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SOBRE VIVER O LUTO Marianne Branquinho Psicóloga CRP 12/15602 "Mas trabalhar com morte não é pesado?", "Por que você escolheu essa especialidade?" Acho que essas são as duas perguntas que eu mais escuto em relação ao meu trabalho, o que só demonstra a importância de eu querer/precisar falar sobre a morte, de poder aproximar as pessoas ao tema e desconstruir tanto tabu. Mas, realmente, eu não caí aqui à toa, fui moldada pela minha história. Desde criança, passei por perdas significativas, em que pude ver a morte de perto. Mas hoje percebo que foi a morte do meu pai que virou uma chavinha em mim, mostrou que nada mais poderia ser como antes e (hoje) eu digo: ainda bem! Meu pai morreu em 2015, com 57 anos. Ele teve câncer de garganta, passou por várias cirurgias, radioterapia, quimioterapia, várias internações. Na época, eu estava no último ano da faculdade, como tinha mais tempo livre, o hospital passou a ser minha segunda casa. Acompanhei todo o processo de adoecimento, inclusive a cena de um médico que trata de doença (e não de pessoa), "abandonar" o caso Olá, eu sou a Marianne, psicóloga interessada nas temáticas de perdas, morte, luto e finitude! APRESENTAÇÃO Quem sou eu? frente à impossibilidade de cura “não há mais nada o que fazer”. No entanto, o Hospital do Câncer de Londrina contava com uma equipe de Cuidados Paliativos exemplar e aí foi o início de uma nova jornada para ele (e para mim também). Foi tendo nossa dor cuidada em sua totalidade que percebi a potencialidade desse trabalho e senti dentro de mim que eu que precisava fazer isso! Então optei por fazer uma Residência Multiprofissional na área da Saúde com ênfase em Alta Complexidade, ou seja, funciona como um programa de Pós-graduação, onde pude estudar e atuar como psicóloga hospitalar no Hospital Universitário de Florianópolis. Lá estava eu de novo tendo o hospital como minha segunda casa, mas agora do "outro lado", era eu quem poderia oferecer o acolhimento, a escuta, o suporte emocional para os pacientes e familiares. Era eu quem tinha o privilégio de conhecer histórias lindas e cheias de vida que me marcaram até hoje. Essa experiência com a Residência foi essencial para eu descobrir que lidar com os aspectos da morte e do morrer fazia todo sentido para mim! Para aprofundar meus estudos, optei por uma formação em Tanatologia, que estuda os aspectos sobre a morte e o morrer. A partir de então, venho me debruçando nessa temática. Atualmente, realizo atendimento psicológico, na modalidade on-line, para pessoas enlutadas. Para mim, falar sobre a morte é falar sobre vida! Estar em contato diariamente com esse tema me faz ter mais consciência da minha finitude. Todo mundo sabe que vai morrer, né?! Dizem que é a única certeza que temos. Mas o que você faz com isso? Bom, eu não fazia nada, eu deixava para depois porque achava que sempre teria tempo. A morte era tão distante! Aí a gente começa a viver uma vida pela metade, engaveta sonhos, se diminui para caber no molde do outro, deixa de expressar o que sente, perde de cultivar e de aprofundar relações por achar que vão estar sempre ali, a vida vai passando e seguimos no piloto automático... Ter que lidar com a morte de perto me fez despertar para minha própria vida, valorizar o que, de fato, importa para mim, encontrar novos sentidos, alinhar meus pensamentos e ações, viver com um propósito e de acordo com a minha verdade. Isso só foi possível quando eu aprendi a desacelerar e a não mais me anestesiar, mas viver no momento presente, com suas dores e delícias. Por que falar sobre morte? "A vida é breve e precisa de valor, sentido e significado. E a morte é um excelente motivo para buscar um novo olhar para a vida." Ana Cláudia Quintana Arantes Compreendi que o fim me possibilitou recomeços, ensinou a me deslumbrar com o simples, a cultivar minha curiosidade, a ver poesia no caminho, a desacelerar o ritmo ao sentir cheiro de flor, a dividir o que sei sem jamais achar que sei demais, a me encantar com o pôr do sol como se fosse a primeira vez, a honrar o meu tempo com sabedoria, a aceitar os altos e baixos e todas as imperfeições (do mundo e as minhas). E que tudo, absolutamente tudo, passa! Meu propósito não é apenas ajudar as pessoas a lidarem com suas perdas, mas aprender a enxergar e ressignificar o que ficou dessa relação. Qual o ensinamento mais valioso que essa pessoa te deixou? Qual o sentido de continuar? O que te move? E quem é você a partir disso? O que é luto?....................................................01 Quanto tempo dura o luto?..............................03 Quais as reações mais frequentes no luto?.....05 Quando buscar ajuda profissional?..................07 Como ajudar a pessoa enlutada?....................09 Datas comemorativas, como lidar?...................14 S U M Á R I O Luto é um processo natural que ocorre quando há o rompimento de um vínculo importante. Por isso, vale ressaltar que não se trata apenas de morte, mas pode acontecer diante do término de um relacionamento, perda de emprego, chegada da aposentadoria, adoecimento (como a amputação, ou a perda da função de algum membro, ou mesmo a perda da saúde), nascimento de um filho com deficiência, mudança de cidade, ou até mesmo em relação às mudanças no ciclo de vida (como a saída da casa dos pais e início da vida adulta). Ou seja, são perdas que causam certa desorganização na maneira de ser e de enxergar o mundo. Esse período de crise frente às mudanças exige da pessoa enlutada uma adaptação para lidar com a nova realidade que se apresenta... O Q U E É L U T O ? “Portanto, amor e perda são duas faces da mesma moeda. Não podemos ter um sem nos arriscar ao outro.” Colin Murray Parkes (Bom, neste ebook eu pretendo focar no luto por morte, ok?! Por isso usarei exemplos mais específicos desta realidade.) 01 Ao perder quem se ama, se perde também a noção de referência, você não consegue mais se ver a partir do olhar desse outro. Com isso, surgem inúmeros questionamentos sobre as próprias crenças, sobre o passado e o futuro, sobre a vida e a morte... Quem sou eu? Quem sou eu agora nesse mundo sem essa pessoa? O que essa pessoa significava na minha vida? Qual o sentido de continuar vivendo? Por que eu existo? Qual o meu propósito? Em que eu acredito? Apesar de dolorido, esse período de crise é fundamental para a adaptação à nova realidade e construção de NOVOS SIGNIFICADOS. O Q U E É L U T O ? 02 Parkes, psiquiatra e grande pesquisador do luto, diz que o luto é a experiência psicológica mais dolorosa que qualquer pessoa irá viver e que, quanto maior é o amor, maior é a dor. Por isso, se fala que o luto é o preço do amor. No fundo, você sofre por amar demais. Mas será que você teria amado menos para sofrer menos agora? Ou será que vale a pena pagar o preço do amor? Mas por que é tão difícil? Quem perdeu alguém sabe que julgamentos como esses são frequentes e parece não ter muita escapatória. Se faz demais, vão falar. Se faz de menos também... Mas diante de tanto falatório, tanta cobrança, será que existe um tempo ideal? Bom, não é possível dar uma resposta exata a essa pergunta, porque o luto não obedece ao tempo cronológico do relógio, mas sim ao tempo interno de cada um. Além disso, apesar do luto acontecer com todos, a sua forma será sempre única, já que depende de diversos fatores como: Q U A N T O T E M P O D U R A O L U T O ? 03 “O tempo sozinho não cura. O tempo aliado à atenção amorosa, sim.” Frank Ostaseski “Nossa, mas você ainda não desmanchou o quarto do seu filho?" "As roupas do seu marido ainda estão no guarda-roupa?" "Mas você já está saindo, sinal de que já superou né?” A fase da vida em que a pessoa se encontra A forma que ocorre a perda (infância, adolescência, fase adulta ou terceira idade); (esperada ou inesperada, traumática); O tipo e intensidadedo vínculo; A presença ou não de rede de apoio (presença de familiares, amigos, suporte de profissionais, grupos de apoio); A presença ou não de espiritualidade, crenças e aspectos socioculturais; Experiências com perdas anteriores; Entre outros... Ah, e tudo isso somado ao universo particular que é cada ser humano! Bom, acho que isso já nos mostra que é inviável fazer um roteiro ou ditar um período exato para a duração do luto, né?! Por isso, comparar o seu processo de luto com o do outro acaba sendo desleal com você! Se for para comparar, compare com você mesmo... Lembre-se, por exemplo, de quando você não conseguia ver foto/vídeo da pessoa amada, porque isso te causava imensa dor e hoje você já é capaz. Os avanços no luto são graduais, mas eles existem! 04 Não tenha pressa de viver o seu luto! Cada um tem seu tempo, seu jeito e seu ritmo de viver esse processo. Embora o processo de luto seja sempre singular, existem algumas reações que são comuns (e até mesmo esperadas) de serem vivenciadas pela pessoa enlutada. Lembrando que serão aqui descritas e separadas de forma didática, mas nem todo mundo apresentará todas essas reações e também não há uma ordem para isso! 05 Q U A I S A S R E A Ç Õ E S M A I S F R E Q U E N T E S N O L U T O ? “Não há maneira "certa" de viver o luto, nem horário, nem caminho definido. E com certeza não há atalhos para ele. O único caminho é atravessá-lo” Frank Ostaseski Reações Físicas: Respiração curta, falta de ar, falta de energia, tensão e/ou fraqueza muscular, hipertensão, alteração no sono e/ou apetite, redução do interesse sexual, choro frequente... Reações Cognitivas: Confusão, alteração na memória, atenção prejudicada ou falta de concentração, sensação de presença (por exemplo, como se a pessoa pudesse chegar a qualquer momento em casa ou como se ainda pudesse visitá-la no hospital), alucinações visuais ou auditivas (ver o rosto da pessoa que morreu em outras pessoas na rua ou ouvir a pessoa te chamar)... Reações Emocionais: Luto não é “só” tristeza, podem aparecer também sensações de culpa, raiva, desamparo, medo, solidão, desesperança, apatia, inveja, ansiedade, irritação, ressentimento... Reações Sociais: Dificuldade para interagir com as pessoas, preferência pelo isolamento, perda de interesse pelas atividades externas (sair de casa, ir para o trabalho, ir para festas ou casa de amigos e familiares), pouca paciência para assuntos "superficiais"... Reações Espirituais: Pode ser um importante recurso de enfrentamento nesse momento para aqueles que encontram conforto em suas crenças, porém pode ser um período de revolta, afastamento e questionamento das crenças prévias (como dúvidas em relação à fé e à religião)... 06 Ou seja, o processo de luto vai estremecer em todos os aspectos aquilo que se tinha como garantido. Tantas mudanças assim podem assustar! O objetivo aqui é destacar a complexidade do luto e suas diversas possibilidades de manifestação. O que devemos sempre nos atentar é com relação à intensidade e à frequência dessas reações! Caso esteja te trazendo prejuízos é fundamental a ajuda de um profissional capacitado. Como o luto é um processo natural, na maioria das vezes ele não precisa de um acompanhamento profissional. Porém, quando há grande dificuldade em aceitar e lidar com a perda, trazendo prejuízos em diversas áreas da vida, é necessário olhar com mais atenção. É possível que se trate de um "luto complicado" (este é o termo mais atual, antes se falava em "luto patológico", mas foi revisto pelo fato do luto não ser mais enquadrado como uma doença! Ainda bem!) Bom, mas identificar se estamos diante de um luto complicado não é tarefa fácil, já que o luto não tem um manual de instrução. No entanto, alguns fatores podem nos indicar dificuldades em sua elaboração: 07 Q U A N D O B U S C A R A J U D A P R O F I S S I O N A L ? Foco extremo na perda e lembranças da pessoa morta; Intenso anseio de encontrar a pessoa (desejo de também morrer para encontrá-la); Dificuldade para aceitar a morte/negação contínua da realidade da perda; “O sofrimento só é intolerável quando ninguém cuida.” Cicely Saunders Dificuldade para retomar as atividades do cotidiano; Estado de humor frequentemente alterado; Isolamento, evitação contínua de contato social; Pensamentos de morte, ideação suicida, comportamentos autodestrutivos; Abuso de substâncias – medicação para dormir, álcool e/ou outras drogas; Sentimentos de que a vida não tem sentido ou propósito; Sintomas físicos persistentes; Entre outros... Lembrando que essas reações também podem aparecer diante de um luto "normal". Porém, no luto complicado observa-se que há uma intensificação e prolongamento dessas reações, ou seja, não se observa uma evolução deste processo. 08 Na nossa sociedade ainda temos o tema "morte" como um tabu, o que dificulta conversarmos abertamente sobre isso e, consequentemente, saber o que fazer/falar quando estamos diante de uma pessoa enlutada. Por isso, acabam sendo comuns dois tipos de atitudes: 09 C O M O A J U D A R U M A P E S S O A E N L U T A D A ? “"Um ouvido disponível tem melhor efeito do que um calmante.” Maria Júlia Kovács “Sumir” temporariamente da vida da pessoa para evitar esses constrangimentos, por não saber exatamente o que falar/fazer e o receio de piorar a situação... Repetir aquelas “frases prontas” que a gente cresce ouvindo as pessoas falarem, sem refletir muito bem sobre seus significados. Até o momento em que você é a pessoa enlutada e escuta as famosas frases, aí se dá conta do quanto ferem e não trazem nenhum tipo de conforto! 10 Eu sei como você está sentindo Algumas das "famosas frases prontas" que NÃO são indicadas: Mas no meu caso foi pior e eu superei Dão a ideia de comparação e até minimização da dor do outro. A dor é sempre única e, neste momento, é a maior dor que ela poderia estar sentindo! Temos que romper com a ideia de que expressar emoções é sinônimo de fraqueza. Não é! Pelo contrário, é natural e saudável que haja espaço para o choro e fragilidades. Você precisa ser forte! Chorar não vai trazer ele de volta Ele está em um lugar melhor Pelo menos viveu por muito tempo Frases que dão a ideia de compensação soam pouco empáticas. Independente de quando, porque e como foi, dói agora e dói muito! 11 Podem soar como cobranças, responsabilidades que talvez a pessoa enlutada ainda não esteja pronta para assumir. Lembra que cada um tem seu tempo? Bom, essas atitudes demonstram que, além de não sabermos lidar com a morte, não sabemos lidar com o sofrimento do outro. E isso é o que mais nos incomoda! Nos sentimos impotentes ao ver o outro chorando, sofrendo e não ter o que fazer para mudar a situação. No fundo, queremos encontrar uma solução, porém, a única solução para a pessoa enlutada, seria ter quem morreu de volta e isso ninguém é capaz de resolver! Têm outras pessoas que precisam de você Você tem que parar de pensar nisso Tá, mas então o que fazer? OUVIR e ESTAR PRESENTE! Mas “só” isso?! Olha, te garanto que isso é mais difícil do que parece! Não estamos acostumados a sustentar e permitir o sofrimento do outro, queremos arrancar a dor a qualquer custo, mas ela faz parte do processo! 12 É fundamental ter pessoas de confiança com quem se possa falar sobre quem morreu sem pudores, sem receios, alguém que esteja disponível para ouvir a mesma história, quantas vezes for preciso, sem julgamentos, sem querer buscar soluções, sem querer comparar com sua própria história. O luto precisa de gente! É estar presente de coração, compartilhar o silêncio, oferecer o ouvido atento, o ombro para o choro, o abraço como conforto. Ah, se as pessoas soubessem o poder dessas atitudes... Mas além dessas atitudes você também pode demonstrar compreensão e empatia pelo sentimento do outro ao se colocar à disposição para auxiliar em atividades práticas da rotina – buscar crianças na escola, ajudar na organizaçãoda casa, preparar o almoço, ir ao mercado, ao banco, resolver questões burocráticas pendentes... Coisas simples, mas que passam a ser custosas para a pessoa enlutada. Lembre-se de que toda a energia ainda está focada na perda. Você também sempre tem a opção de ser sincero, dizer que não sabe como, mas gostaria de poder ajudar! Ou simplesmente: “Sinto muito pela sua perda, estou com você!” “Conte comigo!” E o bom e velho ABRAÇO que diz tudo sem precisar de palavras! Ah, outro ponto importante: 13 Fale sobre quem morreu! As pessoas ficam com medo de falar sobre quem morreu, achando que isso vai trazer mais sofrimento ou vai "lembrar" a pessoa do que aconteceu, sendo que ninguém quer que a pessoa amada seja esquecida. Falar sobre só vai demonstrar que ela permanece viva no coração de outras pessoas também! É muito gostoso saber disso! Poder compartilhar histórias, momentos vividos, memórias, relembrar das falas e manias, poder rir juntos dos defeitos, honrar os ensinamentos... Isso é um presente que você pode dividir com a pessoa enlutada! Além de acalentar o coração, também abre espaço para que ela possa expressar suas emoções, pois sabe que tem alguém disposto a ouvir. 14 Essa é uma dúvida muito frequente entre as pessoas enlutadas. Datas que costumavam ser tão esperadas e comemoradas, agora passam a ter outro significado, sendo comum que o sofrimento se intensifique no dia e até mesmo nos dias que antecedem. Mais uma vez, não tem fórmula exata, nem certo e errado!! Cada um vai precisar ir se experimentando e descobrindo como prefere agir nesses dias, de acordo com o que faz sentido para si. O primeiro ano da perda costuma ser o mais difícil justamente por ser quando se vivenciará tudo pela primeira vez. O primeiro dia das mães, dia dos pais, Páscoa, Natal, o primeiro aniversário seu ou de quem morreu, ou aniversário de namoro/casamento, até mesmo a data de falecimento... Enfim, as datas vão dar aquela "cutucada na ferida", isso é inevitável. D A T A S C O M E M O R A T I V A S , C O M O L I D A R ? "Quando não podemos mais mudar uma situação, somos desafiados a mudar a nós mesmos." Viktor Frankl. 15 Pode ser que nesse início você prefira o isolamento, não comemorar, não sair de casa, não querer ver ninguém e está tudo bem com essa escolha! Deve ser respeitada! Não há nada de errado em recusar convites e optar por ficar quietinha no seu canto. Se permita sentir sua tristeza e seu momento de introspecção. Importante dizer que a sua forma de lidar com esses dias também vai se modificando, já que o luto é um processo dinâmico, então pode ser que em outros momentos você queira agir de forma diferente e tudo bem! Essas datas podem ser uma oportunidade de fazer rituais, de honrar a vida da pessoa que morreu, de manter a presença da pessoa viva de alguma forma. A chave aqui é CONEXÃO! Tá, mas como fazer isso? Aqui vão algumas sugestões que podem auxiliar nesse processo, opte sempre pelo o que faz mais sentido para você! Ouvir músicas, fazer a comida preferida, ir ao lugar predileto, ver fotos/vídeos... Escrever carta Escrever contando as novidades da sua vida; Escrever o que gostaria de ter falado e não conseguiu; Escrever agradecendo pelo tempo que compartilharam em vida; Ou apenas escrever "o que vier à mente" para ajudar a organizar o turbilhão de emoções. 16 Resgatar as memórias afetivas Fazer homenagem Fazer a comida preferida da pessoa ou a receita que aprendeu com ela; Ir ao lugar em que a pessoa gostava (parque, praia, restaurante...); Fazer atividades manuais (desenho, aquarela, cerâmica...) Compartilhar histórias Reunir-se com as pessoas para compartilhar momentos que foram vividos com quem morreu, relembrar histórias, manias, falar da saudade, dos ensinamentos e dos legados deixados. 17 Ou seja, ao invés de tentar fugir desse momento, por que não tentar encarar, entrar em contato e se permitir sentir esse momento? Vai doer? Vai! Vai dar saudade? Vai! Vou chorar? É possível que sim. Mas é um momento de vocês! É uma maneira de olhar para essa dor e tratá-la com amor. Lembrar dos momentos vividos, honrar os ensinamentos que a pessoa deixou e agradecer pela oportunidade que você teve de conviver com ela (por mais breve que tenha sido o tempo, o que vale é o vínculo e a intensidade do encontro!). Ir ao cemitério ou local em que foram jogadas as cinzas; Resgatar a espiritualidade, acender uma vela, ir ao culto, templo, igreja, orar; Estar em contato com a natureza; Enfim, aquilo que estiver de acordo com as suas crenças. Praticar rituais Espero ter contribuído esclarecendo alguns aspectos fundamentais sobre o luto, mas também te convidando a refletir e a se permitir vivenciar o seu processo! E N T R E E M C O N T A T O C O M I G O @psibranquinho (48)99981-1861 mariannebranquinho@gmail.com Chegamos ao fim... Novembro, 2020. ARANTES A. C. Q.(2016) A morte é um dia que vale a pena viver. Rio de Janeiro: Casa da Palavra. OSTASESKI F. (2018) Os cinco convites – descobrindo o que a morte pode nos ensinar sobe viver plenamente. Rio de Janeiro: Sextante. PARKES, C. M. (2009). Amor e perda: As raízes do luto e suas complicações. São Paulo: Summus. SOARES, E. G. B.; MAUTONI, M. A. A. G. (2013). Conversando sobre o luto. São Paulo: Ágora. WORDEN, J. W. (2013). Aconselhamento do luto e terapia do luto: um manual para profissionais de saúde mental. Sao Paulo, SP: Roca. M A T E R I A I S D E A P O I O
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