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EMBRIOLOGIA E HISTOLOGIA 
AULA 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Fernanda Eliza Toscani Burigo 
 
 
 
 
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CONVERSA INICIAL 
O tecido conjuntivo é um tecido de origem mesodérmica, que permite 
sustentação e conexão entre outros tecidos e órgãos do corpo. Além do 
importante papel estrutural, esse tecido possui amplo espectro de funções, 
podendo atuar na troca de nutrientes e metabólitos, na reserva energética e 
manutenção da temperatura corporal, além de permitir o movimento corporal e 
a proteção de órgãos vitais. 
O tecido conjuntivo possui diversos subtipos, ocorrendo de diferentes 
formas e com inúmeras propriedades físicas e fisiológicas distintas. Quando 
denominado tecido conjuntivo propriamente dito, este pode ser frouxo e possui 
a função de compactação entre células e outros tecidos, atuando no 
preenchimento do organismo. Já na sua forma densa, relaciona-se à formação 
de estruturas de revestimento, como o pericôndrio e o periósteo, membranas 
que recobrem a cartilagem e os ósseos, respectivamente. Também atuam na 
composição dos ligamentos e tendões, atuando na resistência tênsil desses 
tecidos. Cartilagens e ossos, importantes na estruturação, sustentação, proteção 
e movimentação do organismo, também constituem tipos especializados de 
tecido conjuntivo. Além do mais, atuam na reserva energética, regulam a 
temperatura corporal e amortecem impactos, sob forma de tecido adiposo. Por 
fim, atuam na imunidade, no transporte de oxigênio e outras substâncias e na 
coagulação sanguínea, por meio do tecido sanguíneo ou hematopoiético. 
Assim, pode-se perceber que o tecido conjuntivo está amplamente 
distribuído em um organismo, desempenhando inúmeras e importantes funções, 
conforme destacado nos temas que se seguem. 
Para esta aula apresentamos os seguintes objetivos: 
Geral: 
• Identificar a variedade e os componentes dos diferentes tipos de tecido 
conjuntivo, bem como suas respectivas funções. 
Específicos: 
• Caracterizar o tecido conjuntivo; 
• Reconhecer os diferentes tipos de tecidos: elástico, reticular, mucoso e 
adiposo, relacionando-os às suas respectivas funções; 
 
 
3 
• Diferenciar estruturalmente e fisiologicamente os tecidos cartilaginoso e 
ósseo; 
• Compreender o processo da hematopoiese, identificando os 
componentes do sangue e sua importância fisiológica; 
• Observar no microscópio óptico os subtipos de tecido conjuntivo e 
registrar as suas características anatômicas. 
TEMA 1 – CARACTERÍSTICAS GERAIS, FUNÇÕES E COMPONENTES DO 
TECIDO CONJUNTIVO 
Os vários tipos de tecido conjuntivo possuem várias características em 
comum. Em todos os casos, existem células especializadas, com funções bem 
delimitadas entre elas, possibilitando a aquisição de características 
individualizadas dentre cada tipo, o que permite identificá-las facilmente, além 
de fibras e uma matriz extracelular abundante, conforme demonstra a Figura 1. 
Figura 1 – Características gerais do tecido conjuntivo 
 
Créditos: Designua/Shutterstock. 
Assim, as células são adaptadas para produzir uma farta matriz 
extracelular, a qual constitui um importante mecanismo para agregação celular, 
determinando as propriedades físicas de cada tipo. A matriz extracelular consiste 
em um gel orgânico, denominado substância fundamental ou substância amorfa, 
na qual estão inseridas uma grande diversidade de fibras. Além disso, a matriz 
pode sofrer impregnação de sais de cálcio e fósforo, tornando-se rígida, como 
ocorre no tecido ósseo. 
As fibras, proteínas importantes na estruturação desse tecido, podem ser 
de três tipos principais: elásticas, colágenas e reticulares. A primeira é composta 
 
 
4 
basicamente pela proteína elastina, e as outras duas constituídas por colágeno. 
A quantidade, tipo e distribuição das fibras relaciona-se diretamente às funções 
e caracteriza cada tipo de tecido conjuntivo. O colágeno é a proteína presente 
em maior quantidade no organismo, sendo encontrado na pele, cartilagens, 
ossos e na lâmina basal (Figura 2). Em relação à sua estrutura e função, podem 
ser classificados em diferentes grupos, os quais relacionam-se com a localização 
de tais fibras. As fibras reticulares, compostas por colágeno do tipo III, são fibras 
muito finas, que se comportam como uma rede de sustentação no interior da 
célula, sendo encontradas em órgãos linfoides, como o baço e os linfonodos, 
também envolvendo as células de algumas glândulas endócrinas. Enfim, as 
fibras elásticas, constituídas pela proteína elastina, favorecem a elasticidade dos 
tecidos, sendo abundantes principalmente na derme. 
Figura 2 – A proteína colágeno: onde é encontrada? 
 
Créditos: Designua/Shutterstock. 
Os diferentes tipos celulares que compõem o tecido conjuntivo são 
derivados de células precursoras do tecido primitivo, o mesênquima, possuindo 
funções distintas, mas é dos condrócitos e dos osteócitos o papel em comum de 
sintetizar e manter a matriz extracelular como os fibroblastos (mais abundantes), 
observados nas Figuras 3 e 4. Outras células, cujos precursores são células-
tronco presentes na medula óssea, são os macrófagos, mastócitos e 
plasmócitos, os quais têm importante participação no sistema imunológico. Os 
fibroblastos possuem intensa atividade metabólica e atuam na síntese de fibras 
elásticas e colágenas, além de fatores de crescimento, que regulam a atividade 
 
 
5 
celular, controlando sua proliferação e diferenciação. Quando estão com 
atividade reduzida, passam a ser chamados de fibrócitos. 
Os fibroblastos dificilmente se dividem em um ser adulto, somente quando 
este requer fibroblastos extras, como ocorre no processo de cicatrização. Os 
macrófagos, células importantes por sua atividade fagocítica, atuando 
ativamente como células apresentadoras de antígenos, são resultantes do 
amadurecimento dos monócitos, os quais possuem atividade circulante, 
permeando os vasos sanguíneos. Dependendo de sua localização, os 
macrófagos podem receber outras denominações, tais como: osteoclastos no 
tecido ósseo, micróglias no tecido nervoso e células de Kupffer no fígado. 
Os mastócitos, células abundantes em todo organismo, especialmente na 
derme e nos sistemas respiratório e digestório, possuem atuação fundamental 
na resposta inflamatória, uma vez que estocam mediadores químicos como a 
histamina e a heparina. Assim, relacionam-se diretamente com as reações 
alérgicas. Enquanto isso, os plasmócitos, células derivadas dos Linfócitos B, são 
responsáveis por sintetizar anticorpos. Os leucócitos, na sua ampla variedade, 
relacionam-se diretamente ao sistema imunológico, sendo essenciais na defesa 
contra invasores. Por fim, as células adiposas estão capacitadas a estocar 
triglicerídeos, atuando no armazenamento de energia e no isolamento térmico 
do organismo. 
Figura 3 – Desenho do fibroblasto 
 
Créditos: Designua/Shutterstock. 
 
 
 
 
6 
Figura 4 – Fibroblastos vistos por Imunofluorescência 
 
Créditos: Drimafilme/Shutterstock. 
Diferentemente do tecido epitelial, que sempre será avascular, o tecido 
conjuntivo contém grande quantidade de vasos sanguíneos e linfáticos, com 
exceção do tecido cartilaginoso. Por isso, onde houver tecido epitelial, sempre 
será necessária a presença de tecido conjuntivo, a fim de nutri-lo, oxigená-lo e 
recolher suas excretas. 
TEMA 2 – TECIDO CONJUNTIVO PROPRIAMENTE DITO, ELÁSTICO, 
RETICULAR OU LINFOIDE, MUCOSO E ADIPOSO 
2.1 Tecido conjuntivo propriamente dito 
O tecido conjuntivo propriamente dito é o tecido que reúne as principais 
características desse tipo de tecido – razão por receber tal denominação. Ele 
possui grande vascularização, abundância da substância fundamental, diversos 
tipos celulares e os três tipos de fibras. 
Pode ser subdividido em: frouxo ou denso. No tecido conjuntivo frouxo, 
(Figura 5), todos os componentes se distribuem de forma homogênea, não 
havendopredominância de nenhum deles. É muito vascularizado e flexível, 
porém pouco resistente à tração. É um tecido que suporta pressões, estando 
amplamente difundido no organismo, uma vez que está presente nos espaços 
entre órgãos e fibras musculares, constituindo a derme e as membranas como o 
peritônio e a pleura. Como funções, além do preenchimento, atua na defesa do 
organismo (pois contém células de defesa, como os macrófagos, leucócitos e 
 
 
7 
plasmócitos), na reserva de água e sais minerais e na nutrição e oxigenação de 
tecidos avasculares, como é o caso do tecido epitelial. 
Figura 5 – Derme: tecido conjuntivo frouxo (corado de rosa claro) 
 
Créditos: Jose Luis Calvo/Shutterstock. 
O tecido conjuntivo denso relaciona-se às funções de resistência e 
proteção, sendo rico em fibras colágenas. A quantidade de substância amorfa, 
embora presente, é bem menor do que no tecido frouxo, assim como as fibras 
elásticas também são reduzidas. O principal tipo celular é o fibroblasto, 
importante na secreção da matriz e na síntese das fibras. Apesar de ser menos 
flexível, suporta melhor as trações. Caso as fibras estejam dispostas de forma 
paralela, ou seja, com as fibras orientadas, é chamado modelado, sendo 
encontrado formando os tendões (unem os músculos aos ossos, vide Figura 6) 
e os ligamentos, os quais unem os ossos entre si. Quando as fibras estão 
desorientadas, ou seja, sem uma direção definida, desorganizadas, chama-se 
tecido denso não-modelado, o qual é observado nas camadas mais profundas 
da derme (Figura 7), em cápsulas que envolvem órgãos – como no pericôndrio 
e na submucosa do sistema digestório. 
 
 
 
8 
Figura 6 – Tendão: tecido conjuntivo denso modelado. 
 
Créditos: Choksawatdikorn/Shutterstock. 
Figura 7 – Camada profunda da derme: tecido conjuntivo denso não-modelado. 
 
Créditos:Jose Luis Calvo/Shutterstock. 
2.2 Tecido elástico 
O tecido elástico caracteriza-se por ser constituído por feixes de fibras 
elásticas grossas, separadas por tecido conjuntivo frouxo. Além disso, pode-se 
observar a presença dos fibroblastos e de finas fibras colágenas. É um tecido 
pouco frequente, encontrado nos ligamentos amarelos da coluna vertebral, no 
ligamento suspensor do pênis e nas artérias de grande calibre, como a aorta 
(Figura 8). Sua principal função é promover a elasticidade de tais ligamentos e 
artérias, cedendo conforme pressão, mas voltando ao normal após a aplicação 
da força. 
 
 
9 
Figura 8 – Secção da Aorta: tecido conjuntivo elástico (rosa) e fibras colágenas 
(azul) 
 
Créditos: Jose Luis Calvo/Shutterstock. 
2.3 Tecido Reticular ou Linfoide 
 O tecido reticular constitui-se basicamente por uma trama de fibras 
reticulares e por células reticulares, que são fibroblastos especializados. Além 
dessas células, também se pode observar macrófagos, leucócitos e plasmócitos, 
importantes células do sistema imunológico. Forma uma estrutura esponjosa, 
trabeculosa, formando espaços que permitem a livre circulação das células e de 
fluidos. 
 Esse tecido está relacionado à função hemocitopoética, ou seja, 
relaciona-se à produção de células sanguíneas. Pode ser encontrado formando 
os órgãos linfoides, como o baço, as tonsilas, o timo e os linfonodos, sendo 
chamado de linfoide e também na medula óssea vermelha, sendo denominado 
mieloide (descrito no Tema 4), conforme mostra a figura a seguir. 
Figura 9 – Tecido reticular 
 
Crédito: Artemida-PSY/Shutterstock. 
 
 
10 
2.4 Tecido mucoso 
 O tecido mucoso, encontrado no cordão umbilical, constituindo a geleia 
de Wharton, e na polpa dos dentes em formação, diferencia-se por possuir 
substância fundamental em abundância, composto principalmente por ácido 
hialurônico e pouca quantidade de células, as quais são semelhantes às células 
mesenquimais, além dos fibroblastos. Possui consistência gelatinosa e 
predomínio de fibras colágenas, embora possua também fibras elásticas e 
reticulares. No caso do cordão umbilical, sua função está em evitar a 
compressão dos vasos sanguíneos, que atravessam essa estrutura. 
Figura 10 – Corte de Cordão Umbilical: tecido mucoso (Geleia de Wharton) 
 
Créditos: Miriman/Shutterstock. 
2.5 Tecido adiposo 
 Neste tipo especial de tecido conjuntivo, as células estão adaptadas a 
armazenar lipídios, em especial, os triglicerídeos. Tais células são denominadas 
adipócitos (Figura 11), reunindo-se em aglomerados, o que reduz 
significativamente a quantidade de substância amorfa entre elas. A gordura 
armazenada deriva de três fontes principais: triglicerídeos oriundos da dieta, de 
triglicerídeos produzidos no fígado e disponibilizados no sangue e de 
triglicerídeos sintetizados a partir da glicose. 
 
 
 
11 
Figura 11 – Adipócitos 
 
Créditos: Kateryna Kon/Shutterstock. 
 O tecido adiposo possui diversas funções: atua como reservatório de 
energia e regula a temperatura; é um ótimo isolante térmico, amortece impactos 
e tem importante papel na regulação endócrina, pois modula o metabolismo 
energético, influenciando as reações metabólicas em geral, em conjunto com 
hormônios como a insulina, regulando a massa corporal. Além disso, secreta 
uma grande diversidade proteínas, como a leptina, a qual atua sobre o 
hipotálamo, promovendo o aumento do gasto de energia e minimizando o 
apetite. 
 É um tecido amplamente distribuído pelo corpo, constituinte da hipoderme 
(a terceira camada da pele), dos coxins amortecedores (nas plantas dos pés e 
nas palmas das mãos) e envolve importantes órgãos, como o coração, o cérebro 
e os rins. 
 Os adipócitos originam-se a partir de células precursoras, os lipoblastos, 
os quais se diferenciam em células adiposas. No início, armazenam a gordura 
em gotículas separadas, que posteriormente se unem e constituem os adipócitos 
com apenas uma gota de gordura bem desenvolvida. Essa gota ocupa 
praticamente o citoplasma inteiro, movimentando as outras organelas 
citoplasmáticas e o núcleo para a periferia (Figura 12). Assim, é comum o tecido 
adiposo não se corar fortemente com os corantes histológicos, evidenciando 
bem seu núcleo periférico, deslocado pela gordura, que não absorve o corante. 
 
 
 
12 
Figura 12 – Estrutura interna dos adipócitos 
 
Créditos: Sakurra/Shutterstock. 
 É importante ressaltar que, nos adultos, os adipócitos não se dividem; 
assim, quando engordamos, não produzimos mais adipócitos, mas sim, 
aumentamos a deposição de gordura nos adipócitos já existentes. Quando 
emagrecemos, significa que estamos consumindo essa gordura armazenada, 
diminuindo o tamanho das células. 
 Há dois tipos principais de tecido adiposo: o unilocular (Figura 13) e o 
multilocular. O primeiro, também chamado de “gordura-branca”, compreende 
entre 20% e 25% do volume corporal de um indivíduo adulto normal, estando 
distribuído por todo o corpo. Nesse tipo, os adipócitos possuem somente uma 
gotícula de gordura, utilizando a energia para as reações metabólicas do 
organismo. Também atua como isolante térmico e no amortecimento de 
impactos. Já o tecido adiposo multilocular, ou “gordura-parda”, é muito 
especializado, sendo encontrado em recém-nascidos (protegendo-os do frio) e 
em animais que hibernam, pois, a partir de um estímulo nervoso, a quebra da 
gordura libera energia, que aquece o sangue, aumentando o metabolismo do 
animal, a fim de retomar suas atividades. Nesse caso, as células adiposas 
possuem várias gotículas de gordura, favorecendo a sua degradação e, 
consequentemente, a liberação de calor. 
 
 
 
13 
Figura 13 – Tecido adiposo unilocular 
 
Créditos: Kateryna Kon/Shutterstock. 
TEMA 3 – TECIDO CARTILAGINOSO E ÓSSEO 
Os tecidos cartilaginoso e ósseo constituem importantes tecidos de 
sustentação, flexibilidade e proteção ao organismo. Devido às suas 
características, propriedades e localização, compõem o Sistema Esquelético, em 
conjunto com as articulações, ligamentos e tendões.São formados, 
basicamente, por diferentes tipos de colágeno e por células capazes de sintetizar 
uma matriz extracelular mais rígida. 
3.1 Tecido cartilaginoso 
Possui predominância de substância amorfa rica em proteoglicanos em 
sua matriz, que confere certa rigidez, mas permite a flexibilidade. Sua principal 
função é a sustentação, mas também atua efetivamente no revestimento de 
articulações – facilitando os movimentos, conferindo flexibilidade. Como 
observado nos discos intervertebrais e na traquéia, é precursor do tecido ósseo 
nos embriões e é fundamental para o crescimento de ossos longos. 
Os diferentes tipos de cartilagem sofrem variações na quantidade e 
natureza das fibras colágenas e elásticas, imersas na substância fundamental. 
Dessa forma, a cartilagem hialina possui poucas fibras, a fibrocartilagem contém 
fibras de colágeno espessas e em abundância e a cartilagem elástica possui 
fibras elásticas em sua composição. 
A cartilagem hialina (Figura 14), cuja matriz extracelular é homogênea, 
possuindo quantidade moderada de fibras colágenas, é o tipo mais comum de 
cartilagem, sendo encontrada nos septos nasais, na laringe, na traquéia, nas 
 
 
14 
superfícies articulares e nas extremidades esternais das costelas. Essa 
cartilagem é importante na formação do tecido ósseo e no esqueleto em 
desenvolvimento, ou seja, à medida em que o embrião se desenvolve, seu 
esqueleto primário – constituído por cartilagem hialina, vai sendo substituído 
gradativamente por tecido ósseo. 
Figura 14 – Cartilagem hialina 
 
Créditos: David Litman/Shutterstock. 
A fibrocartilagem, por sua vez, possui características intermediárias entre 
a cartilagem hialina e o tecido conjuntivo denso modelado, sendo um tecido rico 
em fibras colágenas. Está presente nos discos intervertebrais, em cartilagens 
articulares e cápsulas que envolvem as articulações, nos ligamentos, nas 
conexões entre tendões e ossos e na sínfise púbica (articulação que une o púbis, 
formando a bacia). A fibrocartilagem é constituída por feixes orientados de 
densas fibras colágenas. 
Já a cartilagem elástica (Figura 15), presente no pavilhão auditivo, na tuba 
auditiva, na epiglote e nas cartilagens laríngeas, é constituída por fibras 
colágenas e elásticas, tornando-a mais resistente à tensão e, portanto, mais 
flexível. 
 
 
 
15 
Figura 15 – Micrografia demonstrando cartilagem hialina e elástica 
 
Créditos: Tinydevil/Shutterstock. 
Apesar dos diferentes tipos de cartilagem, sua origem é a mesma: sua 
formação começa a partir da diferenciação de células do tecido primitivo – 
mesênquima – que produzem células precursoras da cartilagem, os 
condroblastos. Estes, a partir de mitoses sucessivas, originam agregados de 
condroblastos, os quais iniciam a síntese de fibras e da substância amorfa 
repleta de proteoglicanos, constituindo a matriz extracelular. Após tal secreção, 
cada condroblasto fica aprisionado dentro da matriz cartilaginosa, separando-os 
uns dos outros. Então, os condroblastos amadurecem, diminuem sua atividade 
metabólica e passam a ser chamadas de condrócitos (Figura 16), os quais 
mantêm a integridade da matriz cartilaginosa. 
Figura 16 – Condrócitos 
 
Créditos: Designua/Shutterstock. 
A maioria das cartilagens possui uma camada de tecido conjuntivo denso 
envolvendo-as, o pericôndrio, com células semelhantes aos fibroblastos e que 
podem se transformar em condroblastos, produzindo mais matriz extracelular 
 
 
16 
cartilaginosa. Algumas cartilagens, como a presente nas articulações, não 
possuem pericôndrio, não podendo se regenerar após uma lesão. 
Outra característica importante do tecido cartilaginoso é que a maioria não 
possui vasos sanguíneos (avascular) e nem nervos (inervada), apresentando 
baixa atividade metabólica. Esse fato limita a espessura de desenvolvimento da 
cartilagem. Sendo assim, sua nutrição, excreção e oxigenação é dependente do 
tecido conjuntivo adjacente. 
3.2 Tecido ósseo 
O tecido ósseo é um tecido rígido e sem flexibilidade, pois possui sua 
matriz extracelular impregnada por sais de cálcio e fósforo, processo conhecido 
por mineralização. Diferentemente do tecido cartilaginoso, é altamente inervado 
e vascularizado, possuindo grande atividade metabólica. Como funções, é 
importante na sustentação e estruturação do organismo e atua na proteção de 
órgãos vitais. Esse tecido forma a caixa craniana, a qual protege o encéfalo, e a 
caixa torácica, que protege o coração e os pulmões e a coluna vertebral, 
responsável por alojar a medula espinhal. Além disso, os ossos são importantes 
reservatórios para os íons cálcio e fósforo. O conjunto de ossos do nosso corpo 
constitui o Sistema Esquelético, relacionado também à movimentação do 
indivíduo e também a produção de células sanguíneas, através da medula 
óssea. 
Esse importante tecido tem em sua constituição compostos inorgânicos – 
este é basicamente formado por sais de cálcio e fósforo – e por componentes 
orgânicos, predominantemente representados por fibras de colágeno. Ambos 
são fundamentais para a boa execução de suas funções: se o osso sofrer 
descalcificação, predominam as fibras colágenas, dando flexibilidade ao tecido. 
Caso haja a desnaturação dos componentes orgânicos, os ossos tornam-se 
quebradiços, mais susceptíveis à fratura. 
Os ossos possuem alguns componentes celulares, tais como os 
osteoblastos, os osteócitos e os osteoclastos. Os osteoblastos são células com 
intensa atividade metabólica, cuja função relaciona-se à síntese da matriz 
extracelular, também chamada osteoide, atuando como mediadores diretos da 
mineralização. Estão presentes alinhados na superfície óssea. Na medida em 
que a matriz se solidifica, os osteoblastos perdem sua atividade e ficam presos 
em lacunas, passando a ser chamados de osteócitos (células maduras). 
 
 
17 
Ambos, osteoblastos e osteócitos, são derivados de uma célula-tronco 
mesenquimal, as células osteoprogenitoras, as quais possuem grande potencial 
de proliferação e diferenciação. Já os osteoclastos, derivados da linhagem 
monocítico-macrofágica – originam-se dos monócitos e são células fagocíticas, 
polinucleadas, importantes na reabsorção da matriz óssea, na regeneração e na 
remodelagem desse tecido. A atividade do osteoclasto pode ser regulada por 
hormônios, como pelo paratormônio – secretado pelas paratireoides – que 
estimula a reabsorção osteoclástica e a liberação de cálcio a partir do tecido 
ósseo, enquanto a calcitonina, liberada pela tireoide, inibe a atividade dos 
osteoclastos. 
A formação do tecido ósseo (osteogênese) ocorre a partir da substituição 
do tecido conjuntivo pré-existente, ainda no estágio embrionário. A osteogênese 
pode ocorrer de duas formas: ossificação intramembranosa, na qual ocorre 
deposição direta de tecido ósseo sobre o tecido conjuntivo primitivo 
(mesênquima) e ossificação endocondral. No primeiro caso, observado nos 
ossos do crânio, maxilar e mandíbula, as células mesenquimais transformam-se 
em osteoblastos, que produzem fibras colágenas, que iniciam o depósito de sais 
de cálcio e fósforo. Já na segunda forma, a ossificação endocondral, o tecido 
ósseo substitui gradualmente o tecido cartilaginoso, possuindo uma cartilagem 
hialina como modelo. Os ossos longos, as vértebras, ossos da pelve e da base 
do crânio são formados dessa forma. Em ossos longos, permanecem vestígios 
de cartilagem em seu interior, formando os discos epifisários, os quais mantêm 
a capacidade de crescimento longitudinal do osso até certa idade (Figura 17). 
Assim, se avalia a idade óssea de um indivíduo por meio de um raio-X: caso haja 
disco epifisário, a estatura do paciente ainda pode aumentar; se não houver, a 
ossificação já ocorreu e, portanto, não haverá mais crescimento. 
 
 
 
18 
Figura 17 – Ossificação endocondral de osso longo; a epífise ainda contém 
cartilagem hialina 
 
Créditos: Jose Luis Calvo/Shutterstock.3.2.1 A estrutura dos ossos 
 Os ossos possuem um revestimento de membranas de tecido conjuntivo 
interno e externo, o endósteo e o periósteo, respectivamente, as quais são 
importantes pois atuam: na nutrição das células, na produção de osteoblastos 
para o crescimento ósseo e na reparação de fraturas. As porções no extremo do 
osso são chamadas de epífise; já a região compreendida entre duas epífises 
chama-se diáfise (Figura 18). 
Figura 18 – Estrutura interna do osso 
 
Créditos: Alexander_P /Shutterstock. 
 
 
19 
São formados por duas partes, sendo o osso compacto desprovido de 
cavidades e o osso esponjoso, permeado por inúmeros canais, os quais se 
comunicam entre si. 
 As fibras colágenas se dispõem em lamelas concêntricas em torno de 
canais centrais – o canal de Havers – os quais são revestidos pelo endósteo e 
são canais longitudinais, e os osteócitos ficam entre as lamelas (Figura 19). Por 
dentre eles, passam vasos sanguíneos e nervos. Tais canais comunicam-se por 
meio de canais transversais, os canais de Volkmann. 
Figura 19 – Corte de osso longo sob microscópio 
 
Créditos: Tinydevil/Shutterstock. 
 Por fim, no interior dos ossos, encontra-se a medula óssea, que pode ser 
vermelha, relacionada diretamente à formação do tecido hematopoiético 
(detalhado a seguir) e a medula amarela, constituída por tecido adiposo e que 
representa o envelhecimento da medula vermelha, substituída gradativamente 
por gordura. 
TEMA 4 – TECIDO MIELOIDE OU HEMATOPOIÉTICO E A COMPOSIÇÃO DO 
SANGUE 
4.1 Tecido mieloide ou hematopoiético 
O tecido mieloide, um tipo de tecido reticular, está localizado na medula 
óssea vermelha e é responsável pela hematopoiese, ou seja, processo que está 
relacionado à produção de células sanguíneas. Por esse motivo, também pode 
ser chamado de tecido hematopoiético. 
 
 
20 
A medula óssea vermelha, muito abundante no indivíduo jovem, localiza-
se no interior do canal medular de ossos longos e nas cavidades de ossos 
esponjosos. Conforme abordado anteriormente, a medula vermelha vai sendo 
substituída por tecido adiposo, constituindo a medula óssea amarela. Nos 
adultos, a medula vermelha passa a ser encontrado em poucos ossos, como o 
craniano, as clavículas, o esterno, as vértebras, as costelas e a pelve. 
O tecido mieloide é composto por alguns tipos celulares com funções 
específicas: os fibroblastos sintetizam as fibras colágenas e a matriz extracelular, 
assim como as células mesenquimais, as quais correspondem a células-tronco 
não hematopoiéticas. Além disso, a partir das células hematopoiéticas, derivam 
as células do sangue, como os eritrócitos, leucócitos e plaquetas (Figura 20). Por 
fim, as células reticulares produzem as fibras reticulares, responsáveis pela 
sustentação desse tecido e por secretar fatores que induzem a proliferação e 
diferenciação das células hematopoiéticas. Caso acumulem lipídios, 
transformam-se em células adiposas, a fim de fornecer energia para o processo 
da hematopoiese. 
Figura 20 – Células do sangue 
 
Créditos: Timonina/Shutterstock. 
A hematopoiese, representada na Figura 21, tem início no primeiro 
trimestre de gestação, no saco vitelínico. Após o segundo trimestre, continua no 
fígado e no baço do feto. A partir do sétimo mês, a medula óssea torna-se o 
principal local de ocorrência da hematopoiese. Tal processo se inicia a partir de 
uma célula precursora, a célula-tronco hematopoiética pluripotente, a qual, a 
partir de sucessivas mitoses, origina células com limitações: o progenitor 
mieloide, responsável pela formação dos eritrócitos, dos megacariócitos 
(formarão as plaquetas) e dos leucócitos (neutrófilos, monócitos, basófilos e 
 
 
21 
eosinófilos) e o progenitor linfoide, que desenvolverá os linfócitos B e T e as 
células natural killer (NK). A eritropoiese, ou seja, formação dos eritrócitos 
(hemácias ou glóbulos vermelhos) é regulada por uma glicoproteína produzida 
pelos rins, a eritropoietina. Tal proteína estimula as divisões celulares e também 
a síntese de hemoglobina, formando os eritroblastos, ainda nucleados. Assim 
que caem na circulação sanguínea, o núcleo é desprezado – a fim de aumentar 
a afinidade com o oxigênio, tornando-se anucleada. Então, passa a ser chamada 
de eritrócito. Um dos progenitores mieloides dá origem ao megacarioblasto, 
célula capaz de sintetizar fatores de coagulação e, que, ao aumentar seu volume 
citoplasmático e de seu núcleo, diferencia-se em megacariócito. Tal célula se 
fraciona e forma as plaquetas, as quais são fragmentos celulares e, portanto, 
são pequenas, sem núcleo e têm papel fundamental na coagulação sanguínea. 
Enfim, a leucopoiese origina glóbulos brancos, ou leucócitos, intimamente 
relacionados à defesa do organismo. Há duas linhagens: os granulócitos, cujo 
citoplasma está repleto de grânulos de secreção e os agranulócitos, nos quais 
tais grânulos são inexistentes. Os granulócitos constituem os neutrófilos, 
eosinófilos e basófilos, sendo os primeiros os mais abundantes. Já os 
agranulócitos compreendem os monócitos-macrófagos, derivados do progenitor 
mieloide e os linfócitos B e T, originados a partir do progenitor linfoide. Os 
linfócitos B diferenciam-se no interior dos ossos (na medula). Enquanto isso, os 
linfócitos T se tornam imunocompetentes no timo (T de timo). Ambos se 
proliferam no interior dos órgãos linfoides e, após seu amadurecimento, sua 
cromatina torna-se condensada e seu volume celular total é reduzido. 
 
 
 
22 
Figura 20 – O processo da hematopoiese 
 
Créditos: Extender_01/Shutterstock. 
4.2 Composição do sangue 
O sangue é um importante tecido corporal, relacionado a funções vitais 
para o organismo, tais como transporte de substâncias (nutrientes, hormônios, 
oxigênio, dentre outras), defesa, termorregulação, equilíbrio hídrico/osmótico e 
coagulação. Em um adulto, o volume médio de sangue é de 5 litros. 
O tecido sanguíneo é constituído por duas porções principais: o plasma, 
parte líquida do sangue e pelos elementos figurados, representados pelas 
células sanguíneas. 
O plasma, fluido sanguíneo, é constituído basicamente por água (90%), 
sais minerais, hormônios diluídos, nutrientes, anticorpos e proteínas 
plasmáticas, como o fibrinogênio. Somente a porção aquosa denomina-se soro. 
Os elementos figurados, ou componentes celulares, são a base sólida do 
sangue, que necessitam do plasma para sua circulação. As células do sangue 
são: os ertitrócitos, os leucócitos e as plaquetas (Figura 21). 
 
 
 
23 
Figura 21 – Lâmina contendo sangue e seus componentes celulares 
 
Créditos: Jarun Ontakrai/Shutterstock. 
Após a centrifugação do sangue, na presença de anticoagulantes, 
formam-se três camadas – a inferior, constituída por eritrócitos, que representa 
aproximadamente 45% do volume do sangue, uma camada intermediária, 
contendo leucócitos e plaquetas, compondo 1% do volume total e uma camada 
sobrenadante, translúcida amarelada, que retrata o plasma. A tabela a seguir 
exemplifica os valores de referência de um hemograma de um indivíduo acima 
de 16 anos: 
Tabela 1 – Valores de referência em um hemograma 
Eritrócitos Mulheres: 3.900.000 – 5.000.000 / mm
3 
Homens: 4.300.000 – 5.700.000 / mm3 
Plaquetas 140.000 – 450.000 / mm3 
Leucócitos Totais 3.500 – 10.500 / mm3 
* Neutrófilos 1.700 – 8.000 / mm3 
* Linfócitos 900 – 2.900 / mm3 
* Monócitos 300 – 900 / mm3 
* Eosinófilos 50 – 500 / mm3 
* Basófilos 0 – 100 / mm3 
Os eritrócitos (eritro = “vermelho”; cito = “célula”), também denominados 
de glóbulos vermelhos ou hemácias (Figura 22), são as únicas células 
anucleadas do nosso corpo – possibilitando aumentar a afinidade com o oxigênio 
– e, por essa razão, assumem uma forma bicôncava. Possui cor avermelhada 
devido à presença da proteína hemoglobina (pigmento respiratório), a qual 
possui ferro em sua composição, e combina-se com o oxigênio. São as células 
mais numerosasdo sangue e duram cerca de 120 dias. Após esse tempo, os 
eritrócitos envelhecidos são degradados no fígado (que as reutiliza para formar 
 
 
24 
a bile) e novas células são produzidas na medula óssea. A deficiência de 
hemácias pode levar à anemia. O gás carbônico, CO2, também pode ser 
transportado pela hemácia, por meio de ligação com a hemoglobina; no entanto, 
a maior parte é transportada dos tecidos para os pulmões, dissolvida no plasma, 
sob forma de bicarbonato. 
Figura 22 – Eritrócitos 
 
Créditos: Bart Sadowski/Shutterstock. 
 As plaquetas (Figura 23), pequenos fragmentos celulares, derivados do 
megacariócito, possuem função reparadora, prevenindo e interrompendo 
hemorragias por meio da coagulação sanguínea. Sua vida média é de cerca de 
10 dias. São frações celulares com grande quantidade de especializações. 
Figura 23 – Plaquetas, hemácias e leucócitos 
 
Créditos: Royaltystockphoto.com/Shutterstock. 
 A coagulação sanguínea, ou cascata de coagulação (Figuras 24 e 25), 
depende da ativação de pró-enzimas em enzimas e da participação de plaquetas 
para interromper o sangramento. Tal cascata contém duas vias: a via intrínseca, 
relacionada ao contato do fator XII com o colágeno, resultante da lesão do vaso 
sanguíneo, e a via extrínseca, induzida pela liberação de fatores teciduais. 
Ambas convergem para uma importante etapa, na qual plaquetas convertem 
 
 
25 
protrombina em trombina e essa, por sua vez, produz fibrina a partir do 
fibrinogênio. A fibrina é fundamental para estabilizar o coágulo. 
Figura 24 – A ativação das plaquetas na cascata de coagulação 
 
Créditos: Vectormine/Shutterstock. 
Figura 25 – Cascata da coagulação sanguínea 
 
 
Fonte: Aneste.org, 2017. 
 
 
26 
Os leucócitos (leuco = “branco”; cito = “célula”), ou também denominados 
glóbulos brancos, são células fundamentais na defesa do organismo, 
participando ativamente do sistema imunológico, conforme demonstra a Figura 
26. São derivadas tanto de progenitores mieloides quanto linfoides. 
Resumidamente, possuem as seguintes funções: os macrófagos reconhecem os 
invasores, fagocitando-os. Os neutrófilos produzem as reações inflamatórias – 
pus. Os eosinófilos relacionam-se à defesa contra parasitas, enquanto os 
basófilos promovem as reações alérgicas. Os linfócitos T são os mensageiros do 
sistema imune – destruídos pelo HIV – e os linfócitos B, produtores de 
Anticorpos. 
Figura 26 – Tipos de Leucócitos 
 
Créditos: Vecton/Shutterstock. 
Os glóbulos brancos são classificados em dois tipos principais, 
relacionados ao formato do núcleo e à presença ou não de grânulos 
citoplasmáticos, sendo denominados de granulócitos e agranulócitos. 
Os granulócitos, representados pelos neutrófilos, eosinófilos e basófilos, 
mostrados nas figuras a seguir, possuem grânulos específicos e um único núcleo 
multilobulado, ou seja, irregular. Os neutrófilos, cujo núcleo possui entre três e 
cinco lóbulos, estão na primeira linha de defesa contra microrganismos, 
fagocitando-os; o “combate” entre os neutrófilos e os invasores produz o pus. Os 
basófilos, com grânulos grandes, contendo histamina (vasodilatadora), heparina 
(anticoagulante) e outros mediadores químicos, relacionam-se diretamente às 
reações alérgicas e possuem núcleo retorcido e bilobulado. Por fim, os 
eosinófilos possuem papel central na destruição de parasitas, também atuando 
no processo alérgico e na fagocitose do complexo antígeno-anticorpo. 
 
 
27 
 
 
 
Figura 27 – Neutrófilos 
 
Créditos: Veronika Zakharova/Shutterstock. 
Figura 28 – Basófilos 
 
Créditos: Veronika Zakharova/Shutterstock. 
Figura 29 – Eosinófilos 
 
 
 
28 
Créditos: Veronika Zakharova/Shutterstock. 
Já os agranulócitos, representados pelos linfócitos e monócitos, possuem 
núcleo grande, regular e sem grânulos específicos no citoplasma. Os linfócitos 
(Figura 30), cujos núcleos são volumosos, restringindo o tamanho do citoplasma, 
podem ser de dois tipos: os linfócitos B, responsáveis por sintetizar as 
imunoglobulinas (anticorpos), podem ser encontrados no sangue, linfonodos, 
baço, timo, dentre outros, e, após se diferenciarem, passam a ser chamados de 
plasmócitos. Os linfócitos T, por sua vez, são mediadores da resposta 
imunológica, e quando são sensibilizados pelos macrófagos, sintetizam 
mediadores químicos, que irão estimular os linfócitos B a produzirem os 
anticorpos; além disso, também podem eliminar células infectadas por vírus e 
tumorais, sendo denominados de linfócitos T citotóxicos. Por fim, os monócitos 
(Figura 31), cujo núcleo possui forma de rim, após serem formados migram para 
a circulação sanguínea, chegando ao tecido conjuntivo, onde se diferenciam em 
macrófagos. Possuem a importante função de fagocitar os invasores, 
processando-os e expondo seus fragmentos na membrana plasmática, fato que 
leva à sensibilização dos linfócitos T, os quais mediam a resposta imunológica, 
conforme abordado anteriormente. Por isso, os macrófagos são conhecidos 
como células apresentadoras de antígenos. 
Figura 30 – Linfócitos 
 
Créditos: Veronika Zakharova/Shutterstock. 
Figura 31 – Monócitos 
 
 
29 
 
Créditos: Veronika Zakharova/Shutterstock. 
 
 
30 
TEMA 5 – PRÁTICA: OBSERVAÇÃO DE TECIDO ÓSSEO, CARTILAGINOSO E 
SANGUÍNEO EM LÂMINAS PERMANENTES 
Como o objetivo da nossa aula foi conhecer um pouco mais sobre o tecido 
conjuntivo e seus subtipos, vamos observar lâminas permanentes de tecido 
ósseo, cartilaginoso e sanguíneo ao microscópio óptico (MO), destacando 
também a estrutura da pele e seus tecidos constituintes (vídeo em anexo). Para 
isso, é essencial um roteiro para sua organização, o qual encontra-se detalhado 
abaixo. Com o roteiro em mãos, podemos nos preparar para anotar os aspectos 
relevantes e as principais características observadas. 
5.1 Roteiro de aula prática: observando lâminas permanentes de tecido 
conjuntivo 
1. Objetivos: 
• Observar a constituição do tecido conjuntivo ósseo, presente na lâmina 
1 – fragmento ósseo, identificando as principais características desse 
tecido; 
• Observar a constituição do tecido conjuntivo cartilaginoso, presente na 
lâmina 2 – orelha ou nariz, identificando suas estruturas; 
• Observar a constituição do tecido hematopoiético, presente na lâmina 
3 – sangue, identificando os principais tipos celulares; 
• Observar a constituição da pele, presente na lâmina 4 – pele de rato, 
identificando suas três camadas e composição; 
• Registrar, por meio de desenhos, o material observado em cada 
lâmina. 
2. Materiais: Microscópio Óptico e lâminas permanentes de tecido 
conjuntivo. 
3. Procedimentos: Focalize, lâmina a lâmina, no microscópio óptico, e 
observe as principais estruturas de cada uma – conforme indicado nos 
objetivos, desenhando-as nas objetivas de 10 e 40, ou seja, na ampliação 
de 100 e 400 vezes, respectivamente. Registre e indique as principais 
características observadas em cada lâmina. 
4. Discussão: 
 
 
31 
a. Quais são as principais características observadas, aquelas que 
distinguem cada tipo de tecido conjuntivo observado? 
b. De acordo com as observações da lâmina 4, explique detalhadamente 
por que a pele é considerada um órgão. 
c. Quais são os principais corantes utilizados na microscopia histológica? 
Explique sua importância. 
5. Conclusão: elabore um parágrafo de conclusão sobre a aula prática 
indicando a importância da observação das lâminas permanentes de 
subtipos de tecido conjuntivo para a compreensão de suas 
características. 
NA PRÁTICA 
 Após conhecer as principais características do tecido conjuntivo, vamos 
pesquisar sobre algumas doenças relacionadas aos subtipos desse importante 
tecido: Síndrome de Ehlers-Danlos, Osteoporose, Raquitismo, Anemia, 
Leucemia e Talassemia. 
• Pesquise as causas, sintomas e tratamentos dessas doenças. 
• Explique o processo da cicatrização, relacionando-o às característicasdo 
tecido conjuntivo. 
• Como ocorre o processo de reparação de fraturas? Com base nos seus 
conhecimentos sobre o tecido ósseo, explique detalhadamente esse 
processo. 
• A partir de todos os dados obtidos sobre o tecido conjuntivo, organize os 
principais tópicos em um mapa conceitual. 
FINALIZANDO 
Nesta aula abordamos as características gerais do tecido conjuntivo, bem 
como seus subtipos, conforme demonstra o infográfico da Figura 32: 
 
 
 
32 
Figura 32 – Características gerais do tecido conjuntivo e seus subtipos 
 
 
TE
CI
DO
 
CO
N
JU
N
TI
VO
CARACTERÍSTICAS GERAIS: 
MATRIZ, FIBRAS E CÉLULAS
TECIDO RETICULAR OU 
LINFOIDE
TECIDO PROPRIAMENTE 
DITO: FROUXO E DENSO TECIDO ADIPOSO
TECIDO HAMATOPIÉTICO E 
COMPOSIÇÃO DO SANGUE
TECIDO ELÁSTICO E 
MUCOSO = POUCO 
COMUM
TECIDO CARTILAGINOSO E 
ÓSSEO
 
 
33 
REFERÊNCIAS 
ABRAHAMSOHN, P. Histologia. 1. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 
2016. 
GARTNER, L. P. Atlas colorido de histologia. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2018. 
GLEREAN, A.; SIMÕES, M. I. Fundamentos de histologia para estudantes da 
área da saúde. São Paulo: Santos, 2013. 
JUNQUEIRA, L. C. U.; CARNEIRO, J. Histologia básica. 13. ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2018. 
KIERSZEMBAUM, A. L. Histologia e biologia celular: uma introdução à 
patologia. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. 
LOPES, S.; ROSSO, S. Biologia. São Paulo: Saraiva, 2005. 
MEDRADO, L. Citologia e histologia humana: fundamentos de morfofisiologia 
celular e tecidual. 1. ed. São Paulo: Érica, 2014. 
ROSS, M. H.; PAWLINA, W. Histologia: texto e atlas. 7. ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2018. 
SISTEMA Cardiovascular. Aneste.org. Disponível em: 
<http://aneste.org/sistema-cardiovascular-v3.html>. Acesso em: 3 set. 2019. 
YOUNG, B. et. al. Wheater histologia funcional: texto e atlas em cores. 5. ed. 
Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.

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