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Universidade Paulista – UNIP Curso: Psicologia - Campus: Tatuapé Disciplina: Práticas Sociais e Subjetividade Docente: Prof. Dr. José Raimundo Evangelista da Costa Local: Largo São Bento Data: 22/10/2022 Duração: 2h Aluno(a): Tânia Aparecida Ferreira Teodoro RA: F130509 - TURMA: PS6S33 ESTÁGIO BÁSICO DO NÚCLEO COMUM RELATO INDIVIDUAL TEMA DA OBSERVAÇÃO: POPULAÇÃO DE RUA OBSERVAÇÃO: A observação no Largo São Bento se inicia no período da tarde em um dia nublado. O largo São Bento é muito conhecido por se tratar de um lugar turístico, inclusive foi interessante ver um guia acompanhando alguns turistas que tiravam fotos no local, ele explicava em inglês a história do largo e os turistas olhavam admirado todo local. De fato, o lugar é muito bonito, mas o como em outros lugares no do centro de São Paulo, eles escondem o sofrimento de algumas pessoas que vivem ali. Logo a frente observo alguns homens e famílias que moram próximo a igreja, transformaram o local em sua casa. Por esse motivo várias barracas e carrinhos foram transformados em casa, cobertores estão espalhados pelo chão, lugares improvisados para cozinhar, e barracas improvisadas com madeiras e cobertores. Algumas crianças brincam no local percebo brinquedos como bolas, carrinhos e bonecas, eles estão com uma família que faz da uma barraca a sua casa. A cada rua que andamos é possível perceber um morador de rua na esquina, nas frentes das lojas, debaixo de arvores, andando com seus carrinhos, recolhendo papelão, latinhas, tentando sobreviver com tanta dificuldade. Observo um senhor sentado em frente à igreja enrolado em uma coberta azul, acredito ter uns 55 anos, moreno com a barba para fazer, ele observa todos que estão passando por ali e sorri quando alguém passa próximo a ele, achei interessante que em todo momento ele permanece ali sentado e sorri, inclusive quando os turistas passam ao lodo dele ele diz alguma coisa e uma moça sorri para ele e acena com a mão. Em todo tempo que permaneci observando, não presenciei nenhum morador de rua pedindo esmola, muito pelo contrário, presenciei alguns procurando algo no lixo, inclusive um rapaz que acredito ter uns 32 anos conseguiu no lixo três latinhas de refrigerante e vi que ele pegou um saco e tirou dois pães. Ele se direcionou para o lugar que havia mais moradores de rua e colocou o que encontrou dentro de um carrinho de feira. O largo tem a sua beleza, mas infelizmente não tem como não perceber o quanto de desamparo há naquele lugar, pessoas precisando de ajuda financeira, física e emocional, mas infelizmente poucos se importam. COMPREENSÃO DA OBSERVAÇÃO E FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA O centro de São Paulo é um dos lugares onde há o maior número de morador de rua, e é nítido a discriminação que eles sofrem, mas é possível perceber que para alguns moradores isso parece já fazer parte do seu dia a dia. O Largo São Bento é um lugar bonito e turístico, mas não consegue esconder todo o sofrimento que o morador de rua passa naquele lugar, a indiferença que ocorre todos os dias. De acordo com Souza e Vieira (2022) essa falta de comunicação da sociedade com o morador de rua reforça cada vez mais o estereótipo criado sobre eles. Não ter poder de fala porque não tem quem possa escutar e acolher então jamais existira uma troca, um conhecimento da história do outro para que assim todo esse contexto possa ser visto de uma outra forma. A cada observação feita no espaço em que o morador de rua está vivendo, percebemos o quanto a exclusão social é grande e que infelizmente pouco se importam com eles. Nossos governantes fecham olhos, pensando somente em mostrar o que para eles é viável e deixando para traz o que é mais importante a inclusão do morador de rua. Não há dúvida quando a vulnerabilidade dos moradores de rua, pois os mesmos estão expostos ao perigo constante, onde muitas vezes são alvos de vandalismos, preconceito, intolerância, não possuem atendimento básico de saúde, são proibidos de utilizar o transporte público entre outros órgãos públicos e até mesmo os estabelecimentos privados. (SANTANA; MUNGO, 2021). Infelizmente as causas sociais não são vistas de forma seria, mas sim tratadas com descaso porque infelizmente para a nossa política isso não tem tanta importância, então preferem máscara os problemas e agirem de forma muitas vezes desumanas fechando os olhos para quem realmente precisa de ajuda e de acolhimento. De acordo com Alvarez; Alvarenga e Rina (2009), é de extrema importância que as políticas públicas tenham um olhar voltado para a discriminação que o morador de rua sofre. Necessário que haja uma preocupação em tratar esses moradores que sofre com a forma que são tratados e visando analisar todo o contexto das ruas que traz sofrimento, tentando de alguma forma trazer formas de positividade para os processos complexos que os moradores de rua enfrentam. REFERÊNCIAS: SOUZA, Kleyne Cristina Dornelas; VIEIRA, Maria Clarisse. Pobreza e Resiliência nas Narrativas de Educandos da EJA em Situação de Rua. Educação & Realidade, v. 47, 2022. Disponível em: https://www.scielo.br/j/edreal/a/WmW6jcVmvYYxx4KQ3WbNGQP/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 22 out. 2022 SANTANA, Rozenilda Torres Martins; MUNGO, Ellen Laura Leite. O não reconhecimento do morador de rua como cidadão brasileiro. TCC-Direito, 2021.Disponivel em: https://www.scielo.br/j/sausoc/a/6rDKDksWfT8LS6L65tmhGQq/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 22 out. 2022 ALVAREZ, Aparecida Magali de Souza; ALVARENGA, Augusta Thereza de; DELLA RINA, Silvia Cristiane de SA. Histórias de vida de moradores de rua, situações de exclusão social e encontros transformadores. Saúde e sociedade, v. 18, p. 259-272, 2009. Disponível: https://www.scielo.br/j/sausoc/a/6rDKDksWfT8LS6L65tmhGQq/abstract/?lang=pt Acesso em: 22 out. 2022