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UNIDADE 1: REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO NUCLEOFÍLICA EM CARBONOS ACÍLICOS (REAÇÕES ENVOLVENDO ÁCIDOS CARBOXÍLICOS E DERIVADOS). Aula 01 e 02 Patrícia Fontes Pinheiro QUÍMICA ORGÂNICA III – QUI 232 Ácidos Carboxílicos Grupo Carbonila e grupo acila Grupo Carbonila Grupos denominados ‘acila’ Substâncias carboniladas da classe I ➢ Substâncias com grupos que podem ser substituídos por um nucleófilo. Ácido carboxílico Éster Anidrido Haletos de Acila X = Cl ou Br Amidas ➢ São aquelas em que o grupo acila está ligado a um átomo ou grupo de átomos que podem ser substituídos por outro grupo. Nitrilas ➢São aquelas nas quais o grupo acila esta ligado a um grupo que não pode ser facilmente substituído por outro grupo. Os aldeídos e cetonas estão nesta classe. O -H e os grupos alquila ou arila (- R ou - Ar) de aldeídos e cetonas não podem ser substituídos por um nucleófilo. Substâncias carboniladas da classe II Aldeídos Cetonas Ácido carboxílico Cloreto de acila Éster Amida - Temos que: 1) Menor o pKa , mais forte o ácido e mais fraca sua base conjugada. 2) Bases fracas – bons griupos de saída. 3) Aldeídos e cetonas não sofrem reações de substituição. 2 Ácidos Carboxílicos Grupo carboxílico Grupos carboxílicos são frequentemente mostrado em formas abreviadas Ácidos Carboxílicos - Nomenclatura Ácidos Carboxílicos - Nomenclatura Exercício de Fixação 1. Escreva os nomes sistemáticos e comuns para os compostos apresentados a seguir. Ácido fórmico Ácido etanoico Ácido acético Ácido propanoico Ácido propiônico Ácido butanoico Ácido butírico Ácido pentanoico Ácido valérico Ácido hexanoico Ácido caproico Ácido prop-2-enoico Ácido acrílico Ácido metanoicoNome sistemático: Nome comum: ➢ Na nomenclatura sistemática, a posição do substituinte é designada por um número. O carbono carbonílico de um ácido carboxílico é sempre o carbono C - 1. Ácidos Carboxílicos - Nomenclatura Ácidos graxos insaturados Ácidos graxos têm de 10 a 30 carbonos (o mais comum é 12 a 18) Ácidos graxos de ocorrência natural Número de carbonos Nome comum Nome sistemático Estrutura Temperatura de ebulição (oC) Saturados Ácido láurico Ácido dodecanoico Ácido mirístico Ácido tetradecanoico Ácido palmítico Ácido hexadecanoico Ácido esteárico Ácido octadecanoico Ácido araquídico Ácido eicosanoico Ácidos graxos de ocorrência natural Insaturados Ácido palmitoleico Ácido (9Z)-hexadec-9-enoico Continuação Ácido oleico Ácido (9Z)-octadec-9-enoico Ácido linoleico Ácido (9Z, 12Z)-octadeca-9,12- dienoico Ácido linolênico Ácido (9Z, 12Z, 14Z)-octadeca-9, 12, 15-trienoico Ácido araquidônico Ácido (5Z, 8Z, 11Z,14Z)-eicosa-5,8 , 11, 14-tetraenoico Ácido linoleico Ácido (9Z, 12Z)-octadeca-9,12- dienoico EPA Ácido (5Z, 8Z, 11Z, 14Z, 17Z)-eicosa-5, 8, 11, 14, 17-pentaenoico Ácidos graxos Ácidos graxos - trans A gordura trans eleva o risco de doenças do coração e vasos sanguíneos, como infartos, derrames, AVCs e trombose. Ácido esteárico Ácido graxo saturado com 18 carbonos Ácido oleico Ácido graxo insaturado com 18 carbonos ➢ Ômega indica a posição da primeira ligação dupla em um ácido graxo insaturado, contando a partir da extremidade metil. Por exemplo, o ácido linoléico é um ácido graxo ômega-6 porque sua primeira ligação dupla está após o sexto carbono, e o ácido linolênico é um ácido graxo ômega-3 porque sua primeira ligação dupla está após o terceiro carbono. Ácidos Graxos Ômega Ácido linoleico Ácido linolênico Ácidos Graxos Ômega ➢ Nos mamíferos falta a enzima que introduz uma ligação dupla além de C-9, contando a partir do carbono carbonílico. O ácido linoléico e os ácidos linolênicos são, portanto, ácidos graxos essenciais para mamíferos: os mamíferos não podem sintetizá-los, mas como são necessários para função corporal normal, eles devem ser obtidos da dieta. ➢ Descobriu-se que os ácidos graxos ômega-3 diminuem a probabilidade de morte súbita devido a um ataque cardíaco. Quando sob estresse, o coração pode desenvolver distúrbios fatais em seu ritmo. Os ácidos graxos ômega-3 são incorporados nas membranas celulares do coração e aparentemente têm um efeito estabilizador no ritmo cardíaco. Esses ácidos graxos são encontrados em peixes gordurosos, como arenque, cavala e salmão. Salmão Ácido linoleico Ácido linolênico ➢Na nomenclatura comum, a posição do substituinte é designada por uma letra do alfabeto grego, o carbono carbonílico não tem designação. Ácidos Carboxílicos - Nomenclatura ❖ O carbono adjacente ao carbono carbonílico é o carbono alfa, o carbono adjacente ao carbono alfa é o carbono beta, e assim por diante...diante Ácidos Carboxílicos - Nomenclatura Nome sistemático: Nome comum: Ácido 2-metoxibutanoico Ácido α-metoxibutírico Ácido 3-bromopentanoico Ácido β-bromovalérico Ácido 2-cloroexanoico Ácido γ-clorocaproico Ácidos Carboxílicos - Nomenclatura ➢ Ácidos carboxílicos nos quais um grupo carboxila está ligado a um anel são nomeados pela adição de “ácido carboxílico” ao nome do composto cíclico. 3 Derivados de Ácidos Carboxílicos Haletos de Acila- Nomenclatura ➢ Os cloretos de acila têm um -Cl no lugar do grupo -OH de um ácido carboxílico. Cloretos de acila são nomeados substituindo “ácido ic” do nome do ácido por “cloreto de oila”. (Também existem brometos de acila, mas são menos comuns que os cloretos de acila.) Cloreto de etanoíla Cloreto de acetila Brometo de 3-metilpentanoíla Brometo de β-metilvalerila Cloreto de ciclopentanocarbonoíla Ésteres - Nomenclatura ➢ Um éster tem um grupo -OR no lugar do grupo -OH de um ácido carboxílico. ➢ Ao nomear um éster, o nome do grupo ( R ) ligado ao oxigênio carboxílico é indicado primeiro, trocando “ácido ico” por “ato”. O grupo R Ligado ao oxigênio é citado com terminação ila. Lembre-se da diferença entre um grupo fenil e um grupo benzil. ___ato de ___ila Ésteres - Nomenclatura Etanoato de etila Acetato de etila Propanoato de fenila Propionato de fenila 3-bromobutanoato de metila β-bromobutirato de metila Cicloexanocarxialato de etila 2. Os aromas de muitas flores e frutas são devidos a ésteres como os mostrados neste problema. Quais são os nomes comuns desses ésteres? Exercício de fixação ➢ Os ésteres cíclicos são chamados lactonas. ➢ Assim, lactonas com um ciclo de quatro membros são beta-lactonas (o oxigênio da carboxila esta no carbono beta), lactonas com um ciclo de cinco membros são y-lactonas, e com ciclos de seis membros são delta-lactonas. Ésteres Cíclicos : Lactonas Ésteres Cíclicos : Lactonas ➢ Na nomenclatura sistemática, eles são nomeados como “2-oxacicloalcanonas” (“oxa” designa o átomo de oxigênio). nomes, o comprimento da cadeia de carbono é indicado pelo nome comum do ácido carboxílico, e uma letra grega especifica o carbono ao qual o oxigênio é apegado. 2-oxaciclopentanona 2-oxacicloexanona 3-metil-2-oxacicloexanona 3-etil-2-oxaciclopentanona Sais - Nomenclatura ➢ Os sais dos ácidos carboxílicos são nomeados da mesma maneira. A palavra ‘ácido’ do ácido carboxílico é retirada, e escreve-se o nome do ácido substituindo-se a terminação ‘oico’ por ‘ato’, seguido por ‘de’ e pelo nome do cátion. Nome sistemático: Nome comum: Metanoato de sódio Formato de sódio Etanoato de potássio Acetato de potássio Benzenocarboxilato de sódio Benzoato de sódio Sais - Nomenclatura ➢ Freqüentemente, o nome do cátion é omitido. Acetato Piruvato (S)-(+)-lactato ➢ Amidas são nomeadas substituindo-se a terminação ‘oico’ por ‘amida’. As terminações ‘carboxílico’ e ‘ico’ também são substituídas por ‘amida’ para os ácidos com essas terminações. Amidas - Nomenclatura Nome sistemático: Nome comum: etanamida acetamida 4-clorobutanamida γ-clorobutiramida Benzenocarboxamida benzamida ➢ Se um substituinte estiver ligado ao nitrogênio, o nome do substituinte é indicado primeiro (se houver maisde um substituinte ligado ao nitrogênio, eles são indicados em ordem alfabética), seguido do nome da amida. O nome de cada substituinte é precedido por um N para indicam que o substituinte está ligado a um nitrogênio. Amidas - Nomenclatura N-cicloexilpropanamida N-etil-N-metilpentanamida N,N-dietilbutanamida Amidas cíclicas: lactamas ➢ As amidas cíclicas são chamadas de lactamas. Sua nomenclatura é semelhante à das lactonas. Na Nomenclatura sistemática, eles são nomeados como “2-azacicloalcanonas” (“aza” designa o átomo de nitrogênio). Para seus nomes comuns, o comprimento da cadeia de carbono é indicado por o nome comum do ácido carboxílico, e uma letra grega especifica o carbono ao qual o nitrogênio está ligado. Pílula da natureza - para dormir ➢ A melatonina, uma amida natural, é um hormônio sintetizado por a glândula pineal do aminoácido triptofano. ➢ A melatonina regula o relógio claro-escuro em nosso cérebros que governa coisas como o ciclo sono-vigília, temperatura corporal, e produção de hormônios. ➢ Os níveis de melatonina aumentam de noite para noite e depois diminuem conforme manhã se aproxima. Pessoas com altos níveis de melatonina dormem mais e mais profundamente do que aqueles com níveis baixos. A concentração do hormônio em nossos corpos varia com a idade - crianças de 6 anos têm mais de cinco vezes a concentração que as pessoas de 80 anos têm - que é uma das as razões pelas quais os jovens têm menos problemas para dormir do que os mais velhos. ✓ Suplementos de melatonina são usados para tratar insônia e distúrbios do sono causados por outros fatores. Nitrilas - Nomenclatura ➢ As nitrilas são substâncias que contem o grupo funcional CN. ➢ As nitrilas são consideradas derivados dos ácidos carboxílicos porque, como todas as substâncias carboniladas da classe I, elas reagem com água para formar ácidos carboxílicos. ➢ Na nomenclatura sistemática, nitrilas são nomeadas com a adição da palavra ‘nitrila’ ao nome do correspondente alcano. Observe que a ligação tripla do grupo nitrila esta contida no número de carbonos da cadeia continua mais longa. ➢ Na nomenclatura comum, as nitrilas são nomeadas retirando-se a palavra ‘acido' do ácido carboxílico correspondente e substituindo-se a terminação ‘ico’ do nome do ácido por ‘nitrila’. As nitrilas também podem ser nomeadas como alquilcianetos, usando o nome do grupo alquil que estiver ligado ao grupo CN . Nitrilas - Nomenclatura Anidrido de Ácido Anidrido Simétrico Anidrido misto Anidrido de Ácido - Nomenclatura ➢ Os anidridos simétricos são designados pelo nome do ácido carboxílico correspondente, substituindo-se a palavra ‘ácido’ por ‘anidrido’. ➢ Os anidridos mistos são nomeados ao se manter os mesmos nomes dos ácidos carboxílicos correspondentes em ordem alfabética, substituindo-se a palavra ‘acido’ por ‘anidrido’. Anidrido acético Anidrido butanoico propanoico Nomeie os seguintes compostos: Desenhe a estrutura de cada um dos seguintes: a) Acetato de fenila b) γ-Caprolactama c) N-benziletanamida d) Ácido γ-metilcaproico e) 2-Cloropentanoato de etila f) β-bromobutiramida g) Cloreto de cicloexanocarbonila h) Ácido α-clorovalérico Estrutura dos ácidos carboxílicos e seus derivados Estrutura dos ácidos carboxílicos e seus derivados ➢ Os ésteres, os ácidos carboxílicos e as amidas tem duas estruturas que contribuem majoritariamente com a ressonância. ➢ A segunda estrutura que contribui para a ressonância dos cloretos de acila e anidridos de acido tem menor importância. ✓ Essa estrutura é mais importante para as amidas do que para os esteres ou ácidos carboxílicos, o nitrogênio é menos eletronegativo do que o oxigênio e, portanto, tem mais capacidade de acomodar a carga positiva. Propriedades físicas de substâncias carboniladas Temperaturas de Ebulição Relativa: amida > ácido carboxílico > nitrila ≫ éster ~ cloreto de acila ~ aldeído ~ cetona Propriedades físicas de substâncias carboniladas Temperaturas de Ebulição Relativa: amida > ácido carboxílico > nitrila ≫ éster ~ cloreto de acila ~ aldeído ~ cetona ❖ As fortes interações dipolo-dipolo nas nitrilas dão-lhes uma temperatura de ebulição semelhante ao de um álcool. ❖ Os ácidos carboxílicos têm temperaturas de ebulição relativamente altas porque cada molécula tem dois grupos que podem formar duas ligações de hidrogênio. ❖ Amidas têm os pontos de ebulição mais altos porque eles têm fortes interações dipolo-dipolo, uma vez que o contribuidor de ressonância com cargas separadas contribui significativamente para a estrutura geral do composto. ➢ Os derivados de ácidos carboxílicos são solúveis em solventes como éteres, alcanos clorados e hidrocarbonetos aromáticos. ➢ Assim como os álcoois e éteres, as substâncias carboniladas com menos de quatro carbonos são solúveis em água. ➢ Os ésteres, as amidas N,N-dissubstítuidas e as nitrilas são frequentemente usados como solventes porque são polares, mas não apresentam grupos hidroxila ou amino reativos. Temos visto que a dimetilformamida (DMF) e um solvente polar aprótico comum. Propriedades físicas de substâncias carboniladas N,N-Dimetilformamida (DMF) Ocorrência natural dos ácidos carboxílicos e seus derivados ➢ Os haletos de acila e os anidridos de ácido são mais reativos do que os ácidos carboxílicos e ésteres, os quais, por sua vez, são mais reativos do que as amidas. ➢ Devido a sua alta reatividade, haletos de acila e anidridos de acido não são encontrados na natureza. Os ácidos carboxílicos, por sua vez, são menos reativos e são amplamente encontrados na natureza. Ácido lático Ácido oxálico Ácido cítrico Ocorrência natural dos ácidos carboxílicos e seus derivados ➢ Os ésteres também são frequentemente encontrados na natureza, em fragrâncias das flores e frutas. Acetato de benzila (Jasmim) Butanoato de etila (Maça) Ocorrência natural dos ácidos carboxílicos e seus derivados Cafeína Piperina Penicilina G ➢ O ácido carbônico - um composto com dois grupos OH ligados a um carbono carbonílico – é instável, decompondo-se facilmente em CO2 e H2O. ➢ A reação é reversível, portanto carbônica o ácido é formado quando o CO2 é borbulhado na água. ✓ Os grupos OH do ácido carbônico, assim como o grupo OH de um ácido carboxílico podem ser substituído por outros grupos: Derivados do Ácido Carbônico Ácido carbônico Referências ➢ BARBOSA, L.C.A. Introdução à Química Orgânica. São Paulo: Prentice Hall, 2ed., 2011. ➢ BRUICE, P. Química Orgânica, vol.2, 4 ed. São Paulo, Pearson, 2006. ➢ CLAYDEN, J.; REEVES, N. Organic Chemistry. Oxford University Press: United Kingdom, 2000. ➢ SOLOMONS, G.; FRYHLE, C. B. Química Orgânica, v. 2, 10ª edição, (traduzida da original - John Wiley & Sons, Inc), Rio de Janeiro: LTC - Livros Técnicos e Científicos Editora, 2013. 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