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PORTUGUÊS LINGUAGENS I 1. (Enem PPL 2019) O mato do Mutúm é um enorme mundo preto, que nasce dos buracões e sobe a serra. O guará-lobo trota a vago no campo. As pessôas mais velhas são inimigas dos meninos. Soltam e estumam cachorros, para ir matar os bichinhos assustados – o tatú que se agarra no chão dando guinchos suplicantes, os macacos que fazem artes, o coelho que mesmo até quando dorme todo-tempo sonha que está sendo perseguido. O tatú levanta as mãozinhas cruzadas, ele não sabe – e os cachorros estão rasgando o sangue dele, e ele pega a sororocar. O tamanduá. Tamanduá passeia no cerrado, na beira do capoeirão. Ele conhece as árvores, abraça as árvores. Nenhum nem pode rezar, triste é o gemido deles campeando socôrro. Todo choro suplicando por socôrro é feito para Nossa Senhora, como quem diz a salve-rainha. Tem uma Nossa Senhora velhinha. Os homens, pé-ante-pé, indo a peitavento, cercaram o casal de tamanduás, encantoados contra o barranco, o casal de tamanduás estavam dormindo. Os homens empurraram com a vara de ferrão, com pancada bruta, o tamanduá que se acordava. Deu som surdo, no corpo do bicho, quando bateram, o tamanduá caiu pra lá, como um colchão velho. ROSA, G. Noites do sertão (Corpo de baile). Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2016. Na obra de Guimarães Rosa, destaca-se o aspecto afetivo no contorno da paisagem dos sertões mineiros. Nesse fragmento, o narrador empresta à cena uma expressividade apoiada na a) plasticidade de cores e sons dos elementos nativos. b) dinâmica do ataque e da fuga na luta pela sobrevivência. c) religiosidade na contemplação do sertanejo e de seus costumes. d) correspondência entre práticas e tradições e a hostilidade do campo. e) humanização da presa em contraste com o desdém e a ferocidade do homem. 2. (Enem PPL 2019) As alegres meninas que passam na rua, com suas pastas escolares, às vezes com seus namorados. As alegres meninas que estão sempre rindo, comentando o besouro que entrou na classe e pousou no vestido da professora; essas meninas; essas coisas sem importância. O uniforme as despersonaliza, mas o riso de cada uma as diferencia. Riem alto, riem musical, riem desafinado, riem sem motivo; riem. Hoje de manhã estavam sérias, era como se nunca mais voltassem a rir e falar coisas sem importância. Faltava uma delas. O jornal dera notícia do crime. O corpo da menina encontrado naquelas condições, em lugar ermo. A selvageria de um tempo que não deixa mais rir. As alegres meninas, agora sérias, tornaram-se adultas de uma hora para outra; essas mulheres. ANDRADE, C. D. Essas meninas. Contos plausíveis. Rio de Janeiro: José Olympio, 1985. No texto, há recorrência do emprego do artigo “as” e do pronome “essas”. No último parágrafo, esse recurso linguístico contribui para a) intensificar a ideia do súbito amadurecimento. b) indicar a falta de identidade típica da adolescência. c) organizar a sequência temporal dos fatos narrados. d) complementar a descrição do acontecimento trágico. e) expressar a banalidade dos assuntos tratados na escola. 3. (Enem 2019) HELOÍSA: Faz versos? PINOTE: Sendo preciso... Quadrinhas... Acrósticos... Sonetos... Reclames. HELOÍSA: Futuristas? PINOTE: Não senhora! Eu já fui futurista. Cheguei a acreditar na independência... Mas foi uma tragédia! Começaram a me tratar de maluco. A me olhar de esguelha. A não me receber mais. As crianças choravam em casa. Tenho três filhos. No jornal também não pagavam, devido à crise. Precisei viver de bicos. Ah! Reneguei tudo. Arranjei aquele instrumento (Mostra a faca) e fiquei passadista. ANDRADE, O. O rei da vela. São Paulo: Globo, 2003. O fragmento da peça teatral de Oswald de Andrade ironiza a reação da sociedade brasileira dos anos 1930 diante de determinada vanguarda europeia. Nessa visão, atribui-se ao público leitor uma postura a) preconceituosa, ao evitar formas poéticas simplificadas. b) conservadora, ao optar por modelos consagrados. c) preciosista, ao preferir modelos literários eruditos. d) nacionalista, ao negar modelos estrangeiros. e) eclética, ao aceitar diversos estilos poéticos. 4. (Enem 2019) Inverno! inverno! inverno! Tristes nevoeiros, frios negrumes da longa treva boreal, descampados de gelo cujo limite escapa-nos sempre, desesperadamente, para lá do horizonte, perpétua solidão inóspita, onde apenas se ouve a voz do vento que passa uivando como uma legião de lobos, através da cidade de catedrais e túmulos de cristal na planície, fantasmas que a miragem povoam e animam, tudo isto: decepções, obscuridade, solidão, desespero e a hora invisível que passa como o vento, tudo isto é o frio inverno da vida. Há no espírito o luto profundo daquele céu de bruma dos lugares onde a natureza dorme por meses, à espera do sol avaro que não vem. POMPEIA, R. Canções sem metro. Campinas: Unicamp, 2013. Reconhecido pela linguagem impressionista, Raul Pompeia desenvolveu-a na prosa poética, em que se observa a) imprecisão no sentido dos vocábulos. b) dramaticidade como elemento expressivo. c) subjetividade em oposição à verossimilhança. d) valorização da imagem com efeito persuasivo. e) plasticidade verbal vinculada à cadência melódica. 5. (Enem 2019) Ed Mort só vai Mort. Ed Mort. Detetive particular. Está na plaqueta. Tenho um escritório numa galeria de Copacabana entre um fliperama e uma loja de carimbos. Dá só para o essencial, um telefone mudo e um cinzeiro. Mas insisto numa mesa e numa cadeira. Apesar do protesto das baratas. Elas não vencerão. Comprei um jogo de máscaras. No meu trabalho o disfarce é essencial. Para escapar dos credores. Outro dia entrei na sala e vi a cara do King Kong andando pelo chão. As baratas estavam roubando as máscaras. Espisoteei meia dúzia. As outras atacaram a mesa. Consegui salvar a minha Bic e o jornal. O jornal era novo, tinha só uma semana. Mas elas levaram a agenda. Saí ganhando. A agenda estava em branco. Meu último caso fora com a funcionária do Erótica, a primeira ótica da cidade com balconista topless. Acabara mal. Mort. Ed Mort. Está na plaqueta. VERISSIMO, L. F. Ed Mort: todas as histórias. Porto Alegre: L&PM, 1997 (adaptado). Nessa crônica, o efeito de humor é basicamente construído por uma a) segmentação de enunciados baseada na descrição dos hábitos do personagem. b) ordenação dos constituintes oracionais na qual se destaca o núcleo verbal. c) estrutura composicional caracterizada pelo arranjo singular dos períodos. d) sequenciação narrativa na qual se articulam eventos absurdos. e) seleção lexical na qual predominam informações redundantes. 6. (Enem PPL 2019) Prezada senhorita, Tenho a honra de comunicar a V. S. que resolvi, de acordo com o que foi conversado com seu ilustre progenitor, o tabelião juramentado Francisco Guedes, estabelecido à Rua da Praia, número 632, dar por encerrados nossos entendimentos de noivado. Como passei a ser o contabilista-chefe dos Armazéns Penalva, conceituada firma desta praça, não me restará, em face dos novos e pesados encargos, tempo útil para os deveres conjugais. Outrossim, participo que vou continuar trabalhando no varejo da mancebia, como vinha fazendo desde que me formei em contabilidade em 17 de maio de 1932, em solenidade presidida pelo Exmo. Sr. Presidente do Estado e outras autoridades civis e militares, bem assim como representantes da Associação dos Varejistas e da Sociedade Cultural e Recreativa José de Alencar. Sem mais, creia-me de V. S. patrício e admirador, Sabugosa de Castro CARVALHO, J. C. Amor de contabilista. In: Porque Lulu Bergatim não atravessou o Rubicon. Rio de Janeiro: José Olympio, 1971. A exploração da variação linguística é um elemento que pode provocar situações cômicas. Nesse texto, o tom de humor decorre da incompatibilidadeentre a) o objetivo de informar e a escolha do gênero textual. b) a linguagem empregada e os papéis sociais dos interlocutores. c) o emprego de expressões antigas e a temática desenvolvida no texto. d) as formas de tratamento utilizadas e as exigências estruturais da carta. e) o rigor quanto aos aspectos formais do texto e a profissão do remetente. 7. (Enem 2019) Menina A máquina de costura avançava decidida sobre o pano. Que bonita que a mãe era, com os alfinetes na boca. Gostava de olhá-la calada, estudando seus gestos, enquanto recortava retalhos de pano com a tesoura. Interrompia às vezes seu trabalho, era quando a mãe precisava da tesoura. Admirava o jeito decidido da mãe ao cortar pano, não hesitava nunca, nem errava. A mãe sabia tanto! Tita chamava-a de ( ) como quem diz ( ). Tentava não pensar as palavras, mas sabia que na mesma hora da tentativa tinha-as pensado. Oh, tudo era tão difícil. A mãe saberia o que ela queria perguntar-lhe intensamente agora quase com fome depressa depressa antes de morrer, tanto que não se conteve e – Mamãe, o que é desquitada? – atirou rápida com uma voz sem timbre. Tudo ficou suspenso, se alguém gritasse o mundo acabava ou Deus aparecia – sentia Ana Lúcia. Era muito forte aquele instante, forte demais para uma menina, a mãe parada com a tesoura no ar, tudo sem solução podendo desabar a qualquer pensamento, a máquina avançando desgovernada sobre o vestido de seda brilhante espalhando luz luz luz. ÂNGELO. I. Menina. In: A face horrível. São Paulo: Lazuli, 2017. Escrita na década de 1960, a narrativa põe em evidência uma dramaticidade centrada na a) insinuação da lacuna familiar gerada pela ausência da figura paterna. b) associação entre a angústia da menina e a reação intempestiva da mãe. c) relação conflituosa entre o trabalho doméstico e a emancipação feminina. d) representação de estigmas sociais modulados pela perspectiva da criança. e) expressão de dúvidas existenciais intensificadas pela percepção do abandono. 8. (Enem PPL 2019) 19-11-1959 Eu a conheci da primeira vez em que estive aqui. Parece-me que é esquizofrênica, caso crônico, doente há mais de vinte anos – não estou bem certa. Foi transferida para a Colônia Juliano Moreira e nunca mais a vi. [...] À tarde, quando ia lá, pedia-lhe para cantar a ária da Bohème, “Valsa da Musetta”. Dona Georgiana, recortada no meio do pátio, cantava – e era de doer o coração. As dementes, descalças e rasgadas, paravam em surpresa, rindo bonito em silêncio, os rostos transformados. Outras, sentadas no chão úmido, avançavam as faces inundadas de presença – elas que eram tão distantes. Os rostos fulgiam por instantes, irisados e indestrutíveis. Me deixava imóvel, as lágrimas cegando-me. Dona Georgiana cantava: cheia de graça, os olhos azuis sorrindo, aquele passado tão presente, ela que fora, ela que era, se elevando na limpidez das notas, minhas lágrimas descendo caladas, o pátio de mulheres existindo em dor e beleza. A beleza terrífica que Puccini não alcançou: uma mulher descalça, suja, gasta, louca, e as notas saindo-lhe em tragicidade difícil e bela demais – para existir fora de um hospício. CANÇADO, M. L. Hospício é Deus. Belo Horizonte: Autêntica, 2015. O diário da autora, como interna de hospital psiquiátrico, configura um registro singular, fundamentado por uma percepção que a) atenua a realidade do sofrimento por meio da música. b) redimensiona a essência humana tocada pela sensibilidade. c) evidencia os efeitos dos maus-tratos sobre a imagem feminina. d) transfigura o cotidiano da internação pelo poder de se emocionar. e) aponta para a recuperação da saúde mental graças à atividade artística. 9. (Enem PPL 2019) Biografia de Pasárgada Quando eu tinha meus 15 anos e traduzia na classe de grego do D. Pedro II a Ciropédia fiquei encantado com o nome dessa cidadezinha fundada por Ciro, o Antigo, nas montanhas do sul da Pérsia, para lá passar os verões. A minha imaginação de adolescente começou a trabalhar, e vi Pasárgada e vivi durante alguns anos em Pasárgada. Mais de vinte anos depois, num momento de profundo desânimo, saltou-me do subconsciente este grito de evasão: “Vou-me embora pra Pasárgada!” Imediatamente senti que era a célula de um poema. Peguei do lápis e do papel, mas o poema não veio. Não pensei mais nisso. Uns cinco anos mais tarde, o mesmo grito de evasão nas mesmas circunstâncias. Desta vez, o poema saiu quase ao correr da pena. Se há belezas em “Vou-me embora pra Pasárgada!”, elas não passam de acidentes. Não construí o poema, ele construiu-se em mim, nos recessos do subconsciente, utilizando as reminiscências da infância – as histórias que Rosa, minha ama-seca mulata, me contava, o sonho jamais realizado de uma bicicleta etc. BANDEIRA, M. Itinerário de Pasárgada. São Paulo: Global, 2012. O texto é um depoimento de Manuel Bandeira a respeito da criação de um de seus poemas mais conhecidos. De acordo com esse depoimento, o fazer poético em “Vou- me embora pra Pasárgada!” a) acontece de maneira progressiva, natural e pouco intencional. b) decorre de uma inspiração fulminante, num momento de extrema emoção. c) ratifica as informações do senso comum de que Pasárgada é a representação de um lugar utópico. d) resulta das mais fortes lembranças da juventude do poeta e de seu envolvimento com a literatura grega. e) remete a um tempo da vida de Manuel Bandeira marcado por desigualdades sociais e econômicas. 10. (Enem PPL 2019) – Não digo que seja uma mulher perdida, mas recebeu uma educação muito livre, saracoteia sozinha por toda a cidade e não tem podido, por conseguinte, escapar à implacável maledicência dos fluminenses. Demais, está habituada ao luxo, ao luxo da rua, que é o mais caro; em casa arranjam-se ela e a tia sabe Deus como. Não é mulher com quem a gente se case. Depois, lembra-te que apenas começas e não tens ainda onde cair morto. Enfim, és um homem: faze o que bem te parecer. Essas palavras, proferidas com uma franqueza por tantos motivos autorizada, calaram no ânimo do bacharel. Intimamente ele estimava que o velho amigo de seu pai o dissuadisse de requestar a moça, não pelas consequências morais do casamento, mas pela obrigação, que este lhe impunha, de satisfazer uma dívida de vinte contos de réis, quando, apesar de todos os seus esforços, não conseguira até então pôr de parte nem o terço daquela quantia. AZEVEDO, A. A dívida. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 20 ago. 2017. O texto, publicado no fim do século XIX, traz à tona representações sociais da sociedade brasileira da época. Em consonância com a estética realista, traços da visão crítica do narrador manifestam-se na a) caracterização pejorativa do comportamento da mulher solteira. b) concepção irônica acerca dos valores morais inerentes à vida conjugal. c) contraposição entre a idealização do amor e as imposições do trabalho. d) expressão caricatural do casamento pelo viés do sentimentalismo burguês. e) sobreposição da preocupação financeira em relação ao sentimento amoroso. 11. (Enem 2019) 1. Nós queremos cantar o amor ao perigo, o hábito da energia e da temeridade. 2. A coragem, a audácia, a rebelião serão elementos essenciais de nossa poesia. 3. A literatura exaltou até hoje a imobilidade pensativa, o êxtase, o sono. Nós queremos exaltar o movimento agressivo, a insônia febril, o passo de corrida, o salto mortal, o bofetão e o soco. 4. Nós afirmamos que a magnificência do mundo enriqueceu-se de uma beleza nova: a beleza da velocidade. Um automóvel de corrida com seu cofre enfeitado com tubos grossos, semelhantes a serpentes de hálito explosivo... um automóvel rugidor, que parece correr sobre a metralha, é mais bonito que a Vitória de Samotrácia.5. Nós queremos entoar hinos ao homem que segura o volante, cuja haste ideal atravessa a Terra, lançada também numa corrida sobre o circuito da sua órbita. 6. É preciso que o poeta prodigalize com ardor, fausto e munificiência, para aumentar o entusiástico fervor dos elementos primordiais. MARINETTI, F. T. Manifesto futurista. In: TELES, G. M. Vanguardas europeias e Modernismo brasileiro. Petrópolis: Vozes, 1985. O documento de Marinetti, de 1909, propõe os referenciais estéticos do Futurismo, que valorizam a a) composição estática. b) inovação tecnológica. c) suspensão do tempo. d) retomada do helenismo. e) manutenção das tradições. 12. (Enem PPL 2019) As cores Maria Alice abandonou o livro onde seus dedos longos liam uma história de amor. Em seu pequeno mundo de volumes, de cheiros, de sons, todas aquelas palavras eram a perpétua renovação dos mistérios em cujo seio sua imaginação se perdia. [...] Como seria cor e o que seria? [...]. Era, com certeza, a nota marcante de todas as coisas para aqueles cujos olhos viam, aqueles olhos que tantas vezes palpara com inveja calada e que se fechavam, quando os tocava, sensíveis como pássaros assustados, palpitantes de vida, sob seus dedos trêmulos, que diziam ser claros. Que seria o claro, afinal? Algo que aprendera, de há muito, ser igual ao branco. [...] E agora Maria Alice voltava outra vez ao Instituto. E ao grande amigo que lá conhecera. [...]. Lembrava-se da ternura daquela voz, da beleza daquela voz. De como se adivinhavam entre dezenas de outros e suas mãos se encontravam. De como as palavras de amor tinham irrompido e suas bocas se encontrado... De como um dia seus pais haviam surgido inesperadamente no Instituto e a haviam levado à sala do diretor e se haviam queixado da falta de vigilância e moralidade no estabelecimento. E de como, no momento em que a retiravam e quando ela disse que pretendia se despedir de um amigo pelo qual tinha grande afeição e com quem se queria casar, o pai exclamara, horrorizado: – Você não tem juízo, criatura? Casar-se com um mulato? Nunca! Mulato era cor. Estava longe aquele dia. Estava longe o Instituto, ao qual não saberia voltar, do qual nunca mais tivera notícia, e do qual somente restara o privilégio de caminhar sozinha pelo reino dos livros, tão parecido com a vida dos outros, tão cheio de cores.. . LESSA, O. Seleta de Orígenes Lessa. Rio de Janeiro: José Olympio, 1973. No texto, a condição da personagem e os desdobramentos da narrativa conduzem o leitor a compreender o(a) a) percepção das cores como metáfora da discriminação racial. b) privação da visão como elemento definidor das relações humanas. c) contraste entre as representações do amor de diferentes gerações. d) prevalência das diferenças sociais sobre a liberdade das relações afetivas. e) embate entre a ingenuidade juvenil e a manutenção de tradições familiares. 13. (Enem PPL 2019) Alegria, alegria Que maravilhoso país o nosso, onde se pode contratar quarenta músicos para tocar um uníssono. (Mile Davis, durante uma gravação) antes havia orlando silva & flauta, e até mesmo no meio do meio-dia. antes havia os prados e os bosques na gravura dos meus olhos. antes de ontem o céu estava muito azul e eu & ela passamos por baixo desse céu. ao mesmo tempo, com medo dos cachorros e sem muita pressa de chegar do lado de lá. do lado de cá não resta quase ninguém. apenas os sapatos polidos refletem os automóveis que, por sua vez, polidos, refletem os sapatos... VELOSO, C. Seleção de textos. São Paulo: Abril Educação, 1981. Quanto ao seu aspecto formal, a escrita do texto de Caetano Veloso apresenta um(a) a) escolha lexical permeada por estrangeirismos e neologismos. b) regra típica da escrita contemporânea comum em textos da internet. c) padrão inusitado, com um registro próprio, decorrente da criação poética. d) nova sintaxe, identificada por uma reorganização da articulação entre as frases. e) emprego inadequado da norma-padrão, gerador de incompreensão comunicativa. 14. (Enem 2019) Os subúrbios do Rio de Janeiro foram a primeira coisa a aparecer no mundo, antes mesmo dos vulcões e dos cachalotes, antes de Portugal invadir, antes do Getúlio Vargas mandar construir casas populares. O bairro do Queím, onde nasci e cresci, é um deles. Aconchegado entre o Engenho Novo e Andaraí, foi feito daquela argila primordial, que se aglutinou em diversos formatos: cães soltos, moscas e morros, uma estação de trem, amendoeiras e barracos e sobrados, botecos e arsenais de guerra, armarinhos e bancas de jogo do bicho e um terreno enorme reservado para o cemitério. Mas tudo ainda estava vazio: faltava gente. Não demorou. As ruas juntaram tanta poeira que o homem não teve escolha a não ser passar a existir, para varrê-las. À tardinha, sentar na varanda das casas e reclamar da pobreza, falar mal dos outros e olhar para as calçadas encardidas de sol, os ônibus da volta do trabalho sujando tudo de novo. HERINGER, V. O amor dos homens avulsos. São Paulo: Cia. das Letras, 2016. Traçando a gênese simbólica de sua cidade, o narrador imprime ao texto um sentido estético fundamentado na a) excentricidade dos bairros cariocas de sua infância. b) perspectiva caricata da paisagem de traços deteriorados. c) importância dos fatos relacionados à história dos subúrbios. d) diversidade dos tipos humanos identificados por seus hábitos. e) experiência do cotidiano marcado pelas. necessidades e urgências. 15. (Enem PPL 2019) A máquina extraviada Você sempre pergunta pelas novidades daqui deste sertão, e finalmente posso lhe contar uma importante. Fique o compadre sabendo que agora temos aqui uma máquina imponente, que está entusiasmando todo o mundo. Desde que ela chegou – não me lembro quando, não sou muito bom em lembrar datas – quase não temos falado em outra coisa; e da maneira que o povo aqui se apaixona até pelos assuntos mais infantis, é de admirar que ninguém tenha brigado ainda por causa dela, a não ser os políticos. [...] Já existe aqui um movimento para declarar a máquina monumento municipal. [...] Dizem que a máquina já tem feito até milagre, mas isso – aqui para nós – eu acho que é exagero de gente supersticiosa, e prefiro não ficar falando no assunto. Eu – e creio que também a grande maioria dos munícipes – não espero dela nada em particular; para mim basta que ela fique onde está, nos alegrando, nos inspirando, nos consolando. VEIGA, J. J. A máquina extraviada: contos. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1974. Qual procedimento composicional caracteriza a construção do texto? a) As intervenções explicativas do narrador. b) A descrição de uma situação hipotética. c) As referências à crendice popular. d) A objetividade irônica do relato. e) As marcas de interlocução. 16. (Enem 2019) Meu caro Sherlock Holmes, algo horrível aconteceu às três da manhã no Jardim Lauriston. Nosso homem que estava na vigia viu uma luz às duas da manhã saindo de uma casa vazia. Quando se aproximou, encontrou a porta aberta e, na sala da frente, o corpo de um cavalheiro bem vestido. Os cartões que estavam em seu bolso tinham o nome de Enoch J. Drebber, Cleveland, Ohio, EUA. Não houve assalto e nosso homem não conseguiu encontrar algo que indicasse como ele morreu. Não havia marcas de sangue, nem feridas nele. Não sabemos como ele entrou na casa vazia. Na verdade, todo assunto é um quebra-cabeça sem fim. Se puder vir até a casa seria ótimo, se não, eu lhe conto os detalhes e gostaria muito de saber sua opinião. Atenciosamente, Tobias Gregson. DOYLE, A. C. Um estudo em vermelho. Cotia: Pé de Letra, 2017. Considerando o objetivo da carta de Tobias Gregson, a sequência de enunciados negativos presente nesse texto tem a função de a) restringir a investigação,deixando-a sob a responsabilidade do autor da carta. b) refutar possíveis causas da morte do cavalheiro, auxiliando na investigação. c) identificar o local da cena do crime, localizando-o no Jardim Lauriston. d) introduzir o destinatário da carta, caracterizando sua personalidade. e) apresentar o vigia, incluindo-o entre os suspeitos do assassinato. 17. (Enem PPL 2019) As montanhas correm agora, lá fora, umas atrás das outras, hostis e espectrais, desertas de vontades novas que as humanizem, esquecidas já dos antigos homens lendários que as povoaram e dominaram. Carregam nos seus dorsos poderosos as pequenas cidades decadentes, como uma doença aviltante e tenaz, que se aninhou para sempre em suas dobras. Não podendo matá-las de todo ou arrancá-las de si e vencer, elas resignam-se e as ocultam com sua vegetação escura e densa, que lhes serve de coberta, e resguardam o seu sonho imperial de ferro e ouro. PENNA, C. Fronteira. Rio de Janeiro: Artium, 2001. As soluções de linguagem encontradas pelo narrador projetam uma perspectiva lírica da paisagem contemplada. Essa projeção alinha-se ao poético na medida em que a) explora a identidade entre o homem e a natureza. b) reveste o inanimado de vitalidade e ressentimento. c) congela no tempo a prosperidade de antigas cidades. d) destaca a estética das formas e das cores da paisagem. e) captura o sentido da ruína causada pela extração mineral. 18. (Enem PPL 2019) A nossa emotividade literária só se interessa pelos populares do sertão, unicamente porque são pitorescos e talvez não se possa verificar a verdade de suas criações. No mais é uma continuação do exame de português, uma retórica mais difícil, a se desenvolver por este tema sempre o mesmo: Dona Dulce, moça de Botafogo em Petrópolis, que se casa com o Dr. Frederico. O comendador seu pai não quer porque o tal Dr. Frederico, apesar de doutor, não tem emprego. Dulce vai à superiora do colégio de irmãs. Esta escreve à mulher do ministro, antiga aluna do colégio, que arranja um emprego para o rapaz. Está acabada a história. É preciso não esquecer que Frederico é moço pobre, isto é, o pai tem dinheiro, fazenda ou engenho, mas não pode dar uma mesada grande. Está aí o grande drama de amor em nossas letras, e o tema de seu ciclo literário. BARRETO, L. Vida e morte de MJ Gonzaga de Sá. Disponível em: www.brasiliana.usp.br. Acesso em: 10 ago. 2017. Situado num momento de transição, Lima Barreto produziu uma literatura renovadora em diversos aspectos. No fragmento, esse viés se fundamenta na a) releitura da importância do regionalismo. b) ironia ao folhetim da tradição romântica. c) desconstrução da formalidade parnasiana. d) quebra da padronização do gênero narrativo. e) rejeição à classificação dos estilos de época. 19. (Enem PPL 2019) Canção No desequilíbrio dos mares, as proas giram sozinhas… Numa das naves que afundaram é que certamente tu vinhas. Eu te esperei todos os séculos sem desespero e sem desgosto, e morri de infinitas mortes guardando sempre o mesmo rosto. Quando as ondas te carregaram meus olhos, entre águas e areias, cegaram como os das estátuas, a tudo quanto existe alheias. Minhas mãos pararam sobre o ar e endureceram junto ao vento, e perderam a cor que tinham e a lembrança do movimento. E o sorriso que eu te levava desprendeu-se e caiu de mim: e só talvez ele ainda viva dentro destas águas sem fim. MEIRELES, C. In: SECCHIN, A. C. (Org.). Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001. Na composição do poema, o tom elegíaco e solene manifesta uma concepção de lirismo fundada na a) contradição entre a vontade da espera pelo ser amado e o desejo de fuga. b) expressão do desencanto diante da impossibilidade da realização amorosa. c) associação de imagens díspares indicativas de esperança no amor futuro. d) recusa à aceitação da impermanência do sentimento pela pessoa amada. e) consciência da inutilidade do amor em relação à inevitabilidade da morte. 20. (Enem 2019) Toca a sirene na fábrica, e o apito como um chicote bate na manhã nascente e bate na tua cama no sono da madrugada. Ternuras da áspera lona pelo corpo adolescente. É o trabalho que te chama. Às pressas tomas o banho, tomas teu café com pão, tomas teu lugar no bote no cais do Capibaribe. Deixas chorando na esteira teu filho de mãe solteira. Levas ao lado a marmita, contendo a mesma ração do meio de todo o dia, a carne-seca e o feijão. De tudo quanto ele pede dás só bom-dia ao patrão, e recomeças a luta na engrenagem da fiação. MOTA, M. Canto ao meio. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1964. Nesse texto, a mobilização do uso padrão das formas verbais e pronominais a) ajuda a localizar o enredo num ambiente estático. b) auxilia na caracterização física do personagem principal. c) acrescenta informações modificadoras às ações dos personagens. d) alterna os tempos da narrativa, fazendo progredir as ideias do texto. e) está a serviço do projeto poético, auxiliando na distinção dos referentes. 21. (Enem 2019) Essa lua enlutada, esse desassossego A convulsão de dentro, ilharga Dentro da solidão, corpo morrendo Tudo isso te devo. E eram tão vastas As coisas planejadas, navios, Muralhas de marfim, palavras largas Consentimento sempre. E seria dezembro. Um cavalo de jade sob as águas Dupla transparência, fio suspenso Todas essas coisas na ponta dos teus dedos E tudo se desfez no pórtico do tempo Em lívido silêncio. Umas manhãs de vidro Vento, a alma esvaziada, um sol que não vejo Também isso te devo. HILST, H. Júbilo, memória, noviciado da paixão. São Paulo: Cia. Das Letras, 2018. No poema, o eu lírico faz um inventário de estados passados espelhados no presente. Nesse processo, aflora o a) cuidado em apagar da memória os restos do amor. b) amadurecimento revestido de ironia e desapego. c) mosaico de alegrias formado seletivamente. d) desejo reprimido convertido em delírio. e) arrependimento dos erros cometidos. 22. (Enem 2019) Uma ouriça Se o de longe esboça lhe chegar perto, se fecha (convexo integral de esfera), se eriça (bélica e multiespinhenta): e, esfera e espinho, se ouriça à espera. Mas não passiva (como ouriço na loca); nem só defensiva (como se eriça o gato) sim agressiva (como jamais o ouriço), do agressivo capaz de bote, de salto (não do salto para trás, como o gato): daquele capaz de salto para o assalto. Se o de longe lhe chega em (de longe), de esfera aos espinhos, ela se desouriça. Reconverte: o metal hermético e armado na carne de antes (côncava e propícia), as molas felinas (para o assalto), nas molas em espiral (para o abraço). MELO NETO, J. C. A educação pela pedra. Rio de Janeiro; Nova Fronteira, 1997 Com apuro formal, o poema tece um conjunto semântico que metaforiza a atitude feminina de a) tenacidade transformada em brandura. b) obstinação traduzida em isolamento. c) inércia provocada pelo desejo platônico. d) irreverência cultivada de forma cautelosa. e) desconfiança consumada pela intolerância. 23. (Enem PPL 2019) A Esbraseia o Ocidente na agonia O sol... Aves em bandos destacados, Por céus de ouro e púrpura raiados, Fogem... Fecha-se a pálpebra do dia... Delineiam-se além da serrania Os vértices de chamas aureolados, E em tudo, em torno, esbatem derramados Uns tons suaves de melancolia. Um mundo de vapores no ar flutua... Como uma informe nódoa avulta e cresce A sombra à proporção que a luz recua. A natureza apática esmaece... Pouco a pouco, entre as árvores, a lua Surge trêmula, trêmula... Anoitece. CORRÊA, R. Disponívelem: www.brasiliana.usp.br. Acesso em: 13 ago. 2017. Composição de formato fixo, o soneto tornou-se um modelo particularmente ajustado à poesia parnasiana. No poema de Raimundo Corrêa, remete(m) a essa estética a) as metáforas inspiradas na visão da natureza. b) a ausência de emotividade pelo eu lírico. c) a retórica ornamental desvinculada da realidade. d) o uso da descrição como meio de expressividade. e) o vínculo a temas comuns à Antiguidade Clássica. 24. (Enem 2019) A viagem Que coisas devo levar nesta viagem em que partes? As cartas de navegação só servem a quem fica. Com que mapas desvendar um continente que falta? Estrangeira do teu corpo tão comum quantas línguas aprender para calar-me? Também quem fica procura um oriente. Também a quem fica cabe uma paisagem nova e a travessia insone do desconhecido e a alegria difícil da descoberta. O que levas do que fica, o que, do que levas, retiro? MARQUES, A. M. In: SANT’ANNA, A (Org.). Rua Aribau. Porto Alegre: Tag, 2018. A viagem e a ausência remetem a um repertório poético tradicional. No poema, a voz lírica dialoga com essa tradição, repercutindo a a) saudade como experiência de apatia. b) presença da fragmentação da identidade. c) negação do desejo como expressão de culpa. d) persistência da memória na valorização do passado. e) revelação de rumos projetada pela vivência da solidão. 25. (Enem PPL 2019) Há casais que jogam com os sonhos como se jogassem tênis. Ficam à espera do momento certo para a cortada. O jogo de tênis é assim: recebe-se o sonho do outro para destruí-lo, arrebentá-lo como bolha de sabão. O que se busca é ter razão e o que se ganha é o distanciamento. Aqui, quem ganha, sempre perde. Já no frescobol é diferente. O sonho do outro é um brinquedo que deve ser preservado, pois sabe-se que, se é sonho, é coisa delicada, do coração. Assim cresce o amor. Ninguém ganha para que os dois ganhem. E se deseja então que o outro viva sempre, eternamente, para que o jogo nunca tenha fim… ALVES, R. Tênis X Frescobol. As melhores crônicas de Rubem Alves. Campinas: Papirus, 2012. O texto de Rubem Alves faz uma analogia entre dois jogos que utilizam raquetes e as diferentes formas de as pessoas se relacionarem afetivamente, de modo que a) o tênis indica um jogo em que a cooperação predomina, o que representa o distanciamento na relação entre as pessoas. b) o tênis indica um jogo em que a competição é predominante, o que representa um sonho comum no relacionamento entre pessoas. c) o frescobol indica um jogo em que a cooperação prevalece, o que simboliza o compartilhamento de sonhos entre as pessoas no relacionamento. d) o frescobol indica um jogo em que a competição prevalece, o que simboliza um relacionamento em que uma pessoa busca destruir o sonho da outra. e) o frescobol e o tênis indicam, respectivamente, situações de competição e cooperação, o que ilustra os diferentes sonhos das pessoas no relacionamento. 26. (Enem PPL 2019) Menino de cidade – Papai, você deixa eu ter um cachorro no meu sítio? – Deixo. – E um porquinho-da-índia? E ariranha? E macaco e quatro cabritos? E duzentos e vinte pombas? E um boi? E vaca? E rinoceronte? – Rinoceronte não pode. – Tá bem, mas cavalo pode, não pode? O sítio é apenas um terreno no estado do Rio sem maiores perspectivas imediatas. Mas o garoto precisa acreditar no sítio como outras pessoas precisam acreditar no céu. O céu dele é exatamente o da festa folclórica, a bicharada toda e ele, que nasceu no Rio e vive nesta cidade sem animais. CAMPOS, P. M. Balé do pato e outras crônicas. São Paulo: Ática, 1988. Nessa crônica, a repetição de estruturas sintáticas, além de fazer o texto progredir, ainda contribui para a construção de seu sentido, a) demarcando o diálogo desenvolvido entre o pai e o menino criado na cidade. b) opondo a cidade sem animais a um sítio habitado por várias espécies diferentes. c) revelando a ansiedade do menino em relação aos bichos que poderia ter em seu sítio. d) pondo em foco os animais como temática central da história narrada nessa prosa ficcional. e) indicando a falta de ânimo do pai, sem maiores perspectivas futuras em relação ao terreno. 27. (Enem PPL 2019) No que diz respeito ao uso de recursos expressivos em diferentes linguagens, o cartum produz humor brincando com a a) caracterização da linguagem utilizada em uma esfera de comunicação específica. b) deterioração do conhecimento científico na sociedade contemporânea. c) impossibilidade de duas cobras conversarem sobre o universo. d) dificuldade inerente aos textos produzidos por cientistas. e) complexidade da reflexão presente no diálogo. 28. (Enem 2019) Com o enredo que homenageou o centenário do Rei do Baião, Luiz Gonzaga, a Unidos da Tijuca foi coroada no Carnaval 2012. À penúltima escola a entrar na Sapucaí, na segunda noite de desfiles, mergulhou no universo do cantor e compositor brasileiro e trouxe a cultura nordestina com criatividade para a Avenida, com o enredo O dia em que toda a realeza desembarcou na Avenida para coroar o Rei Luiz do Sertão. Disponível em: www.cultura.rj.gov.br. Acesso em: 15 maio 2012 (adaptado). A notícia relata um evento cultural que marca a a) primazia do samba sobre a música nordestina. b) inter-relação entre dois gêneros musicais brasileiros. c) valorização das origens oligárquicas da cultura nordestina. d) proposta de resgate de antigos gêneros musicais brasileiros. e) criatividade em compor um samba-enredo em homenagem a uma pessoa. 29. (Enem 2019) Emagrecer sem exercício? Hormônio aumenta a esperança de perder gordura sem sair do sofá. A solução viria em cápsulas. O sonho dos sedentários ganhou novo aliado. Um estudo publicado na revista científica Nature, em janeiro, sugere que é possível modificar a gordura corporal sem fazer exercício. Pesquisadores do Dana-Farber Cancer Institute e da Escola de Medicina de Harvard, nos EUA, isolaram em laboratório a irisina, hormônio naturalmente produzido pelas células musculares durante os exercícios aeróbicos, como caminhada, corrida ou pedalada. A substância foi aplicada em ratos e agiu como se eles tivessem se exercitado, inclusive com efeito protetor contra o diabetes. O segredo foi a conversão de gordura branca – aquela que estoca energia inerte e estraga nossa silhueta – em marrom. Mais comum em bebês, e praticamente inexistente em adultos, esse tipo de gordura serve para nos aquecer. E, nesse processo, gasta uma energia tremenda. Como efeito colateral, afinaria nossa silhueta. A expectativa é que, se o hormônio funcionar da mesma forma em humanos, surja em breve um novo medicamento para emagrecer. Mas ele estaria longe de substituir por completo os benefícios da atividade física. “Possivelmente existem muitos outros hormônios musculares liberados durante o exercício e ainda não descobertos”, diz o fisiologista Paul Coen, professor assistente da Universidade de Pittsburgh, nos EUA. A irisina não fortalece os músculos, por exemplo. E para ficar com aquele tríceps de fazer inveja só o levantamento de controle remoto não daria conta. LIMA, F. Galileu. São Paulo, n. 248, mar. 2012 Para convencer o leitor de que o exercício físico é importante, o autor usa a estratégia de divulgar que a) a falta de exercício físico não emagrece e desenvolve doenças. b) se trata de uma forma de transformar a gordura branca em marrom e de emagrecer. c) a irisina é um hormônio que apenas é produzido com o exercício físico. d) o exercício é uma forma de afinar a silhueta por eliminar a gordura branca. e) se produzem outros hormônios e há outros benefícios com o exercício.30. (Enem PPL 2019) A partir de 2018, a Resolução n. 518 do Contran obriga todo novo projeto de automóvel, SUV e picape dupla a ter pontos de ancoragem para cadeirinhas infantis. Em 2020, a regra passa a valer para todos os modelos à venda no Brasil. Esse tipo de fixação possui travas na cadeirinha no formato de garras que são encaixadas em um ponto fixo na estrutura do veículo. O Isofix reduz o deslocamento do pescoço, ombros e coluna cervical. Desde 2008, a Lei da Cadeirinha estabelece que bebês e crianças só podem ser transportados em assentos infantis indicados segundo a faixa etária e o peso. Como reflexo, as mortes de menores de 10 anos caíram 23% no Brasil. A cadeirinha do tipo Isofix não é presa no cinto, mas em dois pontos de apoio soldados à estrutura do carro. Há ainda um terceiro ponto, que pode ser de fixação superior (top tether), atrás do encosto. Cada garra de engate se encaixa num ponto de fixação. Depois, é só apertar o botão para soltá-lo. CARVALHO, C. Disponível em: http://quatrorodas.abril.com.br. Acesso em: 22 ago. 2017 (adaptado). Segundo o texto, a cadeira infantil do tipo Isofix tem por característica a) apresentar um esquema de fixação superior ao top tether presente em projetos de carros no Brasil. b) ficar presa no cinto e em mais dois pontos da estrutura de automóveis fabricados no Brasil. c) ser mais segura e mais simples de usar que outros modelos disponíveis no Brasil. d) estar presente em todos os modelos de carros à venda no Brasil. e) ser capaz de reduzir os acidentes em 23% no Brasil. 31. (Enem 2019) Antes de Roma ser fundada, as colinas de Alba eram ocupadas por tribos latinas, que dividiam o ano de acordo com seus deuses. Os romanos adaptaram essa estrutura. No princípio dessa civilização o ano tinha dez meses e começava por Martius (atual março). Os outros dois teriam sido acrescentados por Numa Pompílio o segundo rei de Roma. Até Júlio César reformar o calendário local, os meses eram lunares, mas as festas em homenagem aos deuses permaneciam designadas pelas estações O descompasso de dez dias por ano fazia com que, em todos os triênios, um décimo terceiro mês, o Intercalaris, tivesse que ser enxertado. Com a ajuda de matemáticos do Egito emprestados por Cleópatra, Júlio César acabou com a bagunça ao estabelecer o seguinte calendário solar: Januarius, Februarius, Martius, Aprilis, Maius, Junius, Quinctilis, Sextilis, September, October, November e December. Quase igual ao nosso, com as diferenças de que Quinctilis e Sextilis deram origem aos meses de julho e agosto. Disponível em: https://aventurasnahistoria.uol.com.br Acesso em: 8 dez. 2018. Considerando as informações no texto e aspectos históricos da formação da língua, a atual escrita dos meses do ano em português a) reflete a origem latina de nossa língua. b) decorre de uma língua falada no Egito antigo. c) tem como base um calendário criado por Cleópatra. d) segue a reformulação da norma da língua proposta por Júlio César. e) resulta da padronização do calendário antes da fundação de Roma. 32. (Enem PPL 2019) Qual a diferença entre publicidade e propaganda? Esses dois termos não são sinônimos, embora sejam usados indistintamente no Brasil. Propaganda é a atividade associada à divulgação de ideias (políticas, religiosas, partidárias etc.) para influenciar um comportamento. Alguns exemplos podem ilustrar, como o famoso Tio Sam, criado para incentivar jovens a se alistar no exército dos EUA; ou imagens criadas para “demonizar” os judeus, espalhadas na Alemanha pelo regime nazista; ou um pôster promovendo o poderio militar da China comunista. No Brasil, um exemplo regular de propaganda são as campanhas políticas em período pré-eleitoral. Já a publicidade, em sua essência, quer dizer tornar algo público. Com a Revolução Industrial, a publicidade ganhou um sentido mais comercial e passou a ser uma ferramenta de comunicação para convencer o público a consumir um produto, serviço ou marca. Anúncios para venda de carros, bebidas ou roupas são exemplos de publicidade. VASCONCELOS, Y. Disponível em: https://mundoestranho.abril.com.br. Acesso em: 22 ago. 2017 (adaptado). A função sociocomunicativa desse texto é a) ilustrar como uma famosa figura dos EUA foi criada para incentivar jovens a se alistar no exército. b) explicar como é feita a publicidade na forma de anúncios para venda de carros, bebidas ou roupas. c) convencer o público sobre a importância do consumo. d) esclarecer dois conceitos usados no senso comum. e) divulgar atividades associadas à disseminação de ideias. 33. (Enem PPL 2019) 10 anos de “hashtag”: a ferramenta que mobiliza a internet A “hashtag”, ícone das redes sociais, celebrou em 2017 seus primeiros 10 anos de uso no acompanhamento dos grandes eventos mundiais com um efeito de mobilização e expressão de emoção e humor. A palavra-chave precedida pelo símbolo do jogo da velha foi popularizada pelo Twitter antes de ser incorporada por outras redes sociais. A invenção foi de Chris Messina, designer americano especialista em redes sociais. Em 23 de agosto de 2007, o usuário intensivo do Twitter propôs em um tuíte usar o jogo da velha para reagrupar mensagens sobre um mesmo assunto. Ele lançou, então, a primeira “hashtag” #barcamp sobre oficinas participativas dedicadas à inovação na web. O compartilhamento das palavras-chaves – que já são citadas 125 milhões de vezes por dia no mundo – já serviu de trampolim para mobilizações em massa. Alguns slogans que tiveram grande efeito mobilizador foram o #BlackLivesMatter (Vidas negras importam), após a morte de vários cidadãos americanos negros pela polícia, e #OccupyWallStreet (Ocupem Wall Street), referente ao movimento que acampou no coração de Manhattan para denunciar os abusos do capitalismo. AFP. Disponível em: http://exame.abril.com.br. Acesso em: 24 ago. 2017 (adaptado). Ao descrever a história e os exemplos de utilização da hashtag, o texto evidencia que a) a incorporação desse recurso expressivo pela sociedade impossibilita a manutenção de seu uso original. b) a incorporação desse recurso expressivo pela sociedade o flexibilizou e o potencializou. c) a incorporação pela sociedade caracterizou esse recurso expressivo de forma definitiva. d) esse recurso expressivo se tornou o principal meio de mobilização social pela internet. e) esse recurso expressivo precisou de uma década para ganhar notabilidade social. 34. (Enem 2019) Na semana passada, os alunos do colégio do meu filho se mobilizaram, através do Twitter, para não comprarem na cantina da escola naquele dia, pois acharam o preço do pão de queijo abusivo São adolescentes. Quase senhores das novas tecnologias, transitam nas redes sociais, varrem o mundo através dos teclados dos celulares, iPads e se organizam para fazer um movimento pacífico de não comprar lanches por um dia. Foi parar na TV e em muitas páginas da internet GOMES, A. A revolução silenciosa e o Impacto na sociedade das redes sociais. Disponível em: www.hsm.com.br. Acesso em: 31 jul. 2012 O texto aborda a temática das tecnologias da informação e comunicação, especificamente o uso de redes sociais. Muito se debate acerca dos benefícios e malefícios do uso desses recursos e, nesse sentido, o texto a) aborda a discriminação que as redes sociais sofrem de outros meios de comunicação. b) mostra que as reivindicações feitas nas redes sociais não têm impacto fora da internet. c) expõe a possibilidade de as redes sociais favorecem comportamentos e manifestações violentos dos adolescentes que nela se relacionam. d) trata as redes sociais como modo de agregar e empoderar grupos de pessoas, que se unem em prol de causas próprias ou de mudanças sociais. e) evidenciaque as redes sociais são usadas inadequadamente pelos adolescentes, que, imaturos, não utilizam a ferramenta como forma de mudança social. 35. (Enem 2019) Mídias: aliadas ou inimigas da educação física escolar? No caso do esporte, a mediação efetuada pela câmera da TV construiu uma nova modalidade de consumo: o esporte telespetáculo, realidade textual relativamente autônoma face à prática “real” do esporte, construída pela codificação e mediação dos eventos esportivos efetuados pelo enquadramento, edição das imagens e comentários, interpretando para o espectador o que ele está vendo. Esse fenômeno tende a valorizar a forma em relação ao conteúdo, e para tal faz uso privilegiado da linguagem audiovisual com ênfase na imagem cujas possibilidades são levadas cada vez mais adiante, em decorrência dos avanços tecnológicos. Por outro lado, a narração esportiva propõe uma concepção hegemônica de esporte: esporte é esforço máximo, busca da vitória, dinheiro... O preço que se paga por sua espetacularização é a fragmentação do fenômeno esportivo. A experiência global do ser-atleta é modificada: a socialização no confronto e a ludicidade não são vivências privilegiadas no enfoque das mídias, mas as eventuais manifestações de violência, em partidas de futebol, por exemplo, são exibidas e reexibidas em todo o mundo. BETTI, M. Motriz, n. 2, jul.-dez. 2001 (adaptado). A reflexão trazida pelo texto, que aborda o esporte telespetáculo, está fundamentada na a) distorção da experiência do ser-atleta para os espectadores. b) interpretação dos espectadores sobre o conteúdo transmitido. c) utilização de equipamentos audiovisuais de última geração. d) valorização de uma visão ampliada do esporte. e) equiparação entre a forma e o conteúdo. 36. (Enem PPL 2019) Slow Food A favor da alimentação com prazer e da responsabilidade socioambiental, o slow food é um movimento que vai contra o ritmo acelerado de vida da maioria das pessoas hoje: o ritmo fast-food, que valoriza a rapidez e não a qualidade. Traduzido na alimentação, o fast-food está nos produtos artificiais, que, apesar de práticos, são péssimos à saúde: muito processados e muito distantes da sua natureza – como os lanches cheios de gorduras, os salgadinhos e biscoitos convencionais etc. etc. Agora, vamos deixar de lado o fast e entender melhor o slow food. Segundo esse movimento, o alimento deve ser: - bom: tão gostoso que merece ser saboreado com calma, fazendo de cada refeição uma pausa especial do dia; - limpo: bom à saúde do consumidor e dos produtores, sem prejudicar o meio ambiente nem os animais; - justo: produzido com transparência e honestidade social e, de preferência, de produtores locais. Deu pra ver que o slow food traz muita coisa interessante para o nosso dia a dia. Ele resgata valores tão importantes, mas que muitas vezes passam despercebidos. Não é à toa que ele já está contagiando o mundo todo, inclusive o nosso país. Disponível em: www.maeterra.com.br. Acesso em: 5 ago. 2017. Algumas palavras funcionam como marcadores textuais, atuando na organização dos textos e fazendo-os progredir. No segundo parágrafo desse texto, o marcador “agora” a) define o momento em que se realiza o fato descrito na frase. b) sinaliza a mudança de foco no tema que se vinha discutindo. c) promove uma comparação que se dá entre dois elementos do texto. d) indica uma oposição que se verifica entre o trecho anterior e o seguinte. e) delimita o resultado de uma ação que foi apresentada no trecho anterior. 37. (Enem 2019) O Instituto de Arte de Chicago disponibilizou para visualização on-line, compartilhamento ou download (sob licença Creative Commons), 44 mil imagens de obras de arte em altíssima resolução, além de livros, estudos e pesquisas sobre a história da arte. Para o historiador da arte, Bendor Grosvenor, o sucesso das coleções on-line de acesso aberto, além de democratizar a arte, vem ajudando a formar um novo público museológico. Grosvenor acredita que quanto mais pessoas forem expostas à arte on- line, mais visitas pessoais acontecerão aos museus. A coleção está disponível em seis categorias: paisagens urbanas, impressionismo, essenciais, arte africana, moda e animais. Também é possível pesquisar pelo nome da obra, estilo, autor ou período. Para navegar pela imagem em alta definição, basta clicar sobre ela e utilizar a ferramenta de zoom. Para fazer o download, disponível para obras de domínio público, é preciso utilizar a seta localizada do lado inferior direito da imagem. Disponível em: www.revistabula.com. Acesso em: 5 dez. 2018 (adaptado). A função da linguagem que predomina nesse texto se caracteriza por a) evidenciar a subjetividade da reportagem com base na fala do historiador de arte. b) convencer o leitor a fazer o acesso on-line, levando-o a conhecer as obras de arte. c) informar sobre o acesso às imagens por meio da descrição do modo como acessá- las. d) estabelecer interlocução com o leitor, orientando-o a fazer o download das obras de arte. e) enaltecer a arte, buscando popularizá-la por meio da possibilidade de visualização on-line. 38. (Enem 2019) O projeto DataViva consiste na oferta de dados oficiais sobre exportações, atividades econômicas, localidades e ocupações profissionais de todo o Brasil. Num primeiro momento, o DataViva construiu uma ferramenta que permitia a análise da economia mineira embasada por essa perspectiva metodológica complexa e diversa. No entanto, diante das possibilidades oferecidas pelas bases de dados trabalhadas, a plataforma evoluiu para um sistema mais completo. De maneira interativa e didática, o usuário é guiado por meio das diversas formas de navegação dos aplicativos. Além de informações sobre os produtos exportados, bem como acerca do volume das exportações em cada um dos estados e municípios do País, em poucos cliques, o interessado pode conhecer melhor o perfil da população, o tipo de atividade desenvolvida, as ocupações formais e a média salarial por categoria. MANTOVANI. C. A. Guardião de informações. Minas faz Ciência. n. 58. jun.-jul.-ago. 2014 (adaptado). Entre as novas possibilidades promovidas pelo desenvolvimento de novas tecnologias, o texto destaca a a) auditoria das ações de governo. b) publicidade das entidades públicas. c) obtenção de informações estratégicas. d) disponibilidade de ambientes coletivos. e) comunicação entre órgãos administrativos. 39. (Enem PPL 2019) A mídia divulga à exaustão um padrão corporal determinado, padrão único, branco, jovem, musculoso e, especialmente no caso do corpo feminino, magro. Pesquisas apontam para o fato de que esse padrão de beleza divulgado se aplica apenas de 5 a 8% da população mundial. Especialmente no Brasil, onde a diversidade é uma característica marcante, a mídia no geral acaba por mostrar seu desprezo pela riqueza de tipos, de raças, pela própria mestiçagem, insistindo num padrão único de beleza tanto para mulheres quanto para homens. MALDONADO, G. A educação física e o adolescente: a imagem corporal e a estética da transformação na mídia impressa. Revista Mackenzie de Educação Física e Esportes, n. 1, 2006 (adaptado). Em relação aos aspectos do padrão corporal dos brasileiros, compreende-se que esta população a) é caracterizada pela sua rica diversidade. b) possui, em sua maioria, mulheres obesas. c) está devidamente representada na grande mídia. d) tem padrão de beleza idêntico aos demais países. e) é composta, na maioria, por pessoas brancas e magras. 40. (Enem PPL 2019) De vez em quando, nas redes sociais, a gente se pega compartilhando notícias falsas, fotos modificadas, boatos de todo tipo. O problema é quando a matéria é falsa. E, pior ainda, se é uma matériafalsa que não foi criada por motivos humorísticos ou literários (sim, considero o “jornalismo ficcional” uma interessante forma de literatura), mas para prejudicar a imagem de algum partido ou de algum político, não importa de que posição ou tendência. Inventa-se uma arbitrariedade ou falcatrua, joga-se nas redes sociais e aguarda-se o resultado. Nesse caso, a multiplicação da notícia falsa (que está sempre sujeita a ser denunciada juridicamente como injúria, calúnia ou difamação) se dá em várias direções. Antes de curtir, comentar ou compartilhar, procuro checar as fontes, ir aos links originais. TAVARES, B. Disponível em: www.cartafundamental.com.br. Acesso em: 20 jan. 2015 (adaptado). O texto expõe a preocupação de uma leitora de notícias on-line de que o compartilhamento de conteúdos falsos pode ter como consequência a a) displicência natural das pessoas que navegam pela internet. b) desconstrução das relações entre jornalismo e literatura. c) impossibilidade de identificação da origem dos textos. d) disseminação de ações criminosas na internet. e) obtenção de maior popularidade nas redes. 41. (Enem 2019) TEXTO I O Estatuto do Idoso completou 15 anos em 2018 e 56 no primeiro semestre o Disque 100 recebeu 16 mil denúncias de violação de direitos dos idosos em todo o País. Para especialistas da área, o aumento no número de denúncias pode ser consequência do encorajamento dos mais velhos na busca pelos direitos. Mas também pode refletir uma onda crescente de violência na sociedade e dentro das próprias famílias. Políticas públicas mais eficazes no atendimento ao idoso são o mínimo que um país deve estabelecer. O Brasil está ficando para trás e é preciso levar em consideração que o País envelhece (tendência mundial) sem estar preparado para arcar com os desafios, como criar uma rede de proteção, preparar os serviços de saúde pública e dar suporte às famílias que precisam cuidar de seus idosos dependentes, Disponível em: www.folhadelondrina.com.br. Acesso em: 9 dez. 2018 (adaptado). TEXTO II Na comparação entre os textos, conclui-se que as regras do Estatuto do Idoso a) apresentam vantagens em relação às de outros países. b) são ignoradas pelas famílias responsáveis por idosos. c) alteram a qualidade de vida das pessoas com mais de 60 anos. d) precisam ser revistas em razão do envelhecimento da população. e) contrastam com as condições de vida proporcionadas pelo País. 42. (Enem PPL 2019) TEXTO I A introdução de transgênicos na natureza expõe nossa biodiversidade a sérios riscos, como a perda ou alteração do patrimônio genético de nossas plantas e sementes e o aumento dramático no uso de agrotóxicos. Além disso, ela torna a agricultura e os agricultores reféns de poucas empresas que detêm a tecnologia e põe em risco a saúde de agricultores e consumidores. O Greenpeace defende um modelo de agricultura baseado na biodiversidade agrícola e que não se utilize de produtos tóxicos, por entender que só assim teremos agricultura para sempre. Disponível em: www.greenpeace.org. Acesso em: 20 maio 2013. TEXTO II Os alimentos geneticamente modificados disponíveis no mercado internacional não representam um risco à saúde maior do que o apresentado por alimentos obtidos através de técnicas tradicionais de cruzamento agrícola. Essa é a posição de entidades como a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Organização das Nações Unidas para Alimentação e para Agricultura (FAO), o Comissariado Europeu para Pesquisa, Inovação e Ciência e várias das principais academias de ciência do mundo. A OMS diz que até hoje não foi encontrado nenhum caso de efeito sobre a saúde, resultante do consumo de alimento geneticamente modificado (GM) “entre a população dos países em que eles foram aprovados”. Disponível em: www.bbc.co.uk. Acesso em: 20 maio 2013. Os textos tratam de uma temática bastante discutida na atualidade. No que se refere às posições defendidas, os dois textos a) revelam preocupações quanto ao cultivo de alimentos geneticamente modificados. b) destacam os riscos à saúde causados por alimentos geneticamente modificados. c) divergem sobre a segurança do consumo de alimentos geneticamente modificados. d) alertam para a necessidade de mais estudos sobre sementes modificadas geneticamente. e) discordam quanto à validade de pesquisas sobre a produção de alimentos geneticamente modificados. 43. (Enem 2019) “O computador, dando prioridade à busca pela própria felicidade, parou de trabalhar para os humanos”. E assim que termina o conto O dia em que um computador escreveu um conto, escrito por uma inteligência artificial com a ajuda de cientistas humanos. Os cientistas selecionaram palavras e frases que seriam usadas na narrativa, e definiram um roteiro geral da história, que serviria como guia para a inteligência artificial. A partir daí, o computador criou o texto combinando as frases e seguindo as diretrizes que os cientistas impuseram. Os juízes não sabem quais textos são escritos por humanos e quais são feitos por computadores, o que mostra que o conto estava bem escrito. O dia só não passou para as próximas etapas porque, de acordo com os juízes, os personagens não foram muito bem descritos, embora o texto estivesse estruturalmente impecável. A ideia dos cientistas é continuar desenvolvendo a criatividade da IA para que ela se pareça cada vez mais com a humana. Simular esse tipo de resposta é difícil, porque o computador precisa ter, primeiro, um banco de dados vasto vinculado a uma programação específica para cada tipo de projeto – escrita, pintura, música, desenho e por aí vai. DANGELO, H. Disponível em: https: /isuper.abril.com.br. Acesso em: 5 dez. 2018. O êxito e as limitações da tecnologia utilizada na composição do conto evidencia a a) indistinção entre personagens produzidos por máquinas e seres humanos. b) necessidade de reformulação da base de dados elaborada por cientistas. c) autonomia de programas computacionais no desenvolvimento ficcional. d) diferença entre a estrutura e a criatividade da linguagem humana. e) qualidade artística de textos produzidos por computadores. 44. (Enem PPL 2019) Um ponto interessante do marco civil da internet, segundo Marília Maciel, pesquisadora do Centro de Tecnologia e Sociedade da Fundação Getúlio Vargas (CTS/FGV), é o que trata da garantia do princípio da neutralidade de rede. “Isso quer dizer que, se eu compro um pacote de um mega ou de cinco megas de internet, o uso que eu vou fazer desses meus megas de velocidade depende das minhas escolhas. Não é o operador que vai dizer o que eu posso acessar. Eu comprei tantos megas e posso acessar texto, vídeo ou fazer um curso de ensino a distância on-line”. O novo texto assegura que o usuário vai poder continuar a contratar pacotes de velocidades diferentes, mas, dentro daquela velocidade escolhida, ele poderá acessar qualquer tipo de aplicativo na internet. GANDRA, A. Disponível em: www.ebc.com.br. Acesso em: 20 nov. 2013 (adaptado). Com o aprimoramento dos recursos tecnológicos, a circulação de informações e seus usos têm reconfigurado os mais diversos setores da sociedade. O texto trata da legislação que regulamenta o uso da internet, criando a seguinte expectativa para o usuário brasileiro: a) Proibição do corte do acesso pelo uso excessivo. b) Aumento da capacidade da rede. c) Mudança no perfil do internauta. d) Promoção do acesso irrestrito. e) Garantia de conexão a baixo custo. 45. (Enem 2019) Esporte e cultura: análise acerca da esportivização de práticas corporais nos jogos indígenas Nos Jogos dos Povos Indígenas, observa-se que as práticas corporais realizadas envolvem elementos tradicionais (como as pinturas eadornos corporais) e modernos (como a regulamentação, a fiscalização e a padronização). O arco e flecha e a lança, por exemplo, são instrumentos tradicionalmente utilizados para a caça e a defesa da comunidade na aldeia. Na ocasião do evento, esses artefatos foram produzidos pela própria etnia, porém sua estruturação como “modalidade esportiva” promoveu uma semelhança entre as técnicas apresentadas, com o sentido único da competição. ALMEIDA, A. J. M.; SUASSUNA, D. M. F. A. Pensar a prática, n. 1, jan.-abr. 2010 (adaptado). A relação entre os elementos tradicionais e modernos nos Jogos dos Povos Indígenas desencadeou a a) padronização de pinturas e adornos corporais. b) sobreposição de elementos tradicionais sobre os modernos. c) individuação das técnicas apresentadas em diferentes modalidades. d) legitimação das práticas corporais indígenas como modalidade esportiva. e) preservação dos significados próprios das práticas corporais em cada cultura. GABARITO: Resposta da questão 1: [E] Diversos segmentos do texto apresentam relatos de animais em sofrimento, vítimas do desdém e a ferocidade do homem, através de recurso linguístico de antropomorfização, que atribui características e comportamentos típicos da condição humana às formas inanimadas da natureza ou aos seres vivos irracionais: “o tatú que se agarra no chão dando guinchos suplicantes”, “o coelho que mesmo até quando dorme todo-tempo sonha que está sendo perseguido”, “triste é o gemido deles campeando socôrro”, entre outros. Assim, é correta a opção [E]. Resposta da questão 2: [A] O emprego do artigo “as” e do pronome “essas”, no último parágrafo, contribui para destacar o momento em que se verifica a transformação das meninas alegres em mulheres sérias, e consequentemente, perpassar a ideia de que o amadurecimento resulta do confronto com a violência e o sofrimento. Assim, é correta a opção [A]. Resposta da questão 3: [B] A resposta de Pinote ao questionamento de Heloísa sobre se o estilo do poeta seria o Futurismo é reveladora do conservadorismo da sociedade brasileira dos anos 30. O fato de ter abandonado esse estilo para passar a fazer poesia nos moldes clássicos justificava-se pela necessidade de aceitação ao gosto do público da época e, desse modo, o poeta poder garantir também a sua própria sobrevivência financeira. Assim, é correta a opção [B]. Resposta da questão 4: [E] No excerto de “Canções sem metro”, de Raul Pompeia, observa-se uso de recursos característicos da linguagem impressionista: valorização da memória no registro das impressões, emoções e sentimentos despertados no momento em que são vividos segundo a perspectiva do narrador, marcado pela frustração, falta de comunicação e cansaço da vida. Trata-se de um estilo fundamentalmente sensorial, no qual a natureza não é vista de forma objetiva e sim, interpretada segundo o estado psicológico do personagem. Para tal, o autor recorre a figuras de linguagem como anacoluto, metáfora, comparação, prosopopeia, uso do gerúndio e presente do indicativo para descrever factos ocorridos no passado (presente narrativo) dando a ideia de continuidade da ação (aspecto permansivo) no momento em que é lembrado. A cadência melódica é marcada pela sintaxe fragmentada, às vezes em frases curtas sobrepostas em períodos mais ou menos longos, uso da pontuação como vírgula e ponto final para marcar uma pausa, descanso momentâneo, ou momento final de uma evocação. Marque-se como correta, portanto, a opção [E]. Resposta da questão 5: [D] O uso de prosopopeia para ilustrar situações grotescas, como nos relatos dos eventos em que baratas se transformam em inimigos quase invencíveis (“protesto das baratas”, “ a cara do King Kong andando pelo chão”, “atacaram a mesa”, “levaram a agenda”), assim como a referência à “balconista topless” da Erótica, auxilia na construção de uma narrativa inverossímil e ridícula, o que confere humor ao texto. Assim, é correta a opção [D]. Resposta da questão 6: [B] No texto, o tom de humor decorre da incompatibilidade entre a linguagem pomposa da missiva e o papel social do remetente, um contabilista, e o da destinatária, a filha de um tabelião local. Assim, é correta a opção [B]. Resposta da questão 7: [D] A narrativa apresenta uma cena familiar passada na década de 60, época em que havia uma visão negativa e muito arraigada na sociedade sobre a condição de mulher separada do marido. Esse estigma fez com que a pergunta da criança sobre o significado do termo “desquitada” tivesse deixado a mãe assustada e perplexa. Assim, é correta a opção [D]. Resposta da questão 8: [B] Apontando para vivências de outros pacientes nos hospícios brasileiros no início do século XX, a narradora-personagem associa-se ao coletivo, e, em primeira pessoa, identifica-se com a massa anônima, assumindo um ponto de vista universal. Assim, é correta a opção [B], pois redimensiona a essência humana, possibilitando¸ através da sua visão subjetiva, um maior conhecimento e aprofundamento daquilo que se conhece sobre a loucura. Resposta da questão 9: [A] O depoimento de Manuel Bandeira revela que o processo de construção do poema “Vou-me embora pra Pasárgada!” foi lento e gradual. A palavra que mais tarde simbolizará o mundo ideal em que se vai refugiar o eu lírico para escapar da realidade, Pasárgada, surge aos 15 anos, numa aula de geografia. Reaparece na memória vinte anos depois, embora incapacitada para o fazer poético, o que só irá acontecer cinco anos depois de forma espontânea e natural. Assim, é correta a opção [A]. Resposta da questão 10: [E] Em vários de seus contos, Artur Azevedo dedicou-se a fazer sátiras ao espírito sonhador e sentimental da literatura romântica, representando caricaturalmente hábitos e comportamentos das camadas médias e altas da sociedade do Segundo Império e dos primeiros anos da República. O excerto de “A dívida” de Artur Azevedo coloca em evidência que a maior preocupação do personagem era com o pagamento da dívida da aposta e não com a realização afetiva com a mulher amada. Assim, é correta a opção [E]. Resposta da questão 11: [B] O Manifesto futurista de Marinetti propõe os referenciais estéticos do Futurismo, movimento literário e artístico inserido nas vanguardas europeias que tinha como principal característica a valorização da tecnologia e da velocidade. Assim, é correta a opção [B]. Resposta da questão 12: [A] Maria Alice, jovem cega, vive em um mundo em que as cores são sinestesicamente relacionadas à própria percepção dos objetos. As lembranças do passado levam-na ao Instituto, local onde vivenciara uma paixão pelo “grande amigo” que, por ser “mulato”, é repudiado pela família, o que a impede de realizar-se afetivamente. A frase da protagonista, “Mulato era cor” permite ao leitor entender que a cor atua, na narrativa, como metáfora esclarecedora da segregação racial da época. Assim, é correta a opção [A]. https://www.youtube.com/watch?v=mAfxWDstw-E https://www.youtube.com/watch?v=mAfxWDstw-E Resposta da questão 13: [C] O texto que integra a contracapa do primeiro LP solo de Caetano Veloso, gravado em 1967 e lançado no início de 1968, ilustra a tensão entre a celebração entusiasta do progresso desenvolvimentista pelo regime militar e os primeiros sinais da desconstrução tropicalista dessa visão nacionalista. Também no seu aspecto formal, o texto contraria o padrão convencional da descrição, como pontuação e sinalização de parágrafos, assim como apresentação da realidade em flash e simultaneidade de imagens a partir de diversas perspectivas: “os sapatos polidos refletem os automóveis que, por sua vez, polidos, refletem os sapatos”. Assim, é correta a opção [C]. Resposta da questão 14: [B] Ao afirmar que os subúrbios doRio de Janeiro foram a primeira coisa a aparecer no mundo, V. Heringer produz surpresa no leitor que, aos poucos, se dá conta da intenção do narrador em retratar o bairro do Quéim com traços deformados, exagerados e grotescos, enquanto descreve aspectos característicos desse lugar. A sequência de frases como “argila primordial”, “cães soltos”, “moscas”, “botecos e arsenais de guerra” e a referência a cenas comuns aos moradores do local (“reclamar da pobreza, falar mal dos outros”) demonstram que o narrador imprime no texto uma visão caricata da paisagem de traços deteriorados, como se afirma em [B]. Resposta da questão 15: [E] O texto apresenta procedimento composicional típico do gênero epistolar, pois apresenta marcas de interação que estabelecem uma conexão direta entre o escrevente e seu interlocutor, através do uso de expressões ou formas linguísticas que subentendem a presença de um leitor ao qual está se dirigindo de maneira clara, como no início do primeiro parágrafo: “Você sempre pergunta pelas novidades daqui deste sertão, e finalmente posso lhe contar uma importante” ou “Fique (você) o compadre sabendo...” Assim, é correta a opção [E]. Resposta da questão 16: [B] A sequência de frases negativas (“não houve assalto”, “não conseguiu encontrar algo que indicasse como ele morreu”, “não havia marcas de sangue, nem feridas nele” e “ “não sabemos como ele entrou na casa vazia”) tem como objetivo auxiliar na investigação, rejeitando possíveis causas da morte do cavalheiro, como transcrito em [B]. Resposta da questão 17: [B] A prosopopeia, figura de linguagem pela qual o escritor empresta sentimentos humanos e palavras a seres inanimados, é predominante no texto, o que contribui para a construção poética, revestindo a paisagem de vitalidade e ressentimento. Assim, é correta a opção [B]. Resposta da questão 18: [B] A referência irônica ao final feliz de uma narrativa, que tratava de amenidades e da vida cotidiana da classe média com a pretensão de adaptá-la ao gosto do público leitor e sem vínculo com a realidade, permite deduzir que o autor rejeitava o gênero folhetinesco da estética romântica da época para produzir uma literatura renovadora em diversos aspectos. Assim, é correta a opção [B]. Resposta da questão 19: [B] No poema “Canção”, de Cecília Meireles, o eu lírico manifesta profunda melancolia pelo desaparecimento de seu interlocutor poético. Os versos “Eu te esperei todos os séculos” e “morri de infinitas mortes”, através dos recursos linguísticos da hipérbole e do paradoxo, expressam a dor que ultrapassa o tempo da sua própria existência, para na última estrofe, revelar a perda da alegria ou encantamento de viver: “E o sorriso que eu te levava/ desprendeu-se e caiu de mim”. Assim, é correta a opção [B]. Resposta da questão 20: [E] As formas verbais e pronominais apontam para dois referentes. Enquanto que os verbos na segunda pessoa do singular (“tomas”, “deixas”, “devas”, “dás”) e os pronomes (“tua”, “te”, “teu”) se referem à operária, a 3ª pessoa identifica o patrão (“ele pede”). Assim, a utilização desses elementos permite distinguir os referentes, ao mesmo tempo que auxilia na arquitetura do poema, como transcrito em [E]. Resposta da questão 21: [B] As lembranças do passado enunciadas nos primeiros versos conferem valor positivo ao verso “Tudo isso te devo”, mas contrastam com as sensações negativas com que o eu lírico se defronta no presente, depois de uma reavaliação mais madura: “E tudo se desfez no pórtico do tempo”. Assim, o último verso da estrofe, “Também isso te devo”, expressa amadurecimento revestido de ironia e desapego, como se afirma em [B]. Resposta da questão 22: [A] O título do poema contém um vocábulo criado por João Cabral, aproximando a mulher de um animal, em explícita analogia. Da mesma forma que o ouriço, ao sentir-se ameaçada, a mulher se fecha para se proteger, assumindo até uma atitude agressiva, “capaz de bote, de salto”. Mas “Se o de longe lhe chega em”, “de esfera aos espinhos, ela se desouriça”, ou seja, se o desconhecido se aproxima de modo não ofensivo, ela se desarma, acabando por transformar sua aparência “multiespinhenta” “na carne de antes”, pronta para oferecer-lhe seu “abraço”. O poema metaforiza, assim, a atitude feminina de tenacidade transformada em brandura, como se afirma em [A]. Resposta da questão 23: [D] O soneto retrata o fim do dia e do cair da noite: "Fecha-se a pálpebra do dia", "avulta e cresce / A sombra à proporção que a luz recua...", "a lua / Surge trêmula, trêmula... Anoitece". Assim, é correta a opção [D], pois o poema de Raimundo Corrêa remete à estética parnasiana, marcadamente descritiva, cuja temática gira em torno da natureza, de elementos da cultura clássica e da descrição de objetos, embora, no caso do autor, com forte traço pessimista e de desilusão, que o aproxima, por vezes, da estética impressionista. Resposta da questão 24: [E] O poema “A viagem”, de Ana Martins Marques, remonta ao repertório poético tradicional das cantigas de amigo trovadorescas, na presença da voz feminina que revela as suas inquietudes pela partida do amado. A sequência de interrogações que constitui o corpo do poema revela a incerteza de rumos projetada pela vivência da solidão, como se afirma em [E]. Resposta da questão 25: [C] Ao contrário do tênis, em que a competição é predominante, o frescobol tem objetivo manter a bola no ar, em uma sequência definida pelo período de tempo e a quantidade de bolas trocadas enquanto a bola não cair no chão. O texto de Rubem Alves, ao fazer uma analogia entre dois jogos para destacar o que deve estar em jogo no relacionamento do casal, escolhe o frescobol como símbolo do compartilhamento de sonhos entre ambos. Assim, é correta a opção [C]. Resposta da questão 26: [C] No diálogo com o pai, a sucessão de perguntas sobre que tipo de animais poderia ter em seu sítio revela, além do interesse do menino por bichos, a ansiedade que essa ideia lhe provoca, como se afirma em [C]. Resposta da questão 27: [A] O diálogo das cobras alude à linguagem de um determinado grupo de profissionais, que se utilizam de palavras, expressões ou siglas de sua área de atuação, difícil de ser entendida por quem não se iniciou na sua prática, tipo de linguagem conhecido na área da comunicação como jargão. Desta forma, o cartum produz humor brincando com a caracterização da linguagem utilizada em uma esfera de comunicação específica, como se afirma em [A]. Resposta da questão 28: [B] No Carnaval de 2012, o samba enredo da escola Unidos da Tijuca homenageou o cantor e compositor Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, trazendo para a Avenida a cultura nordestina, em clara inter-relação entre dois gêneros musicais brasileiros: o samba e o baião. Assim, é correta a opção [B]. Resposta da questão 29: [E] O autor afirma que a descoberta científica de determinada substância hormonal produzida por células musculares pode vir a dar origem a um medicamento para emagrecer, mas não produziria os mesmos efeitos dos exercícios físicos que, além de outros benefícios, também fortalecem os músculos. Assim, é correta a opção [E]. Resposta da questão 30: [C] O texto apresenta informações sobre as vantagens da cadeira infantil do tipo Isofix, pois, em caso de acidente, reduz o deslocamento do pescoço, ombros e coluna cervical da criança e é fácil de desinstalar. Assim, é correta a opção [C]. Resposta da questão 31: [A] Segundo o texto, a denominação dos meses do ano em português resultou da adoção do calendário solar por Júlio César, com ressalva para o mês de julho que antes se chamava Quinctilis (nome do quinto mês do antigo calendário romano) e agosto, em homenagem ao imperador romano César Augusto (antes Sextilis, "o sexto mês").Assim, é correta a opção [A]. Resposta da questão 32: [D] O texto tem como objetivo esclarecer que os termos “publicidade” e “propaganda”, embora sejam usados indistintamente no Brasil, representam conceitos diferentes. Enquanto o primeiro se refere a atividade associada à divulgação de ideias com o objetivo de influenciar um comportamento, o segundo visa o público a consumir um produto, serviço ou marca. Assim, é correta a opção [D]. Resposta da questão 33: [B] Ao afirmar que o uso do símbolo jogo da velha, que permite reagrupar mensagens sobre um mesmo assunto e servir de trampolim para mobilizações em massa, o texto evidencia que a incorporação desse recurso expressivo pela sociedade o flexibilizou e o potencializou, como se afirma em [B]. Resposta da questão 34: [D] Ao relatar um episódio divulgado fora da internet que envolvera vários alunos organizados através do twitter para desencadear uma ação de protesto contra a cantina da escola, o texto destaca a importância das redes sociais na formação de grupos sociais em defesa de causas próprias ou mudanças sociais, como se afirma em [D]. Resposta da questão 35: [A] Segundo o texto, através dos meios de comunicação em massa, o esporte passou por processos de massificação e profissionalização, tornando-se objeto de consumo que gera lucros. Assim, é correta a opção [A], pois o esporte telespetáculo transforma o atleta em um ser idealizado, herói ou vilão, distorcendo a experiência do ser-atleta autêntico e real. Resposta da questão 36: [B] No âmbito da coesão interfrásica, a função do conector “agora” assegura o nexo entre o foco do primeiro segmento do texto, o fast-food, e o segundo que, na sequência, sinaliza a mudança de foco ao abordar as vantagens do slow food. Assim, é correta a opção [B]. Resposta da questão 37: [C] No texto predomina a função referencial ou denotativa da linguagem, que visa a informar o leitor sobre a disponibilização de acesso a imagens de obras de arte que fazem parte da coleção do Instituto de Arte de Chicago, fornecendo também instruções de como utilizar o programa. Assim, é correta a opção [C]. Resposta da questão 38: [C] O texto informa que, a partir do lançamento da plataforma DataViva inicialmente voltada para divulgação de dados sobre exportações, os usuários têm acesso a outro tipo de informações relacionadas com o setor: perfil da população do Estado, tipo de atividade, ocupações formais, média salarial por categoria, entre outras. Ou seja, o texto destaca que o desenvolvimento de novas tecnologias permite obtenção de informações estratégicas que podem ser úteis ao usuário, como se afirma em [C]. Resposta da questão 39: [A] O texto informa que o padrão corporal divulgado pela mídia (“branco, jovem, musculoso e, no caso do corpo feminino, magro”) se aplica a, no máximo, 8% da popu lação mundial, contrastando ainda mais com a realidade do povo brasileiro, caracterizado por sua riqueza de tipos e de raças. Assim, é correta a opção [A]. Resposta da questão 40: [D] Segundo a leitora, o compartilhamento de conteúdos falsos pode prejudicar a imagem de partidos ou de algum político através de veiculação de notícias, escritas e publicadas com a intenção de enganar o público leitor, a fim de obter ganhos financeiros ou políticos. Dessa forma, pode ter como consequência a disseminação de ações criminosas (“injúria, calúnia ou difamação”) na internet. Assim, é correta a opção [D]. Resposta da questão 41: [E] Enquanto o texto II, “Direito dos Idosos”, enumera as regras que devem pautar o tratamento da categoria pelas instituições públicas, o texto I informa que as denúncias de violação a esses direitos têm crescido no país, o que evidencia o contraste entre as determinações da Constituição Federal e o cotidiano atual dos idosos. Assim, é correta a opção [E]. Resposta da questão 42: [C] Enquanto o texto I alerta para diversos riscos produzidos pela introdução de transgênicos na natureza, o texto II apresenta opinião contrária, ou seja, afirma que os alimentos geneticamente modificados “não representam um risco à saúde maior do que o apresentado por alimentos obtidos através de técnicas tradicionais de cruzamento agrícola”. Assim, é correta a opção [C]. Resposta da questão 43: [D] Segundo H.D’Ângelo, a inteligência artificial, com auxílio dos cientistas, obteve êxito na elaboração de um conto, estruturalmente bem escrito, a ponto de os juízes não conseguirem distingui-lo de outros escritos por humanos. No entanto, o tratamento dos personagens deixou a desejar, pois o computador precisaria de um vasto banco de dados e uma programação específica para ter um desempenho perfeito, tarefa difícil de executar pelas particularidades restritas à ampla criatividade humana. Assim, é correta a opção [D]. Resposta da questão 44: [D] No último parágrafo, o autor confirma a expectativa de uma usuária que afirma, pelas novas leis que regulamentam o uso da internet, estar capacitada a contratar pacotes de velocidades diferentes que lhe permitirá acesso irrestrito: “ele poderá acessar qualquer tipo de aplicativo na internet”. Assim, é correta a opção [D]. Resposta da questão 45: [D] Nos Jogos dos Povos Indígenas, a associação de elementos tradicionais, como o arco e flecha e a lança, a elementos modernos, como regulamentação, fiscalização e padronização, permitiu incorporar a prática indígena à modalidade esportiva, como se afirma em [D].