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Artes Gráficas e Design Gráfico

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Artes Gráficas e Design Gráfico
Apresentação da Unidade
Nesta Unidade, trabalharemos os seguintes tópicos:
As Raízes do Design Moderno;•
A Forma;•
Processos de Impressão;•
Processos de Acabamento;•
Planejamento da Produção.•
Objetivos
Conhecer o universo das Artes Gráficas e as principais referências artísticas do 
design gráfico no século XX;
•
Compreender a evolução das artes gráficas e do design contextualizado na 
sociedade da época;
•
Desenvolver a criatividade no desenvolvimento de novos projetos gráficos.•
Videoaula
Assista, a seguir, à videoaula desta Unidade.
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Material Teórico
Conteudista: Prof. Me. Antonio Lucio Rodrigues Assiz
Revisão Textual: Prof.ª M.ª Luciene Oliveira da Costa Granadeiro
 
As Raízes do Design Moderno
Pensando em design, vivemos uma era em que ele (design) foi fecundado, gestado, desenvolvido no 
século XX. Tudo o que inspirou, alimentou, floriu e frutificou no design moderno, desde o século 
passado, continua inspirando e frutificando até hoje, nas primeiras décadas do novo milênio. Essa 
tese é defendida por muitos estudiosos e é um bom começo de reflexão também sobre o design 
gráfico. Não que nós não tenhamos vivido grandes transformações – aliás, estamos em meio a uma 
grande revolução – mas o fato relevante é que os fundamentos e referências do design parecem 
continuar ligados ao maravilhoso e profícuo século passado.
Artistas, arquitetos, designers se inspiraram no desejo de simplificar, expressar uma arte útil em que 
a forma obedeça a uma função, ou seja, que o estímulo da ação do design deveria ser produzir algo 
útil. Essa é a melhor forma de definir o “Design Moderno”.
Saiba Mais
Produzir uma arte que possa ser útil para a sociedade... Interessante isso, não acha? 
Eles viviam em um momento difícil, com muita angústia e sofrimento ao atravessar a I 
Guerra Mundial. Mesmo assim, estavam pensando em fazer da arte um caminho para 
outro mundo. Quando você precisar definir o “Design Moderno”, não se esqueça 
disso!
O design gráfico e as artes gráficas se desenvolveram junto com os movimentos culturais de arte 
que eclodiram na Europa logo no início do século XX e evoluíram para outras partes do mundo. 
Desde o Art Nouveau (aproximadamente 1899 a 1907), movimento que propunha uma renovação, 
mas ainda com uma expressão rebuscada demais para ser considerado novo, até manifestações e 
movimentos que se seguiram, todos eles deixaram marcas no design que podem ser identificadas 
até na atualidade. O movimento Art Nouveau não se expandiu muito nas artes plásticas, mas fez das 
artes gráficas um importante palco de manifestações. Por isso, embora não represente tanta 
inovação para os movimentos artísticos, ele é muito importante para o design gráfico, pois produziu 
cartazes marcantes, com exagero de curvas e uso criativo de tipologia para destacar a mensagem, 
entre outros ornamentos voltados a um sentido de decoração.
Leitura
A mais impactante referência no design moderno ocorrerá com a chegada do 
Cubismo, este sim um movimento amplo, que marcou seu início por volta de 1907, 
com a obra “Les Demoiselles D’Avignon” de Pablo Picasso, veja a reprodução da obra 
no site do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (EUA).
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Como inovação às telas com pinturas tridimensionais, Picasso apresentou uma arte bidimensional, 
estabelecendo o design como elemento principal do processo criativo. Bem no espírito de 
simplificação e de construção de significados novos, o cubismo recebeu contribuições que o tornou 
ainda mais importante. Segundo Hurlburt (1986), citando outros artistas que evoluíram o 
movimento do cubismo, “[...] ao grudar nas suas telas fragmentos impressos e rótulos, eles 
sugeriram novas maneiras de combinar imagens e comunicar ideias.” (HURLBURT, 1986, p. 18).
https://goo.gl/zwxRVk
https://goo.gl/zwxRVk
Figura 1
Fonte: Wikimedia Commons 
 
 
 
As inovações de Picasso estimularam artistas do mundo inteiro, e alguns anos mais tarde, nos 
Estados Unidos, a obra do artista plástico Marcel Duchamp (1913), “Nu descendo uma escada”, 
representaria uma leitura do Cubismo transmitindo uma ação, um movimento, e colocaria as bases 
para novas manifestações como o Futurismo e o Dadaísmo (1912 – 1922). Muitos destacam o 
aspecto menos útil do Dadaísmo, já que ele teria mais energia em criticar o que estava sendo 
apresentado e menos em propor um novo movimento, mas não se pode esquecer de que, ao buscar 
elementos que causavam o choque visual e até certo humor, acabou contribuindo para quebrar a 
apatia visual e ensinou o design a utilizar o humor e o chocante como estratégia comunicativa.
Também o alemão Piet Mondrian e o russo Kasimir Malevich foram influenciados pelo Cubismo, e 
desenvolveram trabalhos visuais significativos para o design gráfico. Muitos vão associar Mondrian 
e Malevich aos precursores do Construtivismo russo.
Como foi dito, as primeiras décadas do século XX foram extraordinariamente ricas para o design 
gráfico. Sempre apoiados no Cubismo, muitos movimentos se expressaram: se o estilo aplicava a 
noção de movimento dinâmico, estava nascendo o Futurismo, se o desejo era criticar as 
elaborações anteriores, era o Dadaísmo, se as artes cubistas ganhassem aplicações de rótulos, tarjas 
e fotos, eram o De Stijl e o Construtivismo Russo. Depois veio o Surrealismo em um encontro com a 
psicanálise de Freud e o entendimento do simbolismo nos sonhos.
Leitura
O artista plástico Salvador Dali deixou a principal referência estética do surrealismo 
com a obra “Persistência da Memória (1931), veja a obra no Museu de Arte Moderna 
(NY-EUA).
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Ainda é preciso registrar que, nesse contexto, alguns artistas olharam para movi- mentos passados 
(Art Nouveau) e criaram o Art Déco, e por fim, a Escola de Bauhaus foi considerada um movimento, 
pois aproveitou toda a efervescência cultural e turbulência social para ensinar e desenvolver o 
design moderno. Hurlburt (1986) resume: “Ao estudar o desenvolvimento do estilo moderno, 
relacionamos nove movimentos principais que contribuíram para a sua formação: Art Nouveau, 
Cubismo, Futurismo, Dadaísmo, Surrealismo, Construtivismo, Art Déco, De Stijl e Bauhaus.” (Hulburt, 
1986, p. 45). Em um pequeno intervalo de tempo (20 anos), essas manifestações deixaram 
visualizações fantásticas para o design moderno se inspirar e se alimentar.
Saiba Mais
Você consegue imaginar como foi rico o período com produção de estilos, design, 
reflexões? Lembre-se de que, na época, o mundo viveu um período difícil da Primeira 
Guerra Mundial (1914 a 1918), mesmo assim e apesar desse conflito, a arte buscou 
outros caminhos para a sociedade.
Após a I Guerra, um novo projeto de formação crítica ligada à arte surgiu e foi muito importante 
para o design, a Escola de Bauhaus. Motivado por construir um caminho que afastasse o mundo de 
um novo conflito, em 1919, o ex-oficial de guerra e arquiteto alemão Walter Gropius publicou um 
manifesto que deu origem à Escola de Bauhaus. No documento, Gropius destacou a dimensão 
https://goo.gl/VNUFVk
https://goo.gl/VNUFVk
humanística, mencionou “domesticar a máquina” e não ser escravizado por ela. Com dinheiro 
governamental e apoiadores de peso, como o artista plástico Wassily Kandinsky, a Escola de 
Bauhaus nasceu em 1919, em Weimar, Alemanha, para formar uma nova geração de profissionais 
das artes, da arquitetura e do design.
Durante 14 anos, a Escola de Bauhaus desenvolveu uma pedagogia revolucionária, aproximando o 
“fazer” do “pensar”. No projeto, a oficina era um ambiente importante da construção doconhecimento e permitia o desenvolvimento criativo dos estudantes. Os alunos eram estimulados a 
produzir objetos úteis para a sociedade e a criar um design, uma forma sempre aplicada a uma 
funcionalidade do instrumento. O significado de Bauhaus é “Casa em Construção”, segundo o cria- 
dor da escola, Walter Groupius, o sentido exato, já que o objetivo de toda atividade criativa é a 
construção. O objetivo de Gropius foi atingido formando uma grande geração de profissionais que 
construíram um design representativo de ideais como a forma obedece à função, simplicidade, 
menos é mais, entre outros.
Vídeo
Bauhaus - a face do século xx
Para conhecer melhor a Escola de Bauhaus assista: Bauhaus, a face do século XX. 
 
 
 
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A Forma
Quando você pega um jornal, ou uma revista, fica logo reparando se está organizado, atraente, fácil 
de ler?
https://www.youtube.com/watch?v=H4tB3ZqM1uA
Com certeza, sim!
Figura 2
Fonte: iStock/Getty Images 
 
 
 
Mesmo quando nós não planejamos, ao olhar para uma paisagem qualquer – a página do jornal é 
uma paisagem – formulamos uma opinião de aceitação, aprovação, ou o contrário, repúdio e 
negação.
Muitas vezes, não temos consciência, mas a forma interfere intensamente em nossa compreensão 
da mensagem. O jornalismo deve ser um serviço de informação verdadeira para a sociedade, e os 
jornais precisam ter uma forma adequada, que leve as notícias ao leitor com clareza e objetividade. 
Dessa forma, é muito importante dominar as técnicas para desenhar um jornal.
Mesmo bem antes de existirem os meios de comunicação de massa, a forma sempre interferiu em 
nossa relação com as coisas à nossa volta, conforme cita Hurlburt: “Quando o homem primitivo 
tomou duas pedras e colocou-as lado a lado, teria feito aí o primeiro gesto para o desenvolvimento 
da forma”. (HURLBURT, 1986, p. 51). Segundo esse autor, em todas as coisas, o homem sempre 
busca um sentido de proporção e equilíbrio, senso inato de organização, gosto natural pela 
proporção.
Reflita
Quais seriam as melhores formas para um jornal? Será que existem formas ricas 
capazes de atrair a atenção e valorizar a mensagem?
A resposta é: sim!
Buscar a melhor forma quer dizer mobilizar todo o conhecimento e potencial criativo para organizar 
coisas em um determinado espaço que seja compreendido pelo público como atraente, 
interessante, compreensível. No jornal impresso, “a melhor forma” diz respeito ao formato (largura 
x altura) e também à composição do espaço do jornal.
Como foi dito, a busca por formas agradáveis faz parte da história humana desde provavelmente os 
primórdios. Ao visitar o berço da civilização, a Grécia antiga, já se percebiam construções que 
adotavam estruturas baseadas em certa repetição de ornamentos, sugerindo uma aproximação à 
matemática (cálculos) e escolhas de formas bastante atraentes.
Uma das construções mais estudadas em história da arte é o Partenon. Ao analisar a sua relação de 
proporção (altura e largura), percebe-se um desenho agradável e atraente, pois forma um autêntico 
retângulo áureo, veja:
O que é um retângulo áureo?
Leitura
O Partenon foi um templo dedicado à deusa grega Atena, construído no século V C. 
na Acrópole de Atenas, na Grécia Antiga, por iniciativa de Péricles, governante da 
cidade [...] O Partenon é o mais conhecido dos edifícios remanescentes da Grécia 
Antiga e foi ornado com o melhor da arquitetura grega.
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É uma forma retangular que tem uma relação de proporção (largura por altura) específica que o 
torna agradável, segundo vários estudos. Existe uma série de cálculos matemáticos bastante 
complexos para se obter a relação de proporção de um retângulo áureo. O gráfico acima apresenta 
um caminho mais simples para definir a proporção correta, siga o raciocínio: identifique o quadrado 
(lados iguais) formado pelos pontos A, B, C e D. Entre A e D marque o meio com a letra M. Com um 
compasso, marque um raio do ponto M a C e gire o compasso para transferir o raio no ponto onde 
ele toca a linha horizontal. Marque o ponto E e você terá o retângulo áureo.
https://goo.gl/uiZJb1
https://goo.gl/uiZJb1
Figura 3
Fonte: iStock/Getty Images 
 
 
 
Figura 4
Fonte: Adaptado de iStock/Getty Images 
 
 
 
Figura 5
Fonte: Adaptado de iStock/Getty Images
 
 
Quando um designer dispuser de uma área definida por esta proporção áurea, ele terá um formato 
rico para seu design. É claro que ele precisará colocar boas ideias no papel para o layout realmente 
se destacar, mas ele estará diante de um formato potencialmente atraente.
Reflita
Antes de iniciar um projeto de um jornal impresso, livro, caderno ou folheto, vale a 
pena pensar o formato do retângulo áureo, não acha?
Todo layout tem uma estrutura, uma ocupação dos espaços com elementos que, ao serem aplicados 
em determinadas áreas, criam massas visuais mais carregadas ou mais arejadas e provocam um 
sentido no leitor. Isso quer dizer que é possível utilizar técnicas para construir desenhos 
interessantes, mas é importante saber que diversos autores alertam para a dificuldade de impor 
regras de “certo e errado” em layouts, pois existem excelentes soluções que não seguem tais 
princípios e ficam muito atraentes.
Um conceito presente nos layouts é o de equilíbrio, e para entender os tipos de equilíbrio é preciso 
voltar às formas experimentadas no passado. A comunicação visual produzida nos primórdios 
revela uma certa aproximação a um equilíbrio formal encontrado na natureza. Muitas construções 
antigas do mediterrâneo – sociedade egípcia, grega e romana – expressam uma estrutura com 
equilíbrio formal simétrico. O equilíbrio formal foi definido quando uma estrutura tem lados 
simétricos, ou seja, é possível imaginar uma linha no centro e perceber estruturas idênticas nos dois 
lados. Observe o Parthenon, uma construção em blocos de pedra sobre pedra, apoiada em colunas 
dispostas em distâncias idênticas de cada lado, um exemplo clássico do equilíbrio formal simétrico. 
O uso de recursos como a pedra, na arquitetura da época, explorou o equilíbrio simétrico para 
sustentar o peso desse tipo de construção.
As primeiras páginas impressas (séc. XV) também exploraram demasiadamente o equilíbrio formal 
simétrico, aplicando elementos visuais idênticos nos lados das páginas dos livros, jornais, ou 
qualquer outro impresso. A busca pela simetria desafiava tipógrafos a criar elementos
decorativos que pudessem compensar o efeito visual de uma letra capitular no início de uma 
coluna, e assim manter rigorosamente a simetria da página. Veja o equilíbrio formal simétrico nos 
dois primeiros jornais brasileiros:
Simetria rigorosa nos dois primeiros jornais brasileiros, o Correio Braziliense e o Gazeta do Rio de 
Janeiro, ambos circularam a partir de 1808 (junho e 10 de setembro respectivamente).
Figura 6 – Dois primeiros jornais 
brasileiros
Fonte: Wikimedia Commons e objdigital.bn.br 
 
 
 
 Enquanto no ocidente foi se popularizando a estrutura baseada na simetria, do outro lado, no 
Japão, desenvolvia-se outra arquitetura, muito mais integrada à natureza, construções de madeira, 
mais leves, arejadas e modulares, com tatamis e biombos redesenhando vãos, construções que 
estavam inspiradas no equilíbrio assimétrico.
Essa visão chegou ao design da página impressa ocidental apenas no século XX, mas representou 
um novo universo de possibilidades de layouts que não tinham o equilíbrio formal simétrico. Eram, 
portanto, “desequilibrados”? Não, tinham um equilíbrio assimétrico. No layout assimétrico, as 
massas visuais e seus pesos alternam seus valores e assim geram uma compensação para que 
massas pequenas tenham o mesmo peso de massas visuais grandes, ocupando uma área maior da 
página. Essa alteração de pesos imaginada, necessária para que o receptor (leitor) perceba um novo 
equilíbrio, gera sentimentos ligadosa ousadia, aventura, risco, possibilidades, valores muitas vezes 
desejados pelos designers.
Imagem
Equilíbrio Simétrico na capa do jornal Charlie Hebdo e Assimétrico no Libération, 
ambos franceses. Capas disponíveis em:
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 e
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Estruturas com equilíbrio simétrico ou assimétrico são criadas nos layouts de páginas impressas, em 
revistas, jornais e cartazes para buscar mais eficiência, beleza, clareza, destaque e objetividade 
informativa. No equilíbrio formal simétrico, sentidos presentes nas construções pesadas de pedra-
sobre-pedra são transferidos para o layout da página impressa como estabilidade, repouso, tradição, 
valores conservadores ligados à maturidade. Por outro lado, estruturas com o equilíbrio assimétrico 
carregam os sentidos de leveza, ousadia, arejamento, uma relação mais próxima com o jovem e a 
aventura.
Segundo Hurlburt:
O equilíbrio é o elemento-chave do sucesso de um design, tanto simétrico 
quanto assimétrico. No estilo simétrico, é fácil entender o equilíbrio formal de 
https://goo.gl/43xLui
https://goo.gl/43xLui
https://goo.gl/iUFphE
https://goo.gl/iUFphE
um layout – com o centro da página servindo de fulcro e a área dividida 
uniformemente dos dois lados, é relativamente simples criar. Já no design 
assimétrico, as múltiplas opções e tensões provocadas pela inexistência de um 
centro definido requerem considerável habilidade.
 (HURLBURT, 1986, p. 62)
A busca por construir formas atraentes para o impresso inclui o domínio de outro conceito, 
chamado de contraste visual. O contraste é muito importante e quase sempre está presente de 
alguma forma nos mais criativos e impactantes layouts. Muitos consideram o contraste a marca do 
nosso tempo. O contraste consiste em aplicar elementos no layout que provoquem destaque por 
apresentarem características distintas. O contraste pode ser de tamanho (contraste de escala) 
quando colocamos, por exemplo, um título em duas linhas e uma delas com tamanho de fonte bem 
superior à outra linha. Contraste de cor, quando duas cores não harmônicas são dispostas na 
mesma página, por exemplo, um título em preto sobre o papel branco e uma das palavras em 
branco com um fundo preto (contraste de cor). A cor pode gerar contraste ao aproximar cores 
quentes com frias, cores neutras com as de alta intensidade etc. O contraste pode ser construído 
por diferença de estilos (fontes com estilos diferentes) e até de sentimento, quando se usam 
referências de alegria aproximadas a elementos que sugerem tristeza, entre outras.
Imagem
Página dupla da Revista Época (dez/2013): contraste de cor (branco sobre azul-
escuro), de escala “Mandela” em tamanho de fonte bem superior ao restante do título 
e de estilo, pois “Mandela” está em fonte com serifa, caixa alta e baixa (maiúscula e 
minúscula) e o restante do título está em caixa alta (tudo maiúsculo), fonte bastonada 
e light.
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https://goo.gl/d2EeBQ
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Quando se utiliza o contraste adequadamente, o layout provoca uma atração do olhar e nem é 
preciso recursos sofisticados de composição do impresso para conquistar o destaque desejado. 
Aliás, recursos simples contribuem para um layout moderno em que a simplicidade é a regra 
número um.
Ao propor uma valorização ao simples, à simplicidade, os movimentos de arte do início do século 
XX estavam colocando referenciais, abrindo caminhos que foram seguidos por designers até hoje. 
Ao utilizar criativamente formas básicas, eles definiram a essência do design moderno: uso de cores 
e formas básicas. Eles mostraram que três formas geométricas representam excelentes soluções no 
design de página impressa. Formas simples, conhecidas, e que têm um poder incrível de criar 
destaque, atração e compreensão. São elas: o círculo, o triângulo e o quadrado/ retângulo. 
Construir composições que interagem com essas formas resultam em desenhos agradáveis e 
atraentes para o público leitor.
As formas geométricas básicas carregam consigo sentidos de força visual provocada por seus 
contornos. Observe as figuras abaixo:
Figura 7
 
 
 Na forma do quadrado, percebe-se que os lados propõem um percurso em suas retas, até 
encontrar o ponto de partida, conforme a figura 8.
Já o círculo, inevitavelmente, provoca um olhar ao centro (ponto) e a imaginação de divisões 
idênticas, conforme a figura 9.
O triângulo provoca o leitor a imaginar um pêndulo descendo a partir do vértice da figura 10.
Figura 8 Figura 9 Figura 10 
 
 
 
 Nas páginas impressas, essas formas ajudam a compor o discurso jornalístico, com notícias, 
opinião, análise, conteúdos inseridos em formas geométricas distintas. Veja alguns exemplos:
Imagens
Capa jornal Zero Hora (05/2015), Porto Alegre, RS. Uso do triângulo no logotipo e no 
destaque no rodapé.
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Capa jornal Diário de Pernambuco (20/03/2018). Uso do retângulo na organização da 
informação. A própria manchete “A luta continua” compõe uma massa visual em um 
espaço quadrado. 
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Capa jornal Lance! (14/04/2018), São Paulo. Uso do círculo e quadrado para destacar 
as chamadas.
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https://goo.gl/gqiMUi
https://goo.gl/gqiMUi
https://goo.gl/9J4X5T
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https://goo.gl/s76VnW
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O uso das formas simples no jornal impresso valoriza o desenho e a informação, pois se acredita 
que formas conhecidas do leitor atuam como facilitadoras da mensagem.
Ao mesmo tempo em que o design moderno propôs o conceito de simplicidade no uso das formas 
geométricas, também adotou o princípio nas cores, sugerindo as cores primárias (azul, amarelo e 
vermelho) como ricas para o design moderno. Isso estimulou muitos designers a desenvolverem 
obras interessantes com cores primárias e formas simples. A obra do artista Piet Mondrian (início 
do séc. XX – 1921) apresenta o resultado da inspiração: alinhamento assimétrico, formas simples e 
cores básicas. Veja ao lado:
Figura 11
Fonte: Wikimedia Commons 
 
 
 
Antes de prosseguir à reflexão sobre cores, ainda é preciso compreender outros princípios da 
composição gráfica. Já se falou de equilíbrio, de formas geométricas, agora é o momento de pensar 
o layout, trazendo para a página a dimensão de profundidade (perspectiva), outro recurso 
importante que vai valorizar o design. O sentido de profundidade é construído com referências de 
linhas inclinadas que apontam para um ponto de fuga. Imagine uma estrada, sala, ou cubo que tem 
https://goo.gl/s76VnW
suas linhas paralelas desenhadas no jornal convergindo para o ponto de fuga. A sensação visual é 
de que a página ganhou uma terceira dimensão e isso vai valorizar o layout. Veja o cartaz:
Muitas vezes, a percepção de profundidade pode ser construída a partir de uma foto.
Figura 12 – Arte russa que 
caracteriza o movimento 
Construtivismo. Linhas convergem 
para um ponto de fuga
Fonte: MoMa
Além da perspectiva, há um outro recurso pouco utilizado em jornais diários, mas útil para destacar 
uma informação que é a aplicação do texto em diagonal.
Imagens
Capa do O Estado de S. Paulo apresenta ônibus em perspectiva, e texto diagonal 
utilizando também o contraste de cor.
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Sobre referências para produzir layouts profissionais, é preciso citar também os 4 princípiosdo 
design, segundo Robin Willians (1995), que são: contraste, proximidade, alinhamento e repetição. 
Trata-se de uma simplificação de conceitos mais técnicos mas que serve muito bem para dar 
caminhos a um trabalho de qualidade. Segundo Williams:
O objetivo do contraste é evitar elementos meramente similares em uma 
página. Se os elementos (tipo, cor, tamanho, espessura da linha, forma, espaço 
etc.) não forem os mesmos, diferencie-os completamente. O contraste 
costuma ser a mais importante atração visual de uma página. 
(WILLIAMS, 1995)
O autor destaca a importância do contraste para a produção de páginas impressas. Para manter 
uma unidade na publicação, Williams destaca o recurso chamado por ele de repetição. 
https://goo.gl/uWEu1N
https://goo.gl/uWEu1N
https://goo.gl/4bwC1X
https://goo.gl/4bwC1X
Posicionamento do número das páginas, logotipo e nome da publicação, datas, selos, entre outros 
elementos, devem aparecer sempre em lugares predefinidos.
Repita os elementos visuais do design e espalhe-os pelo material. Você pode 
repetir a cor, a forma, a textura e as relações espaciais como espes- sura, os 
tamanhos etc. Isso ajuda a criar uma organização e fortalece a unidade.
 (WILLIAMS, 1995)
O autor orienta que para o layout ficar organizado, os elementos precisam manter certa referência 
de alinhamento nas páginas. Segundo Williams: “Nada deve ser colocado arbitrariamente em uma 
página. Cada elemento deve ter uma ligação visual com outro elemento. Isto cria uma aparência 
limpa, sofisticada e suave.” (WILLIAMS, 1995).
Para ter um conteúdo organizado, com muitas notícias que não se misturam, Williams indica o 
princípio da proximidade, veja:
Itens relacionados entre si devem ser agrupados. Quando vários itens estão 
próximos, tornam-se uma unidade visual, e não várias unidades 
individualizadas. Isso ajuda a organizar as informações e reduz a desordem.
 (WILLIAMS, 1995)
Com uma boa visão do design gráfico, de caminhos – não regras – para desenvolver layouts 
atraentes, agora é preciso entender um pouco mais de produção gráfica, ou seja, dos principais 
processos atualmente utilizados para impressão de jornais.
 
Processos de Impressão
A impressão de jornais é um processo industrial que reproduz um original em várias cópias. 
Dependendo da quantidade de cópias – chamada de tiragem do jornal – acabamento, velocidade 
de produção, formato e orçamento, utilizam-se determinadas tecnologias de impressão. 
Atualmente, os jornais utilizam dois tipos mais comuns de impressoras e um terceiro é adotado, por 
enquanto, com menor frequência, mas será citado primeiramente por representar a tendência 
nesse seg- mento, que é a impressão totalmente digital.
A impressão digital é caracterizada por não ter uma mesma matriz que reproduz a quantidade total 
de cópias, e sim a reprodução por um sistema que gera uma ordem (um comando) para impressão 
individual de cada página. Pode ser por cabeçotes de impressão (semelhante a uma impressora 
doméstica), ou outro sistema que permite alta velocidade e impressão personalizada. Existem no 
mercado grandes impressoras digitais em operação imprimindo folhas independentes ou rolos de 
papel (rotativa) em formatos grandes, ou seja, com capacidade para imprimir um jornal standard. 
Equipamentos com qualidade extraordinária, velocidade e possibilidade de imprimir sob demanda, 
com páginas diferenciadas (personalização) para cada leitor. O custo de impressão com essa 
tecnologia ainda é superior à impressão tradicional, mas prepare-se porque, em pouco tempo, você 
poderá receber um jornal impresso especialmente para você e, talvez, só para você.
Os dois sistemas de impressão mais utilizados são a impressão offset plana e a impressão offset 
rotativa. Ambos imprimem com uma tecnologia em que a matriz (chapa de metal) é pressionada em 
um cilindro de borracha que fica marcado pela imagem com tinta, e o cilindro é pressionado contra 
o papel que recebe a tinta. Esse sistema é chamado de impressão indireta offset.
Figura 13 – Instalação da matriz (chapa 
de metal) no cilindro da impressora
Fonte: Wikimedia Commons 
 
 
 
Se impressora plana e rotativa utilizam o sistema offset, qual é a diferença entre elas?
A diferença principal é porque o sistema de impressão offset plana utiliza folhas separadas para 
impressão enquanto a rotativa utiliza papel em uma grande bobina e só depois de impresso as 
folhas são separadas nas últimas operações da máquina. Parece uma diferença simples, mas ela 
influencia em muitos aspectos que o produtor gráfico precisa dominar para fazer a escolha certa.
No passado, as impressoras rotativas eram usadas por jornais porque imprimiam em bobinas de 
papel jornal de baixa qualidade, e tinham um custo de impressão muito inferior ao da plana. A 
qualidade de impressão da rotativa também não era nada boa, mas servia para imprimir o jornal do 
dia que seria jogado fora no dia seguinte. Hoje, a tecnologia das rotativas melhorou e a qualidade 
de impressão chega muito perto e, às vezes, equipara-se à máquina plana e, assim, a escolha do 
equipamento deve ser feita considerando outros aspectos.
Glossário
Papel-jornal: ou papel de imprensa é um tipo de papel de baixo custo usado na 
produção de jornais, ou outras publicações.
Figura 14 – Impressoras Offset Rotativas imprimem 
papel em bobinas
Fonte: iStock/Getty Images 
 
 
 
Figura 15 – Bobinas de 
papel à espera para 
entrarem em 
impressão em rotativas
Fonte: iStock/Getty Images 
 
 
 
Figura 16 – Impressoras Offset planas 
recebem folhas já cortadas para impressão
Fonte: iStock/Getty Images
 
 
Tiragem, tipo de papel, formato, número de páginas, acabamento, prazo (tempo de impressão) são 
referências que definem a escolha pela impressora plana ou rotativa. Por exemplo, quando a 
impressão for de um jornal com várias páginas – 12, 24, 36, ou mais – formato Standard (57 cm alt 
x 30 cm larg fechado), tiragem elevada (acima de 10 mil exemplares) e precisar ser impresso em 
poucas horas (3 horas), no caso, a impressora offset rotativa é a única opção.
Como a impressora rotativa utiliza bobinas de papel, existem poucas opções de formato de página, 
por isso é preciso se adaptar ao formato proposto pela gráfica para que o jornal saia já pronto da 
impressora, sem a necessidade de aparar sobras laterais, operação conhecida como refile, e que 
acaba onerando mais o produto. Há também uma quantidade de páginas ideal que a impressora 
consegue intercalar, e adaptar-se a isso também pode ser um diferencial para um bom 
custo/benefício. Também existem menos oferta de tipo de papel e gramatura (grespessura) para 
rotativas, ou seja, será necessário usar um papel de imprensa (49gr, 55gr), um alta alvura (75 gr, ou 
90gr), ou um papel chamado LWC (40gr a 60gr), também conhecido popularmente como “couchê 
de rotativa”. Às vezes, é possível encontrar outras opções, mas falando-se de impressoras rotativas, 
o comum é adaptar-se ao que se tem disponível para obter melhores resultados, principalmente de 
custos.
As pessoas perguntam: “Por que menores tiragens ou 
materiais com acabamentos não são adequados para a 
rotativa?”
 
Todo o início de impressão de um jornal é um processo em que a impressora precisa ajustar os 
registros de cores, intensidade de tinta, entre outros. Nessa etapa, a impressora precisa estar em 
funcionamento – logo imprimindo – e isso, no caso da rotativa, leva a perdas bem maiores de papel. 
Se o jornal tiver tiragem pequena, a quantidade de perda acaba impactando muito no custo e a 
recomendação será imprimir o jornal na impressora plana que tem um ajuste com menor perda. 
Mas tem uma questão: isso precisa ser planejado e definido no início do projeto, pois se o formato 
do jornal for Standard (adequado para rotativas), não será uma boa ideia tentar imprimir na plana.
O sistema de impressão offset plana imprime a partir de folhas soltas. Estes equipamentos podem 
ter formatos de impressão grandes, médios, ou pequenos. Formatos de impressão grandes são osque aceitam a folha inteira, normalmente 66cm x 96 cm ou 84,1 cm x 118,9 cm, sem a necessidade 
de cortar o papel para impressão. Formatos médios são os que a folha deve ser cortada ao meio ou 
em ¼ e formato pequeno representa impressoras que imprimem um tamanho máximo 1 folha de 
sulfite A4 (210x297 mm).
Tradicionalmente, as impressoras planas oferecem mais qualidade (embora, como disse, atualmente 
há rotativas que se equiparam) porque imprimem em folhas individuais. Podem imprimir em 
quantidades grandes ou pequenas, em formatos variados e por isso costumam atender uma maior 
diversidade de opções, como impressão em papéis especiais, com tintas especiais, verniz entre 
outras opções. 
Veja, no gráfico abaixo, como é feita a impressão no sistema offset.
Figura 17
 
 
 As impressoras offset rotativas ou planas podem imprimir 1 cor ou mais, dependendo da versão da 
impressora. A tecnologia de impressão colorida foi desenvolvida há muito tempo, mas popularizada 
nos anos de 1980. Para impressão de fotos e páginas coloridas foi desenvolvida uma técnica de 
separação das cores originais em 4 cores (3 cores básicas e uma auxiliar) e a posterior combinação 
das cores para obter a percepção de milhares de cores e tons. Dessa forma, fotografias ou qualquer 
outro elemento puderam ser impressos em alta qualidade. No desenho abaixo, uma impressora com 
4 unidades de impressão, logo com capacidade para imprimir páginas coloridas. Veja:
Figura 18
Fonte: Adaptado de iStock/Getty Images 
 
 
 
Figura 19
Fonte: iStock/Getty Images 
 
 
 
Cada castelo imprime uma cor básica para a composição da página colorida: milhões de tons.
Quadricromia é o nome do processo de impressão em cor a partir de cores básicas e foi 
desenvolvido após a compreensão de cor-pigmento (matriz subtrativa) e suas cores básicas. 
Quando Isaac Newton decompôs a luz branca (1672), ele provou que a luz na verdade parecia 
branca, mas era a soma das cores que ele foi sintetizando até chegar a 3 cores básicas, o Red, Green 
e Blue, o RGB. Essa é a matriz aditiva, pois somando as três cores se chega ao branco.
Figura 20
Fonte: Adaptado de iStock/Getty Images 
 
 
 
 A impressão de cores no papel utiliza a mesma teoria formulada por Newton, compreendendo que 
não se trata de cor-luz e sim cor-pigmento, portanto, não matriz aditiva e sim matriz subtrativa. 
Essa compreensão é necessária, pois se trata de compreender a cor da tinta que vai ser impressa e 
esta tinta reflete a luz, ou seja, não é a luz e sim o reflexo da luz. Por isso usamos a matriz subtrativa 
que tem as seguintes cores básicas: ciano, amarelo e magenta.
Figura 21
Fonte: Adaptado de iStock/Getty Images 
 
 
 
Com as três cores básicas, mais preto como cor auxiliar (brilho), é possível separar qualquer cor em 
escalas das cores básicas e recompor a imagem muito parecida com a original. Ao olhar bem 
próximo com uma lente, ainda poderá perceber que é um efeito visual a partir da mistura das cores 
na percepção humana.
Figura 22 – Técnico observa 
com um conta-fios os pontos 
de tinta
Fonte: iStock/Getty Images 
 
 
 
Veja a ilustração abaixo em que uma foto teve suas cores separadas e foi impressa pelo sistema de 
quadricromia:
Figura 23
Fonte: Acervo do Conteudista 
 
 
 
 Atualmente, a página do jornal é montada em computador com softwares de editoração eletrônica 
e, quando concluído, o processo de edição (montagem), o próprio sistema gera o arquivo adequado 
para que na gráfica o arquivo seja separado nas quatro cores, gerando as matrizes do ciano, 
magenta, amarelo e preto. As matrizes são gravadas em chapas metálicas e instaladas no cilindro da 
impressora offset quando inicia-se a impressão, compondo o original. Na figura abaixo, as chapas 
referentes a cada cor já estão marcadas com as respectivas tintas (cor) que, ao imprimir a folha, 
forma-se a página. Veja:
Figura 24
Fonte: Acervo do Conteudista
 
Processos de Acabamento
Processos de acabamento são realizados para quase todos os tipos de impressos quando 
necessitam de alguma etapa após a impressão no papel. É muito raro um impresso sair da 
impressora pronto para circulação. Quando isso ocorre quase sempre é porque a impressora tem 
integrado sistemas que fazem alguma etapa, como intercalação de páginas, dobras e embalagem em 
fardos.
Devido ao pouco tempo para impressão, jornais diários costumam ser impressos em impressora 
offset rotativa que imprime, monta o caderno, corta as folhas, dobra e monta os fardos em 
processos automatizados. Dessa forma, o jornal sai da impressora e vai direto para o transporte até 
os locais de circulação.
Muitos outros impressos, inclusive jornais, passam por alguma etapa adicional de acabamento para 
serem considerados prontos para distribuição.
Algumas etapas de acabamento são:
Aplicação de verniz – algumas folhas podem ter uma camada de verniz total ou com reserva 
(apenas em algumas áreas da página). O verniz serve para proteger, dar brilho (tem também o 
verniz fosco) e assim valorizar o impresso. É muito usado em capas de livros;
•
Aplicação de laminação – semelhante ao verniz, a laminação é uma plastificação. É usado em 
capas de livros, revistas etc;
•
Refile – principalmente materiais impressos em máquinas planas passam pela etapa de refile. 
O refile é necessário para aparar as bordas da folha, pois, ao imprimir uma folha, as 
impressoras planas deixam uma pequena borda sem impressão. Se o produto tem várias 
páginas como livro, revista e às vezes o jornal, o refile é feito com o caderno montado, 
grampeado (se for o caso) e com a capa (se a capa não for maior do que o produto);
•
Dobra – Depois de impresso, algumas publicações precisam ser dobradas para sua montagem;•
Grampo, costura, cola – livros, cadernos, revistas, muitas vezes tem suas folhas presas por um 
desses recursos;
•
Corte e vinco – alguns impressos como embalagens, cartões especiais, entre outros, podem 
ter esse acabamento em que as folhas passam por uma prensa com uma faca especial que 
corta o impresso em formatos diferenciados e também pode fazer um vinco para dobra
•
Existem vários outros recursos de acabamento que podem ser usados para valorizar o impresso 
como hot stamping, em que uma fina camada de um substrato simula um metal (prata, ouro etc.) na 
página, entre outros. Vale a pena pesquisar na hora de planejar um produto, mas para o jornal 
impresso é necessário avaliar se essas etapas de acabamento não inviabilizarão o produto pelo 
custo e prazo de finalização.
 
Planejamento da Produção
Antes de iniciar a publicação de um jornal (ou revista, livro etc.), existe todo um planejamento que 
definirá as características do produto de acordo com o público leitor, a concorrência, o orçamento 
disponível e o pensamento filosófico do responsável pela publicação. Também devem levar em 
consideração a produção jornalística, ou seja, o jornal precisa ter um tamanho adequado às notícias, 
quantidade de páginas e permitir um rápido fechamento da edição e impressão, para circular no 
horário adequado. Essas definições são bem amplas, têm relação com um plano de negócio, e têm 
que ser estabelecidas em coerência com outras diretrizes e pensamentos, ou seja, não pode ter 
contradição entre pensar uma publicação de baixo custo e escolher o sistema de impressão mais 
caro do mercado, ou um sistema que obrigue a colocar o produto em uma embalagem plástica etc.
Inseridas no projeto geral do jornal impresso estão as definições relativas ao Pla- nejamento Visual 
Gráfico. O Planejamento Visual Gráfico é o resultado do estudo da forma de apresentação do jornal 
e é realizado normalmente por um artista gráfico, designer, ou produtor gráfico, e leva em 
consideração o público leitor, local de acesso e leitura da publicação, periodicidade, entre outros 
aspectos.
Quando o artista gráfico estuda a criação de uma nova publicação, um jornal impresso, por 
exemplo, ele cria uma identidade visual para o jornal, uma “cara”, a forma do jornal. Nessas 
definições, estão oformato (tamanho), o número de páginas, o papel, a tipologia (tipos de fontes 
para texto, título etc.), a quantidade de cor (paleta de cores), o acabamento (grampo, cola, cobra 
etc.), entre outras questões.
Com um projeto gráfico definido é o momento de planejar o processo de impressão e acabamento. 
Para analisar as possibilidades de impressão, visite a página do Centro Tecnológico Gráfico-Folha 
(CTGF) no link abaixo e, em seguida, continue a leitura.
Vídeo
Centro Tecnológico Gráfico-Folha, que imprime jornais, completa 20 anos
Visite o site e veja o vídeo e as animações 
 
 
 
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Para um jornal como a Folha de S.Paulo, com muitas páginas, que precisa ser impresso em poucas 
horas, com acabamento apenas dobra, no formato Standard, a melhor opção é, sem dúvida, a 
impressora offset rotativa.
Vamos considerar um jornal no formato 42 cm altura x 28 cm largura (fechado), para uma tiragem 
de 40 mil exemplares, colorido ( 4 cores), 20 páginas. Qual será o melhor sistema de impressão, 
rotativa, ou plana? Esse é um formato que pode apresentar uma pequena perda de papel, mas isso 
não será o mais impactante. A questão central será definir qual o prazo para impressão? Qual o 
papel será impresso? Quanto ao acabamento, será apenas refile? Outro?
Sabemos que o avanço tecnológico colocou a qualidade de impressão da rotativa bem próximo da 
plana, embora, por tradição, a fama de melhor qualidade continua com a plana. Vamos considerar 
https://www.youtube.com/watch?v=null
que as duas opções permitirão a mesma qualidade. Pois bem, item seguinte, papel: qual o papel e a 
gramatura (espessura)? Folhas para a impressora offset plana oferecem mais variedades de 
gramatura e tipos de papel. Considerando um alta alvura 75 gr (próximo ao sulfite), ambas opções 
podem fornecer a impressão. Outro item, acabamento do jornal, dobra e refile: nas duas opções, o 
processo será necessário. Se o formato fosse o Berliner (47 cm x 31,5 cm), o jornal poderia sair da 
impressora sem refile o que provavelmente levaria a um custo menor. Quesito tiragem, 40 mil 
exemplares, com 20 páginas: essa quantidade de impressões justifica a impressão em rotativa. Caso 
se apresentasse em torno de 7 mil exemplares (ou menos), tornaria a impressão na rotativa inviável.
O exercício proposto provavelmente teria melhor custo na rotativa, mas ainda que a impressão na 
plana equiparasse o valor, o processo seria mais lento na plana do que na rotativa. Se o jornal puder 
contar com um prazo de uns 3 dias para impressão, provavelmente conseguirá imprimir na plana 
como alternativa.
O exercício de planejar o sistema de impressão mais adequado depende do estudo detalhado do 
processo em cada equipamento. A área comercial ou de tecnologia da gráfica poderá responder a 
questões de formato adequado, papel, prazos e acabamento para que o jornal defina seu melhor 
sistema de impressão.
Reflita
Uma questão: No raciocínio acima (Jornal formato 42 cm altura x 28 cm largura 
(fechado), para uma tiragem de 40 mil exemplares, colorido ( 4 cores), 20 páginas), a 
impressão melhor ainda será em rotativa. O que pode tornar o exemplo acima mais 
vantajoso para impressora offset plana?
Se o jornal acima tivesse apenas 8 páginas, certamente a melhor opção passaria a ser de uma 
impressora plana.
Para encerrar, um esclarecimento sobre aproveitamento de papel: obter o melhor custo benefício 
em uma publicação quer dizer escolher formatos que não provoquem muitas perdas de papel, ou 
seja, se o papel utilizado tem largura de 60 cm, devemos sempre que possível trabalhar com 
medidas que encaixem nas dimensões sem muitas sobras. Para chegar ao melhor aproveitamento 
de papel, é melhor consultar a gráfica, mas seguem abaixo as medidas comuns para impressão em 
rotativas (existem mais de um padrão) e o formato da folha para planas com largura de folha inteira 
e meia folha. Veja:
Rotativa – bobinas de papel•
Formato Standard•
56 cm altura x 32 cm largura (fechado)○
Formato Berliner•
 47 cm altura x 31,5 largura (fechado)○
Formato Tablóide•
28 cm x 32 cm (fechado)○
Plana – folhas cortadas•
Figura 25
 
 
Agora é com você: planeje seu jornal impresso, faça seus cálculos de formato, e não deixe de 
checar com a gráfica antes de iniciar a produção.
Até o próximo módulo!
Material Complementar
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https://www.youtube.com/watch?v=bRZF2hH9LGM
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Referências
HURLBURT, A. Layout: o design da página impressa. São Paulo: Nobel, 1986.
WILLIAMS, R. Design para quem não é designer. São Paulo: Callis, 1995.

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