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TEXTO_COMPLEMENTAR_AULA_02

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Professora Mestre Ana Carolina Ciriaco Padilha 
INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS 
 
Conhecer adequadamente o subsolo é um fator essencial para se 
executar e elaborar projetos geotécnicos, colaborando para obtenção de 
soluções tecnicamente mais seguras e economicamente viáveis. Para identificar 
e classificar as diversas camadas componentes do substrato e avaliar suas 
propriedades de engenharia deve-se realizar um programa de investigação. 
Somente serão abordados os métodos mais comuns de investigação 
geotécnica, destacando-se os métodos de sondagem de simples 
reconhecimento (poços, escavações a trado ou por circulação d’água e as 
sondagens rotativas), e os ensaios de campo (SPT, Cone e o ensaio de Palheta) 
necessários para a previsão das propriedades geotécnicas dos maciços de solo. 
Portanto é a investigação do subsolo é realizada para: 
1. Reconhecimento do subsolo 
2. Identificação 
3. Avaliação de seu estado 
4. Amostragem visando ensaios de laboratórios e análises visual tátil 
5. Descrição do perfil de subsolo 
6. Parâmetros para projetos 
O conhecimento destas características permitirá definir o tipo de fundação 
e a cota de implantação da mesma. Em projetos de estradas, a investigação 
destas características é tão importante, que pode determinar um traçado mais 
longo pela análise custo/benefício. 
Assim, é preciso lembrar, ainda, que o custo de uma obra poderá ser 
efetivamente minimizado, se bem programado e bem estudada a prospecção do 
terreno. 
Informações fornecidas pelo programa de investigação: 
 Espessura e caracterização das camadas do solo através de 
ensaios de campo e de laboratório. 
 Profundidade do topo da camada rochosa (tipo e condições da 
rocha) ou material impermeável ao amostrador. 
 Nível d’água. 
 
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 Propriedades geotécnicas do solo das camadas e da rocha, tais 
como: permeabilidade, compressibilidade e resistência ao 
cisalhamento. 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS ENSAIOS 
 
Os ensaios podem ser classificados em indiretos, semi-indiretos e diretos. 
Dos ensaios indiretos (geofísicos): 
 Não há coleta de amostras 
 Não se mede os comportamentos do solo 
 Obtém-se correlações. 
 Em grandes áreas são indicados somente os parâmetros iniciais. 
Exemplo de dado obtido – a localização da rocha 
Dos ensaios semi-indiretos: 
 Não há coleta de amostras 
 Medem-se os parâmetros de comportamentos do solo 
 Obtém-se correlações. 
Exemplos de ensaios: CPT, CPTU (fundações),DMT, Vane Test 
(para argila saturada), Pressiomêtro (obras de contensão), Penetrometro 
(fundações). 
Dos Ensaios diretos: 
 Ocorre coleta de amostras 
 Medem-se os parâmetros de comportamentos do solo 
 Obtém-se correlações. 
Exemplos de ensaios: poços de inspeção (coleta de amostras 
indeformadas e deformadas), SPT-T (o mais utilizado). 
 
PROGRAMA DE INVESTIGAÇÃO 
 
A execução do programa de investigação é feito em etapas sucessivas 
definidas como: 
 Reconhecimento: Obtenção de informações preliminares, que são 
necessárias ao desenvolvimento de estudos iniciais de obras que 
 
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ocupam grandes áreas. Consiste em: consulta a mapas 
geológicos, aerofotos, trabalhos já executados no local, coleta de 
dados com os moradores da região, além da vistoria na região de 
um engenheiro de solos (geotécnico)… 
 Prospecção: Obtenção de informações sobre a caracterização do 
subsolo, através de ensaios de campo e laboratório, de acordo 
com a necessidade do projeto ou estagio que a obra se encontra. 
 Preliminar: Obtenção de dados que informem a localização das 
estruturas principais do projeto com as estimativas de seus custos, 
bem como a viabilidade técnica-econômica da obra, através da 
determinação da espessura da camada do solo, da determinação 
das propriedades do solo através de ensaios de laboratório, 
elaboração de mapas geológicos da região e de outras atividades 
convenientes. 
 Complementar: Realizar investigações adicionais, finalizando o 
programa anterior abrindo assim o edital de concorrência e 
elaboração a especificação da construção. 
 Acompanhamento: Começa durante o início da construção e 
continua após o término da obra, de modo a comparar o 
comportamento previsto do solo e o realizado pelo mesmo, além 
de avaliar as hipóteses de projeto. 
 
ENSAIOS DE INVESTIGAÇÃO: SPT (STANDARD PENETRATION TEST – 
ENSAIO DE PENETRAÇÃO PADRÃO) 
 
Ensaio executado seguindo as orientações da NBR 6484/97, considerado 
um ensaio direto, pois permite a retirada de amostras deformadas. 
Trata-se de um método que foi desenvolvido pelo engenheiro geotécnico 
KARL TERZAGHI, durante a Segunda Guerra Mundial para a Força Aérea 
Americana e tinha como objetivo avaliar as condições do subsolo para fins de 
construção de pista de pouso de aeronaves. 
O SPT é uma sondagem a percussão (Standard Penetration Test). Este 
ensaio tem baixo custo, pode ser realizado em locais de difícil acesso, pode-se 
 
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coletar amostras, é determinado um índice que permite que se estime a 
resistência e também é determinado o nível de d’água. 
O equipamento é simples conforme ilustra a figura abaixo, composto de 
tripé com sarrilho, roldana, cabo, hastes, trado, trépano, martelo (65kg), 
amostrador padrão, bomba d’água. 
 
Este ensaio é recomendado quando se deseja conhecer: 
 O tipo de solo atravessado (a partir da retirada de amostras 
deformada a cada metro perfurado). 
 A resistência (N) oferecida pelo solo à cravação do amostrador 
padrão também a cada metro perfurado. 
 A posição do nível d’água (que pode ser encontrado durante a 
perfuração). 
Determinação do número de furos a ser realizado durante o ensaio: 
 Distantes 15 a 30 metros, salvo especificações. 
 Procura-se posiciona-los próximos das áreas de maior 
concentração de carga. 
 Número de furos conforme a Norma prevê (NBR 8036/83) 
 Em áreas muito extensas a distância pode variar de 50 a 100 
metros. 
 
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 Evitar a execução de somente um ponto de sondagem, bem como 
pontos alinhados. 
 Deve-se locar os pontos e nivela-los devidamente segundo o nível 
de referência fixo e anteriormente determinado. 
 
Processo Executivo 
 
Para se iniciar o ensaio primeiramente se limpa o terreno e depois monta-
se o tripé que deve ser devidamente nivelado com um prumo. 
O SPT tem duas etapas básicas, a perfuração e o ensaio propriamente 
dito. Após a limpeza do terreno e locação do furo, a perfuração da sondagem é 
realizada com trado. Quando o avanço for impenetrável ao trado ou se atingir o 
nível d’água a sondagem é continuada por percussão. Crava-se o revestimento 
para evitar fechamento do furo. O solo é escavado pela percussão (queda e 
torção sucessiva) do trépano e os detritos formados são retirados por circulação 
de água. A sondagem termina ao atingir a profundidade desejada ou quando 
atingir a condição de impenetrável a percussão. O registro do nível d’água deve 
ser feito no dia seguinte ao ensaio para evitar a influência da circulação de água. 
Inicia-se a abertura do furo com um trado concha até 1 (um) metro de 
profundidade (:100mm), quando se deve colocar o primeiro seguimento de 
revestimento (:100mm) que possui na ponta uma espécie de sapata cortante 
que permite a cravação dos seguimentos posteriores. Após isto se tem as 
amostras iniciais obtidas do trado concha. 
O ensaio é executado a cada metro e a partir de 1m de profundidade. 
Portanto, a perfuração é interrompida para execução do ensaio. O ensaio 
consiste em cravar o amostrador padrão por golpes do martelo (65kg) caindo de 
75cm. 
Para se obter o NSPT (resistência a penetração vertical) coloca-se o 
amostrador padrão que se localiza na extremidade da haste apoiando-se no 
fundo do furo. Fixa-se a cabeça de bater no topo da haste e apoia-se o martelosobre a cabeça de bater. Registra-se após esta fixação o seguimento em 3 
partes iguais de 15 centímetros na haste com um giz. Levanta-se o martelo até 
uma altura de 75 centímetros e deixa o cair em queda livre aplicando-se golpes 
 
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através desta queda com o martelo na cabeça de bater. Determina-se o número 
de golpes necessários para a cravação dos 30 centímetros finais do amostrador 
padrão. 
Para se coletar as amostras representativas abre-se o amostrador padrão 
e coleta-se a amostra deformada existente nele, faz-se uma caracterização 
visual tátil (NBR 7250/82) in loco, armazenando as amostras em recipiente 
fechado e devidamente identificado. 
Deve ser coletada, para exame posterior, uma parte representativa do 
solo colhido pelo trado-concha durante a perfuração, até́ 1 m de profundidade. 
O avanço do furo é realizado da mesma forma que ocorre no início do 
ensaio para solos coesivos usa-se um trado helicoidal e para solos não coesivos 
usa-se o trado concha (:100mm). 
A cada metro de perfuração, a partir de 1 m de profundidade, devem ser 
colhidas amostras dos solos por meio do amostrador padrão, com execução de 
SPT. 
O amostrador padrão, conectado à composição de cravação, deve descer 
livremente no furo de sondagem até́ ser apoiado suavemente no fundo, 
devendo-se cotejar a profundidade correspondente com a que foi medida na 
operação anterior. 
Caso haja discrepância entre as duas medidas supra referidas (ficando o 
amostrador mais de 2 cm acima da cota de fundo, atingida no estágio 
precedente), a composição deve ser retirada, repetindo-se a operação de 
limpeza do furo. 
Após o posicionamento do amostrador padrão conectado à composição 
de cravação, coloca-se a cabeça de bater e, utilizando-se o tubo de revestimento 
como referência, marca-se na haste, com giz, um segmento de 45 cm dividido 
em três trechos iguais de 15 cm. 
Em solo muito mole a resistência pode ser tão baixa que não resista nem 
um golpe. Neste caso, encosta-se o martelo na composição das hastes e anota-
se até que profundidade a haste e o martelo penetram somente com o peso 
estático do conjunto. As amostras são coletadas a cada metro e caracterizadas. 
O número e a locação dos furos de sondagem é definido pelo projetista. A 
norma NBR 8036/83 estabelece um número mínimo de sondagem para 
 
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fundações de edifícios. A distância entre as sondagens não deve ultrapassar 
30m e os furos devem cobrir toda a área. 
 
 
O NSPT é muito utilizado em projetos de fundações, tais como escolha do 
tipo de fundações e estimativa da tensão admissível do solo. O NSPT também é 
usado em correlações para obtenção das propriedades do solo. A norma 
NBR6484/2001 apresenta tabelas que correlacionam a compacidade das areias 
e a consistência das argilas com os valores de NSPT. 
 
 
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Quando interromper a sondagem? 
Alguns dos critérios de parada (DIRETRIZES PARA EXECUÇÃO DE 
SONDAGENS – ABGE – Associação Brasileira de Geologia de Engenharia): 
 Quando encontrarmos o topo rochoso ou matacão de natureza 
rochosa. 
 Quando por 3 trechos consecutivos forem necessários mais de 45 
golpes para a cravação de 5,0 cm do barrilete amostrador padrão. 
 Quando por 30 minutos com o auxílio do trépano ou broca de 
lavagem, este penetrar somente 5,0 cm. 
Os resultados devem ser apresentados em forma de relatório que deverá 
fornecer dados gerais sobre o local e o tipo da obra, bem como uma descrição 
sumária sobre os equipamentos, além de uma planta de localização dos furos. 
Em cada perfil deve constar: 
 O número do furo da sondagem. 
 Cota da boca do furo. 
 Datas de início de termino da sondagem. 
 Posição das amostras colidas e das não recuperadas. 
 Profundidades das diversas transições entre as camadas e do fim 
do furo. 
 NSPT a cada metro, 
 Identificação, classificação e a convenção gráfica das amostras 
segundo a NBR 6502/80. 
 Posição do nível d’água e a data da observação. 
 Processo de perfuração empregado e profundidades atingidas: TH 
– trado helicoidal, TC –trado concha. 
 Cota da boca do tubo de revestimento. 
 
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Uma das variações do ensaio de SPT é o SPT-T onde se inclui o torque 
durante a execução do ensaio. O torque é medido após a execução do SPT e o 
equipamento é constituído de um torquímetro, chave soquete, disco 
centralizador e pino adaptador, retira-se a cabeça de bater e coloca-se o disco 
centralizador até apoiar no tubo de revestimento. O pino adaptador é rosqueado, 
logo após, na luva onde estava acoplada a cabeça de bater. A chave soquete é 
encaixada no pino e nessa chave acopla-se o torquímetro. 
O torque é realizado a cada metro, e é feito antes de sacar o amostrador 
a 1,45 metros coloca-se o torquímetro e faz-se então o giro da haste do SPT-T 
(obtém-se a resistência do solo no plano XY) quando rompe o relógio vai até o 
Tmáx (pico) e volta no Tres (pois o solo é elastoplástico). Tmax≥Tres. 
A relação entre o valor do torque pelo NSPT (T/N) é conhecido como 
índice de torque (TR) que consta de uma correlação a qual leva em conta a 
estrutura dos solos. 
 
ENSAIOS DE INVESTIGAÇÃO: ENSAIOS DE INVESTIGAÇÃO: 
SONDAGEM ROTATIVA 
 
É realizado em rochas, solos de alta resistência (impenetráveis ao 
amostrador do SPT), matacões ou blocos de natureza rochosa. 
Sondagem rotativa é um método de investigação que consiste no uso de 
um conjunto moto-mecanizado, projetado para a obtenção de amostras de 
materiais rochosos, contínuas e com formato cilíndrico, através de ação 
perfurante dada basicamente por forças de penetração e rotação que, 
conjugadas, atuam com poder cortante A haste é oca e por injeção de água no 
seu interior, consegue-se atingir o fundo da escavação, por meio de furos 
existentes no amostrador. Esta água tem a função de refrigerar a coroa e 
carregar os detritos da perfuração no seu movimento ascensional. 
Quando o furo é instável e as camadas são permeáveis ou bastante 
fraturadas usa-se revestimento. 
Estas sondagens são as mais frequentes na engenharia e usualmente 
executadas para: 
 A profundidade em que se encontra o embasamento rochoso; 
 
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 O tipo ou os tipos de rocha e seu estado de sanidade e fraturas; 
 Para indicar a presença de matacões diferenciando-os do 
embasamento rochoso; 
 Para implantação de uma fundação ou de tirantes; 
 Para obtenção de poços para captação de águas; 
 Para possibilitar injeção de cimento ou de outros materiais em 
fraturas que podem ocorrer nos maciços rochosos em 
profundidade. 
 
 
 
 
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ENSAIOS DE INVESTIGAÇÃO: SONDAGEM MISTA 
 
São aquelas executadas por sondagem à percussão, em todos os tipos 
de terreno, penetráveis por este processo e por meio de sondagem rotativa, 
onde for inoperante o sistema à percussão, face a impenetrabilidade no terreno 
prospectado. 
Os dois métodos são utilizados alternadamente, de acordo com a 
natureza do terreno atravessado, até ser atingida a cota do estudo e/ou critérios 
estabelecidos em especificação para sua paralisação. 
 Sua execução é recomendada, dentre outras em: 
 Terrenos com presença de blocos de rocha e de matacões; 
 Área de tálus (matacões erráticos em maciços terrosos); 
 Área de concreções lateríticas; 
 Área de rejeito de pedreira; 
 Área de bota fora,... 
 
ENSAIOS DE INVESTIGAÇÃO: POÇO DE INSPEÇÃO E 
AMOSTRAGEM 
 
São executados manualmente quando o material a ser escavado é 
estável (coesivo) e se encontra acima do nível d’água, ou quando na presença 
de água esta pode ser esgotada para a retirada de amostras indeformadas. Os 
poços de inspeção devem diâmetro mínimo de 80 centímetros para permitir a 
entrada de umapessoa para a inspeção do perfil e retirada de amostras 
indeformadas. As amostras indeformadas devem ser representativas do solo 
quanto a composição granulométrica e mineral, teor de umidade e estrutura. 
Os poços são perfurações feitas com pás e picaretas, em solos coesivos, 
acima do nível d’água, permitindo o exame visual das paredes da escavação, 
com o obtenção de amostras deformadas e indeformadas. A NBR 9604/86 
especifica os procedimentos de execução de poços e trincheiras de inspeção em 
solos para a retirada das amostras deformadas e indeformadas. 
Para que se possa iniciar o processo de amostragem a abertura do poço 
deve ser interrompida 10 centímetros acima da cota do topo do bloco. Depois se 
 
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crava um molde, que deve revestir a amostra e protege-la, no momento da 
cravação deve-se atentar que a mesma deve estar bem justa. Logo após a 
cravação total, deve-se cortar os 10 centímetros de excesso e parafinar o topo 
etiquetando-o. Depois a base é recortada e parafinada, depois disto é removido 
o molde e parafina-se as laterais. 
A primeira camada de parafina preserva o teor de umidade do solo e não 
a sua estrutura, sendo assim se faz necessário revestir o bloco com um tecido 
poroso, tela ou estopa e aplicar uma segunda camada de parafina. É 
transportado em caixas com serragem e lavado ao laboratório, neste local é 
armazenado em câmara úmida, fora da caixa, mantando-se uma umidade 
relativa do ar próximo a 100%. 
As amostras também podem ser retiradas por talhagem caso são se 
tenha o molde para a cravação, a única diferença é que antes de se recortar a 
base se passa a parafina na lateral da amostra. 
 
ENSAIOS DE INVESTIGAÇÃO: PENETROMETROS DE CONE 
 
Estes ensaios medem a resistência a penetração do solo em função da 
energia de cravação dinâmica e estática, possui a ponta fechada, portanto, não 
há coleta de amostra, ou seja é um ensaio indireto. 
 
PENETRAÇÃO DE CONE DINÂMICO 
 
Os penetrometro dinâmicos são cravados no solo pelo auxílio da queda 
livre de um martelo, conforme a energia de cravação (h) e massa do martelo 
são classificados em leves (DPL), médios (DPM), pesados (DPH) e super 
pesados (DPSH). Os ensaios são realizados com velocidades constante de 
cravação definida para cada tipo de ensaio que é proporcional a resistência. 
Para realizar este ensaio se tem que antes saber a resistência do solo, 
portanto este ensaio é uma complementação do SPT que tem que ser realizado 
antes deste. 
A resistência à penetração dinâmica é definida como o número de golpes 
(Nx) necessários a cravação de uma certa profundidade do solo (Xcm – 10 cm 
 
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em 10 cm no DPL, DPM, DPH e de 20 cm em 20 cm no DPSH) definida para 
cada tipo de ensaio. 
A haste é demarcada de 10 em 10 cm (os menos robustos) e de 20 em 20 
cm (mais robustos). O resultado é obtido em um gráfico cotas X número de 
golpes ou resistência à penetração (Rd). 
DLP – muito utilizado em obras de estradas, pois se precisa saber a 
resistência em solos superficiais. 
 
PENETROMETROS ESTÁTICOS 
 
São mais conhecidos como cones, podem ter um sistema de leitura 
mecânico ou elétrico, capazes de determinar Rp e Rl. Os penetrometros 
estáticos conhecidos como piezocones também são capazes de medir a pressão 
neutra. 
 
PENETRAÇÃO DE CONE (CPT) – HOLÂNDES OU MECÂNICO 
 
Objetivo inicial de coletar dados para o projeto de fundações em estacas. 
Existem dois tipos que diferem somente no tipo de cravação, consistem ambos 
de um conjunto de hastes, que atuam internamente a tubos de revestimento, 
tendo na extremidade um cone com ângulo de vértice de 60º e uma base de 10 
cm². 
A penetração é realizada com velocidade constante com um macaco 
hidráulico (óleo viscoso). O método de execução do ensaio CPTU inicia-se com 
a cravação a uma velocidade de 1 cm/s, de forma alternada. As cargas 
necessárias para a cravação são registradas a cada 20 cm de avanço da 
ponteira, em um dos equipamentos apenas a Rp e no outro Ru (Rp+Rl). 
As vantagens deste ensaio são a rapidez, confiabilidade, baixo custo, 
numerosos resultados ao longo da profundidade ensaiada. Porem os valores de 
Rl não são muito confiáveis à medida que mais hastes vão passando pelo 
mesmo local. 
 
 
 
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PENETRAÇÃO DE CONE (CPT) – ELÉTRICO 
 
São geralmente das mesmas dimensões do mecânico. Possui uma luva 
cilíndrica com o mesmo diâmetro da ponta cônica acima da base eliminando a 
forma de tronco, impedindo a passagem de solo no espaço. 
Existem cones elétricos que só medem Rp e os que também medem Rl 
(cones elétricos de atrito). Rp medida através da célula de carga, trabalhando a 
compressão. Rl obtido através de uma célula de carga, convencionalmente 
trabalhando tração, fixada a luva de atrito. Rp e Rl trabalham independente. 
 
PIEZOCONE 
 
É um tipo de cone elétrico o qual é associado a uma sonda piezométrica. 
É possível obter a pressão neutra durante o ensaio permitindo corrigir a 
resistência de ponta que foi dissipada pela água. 
 
ENSAIOS DE INVESTIGAÇÃO: ENSAIO DE PALHETA (VANE TEST) 
 
O ensaio de palheta (vane test) é tradicionalmente empregado na 
determinação da resistência ao cisalhamento de argilas moles saturadas, 
submetidas à condição de carregamento não drenado (SU). 
O equipamento consta de uma palheta colocada na extremidade inferior 
das hastes e uma mesa situada na boca do furo, contendo um dispositivo de 
aplicação do momento torção e acessórios para medidas dos momentos e 
deformações. 
A ponteira é cravada, utiliza o sistema duplo de hastes, visa eliminar 
qualquer atrito da haste da palheta de teste com o solo e elimina interferências 
nas medidas de resistência. 
Está abaixo do nível d’água e não há camada drenante e a ruptura será 
através da coesão não drenada (resistência não drenada) rompe ao 
cisalhamento. 
Uma vez posicionada, aplica torque à ponteira por meio de unidade de 
medição, com velocidade de 6 graus / minuto. O torque máximo permite a 
 
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obtenção do valor de resistência não drenada do terreno, nas condições de solo 
natural indeformado. 
Posteriormente, para obtenção da resistência não-drenada, representativa 
de uma condição pós-amolgamento da argila, gira-se a palheta rapidamente por 
10 voltas consecutivas, obtendo-se a resistência não drenada do terreno nas 
condições de solo “amolgado”, permitindo avaliar a sensibilidade da estrutura de 
formação natural do depósito argiloso. 
 
ENSAIOS DE INVESTIGAÇÃO: PRESSIÔMETRO 
 
Não é utilizado para dimensionar as fundações, mas para obter o módulo 
de elasticidade do solo. O equipamento utilizado é constituído por 3 partes: a 
sonda, a unidade de controle e as tubulações. 
A sonda: são 3 células capazes de se dilatarem quando solicitadas, 
porém somente a do centro determina a característica do solo, os outros servem 
de proteção. 
Unidade de controle: fica à superfície e contém um deposito de CO2 e 
manômetros para medir a pressão aplicada nas 3 células individualmente. 
Tubulação: encontra-se entre as duas anteriores podem ser coaxiais ou 
separas, dependem do tipo de pressiômetro. 
Abre-se um furo no solo até a cota que se deseja fazer o ensaio, 
importante em qualquer tipo de solo, coloca-se o pressiômetro com cuidado. 
Aplica-se uma pressão, em estágio, e mantida constante por 2 minutos em cada 
estágio. Provocando deformação radical e é obtida diretamente pelo volume de 
água introduzido na célula e as leituras devem ser realizadas em tempos de 30, 
60 e 120 segundos, corrigidos em função da rigidez do próprio sistema. 
 
ENSAIOS DE INVESTIGAÇÃO: DILATÔMETRO DE MARCHETTI 
 
É utilizado para obras de contenção e a obtenção do modulo de 
elasticidade. 
Previsão de recalques e estimativa do módulo de elasticidade (e) dascamadas prospectadas. Consiste na cavação de uma placa de aço inoxidável (a 
 
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uma velocidade constante de 2 cm/s) com um comprimento de 220mm, largura 
de 95mm, espessura de 14mm, e a ponta forma uma ângulo de 20º. O teste 
consiste na cravação de ponteira metálica, com interrupções desta cravação a 
cada 20 cm, por 15 segundos para que o solo se acomode. 
Nestas interrupções, é introduzido gás nitrogênio que expande a 
membrana metálica da ponteira contra o terreno. Dessa expansão, registram-se 
em manômetro de precisão duas leituras: a primeira quando a dilatação da 
membrana “vence” o esforço de compressão do terreno, e a segunda quando 
esta deforma o solo de 1,1mm. 
 
ENSAIOS DE INVESTIGAÇÃO: GEOFÍSICOS 
 
É feito em áreas extensas, são rápidos. Neste ensaio não são retirados 
amostras, mas pode-se determinar a profundidade da camada rochosa, localizar 
irregularidades no subsolo devido a diferentes tipos de materiais e a existência e 
localização do nível d’água. É possível obter o topo da rocha (“topografia da 
rocha”, forma da superfície do topo da rocha). 
 
ELETRORESISTIVIDADE 
 
Consiste na aplicação de uma corrente elétrica no solo, mede-se então a 
dificuldade do fluxo da corrente (i). 
 
SISMICO 
 
Consiste na propagação de ondas acústicas no solo, através de um 
sismógrafo, com uma certa velocidade, a onda vai ser refletida ou refratada, 
mede-se a velocidade com que ela vai ser refletida ou refratada, observa se os 
contrastes marcantes () e quando a mesma muda de direção, tendo-se o tempo 
é possível obter a altura da camada de solo. 
Este tipo de ensaio é pedido para se ter uma visão geral do subsolo e se 
ir lapidando o tipo de fundação. 
 
 
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VÍDEOS 
 
SPT 
https://www.youtube.com/watch?v=VC31gan82u8 
https://www.youtube.com/watch?v=1FhkN4VINkQ 
https://www.youtube.com/watch?v=1bzSNeUaa3Y 
 
PENETRAÇÃO DE CONE DINÂMICO 
https://www.youtube.com/watch?v=-lpeOHx0AsM 
 
PENETROMETROS ESTÁTICOS 
https://www.youtube.com/watch?v=pVLmCK3KSYQ 
 
PIEZOCONE 
https://www.youtube.com/watch?v=WWlOoIEAU8A 
https://www.youtube.com/watch?v=SPyZvY4OZAE 
 
ENSAIO DE PALHETA (VANE TEST) 
https://www.youtube.com/watch?v=uYeWU0OinRA 
 
ENSAIO DMT 
https://www.youtube.com/watch?v=ssGbQIJnQi4 
https://www.youtube.com/watch?v=E8hq-dLN1Fo 
 
ENSAIO GEOFÍSICO 
https://www.youtube.com/watch?v=e5ww8qw28R0 
https://www.youtube.com/watch?v=50qmEQtBRSE 
 
https://www.youtube.com/watch?v=VC31gan82u8
https://www.youtube.com/watch?v=1FhkN4VINkQ
https://www.youtube.com/watch?v=1bzSNeUaa3Y
https://www.youtube.com/watch?v=-lpeOHx0AsM
https://www.youtube.com/watch?v=pVLmCK3KSYQ
https://www.youtube.com/watch?v=WWlOoIEAU8A
https://www.youtube.com/watch?v=SPyZvY4OZAE
https://www.youtube.com/watch?v=uYeWU0OinRA
https://www.youtube.com/watch?v=ssGbQIJnQi4
https://www.youtube.com/watch?v=E8hq-dLN1Fo
https://www.youtube.com/watch?v=e5ww8qw28R0
https://www.youtube.com/watch?v=50qmEQtBRSE

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