e o revestimento. Os sinais óticos serão 
propagados pelo núcleo e sofrerão reflexão na interface entre o núcleo e a casca, 
sendo protegidos pelo revestimento. 
A fibra Monomodo (SMF) consiste em um núcleo muito pequeno, na 
ordem de 9 microns, e utiliza a tecnologia laser, que é mais cara, para enviar um 
único raio de luz no centro do núcleo da fibra. A fibra Monomodo é empregada 
em redes de longa distância, que abrangem centenas de quilômetros, como as 
exigidas em aplicações de telefonia e de TV a cabo. 
Figura 10 – Fibra Monomodo 
 
Fonte: Rohling, 2020. 
A fibra Multimodo consiste em um núcleo maior, que pode ser de 50 ou 
de 62,5 microns, e utiliza os emissores LED para gerar os pulsos de luz, de 
maneira que a luz emitida pelo LED entrará na fibra multimodo em diferentes 
ângulos. Este tipo de fibra é amplamente utilizado nas redes LAN, que utilizam 
os LEDs de baixo custo, com largura de banda de até 10 Gb/s e comprimentos 
de link de até 550 metros. 
 
 
 
Núcleo 
Sinal de luz 
Casca 
Revestimento 
 
 
14 
Figura 11 – Fibra Multimodo 
 
Fonte: Rohling, 2020. 
Outra diferença entre as fibras Monomodo e Multimodo é a dispersão, que 
está associada à propagação de um pulso de luz ao longo do tempo. Assim, um 
aumento da dispersão significará maior perda de força do sinal, de maneira que 
a fibra Multimodo apresenta uma dispersão maior do que a fibra Monomodo, 
limitando o seu uso em enlaces de até 500 metros, antes da perda do sinal. 
2.2 Cabos e conectores 
Os cabos de fibra óptica são utilizados em quatro tipos de instalações. 
• Redes Corporativas: utilizado no cabeamento de backbone, que é a 
infraestrutura de interconexão dos dispositivos de rede (switches). 
• Fiber-to-the-Home (FTTH): utilizado para fornecer serviços de banda 
larga para residências e pequenas empresas. 
• Redes de longo curso: utilizado por provedores de serviços para conectar 
países e cidades. 
• Redes de Cabos Submarinos: utilizado para fornecer soluções confiáveis 
de alta velocidade e alta capacidade, capazes de suportar os ambientes 
submarinos severos, em distâncias transoceânicas. 
Para a conexão dos cabos de fibra óptica aos equipamentos, são 
utilizados os sistemas de cordões flexíveis, que dispõem de um conector de fibra 
óptica na extremidade de uma fibra óptica. Existe uma variedade de conectores 
de fibra óptica, e as principais diferenças entre os tipos de conectores são as 
Núcleo 
Sinal de luz 
Casca 
Revestimento 
 
 
15 
dimensões e métodos de acoplamento. A decisão sobre os tipos de conectores 
que serão utilizados dependerá das conexões dos equipamentos. Assim, alguns 
switches e roteadores têm portas que suportam os conectores de fibra óptica por 
meio de um módulo adicional, que é um transceptor óptico plugável compacto, 
chamado de SFP (Small Form-factor Pluggable). 
Os tipos de conectores utilizados em redes ópticas são: 
• Conectores ST (Straight Tip): foram um dos primeiros tipos de conectores 
utilizados. O conector tem uma trava de segurança com um mecanismo 
estilo baioneta "Twist-on/twist-off". 
• Conectores SC (Subscriber Conector): são às vezes referidos como 
conectores quadrados ou conectores padrão. Eles são conectores de 
redes LAN e WAN amplamente adotados, utilizando um mecanismo push-
pull para garantir a inserção com segurança. Este tipo de conector é usado 
com fibras multimodo e de monomodo. 
• Conectores LC (Lucent Conector) simplex: são uma versão menor do 
conector SC, e sua utilização vem crescendo significativamente em razão 
do seu menor tamanho. 
• Conector LC duplex: semelhante a um conector LC simplex, mas usa um 
conector duplex. 
Até recentemente, os sistemas de transmissão óptica realizavam a 
emissão dos sinais ópticos em apenas uma direção na fibra óptica, e assim eram 
necessárias duas fibras ópticas para suportar a operação duplex. Os cabos de 
manobra de fibra óptica, também chamados de cordões ópticos ou de patch-
cords, são compostos de dois cabos flexíveis de fibra óptica, que são os 
terminados com um par de conectores individuais, de acordo com o padrão de 
conectorização utilizado. Alguns conectores de fibra óptica aceitam tanto a 
transmissão quanto a recepção de sinais ópticos em um único conector, que é 
conhecido como conector duplex, como mostrado na figura a seguir, na qual 
temos um Conector Duplex do tipo SC. 
 
 
 
 
 
 
 
16 
Figura 12 – Conector SC Duplex 
 
Crédito: jeerachon/Shutterstock. 
Mais recentemente, foram criados os padrões do tipo BX, como o padrão 
100BASE-BX, que utilizam diferentes comprimentos de onda para enviar e 
receber os sinais em uma mesma fibra óptica. Assim, a comunicação DUPLEX 
é realizada com o uso de apenas uma fibra óptica. 
Os cabos de manobra de fibra óptica são necessários para interconectar 
os dispositivos de infraestrutura, e o uso de cores distingue entre cabos de 
manobra monomodo e multimodo. A cor amarela é para cordões de fibra óptica 
monomodo, e a cor laranjada, ou aqua, para cordões de fibra multimodo. Assim, 
podemos ter diversos cordões de manobra em função do tipo da fibra e do tipo 
de conectores, conforme listado abaixo: 
• Patch Cord SC-ST multimodo; 
• Patch Cord SC-SC multimodo; 
• Patch Cord LC-LC multimodo. 
• Patch Cord LC-LC monomodo. 
Existem muitas vantagens no uso dos cabos de fibra óptica em 
comparação com os cabos de cobre. Atualmente, na maioria dos ambientes 
corporativos, a fibra óptica é usada principalmente como cabeamento de 
backbone, para conexões ponto a ponto de alto tráfego, entre as instalações de 
distribuição de dados. Também é usado para a interconexão de edifícios em 
redes com múltiplos edifícios, como um campus universitário. E, como os cabos 
de fibra óptica não conduzem eletricidade e têm baixa perda de sinal, eles são 
adequados para esses tipos de aplicações. 
 
 
17 
TEMA 3 – PADRÕES DA TIA 
Para a elaboração de projetos de infraestrutura de redes, é necessário 
adotar as normas pertinentes. Algumas das instituições que publicam as normas 
para este segmento são a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), a 
ISO (International Organization for Standardization) e a TIA/EIA 
(Telecommunications Industry Association/Electronic Industries Association). 
Assim, para a elaboração de projetos para órgãos governamentais, por exemplo, 
deve ser empregada a norma da ABNT e, para a elaboração de projetos para o 
mercado corporativo, pode ser aplicada a norma da TIA. 
Sendo uma das organizações mais importantes neste segmento, a TIA 
publica uma série de normas que definem os padrões de instalação bem como 
os componentes utilizados para implementar a infraestrutura de redes. A norma 
que especificaas regras a serem empregadas na elaboração dos projetos de 
cabeamento estruturado é a TIA-568 (Commercial Building Telecommunications 
Cabling Standard), composta de cinco documentos, que são: 
• TIA-568.0 - Generic Telecommunications Cabling for Customer Premises; 
• TIA-568.1 - Commercial Building Telecommunications Infrastructure 
Standard; 
• TIA-568.2 - Balanced Twisted-pair Telecommunications Cabling and 
Components Standard; 
• TIA-568.3 – Optical Fiber Cabling and Components Standard; 
• TIA-568.4 - Broadband Coaxial Cabling and Components Standard. 
Para a elaboração de um projeto de cabeamento estruturado para um 
edifício comercial, devemos utilizar a norma TIA-568.0, que estabelece as 
premissas básicas de um sistema de cabeamento estruturado, em conjunto com 
a TIA-568.1, que define os elementos específicos para a implementação da 
infraestrutura da rede lógica em um edifício de uso comercial. 
A principal finalidade da utilização dos padrões definidos em norma é 
garantir que o projeto seja elaborado de forma que os componentes a serem 
utilizados apresentem o desempenho esperado. Assim, por exemplo, serão 
definidas as distâncias máximas entre os pontos de conexão dos equipamentos 
de rede, garantido que, independentemente do fabricante dos equipamentos, o 
processo de comunicação através da rede funcionará adequadamente, e os 
sinais recebidos terão um nível adequado para a sua correta interpretação. 
 
 
18 
Essas normas também orientarão os fabricantes dos componentes da 
infraestrutura, tais como cabos e conectores, garantindo que no processo de 
fabricação sejam atendidas as especificações das normas, de forma que 
apresentem o desempenho requerido pelos equipamentos conectados à esta 
rede. Assim, podemos ter a certeza de que, independentemente do fabricante 
do cabo, do conector, do switch e do computador, o processo de comunicação 
ocorrerá da maneira esperada. Além de servir como base para a elaboração do 
projeto de infraestrutura, a adoção das normas de cabeamento estruturado 
permitirá uma operação e manutenção mais eficiente da rede, pois o modelo de 
interconexão dos componentes em uma estrutura hierárquica torna possível um 
processo de análise e diagnóstico de falhas da rede muito mais rápido e 
eficiente. 
A norma TIA-568.0 define que um sistema de cabeamento estruturado 
deve ser implementado em uma topologia hierárquica, em que temos os diversos 
elementos de manobra, chamados de Cross-Connect, interligados formando 
uma topologia em estrela. No ponto central da estrela teremos o elemento de 
manobra principal, que é chamado de Main Cross-Connect. Neste elemento 
central da topologia hierárquica serão feitas as conexões da rede com os 
serviços externos e a distribuição das conexões para a rede interna. Assim, no 
Main Cross-Connect é que será feita a conexão do equipamento de conexão 
principal, que é o Switch Core, com a infraestrutura de cabeamento estruturado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
Figura 13 – Hierarquia do cabeamento estruturado 
 
Fonte: Rohling, 2020. 
Com base no elemento principal de manobra, que é o Main Cross-
Connect, é que termos o cabeamento que seguirá para as demais áreas da 
empresa, lembrando que tal cabeamento pode ser do tipo metálico ou fibra 
óptica. Por ser tratar de uma topologia hierárquica, para cada sistema de 
cabeamento estruturado existirá apenas um Main Cross-Connect. 
A definição quanto ao meio físico a ser utilizado dependerá da distância e 
da largura de banda necessária para a conexão entre o Switch Core e os 
Switches de distribuição ou de acesso. Portanto, para a elaboração do projeto 
de infraestrutura, é necessário ter em mãos as características dos equipamentos 
que serão conectados à rede de cabeamento estruturado. Neste caso, a escolha 
por fibras ópticas acontecerá quando as distâncias forem muito longas, quando 
o caminho dos cabos estiver sujeito às fontes de interferências eletromagnéticas, 
ou, ainda, quando a necessidade de tráfego for muito maior do que a suportada 
pelas tecnologias em cabos metálicos. 
Intermediate 
Cross-Connect 
Main 
Cross-Connect 
Horizontal 
Cross-Connect 
Horizontal 
Cross-Connect 
TO TO TO TO TO TO 
TO – Telecomm Outlet 
 
 
20 
Caso contrário, as tecnologias em cabos metálicos poderão ser utilizadas 
para a conexão do Main Cross-Connect com os demais componentes do sistema 
de cabeamento estruturado. Porém, neste caso, é necessário avaliar a utilização 
de uma categoria de cabo UTP que suporte eventuais aumentos da demanda da 
largura de banda. Assim, por exemplo, se as conexões atuais são de 1 Gbps, 
com a utilização de portas de switch no padrão Gigabit Ethernet, o ideal seria a 
instalação de um cabeamento que suporte 10 Gbps, para atender a uma futura 
migração para conexões de 10 G Ethernet. 
Na topologia do cabeamento estruturado, por meio do elemento principal, 
teremos a conexão do segundo nível de manobra, que poderá ser o Horizontal 
Cross-Connect ou o Intermediate Cross-Connect. O Intermediate Cross-Connect 
é um componente opcional que pode ser utilizado em uma infraestrutura com 
mais de um prédio, em que teremos um Intermediate Cross-Connect em cada 
um dos prédios secundários para realizar a conexão deste com os Horizontal 
Cross-Connect daquele edifício. Também pode ser utilizado quando há diversos 
Horizontal Cross-Connects em um mesmo espaço, sendo necessária a 
instalação de um ponto de concentração neste andar, o que será implementado 
com o Intermediate Cross-Connect. Caso contrário, seria necessário realizar a 
conexão de todos os Horizontal Cross-Connects até o Main Cross-Connect, não 
sendo permitido uma interligação entre os Horizontal Cross-Connects, em 
cascata, pois a topologia deve ser necessariamente em estrela. 
A norma TIA define que devemos ter pelo menos um Horizontal Cross-
Connect por andar, por meio do qual teremos a interligação com os pontos de 
conexão dos equipamentos do usuário, que são chamados de Telecomm Outlet 
(TO). A norma ainda define que, para cada área de trabalho em que houver a 
conexão do usuário, deverão ser disponibilizados dois pontos de conexão. 
Assim, por exemplo, em um sistema de cabeamento estruturado que visa 
atender uma empresa com 100 funcionários, teremos 200 TOs. 
Além de elementos de manobra, que devem estar dispostos em uma 
topologia hierárquica em estrela, as normas de cabeamento estruturado definem 
os espaços onde serão instalados tais elementos, bem como as funções de cada 
um deles e os requisitos para sua implantação em um projeto de infraestrutura 
de cabeamento estruturado. 
 
 
 
21 
TEMA 4 – COMPONENTES DO CABEAMENTO ESTRUTURADO 
Para a elaboração do projeto de cabeamento estruturado, a norma TIA-
568.1 descreve os componentes que devem ser implementados na infraestrutura 
dos edifícios comerciais. Estes componentes incluem o cabeamento de 
interconexão entre os elementos de manobra e descrevem os espaços físicos 
previstos para a instalações dos equipamentos e conexões. Assim, em um 
sistema de cabeamento estruturado, em um edifício comercial, deveremos ter os 
seguintes componentes: 
• Entrada de facilidades; 
• Sala de equipamentos; 
• Armário (ou sala) de telecomunicações; 
• Área de trabalho; 
• Cabeamento de backbone; 
• Cabeamento horizontal. 
Como vimos anteriormente, a interconexão entre esses componentes 
deve seguir uma estrutura hierárquica, em estrela, conforme podemos observar 
na figura a seguir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
Figura 14 – Componentes do cabeamento estruturado 
 
Fonte: Rohling, 2020. 
O primeiro componente do sistema de cabeamento estruturado é a 
entrada de facilidades, também chamada de EF (Entrance Facilities), que 
consiste no espaço onde será feita a transição entre as infraestruturas externa e 
a interna. Este será o ponto de conexão da rede das operadoras, ou seja, onde 
seráfeita a entrega dos serviços externos. 
Em muitos casos a entrada de facilidades é implementada com um quadro 
de interconexão do cabeamento externo, instalado pelos provedores dos 
serviços de telecomunicações, com os cabos que seguem até a sala de 
equipamentos. Quando as instalações principais de serviços de 
telecomunicações eram as conexões telefônicas, esse quadro era conhecido 
como DG (Distribuidor Geral). Para edifícios multiusuários, tal como um edifício 
comercial com diversas empresas instaladas nos diversos andares, deve ser 
prevista uma sala para a entrada de facilidades, pois podem existir diversos 
Entrada de 
Facilidades 
Sala de 
Equipamentos 
Armário de 
Telecom 
Área de 
Trabalho 
Cabeamento Horizontal 
Cabeamento de Backbone 
Área de 
Trabalho 
Armário de 
Telecom 
Área de 
Trabalho 
Área de 
Trabalho 
Térreo 
1º Andar 
2º Andar 
 
 
23 
provedores de serviço que utilizarão este espaço para atender aos usuários do 
edifício. 
O próximo espaço definido pelas normas de cabeamento estruturado é a 
sala de equipamentos, que na versão original da norma é chamada de ER 
(Equipment Room). Na sala de equipamentos, teremos a instalação dos 
equipamentos de conexão com as redes externas ou com os provedores de 
serviço de telecomunicações. Neste espaço haverá também a instalação dos 
principais equipamentos da rede, responsáveis por distribuir as conexões para a 
rede interna, bem como os equipamentos de segurança e até mesmo alguns 
servidores. Deste modo, na sala de equipamentos há o roteador, o firewall, o 
switch core, entre outros. 
Para o projeto da ER, é necessário prever também o espaço para a 
instalação dos equipamentos dos provedores de serviço de Telecomunicações. 
Como muitos destes serviços atualmente são atendidos com redes ópticas, é 
deve-se prever a instalação dos dispositivos de terminação de cabos ópticos, 
que são os chamados DIOs (Distribuidor Interno Óptico). O ideal de instalação, 
quando a EF é constituída de uma sala, é que os DIOs dos provedores de serviço 
fiquem instalados na EF para evitar o acesso dos prestadores de serviço à Sala 
de Equipamentos. 
Além disso, é possível que alguns servidores sejam instalados nesta sala, 
nestes casos, ela é chamada de Data Center, apesar de não necessariamente 
dispor de todos os requisitos que caracterizam um Data Center, de acordo com 
as normas. O cabeamento que faz a interligação entre a entrada de facilidades 
e a sala de equipamentos é chamado cabeamento de backbone. E a TIA-568 
define que esta interconexão deve fazer parte do projeto de infraestrutura do 
cliente. No entanto, no Brasil, o mais comum é que os provedores de serviços e 
operadoras de telecomunicações façam a instalação da sua rede até o 
equipamento de conexão, que normalmente é o modem. Desta forma, como o 
modem normalmente é instalado na sala de equipamentos, o cabeamento entre 
a entrada de facilidades e a sala de equipamentos é instalado pela própria 
empresa prestadora do serviço de telecomunicações. 
4.1 Salas de telecomunicações 
O outro componente do sistema de cabeamento estruturado são as salas 
de telecomunicações (TR – Telecommunication Room), espaços em que ocorre 
 
 
24 
a distribuição dos serviços aos usuários. Nessas salas teremos a chegada do 
cabeamento de backbone, que vem da sala de equipamentos, e a saída do 
cabeamento que vai para as áreas de trabalho, onde estarão conectados os 
equipamentos dos usuários. Este espaço também é chamado de armário de 
telecomunicações (TE – Telecommunication Enclosure), pois pode ser 
implementado apenas com a utilização de um rack, não necessitando de uma 
sala exclusiva para a instalação dos equipamentos de rede e dos dispositivos de 
terminação do cabeamento e de manobra. 
Nas salas ou armários de telecomunicações, TRs ou TEs, é que serão 
instalados os Horizontal Cross-Connects e os equipamentos de concentração 
das conexões dos usuários, que são os switches. Neste espaço é que teremos, 
de acordo com o modelo hierárquico da rede comutada, a instalação dos 
switches da camada de acesso. A norma TIA-568.1 determina a presença de 
uma TR/TE em cada andar do prédio. Já a norma brasileira de cabeamento 
estruturado, que é a NBR-14.565, publicada pela ABNT, permite que um armário 
de telecomunicações atenda até dois andares. 
Uma das limitações em relação ao posicionamento das TRs é que o 
cabeamento metálico poderá ter um comprimento máximo de noventa metros. 
Assim, caso o pavimento seja muito extenso, pode ser necessária a instalação 
de dois armários de telecomunicações. Neste caso, outro aspecto fundamental 
a ser observado é que o cabeamento de backbone deve interligar estes dois 
racks diretamente à sala de equipamentos, obedecendo a estrutura hierárquica 
do cabeamento estruturado. 
Por meio do armário de telecomunicações teremos o cabeamento que 
conectará as áreas de trabalho, que é o cabeamento horizontal. Nas áreas de 
trabalho teremos as tomadas de telecomunicações, que permitirão o acesso aos 
serviços providos através do sistema de cabeamento estruturado. Estes serviços 
podem ser a conexão com a rede de dados (rede LAN) e prover a conexão com 
os serviços de comunicação de voz, que é o sistema de telefonia. 
4.2 Cabeamento horizontal e de backbone 
De acordo com as normas de sistemas de cabeamento estruturado, 
existem dois tipos de cabeamento, o cabeamento horizontal e o cabeamento de 
backbone. O cabeamento de backbone faz a interligação entre a sala de 
equipamentos e os armários de telecomunicações. Nesta interligação, as 
 
 
25 
distâncias podem ser maiores, incluindo a instalação externa, caso a rede 
interligue diversos prédios, tal como em uma indústria, por exemplo. 
O cabeamento de backbone pode ser implementado com o uso de fibras 
ópticas, que apesar de exigirem um cuidado maior na sua instalação, são muito 
mais seguras, pois o sinal transmitido através da fibra óptica fica confinado no 
seu interior, não sendo possível captar qualquer informação na parte externa dos 
cabos. Já no caso dos cabos metálicos, o sinal eletromagnético propagado ao 
longo do cabo produzirá um campo eletromagnético na área externa aos cabos, 
que poderia ser captado, capturando a informação trafegada. Para impedir esta 
propagação do sinal, a solução usar cabos blindados, que, no entanto, têm um 
custo maior e são mais difíceis de instalar. Assim, a tendência são cabos ópticos 
para o cabeamento de backbone. 
O cabeamento horizontal fará a conexão entre o armário de 
telecomunicações e as tomadas de telecomunicações. As normas de 
cabeamento estruturado estabelecem que o cabeamento seja terminado em um 
elemento de conexão, onde será conectado um cordão de manobra. Para o 
cabeamento metálico, o dispositivo de conexão é o chamado Patch Panel, no 
qual estão as portas de conexão dos cabos de manobra na parte frontal e os 
cabos propriamente, que vêm das outras áreas, conectados na parte de trás 
desses dispositivos. 
O fator essencial para garantir a disponibilidade desse sistema é a 
identificação correta das conexões. Como pode haver centenas de cabos 
conectados em cabeamento horizontal e switches, em caso de uma falha, o 
tempo necessário para a localização pode afetar significativamente o 
restabelecimento do serviço. Ou seja, o usuário pode ficar sem os serviços de 
rede por horas caso a identificação não tenha sido feita adequadamente ou tenha 
sido alterada sem a correção da documentação. Na prática, algumas redes 
acabam sendo totalmente refeitas com o passar do tempo, pois a falta de 
documentação das alterações torna a manutenção inviável. Assim, um fator 
crítico para a análise e resolução de problemas é a garantia de que a 
documentação está correta e devidamente atualizada. 
TEMA 5 – NORMAS ISO E NBR 
Além das normas TIA/EIA, que são a base para os projetos de 
infraestrutura de cabeamento estruturado existem as normas internacionais,26 
publicadas pela ISO, e as normas nacionais, publicadas pela ABNT. Assim, em 
alguns casos, é necessária a utilização dessas outras normas em razão da 
exigência da empresa para a qual será feito o projeto. Desta forma, 
apresentaremos as principais normas que podem ser utilizadas nos projetos. 
5.1 Normas ISO 
Para a área de infraestrutura de cabeamento estruturado, as normas ISO 
a serem utilizadas fazem parte do conjunto de normas ISO/IEC 11801, que 
especificam um cabeamento genérico para uso nas instalações, que podem ser 
compostos de um ou vários edifícios em um campus, incluindo o cabeamento de 
par trançado balanceado e o cabeamento de fibra óptica. A ISO/IEC 11801 é 
aplicada para instalações nas quais a distância máxima de distribuição dos 
serviços de telecomunicações é de 2.000 m. No entanto, os princípios dessa 
norma internacional podem ser aplicados a instalações maiores. O cabeamento 
definido por essa norma suporta uma ampla gama de serviços, incluindo voz, 
dados, texto, imagem e vídeo. 
Este Padrão Internacional especifica diretamente ou estabelece a 
referência para: 
a) estrutura e configuração mínima para cabeamento genérico; 
b) interfaces na tomada de telecomunicações (TO); 
c) requisitos de desempenho para links e canais de cabeamento individuais; 
d) requisitos e opções de implementação; 
e) requisitos de desempenho para componentes de cabeamento 
necessários para as distâncias máximas especificado nesta norma; 
f) requisitos de conformidade e procedimentos de verificação. 
A norma ISO/IEC 11801 identifica os elementos funcionais do 
cabeamento genérico, descreve como eles estão conectados para formar 
subsistemas e identifica as interfaces nas quais os equipamentos de rede estão 
conectados ao cabeamento genérico. Os serviços de comunicação serão 
suportados pelo sistema com a conexão dos equipamentos às tomadas de 
telecomunicações e aso distribuidores. Os componentes funcionais de um 
sistema genérico de cabeamento são: 
• Distribuidor de Campus (CD – Campus distributor); 
• Cabeamento de Backbone de Campus (campus backbone cable); 
 
 
27 
• Distribuidor de Edifício (BD – building distributor); 
• Cabeamento de Backbone de Edifício (building backbone cable); 
• Distribuidor de Piso (FD – floor distributor); 
• Cabeamento Horizontal (horizontal cable); 
• Ponto de Consolidação (CP – consolidation point); 
• Cabeamento do Ponto de Consolidação (consolidation point cable); 
• Tomada de Telecomunicações Multiusuário (MUTO – multi-user 
telecommunications outlet); 
• Tomada de Telecomunicações (TO – telecommunications outlet). 
A norma ISO/IEC 11801 estabelece que um sistema genérico de 
cabeamento estruturado será composto de três subsistemas de cabeamento, 
que são: backbone de campus, backbone de edifício e cabeamento horizontal, 
que fazem a interligação dos componentes descritos acima, conforme mostrado 
na figura a seguir. 
Figura 15 – Estrutura genérica do cabeamento estruturado 
 
Fonte: Rohling, 2020. 
Inclusive, este sistema genérico é a base tanto para as normas TIA vistas 
anteriormente como para as normas ABNT, conforme veremos adiante. 
5.2 Normas da ABNT 
Caso seja necessário elaborar o projeto de cabeamento estruturado 
seguindo as normas nacionais, devemos utilizar como base a norma ABNT NBR 
14.565, que estabelece requisitos para um sistema de cabeamento estruturado 
 
 
28 
para uso nas dependências de um único edifício ou de um conjunto de edifícios 
comerciais em um campus. 
No entanto, a ABNT tem outras normas que estabelecem os requisitos 
para a infraestrutura de outros ambientes, além dos edifícios comercias, que são 
apresentadas a seguir. 
ABNT NBR 16665:2019 – cabeamento estruturado para data centers: 
especifica um sistema de cabeamento estruturado para data centers e se aplica 
aos cabeamentos metálico e óptico utilizando como referência a ISO/IEC 24764. 
ABNT NBR 16264:2016 – cabeamento estruturado residencial: 
estabelece um sistema de cabeamento estruturado para uso nas dependências 
de uma residência ou um conjunto de edificações residenciais e especifica uma 
infraestrutura de cabeamento para três grupos de aplicações: a) tecnologias da 
informação e telecomunicações (ICT); b) tecnologias de broadcast (BCT); c) 
automação residencial (AR) 
ABNT NBR 16521:2016 – cabeamento estruturado industrial: especifica 
um cabeamento estruturado que suporta uma extensa gama de serviços de 
telecomunicações, como automação, controle e aplicações de monitoramento 
para uso em instalações industriais ou áreas industriais em outros tipos de 
edificações, compreendendo um ou múltiplos edifícios em um campus. Essa 
Norma abrange o cabeamento balanceado e o cabeamento em fibra óptica. 
ABNT NBR 16415:2015 – caminhos e espaços para cabeamento 
estruturado: especifica a estrutura e os requisitos para os caminhos e espaços, 
dentro ou entre edifícios, para troca de informações e cabeamento estruturado 
de acordo com a ABNT NBR 14565. 
Portanto, para a elaboração de projetos de cabeamento estruturado para 
empresas que exigem a aplicação das normas da ABNT, devemos observar as 
especificações das normas NBR, de acordo com o ambiente em que será 
instalada a infraestrutura em questão. 
FINALIZANDO 
Para garantir que a infraestrutura de camada física atenda aos requisitos 
dos equipamentos de comunicação em redes de dados, é necessária a aplicação 
das normas de cabeamento estruturado na elaboração do projeto, garantindo os 
padrões mínimos para o correto funcionamento da infraestrutura da rede, bem 
como da hierarquia estabelecida nestas normas. 
 
 
29 
Embora existam diversas normas para a elaboração dos projetos de 
cabeamento estruturado, há muitos pontos em comum entre as normas ABNT 
NBR 14.565, ISO 11801 e a TIA. Os projetos elaborados por estas normas 
atenderão as premissas básica, principalmente em relação à estrutura 
hierárquica da organização dos componentes e à descrição de elementos de 
manobra e de interconexão. As diferenças básicas estão associadas à 
nomenclatura adotada para identificar os componentes, porém a sua correlação 
pode ser feita facilmente, pois são bastante semelhantes. 
Para a elaboração do projeto de cabeamento estruturado, além da 
aplicação das normas pertinentes é necessário verificar as interfaces dos 
equipamentos de rede a serem utilizados para a correta definição do tipo de cabo 
que será instalado, que pode ser metálico ou de fibra óptica. Caso sejam 
escolhidas as interfaces ópticas, é necessário também verificar o tipo de 
conectorização e o tipo de fibra, se monomodo ou multimodo. 
Para o cabeamento metálico, é preciso definir a categoria do cabo a ser 
empregado, preferencialmente cat6 ou cat6A. No entanto, no caso da escolha 
pela categoria 6A, existem soluções de fabricantes com os modelos UTP e 
blindados, sendo necessário fazer essa escolha, que impactará no tipo de Patch 
Panel, que também deve ser do tipo blindado caso se opte por esse tipo de cabo. 
Assim, a implementação da infraestrutura deve estar integrada com o 
projeto da rede comutada, ou seja, do projeto de interconexão dos switches. 
Esse projeto utiliza o modelo hierárquico com três níveis, que são: a camada de 
núcleo, em que está o switch core, a camada de distribuição, que pode ser 
opcional, e a camada de acesso, que fará a conexão dos equipamentos de 
usuários, conforme mostrado na figura abaixo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
Figura 16 – Topologia da rede e o cabeamento estruturado 
 
Fonte: Rohling, 2020. 
 
SW CORE 
SW de 
Distribuição 
SW de Acesso 
Sala de 
Equipamentos 
AT1 
AT2 
SW de 
Acesso 
SW5 SW6 
SW1 
SW2 
SW3
 
SW4 
Work Area 
Cabeamento de Backbone 
Cabeamento Horizontal

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