Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
2011: O primeiro Congresso Internacional de Saúde Única é realizado na Austrália. Com a reemergência de doenças infecciosas e o surgimento de novas zoonoses, profissionais de todo o mundo têm promovido o conceito Saúde Única para incorporar as ciências de saúde animal, humana e ambiental e expandir as colaborações interdisciplinares em todos os aspectos dos cuidados com a saúde pública. Saúde Única Aula 1: Histórico da Saúde Única Histórico 1 Século XIX: Rudolf Virchow reconhece a ligação entre a saúde humana e a animal - despertando o conceito de “medicina comparada”. 1947: A fim de melhorar a saúde humana através do controle de doenças e melhor nutrição a divisão de Saúde Pública Veterinária é estabelecida no Controle de Doenças - CDC. O que resultou em programas colaborativos sobre zoonoses, higiene da carne e educação veterinária. 1958: Um encontro realizado por Médicos e Médicos Veterinários propôs a criação de um novo programa em medicina comparada com o objetivo de expandir as pesquisas com animais e zoonoses na medicina. 1964: Calvin Schwabe propôs que profissionais da medicina e medicina veterinária colaborassem para combater doenças zoonóticas. Além de ressaltar o termo Medicina Única, traduzida do inglês "One Medicine". 2004: A Sociedade de Conservação da Vida Selvagem reuniu um grupo de especialistas em saúde humana e animal para um simpósio, o qual definiu 12 propriedades para o combate das ameaças à saúde humana e animal, publicado como “12 princípios de Manhattan". 2007: A abordagem de Saúde Única é recomendada para preparação para a Influenza Pandêmica Aviária. 2008: A Saúde Única torna-se uma abordagem recomendada e uma realidade política. 2009: Lonnie King, então diretor do Centro Nacional de Doenças Zoonóticas, Vetoriais e Entéricas do CDC propôs o escritório da Saúde Única. fatores demográficos; fatores sociais e políticos; fatores econômicos; fatores ambientais; fatores relacionados ao desempenho do setor de saúde; fatores relacionados às mudanças e adaptação dos microrganismos; manipulação de microrganismos com vistas ao desenvolvimento de armas biológicas. Alguns fatores estariam envolvidos na determinação da emergência e reemergência de doenças infecciosas, são eles: Saúde Única Aula 2: Saúde Única e Fragmentação Ambiental Introdução 2 Doenças emergentes: aquelas cuja incidência nos seres humanos tem aumentado nas últimas décadas; Doenças reemergentes: são as que reaparecem após um período de declínio significativo. hantavírus; dengue; cólera; febre amarela. o surgimento ou identificação de novos problemas de saúde e novos agentes infecciosos; a mudança no comportamento epidemiológico de doenças já conhecidas, incluindo a introdução de agentes já conhecidos em novas populações de hospedeiros suscetíveis. Numa publicação sobre as mais destacadas doenças infecciosas emergentes ou reemergentes dos anos 90 estão citadas: (CDC, 1994). Entre as doenças infecciosas emergentes de maior relevância em saúde pública, podemos apontar algumas relacionadas ao desenvolvimento tecnológico, como as infecções por microrganismos resistentes a antimicrobianos, problema em parte decorrente do uso inadequado desses medicamentos. (Davies e Webb, 1988). Quando se trata de doenças infecciosas emergentes e reemergentes, verificam-se dois principais focos de atenção: Relação do Homem com o Ambiente No Brasil, evidencia-se uma variedade considerável de ecossistemas, com gigantesca diversidade, tanto no tocante à fauna quanto à flora. Estes ecossistemas encontram-se cada vez mais sujeitos à degradação, devido à ação humana, contribuindo consideravelmente para o aparecimento ou surgimento de novas doenças. O avanço da agricultura e da pecuária nas áreas naturais propicia contato entre as populações humanas e animais domésticos com as populações de animais silvestres. Este contato facilita a disseminação de agentes infecciosos e parasitários para novos hospedeiros e ambientes. Como consequências dessas interações podem ocorrer diversas zoonoses. As intervenções humanas no ambiente contribuem para o deslocamento de vetores ou de agentes etiológicos, atingindo populações assentadas em áreas próximas, e, em seguida, áreas periféricas e urbanas. 3 A importação para novos locais não garante que um patógeno sobreviverá naquele local. A maioria das introduções não resultam em colonizações já que as espécies não encontram um nicho apropriado e morrem. Para colonizar o novo terreno, o patógeno intromissor necessita encontrar um ambiente adequado e uma população hospedeira receptiva. Habitats que foram alterados pelas atividades humanas ou naturais são mais vulneráveis, pois eliminam-se os predadores e competidores, e criando oportunidades para novas espécies se instalarem. A vulnerabilidade de um grupo de pessoas para um patógeno depende não só de sua virulência e velocidade de transmissão mas, também, da imunidade da população. Sendo assim, a preservação ambiental pode evitar que haja interação de forma indevida entre humanos e o ambiente, a qual oportuniza o contato com patógenos comuns ao ambiente silvestre, e favorece o aparecimento de novas doenças. As mudanças climáticas também afetam a atividade humana e a movimentação da população, assim como a redistribuição dos vetores e novos locais de propagação para doenças. Além disso, o surgimento de novas doenças tem sido auxiliado pela degradação ambiental. Diante dos fatos apresentados, apesar das diferentes manifestações clínico- epidemiológicas das doenças transmissíveis, a dinâmica do surgimento de novas doenças é complexa e necessita de um olhar transdisciplinar. toxoplasmose; complexo teníase-cisticercose; anisacose; difilobotriose; triquinelose; criptosporidiose. Além disso, estão presentes no Brasil importantes zoonoses parasitárias, que podem ser transmitidas através do consumo de produtos de origem animal, sendo as principais: Saúde Única Aula 3: Zoonoses e Saúde Pública Definição 4 As zoonoses são doenças ou infecções naturalmente transmissíveis entre os animais vertebrados e os seres humanos. Termos Importantes Infecção: transmissão do agente causador sem que ocorra o desenvolvimento dos sintomas Portador Assintomático. Doença: transmissão do agente causador com desenvolvimento de sintomas Doente. Agentes causadores: responsáveis por causar doenças/infecções: vírus; bactérias; fungos; protozoários; parasitos; artrópodes. Transmissão A transmissão pode ocorrer de forma direta, principalmente através do contato com secreções (saliva, sangue, urina, fezes) ou contato físico, como arranhaduras ou mordeduras. Pobreza; Enchentes; Má destinação do lixo; Problemas sanitários (rede de esgoto e acesso à saúde); Problemas educacionais; Construção de estradas e cidades. Fatores que favorecem a perpetuação e transmissão das zoonoses: Fatores de Favorecimento Classificação Quanto ao sentido de transmissão: Antropozoonoses: doenças ou infecções primárias de animais e que podem ser transmitidas aos humanos. Ex: Raiva, Brucelose, Toxoplasmose. Zooantroponoses: doenças ou infecções primárias do homem, mas que podem ser transmitidas para outros animais. Ex: Tuberculose. Anfixenose: doenças ou infecções comuns ao homem e a certos animais. O agente não possui uma espécie primária como hospedeiro. Ex: Staphylococcus aureus. 5 Quanto às características do ciclo biológico do agente etiológico: Ciclozoonoses: o agente precisa obrigatoriamente de 2 hospedeiros vertebrados distintos para completar seu ciclo de vida. Ex: complexo Teníase-Cisticercose. Saprozoonoses: o agente precisa ficar um tempo no ambiente externo para se maturar. Ex: Toxoplasmose. Metazoonoses: o agente precisa de 1 hospedeiro vertebrado (homem) e 1 invertebrado para completar seu ciclo. Ex: Doença de Chagas, Leishmaniose, Febre Maculosa. Animais de Companhia; Animais de Produção (POA). Animais envolvidos nas Zoonoses Saúde Pública Veterinária Prevenção e controle de zoonoses; Higiene alimentar; Prevenção e controle da poluição ambientalde origem animal. Setor criado com o objetivo de coordenar ações destinadas à: Promove ainda a saúde humana e animal, conscientizando médicos veterinários, gestores e sociedade sobre o papel do profissional para a saúde das populações Vigilância Acarológica Reduzir o risco de transmissão; Detectar agentes infectantes; Prevenir antes do primeiro caso humano. Tem como objetivo prevenir a transmissão de doenças causadas por carrapatos, através de critérios de vigilância. Além disso, visa: Saúde Única Aula 4: Saneamento Básico Impacto 6 A falta de saneamento básico corresponde a 10% do impacto global de doenças. 7,6 milhões de crianças morrem anualmente em decorrência de doenças relacionadas à falta de saneamento. Principais Doenças Leptospirose; Viroses; Verminoses; Giardia/Ameba; Hepatites; Doenças transmitidas por vetores; Esquistossomose; Cólera; Diarreia: 4 bilhões de casos registrados por ano e 2,5 milhões de mortes por ano. Correspondem às principais doenças causadas pela falta de saneamento básico: Diarreia x Desnutrição A falta de saneamento, higiene e água são responsáveis por cerca de 50% dos casos de desnutrição infantil e materna. O que é Saneamento? Uma situação higiênica saudável para os habitantes; Prevenção de doenças e promoção à saúde; Preservação do meio ambiente. Conjunto de medidas que visa preservar ou modificar as condições do ambiente com a finalidade de proporcionar: Fontes de dados 1. Abastecimento de água: retirada da água bruta da natureza, adequação de sua qualidade, transporte e fornecimento à população através de rede geral de distribuição; 2. Manejo de resíduos sólidos: compreende a coleta, limpeza pública e a destinação final desses resíduos; 3. Manejo de águas pluviais: drenagem e controle do escoamento das águas de chuva; 4. Esgotamento sanitário: conjunto de instalações e obras e serviços para que a coleta, o transporte, o tratamento e a disposição final do esgoto possam ser proporcionados de forma adequada à comunidade. São parâmetros avaliados: 7 Prefeituras; Companhias estaduais e/ou municipais de saneamento básico; Fundações; Consórcios intermunicipais; Empresas privadas de saneamento básico; Associações comunitárias. A obtenção dos dados citados ocorre por meio de entrevistas pessoais com questionários em papel, junto aos órgãos públicos e às entidades privadas que constam no cadastro de prestadores de serviços de saneamento básico, como: Tratamento de Água Floculadores; Decantadores; Filtros; Correção de pH; Desinfecção (cloração); Fluoretação adicionada. Desinfecção; Eventual fluoretação adicionada das águas. Estação de tratamento de água: deve apresentar pelo menos uma das seguintes etapas de tratamento: Unidade de tratamento simplificado: deve realizar as seguintes etapas de tratamento:
Compartilhar