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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
ENFERMAGEM
ANA CRISTINA XAVIER DA FRANÇA/ 201908252571/ TURMA: 9004
ELIANE OLIVEIRA ARAÚJO/ 202001606262 / TURMA: 9005
TELMA DA SILVA SANTOS/ 202009459331/ TURMA: 9001
VITOR HUGO DE ARAÚJO VERAS/ 2019081105343/ TURMA: 9004
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM FRENTE À VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA
Rio de Janeiro/ Bahia/ Sergipe
Setembro de 2023
13
 ANA CRISTINA XAVIER DA FRANÇA/ 201908252571/ TURMA: 9004
ELIANE OLIVEIRA ARAÚJO/ 202001606262 / TURMA: 9005
TELMA DA SILVA SANTOS/ 202009459331/ TURMA: 9001
VITOR HUGO DE ARAÚJO VERAS/ 2019081105343/ TURMA: 9004
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM FRENTE À VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA
Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Estácio de Sá, sob orientação da Profª. Suelen Borelli Lima Giacomini. 
Rio de Janeiro/ Bahia/ Sergipe
Setembro de 2023
RESUMO
O presente artigo tem como objetivo central, debater de maneira conceitual sobre a assistência de enfermagem frente à violência obstétrica. Foi possível concluir que procedimentos muitas vezes são realizados de forma rotineira, na verdade podem ser prejudiciais, sendo violência obstétrica quando são feitos desnecessariamente, sem embasamento científico e sem a autorização, prejudicando o curso natural do parto e indo contra a autonomia e protagonismo da mulher. A função da equipe de enfermagem frente à violência obstétrica é instruir as mulheres no processo de autocuidado durante a gestação e fazendo com que as mesmas se sintam confiantes no parto e puerpério. O objetivo do estudo é compreender a importância dos profissionais de enfermagem no atendimento de parturientes e puérperas que sofrem violência obstétrica. Nota-se a importância da educação perinatal e esclarecimento dos procedimentos, para que a gestante entenda e possa tomar as decisões sobre seu próprio corpo na hora do parto, garantindo a melhor experiencia para a mãe e para o bebê. A justificativa para a escolha do tema paira sobre sua contemporaneidade, bem como na expectativa de contribuir para o âmbito acadêmico. O método de pesquisa empreendido segue natureza qualitativa, com pesquisa do tipo bibliográfica.
Palavras-chaves: Enfermagem; Violência Obstétrica; Parto. 
1 INTRODUÇÃO 
O presente artigo visa abordar o papel da enfermagem frente à violência obstétrica que pode ser presenciado em três momentos fundamentais na vida da mulher: durante a gestação, no momento do parto e até mesmo em situações de aborto (DINIZ & CHACHAM, 2006).
Durante o parto, a violência contra a mulher é vista de forma constante e silenciosa, e por muitas vezes vivenciam situações traumáticas, como por exemplo o desrespeito, a negligência e até mesmo maus tratos. Estas violações podem acontecer de forma física, psicológica e sexual em qualquer fase da gravidez, no entanto é no parto que essas mulheres estão mais vulneráveis e passíveis a certos acontecimentos. A ocasião era para ser marcada por alegria e devido as experiências desagradáveis, acaba se tornando um momento ruim, trazendo consigo medo, angústias e traumas (PEREIRA;SOUZA; Gonçalves,2016). 
Muitas vezes a parturiente é submetida a intervenções desnecessárias que na maioria das vezes são prejudiciais, tais como a administração de ocitocina durante o trabalho de parto sem necessidade, a manobra de Kristeller, que consiste na aplicação de pressão na parte superior do útero com intuito de facilitar a saída do bebê, sendo banida pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial da Saúde, a Episiotomia sem necessidade que é um corte feito no períneo da mulher (entre vagina e ânus), ao final do parto, quando a cabeça do bebê está saindo, sem anestesia ou sem informar à mulher, cesariana sem indicação clínica, parto em posição litotômica, com restrição de movimento, estratégias de empurrar o bebê para acelerar o parto, dentre outros (JUAREZ et al, 2012).
O enfermeiro pode ajudar dando todo suporte e auxílio para que diminua a possibilidade de cesáreas sem necessidade e do receio pelo parto normal por conta da ausência de conhecimento, esclarecendo todas as dúvidas sobre cada etapa e dispondo de sua experiência a serviço do bem-estar dela e de seu filho, prezando pela comunicação efetiva, cultivando a confiança de ambos (SILVA et al., 2019). 
Os profissionais da saúde devem sempre priorizar as escolhas e decisões do paciente além de seus direitos, respeitando os sentimentos envolvidos, acolhendo-os e transmitindo confiança e dedicação (SILVA et al., 2019). 
Ações educativas são métodos utilizados como ferramenta assistencial, que tem como objetivo estimular e incentivar a autonomia da mulher, além de instruir as mulheres a importância do seu potencial feminino durante a gestação e nas escolhas durante seu trabalho de parto. Com acesso as informações, as mulheres são preparadas para tomar sua própria decisão, logo poderão vivenciar o nascimento das suas proles como sempre desejaram. Todo o acompanhamento do pré-natal além das atividades em grupo, são estratégias de suma importância de ações educativas, que permitem o acesso a informações relevantes à preservação da autonomia feminina e a recuperação de sua autoconfiança, atitudes e decisões relacionadas á saúde da mulher durante a gestação e parto. O processo educativo desenvolvido em grupo pode acarrear um impacto positivo na sociedade de forma geral, e principalmente nas mulheres, caracterizando em um objeto de mudança no cenário obstétrico vigente (REIS TRL, et al., 2017; PEREIRA ALF e BENTO AD, 2011; ALMEIDA MRCB, et al., 2011).
Todavia, a educação em saúde na Estratégia Saúde da Família (ESF) torna-se uma ação de extrema importância porque viabiliza a atuação do enfermeiro juntamente a comunidade, oferecendo contribuição para adoção de novos comportamentos e condutas de saúde, na prevenção de danos, e informar as gestantes sobre a violência obstétrica de forma a estimular sua autonomia e assegurar sua experiência no momento do trabalho de parto (RAMOS CFV, et al., 2018).
A falta de informações, esclarecimentos e autorização da puérpera, faz com que a equipe de saúde responsável pela sua assistência, faça procedimentos que contrariam e desonram a liberdade da mulher e seus direitos sexuais e reprodutivos durante o seu trabalho de parto. A Atenção Primária a Saúde (APS) através de seus enfermeiros podem contribuir divulgando estas informações com intuito de humanizar o cuidado e o poder das mulheres sobre seu corpo, dispondo de medidas educativas como forma de promover a ressignificação do parto, demonstrando que se trata de um processo fisiológico (QUADROS JS, et al., 2016).
Em vista disso, de acordo com as informações expostas, o presente projeto tem objetivo identificar nas bases de dados, artigos que envolvam a violência obstétrica e a importância da equipe de enfermagem frente a esta problemática (OLIVEIRA MC, MERCES MC – 2017).
2 METODOLOGIA 
Para o desenvolvimento deste trabalho cabe ressaltar a concordância com os pressupostos de Alves-Mazzotti e Gewandsznajder (2002, p.160) de que “não há metodologias ‘boas’ ou ‘más’ em si, e sim metodologias adequadas ou inadequadas para tratar um determinado problema”.
Para o desenvolvimento da pesquisa teremos como norteadores teóricos os conceitos de Karelline Izaltemberg (2011, p. 727-733) que trata-se de uma pesquisa do tipo revisão integrativa da literatura, a qual discorre de um instrumento de pesquisa capaz de proporcionar a síntese dos conhecimentos e a aplicação de resultados de estudos significativos no dia a dia dos indivíduos.
Aqui também consideraremos que a violência obstétrica está presente no atendimento à mulher no momento do pré-parto, parto e pós-parto, pelos próprios profissionais da saúde. Portanto, a Organização Mundial de Saúde (OMS) caracteriza a violência obstétrica como qualquer atitude desrespeitosa, desumanizada (como o uso indiscriminado de ocitocina sintética, manobra de Kristeller, episiotomia), além de negligência e maus tratos contra a parturiente e o recém-nascido que possa provocar danos e/ousofrimento psíquico e físico, podendo perpassar todos os níveis de assistência (baixa, média e alta complexidade) (AGUIAR JM, 2017).
Foi realizado a pesquisa e levantamento de material bibliográfico relacionado também a educação a saúde no processo de gestação e do parto, que demostram através de entrevistas os pontos positivos de respeitar as decisões da mulher; além dos pontos negativos e prejuízos psicológicos e físicos para mãe e do bebê, quanto a realização desses procedimentos desnecessariamente ou sem consentimento. Para coleta de informações buscou-se por trabalhos que direcionados a educação perinatal, parto humanizado e o papel do enfermeiro frente a violência obstétrica.
Diante de um estudo de cunho qualitativo e quantitativo e com viés exploratório, para alcançar os objetivos propostos serão percorridas a seguinte etapa:
O trabalho de gabinete que consiste no levantamento de material bibliográfico, que possibilitara uma visão panorâmica sobre o tema assistência de enfermagem frente à violência obstétrica e sobre a área em estudo.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 
Foram selecionados 09 artigos que debatem sobre a assistência de enfermagem frente à violência obstétrica. A identificação dos artigos utilizados no estudo assim como seus objetivos e resultados estão descritos na tabela abaixo.
	Autor/Ano
	Objetivos 
	Resultados
	PAULA, Enimar de; ALVES, Valdecyr Herdy; RODRIGUES, Diego Pereira; FELICIO, Felipe de Castro; ARAÚJO, Renata Corrêa Bezerra de; CHAMILCO, Rosilda Alves da Silva Isla; ALMEIDA, Vivian Linhares Maciel. Obstetric Violence And The Current Obstetric Model, In The Perception Of Health Managers. Texto & Contexto - Enfermagem, [S.L.], n. 29, p. 1- 14, 15 jan. 2021. FapUNIFESP (SciELO). (PAULA, et al., 2020)
	Entender a percepção dos gestores das maternidades públicas da Região Metropolitana II do Estado do Rio de Janeiro acerca da violência obstétrica e as medidas para o seu enfrentamento visando à garantia da qualidade da assistência.
	O estudo verificou o não acolhimento, princípios tecnocráticos do parto, impedimento do acompanhante, desrespeito às práticas humanizadas centradas na fisiologia e na escolha da mulher, necessidade da formação em saúde como norteador da política de humanização e da gestão das unidades de saúde, despreparo profissional para atuação e falta de envolvimento de profissionais com mais tempo de serviço para modificar práticas no cuidado obstétrico. Assim, ficou evidente a necessidade de romper com a violência obstétrica que está em nível estrutural/institucional a fim de garantir um cuidado de qualidade à mulher. 
	CARER, Amanda Michely Santos; COSTA, Maria Suziane Bezerra da; MONTEIRO, Vinícius Costa Maia; BELARMINO, Adriano da Costa; CAVALCANTE, Keylane de Oliveira; FERREIRA JUNIOR, Antonio Rodrigues. Experiencias de puérperas sobre violencia obstétrica en la perspectiva fenomenológica. Revista Cubana de Enfermería, [S.l.], v. 37, n. 1, p. 1-12, 11 fev. 2021. (CARER et al., 2021)
	Entender a experiência de puérperas sobre a violência obstétrica em uma maternidade pública.
	Foram identificadas três categorias: O desejo de parto normal e a barreira de resolução profissional; A desumanização das atitudes profissionais e a consciência da melhor realização; O acompanhante presente e o acompanhamento resistente. Ambiguidades foram identificadas nas percepções vivenciadas pelas mulheres, com sentimentos de insegurança para satisfação com o serviço recebido de profissionais de saúde.
	MOURA RFM, et al. Cuidados de enfermagem na prevenção da violência obstétrica. Revista Enfermagem em foco, 2018; 9(4): 12-20.
	Analisar o conhecimento de profissionais de enfermagem envolvidos na assistência ao parto sobre violência obstétrica.
	Os enfermeiros precisam trabalhar e proporcionar um ambiente higienizado e agradável que torne a ambientação confortável tanto para os profissionais quanto para os pacientes.
	OLIVEIRA, Mariana Roma Ribeiro de; ELIAS, Elayne Arantes; OLIVEIRA, Sara Ribeiro de. Mulher e parto: significados da violência obstétrica e a abordagem de enfermagem. Revista de Enfermagem Ufpe On Line, [S.L.], v. 14, p. 1-8, 23 maio 2020. Revista de Enfermagem, UFPE Online. (OLIVEIRA;ELIAS; OLIVEIRA, 2020)
	Abrange o significado da violência obstétrica para mulheres.
	Construíram-se as Unidades de Significação a partir das falas das depoentes, sendo, assim, agrupadas. Revela-se que a violência obstétrica significou para as mulheres: Ser conhecida por ouvir falar em cursos, palestras, internet, em relatos de pessoas amigas e sofrida por ela mesma; Machucar o físico, o psicológico e exercer uma pressão; Sentir-se incomodada, sem ter ajuda, sentir-se machucada no parto e não ter atenção
	OLIVEIRA MRR, et al. Mulher e parto: significados da violência obstétrica e a abordagem de enfermagem. Revista Enfermagem UFPE online, 2020; 14(2): 4-12.
	Identificar a percepção de enfermeiros obstétricas acerca da violência obstétrica.
	É necessário realizar os cuidados e prevenir a violência obstétrica com a equipe de saúde, cumprindo o dever de respeitar o protagonismo da mulher e sua dignidade no decurso do pré-natal completo até a sua alta.
	PEDROSO, Clarissa Niederauer Leote da Silva; LÓPEZ, Laura Cecilia. À margem da humanização? Experiências de O artigo reflete sobre as experiências de mulheres em relação à assistência ao parto Constatamos uma fragmentação das práticas tidas como “humanizadoras”, atreladas a 18 parto de usuárias de uma maternidade pública de Porto Alegre-RS. Physis: Revista de Saúde Coletiva, [S.L.], v. 27, n. 4, p. 1163-1184, dez. 2017. FapUNIFESP (SciELO). (PEDROSO E LÓPEZ, 2017)
	O artigo reflete sobre as experiências de mulheres em relação à assistência ao parto numa maternidade pública de Porto Alegre-RS. Adota-se uma perspectiva dos direitos humanos, entendendo a humanização como uma garantia ampla de direitos das mulheres a uma parturição segura, socialmente amparada e prazerosa.
	Constatamos uma fragmentação das práticas tidas como “humanizadoras”, atreladas a protocolos de procedimentos no manejo do parto e, muitas vezes, à inflexibilidade perante eles. A supervalorização de tecnologias/práticas intervencionistas no corpo da mulher, assim como as hierarquias entre profissionais e usuárias apareceram nos relatos e nas observações. Sentimentos e sensações das mulheres em relação ao parto pareciam não ser contemplados e ficavam à margem do cuidado. Identificaram-se práticas de violência obstétrica, que muitas vezes eram banalizadas pelas próprias mulheres em consonância ao que elas esperavam de um atendimento público. Essas situações parecem reforçar hierarquias reprodutivas, deixando essas gestantes “à margem da humanização”.
	LEAL, Sarah Yasmin Pinto; LIMA, Vera Lúcia de Azevedo; SILVA, Andrey Ferreira da; SOARES, Patrícia Danielle Feitosa Lopes; SANTANA, Luzia Ribeiro; PEREIRA, Álvaro. Percepção de Enfermeiras Obstétricas Acerca da Violência Obstétrica. Cogitare Enfermagem, [S.L.], v. 23, n. 1, p. 1-7, 18 abr. 2018. Universidade Federal do Parana. (LEAL et al., 2018)
	Conhecer a percepção de enfermeiras obstétricas acerca da violência obstétrica.
	As enfermeiras obstétricas percebem que a violência obstétrica se apresenta de diversas formas; entretanto, não reconhecem determinadas práticas como uma violação. Além disso, reconhecem que a falta de conhecimento da parturiente é um elemento de vulnerabilização em relação à violência obstétrica, despontando para as repercussões do fenômeno à vida da mulher.
	SOUSA, M. P. V. D et al. (2021). Violência obstétrica: fatores desencadeantes e medidas preventivas de enfermagem. Nursing (São Paulo), 24(279), 6015-6024.
	Caracterizar os fatores que ocasionam a violência obstétrica e a importância da enfermagem no desenvolvimento de medidas preventivas.
	O processo do parto é um acontecimento repleto de possíveis erros, condutas dolorosas e negligências, que podem gerar a violência obstétrica causando traumas físicos e psicológicos irreversíveis.
	COSTA, N. Y et al. (2020). O pré-natal como estratégiade prevenção a violência obstétrica. Revista Eletrônica Acervo Saúde, 12(12), e4929-e4929
	Descrever a educação em saúde realizada durante pré-natal para prevenção da violência obstétrica.
	Evidencia a necessidade de fortalecer a discussão sobre a violência obstétrica com as gestantes durante o pré-natal, orientando-as desde o princípio da gravidez, em prol do resguardo à saúde da mãe e filho.
A discussão desta pesquisa demonstra o debate com diversos autores a respeito do tema abordado e seus objetivos, sem desconsiderar outras obras que discorrem do mesmo tema. 
Na obra de Paula et al. (2020), fora realizado com 16 gestores de saúde de maternidades públicas nas cidades de Niterói, São Gonçalo e Maricá, estes demonstraram conhecer a Lei n° 11.108/2005, que determina que a gestante possui direito a um acompanhante de sua livre escolha para acompanhá-la durante o trabalho de parto, parto e pós-parto (BRASIL, 2005), entretanto, alguns gestores alegaram que a lei não estava sendo cumprida por não ser “viável e aplicável”. Portanto, isto caracteriza uma violência obstétrica de caráter estrutural/institucional, o que aponta para uma necessidade de qualificação da gestão em saúde para que o modelo da gestão institucional não seja um empecilho para os profissionais realizarem um atendimento adequado. 
É de suma importância que os protocolos sejam atualizados com o objetivo de apartar intervenções desnecessárias que ainda são utilizadas de forma rotineira, temos como exemplo, episiotomia, manobra de Kristeller e outras condutas intervencionistas, de maneira que, as boas práticas sejam incluídas na rotina, visando oferecer à mulher uma assistência humanizada que respeite seus direitos. A falta de atualização e capacitação dos profissionais, seja por insuficiência de treinamento 23 ofertado pela gestão da instituição ou por resistência dos mesmos à atualização e mudança, demonstrou ser um fator importante para a perpetuação da violência obstétrica. Devido ao desconhecimento em relação ao assunto, estes profissionais podem presenciar ou até mesmo executar condutas violentas sem saber que são incorretas. (PAULA et al., 2020).
O estudo de Carer et al., (2021) demonstrou que grande parte das mulheres não possui conhecimento sobre violência obstétrica de modo que diversas delas tiveram seus direitos violados por serem impedidas de ter acompanhante e receberam uma assistência com diversas práticas caracterizadas como violência obstétrica, porém, ao serem entrevistadas algumas elogiaram o atendimento recebido. Desta forma, salienta-se que o desrespeito pelo corpo e sentimentos faz com que as mulheres percebam-se que estão em uma posição onde estão “perdendo seu papel de geradoras de vida e protagonistas do processo de parir, de ser mulher e de ser mãe”. A falta de conhecimento das mulheres sobre seus direitos e sobre a violência obstétrica e a necessidade de uma educação em saúde de qualidade para as mulheres também foram reconhecidas por outros autores em suas pesquisas incluídas nesta revisão. (ZANCHETTA et al., 2021; LEAL et al., 2018; SANTOS E SOUZA, 2017; CARDOSO et al., 2017; RODRIGUES et al., 2017).
Moura RFM, et al. (2018) demonstra que quando se fala em violência obstétrica, o que vem à mente são frases que contém resultados negativos, ou a não concretização da vontade da mulher no momento do parto e não relacionamos com outros comportamentos que também são classificados como violência obstétrica, como por exemplo, a utilização de medicamentos que não tenham necessidade dependendo da dinâmica do parto, interferências que não são cientificamente comprovadas e necessárias.
Oliveira MRR, et al. (2020) aborda a violência obstétrica como uma violação aos direitos das mulheres, uma vez que acarreta a perda da autonomia e da decisão sobre o seu próprio corpo, o que ocasiona muita conturbação e traumas a quem é acometido.
A violência obstétrica proporciona dor, luto e problemas de saúde para quem a vivencia, e afeta negativamente a qualidade de vida dessas mulheres. Contudo, políticas públicas de qualidade e efetivas para combater essa violência são necessárias. Diante dessas situações, ações de conscientização e orientação dos profissionais de saúde devem ser desenvolvidas, mantendo o foco nos profissionais de enfermagem mais próximos da clientela, por meio de programas de capacitação e campanhas de prevenção para prestar atendimento humanizado e adequado à assistência à saúde no contexto do trabalho de gestação e parto (GUIMARÃES LBE, et al., 2018). Sendo assim, cabe ressaltar que a gravidez é um momento importante e sensível na vida da mulher, e que o profissional de saúde está diretamente envolvido nesse momento, por isso, o responsável por levar informações e condutas às gestantes, assistência no parto, segurança, conforto, respeito, cuidado e hospitalidade (SOUZA AB, et al., 2016).
Pedroso e López, (2017), no entanto, analisaram que em seu campo de pesquisa as puérperas possuíam o direito ao acompanhante e que esse direito deveria ser respeitado. Mesmo assim, atos de violência verbal foram presenciados pelas autoras durante a pesquisa, evidenciando uma fragmentação das práticas de humanização, pois os profissionais adotam boas práticas desde que elas constem no protocolo da instituição e as realizam de forma tecnocrática, desta maneira, não se percebe uma mudança intensa no modelo de assistência visando o protagonismo da mulher.
Demonstram entre si Paula et al. (2020) e Leal et al., (2018) com a exposição dos relatos de enfermeiras obstétricas que demonstram não compreenderem certas condutas inseridas na rotina como violência obstétrica alegando que cabe ao profissional que está avaliando o parto decidir se deve ou não intervir. Foi demonstrado também que existem profissionais que possuem conhecimento científico, entretanto, perseveram às mudanças:
[...] sei que as evidências científicas mostram que é melhor não fazer episiotomia, que a mulher pode ter dificuldade na cicatrização, alterar a sensibilidade da região e outros fatores, mas dependendo do número de gestações, do tamanho do bebê, do tempo de trabalho de parto, acredito que é necessário fazer para resolver. (LEAL et al., 2018, p. 3).
É de extrema importância o cumprimento do direito da parturiente a um acompanhante de sua confiança, tendo em vista sua fragilidade em decorrência da situação. Acerca dessa lógica ressalta-se a importância do acompanhante, que além de ser uma fonte de apoio psíquico, proporciona maior segurança e proteção a mulher, garantindo o respeito da sua autonomia e dignidade no trabalho de parto (Souza et al., 2021).
Outrossim, também podem proporcionar a educação em saúde, através de ações educativas, trocando conhecimento com as gestantes (Silva et al., 2021). Do mesmo modo que durante o pré-natal, esclarecer através de conversas ou palestras sobre direitos da mulher, os tipos de violência, proporcionar momentos de reflexão e mostrar maneiras para denunciar a ocorrência da violência obstétrica (Costa et al., 2020).
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
O presente artigo científico trata da assistência de enfermagem frente à violência obstétrica, e como visto no decorrer deste trabalho, objetiva verificar e identificar quais as possíveis causas da violência obstétrica e analisar artigos acerca da violência obstétrica contra a mulher durante o parto, além da importância da equipe de enfermagem frente a esta problemática.
Esse estudo reforça a relevância da atuação do Enfermeiro na prevenção da violência obstétrica, bem como as intervenções realizadas nas situações que se comprovam atos de violência. É de suma importância a capacitação dos enfermeiros acerca da temática, com intuito de oferecer uma assistência humanizada e harmônica à mulher nesse momento tão delicado que é o parto e suas fases. Sendo assim, deve existir a educação continuada com toda equipe multiprofissional com destaque nos enfermeiros, sobre humanização no parto para que esses quadros mudem de perspectivas.
Portanto, é visível que a prática do cuidar atrelada ahumanização, acolhimento, sensibilização, tornam a gestação, parto e puerpério um momento de extrema relevância na vida da mulher.
Considera que a violência obstétrica causa diversos sentimentos como: medo, tristeza e ansiedade na saúde de quem sofreu, causando impactos negativos na qualidade de vida dessas mulheres. Políticas públicas adequadas e eficazes no combate contra esse tipo de violência são necessárias. Vale ressaltar que os programas de qualificação e campanhas para prevenir este tipo de violência, devem ser promovidos pelo Sistema Único de Saúde, para que assim seja prestada uma assistência humanizada e adequada para o cuidado e à saúde no contexto do parto e nascimento. A enfermagem tem um papel fundamental ante a prevenção das violências obstétricas, sendo responsável pela educação em saúde tanto para a equipe dos enfermeiros quanto para as mulheres, se tornando um elemento principal durante o momento do parto, tendo o profissional o compromisso para evitar as situações agravadores a saúde da mulher e do bebê.
Conclui-se o presente artigo com a crença de que tanto o objetivo geral quanto específicos foi atendido, bem como a problemática de pesquisa foi solucionada. Contudo, como não era de intento, o assunto não fora esgotado, fora dado um primeiro e importante passo para o fomento de conhecimento e estímulo para o aprofundamento no tema, que pode ser feito em estudos posteriores, que visem corroborar, refutar ou complementares as constatações obtidas até o momento.
REFERÊNCIAS
AGUIAR JM, OLIVEIRA AFPL, SCHRAIBER LB. Violência institucional, autoridade médica e poder nas maternidades sob a ótica dos profissionais de saúde. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 29(11):2287- 2296, nov, 2013. Available from: Acesso em: 04 de maio de 2023.
ALMEIDA MRCB, et al. Percepção e perspectivas de gestantes sobre o processo do parto a partir de oficinas educativas. Revista Mineira de Enfermagem, 2011; 15(1): 79-85.
BRASIL. Ministério da Saúde. Humanização do parto e do nascimento. Brasília: Ministério da Saúde, 2014.
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Política nacional de atenção integral à saúde da mulher: princípios e diretrizes. Brasília: MS, 2004. Disponível em: https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/biblioteca/politica-nacional-de-atencaointegral-a-saude-da-mulher-pnaism/. Acesso em: 10 abr. 2023. 
CARER, Amanda Michely Santos; COSTA, Maria Suziane Bezerra da; MONTEIRO, Vinícius Costa Maia; BELARMINO, Adriano da Costa; CAVALCANTE, Keylane de Oliveira; FERREIRA JUNIOR, Antonio Rodrigues. Experiencias de puérperas sobre violencia obstétrica en la perspectiva fenomenológica. Revista Cubana de Enfermería, [S.l.], v. 37, n. 1, p. 1-12, 11 fev. 2021. (CARER et al., 2021)
COSTA, N. Y et al. (2020). O pré-natal como estratégia de prevenção a violência obstétrica. Revista Eletrônica Acervo Saúde, 12(12), e4929-e4929
DINIZ, S.G. et al. Violência obstétrica como questão para a saúde pública ao brasil: origens, definições, tipologia, impactos sobre a saúde materna, e proposta para sua prevenção. Rev. Saúde Pública, São Paulo, v. 25, n. 3, p. 377-384, 2014
GUIMARÃES LBE, et al. Violência Obstétrica em Maternidades Públicas do Estado do Tocantins. Rev. Estud. Fem, 2018; 26(1): 12-25.
LANSKY, S. et al. Violência obstétrica: influência da exposição sentidos do nascer na violência das gestantes, Rev. Ciência e Saúde Coletiva, [s.l.], v.24, n. 8, ago. 2019.
LEAL, Sarah Yasmin Pinto; LIMA, Vera Lúcia de Azevedo; SILVA, Andrey Ferreira da; SOARES, Patrícia Danielle Feitosa Lopes; SANTANA, Luzia Ribeiro; PEREIRA, Álvaro. Percepção de Enfermeiras Obstétricas Acerca da Violência Obstétrica. Cogitare Enfermagem, [S.L.], v. 23, n. 1, p. 1-7, 18 abr. 2018. Universidade Federal do Parana. (LEAL et al., 2018)
MOURA RFM, et al. Cuidados de enfermagem na prevenção da violência obstétrica. Revista Enfermagem em foco, 2018; 9(4): 12-20.
OLIVEIRA MRR, et al. Mulher e parto: significados da violência obstétrica e a abordagem de enfermagem. Revista Enfermagem UFPE online, 2020; 14(2): 4-12.
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