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AULA 1 
MODELOS DE GESTÃO E 
GESTÃO POR PROJETOS 
Prof. Sandro Fabiano da Luz
 
 
2 
INTRODUÇÃO 
A realização de projetos, em todas as organizações, pode ser entendida 
como uma importante forma de dinamizar a gestão e solidificar a estratégia 
organizacional. Na esfera privada, as instituições perceberam isso e utilizam-se 
de projetos para elevar a competitividade no mercado. Na esfera pública, por 
exemplo, o projeto tem sido extremamente utilizado como uma ordenação de 
ações que priorizam, como resultado final, a promoção do bem-estar social e o 
alcance de metas preestabelecidas. 
A utilização de projetos como ação importante em todas as esferas de 
administração nacional está sendo observada e faz com que ações, conceitos e 
novas metodologias sofram discussões, fazendo com que todos os interessados 
sejam beneficiados. Isso também faz com que seja necessário que todos os 
envolvidos, principalmente o núcleo tomador de decisões na esfera pública, 
trabalhe na atualização de formas diferenciadas e inovadoras, que tendem a 
otimizar o resultado de seus esforços. Neste capítulo introdutório sobre 
gerenciamento de projetos e o seu papel na gestão, vamos entender de que 
maneira os projetos funcionam e como tomar proveito deles em nosso dia a dia. 
TEMA 1 – GESTÃO ESTRATÉGICA DE PROJETOS 
Em todas as esferas organizacionais no Brasil, não existe uma única 
forma considerada ideal para se planejar um projeto. Dentro de cada 
organização, a forma de se trabalhar com os projetos existentes está diretamente 
ligada à maturidade da organização em que os projetos vão operar. Além da 
maturidade, é possível identificar a importância de uma clara estrutura 
organizacional, que vai ajudar a solidificar todas as decisões que serão tomadas 
pela gestão. Uma das formas mais significativas de se organizar os trabalhos 
relativos aos projetos em uma instituição é aproveitar os benefícios de 
concatenar ações coordenadas em prol de um bem-estar comum, que é uma 
situação possível de se observar, considerando a importância dos projetos, 
programas e portfólios que veremos a seguir. 
 
 
 
3 
1.1 Projetos, Programas e Portfólios 
Na esfera pública brasileira, as instituições envolvidas possuem a 
intenção de realizar o desenvolvimento de determinadas atividades-fim 
totalmente vinculadas às necessidades e também ao interesse direto da 
sociedade. Desta forma, com a intenção de sanar os anseios populacionais, elas 
podem demandar algumas ações de programas de gestão que ajudam na 
utilização racional dos recursos públicos disponíveis, visando a promoção de 
ações que gerem resultados planejados. Neste cenário, as metodologias 
existentes de gerenciamento de projetos surgem como ferramentas reais de 
apoio comprovado (Vieira et al., 2018). 
O trabalho com projetos pode ser organizado de forma a propiciar uma 
melhor otimização dos recursos escassos. Estes recursos podem ser pessoas, 
máquinas, dinheiro ou até redução no tempo de realização dos projetos. Para 
que isso seja realizado de forma correta, diversas ações realizadas dentro dos 
projetos devem ser aglutinadas em programas para auxiliar na tomada de 
decisão e no gerenciamento do projeto. 
Assim, a gestão estratégica pública pode se valer de projetos, programas 
e portfólios como forma de organizar suas ações em prol da melhor gestão dos 
recursos escassos. Inicialmente como conceito, os programas podem ser 
entendidos como um agrupamento de projetos com uma determinada afinidade 
estratégica comum (Vargas, 2018). Eles são estrategicamente agrupados, 
levando em conta particularidades como: afinidade, cronograma similar ou 
mesmo a utilização dos recursos de forma conjunta. De forma geral, os 
programas visam integrar, de forma plena, os projetos existentes. 
De forma similar, comportam-se os portfólios, com a diferença de que 
podem ser, em algumas ocasiões, um agrupamento de programas gerenciados 
em conjunto. Um portfólio, além de um agrupamento de programas, também 
pode ser composto por um conjunto de projetos que estrategicamente possuem 
relação direta. 
A gestão estratégica na esfera pública deve considerar o encadeamento 
de ações que, juntas, devem compor uma organização de projetos capazes de 
alcançar estes objetivos. Desta forma, de maneira mais visual, a organização de 
projetos, programas e portfólios pode se assemelhar ao gráfico a seguir. 
 
 
4 
Gráfico 1 – Projetos, Programas e Portfólios 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Luz, 2022. 
Vale salientar os pontos de diferença existentes entre a esfera pública e 
a esfera privada na organização dos projetos de forma coordenada. Enquanto a 
esfera privada precisa se valer de um robusto planejamento estratégico, de 
forma a coordenar os projetos em conjunto para um objetivo, a esfera pública 
também precisa se valer de uma legislação que não pode ser desconsiderada. 
A esfera pública precisa se valer de uma grande legislação própria que 
regula a sua atuação. Neste sentido, segundo Giambiagi et al. (2008), as leis de 
licitações, bem como a Lei n. 8.666/93, que regula os processos de compras, 
dentre diversas outras, devem ser levadas em consideração, de modo que seja 
possível pensar e organizar os projetos de forma plena. 
Outro importante ponto na organização de projetos em uma instituição é 
o seu grau de maturidade para com projetos. Os autores Archibald e Prado 
(2015) realizaram uma pesquisa com mais de 70 profissionais atuantes na área 
de projetos em instituições públicas no Brasil. O levantamento indicou que a 
maturidade média dessas organizações, na área de gestão de projetos, foi de 
2,5 em uma escala de 1 a 5 pontos. Ou seja, é possível verificar que muito foi 
realizado na área de gerenciamento de projetos em aderência à gestão pública, 
mas ainda existe um importante caminho a evoluir. 
O setor público é um ambiente complexo, porque envolve diversos e 
importantes atores, com interesses distintos, que possuem pouca preocupação 
com o risco observado no projeto. O desafio do setor público é considerar as 
práticas adequadas para viabilizar um diálogo vital entre os objetivos e as 
ferramentas de gestão de projetos disponíveis. 
Portfólio 
programa A programa B 
Projeto 
1 
Projeto 
2 
Projeto 
3 
Projeto 
4 
Projeto 
5 
Projeto 
6 
 
 
5 
Em um cenário onde ocorre pressão popular aliada à insatisfação social, 
é necessário que haja constante busca por um incremento na eficiência da 
gestão, tendo a própria população como principal beneficiário. Um importante 
fator, que tem influência na elevação do interesse sobre a temática 
gerenciamento de projetos na área pública, é a crescente necessidade de 
controle e avaliações dos gastos públicos. Este movimento é crescente não 
somente no Brasil, mas em diversos outros países. 
TEMA 2 – RELAÇÃO ENTRE PROJETOS E PROCESSOS 
A atenção para com o gerenciamento de projetos é crescente, assim como 
o reconhecimento dos seus benefícios diretos nas organizações. Considerada, 
antigamente, apenas como uma ação dispensável na esfera privada, 
transformou-se em uma grande necessidade para todas as atividades 
brasileiras. Neste sentido, para que seja possível solidificar o entendimento 
sobre projetos, é importante realizar a separação entre o que pode ser 
considerado como projeto e o que pode ser considerado como processo 
existente nas instituições. A dificuldade em separar estes dois diferentes 
conceitos é tida como motivo principal para o erro no gerenciamento e na tomada 
de decisão nas organizações. 
2.1 Relação entre projetos e processos 
Inicialmente, para verificar as particularidades existentes entre processos 
e projetos, é importante citar que todas as instituições precisam de ambos para 
realizar as suas funções. Os dois conceitos operam em consonância e cooperam 
mutuamente para que todas as organizações, tanto da esfera privada quanto da 
esfera pública, possam existir. Desta maneira,as instituições se valem de 
habilidades para gerir, de forma otimizada, os projetos e também os seus 
processos existentes. 
Contudo, o gerenciamento dos projetos e dos processos não pode ser 
considerado uma tarefa fácil, muito por conta de que a realização de ambos 
comumente é feita pela mesma pessoa em momentos distintos. Por isso, é 
importante considerar seus conceitos para solidificar o entendimento. 
Assim sendo, define-se os processos como as funções organizacionais 
existentes, que são repetitivas e também contínuas. Por outro lado, projetos 
 
 
6 
podem ser entendidos como atividades exclusivas e com seu final 
preestabelecido. 
A profunda observância destes dois conceitos possibilita a visualização 
de um importante diferencial existente entre eles. Os processos existentes em 
todas as esferas organizacionais são realizados sem prazo definido para a sua 
conclusão e de maneira repetitiva; já os projetos possuem prazo e objetivo 
previamente definidos. 
A grande semelhança existente entre eles indica que ambos são 
realizados por recursos limitados na organização e também gerenciados por um 
planejamento. Outro ponto de convergência verificado entre eles é que ambos 
devem ser executados e controlados. Na prática das organizações, é possível 
verificar a existência de um projeto que, com o seu final, pode levar à criação de 
um processo. Como exemplo, pode-se observar uma linha de produção em uma 
empresa de tênis. Antes do tênis como objeto ser realmente produzido na linha 
de montagem (processo), é necessária a criação de um projeto para definir o 
tênis, suas cores, tamanhos, público-alvo e outras características – ou seja, o 
projeto. 
Para apresentar estes conceitos de forma visual, o quadro a seguir ilustra 
uma síntese das diferenças existentes entre projetos e processos. 
Quadro 1 – Estrutura: Processos/Projetos 
Processos e Projetos nas Instituições 
 Processos Projetos 
Proximidades 
Realizados por recursos limitados da organização 
(pessoas/máquinas); são planejados e estruturados 
Diferenças Repetitivo e contínuo Único e temporário 
Fonte: Luz, 2022. 
Assim sendo, é importante entender que os projetos e os processos são 
vitais para a sobrevivência institucional. Como eles operam de forma conjunta e 
em todas as esferas das organizações, o seu entendimento e gestão compõem 
uma importante ferramenta para os profissionais das mais diversas áreas. 
 
 
 
7 
TEMA 3 – DEFINIÇÕES E CONCEITOS DE PROJETOS 
A humanidade já se vale da utilização de projetos a muito tempo. Cada 
civilização, a seu modo, realizou projetos, muitos deles ligados à área de 
construção civil, e, desta forma, utilizou noções de gerenciamento de recursos 
escassos com objetivo e prazo definido. Nos tempos atuais, o gerenciamento de 
projetos permanece importante para a engenharia; contudo, percebeu-se que 
este tipo de gerenciamento pode ser realizado em diversas outras áreas da 
sociedade. Desde a criação de um novo software até a publicação de um livro, 
pode-se utilizar atividades ligadas ao gerenciamento de projetos. Desta forma, o 
conhecimento sobre conceitos e a própria função do gerenciamento de projetos 
se torna importante ferramenta a ser aplicada nas organizações. 
3.1 Conceito de projeto 
Existem diversos estudiosos que dialogam acerca da definição de projeto 
no mundo todo. Contudo, em linha geral, existe um consenso de que são 
trabalhos coordenados que possuem término previamente definido. Em seu 
conceito, os projetos também possuem, como meta final, geralmente, a criação 
de um bem intangível ou tangível específico. 
Um projeto é identificado como um empreendimento que não é repetitivo 
e possui um planejamento ou organização sequencial coordenada. Esta 
organização possui alguns eventos, considerando início, meio e fim. Os projetos 
também pretendem alcançar um objetivo previamente definido, que é realizado 
por pessoas ou recursos escassos de uma organização. O projeto possui 
limitantes administrados, como tempo, orçamento, recursos envolvidos ou até o 
grau qualidade pretendido (Vargas, 2018). 
 
 
 
8 
Figura 1 – Conceito de projeto 
 
Crédito: NicoElNino/Shutterstock 
A mais importante publicação sobre gerenciamento de projetos, o Guia 
PMBOK (2021, p. 4) indica que projeto é “um esforço temporário empreendido 
para criar um produto, serviço ou resultado único. A natureza temporária dos 
projetos indica início e um fim para o trabalho do projeto ou uma fase do trabalho 
do projeto”. 
Ou seja, tanto na esfera pública quando na esfera privada, os projetos são 
o trabalho realizado com um gerenciamento de recursos organizacionais 
articulados de forma a garantir a entrega de um bem que não existia. Os 
trabalhos articulados que formam um projeto são regidos por considerações 
sobre orçamento, cronograma, escopo, qualidade, entre outros, que devem ser 
finalizados junto à entrega do produto final. 
Com relação ao conceito de projetos identificado pelo Guia PMBOK, vale 
enfatizar dois importantes pilares que vão dar subsídios fundamentais para o 
entendimento de projetos. Estes pilares representam os objetivos centrais do 
conceito, que versam sobre a finitude dos projetos, quando dialoga sobre 
“produto, serviço ou resultado único”; e a também sobre a sua temporariedade, 
quando identifica a “natureza temporária” como indicado no conceito. 
 
 
9 
Aprofundando um pouco o tema, sobre o âmbito da criação de um 
produto, serviço ou resultado único, é importante destacar que a palavra “única”, 
ou seja, exclusiva, é o principal ponto que distancia os projetos dos processos 
organizacionais. Esta concepção elucida a forma como os projetos auxiliam na 
entrega de um produto que anteriormente não existia. Assim sendo, os projetos 
podem ser utilizados nos mais diversos ramos de atividade humana, como 
construção civil, criação de softwares, exploração de petróleo ou até no terceiro 
setor. 
Por outro lado, o pilar que indica o projeto como um “esforço temporário” 
evidencia uma necessária dimensão temporal relativa à realização dos projetos, 
ou seja, eles apresentam um prazo previamente definido. Posterior ao alcance 
dos objetivos do projeto, é realizada a conclusão dele, ou, em outro cenário, 
quando o projeto não é mais útil ou mesmo possível. As duas características dos 
projetos, que identificam pilares de temporariedade e entrega única ou exclusiva, 
constituem dois importantes conceitos que diferenciam projetos dos processos 
em todas as instituições. 
Em todas as esferas, os projetos se apresentam como um importante 
auxílio ao desenvolvimento de um objetivo específico. Este objetivo é inexistente 
previamente e pode incluir o aperfeiçoamento organizacional em aderência a 
uma realização de estratégias institucionais determinadas. Eles podem existir 
como motivo de aumento no bem-estar social, adequação legal, construção civil 
nas mais diversas especificidades, pavimentação de ruas até na exploração 
espacial, entre vários outros. 
A utilização do gerenciamento de projetos já é uma realidade para a esfera 
pública, mesmo levando em conta as várias especificidades particulares do 
setor. Estas particularidades podem levar a uma maior burocracia no processo 
de gestão, que pode também ocasionar a perda na eficiência do alcance dos 
resultados pretendidos. Contudo, observa-se a preocupação do setor público 
quanto à utilização de mecanismos de gestão de projetos, que eram 
originalmente usados apenas no setor privado (Vieira et al., 2018). 
TEMA 4 – CARACTERÍSTICAS DE PROJETOS E SEU CICLO DE VIDA 
Em todas as organizações, é vital o entendimento do ciclo de vida de um 
projeto, para que o seu próprio planejamento e monitoramento seja realizado de 
 
 
10 
forma plena. Por isso, é necessário o aprofundamento de suas características 
operacionais em uma linha do tempo própria. Isso é importante para que seja 
possível identificar em que momentoo projeto está enquadrado e, assim, tomar 
as decisões de forma coordenada. 
4.1 Ciclo de Vida dos Projetos 
É possível identificar uma relação entre o ciclo de vida do projeto e a linha 
do tempo associada a ele. Esta relação apresenta informações sobre o 
progresso das atividades e auxilia também na tomada de decisão. Em todos os 
projetos existentes nas instituições, percebe-se que a linha do tempo possui as 
mesmas características. Desta forma, o ciclo de vida de um projeto é parecido 
em diversas situações. 
Um projeto pode ser dividido em algumas fases de desenvolvimento, que 
acontecem sistematicamente e acompanham o progresso de todas as 
atividades. A percepção correta das fases do projeto auxilia os responsáveis a 
tomarem decisões assertivas, além de realizar um eficiente controle e 
monitoramento dos recursos. O conjunto das fases observadas em um projeto é 
conhecido como ciclo de vida. A análise do projeto por seu ciclo de vida 
possibilita a correta percepção de todas as atividades que podem ser observadas 
em diferentes projetos (Vargas, 2018). 
O ciclo de vida apresenta uma possibilidade de otimização de atuação do 
gerenciamento do projeto em si, juntamente com o acompanhamento das 
atividades correlatas ao projeto. A observância de um ciclo de vida facilita a 
visualização de como o projeto está progredindo e a análise de intensidade de 
esforço necessário, de acordo com o que foi planejado anteriormente. 
Via de regra, um projeto é composto por atividades de diferentes 
intensidades ao longo do seu ciclo de vida. Em seu início, a concentração de 
atividades é relativamente menor, até quando as atividades começam a se 
intensificar de forma gradativa. Próximo ao seu fim, é possível perceber uma 
desaceleração gradual das atividades até o final efetivo do projeto. De acordo 
com a intensidade das atividades, um ciclo de vida se assemelha ao gráfico a 
seguir: 
 
 
 
11 
Gráfico 2 – Ciclo de Vida de um Projeto 
Atividades 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Tempo 
Fonte: Luz, 2022. 
A observância deste tipo de informação facilita o monitoramento das 
atividades e a tomada de decisão, porque, conhecendo o momento do ciclo de 
vida em que o projeto se encontra, é mais fácil ganhar efetividade em alguma 
alteração necessária dentro do projeto. Quanto mais cedo as alterações forem 
identificadas e processadas, maior o seu percentual de capacidade de aceitação 
e menor o percentual de rejeição. Isso acontece pelo fato de que, quanto antes 
uma possível alteração é identificada, menor é o número de atividades 
concluídas efetivamente e mais calculado seria o impacto nos trabalhos futuros. 
A linha do ciclo de vida de um projeto se assemelha, via de regra, à letra 
“S”; desta forma, este gráfico é também conhecido como curva S. Na 
esmagadora maioria dos casos, este gráfico se assemelha a uma curva com a 
letra S, independente das variáveis utilizadas. Neste caso apresentado 
anteriormente, as variáveis são o tempo e a atividade, contudo, caso as variáveis 
utilizadas fossem tempo e custo ou, ainda, tempo e utilização de recursos, a 
curva seria muito semelhante. 
TEMA 5 – MODELOS DE GESTÃO DE PROJETOS 
Dentro de uma organização, os projetos podem ser conduzidos das mais 
diversas formas. De acordo com a complexidade do projeto, a experiência do 
corpo técnico, seu tempo de conclusão e a própria vivência da organização com 
projetos, um determinado modelo de gestão pode ser adotado. É importante citar 
 
 
12 
que não existe um modelo fechado de gestão de projeto para cada situação. 
Cada organização pode escolher de que forma vai observar os projetos e 
controlar o andamento das atividades. 
5.1 Diferentes formas de se gerenciar um projeto 
O ambiente em que os projetos são realizados é regido por uma série de 
restrições próprias de cada organização. Elas afetam determinantemente o 
andamento das atividades do projeto de diversas maneiras. Estas restrições 
podem ocorrer no cronograma do projeto, nos recursos disponíveis, na 
qualidade, entre vários outros pontos. É possível perceber vários outros fatores 
que afetam, em alguma medida, o andamento das atividades relacionadas aos 
projetos, que diz respeito à própria estrutura em que uma a organização opera. 
Questões relacionadas à estrutura organizacional vão muito além de cenário 
político ou forma de gerenciar a instituição, dizendo respeito a como o processo 
de informação é percorrido dentro das empresas. 
Sobre as mais diversas formas de se gerenciar projetos, vale identificar 
que a interação de diferentes fatores em uma organização cria um sistema único 
que afeta o projeto determinantemente. O sistema organizacional resultante 
auxilia na identificação de poder, influência, interesses e também das 
competências políticas das pessoas capazes de agir no sistema e que, 
consequentemente, atuam no projeto de forma direta ou indireta. Os fatores do 
sistema incluem elementos de gerenciamento, estrutura de governança e tipos 
de estrutura organizacional mesmo na esfera pública. 
De uma forma geral, existem diferentes tipos de estruturas 
organizacionais que indicam o poder do gerente do projeto e também revelam a 
maturidade organizacional de cada instituição para com os projetos. Com 
relação a estas estruturas, é importante citar que não existe uma categoria certa 
ou errada. Existe um sistema que opera em uma instituição e que se relaciona 
com o seu histórico, bem como com as pessoas que lá estão inseridas. 
 
 
 
13 
Figura 2 – Gerenciamento de projeto 
 
Crédito: wutzkohphoto/Shutterstock 
O gerenciamento de projetos, mais comumente utilizado no setor privado, 
está gradualmente se apresentando como importante alternativa para a busca 
da elevação no nível de maturidade em projetos nas instituições públicas. Este 
processo pode fazer com que diminua o número de projetos públicos que não 
obtiveram sucesso recentemente (Carvalho et al., 2014). 
Hoje em dia, em todas as organizações, o gerenciamento de projetos 
pode ser considerado como uma ação dinâmica e, também, uma atividade 
bastante complexa. Isso ocorre pelo fato de os projetos precisarem ser 
gerenciados por diferentes prismas, como escopo, riscos, mudanças e 
cronogramas, entre outros que, juntos, formam a integração de um projeto. 
Existem diversas métricas ou metodologias preestabelecidas no mercado e que 
facilitam o processo de gerenciamento de projetos. Comumente, o que se 
visualiza nesta área é o fato de que, quanto maior o projeto pelo prisma de custos 
e envolvidos, maior é será o documental necessário para a tomada de decisões. 
Isso ocorre sobretudo na esfera pública, em que é preciso se valer de 
legislação vigente, de orçamento pré-definido e sem possibilidade de alterações, 
das mais diversas ordens, entre diversos outros aspectos. Por isso, muitos 
 
 
14 
projetos vão precisar de um documental robusto, com arcabouço variado de 
procedimentos no seu ciclo de vida. 
Contudo, por outro lado, existe uma grande gama de projetos nos quais 
se percebe a existência de uma equipe com grande experiência e escopo 
totalmente conhecido. Nestas particularidades, pode ser utilizada a realização 
de um gerenciamento de projetos baseado em ágeis decisões, tanto com relação 
ao escopo do projeto, quanto a diversas outras decisões. 
Assim, como existem diversas particularidades com relação ao projeto, 
existem também diversos cenários em que este projeto pode acontecer. 
Determinar a melhor forma de se gerenciar os projetos do mundo com todas as 
suas particularidades é uma missão muito difícil. 
No mercado, hoje, existem inúmeras formas de se gerenciar projetos. 
Contudo, a forma mais comum são as boas práticas de projetos levantadas na 
publicação chamada Guia do Conhecimento de Gerenciamento de Projetos, 
também conhecido como Guia PMBOK. Esta publicação, realizada pelo Project 
Management Institute (PMI), é conhecida pelo mercado comoa principal e uma 
das mais antigas publicações sobre o tema. Assim, o Guia PMBOK se apresenta 
como uma literatura importante para se observar o gerenciamento de projetos. 
Entretanto, em alguns ambientes complexos, onde as decisões de 
projetos são realizadas de forma fluída, ou, ainda, quando existem alguns 
projetos cuja entrega final ainda não é totalmente conhecida, é mais comum 
tratar estes projetos pelo prisma de gerenciamento ágil. 
Uma maneira de se gerenciar projetos em ambientes ágeis é o Scrum, 
que, de acordo com Cruz (2013, p. 31), “é um framework para gerenciamento de 
projetos ágeis que, apesar de muito utilizado na área de desenvolvimento de 
software, pode ser utilizado para o planejamento, gerenciamento e 
desenvolvimento de qualquer produto, principalmente por ser um framework 
iterativo e incremental”. 
De forma geral, os projetos ágeis nada mais são do que os projetos, 
gerenciados por algumas organizações, cuja fluidez nas decisões acaba tendo 
um nível maior se comparado aos projetos com escopo totalmente fechado. O 
Scrum é mais utilizado em cenários nos quais existe a necessidade de maior 
agilidade, tanto na tomada de decisão, quanto nos processos para o seu 
gerenciamento. 
 
 
15 
Com a utilização do gerenciamento ágil, a literatura sobre projetos teve 
um novo campo de atuação, agora voltado para uma metodologia de 
gerenciamento de projetos que priorize a rapidez, a utilização de uma burocracia 
muito pequena ou quase inexistente, e uma tomada rápida de decisão. Com este 
cenário, estavam lançadas as bases para a criação de um novo modelo de 
gerenciamento de projetos que seria denominado como metodologia ágil de 
projetos. 
Todavia, o Scrum é somente uma das formas de se gerenciar projetos 
ágeis, existe o Crystal, Feature-Driven Development (FDD), Dynamic System 
Development Method (DSDM), Kanban, Extreme Programming (XP), Modelos 
Híbridos, entre diversos outros. Modelos de gerenciamento ágeis são criados a 
cada dia e possuem a intenção de auxiliar na tomada de decisão em ambientes 
onde os projetos são necessários. 
O mesmo vale para os projetos preditivos, ou projetos cujo ambiente 
possibilita o seu gerenciamento de forma linear, que é o caso do modelo de 
gerenciamento de projetos estipulado pelo Guia PMBOK, Prince2, Canvas, entre 
diversos outros. Ainda é bastante comum a existência de ambientes onde 
ocorrem projetos em que existe a utilização de diversos modelos observados em 
conjunto, cada um com a sua particularidade. 
Uma metodologia de gerenciamento de projetos surge como importante 
opção que facilitará as organizações públicas no gerenciamento de importantes 
práticas gerenciais. A utilização de projetos vem se consolidando como uma 
iniciativa que permite aos gestores contribuir para a governança, com foco na 
transparência, eficiência e efetividade (Clemente et al., 2017). 
Contudo, com o passar do conteúdo, verificaremos com detalhes muitos 
destes modelos ou possibilidades de gerenciamento de projetos, muito pela 
comprovada eficiência em ambientes de projetos, e também para facilitar a 
tomada de decisão em todas as esferas. 
 
 
16 
REFERÊNCIAS 
ARCHIBALD, R.; PRADO, D. Pesquisa Sobre Maturidade em Gerenciamento de 
Projetos: Governo a Administração Direta e Indireta. MPCM – Maturity by 
Project Category Model. 2015. 
CARVALHO, K. E. M.; PISCOPO, M. R.; Fatores de Sucesso da Implantação de 
um PMO: Um Caso na Administração Pública. Revista Gestão & Tecnologia, 
Pedro Leopoldo, v. 14, n. 3, 2014. 
CLEMENTE, D. H.; MARX, R.; CARVALHO, M. M.; Gestão de Pojetos no Setor 
Público: Uma Análise Bibliométrica (1988-2014). Gestão da Produção, 
Operações e Sistemas, Bauru, v. 12, n. 2, 2017. 
CRUZ, F.; Scrum e Guia PMBOK: Unidos no Gerenciamento de Projetos. Rio 
de Janeiro: Brasport, 2013. 
GIAMBIAGI, F.; ALÉM, A. C.; Finanças Públicas: Teoria e Prática no Brasil. São 
Paulo: Campus, 2008. 
VIEIRA, K. M.; KREUTZ, R. R.; A Gestão de Projetos no Setor Público: Os 
Desafios de suas Especificidades. Revista de Gestão Pública, v. 9, n. 1, 2018. 
VARGAS, R. V. Gerenciamento de Projetos: Estabelecendo Diferenciais 
Competitivos. Rio de Janeiro: Brasport, 2018. 
PMI. Project Management Institute. PMBOK – A guide to the project 
management body of knowledge (PMBOK Guide). 7. ed. Newtown Square: 
PMI, 2021.

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