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@ G U I A D A O A B Questões para PROCESSO CIVIL Comentadas Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 1 Questões comentadas para OAB – Processo Civil Questão 01 - FGV - 2023 - OAB - Exame da Ordem Unificado XXXVII - Primeira Fase A sociedade empresária Olímpia Limitada (“Olímpia”) fabrica equipamentos de musculação para redes de academias, como a Vida Fitness Limitada (“Vida Fitness”). Em 2021, a Vida Fitness passou por problemas financeiros, motivo pelo qual não realizou o pagamento de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) por 50 (cinquentas) esteiras adquiridas em 2020. Em virtude desse inadimplemento, a Olímpia ajuizou execução de título extrajudicial perante o MM. Juízo da Vara Cível de São Paulo. No curso dessa demanda, a exequente obteve a penhora online de R$ 500.000,00 existentes nas contas bancárias da Vida Fitness. Assim que tomou conhecimento da penhora, a Vida Fitness procurou você, como advogado(a), para informar que não pretendia questionar a decisão que determinou a penhora online, mas que gostaria de buscar a substituição do bem penhorado, de forma que os R$ 500.000,00 pudessem melhorar a situação do fluxo de caixa da sociedade empresária. Diante dessa situação, assinale a afirmativa que apresenta a orientação correta prestada à Vida Fitness. A) Não será possível requerer a substituição da penhora, uma vez que a penhora em dinheiro é prioritária. B) Será possível requerer a substituição da penhora por meio de fiança bancária ou seguro garantia judicial, desde que o valor dessas garantias não seja inferior ao valor do débito constante na petição inicial da execução de título extrajudicial movida pela Olímpia. C) Será possível requerer a substituição da penhora por meio de fiança bancária ou seguro garantia judicial, desde que o valor dessas garantias não seja inferior ao valor do débito constante na petição inicial da execução de título extrajudicial movida pela Olímpia, acrescido de 30% (trinta por cento). D) Será possível requerer a substituição da penhora somente por imóvel de valor superior ao montante exequendo. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra C. Exige-se o conhecimento acerca da penhora no código de processo civil, cumpre ressaltar o que é fiança bancária e seguro garantia judicial. Na fiança bancária, o banco garante o cumprimento da obrigação, é uma garantia pessoal prestada pela instituição financeira. Quanto ao seguro garantia judicial, é um tipo de contrato em que a empresa seguradora garante judicialmente os valores devidos judicialmente pela parte que contratou o seguro. Analisemos as alternativas: a) Errada. É possível requerer a substituição da penhora, desde que comprove que lhe será menos onerosa e não trará prejuízo ao exequente, dentre outros requisitos, de acordo com o art. 847, caput do CPC. b) Errada. A assertiva encontra-se incompleta visto que a penhora pode ser substituída por fiança bancária ou por seguro garantia judicial, em valor não inferior ao do débito constante da inicial, acrescido de trinta por cento, é o que diz o art. 848, § único do CPC. c) Correta. A substituição da penhora deve ser requerida no prazo de 10 dias contados da intimação da penhora, dessa forma, pode ela ser substituída por fiança bancária ou por seguro garantia judicial, em valor não inferior ao do débito constante da inicial, acrescido de trinta por cento. d) Errada. Vide comentários anteriores. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 2 Questões comentadas para OAB – Processo Civil Questão 02 - FGV - 2023 - OAB - Exame da Ordem Unificado XXXVII - Primeira Fase Devidamente intimado do acórdão proferido pela Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais que desproveu seu recurso de apelação, Diego opõe embargos de declaração alegando que o acórdão teria deixado de se manifestar sobre tese firmada em julgamento em incidente de assunção de competência aplicável ao caso. Nos embargos de declaração, Diego também alegou, para fins de prequestionamento, que o acórdão teria se omitido a respeito de determinado dispositivo de lei federal. Em paralelo, antes do julgamento dos embargos de declaração, José, então apelado, interpõe recurso especial alegando violação ao Art. 85, §11, do Código de Processo Civil, visto que a Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais não fixou honorários de sucumbência recursais no acórdão que julgou a apelação de Diego. Diante da situação hipotética descrita, assinale a afirmativa correta. A) Diego não poderia ter fundamentado seus embargos de declaração na ausência de manifestação, pelo acórdão que julgou a apelação, acerca de tese firmada em sede de incidente de assunção de competência aplicável ao caso, pois os embargos de declaração constituem recurso de fundamentação vinculada, cabível apenas nas hipóteses de omissão, contradição, obscuridade ou erro material. B) Ainda que os embargos de declaração opostos por Diego venham a ser rejeitados ou não alteram a conclusão do julgamento anterior da Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, o recurso especial interposto por José somente será processado ser for por ele ratificado após a apreciação dos embargos de declaração. C) Os embargos de declaração não possuem efeito suspensivo, mas interrompem o prazo para a interposição de outros recursos, de modo que Diego ainda poderá interpor recurso especial contra o acórdão após o julgamento dos embargos de declaração, se for o caso. D) Caso sejam desprovidos os embargos de declaração opostos por Diego, não será considerado como incluído no acórdão o dispositivo legal por ele invocado nos embargos de declaração, para fins de pré- questionamento, ainda que tribunal superior posteriormente considere existente a omissão. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra C. Exige-se o conhecimento acerca dos embargos de declaração previstos a partir do art. 1.022 do CPC, analisemos as alternativas: a) Errada. Primeiramente, cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para esclarecer obscuridade ou eliminar contradição, suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento e corrigir erro material. Diego poderia sim ter fundamentado os embargos em tal hipótese visto tratar-se também de uma omissão, de acordo com o art. 489, §1º, VI do CPC: Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que: deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento. Esta hipótese está prevista no art. 1.022, § único, II do CPC. b) Errada. Não há que se falar em ratificação do recurso interposto, isso porque se os embargos de declaração forem rejeitados ou não alterarem a conclusão do julgamento anterior, o recurso interposto pela outra parte antes da publicação do julgamento dos embargos de declaração será processado e julgado independentemente de ratificação, conforme prevê o art. 1.024, §5º do CPC. Além disso, a súmula 579 do STJ também pacificou a jurisprudência no mesmo sentido: “Não é necessário ratificar o recurso especial interposto na pendência do julgamento dos embargos de declaração, quando inalterado o resultado anterior". Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 3 Questões comentadas para OAB – Processo Civil c) Correta. Os embargos de declaração não possuem efeito suspensivo e interrompem o prazo para a interposição de recurso, conforme o art. 1.026 do CPC. d) Errada. Será considerado como incluído no acórdão o dispositivo legal porele invocado nos embargos de declaração, é o que dispõe o art. 1.025 do CPC: Consideram-se incluídos no acórdão os elementos que o embargante suscitou, para fins de pré- questionamento, ainda que os embargos de declaração sejam inadmitidos ou rejeitados, caso o tribunal superior considere existentes erro, omissão, contradição ou obscuridade. Mesmo que não haja pronunciamento judicial sobre a questão, considera-se que houve o prequestionamento. Questão 03 - FGV - 2023 - OAB - Exame da Ordem Unificado XXXVII - Primeira Fase Marcela ajuizou ação de cobrança em face de Gabriel, seu vizinho, a fim de obter o pagamento de aluguéis vencidos no período de fevereiro a junho de determinado ano, relativos à locação da sua vaga de garagem. Uma vez citado, Gabriel apresentou contestação tempestivamente, invocando uma questão preliminar de falta de interesse processual. Instada a se manifestar em réplica, Marcela alegou que teria cometido um erro material na digitação da sua petição inicial, uma vez que nela deveria ter constado, como termo final da dívida, o mês de “julho” - e não de “junho”. Sem a oitiva de Gabriel, constatando não haver mais provas a serem produzidas, o juiz proferiu sentença, condenando o réu ao pagamento dos aluguéis relativos aos meses de fevereiro a julho. Surpreso com a sentença, Gabriel questionou o seu advogado sobre os termos da condenação. Considerando o caso narrado, assinale a afirmativa correta. A) Por não se tratar de modificação, mas de simples retificação de erro material, Marcela poderia ter requerido a alteração do pedido a qualquer tempo, sendo dispensável a manifestação de Gabriel. B) Em se tratando de alteração do pedido posterior à citação, Marcela não poderia tê-lo feito sem o consentimento de Gabriel e sem que ele fosse ouvido. C) Marcela poderia ter alterado o pedido, independentemente do consentimento de Gabriel, desde que ele fosse ouvido. D) Por se tratar de alteração do pedido antes do saneamento do processo, o consentimento de Gabriel era desnecessário. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra B. Exige-se o conhecimento acerca dos pedidos da petição inicial e da comunicação dos atos processuais, analisemos as alternativas: a) Errada. Trata-se sim de modificação, Marcela poderia até a citação, aditar ou alterar o pedido ou a causa de pedir, independentemente de consentimento do réu; após a citação, ela só poderia aditar ou alterar o pedido e a causa de pedir, com consentimento do réu, assegurado o contraditório mediante a possibilidade de manifestação deste no prazo mínimo de 15 dias, facultado o requerimento de prova suplementar, conforme o art. 329, I e II do CPC. b) Correta. De fato, Marcela não poderia ter feito alteração do pedido após a citação de Gabriel sem o seu consentimento. c) Errada. Mesmo que fosse ouvido, era necessário o seu consentimento. d) Errada. Até o saneamento, a autora pode aditar ou alterar o pedido e a causa de pedir, mas com o consentimento do réu. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 4 Questões comentadas para OAB – Processo Civil Questão 04 - FGV - 2023 - OAB - Exame da Ordem Unificado XXXVII - Primeira Fase Vitor, residente em Salvador/BA, precisou se mudar para Fortaleza/CE, por motivos profissionais. Para realizar sua mudança, propôs pagar uma quantia de R$ 10.000,00 (dez mil reais) para Danilo e Juarez, além de arcar com todos os custos da viagem. Por não ter acompanhado o serviço, Vitor não sabe quem efetivamente o fez. Após o término da mudança, Vitor tentou quitar a dívida, mas não sabia a quem pagar, pois ambos afirmaram ser titulares do crédito. Sendo assim, procurou você, como advogado(a), pois queria fazer o pagamento de forma consignada para extinguir a obrigação. Na qualidade de advogado de Vitor, assinale a opção que indica a posição acertada no tocante ao procedimento especial de ação de consignação em pagamento. A) Vitor requererá o depósito e a citação de Danilo, e, caso posteriormente se entenda não ser ele o titular, fará a citação de Juarez. B) Vitor não deve requerer o depósito, devendo no primeiro momento requerer a citação de todos os possíveis titulares do crédito, para que, após essa decisão, discuta-se o crédito devido. C) Vitor requererá o depósito e a citação dos possíveis titulares do crédito para provarem o seu direito. D) Vitor requererá o depósito e a citação de Juarez, e, caso posteriormente se entenda não ser ele o titular, fará o chamamento ao processo de Danilo. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra C. Exige-se o conhecimento acerca da ação de consignação em pagamento, procedimento especial previsto a partir do art. 539 do CPC, veja que nos casos previstos em lei, poderá o devedor ou terceiro requerer, com efeito de pagamento, a consignação da quantia ou da coisa devida. Analisemos as alternativas: a) Errada. Se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o pagamento, o autor requererá o depósito e a citação dos possíveis titulares do crédito para provarem o seu direito, de acordo com o art. 547 do CPC. b) Errada. Victor deve requerer primeiramente o depósito para depois requerer a citação dos possíveis credores. c) Correta. Vide comentários anteriores. d) Errada. A citação deve ser dos possíveis titulares, ou seja, de Danilo e Juarez. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 5 Questões comentadas para OAB – Processo Civil Questão 05 - FGV - 2023 - OAB - Exame da Ordem Unificado XXXVII - Primeira Fase Albieri, com base em prova escrita e sem eficácia de título executivo, afirma ter direito de exigir de Juliana o pagamento de R$ 10.000,00 (dez mil reais). Nesse sentido, Albieri procura você, como advogado(a), para ajuizar Ação Monitória em face de Juliana, exigindo o pagamento de R$ 10.000,00 (dez mil reais). O juiz da causa observou que o direito do autor era evidente e deferiu a expedição de mandado de pagamento, concedendo ao réu prazo de 15 (quinze) dias para o cumprimento. Juliana alega que Albieri pleiteia quantia superior à devida, razão pela qual pretende, por meio de seu advogado, opor embargos à ação monitória. Na qualidade de patrono de Juliana, assinale a opção que apresenta a medida adequada a ser providenciada. A) Juliana poderá opor, nos próprios autos, embargos à ação monitória caso garanta o valor em juízo previamente, bem como, quando alegar que Albieri pleiteia quantia superior à devida, deverá declarar de imediato o valor que entende correto, sem necessidade de apresentar o demonstrativo discriminado e atualizado da dívida. B) Se Juliana alegar que Albieri pleiteia quantia superior à devida, não precisa indicar o valor correto da dívida. Além disso, independentemente de prévia segurança do juízo, Juliana pode opor embargos à ação monitória. C) Juliana poderá opor, nos próprios autos, embargos à ação monitória caso garanta o valor em juízo previamente, bem como, quando alegar que Albieri pleiteia quantia superior à devida, não precisa indicar o valor correto da dívida. D) Juliana poderá opor embargos à ação monitória, independentemente de prévia segurança do juízo, bem como, quando alegar que Albieri pleiteia quantia superior à devida, deverá declarar de imediato o valor que entende correto, apresentando demonstrativo discriminado e atualizado da dívida. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra D. A questão tem por objeto tratar da ação monitória e dos embargos a ação monitórias regulados no Código de Processo Civil art. 700 a 702. A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar, com base em prova escrita sem eficácia de título executivo, ter direito de exigir do devedor capaz: I - O pagamento de quantia em dinheiro; II - a entrega de coisa fungível ou infungível oude bem móvel ou imóvel; III - o adimplemento de obrigação de fazer ou de não fazer. Letra A) Alternativa Incorreta. Não é necessário garantir o juízo para que juliana possa propor embargos. Nesse sentindo dispõe o art. 702, Caput, CPC. Letra B) Alternativa Incorreta. É necessário indicar o valor correto apresentando demonstrativo discriminado e atualizado da dívida. Art. 702, §2º, CPC. Letra C) Alternativa Incorreta. Para apresentação de embargos não é necessário garantir o juízo, mas precisa indicar o valor correto da dívida (art. 702, caput e §2º, CPC). Letra D) Alternativa Correta. Nos termos do Art. 702, CPC independentemente de prévia segurança do juízo, o réu poderá opor, nos próprios autos, no prazo de 15 dias embargos à ação monitória. Quando o réu alegar que o autor pleiteia quantia superior à devida, cumprir-lhe-á declarar de imediato o valor que entende correto, apresentando demonstrativo discriminado e atualizado da dívida (art. 702, §2º, CPC). Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 6 Questões comentadas para OAB – Processo Civil Questão 06 - FGV - 2023 - OAB - Exame da Ordem Unificado XXXVII - Primeira Fase Marco Aurélio atuou como advogado em uma ação indenizatória movida em face de uma operadora de plano de saúde que foi condenada a pagar indenização por danos morais de R$ 100.000,00 (cem mil reais) ao seu cliente. Apesar de o processo ter corrido perante juízo cível, a sentença condenatória deixou de fixar honorários de sucumbência em favor de Marco Aurélio, tendo transitado em julgado sem que ele percebesse a omissão. Considerando o caso narrado, assinale a afirmativa correta. A) Após o trânsito em julgado da sentença, Marco Aurélio não poderá pleitear mais a condenação em honorários de sucumbência. B) Marco Aurélio poderá ajuizar ação autônoma para definir o valor dos honorários de sucumbência. C) Após o trânsito em julgado da sentença, apesar de omissa quanto à condenação em honorários de sucumbência, Marco Aurélio poderá executar somente o valor mínimo de dez por cento sobre o valor da condenação. D) Marco Aurélio poderá opor embargos de declaração em face da sentença omissa, pois a matéria de honorários de sucumbência não transita em julgado. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra B. Exige-se o conhecimento acerca dos honorários de sucumbência, do trânsito em julgado e dos recursos, analisemos as alternativas: a) Errada. Caso a decisão transitada em julgado seja omissa quanto ao direito aos honorários ou ao seu valor, é cabível ação autônoma para sua definição e cobrança, de acordo com o art. 85, §18º do CPC. b) Correta. Vide comentário anterior. c) Errada. Se a sentença for omissa, para executar os honorários de sucumbência, deve-se entrar com ação autônoma para sua cobrança em que Marcos pode pleitear o valor que entender adequado. d) Errada. Mesmo a matéria referente aos honorários de sucumbência transita em julgado. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 7 Questões comentadas para OAB – Processo Civil Questão 07 - FGV - 2022 - OAB - Exame da Ordem Unificado XXXVI - Primeira Fase Ainda no início da fase de conhecimento de determinado processo, as partes e o magistrado, de comum acordo, resolvem fixar calendário para a prática de atos processuais. Estipulado que a realização da audiência ocorreria em determinada data, a parte ré não comparece e alega que não foi devidamente intimada para o ato, requerendo a designação de nova data. Nesse contexto você, como advogado(a), é procurado(a) pela parte ré, que busca avaliar as consequências de seu não comparecimento. Nesse sentido, é correto afirmar que A) o calendário não vincula o juiz, apenas as partes, as quais só podem requerer a modificação de datas se apresentada justa causa. B) o calendário processual pode ser imposto pelo magistrado em casos excepcionais, sem a necessidade de prévio acordo com as partes, com fundamento na importância do objeto dos autos. C) com exceção da audiência, dispensa-se a intimação das partes para a prática dos demais atos processuais cujas datas tiverem sido designadas no calendário. D) a ré não poderia deixar de comparecer à audiência, pois a modificação do calendário pelo juiz ou pelas partes somente é possível em casos excepcionais, devidamente justificados. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra D. Alternativa A: O calendário vincula as partes e o juiz, e os prazos nele previstos somente serão modificados em casos excepcionais, devidamente justificados (§1º do art. 191 do CPC/2015). Alternativa B: O calendário processual não pode ser imposto pelo juiz, uma vez que o "caput" do art. 191 do CPC/2015 estabelece que ele será fixado de comum acordo entre o juiz e as partes. Alternativa C: De acordo com o § 2º do art. 191 do CPC/2015, dispensa-se a intimação das partes para a prática de ato processual ou a realização de audiência cujas datas tiverem sido designadas no calendário. Alternativa D: A ré não poderá deixar de comparecer à audiência, uma vez que o calendário vincula as partes e o juiz, e os prazos nele previstos somente serão modificados em casos excepcionais, devidamente justificados (§1º do art. 191 do CPC/2015). Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 8 Questões comentadas para OAB – Processo Civil Questão 08- FGV - 2022 - OAB - Exame da Ordem Unificado XXXVI - Primeira Fase O Condomínio do Edifício Residências, tendo observado o surgimento de diversos vícios ocultos nas áreas de uso comum do prédio construído pela Mestre de Obras Engenharia S/A, ajuizou ação de produção antecipada de provas, na qual requereu a produção de prova pericial. Para tanto, argumentou que o prévio conhecimento dos fatos, sob o ângulo técnico, poderá evitar ou justificar uma ação futura, a depender do resultado da perícia. Devidamente citada, a Mestre de Obras Engenharia S/A apresentou manifestação, na qual alega que não há qualquer risco de perecimento da prova, pois os vícios eventualmente constatados permaneceriam no local, sendo impertinente, portanto, o ajuizamento da produção antecipada de provas. Considerando o caso narrado, assinale a afirmativa correta. A) A pretensão de prévio conhecimento dos fatos para justificar ou evitar o ajuizamento de ação futura em face da Mestre de Obras Engenharia S/A, não é suficiente para a admissibilidade da produção antecipada de provas proposta pelo condomínio do Edifício Residências, faltando interesse de agir. B) A produção antecipada de provas proposta pelo Condomínio do Edifício Residências previne a competência para a ação principal, eventualmente proposta em face da Mestre de Obras Engenharia S/A. C) Na produção antecipada de provas, o juiz não se pronunciará sobre a ocorrência ou inocorrência dos fatos alegados pelo Condomínio do Edifício Residências, nem sobre suas respectivas consequências jurídicas. D) No procedimento de produção antecipada de provas, não se admitirá defesa ou recurso, salvo contra decisão que defira a produção da prova pleiteada pelo Condomínio do Edifício Residências. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra C. Alternativa A: Não há que se falar em falta de interesse de agir no presente caso, já que cumpridos os requisitos previstos no art. 381 do CPC/2015. Alternativa B: A produção antecipada da prova não previne a competência do juízo para a ação que venha a ser proposta (§3º do art. 381 do CPC/2015). Alternativa C: De acordo com o § 2º do art. 382 do CPC/2015, na produção antecipada de provas, o juiz não se pronunciará sobre a ocorrência ou a inocorrência do fato, nem sobreas respectivas consequências jurídicas. Alternativa D: No procedimento de produção antecipada de provas, não se admitirá defesa ou recurso, salvo contra decisão que indeferir totalmente a produção da prova pleiteada pelo requerente originário (art. 382, §4º do CPC/2015). Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 9 Questões comentadas para OAB – Processo Civil Questão 09 - FGV - 2022 - OAB - Exame da Ordem Unificado XXXVI - Primeira Fase Por mais de 10 anos, Leandro foi locatário de uma sala comercial de propriedade de Paula, na qual instalou o seu consultório para atendimentos médicos. Decidido a se aposentar, Leandro notificou Paula, informando a rescisão contratual e colocando-se à disposição para entregar o imóvel. Ultrapassados 4 (quatro) meses sem o retorno da locadora, Leandro ajuizou ação declaratória de rescisão contratual com pedido de consignação das chaves. Diante disso, Paula apresentou contestação e reconvenção, na qual pleiteia a cobrança de danos materiais por diversos problemas encontrados no imóvel. Diante desse imbróglio, e reconsiderando sua aposentadoria, Leandro consulta advogado(a) para avaliar a possibilidade de desistir da ação. Sobre o caso narrado, assinale a afirmativa correta. A) Por ter sido apresentada contestação, Leandro poderá desistir da ação até a sentença, o que ficará sujeito à concordância de Paula. B) Como foi oferecida a contestação, Leandro não poderá mais desistir da ação. C) Caso apresentada desistência da ação por Leandro, sua conduta implicará a desistência implícita da reconvenção. D) Caso Leandro desista da ação, isso acarretará a extinção do processo sem resolução de mérito, obstando a propositura de nova ação com o mesmo objeto. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra A. Alternativa A: Após oferecida a contestação se o autor pretender desistir da ação deverá contar com a concordância do Réu. Por outro lado, se o pedido de desistência for anterior à apresentação da contestação, o processo será extinto sem resolução de mérito independentemente da concordância do réu (art. 485, § 4º, do CPC/2015). Alternativa B: Leandro poderá desistir da ação até a sentença, o que ficará sujeito à concordância de Paula. Alternativa C: A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de seu mérito não obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção (§2º do art. 343 do CPC/2015). Alternativa D: A desistência da ação não importa renúncia ao direito. Por isso, a sentença homologatória de desistência da ação não impede o ajuizamento de nova demanda contra o réu, visando ao mesmo objetivo. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 10 Questões comentadas para OAB – Processo Civil Questão 10 - FGV - 2022 - OAB - Exame da Ordem Unificado XXXVI - Primeira Fase Maria promoveu uma ação de divórcio em face de seu ex-marido João, sendo que o réu foi inicialmente dado como residente na casa de sua ex-mulher, embora ali já não mais residisse. Quando da tentativa de citação, foi lavrada certidão negativa esclarecendo que a autora informou que o réu tinha regressado a Portugal. Diante disso, João veio a ser citado por edital, a requerimento da autora. João, após transitada em julgada a sentença da ação de divórcio, teve conhecimento da ação. Diante do fato de que a autora necessariamente sabia o endereço dos familiares do requerido na cidade onde por último residiu com ele em Portugal e de onde era contactada telefonicamente com frequência por ele, procurou você para esclarecê-lo sobre os aspectos e efeitos da citação no processo brasileiro. Sobre o caso narrado, assinale a afirmativa correta. A) Maria não poderá ser apenada por requerer a citação por edital, uma vez que houve a ocorrência de uma das circunstâncias autorizadoras para sua realização. B) A citação de João é válida, porque, quando ignorado, incerto ou inacessível o lugar em que se encontrar o citando, é autorizada a citação por edital. C) A citação por edital é nula, porque não foram efetuadas as diligências necessárias, tendo em vista a existência de elementos sobre o paradeiro do réu. D) Já houve a sanatória do vício na citação de João, porque a sentença da ação de divórcio já transitou em julgado. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra C. Alternativa A: De acordo com o art. 258, "caput", do CPC/2015, a parte que requerer a citação por edital, alegando dolosamente a ocorrência das circunstâncias autorizadoras para sua realização, incorrerá em multa de 5 (cinco) vezes o salário-mínimo. Sendo assim, como conhecia o paradeiro de João, Maria poderá ser apenada com multa. Alternativa B: Não se trata de citação válida, uma vez que o local de residência de João era conhecido por Maria. Alternativa C: Trata-se de citação nula, já que era possível determinar o local de residência de João, sendo que as diligências necessárias para sua localização não foram realizadas (art. 256 do CPC/2015). Alternativa D: A falta de citação regular do ré é um vício insanável. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 11 Questões comentadas para OAB – Processo Civil Questão 11 - FGV - 2022 - OAB - Exame da Ordem Unificado XXXVI - Primeira Fase Valdemar move, em face de Felício, ação de despejo, cujos pedidos são julgados procedentes. Considerando-se que o juiz sentenciante não determinou a expedição de mandado de despejo, seria correto afirmar, na qualidade de advogado(a) do autor, que A) o requerimento de expedição do correspondente mandado de despejo pode ser dirigido ao juízo a quo, pois o recurso cabível contra a sentença tem efeito meramente devolutivo. B) a fim de que a sentença seja executada, deve ser requerida a chamada “tutela antecipada recursal”, tendo em vista que o recurso cabível tem duplo efeito, devolutivo e suspensivo. C) após a prolação da sentença, está exaurida a jurisdição do juízo a quo, razão pela qual apenas o Tribunal pode determinar a expedição do mandado de despejo. D) devem ser opostos embargos de declaração contra a sentença, a fim de que o magistrado antecipe os efeitos da tutela e, consequentemente, o despejo possa ser objeto de execução provisória. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra A. Alternativa A: Conforme previsto no art. 58, V, da Lei nº 8.245/91, os recursos interpostos contra as sentenças nas ações de despejo, consignação em pagamento de aluguel e acessório da locação, revisionais de aluguel e renovatórias de locação terão efeito somente devolutivo, portanto, o requerimento de expedição do correspondente mandado de despejo pode ser dirigido ao juízo a quo. Alternativa B: O recurso possui efeito devolutivo, conforme explicado na alternativa "a". Alternativa C: Não havendo efeito suspensivo, o próprio juízo "a quo" poderá expedir o correspondente mandado de despejo, que nada mais é do que providência necessária para o cumprimento da decisão proferida (art. 63 da Lei nº 8.245/91). Alternativa D: Não há necessidade de oposição de embargos de declaração, sendo possível a apresentação de mera petição solicitando a expedição de mandado de despejo. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 12 Questões comentadas para OAB – Processo Civil Questão 12 - FGV - 2022 - OAB - Exame da Ordem Unificado XXXVI - Primeira Fase A livraria Sabedoria sofreu ação de execução por título extrajudicial movida pelo Banco Carvalho em virtude da inadimplência de contrato de empréstimo. Citada, a executadanão realizou o pagamento da dívida, tendo sofrido o bloqueio de dinheiro depositado em instituição financeira. Com o objetivo de liberar o valor bloqueado, ofereceu, em substituição à penhora, fiança bancária ou o percentual de 10% de seu faturamento. Intimada, a exequente não concordou com a substituição, sob o fundamento de que a penhora em dinheiro é preferencial e não pode ser substituída por qualquer outra, fundamento que foi acolhido pela juíza da causa. Diante desses fatos, assinale a afirmativa correta. A) A decisão judicial está errada, pois a penhora do faturamento é equivalente a dinheiro, sendo cabível a substituição B) A decisão judicial está correta, pois a penhora em dinheiro é prioritária e somente poderia ser substituída com a concordância da exequente. C) A decisão judicial está errada, pois a fiança bancária equipara-se a dinheiro, desde que em valor não inferior ao débito constante da inicial, acrescido de trinta por cento. D) a decisão judicial está correta, pois dinheiro, fiança bancária e penhora do faturamento são substituíveis entre si para fins de penhora. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra C. Alternativa A: A penhora do faturamento não é equivalente a dinheiro, não sendo, portanto, cabível a substituição. Alternativa B: A fiança bancária equipara-se a dinheiro, desde que em valor não inferior ao débito constante da inicial, acrescido de trinta por cento, podendo, portanto, ser substituída (art. 835, §2º do CPC/2015) Alternativa C: De acordo com o § 2º do art. 835 do CPC/2015, para fins de substituição da penhora, equiparam-se a dinheiro a fiança bancária e o seguro garantia judicial, desde que em valor não inferior ao do débito constante da inicial, acrescido de trinta por cento. Alternativa D: A penhora do faturamento não se equipara a penhora em dinheiro, por isso, não são substituíveis entre si (art. 835 do CPC/2015). Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 13 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 13 - FGV - 2022 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXV - Primeira Fase Com o objetivo de obter tratamento médico adequado e internação em hospital particular, Pedro propõe uma demanda judicial em face do Plano de Saúde X, com pedido de tutela provisória de urgência incidental. Concedida a tutela provisória, devidamente cumprida pelo réu, é proferida sentença pela improcedência do pedido apresentado por Pedro, a qual transita em julgado diante da ausência de interposição de qualquer recurso. O réu, então, apresenta, em juízo, requerimento para que Pedro repare os prejuízos decorrentes da efetivação da tutela provisória anteriormente deferida, com o pagamento de indenização referente a todo o tratamento médico dispensado. Diante de tal situação, é correto afirmar que, de acordo com o Código de Processo Civil, A) o autor responde pelo prejuízo que a efetivação da tutela provisória de urgência causar ao réu, dentre outras hipóteses, se a sentença lhe for desfavorável. B) por se contrapor aos princípios do acesso à justiça e da inafastabilidade do controle jurisdicional, não há previsão legal de indenização pelos prejuízos eventualmente causados pelo autor com a efetivação da tutela provisória. C) a liquidação e a cobrança da indenização referentes ao prejuízo sofrido pelo réu pela efetivação da tutela de urgência, seguindo a regra geral, devem ser objeto de ação própria, descabendo a apresentação do requerimento nos próprios autos em que a medida foi concedida. D) a indenização pretendida pelo réu afasta a possibilidade de reparação por eventual dano processual, sendo inacumuláveis os potenciais prejuízos alegados pelas partes. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra A. Questão envolvendo responsabilidade civil objetiva na concessão/efetivação de tutela provisória de urgência, em caso de sentença superveniente de improcedência. Trata-se da literalidade do Código de Processo Civil, que diz em seu art. 302 que "Independentemente da reparação por danos processual, a parte responde pelo prejuízo que a efetivação da tutela de urgência causar à parte adversa, se: I - A sentença lhe for desfavorável; II - Obtida liminarmente a tutela em caráter antecedente, não fornecer os meios necessários para a citação do requerido no prazo de 5 (cinco) dias; III - Ocorrer a cessação da eficácia da medida em qualquer hipótese legal; IV - O juiz acolher a alegação de decadência ou prescrição da pretensão do autor. Parágrafo único. A indenização será liquidada nos autos em que a medida tiver sido concedida, sempre que possível." Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 14 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 14 - FGV - 2022 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXV - Primeira Fase Proposta uma demanda judicial com a presença de 150 autores no polo ativo, a parte ré, regularmente citada, peticiona nos autos apenas e exclusivamente no sentido de que seja limitado o número de litigantes, informando, ainda, que sua contestação será apresentada no momento oportuno. A parte autora, então, se antecipando à conclusão dos autos ao magistrado competente, requer que o réu seja considerado revel, por não ter apresentado sua contestação no momento oportuno. Com base no Código de Processo Civil, é correto afirmar que A) o juiz pode limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número de litigantes nas fases de conhecimento ou de liquidação de sentença, sendo vedada tal limitação na execução, por esta pressupor a formação de litisconsórcio necessário. B) o requerimento de limitação do litisconsórcio facultativo quanto ao número de litigantes interrompe o prazo para manifestação ou resposta, que recomeçará da intimação da decisão que solucionar a questão. C) o fato de o réu não ter apresentado sua contestação no prazo regular tem como consequência a incidência de pleno direito da revelia material, que pode ser revertida caso acolhido o requerimento de limitação do litisconsórcio. D) apresentado requerimento de limitação do número de litigantes com base apenas no potencial prejuízo ao direito de defesa do réu, deve o magistrado limitar sua análise a tal argumento, sendo vedado decidir com base em fundamento diverso, ainda que oportunizada a manifestação prévia das partes. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra B. Questão envolvendo litisconsórcio facultativo multitudinário, e pedido de redução formulado pelo réu. GABARITO LETRA B, conforme artigo 113, §1º e §2º, CPC Código de Processo Civil: Art. 113. Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em conjunto, ativa ou passivamente, quando: I - Entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à lide; II - Entre as causas houver conexão pelo pedido ou pela causa de pedir; III - ocorrer afinidade de questões por ponto comum de fato ou de direito. § 1º O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número de litigantes na fase de conhecimento, na liquidação de sentença ou na execução, quando este comprometer a rápida solução do litígio ou dificultar a defesa ou o cumprimento da sentença. § 2º O requerimento de limitação interrompe o prazo para manifestação ou resposta, que recomeçará da intimação da decisão que o solucionar. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 15 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 15 - FGV - 2022 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXV - Primeira Fase João ajuizou ação de indenização por danos materiais e morais contra Carla. Ao examinar a petição inicial, o juiz competente entendeu que a causa dispensava fase instrutóriae, independentemente da citação de Carla, julgou liminarmente improcedente o pedido de João, visto que contrário a enunciado de súmula do Superior Tribunal de Justiça. Nessa situação hipotética, assinale a opção que indica o recurso que João deverá interpor. A) Agravo de instrumento, uma vez que o julgamento de improcedência liminar do pedido ocorre por meio da prolação de decisão interlocutória agravável. B) Agravo de instrumento, tendo em vista há urgência decorrente da inutilidade do julgamento da questão em recurso de apelação. C) Apelação, sendo facultado ao juiz retratar-se, no prazo de cinco dias, do julgamento liminar de improcedente do pedido. D) Apelação, sendo o recurso distribuído diretamente a um relator do tribunal, que será responsável por intimar a parte contrária a apresentar resposta à apelação em quinze dias. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra C. Questão envolvendo hipótese de sentença de improcedência liminar de pedido, recurso de apelação e possibilidade de retratação do juiz em cinco dias. Tanto em virtude do recurso interposto contra a decisão que indefere a inicial quanto do recurso contra decisão que julga liminarmente improcedente o pedido, pode o juiz realizar juízo de retratação no prazo de 5 dias, determinando o prosseguimento do processo. CPC - Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar: I - Enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça; II - Acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; IV - Enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local. [...] § 3º Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco) dias. § 4º Se houver retratação, o juiz determinará o prosseguimento do processo, com a citação do réu, e, se não houver retratação, determinará a citação do réu para apresentar contrarrazões, no prazo de 15 (quinze) dias. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 16 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 16 - FGV - 2022 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXV - Primeira Fase No âmbito de um contrato de prestação de serviços celebrado entre as sociedades empresárias Infraestrutura S.A. e Campo Lindo S.A., foi prevista cláusula compromissória arbitral, na qual as partes acordaram que qualquer litígio de natureza patrimonial decorrente do contrato seria submetido a um tribunal arbitral. Surgido o conflito, e havendo resistência de Infraestrutura S.A. quanto à instituição da arbitragem, assinale a opção que representa a conduta que pode ser adotada por Campo Lindo S.A. A) Campo Lindo S.A. pode adotar medida coercitiva, mediante autorização do tribunal arbitral, para que Infraestrutura S.A. se submeta forçosamente ao procedimento arbitral, em respeito à cláusula compromissória firmada no contrato de prestação de serviço. B) Campo Lindo S.A. pode submeter o conflito à jurisdição arbitral, ainda que sem participação de Infraestrutura S.A., o qual será considerado revel e contra si presumir-se-ão verdadeiras todas as alegações de fato formuladas pelo requerente Campo Lindo S.A. C) Campo Lindo S.A. pode requerer a citação de Infraestrutura S.A. para comparecer em juízo no intuito de lavrar compromisso arbitral, designando o juiz audiência especial com esse fim. D) Campo Lindo S.A. pode ajuizar ação judicial contra Infraestrutura S.A., para que o Poder Judiciário resolva o mérito do conflito decorrente do contrato de prestação de serviço celebrado entre as partes. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra B. Questão envolvendo cláusula compromissória arbitral. Conforme artigo 7º, da Lei de Arbitragem (Lei 9.307/96) Lei de Arbitragem – Art. 7º Existindo cláusula compromissória e havendo resistência quanto à instituição da arbitragem, poderá a parte interessada requerer a citação da outra parte para comparecer em juízo a fim de lavrar-se o compromisso, designando o juiz audiência especial para tal fim. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 17 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 17 - FGV - 2022 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXV - Primeira Fase Paolo e Ana Sávia, casados há mais de 10 anos, sob o regime de comunhão parcial de bens, constituíram, ao longo do casamento, um enorme patrimônio que contava com carros de luxo, mansões, fazendas, dentre outros bens. Certo dia, por conta de uma compra e venda realizada 5 anos após o casamento, Paolo é citado em uma ação que versa sobre direito real imobiliário. Ana Sávia, ao saber do fato, vai até seu advogado e questiona se ela deveria ser citada, pois envolve patrimônio familiar. Sobre o assunto, o advogado responde corretamente que, no caso em apreço, A) Ana Sávia deve ser citada, pois existe litisconsórcio passivo necessário entre os cônjuges em ação que verse sobre direito real imobiliário, mesmo que casados sob o regime de separação absoluta de bens. B) Ana Sávia não deve ser citada, pois existe litisconsórcio passivo facultativo entre os cônjuges em ação que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens. C) Ana Sávia não deve ser citada, pois não existe litisconsórcio passivo necessário entre os cônjuges em ação que verse sobre direito real imobiliário. D) Ana Sávia deve ser citada, pois existe litisconsórcio passivo necessário entre os cônjuges em ação que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra D. Questão envolvendo o tema: capacidade processual das pessoas casadas. Ajuizamento de ação real imobiliária em face de pessoa casada, em regime diferente da separação absoluta de bens, com a consequente formação de litisconsórcio passivo necessário. Conforme artigo 73, CPC: Art. 73. O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens. § 1º Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para a ação: I – Que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 18 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 18 - FGV - 2022 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXV - Primeira Fase Pedro, representado por sua genitora, propõe ação de alimentos em face de João, seu genitor, que residia em Recife. Após desconstituir o advogado que atuou na fase de conhecimento, em Belo Horizonte, onde o autor morava quando do início da demanda, a genitora de Pedro procura você, na qualidade de advogado(a), indagando sobre a possibilidade de que o cumprimento de sentença tramite no município de São Paulo, onde, atualmente, ela e o filho residem, ressalvado que o genitor não mudou de endereço. Diante de tal quadro, é correto afirmar que A) o cumprimento de sentença pode ser realizado em São Paulo, embora também pudesse ocorrer em Belo Horizonte, perante o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição. B) o cumprimento não pode ser realizado em São Paulo, tendo em vista que a competência é determinada no momento do registro ou da distribuição da petição inicial, razão pela qual são irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridasposteriormente. C) o cumprimento de sentença somente pode ser realizado São Paulo, uma vez que a mudança de endereço altera critério de natureza absoluta, de forma que não há opção. D) o cumprimento de sentença somente pode ocorrer em Recife, onde o genitor reside. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra A. Questão envolvendo competência para o cumprimento de sentença de alimentos, que pode ocorrer no juízo onde o título executivo judicial se formou, no atual domicílio do executado, no local onde se encontram os bens do executado, ou ainda, no atual domicílio do exequente. CPC - Art. 528, § 9º Além das opções previstas no art. 516, parágrafo único, o exequente pode promover o cumprimento da sentença ou decisão que condena ao pagamento de prestação alimentícia no juízo de seu domicílio. CPC - Art. 516, Parágrafo único: Nas hipóteses dos incisos II e III, o exequente poderá optar pelo juízo do atual domicílio do executado, pelo juízo do local onde se encontrem os bens sujeitos à execução ou pelo juízo do local onde deva ser executada a obrigação de fazer ou de não fazer, casos em que a remessa dos autos do processo será solicitada ao juízo de origem. Assim, o cumprimento de sentença na situação posta pode ser promovido no juízo do domicílio do exequente, do executado ou do local onde se encontrem os bens sujeitos à execução. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 19 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 19 - FGV - 2022 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXV - Primeira Fase Paulo Filho pretende ajuizar uma ação de cobrança em face de Arnaldo José, tendo em vista um contrato de compra e venda firmado entre ambos. As alegações de fato propostas por Paulo podem ser comprovadas apenas documentalmente, e existe uma tese firmada em julgamento de casos repetitivos. Ao questionar seu advogado sobre sua pretensão, Paulo Filho buscou saber se existia a possibilidade de que lhe fosse concedida uma tutela de evidência, com o intuito de sanar o problema da forma mais célere. Como advogado(a) de Paulo, assinale a afirmativa correta. A) A tutela da evidência será concedida, caso seja demonstrado o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo, quando as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante. B) A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, somente quando ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte. C) A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante. D) A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, somente quando a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra C. Para que a Tutela de evidência seja concedida, basta a demonstração da probabilidade do direito, dispensando-se a demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo (requisito próprio da tutela de urgência). Neste tipo de tutela, já que o direito é bom (evidente), o objetivo é usufruir dele desde logo, ainda que não haja urgência. CPC - Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando: I - Ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte; II - As alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante; III - Se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa; IV - A petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável. Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 20 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 20 - FGV - 2022 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXIV - Primeira Fase Em ação declaratória de nulidade da sentença arbitral, a autora da ação, parte no juízo arbitral, alegou, como fundamento jurídico do pedido, (I) o fato de a sentença ter sido baseada apenas em regras de direito, (II) omitir a data e (III) o lugar em que foi proferida, requisitos formais da sentença, segundo ela. Na contestação, a outra parte (favorecida pela decisão), alegou que a omissão do lugar e da data são erros meramente materiais, supríveis por outros meios, como a convenção de arbitragem, onde se encontra estipulado o local da sede da arbitragem, e por documentos dos árbitros onde constam a data-limite para ser proferida a decisão. Assim, não se pode anular a sentença arbitral simplesmente por omissões supríveis. Quanto ao mérito e atentando para as disposições legais da sentença arbitral, assinale a afirmativa correta. A) Os argumentos apresentados pela ré são procedentes, eis que a ausência da data e do lugar da arbitragem configura erro material, sanável pela produção de todos os meios de prova admitidos em direito. B) Os argumentos apresentados pela ré são procedentes, eis que é dispensável na sentença menção à data ou ao lugar em que foi proferida, sanável pelo conteúdo da convenção de arbitragem. C) Os argumentos apresentados pela autora são procedentes, eis que é necessário na sentença arbitral a data e o lugar em que foi proferida, exceto se os árbitros julgaram por equidade. D) Os argumentos apresentados pela autora são procedentes, eis que é nula a sentença arbitral que não contiver a data e o lugar em que foi proferida. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra D. Na opção D está o que se depreende do art. 26, IV, c.c. art. 32, III, da Lei n° 9.307/1996: Art. 26. São requisitos obrigatórios da sentença arbitral: IV - a data e o lugar em que foi proferida. Art. 32. É nula a sentença arbitral se: III - não contiver os requisitos do art. 26 desta Lei; Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 21 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 21 - FGV - 2022 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXIV - Primeira Fase Fernando é inventariante do espólio de Marcos, seu irmão mais velho. A irmã de ambos, Maria, requereu a remoção de Fernando do cargo de inventariante ao juízo de sucessões, sustentando que Fernando está se apropriando de verbas pertencentes ao espólio, e instruiu seu pedido com extratos bancários de conta corrente de titularidade de Fernando, com registro de vultosos depósitos. O juiz, entendendo relevante a alegação de Maria, sem a oitiva de Fernando, nos próprios autos do processo de inventário, determinou sua remoção e nomeou Maria como nova inventariante. A este respeito, assinale a afirmativa correta. A) O magistrado agiu corretamente, pois, comprovado o desvio de bens do espólio em favor do inventariante, cabe sua imediata remoção, independentemente de oitiva prévia.B) A remoção de Fernando depende, cumulativamente, da instauração de incidente de remoção, apenso aos autos do inventário, e da outorga do direito de defesa e produção de provas. C) Maria não pode requerer a remoção de Fernando do cargo de inventariante, pois somente o cônjuge supérstite possui legitimidade para requerer a remoção de inventariante. D) O desvio de bens em favor do inventariante não é causa que dê ensejo à sua remoção. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra B. Letra B correta, a alternativa corresponde ao disposto no art. 623 do CPC: Art. 623. Requerida a remoção com fundamento em qualquer dos incisos do art. 622, será intimado o inventariante para, no prazo de 15 (quinze) dias, defender-se e produzir provas. Parágrafo único. O incidente da remoção correrá em apenso aos autos do inventário. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 22 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 22 - FGV - 2022 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXIV - Primeira Fase Pedro possui uma fazenda contígua à de Vitório. Certo dia, Pedro identificou que funcionários de Vitório estavam retirando parte da cerca divisória entre as fazendas, de modo a aumentar a área da fazenda de Vitório e reduzir a sua. Inconformado, Pedro ajuizou ação de interdito proibitório, pelo procedimento especial das ações possessórias, com pedido para que Vitório se abstenha de ocupar a área de sua fazenda, bem como indenização pelos gastos com a colocação de nova cerca divisória, de modo a retomar a linha divisória antes existente entre as fazendas. O juiz, entendendo que a pretensão de Pedro é de reintegração de posse, julga procedente o pedido, determinando que Vitório retire a cerca divisória que seus funcionários colocaram, bem como indenize Pedro em relação ao valor gasto com a colocação de nova cerca divisória. Você, como advogada(o) de Vitório, analisou a sentença proferida. Assinale a opção que indica corretamente sua análise. A) O juiz violou o princípio da congruência, pois não é dado ao juiz conceder prestação diversa da pretendida pelo autor da demanda. B) O pedido de condenação do réu ao pagamento de indenização deveria ser extinto sem resolução do mérito, pois não é lícita a cumulação de pedidos em sede de ações possessórias. C) Na hipótese, houve aplicação da fungibilidade das ações possessórias. D) Houve inadequação da via eleita, pois a ação cabível seria a ação de demarcação de terras particulares. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra B. A fungibilidade das ações possessórias é amplamente aceita no ordenamento jurídico brasileiro, contando inclusive com disposição expressa no Código de Processo Civil: CPC, art. 554: A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conheça do pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela cujos pressupostos estejam provados. Assim, ainda que o indivíduo da questão tenha errado e ajuizado ação de interdito proibitório, o juiz pode muito bem receber e processar a ação como se houvesse sido proposta a ação adequada (de reintegração de posse), não havendo que se falar em violação ao princípio da adstrição ou congruência. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 23 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 23 - FGV - 2022 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXIV - Primeira Fase Paulo é possuidor com animus domini, há 35 (trinta e cinco) anos, de apartamento situado no Município X. O referido imóvel foi adquirido da construtora do edifício mediante escritura pública, a qual não foi levada a registro, tendo havido pagamento integral do preço. Em processo movido por credor da construtora do edifício, a qual é proprietária do bem perante o Registro de Imóveis, foi deferida a penhora do apartamento em fase de cumprimento de sentença, a qual foi averbada junto à matrícula do imóvel 6 (seis) meses após a publicação da decisão que determinou tal penhora no órgão oficial de publicações. Na hipótese, assinale a opção que indica a medida processual cabível para a defesa dos interesses de Paulo. A) Propositura de ação de oposição, buscando se opor ao credor da construtora e à medida por ele requerida. B) Ajuizamento de embargos de terceiro, buscando atacar a medida constritiva em face do imóvel adquirido. C) Formular pedido de habilitação nos autos do processo movido pelo credor da construtora, para a defesa de seus interesses. D) Interposição de agravo de instrumento em face da decisão que determinou a penhora do bem, buscando reformá-la. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra B. Art. 674. Quem, não sendo parte no processo, sofrer constrição ou ameaça de constrição sobre bens que possua ou sobre os quais tenha direito incompatível com o ato constritivo, poderá requerer seu desfazimento ou sua inibição por meio de embargos de terceiro. § 1º Os embargos podem ser de terceiro proprietário, inclusive fiduciário, ou possuidor. Art. 1.003. O prazo para interposição de recurso conta-se da data em que os advogados, a sociedade de advogados, a Advocacia Pública, a Defensoria Pública ou o Ministério Público são intimados da decisão. § 5º Excetuados os embargos de declaração, o prazo para interpor os recursos e para responder-lhes é de 15 (quinze) dias. Art. 682. Quem pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o direito sobre que controvertem autor e réu poderá, até ser proferida a sentença, oferecer oposição contra ambos. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 24 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 24 - FGV - 2022 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXIV - Primeira Fase Diante da multiplicidade de recursos especiais fundados em idêntica questão de direito, o Desembargador 3º Vice-Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro seleciona dois dos recursos e os remete ao Superior Tribunal de Justiça para fins de afetação, determinando a suspensão de todos os processos pendentes que tramitam no respectivo Estado que versem sobre a mesma matéria. Uma vez recebido o recurso representativo da controvérsia, o Ministro Relator resolve proferir decisão de afetação. Após seu trâmite, o recurso é julgado pela Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça, que fixa a tese jurídica. Diante da situação hipotética acima descrita, assinale a afirmativa correta. A) A tese jurídica fixada pelo Superior Tribunal de Justiça por ocasião do julgamento dos recursos especiais representativos da controvérsia não poderá ser alterada ou superada no futuro, em qualquer hipótese, nem mesmo pelo próprio Superior Tribunal de Justiça. B) Para a formação de seu convencimento acerca da controvérsia objeto dos recursos especiais repetitivos, o Ministro Relator não poderá admitir a participação de terceiros, na qualidade de amicus curiae, e tampouco realizar audiências públicas para a qualificação do contraditório. C) A controvérsia objeto dos recursos especiais submetidos ao rito dos repetitivos não poderá ter natureza de direito processual, mas apenas de direito material. D) A escolha dos recursos feita pelo 3º Vice-Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro não possuía o efeito de vincular o Ministro Relator no Superior Tribunal de Justiça, que, se entendesse pertinente, poderia ter selecionado outros recursos representativos da controvérsia. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra D. Conforme o disposto no art. 1.036, § 4º do CPC. A escolha dos recursos especiais pode ser feita também pelo relator dos recursos na forma do art. 1.036, §§ 5º e6º do CPC. Art. 1.036. Sempre que houver multiplicidade de recursos extraordinários ou especiais com fundamento em idêntica questão de direito, haverá afetação para julgamento de acordo com as disposições desta Subseção, observado o disposto no Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal e no do Superior Tribunal de Justiça. § 4º A escolha feita pelo presidente ou vice-presidente do tribunal de justiça ou do tribunal regional federal não vinculará o relator no tribunal superior, que poderá selecionar outros recursos representativos da controvérsia. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 25 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 25 - FGV - 2022 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXIV - Primeira Fase Em ação coletiva ajuizada pela Associação Brasileira XYZ, foi proferida sentença que julgou improcedentes os pedidos formulados na petição inicial. Em segunda instância, o tribunal negou provimento à apelação interposta pela Associação Brasileira XYZ e manteve a sentença proferida. A Associação, contudo, notou que um outro tribunal do país, em específico, decidiu sobre questão de direito similar de forma distinta, tendo atribuído interpretação diversa à mesma norma infraconstitucional federal. A respeito da hipótese narrada, assinale a opção que apresenta a medida judicial a ser adotada pela Associação Brasileira XYZ. A) Interposição de recurso especial fundado em dissídio jurisprudencial, devendo a Associação recorrente comprovar no recurso a divergência entre o acórdão recorrido e o julgado do outro tribunal, além de mencionar as circunstâncias que identifiquem ou assemelhem os casos confrontados. B) Interposição de embargos de divergência direcionados ao Superior Tribunal de Justiça, no intuito de uniformizar o entendimento divergente dos tribunais. C) Pedido de instauração de incidente de assunção de competência, ainda que se trate de divergência entre tribunais sobre questão de direito sem relevância e repercussão social. D) Pedido de instauração de incidente de resolução de demandas repetitivas direcionado a relator de turma do Superior Tribunal de Justiça, com o objetivo de uniformizar o entendimento divergente dos tribunais. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra A. A medida judicial a ser adotada pela Associação Brasileira XYZ é a interposição de recurso especial fundado em dissídio jurisprudencial, devendo comprovar no recurso a divergência entre o acórdão recorrido e o julgado do outro tribunal, além de mencionar as circunstâncias que identifiquem ou assemelhem os casos confrontados, conforme estabelece o art. 1.029, § 1º do CPC: § 1º Quando o recurso fundar-se em dissídio jurisprudencial, o recorrente fará a prova da divergência com a certidão, cópia ou citação do repositório de jurisprudência, oficial ou credenciado, inclusive em mídia eletrônica, em que houver sido publicado o acórdão divergente, ou ainda com a reprodução de julgado disponível na rede mundial de computadores, com indicação da respectiva fonte, devendo-se, em qualquer caso, mencionar as circunstâncias que identifiquem ou assemelhem os casos confrontados. Dissídio jurisprudencial, para efeito de interposição de recurso especial, ocorre quando o Tribunal local der à lei federal interpretação divergente da que lhe haja dado outro tribunal (art. 105, III, c, Constituição Federal). 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida: c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 26 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 26 - FGV - 2022 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXIV - Primeira Fase Adriana ajuizou ação de cobrança em face de Ricardo, para buscar o pagamento de diversos serviços de arquitetura por ela prestados e não pagos. Saneado o feito, o juízo de primeiro grau determinou a produção de prova testemunhal, requerida como indispensável pela autora, intimando-a para apresentar o seu rol de testemunhas, com nome e endereço. Transcorrido mais de 1 (um) mês, Adriana, embora regularmente intimada daquela decisão, manteve-se inerte, não tendo fornecido o rol contendo a identificação de suas testemunhas. Diante disso, o juízo determinou a derradeira intimação da autora para dar andamento ao feito, no prazo de 5 (cinco) dias, sob pena de extinção. Essa intimação foi feita pelo Diário da Justiça, na pessoa de seu advogado constituído nos autos. Findo o prazo sem manifestação, foi proferida, a requerimento de Ricardo, sentença de extinção do processo sem resolução de mérito, tendo em vista o abandono da causa pela autora por mais de 30 (trinta) dias, condenando Adriana ao pagamento das despesas processuais e dos honorários advocatícios. Na qualidade de advogado de Adriana, sobre essa sentença assinale a afirmativa correta. A) Está incorreta, pois, para que o processo seja extinto por abandono, o CPC exige prévia intimação pessoal da parte autora para promover os atos e as diligências que lhe incumbir, no prazo de 5 (cinco) dias. B) Está correta, pois, para que o processo seja extinto por abandono, o CPC exige, como único requisito, o decurso de mais de 30 (trinta) dias sem que haja manifestação da parte autora. C) Está incorreta, pois, para que o processo seja extinto por abandono, o CPC exige, como único requisito, o decurso de mais de 60 (sessenta) dias sem que haja manifestação da parte autora. D) Está incorreta, pois o CPC não prevê hipótese de extinção do processo por abandono da causa pela parte autora. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra A. No Código de Processo Civil, quando as partes são negligentes e deixam o processo parado por certo período o juiz pode julgar extinto o feito sem resolução de mérito. Todavia, por expressa previsão no CPC, antes de o juiz assim proceder é necessário que seja concedido prazo de 5 dias para as partes se manifestarem, é como se fosse uma última chance para as partes dizerem se querem prosseguir com o processo ou não. Frisa-se que essa intimação deve ser feita pessoalmente. CPC, Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: I - Indeferir a petição inicial; II - O processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes; III - por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias; [...] § 1º Nas hipóteses descritas nos incisos II e III, a parte será intimada pessoalmente para suprir a falta no prazo de 5 (cinco) dias. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 27 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 27 - FGV - 2021 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXIII - Primeira Fase Carlyle Schneider, engenheiro suíço, morava em Madison, Wisconsin, Estados Unidos da América, há 12 anos. Em meados de 2015, participou da construção de dois edifícios em Florianópolis, Brasil, dos quais se afeiçoou de tal modo, que decidiu adquirir uma unidade residencial em cada prédio. Portanto, apesar de bem estabelecido em Madison, era o Sr. Schneider proprietário de dois imóveis no Brasil. Em 10/12/2017, viajou à Alemanha e, ao visitar um antigo casarão a ser restaurado, foi surpreendido pelo desabamento da construção sobre si, falecendo logo em seguida. Carlyle Schneider deixou 3 (três) filhos, que moravam na Suíça. A respeito dos limites da jurisdição nacional e da cooperação internacional, com basenas normas constantes do Código de Processo Civil, assinale a afirmativa correta. A) Em matéria de sucessão hereditária, compete exclusivamente à autoridade judiciária da Suíça, país de nacionalidade do autor da herança e de nacionalidade e residência dos herdeiros legítimos, proceder à partilha dos dois bens imóveis situados no Brasil. B) Em matéria de sucessão hereditária, compete concorrentemente à autoridade judiciária da Alemanha, local de óbito do autor da herança, proceder à partilha dos dois bens imóveis situados no Brasil. C) Em matéria de sucessão hereditária, compete exclusivamente ao Estado brasileiro, local de situação dos imóveis, proceder ao inventário e à partilha dos dois bens imóveis. D) Em matéria de sucessão hereditária, compete concorrentemente à autoridade judiciária dos Estados Unidos da América, país de residência do autor da herança, proceder à partilha dos dois bens imóveis situados no Brasil. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra C. Segundo o art. 23, I do CPC: Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra: I - Conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil; No caso em comento, temos uma competência absoluta da autoridade judiciária brasileira, sendo essa determinada em função da matéria, pessoa e função (MPF). A competência absoluta tem por principais características: a) insuscetível de sofrer alterações; b) sua fixação decorre de interesse público; c) pode ser reconhecida de ofício. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 28 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 28 - FGV - 2021 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXIII - Primeira Fase Joana, em decorrência de diversos problemas conjugais, decidiu se divorciar de Marcelo. Contudo, em razão da resistência do cônjuge em consentir com sua decisão, foi preciso propor ação de divórcio. Após distribuída a ação, o juiz determinou a emenda da petição inicial, tendo em vista a ausência de cópia da certidão do casamento celebrado entre as partes, dentre os documentos anexados à inicial. Considerando o caso narrado e as disposições legais a respeito da ausência de documentos indispensáveis à propositura da ação, assinale a afirmativa correta. A) Ausente documento indispensável à propositura da ação, a petição inicial deve ser indeferida de imediato. B) A certidão de casamento é documento indispensável à propositura de qualquer ação. Constatando-se sua ausência, deve o autor ser intimado para emendar ou completar a inicial no prazo de 5 (cinco) dias. C) Ausente documento indispensável à propositura da ação, o autor deve ser intimado para emendar ou completar a inicial no prazo de 15 (quinze) dias. D) A ausência de documento indispensável à propositura da ação configura hipótese de improcedência liminar. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra C. Ausente documento indispensável à propositura da ação, o autor deve ser intimado para emendar ou completar a inicial no prazo de 15 dias. Art. 320. A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da ação. Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos arts. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a complete, indicando com precisão o que deve ser corrigido ou completado. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 29 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 29 - FGV - 2021 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXIII - Primeira Fase Karine teve conhecimento de que Pedro propôs ação reivindicatória em face de Joana relativamente à Fazenda Felicidade, situada em Atibaia. Karine, furiosa, apresenta oposição, por entender que aquela fazenda lhe pertence, já que a recebeu em testamento pelo falecido tio de Joana. Sobre o caso narrado, assinale a afirmativa correta. A) Se a oposição foi proposta antes do início da audiência do processo originário, a oposição será apensada aos autos e tramitará simultaneamente à ação reivindicatória, sendo ambas julgadas pela mesma sentença. B) Se houver possibilidade de julgamento conjunto, o juiz deverá observar a relação de prejudicialidade existente entre a oposição apresentada por Karine e a ação reivindicatória proposta por Pedro, sendo que o pedido desta última deve ser julgado em primeiro lugar. C) Os opostos formam um litisconsórcio passivo unitário, devendo a sentença dividir de modo idêntico o mérito para ambos. D) Se Pedro reconhecer a procedência do pedido da opoente, Karine deverá ser reconhecida como legítima proprietária do imóvel. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra A. Se a oposição foi proposta antes do início da audiência do processo originário, a oposição será apensada aos autos e tramitará simultaneamente à ação reivindicatória, sendo ambas julgadas pela mesma sentença. CPC. Art. 685. Admitido o processamento, a oposição será apensada aos autos e tramitará simultaneamente à ação originária, sendo ambas julgadas pela mesma sentença. Parágrafo único. Se a oposição for proposta após o início da audiência de instrução, o juiz suspenderá o curso do processo ao fim da produção das provas, salvo se concluir que a unidade da instrução atende melhor ao princípio da duração razoável do processo. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 30 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 30 - FGV - 2021 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXIII - Primeira Fase Após anos de relacionamento conjugal, Adriana e Marcelo resolvem se divorciar. Diante da recusa do cônjuge ao pagamento de alimentos, Adriana, desempregada, resolve ingressar com ação a fim de exigir o pagamento. A ação teve regular processamento, tendo o juiz proferido sentença de procedência, condenando o réu ao pagamento de R$ 2.000,00 (dois mil reais) mensais à autora, sendo publicada no dia seguinte. Inconformado, o réu interpõe recurso de apelação, mas Adriana promove, imediatamente, o cumprimento provisório da decisão. Diante das informações expostas, assinale a afirmativa correta. A) A sentença não pode ser executada neste momento, pois o recurso de apelação possui efeito suspensivo. B) A sentença não pode ser executada, uma vez que a sentença declaratória não permite a execução provisória. C) Poderá ser iniciada a execução provisória, pois a sentença que condena a pagar alimentos começa a produzir efeitos imediatamente após a sua publicação. D) Pode ser iniciada execução provisória, pois os recursos de apelação nunca possuem efeito suspensivo. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra C. Como regra, a apelação possui efeito suspensivo, salvo as exceções prevista no Art. 1.012. § 1º do CPC, in verbis: Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos imediatamente após a sua publicação a sentença que: II - Condena a pagar alimentos; Assim, o Recurso de Apelação não possui efeito suspensivo em sentença que condena pagar alimentos, conforme art 1.012 §1º, II, do CPC. Por fim, cumpre destacar que o cumprimento provisório da sentença impugnada por recurso desprovido de efeito suspensivo será realizado da mesma forma que o cumprimento definitivo, conforme dispõe o art. 520 CPC. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 31 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO31 - FGV - 2021 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXIII - Primeira Fase O Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, se deparando com pedido de instauração de Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas (IRDR) para solucionar as causas de um acidente aéreo com numerosas vítimas, que demandaria a realização de prova pericial para aferir se houve falha elétrica ou se algum outro fator causou a queda da aeronave, designou sessão de julgamento para análise colegiada a respeito do cabimento do incidente. A respeito da referida análise quanto ao cabimento e às consequências da instauração, assinale a afirmativa correta. A) O IRDR é cabível, e, uma vez admitida sua instauração, não haverá a suspensão dos processos ajuizados pelas múltiplas vítimas, e o entendimento firmado no IRDR apenas será aplicável aos processos que venham a ser ajuizados após a sua prolação. B) O IRDR não é cabível, uma vez que a técnica processual visa apenas a resolver controvérsia sobre questão unicamente de direito, seja processual ou material. C) A instauração do IRDR é possível, uma vez que visa a resolver controvérsia sobre questão de fato, com o objetivo de permitir a realização de prova pericial única, tal como na hipótese concreta. D) Não é possível instaurar o IRDR, que apenas é cabível em primeira instância e nos tribunais superiores. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra B. O IRDR - visa resolver controvérsia sobre questão unicamente de direito, seja processual ou material. Art. 313. Suspende-se o processo: IV- Pela admissão de INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS; Art. 976. É cabível a instauração do incidente de resolução de demandas repetitivas quando houver, simultaneamente: I - Efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma questão unicamente de direito; II - Risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica. Art. 977. O pedido de instauração do incidente será dirigido ao presidente de tribunal: Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 32 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 32 - FGV - 2021 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXIII - Primeira Fase João Carlos ajuizou ação em face do Shopping Sky Mall, objetivando a devolução dos valores que superem o limite máximo previsto em lei de seu município, pagos em virtude do estacionamento de seu automóvel. Julgado procedente o pedido e iniciado o cumprimento de sentença, o executado apresentou impugnação, alegando ser inexigível a obrigação. Sustentou que o Supremo Tribunal Federal, em controle difuso de constitucionalidade, reconheceu a inconstitucionalidade da referida lei municipal que ampara o título judicial. Considerando que a decisão do STF foi proferida após o trânsito em julgado da ação movida por João Carlos, assinale a afirmativa correta. A) É possível acolher a alegação do executado veiculada em sua impugnação, pois a decisão do STF sempre se sobrepõe ao título judicial. B) É possível acolher a alegação do executado apresentada em sua impugnação, pois não houve a modulação dos efeitos da decisão do STF. C) Não é possível acolher a alegação do executado veiculada por meio de impugnação, sendo necessário o ajuizamento de ação rescisória para desconstituir o título. D) Não é possível acolher a alegação do executado apresentada em sua impugnação, pois o reconhecimento da inconstitucionalidade se deu em controle difuso de inconstitucionalidade. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra C. Conforme previsto no CPC, vejamos: Art. 525. Transcorrido o prazo previsto no sem o pagamento voluntário, inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para que o executado, independentemente de penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios autos, sua impugnação. § 12. Para efeito do disposto no inciso III do § 1º deste artigo, considera-se também inexigível a obrigação reconhecida em título executivo judicial fundado em lei ou ato normativo considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação da lei ou do ato normativo tido pelo Supremo Tribunal Federal como incompatível com a , em controle de constitucionalidade concentrado ou difuso. § 13. No caso do § 12, os efeitos da decisão do Supremo Tribunal Federal poderão ser modulados no tempo, em atenção à segurança jurídica. § 14. A decisão do Supremo Tribunal Federal referida no § 12 deve ser anterior ao trânsito em julgado da decisão exequenda. § 15. Se a decisão referida no § 12 for proferida após o trânsito em julgado da decisão exequenda, caberá ação rescisória, cujo prazo será contado do trânsito em julgado da decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 33 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 33 - FGV - 2021 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXIII - Primeira Fase A corretora de seguros XYZ ajuizou ação de cobrança em face da Alegria Assistência Médica, pugnando pelo pagamento da taxa de comissão de corretagem que a segunda se recusa a pagar, apesar de a autora estar prestando devidamente serviços de corretagem. O juízo de primeiro grau julgou pela procedência do pedido, na mesma oportunidade concedendo tutela antecipada, para que a Alegria faça os pagamentos da comissão devida mensalmente. Nessa circunstância, o(a) advogado(a) da Alegria Assistência Médica, buscando imediatamente suspender os efeitos da sentença, deve A) interpor Recurso Extraordinário, no prazo de 15 dias úteis, para que o Supremo Tribunal Federal reforme a sentença e pleiteando efeito suspensivo. B) interpor Apelação Cível, no prazo de 15 dias úteis, objetivando a reforma da sentença, e pleitear efeito suspensivo diretamente ao tribunal, por pedido próprio, durante a tramitação da apelação em primeiro grau. C) impetrar Mandado de Segurança contra a decisão que reputa ilegal, tendo como autoridade coatora o juízo sentenciante, para sustar os efeitos da sentença. D) interpor Agravo de Instrumento, no prazo de 15 dias úteis, para reforma da tutela antecipada. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra B. Apelação tem efeito suspensivo, confirma concede ou revoga tutela provisória. Art. 1012. parágrafo 1, inciso V, parágrafo 3, inciso I do CPC. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 34 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 34 - FGV - 2021 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXIII - Primeira Fase Thiago, empresário com renda mensal de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais), ajuizou ação pelo procedimento comum em face do plano de saúde X, com pedido de tutela provisória de urgência, para que o plano seja compelido a custear tratamento médico no valor de R$ 300.000,00 (trezentos mil reais). O juízo, embora entendendo estarem presentes a probabilidade de existência do direito alegado por Thiago e o risco à sua saúde, condicionou a concessão da tutela provisória de urgência à prestação de caução equivalente a R$ 100.000,00 (cem mil reais), de modo a ressarcir eventuais prejuízos que o plano de saúde X possa sofrer em havendo a cessação de eficácia da medida. A este respeito, assinale a afirmativa correta. A) A exigência de caução para concessão de tutela provisória de urgência no caso em tela é desprovida de fundamento legal, razão pela qual é indevida. B) A decisão judicial que condicione a concessão de tutela provisória de urgência à prestação de caução é impugnável por meio de preliminar no recurso de apelação. C) A decisão está em desconformidade com o Código de Processo Civil, pois a caução para a concessãode tutela provisória deve ser de, no mínimo, 50% do valor econômico da pretensão. D) A exigência de caução, para concessão de tutela provisória de urgência, é admissível como forma de proteção ao ressarcimento de danos que o requerido possa sofrer em virtude da tutela. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra D. Para concessão de tutela provisória de urgência, é admissível a exigência de caução, como forma de proteção ao ressarcimento de danos que o requerido possa sofrer em virtude da tutela. Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. § 1 o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 35 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 35 - FGV - 2021 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXII - Primeira Fase Moema, Madalena e Carmen são sócias em uma sociedade empresária administrada por Antônio Cardoso. O objeto social é a distribuição de artigos de limpeza e asseio. Moema tem 90% do capital, Madalena tem 9% e Carmen, 1%. Ficando caracterizada confusão patrimonial pelo cumprimento repetitivo pela sociedade de obrigações pessoais das sócias por ação do administrador e a mando delas, o juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade, para atingir os bens particulares A) de Moema, somente. B) de Antônio, somente. C) de Moema, Madalena, Carmen e Antônio. D) de Moema e Madalena, somente. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra C. A questão em comento exige conhecimento da literalidade do CPC e da desconsideração de personalidade jurídica Diz o CPC: “Art. 133. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido da parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo. § 1º O pedido de desconsideração da personalidade jurídica observará os pressupostos previstos em lei. § 2º Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de desconsideração inversa da personalidade jurídica." Trata-se de modalidade de intervenção de terceiros que pode afastar a personalidade de pessoa jurídica quando utilizada para fraudar credores ou a lei. Isto nos remete ao art. 50 do Código Civil: “Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de sócios da pessoa jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso. § 2º Entende-se por confusão patrimonial a ausência de separação de fato entre os patrimônios, caracterizada por: I - Cumprimento repetitivo pela sociedade de obrigações do sócio ou do administrador ou vice-versa; II - Transferência de ativos ou de passivos sem efetivas contraprestações, exceto os de valor proporcionalmente insignificante; e III - outros atos de descumprimento da autonomia patrimonial." Como a questão relata confusão patrimonial, devem ser acionados, em sede de desconsideração de personalidade jurídica, todos os sócios e administradores da pessoa jurídica. Cabe, diante do observado, comentar as alternativas da questão. LETRA A- INCORRETA. Não atinge todos os sócios e administrador da sociedade. LETRA - INCORRETA. Não atinge todos os sócios e administrador da sociedade. LETRA C- CORRETA. Os sócios e administradores da pessoa jurídica são todos atingidos, bem nos termos do art. 133 do CPC e art. 50 do CC. LETRA D- INCORRETA. Não atinge todos os sócios e administrador da sociedade. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 36 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 36 - FGV - 2021 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXII - Primeira Fase Patrícia aluga seu escritório profissional no edifício Law Offices, tendo ajuizado ação em face de sua locadora, a fim de rever o valor do aluguel. Aberto prazo para a apresentação de réplica, ficou silente a parte autora. O juiz, ao examinar os autos para prolação da sentença, verificou não ter constado o nome do patrono da autora da publicação do despacho para oferta de réplica. Entretanto, não foi determinada a repetição do ato, e o pedido foi julgado procedente. Sobre o processo em questão, assinale a afirmativa correta. A) Se a ré alegar, em sede de apelação, a irregularidade da intimação para apresentação de réplica, deverá ser pronunciada a nulidade. B) Não havia necessidade de repetição da intimação para apresentação de réplica, já que o mérito foi decidido em favor da parte autora. C) Caso tivesse sido reconhecida a irregularidade da intimação para apresentação de réplica, caberia ao juiz retomar o processo do seu início, determinando novamente a citação da ré. D) Independentemente de ter havido ou não prejuízo à parte autora, a intimação deveria ter sido repetida, sob pena de ofensa ao princípio do contraditório. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra B. É preciso saber que processo é instrumento, caminho, e não um fim em si mesmo. Eventual nulidade ou irregularidade, se não gerar prejuízo ao processo ou às partes, em nome da instrumentalidade das formas, deve ser superada. Ademais, se foi possível julgar o mérito em favor da parte supostamente “prejudicada" por eventual não intimação regular, não há que se falar em repetição do ato ou qualquer retardo do andamento do processo. Diz o art. 282, §2º do CPC: “Art. 282. (...)§ 2º Quando puder decidir o mérito a favor da parte a quem aproveite a decretação da nulidade, o juiz não a pronunciará nem mandará repetir o ato ou suprir-lhe a falta." Diante de tais ponderações, devemos comentar as alternativas da questão. LETRA A - INCORRETA. Não compete ao réu sustentar eventual irregularidade que não lhe gerou prejuízo. Vejamos também o que diz o art. 277 do CPC: “Art. 277. Quando a lei prescrever determinada forma, o juiz considerará válido o ato se, realizado de outro modo, lhe alcançar a finalidade." LETRA B- CORRETA. Com efeito, sendo possível sentença com apreciação de mérito em favor da parte autora, eventual não intimação de seu patrono para apresentar réplica resta sanada, superada. Lembremos o espírito do art. 282, §2º, do CPC. LETRA C- INCORRETA. Em caso de reconhecimento da nulidade do processo, se a citação foi válida, regular, não há que se falar em sua repetição. Vejamos o que diz o art. 282 do CPC: “Art. 282. Ao pronunciar a nulidade, o juiz declarará que atos são atingidos e ordenará as providências necessárias a fim de que sejam repetidos ou retificados. § 1º O ato não será repetido nem sua falta será suprida quando não prejudicar a parte". Também é de bom tom pesquisar o exposto no art. 283 do CPC: “Art. 283. O erro de forma do processo acarreta unicamente a anulação dos atos que não possam ser aproveitados, devendo ser praticados os que forem necessários a fim de se observarem as prescrições legais." LETRA D- INCORRETO. A intimação só é repetida se gerar real prejuízo à parte. Sem gerar prejuízo, não há necessidade de a intimação ser repetida, tampouco podemos falar em ofensa ao contraditório. O exposto no art. 282, §2º, do CPC, é muito claro para decidir a questão. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados.37 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 37 - FGV - 2021 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXII - Primeira Fase Guilherme, em 13/03/2019, ajuizou ação indenizatória contra Rodrigo, a qual tramita no Juízo da 5ª Vara Cível da Comarca de Belo Horizonte, em autos físicos. Em contestação, Rodrigo defendeu, preliminarmente, a incompetência do Poder Judiciário, pois as partes teriam pactuado convenção de arbitragem no contrato que fundamentava a demanda movida por Guilherme. Rodrigo, no mérito de sua defesa, requereu a improcedência do pedido indenizatório, uma vez que teria cumprido o contrato celebrado entre as partes. Após a apresentação de réplica, o Juízo da 5ª Vara Cível da Comarca de Belo Horizonte proferiu decisão na qual rejeitou a preliminar arguida por Rodrigo e intimou as partes para informar as provas que pretendiam produzir. Inconformado, Rodrigo interpôs agravo de instrumento contra a parcela da decisão que rejeitou a preliminar de convenção de arbitragem. No entanto, Rodrigo não cumpriu a obrigação de comunicação ao juízo de primeiro grau da interposição do agravo no prazo de 3 dias, deixando de apresentar a cópia da petição do agravo de instrumento e o comprovante de sua interposição para o Juízo da 5ª Vara Cível da Comarca de Belo Horizonte. Para que o recurso de Rodrigo não seja conhecido com base nesse vício formal, assinale a opção que apresenta a medida a ser adotada por Guilherme. A) Ele não pode fazer nada, pois o vício formal é sanável, de ofício, pelo desembargador responsável por relatar o agravo de instrumento, o qual deve intimar Rodrigo para apresentar cópia da petição do agravo de instrumento e o comprovante de sua interposição. B) Ele poderá, em qualquer momento da tramitação do agravo de instrumento, apontar que Rodrigo descumpriu a exigência de comunicação ao primeiro grau. C) Ele deverá, em suas contrarrazões ao agravo de instrumento, apontar que Rodrigo descumpriu a exigência de comunicação em questão. D) Ele não precisará fazer nada, pois esse vício formal é insanável e poderá ser conhecido, de ofício, pelo desembargador responsável por relatar o agravo de instrumento. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra C. O agravante terá de informar o juízo "a quo" sobre a interposição do agravo de instrumento apenas quando os autos forem físicos. Mas e quando os autos em primeira instância forem físicos e em âmbito recursal já sejam eletrônicos? Aplica-se a regra do art. 1.018 do CPC, ou seja, deve-se informar o juízo "a quo". Outro ponto bastante importante é que tal necessidade em informar o juízo de origem acaba sendo verdadeiro requisito de admissibilidade recursal que, em regra, poderão ser analisados de ofício pelo juiz. Acontece que essa hipótese é uma exceção, trata-se de um caso em que os juízes não poderão reconhecê-lo de ofício, deverão aguardar a manifestação do agravado. Por força do art. 278, "caput" do CPC: "A nulidade dos atos deve ser alegada na primeira oportunidade em que couber à parte falar nos autos, sob pena de preclusão", o agravado deverá se manifestar nas contrarrazões do agravo de instrumento, como bem pontuou a questão. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 38 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 38 - FGV - 2021 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXII - Primeira Fase O Juízo da 1ª Vara de Fazenda Pública da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro, em ação ajuizada por Jorge, servidor público, condenou o Município do Rio de Janeiro ao pagamento de verbas remuneratórias atrasadas que não haviam sido pagas pelo ente municipal. Após o trânsito em julgado, Jorge deu início ao cumprimento de sentença do valor de R$ 600.000 (seiscentos mil reais), tendo o Município apresentado impugnação no prazo de 25 dias úteis após sua intimação, alegando haver excesso de execução de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), na medida em que Jorge teria computado juros e correção monetária de forma equivocada ao calcular o valor exequendo. Diante dessa situação hipotética, assinale a afirmativa correta. A) A impugnação do Município do Rio de Janeiro se afigura intempestiva, na medida em que o prazo previsto no Código de Processo Civil para a impugnação ao cumprimento de sentença é de 15 (quinze) dias úteis. B) O juiz, considerando que o Município do Rio de Janeiro não efetuou o pagamento voluntário do crédito exequendo no prazo de 15 dias úteis após sua intimação, deverá aplicar multa de 10% (dez por cento) sobre o valor da dívida. C) Jorge, tendo em vista que o Município do Rio de Janeiro impugnou apenas parcialmente o crédito ao alegar excesso, poderá prosseguir com a execução da parte que não foi questionada, requerendo a expedição do respectivo precatório judicial da parcela incontroversa da dívida. D) O Município do Rio de Janeiro, ao alegar o excesso de execução, não precisava declarar, de imediato, em sua impugnação, o valor que entende correto da dívida, podendo deixar para fazê-lo em momento posterior. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra C. Trata-se de questão que demanda uso da lógica, conhecimento da literalidade do CPC em vários artigos e bom raciocínio. O prazo para manifestação da Fazenda Pública é de 30 dias úteis. Diz o art. 535 do CPC: “Art. 535. A Fazenda Pública será intimada na pessoa de seu representante judicial, por carga, remessa ou meio eletrônico, para, querendo, no prazo de 30 (trinta) dias e nos próprios autos, impugnar a execução, podendo arguir:" Apresentada impugnação apenas de parte do crédito (não se alegava inexistência do crédito, mas sim eventual excesso de execução), cabe cumprimento de sentença e busca de pagamento por parte da Fazenda Pública. Diz o art. 523 do CPC: “Art. 523. No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em liquidação, e no caso de decisão sobre parcela incontroversa, o cumprimento definitivo da sentença far-se-á a requerimento do exequente, sendo o executado intimado para pagar o débito, no prazo de 15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver." Entendemos que a parte incontroversa, sim, pode ser objeto de busca de precatório para pagamento. Diante do exposto, cabe comentar cada alternativa da questão. LETRA A- INCORRETA. Não há que se falar em intempestividade, até porque o prazo para impugnação pela Fazenda Pública, segundo o art. 535 do CPC, é de 30 dias. LETRA B- INCORRETA. Não há previsão no CPC, nas execuções contra a Fazenda Pública, da multa de 10% em caso de não pagamento voluntário. LETRA C- CORRETA. Deve o exequente, de fato, buscar o valor da parte incontroversa da execução, uma vez que a alegação de excesso de execução, com efeito, não retira o reconhecimento de que há parte do débito não impugnada pela Fazenda Pública. LETRA D- INCORRETA. Ao alegar excesso de execução, é dever da Fazenda Pública indicar o valor que entende correto para a execução. Diz o art. 535, §2º, do CPC: “Art. 535 (....) § 2º Quando se alegar que o exequente, em excesso de execução, pleiteia quantia superior à resultante do título, cumprirá à executada declarar de imediato o valor que entende correto, sob pena de não conhecimento da arguição." Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 39 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 39 - FGV - 2021 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXII - Primeira Fase Em determinado Mandado de Segurança individual, contra ato de um dos Ministros de Estado, o Superior Tribunal de Justiça, em sua competência constitucional originária, denegou a segurança na primeira e única instância de jurisdição. Diante do julgamento desse caso concreto, assinale a opção que apresenta a hipótese de cabimento para o Recurso Ordinário Constitucional dirigido ao STF. A) Os mandados de segurança, oshabeas data e os mandados de injunção decididos em única instância pelos tribunais superiores, quando denegatória a decisão. B) Os mandados de segurança, os habeas data e os mandados de injunção decididos em última instância pelos tribunais superiores, quando concessiva a decisão. C) Os mandados de segurança decididos em única instância pelos tribunais regionais federais ou pelos tribunais de justiça dos Estados e do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão. D) Os processos em que forem partes, de um lado, Estado estrangeiro ou organismo internacional e, de outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no país. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra A. A questão em comento demanda conhecimento da literalidade no CPC do recurso ordinário para o STF. Diz o art. 1027 do CPC: “Art. 1.027. Serão julgados em recurso ordinário: I - Pelo Supremo Tribunal Federal, os mandados de segurança, os habeas data e os mandados de injunção decididos em única instância pelos tribunais superiores, quando denegatória a decisão;" Diante do exposto, cabe comentar as alternativas da questão. LETRA A- CORRETA. Compatível com o previsto no art. 1027, I, do CPC. O detalhe curioso na questão: o dispositivo legal fala de mandado de segurança, habeas data e habeas corpus em única instância pelos tribunais superiores, quando denegatória a decisão. LETRA B- INCORRETA. O art. 1027 I, do CPC, fala do cabimento do recurso em decisões denegatórias de única instância, não de última instância. LETRA C- INCORRETA. Não corresponde ao previsto no art. 1027, I, do CPC. LETRA D- INCORRETA. Não corresponde ao previsto no art. 1027, I, do CPC. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 40 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 40 - FGV - 2021 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXII - Primeira Fase Em virtude do inadimplemento do pagamento de uma nota promissória, o Banco Mais Dinheiro ajuizou ação de execução por título extrajudicial em face do Supermercado Baratão. Citado o réu, não houve o pagamento da dívida, tampouco foram encontrados bens penhoráveis. Em consequência, o exequente requereu a penhora de 100% do faturamento do executado, o que foi deferido pela juíza responsável pelo processo, sob o fundamento de que se tratava de dívida muito elevada. O executado interpôs agravo de instrumento impugnando essa decisão. Sobre tais fatos, assinale a afirmativa correta. A) O agravante tem razão, na medida em que a penhora da integralidade do faturamento tornaria inviável o exercício da atividade empresarial. B) O agravante não tem razão, uma vez que a penhora do faturamento equivale à penhora de dinheiro e é a primeira na ordem de preferência legal, o que autoriza a constrição da integralidade do faturamento. C) O agravo deve ser provido, pois o faturamento de empresa executada é impenhorável. D) O agravo deve ser desprovido, visto que não existe limite para o percentual do faturamento a ser objeto de penhora, cabendo ao juiz sua fixação no percentual necessário para a imediata satisfação da execução. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra A. A questão em comento demanda conhecimento de questões basilares de princípios que regem a execução e o processo civil. A razoabilidade não admite que exista uma penhora de todo o faturamento de uma empresa. Tratando-se de decisão interlocutória, de fato, o recurso cabível é o agravo de instrumento, conforme previsão do rol do art. 1015 do CPC. Um dos princípios que norteia a execução é o dar menor onerosidade possível. Diz o art. 805 do CPC: “Art. 805. Quando por vários meios o exequente puder promover a execução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o executado. Parágrafo único. Ao executado que alegar ser a medida executiva mais gravosa incumbe indicar outros meios mais eficazes e menos onerosos, sob pena de manutenção dos atos executivos já determinados." Cumpre também informar que a penhora de faturamento, admitida no CPC, não pode representar penhora de todo o faturamento, mas apenas de percentual. Diz o art. 866 do CPC: “Art. 866. Se o executado não tiver outros bens penhoráveis ou se, tendo-os, esses forem de difícil alienação ou insuficientes para saldar o crédito executado, o juiz poderá ordenar a penhora de percentual de faturamento de empresa. § 1º O juiz fixará percentual que propicie a satisfação do crédito exequendo em tempo razoável, mas que não torne inviável o exercício da atividade empresarial. § 2º O juiz nomeará administrador-depositário, o qual submeterá à aprovação judicial a forma de sua atuação e prestará contas mensalmente, entregando em juízo as quantias recebidas, com os respectivos balancetes mensais, a fim de serem imputadas no pagamento da dívida. § 3º Na penhora de percentual de faturamento de empresa, observar-se-á, no que couber, o disposto quanto ao regime de penhora de frutos e rendimentos de coisa móvel e imóvel." Diante do exposto, cabe comentar as alternativas. LETRA A- CORRETA. Diante do princípio da menor onerosidade da execução (art. 805 do CPC) e da previsão de penhora apenas de percentual do faturamento da empresa (art. 806 do CPC), não cabível a penhora de todo o faturamento. LETRA B- INCORRETA. Não é um caso de penhora de valores em dinheiro. Penhora de faturamento e penhora em dinheiro são hipóteses diferentes. A penhora de faturamento só é possível quando não ocorreu a penhora em dinheiro. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 41 Questões comentadas para OAB – Processo Civil LETRA C- INCORRETA. Não há previsão legal de impenhorabilidade do faturamento de empresa. Em verdade, há previsão legal que permite a penhora de percentual de faturamento da empresa, tudo de acordo com o art. 866 do CPC. LETRA D- INCORRETA. Diante do princípio da menor onerosidade da execução (art. 805 do CPC) e da previsão de penhora apenas de percentual do faturamento da empresa (art. 806 do CPC), não cabível a penhora de todo o faturamento. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 42 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 41 - FGV - 2021 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXII - Primeira Fase Em determinada demanda indenizatória, houve a condenação do réu para pagar a quantia de R$ 10.000 (dez mil reais) em sentença transitada em julgada em prol do autor. Na qualidade de patrono deste último, assinale a opção que representa a medida adequada a ser providenciada. A) Aguardar o depósito judicial da quantia referente à condenação, pois as sentenças que condenam a obrigação de pagar são instauradas de ofício, independentemente de requerimento do exequente, assim como as obrigações de fazer e não fazer. B) Peticionar a inclusão de multa legal e honorários advocatícios tão logo seja certificado o trânsito em julgado, independentemente de qualquer prazo para que o réu cumpra voluntariamente a obrigação, já que ela deveria ter sido cumprida logo após a publicação da sentença. C) Aguardar a iniciativa do juiz para instauração da fase executiva, para atender ao princípio da cooperação, consagrado no Art. 6º do CPC. D) Peticionar para iniciar a fase executiva após a certificação do trânsito em julgado, requerendo a intimação do devedor para pagamento voluntário no prazo de 15 dias, sob pena de acréscimos de consectários legais. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra D. Gabarito letra D, com supedâneo no art. 523 do CPC: "No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em liquidação, e no caso de decisão sobre parcela incontroversa, o cumprimentodefinitivo da sentença far- se-á a requerimento do exequente, sendo o executado intimado para pagar o débito, no prazo de 15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver." Observação: o juiz pode agir de ofício no caso de cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade da obrigação de fazer ou de não fazer: "Art. 536. No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer ou de não fazer, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento, para a efetivação da tutela específica ou a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente, determinar as medidas necessárias à satisfação do exequente." Por fim, quando for cumprimento que envolva entrega de coisa certa, será expedido o mandado de busca e apreensão ou de imissão na posse: "Art. 538. Não cumprida a obrigação de entregar coisa no prazo estabelecido na sentença, será expedido mandado de busca e apreensão ou de imissão na posse em favor do credor, conforme se tratar de coisa móvel ou imóvel." Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 43 Questões comentadas para OAB – Processo Civil Questão 42 - FGV - 2020 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXI - Primeira Fase O arquiteto Fernando ajuizou ação exclusivamente em face de Daniela, sua cliente, buscando a cobrança de valores que não teriam sido pagos no âmbito de um contrato de reforma de apartamento. Daniela, devidamente citada, deixou de oferecer contestação, mas, em litisconsórcio com seu marido José, apresentou reconvenção em peça autônoma, buscando indenização por danos morais em face de Fernando e sua empresa, sob o argumento de que estes, após a conclusão das obras de reforma, expuseram, em site próprio, fotos do interior do imóvel dos reconvintes sem que tivessem autorização para tanto. Diante dessa situação hipotética, assinale a afirmativa correta. A) Como Daniela deixou de contestar a ação, ela e seu marido não poderiam ter apresentado reconvenção, devendo ter ajuizado ação autônoma para buscar a indenização pretendida. B) A reconvenção deverá ser processada, a despeito de Daniela não ter contestado a ação originária, na medida em que o réu pode propor reconvenção independentemente de oferecer contestação. C) A reconvenção não poderá ser processada, na medida em que não é lícito a Daniela propor reconvenção em litisconsórcio com seu marido, que é um terceiro que não faz parte da ação originária. D) A reconvenção não poderá ser processada, na medida em que não é lícito a Daniela incluir no polo passivo da reconvenção a empresa de Fernando, que é um terceiro que não faz parte da ação originária. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra B. Conforme previsto no artigo 343 do CPC, vejamos: Art. 343. Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa. § 1º Proposta a reconvenção, o autor será intimado, na pessoa de seu advogado, para apresentar resposta no prazo de 15 dias. § 2º (1) A desistência da ação ou (2) a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de seu mérito não obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção. § 3º A reconvenção pode ser proposta contra o (1) autor e (2) 3º. [D] § 4º A reconvenção pode ser proposta pelo réu em litisconsórcio com 3º. [C] § 5º Se o autor for substituto processual, o reconvinte deverá afirmar ser titular de direito em face do substituído, e a reconvenção deverá ser proposta em face do autor, também na qualidade de substituto processual. § 6º O réu pode propor reconvenção independentemente de oferecer contestação. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 44 Questões comentadas para OAB – Processo Civil Questão 43 - FGV - 2020 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXI - Primeira Fase Gustavo procura você, como advogado(a), visando ao ajuizamento de uma ação em face de João, para a defesa da posse de um imóvel localizado em Minas Gerais. Na defesa dos interesses do seu cliente, quanto à ação possessória a ser proposta, assinale a afirmativa correta. A) Não é lícito cumular o pedido possessório com condenação em perdas e danos a Gustavo, dada a especialidade do procedimento. B) Na pendência da ação possessória proposta por Gustavo, não é possível, nem a ele, nem a João, propor ação de reconhecimento de domínio, salvo em face de terceira pessoa. C) Se a proposta de ação de manutenção de posse por Gustavo for um esbulho, o juiz não pode receber a ação de manutenção de posse como reintegração de posse, por falta de interesse de adequação. D) Caso se entenda possuidor do imóvel e pretenda defender sua posse, o meio adequado a ser utilizado por João é a reconvenção em face de Gustavo. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra B. Não existe RECONVENÇÃO nas ações possessórias. O que o artigo 556 do CPC estabelece é o pedido contraposto, o que caracteriza o caráter dúplice das ações possessórias. Art. 557. Na pendência de ação possessória é vedado, tanto ao autor quanto ao réu, propor ação de reconhecimento do domínio, exceto se a pretensão for deduzida em face de terceira pessoa. Parágrafo único. Não obsta à manutenção ou à reintegração de posse a alegação de propriedade ou de outro direito sobre a coisa. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 45 Questões comentadas para OAB – Processo Civil Questão 44 - FGV – 2020 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXI - Primeira Fase Em um processo em que Carla disputava a titularidade de um apartamento com Marcos, este obteve sentença favorável, por apresentar, em juízo, cópia de um contrato de compra e venda e termo de quitação, anteriores ao contrato firmado por Carla. A sentença transitou em julgado sem que Carla apresentasse recurso. Alguns meses depois, Carla descobriu que Marcos era réu em um processo criminal no qual tinha sido comprovada a falsidade de vários documentos, dentre eles o contrato de compra e venda do apartamento disputado e o referido termo de quitação. Carla pretende, com base em seu contrato, retornar a juízo para buscar o direito ao imóvel. Para isso, ela pode A) interpor recurso de apelação contra a sentença, ainda que já tenha ocorrido o trânsito em julgado, fundado em prova nova. B) propor reclamação, para garantir a autoridade da decisão prolatada no juízo criminal, e formular pedido que lhe reconheça o direito ao imóvel. C) ajuizar rescisória, demonstrando que a sentença foi fundada em prova cuja falsidade foi apurada em processo criminal. D) requerer cumprimento de sentença diretamente no juízo criminal, para que a decisão que reconheceu a falsidade do documento valha como título judicial para transferência da propriedade do imóvel para seu nome. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra C. O prazo para interpor apelação é de 15 dias, não podendo Carla, após o trânsito em julgado, se valer desse recurso. Não cabe reclamação para decisões transitadas em julgado, conforme (CPC) art. 988, §5º É inadmissível a reclamação: I – proposta após o trânsito em julgado da decisão reclamada; Existem duas maneiras de combater a força da coisa julgada: 1 - ação rescisória 2 - ação de nulidade de sentença (querela nullitatis). No caso, cabe ação rescisória, nos termos do (CPC) Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando: VI - for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou venha a ser demonstrada na própria ação rescisória; Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização semautorização. 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A) Os embargos à execução devem ser liminarmente rejeitados, sem resolução do mérito, porquanto Flávio não demonstrou adequadamente o excesso de execução, ao deixar de apontar o valor que entendia correto e de apresentar cálculo com o demonstrativo discriminado e atualizado do valor em questão. B) O juiz deverá rejeitar as alegações de incompetência relativa do juízo e de excesso de execução deduzidas por Flávio, por não constituírem matérias passíveis de alegação em sede de embargos à execução. C) Os embargos à execução serão processados para a apreciação da alegação de incompetência relativa do juízo, mas o juiz não examinará a alegação de excesso de execução, tendo em vista que Flávio não indicou o valor que entendia correto para a execução, não apresentando o cálculo discriminado e atualizado do valor em questão. D) O juiz deverá processar e julgar os embargos à execução em sua integralidade, não surtindo qualquer efeito a falta de indicação do valor alegado como excesso e a ausência de apresentação de cálculo discriminado e atualizado do valor em questão, uma vez que os embargos foram apresentados dentro do prazo legal. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra C. Conforme previsto no artigo 917 do CPC, vejamos: CPC, art. 917. Nos embargos à execução, o executado poderá alegar: [...] III - (1) excesso de execução ou (2) cumulação indevida de execuções; [B] [...] V - incompetência (1) absoluta ou (2) relativa do juízo da execução; [B] [...] § 2º Há excesso de execução quando: I - o exequente pleiteia quantia superior à do título; [...] § 3º Quando alegar que o exequente, em excesso de execução, pleiteia quantia superior à do título, o embargante declarará na petição inicial o valor que entende correto, apresentando demonstrativo discriminado e atualizado de seu cálculo. § 4º (1) Não apontado o valor correto ou (2) não apresentado o demonstrativo, os embargos à execução: I - serão liminarmente rejeitados, sem resolução de mérito, se o excesso de execução for o seu único fundamento; II - serão processados, se houver outro fundamento, mas o juiz não examinará a alegação de excesso de execução. [A/C/D] Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. 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A) Júlio não pode solicitar o registro da hipoteca judiciária, uma vez que ainda está pendente de julgamento o recurso de apelação de Marcos. B) Júlio, mesmo que seja registrada a hipoteca judiciária, não terá direito de preferência sobre o bem em relação a outros credores. C) A hipoteca judiciária apenas poderá ser constituída e registrada mediante decisão proferida no Tribunal, em caráter de tutela provisória, na pendência do recurso de apelação interposto por Marcos. D) Júlio poderá levar a registro a sentença, e, uma vez constituída a hipoteca judiciária, esta conferirá a Júlio o direito de preferência em relação a outros credores, observada a prioridade do registro. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra D. Resposta encontrada na leitura do artigo 495 do CPC, vejamos: CPC, art. 495. A decisão que condenar o réu ao pagamento de prestação consistente em dinheiro e a que determinar a conversão de prestação de fazer, de não fazer ou de dar coisa em prestação pecuniária valerão como título constitutivo de hipoteca judiciária. § 1º A decisão produz a hipoteca judiciária: I - embora a condenação seja genérica; II - ainda que o credor possa promover o cumprimento provisório da sentença ou esteja pendente arresto sobre bem do devedor; III - mesmo que impugnada por recurso dotado de efeito suspensivo. [A] § 2º A hipoteca judiciária poderá ser realizada mediante apresentação de cópia da sentença perante o CRI, independentemente (1) de ordem judicial, (2) de declaração expressa do juiz ou (3) de demonstração de urgência. [C] § 3º No prazo de até 15 dias da data de realização da hipoteca, a parte informá-la-á ao juízo da causa, que determinará a intimação da outra parte para que tome ciência do ato. § 4º A hipoteca judiciária, uma vez constituída, implicará, para o credor hipotecário, o direito de preferência, quanto ao pagamento, em relação a outros credores, observada a prioridade no registro. [B/D] § 5º Sobrevindo (1) a reforma ou (2) a invalidação da decisão que impôs o pagamento de quantia, a parte responderá, independentemente de culpa, pelos danos que a outra parte tiver sofrido em razão da constituição da garantia, devendo o valor da indenização ser liquidado e executado nos próprios autos. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 48 Questões comentadas para OAB – Processo Civil Questão 47 - FGV - 2020 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXI - Primeira Fase Um advogado elabora uma petição inicial em observância aos requisitos legais. Da análise da peça postulatória, mesmo se deparando com controvérsia fática, o magistrado julga o pedido improcedente liminarmente. Diante dessa situação, o patrono do autor opta por recorrer contra o provimento do juiz, arguindo a nulidade da decisão por necessidade de dilação probatória. Com base nessa situação hipotética, assinale a afirmativa correta. A) O advogado pode aduzir que, antes de proferir sentença extintiva, o juiz deve, necessariamente, determinar a emenda à inicial, em atenção ao princípio da primazia de mérito. B) Não existem hipóteses de improcedência liminar no atual sistema processual, por traduzirem restrição do princípio da inafastabilidade da prestação jurisdicional e ofensa ao princípio do devido processo legal. C) Somente a inépcia da petição inicial autoriza a improcedência liminar dos pedidos. D) Nas hipóteses em que há necessidade de dilação probatória, não cabe improcedência liminar do pedido. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra D. O juiz não poderia julgar liminarmente o pedido pois havia CONTROVÉRSIA FÁTICA, sendo necessário a fase instrutória,a produção de provas. Vejamos o que fiz o CPC sobre este assunto: Artigo 332, § 2º Não interposta APELAÇÃO pelo autor da petição, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença, nos termos do art. 241 do mesmo diploma legal, onde se diz, que quando o juiz profere uma decisão ( sentença) de mérito em favor do réu antes da citação, incube ao escrivão ou a o chefe da secretaria comunicar-lhe o resultado do julgamento. § 3º Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco) dias. § 4º Se houver retratação, o juiz determinará o prosseguimento do processo com a citação do réu, e, se não houver retratação, determinará a citação do réu para apresentar contrarrazões, no prazo de 15 (quinze dias). Art. 355. O juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo sentença com resolução de mérito, quando: I - não houver necessidade de produção de outras provas; Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 49 Questões comentadas para OAB – Processo Civil Questão 48 - FGV - 2020 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXI - Primeira Fase Julieta ajuizou demanda em face de Rafaela e, a fim de provar os fatos constitutivos de seu direito, arrolou como testemunhas Fernanda e Vicente. A demandada, por sua vez, arrolou as testemunhas Pedro e Mônica. Durante a instrução, Fernanda e Vicente em nada contribuíram para o esclarecimento dos fatos, enquanto Pedro e Mônica confirmaram o alegado na petição inicial. Em razões finais, o advogado da autora requereu a procedência dos pedidos, ao que se contrapôs o patrono da ré, sob o argumento de que as provas produzidas pela autora não confirmaram suas alegações e, ademais, as provas produzidas pela ré não podem prejudicá-la. Consideradas as normas processuais em vigor, assinale a afirmativa correta. A) O advogado da demandada está correto, pois competia à demandante a prova dos fatos constitutivos do seu direito. B) O advogado da demandante está correto, porque a prova, uma vez produzida, pode beneficiar parte distinta da que a requereu. C) O advogado da demandante está incorreto, pois o princípio da aquisição da prova não é aplicável à hipótese. D) O advogado da demandada está incorreto, porque as provas só podem beneficiar a parte que as produziu, segundo o princípio da aquisição da prova. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra B. O direito probatório é também informado pelo princípio da aquisição processual, ou princípio da comunhão da prova. Por este princípio, deve o Juiz fundamentar a decisão na prova dos autos, pouco importando quem tenha produzido (art. 371 do CPC/2015); a prova pertence ao processo e será, pelo seu valor intrínseco, sopesada pelo Juiz, independentemente de se ter originado da atividade deste ou daquele litigante, ou mesmo de atividade oficiosa do Juiz. É a partir dessa diretriz que podemos concluir que, embora seja o convencimento do Juiz que defina a valoração da prova, não é ele, o Juiz, o destinatário da prova, mas sim o próprio processo. A prova não é feita para o Juiz; é produzida para o processo. Vejamos o artigo 371 do CPC: CPC, art. 371. O juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do sujeito que a tiver promovido, e indicará na decisão as razões da formação de seu convencimento. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 50 Questões comentadas para OAB – Processo Civil Questão 49 - FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXX - Primeira Fase A Associação “X”, devidamente representada por seu advogado, visando à proteção de determinados interesses coletivos, propôs ação civil pública, cujos pedidos foram julgados improcedentes. Ademais, a associação foi condenada ao pagamento de honorários advocatícios no percentual de 20% (vinte por cento) sobre o valor da causa. Diante de tal quadro, especificamente sobre os honorários advocatícios, a sentença está A) correta no que se refere à possibilidade de condenação ao pagamento de honorários e, incorreta, no que tange ao respectivo valor, porquanto fixado fora dos parâmetros estabelecidos pelo Art. 85 do CPC. B) incorreta, pois as associações não podem ser condenadas ao pagamento de honorários advocatícios, exceto no caso de litigância de ma-fé, no âmbito da tutela individual e coletiva. C) correta, pois o juiz pode fixar os honorários de acordo com seu prudente arbítrio, observados os parâmetros do Art. 85 do CPC. D) incorreta, pois as associações são isentas do pagamento de honorários advocatícios em ações civis públicas, exceto no caso de má-fé, hipótese em que também serão condenadas ao pagamento do décuplo das custas. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra D. A resposta para essa questão é encontrada nos artigos 17 e 18 da lei Nº 7.347/1985 (ACP), vejamos: Art. 17. Em caso de litigância de má-fé, a associação autora e os diretores responsáveis pela propositura da ação serão solidariamente condenados em honorários advocatícios e ao décuplo das custas, sem prejuízo da responsabilidade por perdas e danos. Art. 18. Nas ações de que trata esta lei, não haverá adiantamento de custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas, nem condenação da associação autora, salvo comprovada má-fé, em honorários de advogado, custas e despesas processuais. (Redação dada pela Lei nº 8.078, de 1990). Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 51 Questões comentadas para OAB – Processo Civil Questão 50 - FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXX - Primeira Fase Cláudio, em face da execução por título extrajudicial que lhe moveu Daniel, ajuizou embargos à execução, os quais foram julgados improcedentes. O advogado de Cláudio, inconformado, interpõe recurso de apelação. Uma semana após a interposição do referido recurso, o advogado de Daniel requer a penhora de um automóvel pertencente a Cláudio. Diante do caso concreto e considerando que o juízo não concedeu efeito suspensivo aos embargos, assinale a afirmativa correta. A) A penhora foi indevida, tendo em vista que os embargos à execução possuem efeito suspensivo decorrente de lei. B) O recurso de apelação interposto por Cláudio é dotado de efeito suspensivo por força de lei, tornando a penhora incorreta. C) A apelação interposta em face de sentença que julga improcedentes os embargos à execução é dotada de efeito meramente devolutivo, o que não impede a prática de atos de constrição patrimonial, tal como a penhora. D) O recurso de apelação não deve ser conhecido, pois o pronunciamento judicial que julga os embargos do executado tem natureza jurídica de decisão interlocutória, devendo ser impugnada por meio de agravo de instrumento. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra C. Resposta no artigo 1.012 do CPC, vejamos: Artigo 1012 - A apelação terá efeito suspensivo. §1° - Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos imediatamente após a sua publicação a sentença que: I - homologa divisão ou demarcação de terras; II - condena a pagar alimentos III - extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do executado (assim como no caso ora em tela) IV - julga procedente o pedido de arbitragem; V - confirma, concede ou revoga tutela provisória VI - decreta a interdição Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 52 Questões comentadas para OAB – Processo Civil Questão 51 - FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXX - Primeira Fase Daniel, sensibilizado coma necessidade de Joana em alugar um apartamento, disponibiliza-se a ser seu fiador no contrato de locação, fazendo constar nele cláusula de benefício de ordem. Um ano e meio após a assinatura do contrato, Daniel é citado em ação judicial visando à cobrança de aluguéis atrasados. Ciente de que Joana possui bens suficientes para fazer frente à dívida contraída, Daniel consulta você, como advogado(a), sobre a possibilidade de Joana também figurar no polo passivo da ação. Diante do caso narrado, assinale a opção que apresenta a modalidade de intervenção de terceiros a ser arguida por Daniel em sua contestação. A) Assistência. B) Denunciação da lide. C) Chamamento ao processo. D) Nomeação à autoria. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra C. A assistência, encontra-se elencada no artigo 119 do CPC, ele se dá quando o terceiro, na pendência de uma causa entre outras pessoas, tendo interesse jurídico em que a sentença seja favorável a uma das partes, intervém no processo para lhe prestar colaboração. Por exemplo: em uma ação de despejo movida contra o locatário, em razão do fato de a sentença poder influir na sublocação, pode o sublocatário ingressar como assistente do réu. Na Denunciação da lide, encontra-se elencada no artigo 125 do CPC, é a forma de intervenção de terceiros, por meio da qual o autor ou o réu chamam a juízo terceira pessoa, que seja garante do seu direito, para resguardá-lo acaso de ser vencido a demanda em que se encontram. Exemplos: construtora acionada para reparar defeitos em prédio por ela construído denuncia a lide ao engenheiro responsável (denunciação pelo réu); comprador promove ação reivindicatória contra o possuidor do bem e, ao mesmo tempo, denuncia a lide ao vendedor, para que este lhe responda pela evicção (denunciação pelo autor). O chamamento ao processo, encontra-se elencado no artigo 77 a 80 do CPC, este instituto é requerido pelo réu: I – do afiançado, na ação em que o fiador for réu; II – dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles; III – dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns o pagamento da dívida comum. Sendo neste caso, o autor, é obrigado a litigar com quem não pretendia. E por fim, Nomeação a autoria, encontra-se elencada no artigo 63 do CPC, é incidente pelo qual o réu indica o verdadeiro sujeito a figurar no polo passivo da ação, trata se de intervenção de terceiros provocada. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 53 Questões comentadas para OAB – Processo Civil Questão 52 - FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXX - Primeira Fase Um advogado, com estudos apurados em torno das regras do CPC, resolve entrar em contato com o patrono da parte adversa de um processo em que atua. Sua intenção é tentar um saneamento compartilhado do processo. Diante disso, acerca das situações que autorizam a prática de negócios jurídicos processuais, assinale a afirmativa correta. A) As partes poderão apresentar ao juiz a delimitação consensual das questões de fato e de direito da demanda litigiosa. B) As partes não poderão, na fase de saneamento, definir a inversão consensual do ônus probatório, uma vez que a regra sobre produção de provas é matéria de ordem pública. C) As partes poderão abrir mão do princípio do contraditório consensualmente de forma integral, em prol do princípio da duração razoável do processo. D) As partes poderão afastar a audiência de instrução e julgamento, mesmo se houver provas orais a serem produzidas no feito e que sejam essenciais à solução da controvérsia. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra A. Vejamos o que diz o CPC sobre o tema abordado na questão: Art. 190. Versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição, é lícito às partes plenamente capazes estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo às especificidades da causa e convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e deveres processuais, antes ou durante o processo. Art. 357. Não ocorrendo nenhuma das hipóteses deste Capítulo, deverá o juiz, em decisão de saneamento e de organização do processo: §2º As partes podem apresentar ao juiz, para homologação, delimitação consensual das questões de fato e de direito a que se referem os incisos II e IV, a qual, se homologada, vincula as partes e o juiz. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 54 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 53 - FGV - 2016 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XX - Primeira Fase Rafael e Paulo, maiores e capazes, devidamente representados por seus advogados, celebraram um contrato, no qual, dentre outras obrigações, havia a previsão de que, em eventual ação judicial, os prazos processuais relativamente aos atos a serem praticados por ambos seriam, em todas as hipóteses, dobrados. Por conta de desavenças surgidas um ano após a celebração da avença, Rafael ajuizou uma demanda com o objetivo de rescindir o contrato e, ainda, receber indenização por dano material. Regularmente distribuída para o juízo da 10ª Vara Cível da comarca de Porto Alegre/RS, o magistrado houve por reconhecer, de ofício, a nulidade da cláusula que previa a dobra do prazo. Sobre os fatos, assinale a afirmativa correta. a) O magistrado agiu corretamente, uma vez que as regras processuais não podem ser alteradas pela vontade das partes. b) Se o magistrado tivesse ouvido as partes antes de reconhecer a nulidade, sua decisão estaria correta, uma vez que, embora a cláusula fosse realmente nula, o princípio do contraditório deveria ter sido observado. c) O magistrado agiu incorretamente, uma vez que, tratando-se de objeto disponível, realizado por partes capazes, eventual negócio processual, que ajuste o procedimento às especificidades da causa, deve ser respeitado. d) O juiz não poderia ter reconhecido a nulidade do negócio processual, ainda que se tratasse de contrato de adesão realizado por partes em situações manifestamente desproporcionais, uma vez que deve ser respeitada a autonomia da vontade. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra C. a) Errada. O art. 190 do Novo Código prevê a possibilidade de mudanças nas regras processuais pelas partes plenamente capazes sobre direitos que admitam autocomposição. b) Errada. Com base no art. 190, colacionado logo abaixo, o Código prevê o negócio jurídico processual. c) Certa. A assertiva está alinhada ao art. 190 da Lei de Ritos. d) Errada. Também conforme o artigo 190 do CPC. Vejamos o que fiz o artigo 190 do CPC: Art. 190. Versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição, é lícito às partes plenamente capazes estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo às especificidades da causa e convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e deveres processuais, antes ou durante o processo. Parágrafo único. De ofício ou a requerimento, o juiz controlará a validade das convenções previstas neste artigo, recusando-lhes aplicação somente nos casos de nulidade ou de inserção abusiva em contrato de adesão ou em que alguma parte se encontre em manifesta situação de vulnerabilidade. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 55 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 54 - FGV - 2017 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXIII - Primeira Fase Roberta ingressou com ação de reparação de danos em face de Carlos Daniel, cirurgião plástico, devido à sua insatisfação com o resultado do procedimento estético por ele realizado. Antes da citação do réu, Roberta, já acostumada com sua nova feição e considerando a opinião dos seus amigos (de que estaria mais bonita),troca de ideia e desiste da demanda proposta. A desistência foi homologada em juízo por sentença. Após seis meses, quando da total recuperação da cirurgia, Roberta percebeu que o resultado ficara completamente diferente do prometido, razão pela qual resolve ingressar novamente com a demanda. A demanda de Roberta deverá ser a) extinta sem resolução do mérito, por ferir a coisa julgada. b) extinta sem resolução do mérito, em razão da litispendência. c) distribuída por dependência. d) submetida à livre distribuição, pois se trata de nova demanda. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra C. Art. 286. Serão distribuídas por dependência as causas de qualquer natureza: [...] II - quando, tendo sido extinto o processo sem resolução de mérito, for reiterado o pedido, ainda que em litisconsórcio com outros autores ou que sejam parcialmente alterados os réus da demanda; [...] A razão de ser da norma é clara, mas diversa outros incisos (incisos I e III do art. 286): já não se trata, agora, de evitar a incidência de soluções conflitantes para processos conexos, ligados por relação de continência, ou referidos a situações semelhantes. O objetivo, aqui, é o de coibir a prática de burlar o princípio do juiz natural, por meio das condutas de desistir ou de deixar perecer um processo quando se pretenda tentar a sorte perante um outro órgão judicial, diverso daquele sorteado na distribuição. Para fazer inócua essa postura de provocar a extinção sem julgamento de mérito, cuidou o legislador (como fizera na reforma de 2006) de fazer seja a nova ação dirigida ao mesmo juízo perante o qual se processara a extinta, e que estará desse modo prevento. Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: [...] VIII - homologar a desistência da ação; § 4o Oferecida a contestação, o autor não poderá, sem o consentimento do réu, desistir da ação. § 5o A desistência da ação pode ser apresentada até a sentença. O inciso VIII do art. 485 faculta ao autor desistir unilateralmente da ação. De acordo com o parágrafo único do art. 200, correspondente ao mesmo parágrafo do art. 158 do CPC/1973, essa desistência depende de homologação judicial. No CPC/73 (art. 267, § 4º), essa desistência unilateral, independentemente da concordância do réu, tinha o limite temporal do término do prazo para a resposta do réu. O § 4º do artigo ora comentado redige diferentemente a regra, estabelecendo que o limite temporal é o momento de oferecimento da contestação. Se a nova redação deixa mais claro do que a anterior que a contestação antes do término do prazo para resposta também impede, desde então, a desistência unilateral do autor, o que, aliás, era desnecessário explicitar porque o oferecimento da resposta já teria implicado preclusão consumativa do prazo para apresentá-la, por outro lado, o disposto não prevê a hipótese de revelia, em que se escoe o prazo de resposta sem o seu oferecimento. Parece-me que, nesse caso, preservará o autor a faculdade de desistência da ação até a sentença (§ 5º) ou até que o réu intervenha no processo (art. 346, parágrafo único). Na execução a desistência da ação se sujeita a regras específicas, de acordo com o art. 775.da assertiva acima. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 56 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 55 - FGV - 2017 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXII - Primeira Fase João ajuizou ação indenizatória contra Maria, postulando a condenação ao pagamento de R$ 100.000,00 a título de reparação por danos materiais e R$ 50.000,00 por indenização de danos morais, em razão do descumprimento de um contrato firmado entre eles, referente à compra e venda de dois imóveis, cujos valores eram R$ 500.000,00 e R$ 200.000,00. Maria, citada, apresentou contestação e reconvenção, pedindo a declaração de invalidade parcial do contrato relativo ao imóvel de R$ 200.000,00, bem como a condenação de João ao pagamento de indenização por danos morais, no valor de R$ 20.000,00. Diante de tal situação, assinale a opção que apresenta o valor da causa da reconvenção. a) O valor deve ser o mesmo da ação principal, qual seja, R$ 150.000,00, por ser ação acessória. b) Não é necessário dar valor à causa na reconvenção. c) O valor deve ser de R$ 220.000,00, referente à soma do pedido de declaração de invalidade parcial do contrato e do pleito de indenização por danos morais. d) O valor deve ser de R$ 200.000,00, referente ao pedido de declaração de invalidade parcial do contrato, sendo o pleito de indenização por danos morais meramente estimado, dispensando a indicação como valor da causa. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra C. a) Errada. Negativo! Observe que se trata de pedidos distintos. b) Errada. O Código prevê, por meio do art. 292, que o valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção. c) Certa. Aí sim! A assertiva está em harmonia com o que estabelece o art. 292, acompanhe comigo o dispositivo em comento: Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e será: VI – na ação em que há cumulação de pedidos, a quantia correspondente à soma dos valores de todos eles; d) Errada. Negativo, a assertiva contraria o comentário da assertiva acima e, por conseguinte, está incorreta. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 57 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 56 - FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVII - Primeira Fase Em virtude de acidente sofrido nas dependências da loja da operadora de celular Fale Mais S/A, Luana ajuizou ação em face da empresa em questão, buscando indenização por danos materiais e morais, com a concessão de tutela de urgência para o pagamento imediato de despesas médicas. Os aspectos fáticos de suas alegações foram comprovados por meio de documentos, sendo certo que sua tese jurídica encontra respaldo em julgamento de incidente de resolução de demandas repetitivas. Sobre o caso, assinale a afirmativa correta. a) Será possível a concessão da tutela da evidência, podendo ser dispensada, para tanto, a prévia oitiva da ré. b) A concessão da tutela de urgência poderá ser liminar e independerá da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo. c) A tutela antecipada que for concedida em caráter incidental torna-se estável se, da decisão que a conceder, não for interposto o respectivo recurso, levando à extinção do processo. d) Concedida a tutela de urgência ou da evidência, somente poderá ser revogada até o fim da instrução processual. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra A. O Código de Processo Civil prevê duas espécies de tutela provisória: a tutela de urgência e a tutela da evidência. A tutela de urgência tem lugar quando houver nos autos elementos que indiquem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo (art. 300, caput, CPC/15). A tutela da evidência, por sua vez, tem lugar, independentemente da demonstração do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo, quando "I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte; II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante; III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa; ou IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável" (art. 311, caput, CPC/15). Alternativa A) A hipótese de cabimento está contida noart. 311, II, do CPC/15, supratranscrito, não havendo dúvida quanto ao cabimento da concessão de tutela da evidência. Afirmativa correta. Alternativa B) Ao contrário do que se afirmar, a demonstração da probabilidade do direito e do perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo são requisitos para a concessão da tutela de urgência. Afirmativa incorreta. Alternativa C) Segundo a lei processual, é a tutela antecipada que for concedida em caráter antecedente (e não incidental) que se torna estável quando a decisão que a conceder não for impugnada por meio de recurso, o que leva à extinção do processo (art. 304, CPC/15). Afirmativa incorreta. Alternativa D) Dispõe a lei processual que "a tutela provisória conserva sua eficácia na pendência do processo, mas pode, a qualquer tempo, ser revogada ou modificada" (art. 296, caput, CPC/15). Afirmativa incorreta. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 58 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 57 - FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVII - Primeira Fase Márcia está muito doente e necessita fazer uso contínuo do medicamento XYZ para sobreviver. Embora, durante os últimos anos, tenha obtido os medicamentos no único hospital público da cidade em que reside, foi informada de que aquela era a última caixa e que, no mês seguinte, o medicamento não seria mais fornecido pela rede pública. Diante de tal circunstância, desejando obter o fornecimento do medicamento, Márcia procura você, como advogado(a), para elaborar a petição inicial e ajuizar a demanda que obrigue o Poder Público ao fornecimento do medicamento XYZ. A petição inicial distribuída trouxe o pedido de medicamentos em caráter antecedente e tão somente a indicação do pedido de tutela final, expondo na lide o direito que busca realizar e o perigo de dano à saúde de Márcia. A respeito do caso mencionado, assinale a afirmativa correta. a) O (A) advogado(a) de Márcia fez uso da denominada tutela da evidência, em que se requer a demonstração do perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo. b) O procedimento adotado está equivocado, pois a formulação completa da causa de pedir e do pedido final é requisito do requerimento de tutela antecedente. c) O(A) advogado(a) agiu corretamente, sendo possível a formulação de requerimento de tutela antecipada antecedente para o fornecimento de medicamento. d) Ocorrerá o indeferimento de plano da petição inicial, caso o juiz entenda que não há elementos para a concessão da tutela antecipada. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra C. a) Errada. Veja, a tutela de evidência independe da demonstração do perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, conforme estabelece o artigo 311. b) Errada. Segundo o artigo 303: Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo. c) Certa. Sim, é possível com base no artigo 303 da lei processual civil. d) Errada. Negativo, o Juiz dará prazo para emenda da petição em até 5 dias, sob pena de ser indeferida sem resolução de mérito. § 6º Caso entenda que não há elementos para a concessão de tutela antecipada, o órgão jurisdicional determinará a emenda da petição inicial em até 5 (cinco) dias, sob pena de ser indeferida e de o processo ser extinto sem resolução de mérito. Tutela Antecipada: Serve para pedir ao juiz que atenda logo os pedidos enquanto se discute a causa. Nesse caso, as provas (a primeira vista) devem está indiscutivelmente favorável ao seu cliente. Quado é Antecipada Antecedente você precisa de uma liminar do Juiz para conseguir aquele direito que você ainda não tem, sob o argumento dele se perder, é algo que precisa ser feito antes do pedido. Vejamos o artigo 303 do CPC: Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo. § 1º Concedida a tutela antecipada a que se refere o caput deste artigo: I - o autor deverá aditar a petição inicial, com a complementação de sua argumentação, a juntada de novos documentos e a confirmação do pedido de tutela final, em 15 (quinze) dias ou em outro prazo maior que o juiz fixar; II - o réu será citado e intimado para a audiência de conciliação ou de mediação na forma do ; III - não havendo autocomposição, o prazo para contestação será contado na forma do . § 2º Não realizado o aditamento a que se refere o inciso I do § 1º deste artigo, o processo será extinto sem resolução do mérito. § 3º O aditamento a que se refere o inciso I do § 1º deste artigo dar-se-á nos mesmos autos, sem incidência de novas custas processuais. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 59 Questões comentadas para OAB – Processo Civil § 4º Na petição inicial a que se refere o caput deste artigo, o autor terá de indicar o valor da causa, que deve levar em consideração o pedido de tutela final. § 5º O autor indicará na petição inicial, ainda, que pretende valer-se do benefício previsto no caput deste artigo. § 6º Caso entenda que não há elementos para a concessão de tutela antecipada, o órgão jurisdicional determinará a emenda da petição inicial em até 5 (cinco) dias, sob pena de ser indeferida e de o processo ser extinto sem resolução de mérito. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 60 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 58 - FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVI - Primeira Fase) Alexandre ajuizou ação em face da prestadora de serviço de iluminação pública de sua cidade, questionando os valores cobrados nas últimas contas, bem como pleiteando a condenação da Ré no pagamento de indenização por danos morais. A título de tutela provisória, requereu a retirada de seu nome dos cadastros de inadimplentes, tendo a juíza competente deferido liminarmente a tutela da evidência sob o fundamento de que a ré costuma apresentar contestações padronizadas em processos semelhantes, o que caracterizaria abuso de direito de defesa. Sobre o procedimento adotado, assinale a afirmativa correta. a) O juiz errou ao conceder liminarmente a tutela da evidência, na medida em que esta somente é cabível quando há súmula vinculante sobre o tema. b) O juiz acertou ao conceder liminarmente a tutela da evidência, pois a apresentação de contestação padronizada em outro processo configura abuso de direito de defesa. c) O juiz acertou ao conceder liminarmente a tutela da evidência, uma vez que, assim como na tutela de urgência, é dever do juiz conceder a tutela independentemente da oitiva do réu. d) O juiz errou ao conceder liminarmente a tutela da evidência, pois é necessária a oitiva do réu antes de concedê-la com fundamento no abuso do direito de defesa. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra D. Quando ficar caracterizado o abuso de direito ou o manifesto propósito protelatório da outra parte, não pode a tutela de evidência ser concedida liminarmente. Ela poderá ser concedida liminarmente quando houver prova documental e tese fundada em julgamento de casos repetitivos ou súmula vinculante. Vamos as alternativas: a) Errada. Há outra hipótese de concessão de tutela de evidência concedida de forma liminar. Nesse sentido, veja a previsãono rol no artigo 311, II e III. b) Errada. Veja, embora o abuso no direito de defesa legitime a concessão da tutela de evidência, não é possível concedê-la no caso trazido pela assertiva, porquanto não há previsão de que a ocorrência em outro processo possibilite o manejo da aludida tutela (vide o artigo 311). c) Errada. A assertiva não se alinha com o parágrafo único do artigo 311, aliás, veja comigo o dispositivo em comento: Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente. d) Certa. Aí sim!!! Veja, no caso de abuso de direito, não se pode conceder a tutela de modo liminar (logo no início) sem a manifestação da parte. Vejamos o artigo 311:. Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando: I – ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte; II – as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante; III – se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa; IV – a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável. Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 61 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 59 - FGV - 2017 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXIV - Primeira Fase O Sr. João, pessoa idosa e beneficiária de plano de saúde individual da sociedade “ABC Saúde Ltda.”, começa a sentir fortes dores no peito durante a madrugada e, socorrido por seus familiares, é encaminhado para a unidade hospitalar mais próxima. O médico responsável pelo atendimento inicial constata um quadro clínico grave, com risco de morte, sendo necessário o imediato encaminhamento do Sr. João para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital. Ao ser contatado, o plano de saúde informa que não autoriza a internação, uma vez que o Sr. João ainda não havia cumprido o período de carência exigido em contrato. Imediatamente, um dos filhos do Sr. João, advogado, elabora a ação cabível e recorre ao plantão judicial do Tribunal de Justiça do estado em que reside. A partir do caso narrado, assinale a alternativa correta. a) A tutela de urgência a ser requerida deve ser deferida, tendo em vista os princípios da cooperação e da não surpresa que regem a codificação processual vigente, após a prévia oitiva do representante legal do plano de saúde “ABC Saúde Ltda.”, no prazo de 5 (cinco) dias úteis. b) Uma vez demonstrado o perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, o magistrado poderá conceder tutela de evidência em favor do Sr. João, autorizando sua internação provisória na Unidade de Terapia Intensiva do hospital. c) Diante da urgência do caso, contemporânea à propositura da ação, a petição inicial redigida poderia limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido final. Concedida a tutela antecipada, o autor deverá aditar a petição inicial em 15 (quinze) dias ou em outro prazo maior que o juiz fixar. d) Concedida a tutela provisória requerida em favor do Sr. João, ela conserva sua eficácia na pendência do processo, apenas podendo vir a ser revogada ou modificada com a prolação da sentença definitiva de mérito. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra C. a) Errada. Negativo! Não há necessidade de oitiva da parte contrária em cinco dias úteis, afinal, o direito é urgente e, se deixar, o adverso vai esperar terminar o campeonato espanhol de futebol para conceder o atendimento! Veja, o caso e se encaixa ao que estabelece o artigo 300 da Lei de Ritos. Ademais, chamo sua atenção para o teor do artigo 9º, I da Lei 13.105 de 2015, o qual flexibiliza a vedação a decisão “surpresa” em caso de tutela provisória de urgência. b) Errada. A assertiva foi muito bem até o ponto em que consigna que a tutela é de evidência. Negativo! O caso em questão comporta o manejo da tutela de urgência. c) Certa. A questão está em harmonia com o artigo 303 da Lei 13.105 de 2015, que versa sobre a tutela antecipada antecedente. d) Errada. Segundo o artigo 296: Art. 296. A tutela provisória conserva sua eficácia na pendência do processo, mas pode, a qualquer tempo, ser revogada ou modificada. Vejamos o artigo 303 do CPC: Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo. I - o autor deverá aditar a petição inicial, com a complementação de sua argumentação, a juntada de novos documentos e a confirmação do pedido de tutela final, em 15 (quinze) dias ou em outro prazo maior que o juiz fixar; Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 62 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 60 - FGV - 2016 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXI - Primeira Fase Cristina não foi autorizada por seu plano de saúde a realizar cirurgia de urgência indicada por seu médico. Tendo em vista a necessidade de pronta solução para seu caso, ela procura um(a) advogado(a), que afirma que a ação a ser ajuizada terá como pedido a realização da cirurgia, com pedido de tutela antecipada para sua efetivação imediata, sem a oitiva do Réu. O(A) advogado(a) ainda sustenta que não poderá propor a ação sem que Cristina apresente toda a documentação que possui para a instrução da inicial, sob pena de impossibilidade de juntada posterior. A respeito do caso, assinale a afirmativa correta. a) O advogado equivocou-se. Trata-se de tutela cautelar e não antecipada, de modo que o pedido principal terá de ser formulado pela autora no prazo de 30 (trinta) dias nos mesmos autos. b) O advogado equivocou-se. A urgência é contemporânea à propositura da ação, pelo que a tutela antecipada pode ser requerida em caráter antecedente, com a possibilidade de posterior aditamento à petição inicial. c) O advogado agiu corretamente. A petição inicial é o momento correto para a apresentação de documentos. d) O advogado agiu corretamente. Somente a tutela cautelar e não a antecipada pode ser requerida em caráter antecedente. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra B. A- INCORRETA: Tutela de urgência Cautelar visa o PODER GERAL DE CAUTELA – a preservar da utilidade do processo. Impedir que sejam geradas dificuldades para o se julgar o mérito. Art. 305. A petição inicial da ação que visa à prestação de tutela cautelar em caráter antecedente indicará a lide e seu fundamento, a exposição sumária do direito que se objetiva assegurar e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. Tutela de urgência Antecipada visa o RISCO DE DANO irreparável – antecipar os efeitos da sentença no processo, antecipação do mérito. Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo. B- CORRETA: Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a exposição da lide,do direito que se busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo. C - INCORRETA: Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela D - INCORRETA: Art. 294. A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência. Parágrafo único. A tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada, pode ser concedida em caráter antecedente ou incidental. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 63 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 61 - FGV – 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVII - Primeira Fase Em razão da realização de obras públicas de infraestrutura em sua rua, que envolveram o manejo de retroescavadeiras e britadeiras, a residência de Daiana acabou sofrendo algumas avarias. Daiana ingressou com ação judicial em face do ente que promoveu as obras, a fim de que este realizasse os reparos necessário em sua residência. Citado o réu, este apresentou a contestação. Contudo, antes do saneamento do processo, diante do mal-estar que vivenciou, Daiana consultou seu advogado a respeito da possibilidade de, na mesma ação, adicionar pedido de condenação em danos morais. Considerando o caso narrado, assinale a afirmativa correta. a) É possível o aditamento, uma vez que, até o saneamento do processo, é permitido alterar ou aditar o pedido sem o consentimento do réu. b) Não é possível o aditamento, uma vez que o réu foi citado e apresentou contestação. c) É possível o aditamento, eis que, até o saneamento do processo, é permitido aditar ou alterar o pedido, desde que com o consentimento do réu. d) É possível o aditamento, porquanto, até a prolação da sentença, é permitido alterar ou aditar o pedido, desde que não haja recusa do réu. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra C. Antes da citação, pode aditar ou alterar o pedido e a causa de pedir independentemente de consentimento do réu Depois da citação até o saneamento do processo, só pode aditar ou alterar o pedido e a causa de pedir com o consentimento do réu e assegurado o contraditório, mediante a possibilidade de manifestação deste no prazo de 15 (quinze) dias, facultado o requerimento de prova suplementar. Depois do saneamento não cabe alterações, adições ou modificações, não se altera e nem se adita mais o processo. a) Errada. Negativo, até o saneamento é possível aditar ou alterar o pedido e a causa de pedir, com o consentimento do réu. b) Errada. É possível o aditamento, mas o deve existir o consentimento do réu. c) Certa. A assertiva está alinhada ao que estabelece o artigo 329, II da Lei de Ritos. d) Errada. Negativo! É possível até o saneamento, consoante o artigo 329, II do Novo Código. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 64 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 62 - FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXV - Primeira Fase Alcebíades ajuizou demanda de obrigação de fazer pelo procedimento comum, com base em cláusula contratual, no foro da comarca de Petrópolis. Citada para integrar a relação processual, a ré Benedita lembrou-se de ter ajustado contratualmente que o foro para tratar judicialmente de qualquer desavença seria o da comarca de Niterói, e comunicou o fato ao seu advogado. Sobre o procedimento a ser adotado pela defesa, segundo o caso narrado, assinale a afirmativa correta. a) A defesa poderá alegar a incompetência de foro antes da audiência de conciliação ou de mediação. b) A defesa poderá alegar a incompetência a qualquer tempo. c) A defesa só poderá alegar a incompetência de foro como preliminar da contestação, considerando tratar- se de regra de competência absoluta, sob pena de preclusão. d) A defesa tem o ônus de apresentar exceção de incompetência, em petição separada, no prazo de resposta. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra A. a) Certa. Essa assertiva gerou controvérsia por não refletir, exatamente, aquilo que prevê o Novo Código. Veja, a incompetência será alegada em preliminar de contestação, conforme o artigo 64 (que ocorre após a audiência de conciliação ou de mediação). Segundo o artigo 337, incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar incompetência absoluta e relativa. Bem, o examinador considerou essa assertiva como correta e, sendo assim, vamos manter o foco na sua aprovação e nos acostumar com os questionamentos do examinador. b) Errada. A defesa deverá alegar em preliminar de contestação, porquanto se refere à competência territorial (relativa). Sendo assim, acaso não seja alegada, haverá a preclusão. c) Errada. Vimos que a competência é relativa. d) Errada. Conforme trabalhamos em aula, não há mais a exceção de incompetência. Sendo assim, a alegação de incompetência deverá ser alegada em preliminar de contestação. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 65 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 63 - FGV - 2016 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXI - Primeira Fase A sociedade Palavras Cruzadas Ltda. ajuizou ação de responsabilidade civil em face de Helena e requereu o benefício da gratuidade de justiça, na petição inicial. O juiz deferiu o requerimento de gratuidade e ordenou a citação da ré. Como a autora não juntou qualquer documento comprobatório de sua hipossuficiência econômica, a ré pretende atacar o benefício deferido. Com base na situação apresentada, assinale a afirmativa correta. a) O instrumento processual adequado para atacar a decisão judicial é o incidente de impugnação ao benefício de gratuidade, que será processado em autos apartados. b) A ré alegará na contestação que não estão presentes os requisitos para o deferimento do benefício de gratuidade. c) A ré alegará na contestação que o benefício deve ser indeferido, mas terá que apresentar documentos comprobatórios, pois a lei presume verdadeira a alegação de insuficiência deduzida. d) O instrumento processual previsto para atacar a decisão judicial de deferimento do benefício é o agravo de instrumento. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra B. O Agravo de Instrumento (art. 1.015 do CPC) só pode ser interposto nos casos de refeição (indeferimento) do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua revogação. Sendo assim, se o autor pede a gratuidade e o juiz indefere, caberá o Agravo de Instrumento. Da mesma forma, se, posteriormente, o réu impugna o benefício do autor e o juiz revoga, caberá AI. E se o JUIZ ACOLHE O BENEFÍCIO? CABE RECURSO?? A resposta é não, devendo a impugnação ser feita na preliminar de contestação. VEJAM O ART. 101 DO CPC: Art. 101. Contra a decisão que indeferir a gratuidade ou a que acolher pedido de sua revogação caberá agravo de instrumento, exceto quando a questão for resolvida na sentença, contra a qual caberá apelação. Vejamos os comentários por alternativa: a) Errada. A impugnação da justiça gratuita constará na contestação. Sendo assim, não há de se falar em incidente processado em autos apartados. b) Certa. Sim, a alegação será feita em sede de contestação (vide artigo 100). Chamo sua atenção para o fato de que o artigo 337, XIII da Lei de Ritos estabelece que incumbe ao réu alegar indevida concessão de benefício de gratuidade de justiça antes de discutir o mérito. c) Errada. Essa é uma questão que gerou entendimento no sentido da possibilidade de ser aceita como correta, em razão do ônus da prova recair sobre aquele que procede à impugnação da gratuidade. Todavia, a examinadora “cravou” a assertiva como incorreta com estribo no § 3º do artigo 99 do Novo Código, pormeio do qual: “presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida exclusivamente por pessoa natural”. No caso em tela, trata-se de pessoa jurídica. d) Errada. Veja, antes de interpor recurso, discute-se a gratuidade com o juízo que a concedeu (vide artigo 100 da Lei de Ritos) em sede de contestação. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 66 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 64 - FGV - 2016 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XX - Primeira Fase Davi ajuizou ação em face de Heitor, cumulando pedido de cobrança no valor de R$ 70.000,00 (setenta mil reais) e pedido indenizatório de dano material no valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais). Ultrapassada a fase inicial conciliatória, Heitor apresentou contestação contendo vários fundamentos – dentre eles, preliminar de impugnação ao valor da causa. O Juiz proferiu decisão saneadora, rejeitando a impugnação ao valor da causa e determinando o prosseguimento do processo. Com base no caso apresentado, assinale a afirmativa correta. a) Heitor deveria ter apresentado incidente processual autônomo de impugnação ao valor da causa. b) Heitor poderá formular pedido recursal de modificação da decisão que rejeitou a impugnação ao valor da causa, em suas razões recursais de eventual apelação. c) O valor da causa deverá ser de R$ 70.000,00 (setenta mil reais), pois existem pedidos cumulativos. d) A impugnação ao valor da causa somente poderia ser decidida por ocasião da prolatação da sentença de mérito. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra b. a) Heitor deveria ter apresentado incidente processual autônomo de impugnação ao valor da causa. (Não. De acordo com o art. 293 do CPC, o réu poderá impugnar, em preliminar de contestação, o valor atribuído a causa pelo autor.) b) Heitor poderá formular pedido recursal de modificação da decisão que rejeitou a impugnação ao valor da causa, em suas razões recursais de eventual apelação. (CORRETA. Art. 1009, §1 do CPC dispõe que as questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar agravo de instrumento (art. 1015/CPC), não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação.) c) O valor da causa deverá ser de R$ 70.000,00 (setenta mil reais), pois existem pedidos cumulativos. (Não. À luz do art. 292, VI do CPC, na ação em que há cumulação de pedidos, a quantia corresponderá à SOMA dos valores de todos eles. No caso em tela, o valor da causa seria de R$100.000,00 (R$70.000,00 + R$30.000,00.) d) A impugnação ao valor da causa somente poderia ser decidida por ocasião da prolatação da sentença de mérito. (Não. De acordo com o art. 293 do CPC, o réu poderá contestar o valor da causa em preliminar de contestação.) Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 67 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 65 - FGV - 2016 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XX - Primeira Fase (Reaplicação Salvador/BA) Abílio, advogado competente, recebe duas citações de processos de seus clientes. Ao analisar as petições iniciais, bem como a distribuição dos processos, percebe que o processo A, que deveria ter sido ajuizado na Comarca de Maré de Cima, o foi na Comarca de Cipó do Mato, e que o processo B, que deveria correr em uma Vara de Família, foi distribuído para uma Vara Cível. Abílio promete aos seus clientes que irá solucionar esses problemas. De acordo com o regramento do CPC/15, assinale a opção que indica o procedimento que ele deverá adotar. a) Acrescentar uma preliminar de incompetência na contestação, em ambos os casos. b) Redigir, no processo A, uma exceção de incompetência e, no processo B, uma preliminar de incompetência da contestação. c) Acrescentar, ao processo A, uma preliminar de incompetência na contestação e, ao processo B, uma exceção de incompetência. d) Redigir uma exceção de incompetência, em ambos os casos. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra A. A questão aborda um tema que foi objeto de alteração legislativa. Anteriormente, quando se encontrava em vigor o Código de Processo Civil de 1973, a incompetência relativa - a exemplo da incompetência territorial, como regra geral - deveria ser arguida por meio de "exceção de incompetência", um instrumento processual que levava a questão a ser discutida, paralelamente, em autos apensos aos principais; enquanto a incompetência absoluta - a exemplo da incompetência em razão da matéria - deveria ser discutida na própria contestação, como questão preliminar. A partir do momento em que o novo Código de Processo Civil, de 2015, entrou em vigência, ambas as arguições de incompetência passaram a ser matéria de discussão na própria contestação, como questão preliminar. Essa é a razão pela qual, de acordo com a nova lei processual, tanto a incompetência relativa - incompetência territorial da comarca de Cipó do Mato, quanto a incompetência absoluta - incompetência em razão da matéria, da vara cível -, devem ser arguidas, na forma de preliminar de incompetência, na própria contestação (art. 64, caput, CPC/15). Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 68 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 66 - FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXV - Primeira Fase Almir ingressa com ação pelo procedimento comum em face de José, pleiteando obrigação de fazer consistente na restauração do sinteco aplicado no piso de seu apartamento, uma vez que, dias após a realização do serviço ter sido concluída, o verniz começou a apresentar diversas manchas irregulares. Em sua inicial, afirma ter interesse na autocomposição. O juiz da causa, verificando que a petição inicial preenche os requisitos essenciais, não sendo caso de improcedência liminar do pedido, designa audiência de conciliação a ser realizada dentro de 60 (sessenta) dias, promovendo, ainda, a citação do réu com 30 (trinta) dias de antecedência. Com base na legislação processual aplicável ao caso apresentado, assinale a afirmativa correta. a) Caso Almir e José cheguem a um acordo durante a audiência de conciliação, a autocomposição obtida será reduzida a termo pelo conciliador e, independentemente da sua homologação pelo magistrado, já constitui título executivo judicial, bastando que o instrumento seja referendado pelos advogados dos transatores ou por conciliador credenciado junto ao tribunal. b) Agiu equivocadamente o magistrado, uma vez que o CPC/15 prevê a imprescindibilidade do prévio oferecimento de contestação por José, no prazo de 15 (quinze) dias úteis a serem contados de sua citação e antes da designação da audiência conciliatória, sob pena de vulnerar o princípio constitucional da ampla defesa e do contraditório, também reproduzido na legislação adjetiva. c) Caso Almir, autor da ação, deixe de comparecer injustificadamente à audiência de conciliação, tal ausência é considerada pelo CPC/15 como ato atentatório à dignidade da justiça, sendo sancionado com multa de até dois por cento da vantagem econômica pretendida ou do valor da causa, revertida em favor do Estado. d) Almir e José não precisam comparecer à audiência de conciliação acompanhados por seus advogados, uma vez que, nessa fase processual, a relação processual ainda não foi integralmente formada e não há propriamente uma lide, a qual apenas surgirá quando do oferecimento da contestação pelo réu. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra C. No procedimento comum, a ausência injustificada da parte (autor ou réu) à audiência de conciliação ou de mediação importa em ato atentatório à dignidade da justiça. É o que dispõe a lei processual, senão vejamos:"Art. 334, §8º, CPC/15: "O não comparecimento injustificado do autor ou do réu à audiência de conciliação é considerado ato atentatório à dignidade da justiça e será sancionado com multa de até dois por cento da vantagem econômica pretendida ou do valor da causa, revertida em favor da União ou do Estado". a) Errada. Consoante o artigo 334, § 11º, do Novo Código, a autocomposição deve ser homologado por sentença. b) Errada. Negativo, veja, o Código estimula, com veemência a autocomposição, a qual, ser for exitosa, evitará fases posteriores, como a contestação que ocorre após a audiência de conciliação ou mediação. c) Certa. Sim a assertiva se alinha com o artigo 334, § 8º da Lei de Ritos. d) Errada. Conforme a dicção do artigo 334, § 9º, as partes devem estar acompanhadas por seus advogados ou defensores. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 69 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 67 - FGV/2017/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO/XXIV/PRIMEIRA FASE) Leilane, autora da ação de indenização por danos morais, proposta em face de Carlindo na 5ª Vara Cível da comarca da capital, informou, em sua petição inicial, que não possuía interesse na audiência de conciliação prevista no Art. 334 do CPC/15. Mesmo assim, o magistrado marcou a audiência de conciliação e ordenou a citação do réu. O réu, regularmente citado, manifestou interesse na realização da referida audiência, na qual apenas o réu compareceu. O juiz, então, aplicou à autora a multa de 2% sobre o valor da causa. Sobre o procedimento do magistrado, a partir do caso apresentado, assinale a afirmativa correta. a) O magistrado não deveria ter marcado a audiência de conciliação, já que a autora informou, em sua petição inicial, que não possuía interesse. b) O magistrado agiu corretamente, tendo em vista que a conduta da autora se caracteriza como um ato atentatório à dignidade da justiça. c) O magistrado deveria ter declarado o processo extinto sem resolução do mérito, e a multa não possui fundamento legal. d) A manifestação de interesse do réu na realização da referida audiência pode ser feita em até 72 horas antes da sua realização. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra B. a) Errada. Segundo o artigo 334, § 4º, I para que não seja realizada a audiência de conciliação ou mediação, ambas as partes devem se manifestar desinteresse. b) Certa. Esse é o teor do artigo 334, § 8º, da lei processual civil. c) Errada. Não, além de não ser o caso de extinção do processo sem resolução de mérito, há, sim, previsão de multa pelo Novo código, conforme comentei na assertiva acima. d) Errada. Não há de se falar prazo no que diz respeito ao interesse na audiência de autocomposição, mas sim, em lapso temporal para o réu manifestar desinteresse, qual seja: 10 dias de antecedência, contados da audiência (artigo 334, § 5º). Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 70 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 68 - (FGV/2016/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO/XX/PRIMEIRA FASE) Distribuída a ação, Antônia (autora) é intimada para a audiência de conciliação na pessoa de seu advogado. Explicado o objetivo desse ato pelo advogado, Antônia informa que se recusa a participar da audiência porque não tem qualquer possibilidade de conciliação com Romero (réu). Acerca da audiência de conciliação ou de mediação, com base no CPC/15, assinale a afirmativa correta. a) Romero deverá ser citado para apresentar defesa com, pelo menos, 15 (quinze) dias de antecedência. b) A audiência não será realizada, uma vez que Antônia manifestou expressamente seu desinteresse pela conciliação. c) Ainda que ambas as partes manifestem desinteresse na conciliação, quando a matéria não admitir autocomposição, a audiência de conciliação ocorrerá normalmente. d) Antônia deve ser informada que o seu não comparecimento é considerado ato atentatório à dignidade da justiça, sob pena de multa. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra D. a) Errada. Romero deverá ser citado com pelo menos 20 dias de antecedência, consoante o artigo 334 da Lei de Ritos. b) Errada. Veja, ambas as partes deverão manifestar desinteresse com fulcro no artigo 334, § 4º, I. c) Errada. Consoante o artigo 334, § 4º, II, da Lei de Ritos, a audiência não será realizada quando não se admitir a autocomposição. d) Certa. De fato, o art. 334, § 8º, prevê a aplicação de multa em caso de não comparecimento injustificado à audiência de conciliação, o que é considerado ato atentatório à dignidade da justiça. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 71 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 69 - FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXX - Primeira Fase João dirigia seu carro a caminho do trabalho quando, ao virar em uma esquina, foi atingido por Fernando, que seguia na faixa ao lado. Diante dos danos ocasionados a seu veículo, João ingressou com ação, junto a uma Vara Cível, em face de Fernando, alegando que este trafegava pela faixa que teria como caminho obrigatório a rua para onde aquele seguiria. Realizada a citação, Fernando procurou seu advogado, alegando que, além de oferecer sua defesa nos autos daquele processo, gostaria de formular pedido contra João, uma vez que este teria invadido a faixa sem antes acionar a “seta”, sendo, portanto, o verdadeiro culpado pelo acidente. Considerando o caso narrado, o advogado de Fernando deve a) instruí-lo a ajuizar nova ação, uma vez que não é possível formular pedido contra quem deu origem ao processo. b) informar-lhe que poderá, na contestação, propor reconvenção para manifestar pretensão própria, sendo desnecessária a conexão com a ação principal ou com o fundamento da defesa, bastando a identidade das partes. c) informar-lhe sobre a possibilidade de propor a reconvenção, advertindo-o, porém, que, caso João desista da ação, a reconvenção restará prejudicada. d) informar-lhe que poderá, na contestação, propor reconvenção para manifestar pretensão própria, desde que conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra D. A reconvenção deve ser conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa. A desistência da ação ou causa extintiva da mesma não impede o prosseguimento da reconvenção. A reconvenção pode ser proposta contra o autor ou terceiro. É possível a reconvenção e os pedidos nela descritos devem estar conexos com a causa (art. 343 do CPC) A desistência da ação principal não impede o julgamento da reconvenção (art. 343, §2º) Veja o que estabelece o artigo 343 da Lei 13.105 de 2015: Art. 343. Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa. § 1º Proposta a reconvenção, o autor será intimado, na pessoa de seu advogado, para apresentar resposta no prazo de 15 (quinze) dias. § 2º A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de seu mérito não obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção. § 3º A reconvenção pode ser proposta contra o autor e terceiro. § 4º A reconvenção pode ser proposta pelo réu em litisconsórcio com terceiro. § 5º Se o autor for substituto processual, o reconvinte deverá afirmar ser titular de direito em face do substituído, e a reconvenção deverá ser proposta em face do autor, também na qualidade de substituto processual. § 6º O réu pode propor reconvenção independentemente de oferecer contestação. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipode comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 72 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 70 - FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXX - Primeira Fase Carolina foi citada para comparecer com seu advogado ao Centro Judiciário de Solução de Conflitos (CEJUSC) da comarca da capital, para Audiência de Mediação (Art. 334 do CPC), interessada em restabelecer o diálogo com Nestor, seu ex-marido. O fato de o advogado de seu ex-cônjuge conversar intimamente com o mediador Teófilo, que asseverava ter celebrado cinco acordos na qualidade de mediador na última semana, retirou sua concentração e a deixou desconfiada da lisura daquela audiência. Não tendo sido possível o acordo nessa primeira oportunidade, foi marcada uma nova sessão de mediação para buscar a composição entre as partes, quinze dias mais tarde. Sobre o caso narrado, assinale a afirmativa correta. a) Carolina pode comparecer sem seu advogado na próxima sessão de mediação. b) O advogado só pode atuar como mediador no CEJUSC se realizar concurso público específico para integrar quadro próprio do tribunal. c) Pode haver mais de uma sessão destinada à conciliação e à mediação, não podendo exceder 2 (dois) meses da data de realização da primeira sessão, desde que necessária(s) à composição das partes. d) O mediador judicial pode atuar como advogado da parte no CEJUSC, pois o CPC apenas impede o exercício da advocacia nos juízos em que desempenhe suas funções. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra C. a) Errada. Segundo o artigo 334, § 9º, “as partes devem estar acompanhadas por seus advogados ou defensores públicos”. b) Errada. Não há obrigatoriedade de realização de realizar concurso público para integrar o quadro de mediador dos tribunais. Nesse sentido, o artigo 167, § 2º do NCPC consigna que: “Efetivado o registro, que poderá ser precedido de concurso público, o tribunal remeterá ao diretor do foro da comarca, seção ou subseção judiciária onde atuará o conciliador ou o mediador os dados necessários para que seu nome passe a constar da respectiva lista, a ser observada na distribuição alternada e aleatória, respeitado o princípio da igualdade dentro da mesma área de atuação profissional”. c) Certa. Segundo o artigo 334, § 2º: “poderá haver mais de uma sessão destinada à conciliação e à mediação, não podendo exceder a 2 (dois) meses da data de realização da primeira sessão, desde que necessárias à composição das partes”. d) Errada. No caso em tela, o profissional não poderá atuar, porquanto atendeu às partes na condição de mediador. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 73 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 71 – FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXIX - Primeira Fase O Tribunal de Justiça do Estado X, em mandado de segurança de sua competência originária, denegou a ordem em ação dessa natureza impetrada por Flávio. Este, por seu advogado, inconformado com a referida decisão, interpôs recurso especial. Sobre a hipótese, assinale a afirmativa correta. A) O Superior Tribunal de Justiça poderá conhecer do recurso especial, por aplicação do princípio da fungibilidade recursal. B) O recurso especial não é cabível na hipótese, eis que as decisões denegatórias em mandados de segurança de competência originária de Tribunais de Justiça somente podem ser impugnadas por meio de recurso extraordinário. C) O recurso especial não deve ser conhecido, na medida em que o recurso ordinário é que se mostra cabível no caso em tela. D) As decisões denegatórias de mandados de segurança de competência originária de Tribunais são irrecorríveis, razão pela qual o recurso não deve ser conhecido. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra C. Resposta da questão na letra de lei, vejamos: Art. 1.027. Serão julgados em recurso ordinário: II – pelo Superior Tribunal de Justiça: a) os mandados de segurança decididos em única instância pelos tribunais regionais federais ou pelos tribunais de justiça dos Estados e do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão; Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 74 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 72 – FGV/2016/FGV /OAB /FGV/EXAME DE ORDEM UNIFICADO-XXI/PRIMEIRA FASE) Pedro, munido de documento comprobatório de vínculo jurídico de prestação de serviço com Carlos e, esgotadas todas as possibilidades consensuais para tentar exigir o cumprimento da obrigação, promove ação observando o rito especial monitório. Citado, Carlos oferece embargos, apontando em preliminar, que o rito da ação monitória não é adequado para pleitear cumprimento de obrigação de fazer e, no mérito, alega exceção de contrato não cumprido. Oferta, ainda, reconvenção, cobrando os valores supostamente devidos. Diante da situação hipotética, sobre os posicionamentos adotados por Carlos, assinale a afirmativa correta. a) A preliminar apontada por Carlos nos embargos deve ser acolhida, pois é vedado pleitear cumprimento de obrigação de fazer por intermédio de ação monitória. b) A reconvenção deve ser rejeitada, em virtude do descabimento dessa forma de resposta em ação monitória. c) A preliminar indicada por Carlos não deve prosperar, tendo em vista que é possível veicular em ação monitória cumprimento de obrigação de fazer. d) A forma correta de oferecer defesa em ação monitória é via contestação, sendo assim, os embargos ofertados por Carlos devem ser rejeitados. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra C. a) Errada. Ao contrário do que afirma a assertiva, é possível o manejo da ação monitória nas obrigações se fazer, consoante o artigo 700, III, do Novo Código. b) Errada. Consoante o artigo 702, § 6º, do Novo Código, é possível reconvenção em sede de ação monitória, sendo vedada a reconvenção. c) Errada. Essa é a nossa! Veja, consoante o artigo 700, III, do Novo Código é possível o manejo da ação monitória nas obrigações se fazer. d) Certa. Conforme o artigo 702 da Lei Processual Civil, o réu poderá opor embargos à ação monitória com o objetivo de se defender. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 75 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 73 - FGV/2018/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO-XXVII/PRIMEIRA FASE) Diego e Thaís, maiores e capazes, ambos sem filhos, são formalmente casados pelo regime legal da comunhão parcial de bens. Ocorre que, devido a problemas conjugais e divergências quanto à divisão do patrimônio comum do casal, o matrimônio teve fim de forma conturbada, o que motivou Thaís a ajuizar ação de divórcio litigioso cumulada com partilha de bens em face do ex-cônjuge. Na petição inicial, a autora informa que tem interesse na realização de audiência de conciliação ou de mediação. Diego, regularmente citado, busca orientação jurídica sobre os possíveis desdobramentos da demanda ajuizada por sua ex- cônjuge. Na qualidade de advogado(a) de Diego, assinale a opção que apresenta os esclarecimentos corretos que foram prestados. a) Diego, ainda que de forma injustificada, possui a faculdade de deixar de comparecer à audiência regularmente designada para fins de solução consensual do conflito, não sofrendo qualquer sanção processual em virtude da ausência. b) Descabe, no processo contencioso de divórcio ajuizado por Thaís, a solução consensual da controvérsia, uma vez que o direito em questão possui feição extrapatrimonial e, portanto, indisponível. c) Ante a existência de vínculo prévio entre as partes, a audiência a ser realizada para fins de autocomposição entre Diego e Thaísdeverá ser conduzida por um conciliador, que poderá sugerir soluções para o litígio, vedada a utilização de qualquer tipo de constrangimento ou intimidação. d) A partir de requerimento que venha a ser formulado por Diego e Thaís, o juiz pode determinar a suspensão do processo enquanto os litigantes se submetem à mediação extrajudicial. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra D. a) Errada. Caso Diego não comparece à audiência de modo injustificado, o ato será considerado atentatório à dignidade da justiça e ele será sancionado com multa de até dois por cento da vantagem econômica pretendida ou do valor da causa (vide artigo 334, § 8º, do Novo Código). b) Errada. Negativo, o caso em tela admite autocomposição, ao contrário do que assevera a assertiva. Nesse sentido, o artigo 694 da Lei de Ritos estimula a solução consensual da controvérsia. c) Errada. Nesse caso, é recomendada a condução por mediador, porquanto as partes tiveram vínculo anterior. d) Certa. Sim, a assertiva se harmoniza com o artigo 694, parágrafo único. Art. 694. Nas ações de família, todos os esforços serão empreendidos para a solução consensual da controvérsia, devendo o juiz dispor do auxílio de profissionais de outras áreas de conhecimento para a mediação e conciliação. Parágrafo único. A requerimento das partes, o juiz pode determinar a suspensão do processo enquanto os litigantes se submetem a mediação extrajudicial ou a atendimento multidisciplinar. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 76 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 74 - FGV/2018/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO-XXV/PRIMEIRA FASE) Aline e Alfredo, casados há 20 anos pelo regime da comunhão parcial de bens, possuem um filho maior de idade e plenamente capaz. Não obstante, Aline encontra-se grávida do segundo filho do casal, estando no sexto mês de gestação. Ocorre que, por divergências pessoais, o casal decide se divorciar e se dirige a um escritório de advocacia, onde demonstram consenso quanto à partilha de bens comuns e ao pagamento de pensão alimentícia, inexistindo quaisquer outras questões de cunho pessoal ou patrimonial. Assinale a opção que apresenta a orientação jurídica correta a ser prestada ao casal. a) Inexistindo conflito de interesses quanto à partilha de bens comuns, Aline e Alfredo poderão ingressar com o pedido de divórcio pela via extrajudicial, desde que estejam devidamente assistidos por advogado ou defensor público. b) Aline e Alfredo deverão ingressar com ação judicial de divórcio, uma vez que a existência de nascituro impede a realização de divórcio consensual pela via extrajudicial, ou seja, por escritura pública. c) O divórcio consensual de Aline e Alfredo somente poderá ser homologado após a partilha de bens do casal. d) A partilha deverá ser feita mediante ação judicial, embora o divórcio possa ser realizado extrajudicialmente. COMENTÁRIOS: Letra b. a) Errada. Veja, o artigo 733 da Lei de Ritos permite o divórcio, separação consensuais e extinção de União Estável, não havendo nascituro ou filhos incapazes. b) Certa. A questão está correta, porquanto não é possível o divórcio, haja vista estar grávida, ou seja, há nascituro (vide artigo 733). c) Errada. Segundo o parágrafo único do artigo 731: “se os cônjuges não acordarem sobre a partilha dos bens, far-se-á está depois de homologado o divórcio, na forma estabelecida nos arts. 647 a 658”. d) Errada. A assertiva contraria o artigo 733 da Lei n. 13.105/2015. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 77 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 75 - FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXIX - Primeira Fase Maria, ao perceber que o seu bem imóvel foi arrematado por preço vil, em processo de execução de título extrajudicial, procurou você, como advogado(a), para saber que defesa poderá invalidar a arrematação. Você verifica que, no 28º dia após o aperfeiçoamento da arrematação, a carta de arrematação foi expedida. Uma semana depois, você prepara a peça processual. Assinale a opção que indica a peça processual correta a ser proposta. a) Impugnação à execução. b) Petição simples nos próprios autos do processo de execução. c) Ação autônoma de invalidação da arrematação. d) Embargos do executado. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra C. Veja, segundo o artigo 903 do NCPC: Art. 903. Qualquer que seja a modalidade de leilão, assinado o auto pelo juiz, pelo arrematante e pelo leiloeiro, a arrematação será considerada perfeita, acabada e irretratável, ainda que venham a ser julgados procedentes os embargos do executado ou a ação autônoma de que trata o § 4o deste artigo, assegurada a possibilidade de reparação pelos prejuízos sofridos. § 4o Após a expedição da carta de arrematação ou da ordem de entrega, a invalidação da arrematação poderá ser pleiteada por ação autônoma, em cujo processo o arrematante figurará como litisconsorte necessário. QUESTÃO 76 - (FGV/2018/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO-XXVI/PRIMEIRA FASE) José ajuizou ação de indenização por danos morais, materiais e estéticos em face de Pedro. O juiz competente, ao analisar a petição inicial, considerou os pedidos incompatíveis entre si, razão pela qual a indeferiu, com fundamento na inépcia. Nessa situação hipotética, assinale a opção que indica o recurso que José deverá interpor. a) Apelação, sendo facultado ao juiz, no prazo de cinco dias, retratar-se do pronunciamento que indeferiu a petição inicial. b) Apelação, sendo os autos diretamente remetidos ao Tribunal de Justiça após a citação de Pedro para a apresentação de contrarrazões. c) Apelação, sendo que o recurso será diretamente remetido ao Tribunal de Justiça, sem a necessidade de citação do réu para apresentação de contrarrazões. d) Agravo de Instrumento, inexistindo previsão legal de retratação por parte do magistrado. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra A. a) Certa. Em casos de sentença, o recurso cabível será o de apelação, com estribo no artigo 1.009. Chamo sua atenção para o fato de que o Juiz poderá exercer o juízo de retratação, com fulcro no artigo 331 do Novo Código (veja a particularidade desse caso). b) Errada. Veja, o recurso cabível é apelação, conforme comentário acima, mas a situação evidenciada pela questão admite juízo de retratação do Juiz em (vide artigos 330 e 331 da Lei de Ritos). c) Errada. O Juiz a quo poderá exercer o juízo de retratação. Além do exposto, caso não haja reconsideração, o réu será citado a fim de que apresente contrarrazões ao recurso. d) Errada. Conforme dito, o recurso cabível é apelação, o qual, no caso em tela, admite retratação. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 78 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 77 - FGV/2017/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO-XXIII/PRIMEIRA FASE) Carolina, vítima de doença associada ao tabagismo, requereu, em processo de indenização por danos materiais e morais contra a indústria do tabaco, a inversão do ônus da prova, por considerar que a parte ré possuía melhores condições de produzir a prova. O magistrado, por meio de decisão interlocutória, indeferiu o requerimento por considerar que a inversão poderia gerar situação em que a desincumbência do encargo seria excessivamente difícil. Sobre a hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta. a) A decisão é impugnável por agravo interno. b) A decisão é irrecorrível. c) A decisão é impugnável por agravo de instrumento. d) A parte autora deverá aguardar a sentença para suscitar a questão como preliminar de apelação ou nas contrarrazões do recurso de apelação. COMENTÁRIOS:Alternativa correta letra C. a) Errada. O agravo interno se presta a atacar as decisões do relator. b) Errada. Negativo, segundo o artigo 1.015, XI, a decisão é atacável por meio do agravo de instrumento. c) Certa. Conforme o artigo 1.015, XI, cabe agravo de instrumento contra decisões interlocutórias relativas à redistribuição do ônus da prova. d) Errada. Não, conforme comentário das assertivas acima, essa decisão é agravável nos moldes do 1.015, XI. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 79 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 78 - FGV/2017/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO-XXII/PRIMEIRA FASE) Carlos ajuizou, em 18/03/2016, ação contra o Banco Sucesso, pelo procedimento comum, pretendendo a revisão de determinadas cláusulas de um contrato de abertura de crédito. Após a apresentação de contestação e réplica, iniciou-se a fase de produção de provas, tendo o Banco Sucesso requerido a produção de prova pericial para demonstrar a ausência de abusividade dos juros remuneratórios. A prova foi indeferida e o pedido foi julgado procedente para revisar o contrato e limitar a cobrança de tais juros. Sobre a posição do Banco Sucesso, assinale a afirmativa correta. a) Ele deve interpor recurso de agravo de instrumento contra a decisão que indeferiu a produção de prova. Não o tendo feito, a questão está preclusa e não admite rediscussão. b) Ele deve apresentar petição de protesto contra a decisão que indeferiu a produção de prova, evitando-se a preclusão, com o objetivo de rediscuti-la em apelação. c) Ele deve permanecer inerte em relação à decisão de indeferimento de produção de prova, mas poderá rediscutir a questão em preliminar de apelação. d) Ele deve interpor recurso de agravo retido contra a decisão que indeferiu a produção de prova, evitando- se a preclusão, com o objetivo de rediscuti-la em apelação. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra C. a) Errada. Essa não é uma decisão agravável de instrumento, consoante o rol do artigo 1.015 da Lei de Ritos. b) Errada. Não está positivado que ele precisará apresentar petição de protesto para evitar a preclusão. c) Certa. Segundo o artigo 1.009, § 1º: As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões. d) Errada. Não mais previsão do agravo retido na Lei n. 13.105/2015. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 80 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 79 - (FGV/2017/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO-XXII/PRIMEIRA FASE) Jorge ajuizou demanda contra Maria, requerendo sua condenação à realização de obrigação de fazer e ao pagamento de quantia certa. Fez requerimento de tutela provisória de urgência em relação à obrigação de fazer. Após o transcurso da fase postulatória e probatória sem a análise do mencionado requerimento, sobreveio sentença de procedência de ambos os pedidos autorais, em que o juízo determina o imediato cumprimento da obrigação de fazer. Diante de tal situação, Maria instruiu seu advogado a recorrer apenas da parte da sentença relativa à obrigação de fazer. Nessa circunstância, o advogado de Maria deve a) impetrar Mandado de Segurança contra a decisão que reputa ilegal, tendo como autoridade coatora o juízo sentenciante. b) interpor Agravo de Instrumento, impugnando o deferimento da tutela provisória, pois ausentes seus requisitos. c) interpor Apelação, impugnando o deferimento da tutela provisória e a condenação final à obrigação de fazer. d) interpor Agravo de Instrumento, impugnando a tutela provisória e a condenação final à obrigação de fazer. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra C. Como se trata de sentença relativa a um capítulo da decisão, não será cabível agravo de instrumento e não há de se falar em mandado de segurança, porquanto ele será cabível quando não houver recurso a ser manejado da decisão judicial. O recurso cabível será a apelação, a fim de impugnar o deferimento da tutela e condenação, haja vista ela ter sido relativa apenas a um capítulo da decisão. Nesse sentido, veja o artigo 1.009, § 3º da Lei de Ritos. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 81 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 80 - (FGV/XXI EXAME DE ORDEM UNIFICADO – 1ª FASE/OAB/2016) Mariana propôs ação com pedido condenatório contra Carla, julgado improcedente, o que a levou a interpor recurso de apelação ao Tribunal de Justiça, objetivando a reforma da decisão. Após a apresentação de contrarrazões por Carla, o juízo de primeira instância entendeu que o recurso não deveria ser conhecido, por ser intempestivo, tendo sido certificado o trânsito em julgado. Intimada dessa decisão mediante Diário Oficial e tendo sido constatada a existência de um feriado no curso do prazo recursal, não levado em consideração pelo juízo de primeira instância, Mariana deverá a) interpor Agravo de Instrumento ao Tribunal de Justiça, objetivando reverter o juízo de admissibilidade realizado em primeiro grau. b) ajuizar Reclamação ao Tribunal de Justiça, sob o fundamento de usurpação de competência quanto ao juízo de admissibilidade realizado em primeiro grau. c) interpor Agravo Interno para o Tribunal de Justiça, objetivando reverter o juízo de admissibilidade realizado em primeiro grau. d) interpor nova Apelação ao Tribunal de Justiça reiterando as razões de mérito já apresentadas, postulando, em preliminar de apelação, a reforma da decisão interlocutória, que versou sobre o juízo de admissibilidade. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra B. Antes de comentar a questão, alerto que ela foi objeto de discussões entre professores, inclusive no sentido de anulá-la. Porém, encartei-a em nosso material, uma vez que temos poucas questões e precisamos nos acostumar ao estilo da banca examinadora, a fim de atingirmos nosso objetivo: sua aprovação! a) Errada. A situação descrita na questão não possui previsão no rol do artigo 1.015 do Novo Código. Nesse conduto de raciocínio, não caberá o agravo de instrumento. Porém, alerto que a assertiva foi objeto de debates em razão da taxatividade mitigada, analisada na aula relativa a recursos. b) Certa. Bem, é cabível a reclamação fundada na usurpação de competência, haja vista a admissibilidade da apelação não ser atribuída ao juiz a quo (1º grau). Essa assertiva também foi objeto de controvérsia, em razão de admitir outras soluções cabíveis, mas a banca a “cravou” como certa, de modo que devemos nos acostumar com a sua forma de questionamentos. c) Errada. O agravo interno se presta a atacar as decisões monocráticas do relator, o que não se compatibiliza com aquilo que consigna o enunciado da questão. d) Errada. Não será interposta uma nova apelação, o caso em tela não traz uma hipótese de sentença, mas sim de inadmissão do recurso. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 82 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 81 - FGV/XXIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO – 1ª FASE/OAB/2017) Luana, em litígio instaurado em face de Luciano, viu seu pedido ser julgado improcedente, o que veio a ser confirmado pelo tribunal local, transitando em julgado. O advogado da autora a alerta no sentido de que, apesar de a decisão do tribunal local basear-se em acórdão proferido pelo SuperiorTribunal de Justiça em regime repetitivo, o precedente não seria aplicável ao seu caso, pois se trata de hipótese fática distinta. Afirmou, assim, ser possível reverter a situação por meio do ajuizamento de ação rescisória. Diante do exposto, assinale a afirmativa correta. a) Não cabe a ação rescisória, pois a previsão de cabimento de rescisão do julgado se destina às hipóteses de violação à lei e não de precedente. b) Cabe a ação rescisória, com base na aplicação equivocada do precedente mencionado. c) Cabe a ação rescisória, porque o erro sobre o precedente se equipara à situação da prova falsa. d) Não cabe ação rescisória com base em tal fundamento, eis que a hipótese é de ofensa à coisa julgada. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra B. a) Errada. Segundo o artigo 966, § 5º, é possível a ação rescisória manejada em razão de violação de precedente. b) Certa. Sim, a questão se alinha com a dicção do artigo 966, § 5º, da Lei de Ritos. c) Errada. Não há que se falar em equiparação de precedente com prova falsa. d) Errada. O caso em tela versa sobre uma situação que envolve precedente, e não acerca da ofensa à coisa julgada. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 83 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 82 - FGV/XXIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO – 1ª FASE/OAB/2017) Nos Juízos de Direito da capital do Estado X tramitavam centenas de demandas semelhantes, ajuizadas por servidores públicos vinculados ao Município Y discutindo a constitucionalidade de lei ordinária municipal que tratava do plano de cargos e salários da categoria. Antevendo risco de ofensa à isonomia, com a possibilidade de decisões contraditórias, o advogado de uma das partes resolve adotar medida judicial para uniformizar o entendimento da questão jurídica. Nessa hipótese, o advogado deve peticionar a) ao Juízo de Direito no qual tramita a demanda por ele ajuizada, requerendo a instauração de incidente de assunção de competência. b) ao Presidente do Tribunal ao qual está vinculado o Juízo de Direito, requerendo a instauração de incidente de resolução de demandas repetitivas. c) ao Presidente do Tribunal ao qual está vinculado o Juízo de Direito, requerendo a instauração de incidente de arguição de inconstitucionalidade. d) ao Juízo de Direito no qual tramita a demanda por ele ajuizada, requerendo a intimação do Ministério Público para conversão da demanda individual em coletiva. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra B. a) Errada. Na hipótese trazida pela questão, é cabível o incidente de resolução de demandas repetitivas (artigo 976), porquanto existem multiplicidades de demandas semelhantes com risco à isonomia e segurança jurídica. Lembro que o incidente de assunção de competência não deverá ser manejado no caso em tela, haja vista não ser cabível em casos de múltiplos processos (consoante o artigo 947 da Lei de Ritos). b) Certa. A assertiva se compatibiliza com o manejo do IRDR, o qual deverá ser encaminhado ao Presidente do Tribunal, consoante o artigo 977 da Lei n. 13.105/2015. c) Errada. A questão discute a possibilidade de decisões conflitantes e, com efeito, o interesse em definir uma tese nas causas repetidas, e não a arguição de inconstitucionalidade. d) Errada. Foi vetado o artigo 333 da Lei Processual, o qual tratava da conversão de ação individual em coletiva. Ademais, consoante os comentários acima, o questionamento permite o manejo do IRDR. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 84 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 83 - FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVIII - Primeira Fase Mariana ajuizou ação de cobrança em face do Banco Racional S/A, para buscar a restituição de valores pagos a título de “Tarifa de Manutenção de Conta”, cobrados durante o período em que era titular de conta corrente perante tal Banco. O juízo de primeiro grau, após a apresentação de contestação pelo Banco Racional S/A, determinou que, em razão de o Superior Tribunal de Justiça ter afetado para julgamento, sob o rito de “Recursos Especiais Repetitivos”, a questão concernente à legalidade da “Tarifa de Abertura de Conta”, o processo ajuizado por Mariana deveria ficar suspenso até a publicação do acórdão paradigma. Após ser intimado da decisão de suspensão, o(a) advogado(a) de Mariana analisou o processo afetado para julgamento pelo STJ, e entendeu que a questão debatida sob o rito de Recursos Repetitivos não era a mesma debatida no processo ajuizado por Mariana, porque discutia outra tarifa bancária. Diante disso, pretende insurgir-se contra a suspensão do processo, para que ele volte a tramitar regularmente. Sobre o procedimento a ser adotado por Mariana, assinale a afirmativa correta. a) Deverá peticionar ao Superior Tribunal de Justiça, demonstrando a distinção de seu caso e requerendo o prosseguimento; caso seja negado o pedido, poderá interpor Agravo Interno. b) Deverá peticionar ao juízo de primeiro grau, demonstrando a distinção de seu caso e requerendo o prosseguimento; caso seja negado o pedido, poderá interpor Agravo de Instrumento. c) Deverá impetrar Mandado de Segurança em face da decisão de suspensão. d) Deverá peticionar ao juízo de primeiro grau, demonstrando a distinção de seu caso e requerendo o prosseguimento; caso seja negado o pedido, poderá interpor Agravo Interno. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra B. O agravo de instrumento tem natureza jurídica de recurso, já que sua finalidade é de atacar decisões interlocutórias. Mas não é toda decisão interlocutória que pode ser objeto de agravo de instrumento. O CPC/15 alterou a diretriz antes estabelecida, de recorribilidade ampla e imediata das interlocutórias na fase de conhecimento. Em princípio, se a parte pretende impugnar uma decisão interlocutória nessa fase, deverá aguardar a prolação da sentença, para então formular sua insurgência. Quem proferiu a decisão? O juízo de primeiro grau, após a apresentação de contestação pelo Banco Racional S/A, determinou que, em razão de o Superior Tribunal de Justiça ter afetado para julgamento, sob o rito de “Recursos Especiais Repetitivos”, a questão concernente à legalidade da “Tarifa de Abertura de Conta”, o processo ajuizado por Mariana deveria ficar suspenso até a publicação do acórdão paradigma. Se fosse o STJ que tivesse proferido a decisão, seria Agravo Interno.. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 85 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 84 - FGV/OAB/EXAME-DE-ORDEM-UNIFICADO-XXV/2018) A sociedade empresária Sucesso veiculou propaganda enganosa acerca de um determinado produto, com especificações distintas daquelas indicadas no material publicitário. Aproximadamente 500.000 consumidores, dentre os quais alguns hipossuficientes, compraram o produto. Diante disso, a Associação de Defesa do Consumidor, constituída há 10 anos, cogitou a possibilidade de ajuizar ação civil pública, com base na Lei n. 7.347/1985, para obter indenização para tais consumidores. Diante dessas informações, assinale a afirmativa correta. a) O Ministério Público é parte ilegítima para a propositura da ação civil pública. b) A Associação de Defesa do Consumidor pode propor a ação civil pública. c) Qualquer consumidor lesado pode propor a ação civil pública. d) A propositura da ação civil pública pela Defensoria dispensa a participação do Ministério Público no processo. COMENTÁRIOS: Letra b. a) Errada. O Ministério Público é sim parte legítima para propositura da ação civil pública, vide o art. 5º da Lei da ACP: Art. 5º Têmlegitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar: I – o Ministério Público; II – a Defensoria Pública; III – a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; IV – a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista; V – a associação que, concomitantemente: a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil; b) inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao patrimônio público e social, ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência, aos direitos de grupos raciais, étnicos ou religiosos ou ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico. § 1º O Ministério Público, se não intervier no processo como parte, atuará obrigatoriamente como fiscal da lei. b) Correta. A Associação pode propor a ação civil pública, pois, conforme o art. 5º acima colacionado, ela foi constituída há mais de um ano e tem entre suas finalidades institucionais a proteção do consumidor. c) Errada. O consumidor, isoladamente considerado, não consta no rol do mencionado art. 5º. d) Errado. O MP atuará como fiscal. É o que prevê o § 1º do art. 5º: §1º O Ministério Público, se não intervier no processo como parte, atuará obrigatoriamente como fiscal da lei. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 86 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 85 - FGV/OAB/EXAME-DE-ORDEM-UNIFICADO-XIV/2014) Isabella promove ação popular em face do Município X, por entender que determinados gastos realizados estariam causando graves prejuízos ao patrimônio público. O pedido veio a ser julgado improcedente, por total carência de provas. Inconformada, Isabella apresenta a mesma ação com fundamento em novos elementos, e, mais uma vez, o pedido vem a ser julgado improcedente por carência de provas. Nos termos da Constituição Federal e da legislação de regência, assinale a opção correta. a) Sendo o pedido julgado improcedente, haverá condenação em honorários advocatícios. b) A improcedência por ausência de provas caracteriza a má-fé do autor popular. c) A reiteração na propositura da mesma ação acarreta o pagamento de custas pelo autor popular. d) As custas serão devidas se declarada, expressamente, a má-fé do autor popular. COMENTÁRIOS: Letra d. a) Errada. O simples julgamento de improcedência da ação popular não gera a condenação da parte em honorários advocatícios, nesse sentido, veja a previsão da CF sobre o tema: Art. 5º (...) LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência. b) Errada. A simples ausência de provas não é suficiente para caracterizar má-fé por parte do autor da ação popular. c) Errada. Da mesma forma, a simples reiteração da ação popular também não tem o condão de configurar a má-fé. d) Certa. Exatamente, a má-fé do autor precisa ser comprovada e declarada expressamente. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 87 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 86 - (FGV/OAB/EXAME-DE-ORDEM-UNIFICADO-XI/2013) Em atenção às recentes manifestações populares, fora noticiado na TV que determinados deputados estaduais de dado Estado da Federação estavam utilizando a verba do orçamento destinada à saúde para proveito próprio. Marcos, cidadão brasileiro, insatisfeito com a notícia e de posse de documentação que denota indícios de lesão ao patrimônio de seu Estado, ajuíza Ação Popular no Juízo competente em face dos aludidos deputados e do Estado. Em atenção ao disciplinado na Lei n. 4.717/1965, que trata da Ação Popular, assinale a alternativa incorreta. a) Marta, cidadã brasileira, residente e domiciliada no mesmo Estado, pode habilitar-se como litisconsorte de Marcos. b) Na mesma linha da ação de Mandado de Segurança, o direito de ajuizá-la decai em 5 (cinco) anos. c) O Estado, a juízo de seu representante legal, em se afigurando útil ao interesse público, poderá atuar ao lado de Marcos na condução da ação. d) Sendo julgada improcedente a ação movida por Marcos, poderá este recorrer, além do Ministério Público e qualquer outro cidadão. COMENTÁRIOS: Letra b. a) Certa. É exatamente o que prevê o art. 6º, § 5º da Lei n. 4.717/1965: § 5º É facultado a qualquer cidadão habilitar-se como litisconsorte ou assistente do autor da ação popular. b) Errada. Veja o que diz a Lei da Ação Popular: Art. 21. A ação prevista nesta lei PRESCREVE EM 5 (CINCO) ANOS. Ou seja, o prazo previsto pela legislação possui natureza prescricional, e não decadencial. Ademais, o prazo decadencial para impetração de mandado de segurança é de 120 dias. c) Certa. É o que determina o art. 6º, § 3º, da Lei n. 4.717/1965: § 3º A pessoas jurídica de direito público ou de direito privado, cujo ato seja objeto de impugnação, poderá abster-se de contestar o pedido, ou poderá atuar ao lado do autor, desde que isso se afigure útil ao interesse público, a juízo do respectivo representante legal ou dirigente. Essa possibilidade é denominada de translatividade do sujeito passivo, ou de intervenção móvel da PJ. O STJ admite que ela ocorra com relação somente a alguns pedidos, ou com relação a todos. Ademais, pode ocorrer até mesmo depois da apresentação da contestação. d) Certa. Nesse sentido, veja o art. 19, § 2º, da Lei n. 4.717/1965: § 2º Das sentenças e decisões proferidas contra o autor da ação e suscetíveis de recurso, poderá recorrer qualquer cidadão e também o Ministério Público. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 88 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 87 - (FGV/OAB/EXAME-DE-ORDEM-UNIFICADO-X/2013) Em relação aos remédios constitucionais, assinale a afirmativa correta. a) O habeas data pode ser impetrado ainda que não haja negativa administrativa em relação ao acesso a informações pessoais. b) A ação popular pode ser impetrada por pessoa jurídica. c) O particular pode figurar no polo passivo da ação de habeas corpus. d) O mandado de segurança somente pode ser impetrado quando as questões jurídicas forem incontroversas. COMENTÁRIOS: Letra c. a) Errada. Não obstante não ter sido objeto da presente aula, o habeas data possui como pré-requisito a negativa da informação pela entidade ou órgão público. b) Errada. A legitimidade ativa para impetração da ação popular foi conferida ao cidadão, portanto, a PJ não possui capacidade postulatória para sua impetração. c) Certa. Como visto, o particular pode figurar no polo passivo da ação de habeas corpus, pois também pode ser responsável pelo cerceamento da liberdade de locomoção do indivíduo. d) Errada. Não obstante o MS ser uma ação vocacionada à proteção de um direito líquido e certo, a questão jurídica de fundo pode, teoricamente, ter natureza extremamente complexa e controversa. QUESTÃO 82 - 2017/FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO-XXIII/PRIMEIRA FASE) Jorge administra cinco apartamentos de Marina. Ele recebe os valores relativos à locação dos referidos bens, realiza os pagamentos inerentes aos imóveis (condomínio, IPTU), abate o valor pela prestação de serviços e repassa o saldo residual Marina, mediante depósito em conta corrente, titularidade pela contratante. Contudo, nos últimos dez meses, Jorge tem deixado de fornecer os relatórios mensais acerca da despesa e receita. Incomodada, Marina o questiona acerca da omissão, que nada faz. Diantedesse cenário, Marina procura um advogado, que, com o objetivo de obter os relatórios, deve ajuizar a) Ação de Execução, fundada em título extrajudicial consubstanciado no acerto verbal havido entre as partes. b) Ação de Reintegração de Posse dos imóveis administrados por Jorge. c) Ação de Exigir Contas, para que Jorge forneça os relatórios. d) Ação de Consignação de Pagamento, objetivando que Jorge consigne os relatórios em Juízo. COMENTÁRIOS: Letra c. a) Errada. Veja, o acerto verbal não constitui título executivo extrajudicial (previstos no rol do artigo 784 do Novo Código) a legitimar uma ação de execução. b) Errada. Perceba que não houve esbulho no caso em tela, de modo que a assertiva não se harmoniza com a reposta para questão, porquanto não está a se discutir posse dos apartamentos. c) Certa. Aí sim! A questão evidência que Jorge é administrador dos apartamentos e deveria fornecer os relatórios acerca da administração, o que possibilita o manejo da ação de exigir contas. d) Errada. Não, a ação de pagamento ocorre quando o devedor ou terceiro requerer, com efeito de pagamento, a consignação em pagamento da quantia ou coisa devida, conforme assevera o artigo 539 do Novo Código. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 89 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 89 - FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXIX - Primeira Fase Pedro, na qualidade de advogado, é procurado por Alfredo, para que seja proposta uma demanda em face de João, já que ambos não conseguiram se compor amigavelmente. A fim de embasar suas alegações de fato, Alfredo entrega a Pedro contundentes documentos, que efetivamente são juntados à petição inicial, pela qual, além da procedência dos pedidos, Pedro requer a concessão de liminar em favor de seu cliente. Malgrado a existência de tese firmada em julgamento de recurso repetitivo favorável a Alfredo, o juiz indefere a liminar, sob o fundamento de que não existe urgência capaz de justificar o requerimento. Posto isso, a decisão está A) correta, pois, ainda que o autor tenha razão, o devido processo legal impõe que seu direito seja reconhecido apenas na sentença, exceto na hipótese de urgência, o que não é o caso. B) incorreta, pois, se as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos, como no caso, a liminar pode ser deferida. C) correta, pois a liminar só poderia ser deferida se, em vez de tese firmada em sede de recurso repetitivo, houvesse súmula vinculante favorável ao pleito do autor. D) incorreta, pois a tutela de evidência sempre pode ser concedida liminarmente. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra B. A) Esta afirmativa está incorreta, pois este caso confere a Tutela Provisória da Evidencia, em que existe alta probabilidade de reconhecimento do direito material, dispensando o requisito de urgência. De acordo com o artigo 311 parágrafo único, os casos do inciso II e III, o juiz poderá decidir liminarmente. B) Esta afirmativa está correta, de acordo com o artigo 311, inciso II: “as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante”. No parágrafo único, os casos do inciso II e III, o juiz poderá decidir liminarmente. C) Esta afirmativa está incorreta, de acordo com o artigo 311, inciso II: “as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante”. D) Esta afirmativa está incorreta, pois no art. 311 CPC/2015 - parágrafo único elenca apenas os casos do inciso II e III, que o juiz poderá decidir liminarmente. Vejamos o artigo 311: Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando: I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte; II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante; III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa; IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável. Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 90 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 90 - FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXIX - Primeira Fase Maria ajuizou ação em face de José, sem mencionar, na inicial, se pretendia ou não realizar audiência de conciliação ou mediação. Assim, o juiz designou a referida audiência, dando ciência às partes. O réu informou ter interesse na realização de tal audiência, enquanto Maria, devidamente intimada, quedou-se silente. Chegado o dia da audiência de conciliação, apenas José, o réu, compareceu. A respeito do caso narrado, assinale a opção que apresenta possível consequência a ser suportada por Maria. A) Não existem consequências previstas na legislação pela ausência da autora à audiência de conciliação ou mediação. B) Caso não compareça, nem apresente justificativa pela ausência, Maria será multada em até 2% da vantagem econômica pretendida ou do valor da causa. C) Diante da ausência da autora à audiência de conciliação ou mediação, o processo deverá ser extinto. D) Diante da ausência da autora à audiência de conciliação ou mediação, as alegações apresentadas pelo réu na contestação serão consideradas verdadeiras. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra B. De acordo com o §8º, do art. 334, do CPC/15, o não comparecimento injustificado do autor ou do réu à audiência de conciliação é considerado ato atentatório à dignidade da justiça e será sancionado com multa de até dois por cento da vantagem econômica pretendida ou do valor da causa, revertida em favor da União ou do Estado. QUESTÃO 91 - FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXIX - Primeira Fase Raquel, servidora pública federal, pretende ajuizar ação em face da União, pleiteando a anulação de seu ato de demissão, bem como requerendo a condenação da ré ao pagamento de indenização por danos morais, no valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), tendo em vista o sofrimento causado por ato que considera ilegal. Na qualidade de advogado(a) de Raquel, a respeito do rito a ser seguido na hipótese, assinale a afirmativa correta. A) A ação deverá seguir o rito dos Juizados Especiais Federais (Lei nº 10.259/01), uma vez que o valor da causa é inferior a 60 (sessenta) salários mínimos. B) Tendo em vista que a ré é um ente público, aplica-se à hipótese o rito disposto na Lei nº 12.153/09, que regulamenta os Juizados Especiais da Fazenda Pública. C) Poderá ser utilizado tanto o rito comum como o dos Juizados Especiais, já que, no foro onde estiver instalada a Vara do Juizado Especial, sua competência é relativa. D) O rito a ser observado será o rito comum, pois não é de competência dos Juizados Especiais pretensão que impugna pena de demissão imposta a servidor público civil. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra D. LEI 10.259 Art. 3º Compete ao Juizado Especial Federal Cível processar, conciliar e julgar causas de competência da Justiça Federal até o valor de 60 salários mínimos, bem como executar as suas sentenças. § 1 Não se incluem na competência do Juizado Especial Cível as causas: IV - Que tenham como objeto a impugnação da penade demissão imposta a servidores públicos civis ou de sanções disciplinares aplicadas a militares; Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 91 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 92 - FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXIX - Primeira Fase Na vigência do Código de Processo Civil de 2015, José ajuizou ação contra Luíza, postulando uma indenização de R$ 100.000,00 (cem mil reais), tendo o pedido formulado sido julgado integralmente procedente, por meio de sentença transitada em julgado. Diante disso, José deu início ao procedimento de cumprimento de sentença, tendo Luíza (executada) apresentado impugnação, a qual, no entanto, foi rejeitada pelo respectivo juízo, por meio de decisão contra a qual não foi interposto recurso no prazo legal. Prosseguiu-se ao procedimento do cumprimento de sentença para satisfação do crédito reconhecido em favor de José. Ocorre que, após o trânsito em julgado da sentença exequenda e a rejeição da impugnação, o Supremo Tribunal Federal proferiu acórdão, em sede de controle de constitucionalidade concentrado, reconhecendo a inconstitucionalidade da lei que fundamentou o título executivo judicial que havia condenado Luíza na fase de conhecimento. Diante da decisão do Supremo Tribunal Federal sobre a situação hipotética, Luiza poderá A) interpor recurso de agravo de instrumento contra a decisão que rejeitou sua impugnação, mesmo já tendo se exaurido o prazo legal para tanto, uma vez que o Supremo Tribunal Federal reconheceu a inconstitucionalidade da lei que fundamentou a sentença exequenda. B) interpor recurso de apelação contra a decisão que rejeitou sua impugnação, mesmo já tendo se exaurido o prazo legal para tanto, uma vez que o Supremo Tribunal Federal reconheceu a inconstitucionalidade da lei que fundamentou a sentença exequenda. C) oferecer nova impugnação ao cumprimento de sentença, alegando a inexigibilidade da obrigação, tendo em vista que, após o julgamento de sua primeira impugnação, o Supremo Tribunal Federal reconheceu a inconstitucionalidade da lei que fundamentou a sentença proferida na fase de conhecimento, que serviu de título executivo judicial. D) ajuizar ação rescisória, em virtude de a sentença estar fundada em lei julgada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, em sede de controle concentrado de constitucionalidade. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra D. Uma ação rescisória é uma ação que pode ser proposta após o trânsito em julgado da sentença no processo civil. O trânsito em julgado, nós já temos visto aqui, acontece quando não cabe mais recurso. Como o próprio nome já diz, a ação rescisória é uma ação. Quer dizer que ela é uma nova ação, ajuizada para anular uma ação anterior e permitir o novo julgamento da causa. Preste atenção, por favor, a ação rescisória permite a rescisão, a anulação do processo anterior (o que o pessoal chama de juízo rescidente) e o novo julgamento da causa (o que o pessoal chama de juízo rescisório). Ah, e como regra geral, só é possível ajuizar ação rescisória contra sentença de mérito, seja definitiva, seja a sentença parcial, aquela do julgamento antecipado parcial do mérito (do artigo 356 do CPC). A sentença de mérito é aquela que resolve a relação de direito material e que, por isso, faz coisa julgada material. Existe uma outra hipótese diferenciada de prazo para ação rescisória, que diz respeito à ação rescisória fundada em julgamento de inconstitucionalidade pelo Supremo Tribunal Federal ocorrido após o trânsito em julgado da sentença. Essa situação não está prevista no artigo 966, mas nos artigos 525, § 15, e 535, § 8º, do novo CPC. Nesse caso, há um julgamento do Supremo Tribunal Federal que é posterior ao trânsito em julgado de uma sentença, que é contrário ao entendimento da sentença. Segundo o Código, será possível ajuizar ação rescisória contra a sentença, e o prazo de dois anos será contado a partir do trânsito em julgado não da sentença rescindenda, mas da decisão do STF. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 92 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 93 - FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVIII - Primeira Fase Felipe, a fim de cobrar dívida proveniente de contrato de mútuo firmado com Aline, ajuizou demanda de conhecimento em face de João Alberto, fiador. Surpreendido pela citação, João Alberto procura, no mesmo dia, um(a) advogado(a). Diante de tal quadro, assinale a opção que apresenta a medida mais adequada a ser adotada pelo(a) advogado(a) para obter a responsabilização de Aline. A) Realizar o chamamento ao processo de Aline. B) Efetuar a denunciação da lide de Aline. C) Sustentar a ilegitimidade passiva de João Alberto, na medida em que somente após eventual tentativa malsucedida de responsabilização de Aline, João Alberto poderia ser demandado. D) Não promover a intervenção de terceiros e aguardar a fase executiva, momento em que deverá ser requerido o benefício de ordem, de modo que os bens de Aline sejam executados antes dos de João Alberto. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra A. Vejamos o que diz o CPC: Art. 130, CPC. É admissível o chamamento ao processo, requerido pelo réu: I - do afiançado, na ação em que o fiador for réu; Chamamento ao processo: relação com corresponsabilidade e requerido pelo réu. Denunciação à lide: relação com regresso e requerido por qualquer das partes. Chamamento ao processo: sempre que envolver fiança/fiador Denunciação à lide: sempre que envolver seguros/seguradora OBS: O chamamento somente é cabível no processo de conhecimento, conforme estabelece o Art. 131 [...] O chamamento deve ser realizado na contestação pelo réu. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 93 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 94 - FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVIII - Primeira Fase O fornecimento de energia elétrica à residência de Vicente foi interrompido em 2 de janeiro de 2018, porque, segundo a concessionária de serviço público, haveria um “gato” no local, ou seja, o medidor de energia teria sido indevidamente adulterado. Indignado, Vicente, representado por um(a) advogado(a), propôs, aproximadamente um mês depois, demanda em face da fornecedora e pediu o restabelecimento do serviço, pois o medidor estaria hígido. A fim de provar os fatos alegados, o autor requereu a produção de prova pericial. Citado poucos meses depois da propositura da demanda, a ré defendeu a correção de sua conduta, ratificou a existência de irregularidade no medidor de energia e, tal qual o autor, requereu a produção de perícia. Em dezembro de 2018, após arbitrar o valor dos honorários periciais e antes da realização da perícia, o juiz atribuiu apenas ao autor, que efetivamente foi intimado para tanto, o pagamento de tal verba. Sobre a hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta. A) A decisão judicial está correta, uma vez que, se ambas as partes requererem a produção de perícia, apenas o autor deve adiantar o pagamento. B) O juiz decidiu de modo incorreto, pois se ambas as partes requererem a produção de perícia, autor e réu devem adiantar os honorários periciais. C) A decisão está equivocada, na medida em que os honorários periciais são pagos apenas ao final do processo. D) A decisão está correta, pois o magistrado tinha a faculdade de atribuir a apenas uma das partes o pagamento do montante. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra B. Consoante ao anunciado na questão, assim dispõe o art. 95, caput do novo CPC: Cada parte adiantará a remuneração do assistente técnico que houver indicado, sendo a do perito adiantadapela parte que houver requerido a perícia ou rateada quando a perícia for determinada de ofício ou requerida por ambas as partes. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 94 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 95 - FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVIII - Primeira Fase Pedro propõe execução de alimentos, fundada em título extrajudicial, em face de Augusto, seu pai, no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais). Regularmente citado, Augusto não efetuou o pagamento do débito, não justificou a impossibilidade de fazê-lo, não provou que efetuou o pagamento e nem ofertou embargos à execução. Pedro, então, requereu a penhora do único bem pertencente a Augusto que fora encontrado, qual seja, R$ 10.000,00 (dez mil reais), que estavam depositados em caderneta de poupança. O juiz defere o pedido. Sobre a decisão judicial, assinale a afirmativa correta. A) Ela foi equivocada, pois valores depositados em caderneta, em toda e qualquer hipótese, são impenhoráveis. B) Ela foi correta, pois o Código de Processo Civil permite a penhora de quaisquer valores depositados em aplicações financeiras. C) Ela foi equivocada, na medida em que o Código de Processo Civil assegura a impenhorabilidade da caderneta de poupança até o limite de cem salários-mínimos, independentemente da natureza do débito. D) Ela foi correta, pois o Código de Processo Civil admite a penhora de valores depositados em caderneta de poupança para o cumprimento de obrigações alimentícias. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra D. De acordo com CPC em seu artigo 833, inciso X, em regra, a caderneta de poupança que não ultrapasse 40 salários mínimos é impenhorável, entretanto, o parágrafo segundo do mesmo artigo, diz que, se a dívida for de natureza alimentícia não se aplica a hipótese de impenhorabilidade. Art. 833. São impenhoráveis: X - a quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40 (quarenta) salários-mínimos; §2º- O disposto nos incisos IV e X do caput não se aplica à hipótese de penhora para pagamento de prestação alimentícia, independentemente de sua origem, bem como às importâncias excedentes a 50 (cinquenta) salários mínimos mensais, devendo a constrição observar o disposto no art. 528, +8, e no art. 529, §3º. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 95 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 96 - FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVIII - Primeira Fase João Paulo faleceu em Atibaia (SP), vítima de um ataque cardíaco fulminante. Empresário de sucesso, domiciliado na cidade de São Paulo (SP), João Paulo possuía inúmeros bens, dentre os quais se incluem uma casa de praia em Búzios (RJ), uma fazenda em Lucas do Rio Verde (GO) e alguns veículos de luxo, atualmente estacionados em uma garagem em Salvador (BA). Neste cenário, assinale a opção que indica o foro competente para o inventário e a partilha dos bens deixados por João Paulo. A) Os foros de Búzios (RJ) e de Lucas do Rio Verde (GO), concorrentemente. B) O foro de São Paulo (SP). C) O foro de Salvador (BA). D) O foro de Atibaia (SP). COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra B. Como preceitua o art. 48, do Novo CPC: Art. 48- O foro de domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para o inventário, a partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições de última vontade, a impugnação ou anulação de partilha extrajudicial e para todas as ações em que o espólio for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro. Parágrafo único: Se o autor da herança não possuía domicílio certo, é competente: I- o foro de situação dos bens imóveis; II- havendo bens imóveis em foros diferentes, qualquer destes; III- não havendo bens imóveis, o foro do local de qualquer dos bens do espólio. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 96 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 97 - FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVIII - Primeira Fase As irmãs Odete e Nara celebraram contrato bancário, com cláusula de solidariedade, com uma pequena instituição financeira, com o objetivo de constituir uma empresa na cidade de Campos. Depois de sete anos, a instituição financeira, sem receber o valor que lhe era devido, propôs ação judicial em face das duas irmãs. Ocorre que a empresa familiar teve suas atividades encerradas por má gestão e as irmãs, há alguns anos, não mais se falam e, por isso, contrataram advogados(as) de escritórios de advocacia distintos para realizar a defesa judicial. Sobre a hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta. A) Caso o(a) advogado(a) de Nara perca o prazo do recurso de apelação, a alegação de prescrição no apelo interposto pelo advogado(a) de Odete, se acolhida, beneficiará Nara. B) O litisconsórcio formado pelas irmãs pode ser classificado como litisconsórcio passivo, necessário e unitário. C) Caberá à parte interessada alegar a prescrição, sendo vedado ao magistrado reconhecer a prescrição de ofício. D) Os prazos para as manifestações dos litisconsortes com advogados(as) de diferentes escritórios de advocacia serão contados em dobro, ainda quando os autos do processo forem eletrônicos. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra A. Alternativa A) De fato, a afirmativa está de acordo com o que dispõe o art. 1.005, do CPC/15, senão vejamos: "Art. 1.005. O recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita, salvo se distintos ou opostos os seus interesses. Parágrafo único. Havendo solidariedade passiva, o recurso interposto por um devedor aproveitará aos outros quando as defesas opostas ao credor lhes forem comuns". Afirmativa correta. Alternativa B) No caso sob análise, o litisconsórcio é passivo porque existem dois réus no polo passivo da ação (Odete e Nara). Esse litisconsórcio, porém, é classificado como facultativo e não como necessário, haja vista que, tratando-se de devedoras solidárias, a ação poderia ser proposta em face de uma, de outra ou de ambas - e não obrigatoriamente em face de ambas. Ademais, o fato da obrigação ser solidária não implica em que o litisconsórcio seja unitário, ou seja, na exigência de que a sentença seja a mesma para cada uma das devedoras. Em caso de obrigação solidária, o litisconsórcio será unitário se a obrigação for indivisível, mas, se a obrigação for divisível, o litisconsórcio será classificado como simples. Afirmativa incorreta. Alternativa C) Diversamente do que se afirma, o reconhecimento da prescrição não depende de requerimento da parte interessada, podendo ser feito, de ofício, pelo juiz, por se tratar de matéria de ordem pública. A lei processual exige apenas que, antes de extinguir o processo com base nesse fundamento, o juiz abra prazo para que a parte interessada se manifeste a respeito (art. 487, II, c/c §2º, CPC/15). Afirmativa incorreta. Alternativa D) Dispõe o art. 229, caput, do CPC/15, que "os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advocacia distintos, terão prazos contados em dobro para todas as suas manifestações, em qualquer juízo ou tribunal, independentemente de requerimento", e, em seguida, o §2º do mesmo dispositivo legal que "não se aplica o disposto no caput aos processos em autos eletrônicos". Conforme se nota, somente haveria contagem dos prazos em dobro, neste caso, se os autos fossem físicos, não se aplicando na hipótese de serem eletrônicos. Afirmativa incorreta. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todosos direitos reservados. 97 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 98 - FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVII - Primeira Fase Pedro ajuizou ação indenizatória contra Diego, tendo o juiz de primeira instância julgado integralmente improcedentes os pedidos formulados na petição inicial, por meio de sentença que veio a ser mantida pelo Tribunal em sede de apelação. Contra o acórdão, Pedro interpôs recurso especial, sob o argumento de que teria ocorrido violação de dispositivo da legislação federal. A Presidência do Tribunal, no entanto, inadmitiu o recurso especial, ao fundamento de que o acórdão recorrido se encontra em conformidade com entendimento do Superior Tribunal de Justiça exarado no regime de julgamento de recurso repetitivo. Diante dessa situação hipotética, assinale a opção que indica o recurso que Pedro deverá interpor. A) Agravo em recurso especial, para que o Superior Tribunal de Justiça examine se o recurso especial preenche ou não os requisitos de admissibilidade. B) Agravo interno, para demonstrar ao Plenário do Tribunal, ou ao seu Órgão Especial, que o acórdão recorrido versa sobre matéria distinta daquela examinada pelo Superior Tribunal de Justiça no regime de julgamento do recurso repetitivo. C) Agravo interno, para demonstrar ao Superior Tribunal de Justiça que o acórdão recorrido versa sobre matéria distinta daquela examinada pelo mesmo Tribunal Superior no regime de julgamento do recurso repetitivo. D) Recurso Extraordinário, para demonstrar ao Supremo Tribunal Federal que o recurso especial deveria ter sido admitido pela Presidência do Tribunal de origem. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra B. É certo que a nova lei processual trouxe diversos dispositivos com a finalidade de tornar a jurisprudência mais estável, determinando, por exemplo, aos julgadores, a observância dos precedentes judiciais fixados em sede de julgamento de incidente de assunção de competência ou de resolução de demandas repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e especial repetitivos. Essa tentativa de estabilizar a jurisprudência, porém, não engessa o Poder Judiciário, de forma que, havendo elementos que justifiquem o afastamento de um precedente judicial em um caso concreto ou mesmo a revisão da tese jurídica fixada neste precedente, esses poderão ser feitos. Trata-se, respectivamente, do que a doutrina denomina de aplicação do distinguishing e do overruling. Analisando as alternativas: Alternativa A) Dispõe o art. 1.042, caput, do CPC/15, que "cabe agravo contra decisão do presidente ou do vice-presidente do tribunal recorrido que inadmitir recurso extraordinário ou recurso especial, salvo quando fundada na aplicação de entendimento firmado em regime de repercussão geral ou em julgamento de recursos repetitivos". Afirmativa incorreta. Alternativa B) O cabimento do agravo interno está previsto no art. 1.030, I, "b", c/c §2º, do CPC/15, senão vejamos: "Art. 1.030. Recebida a petição do recurso pela secretaria do tribunal, o recorrido será intimado para apresentar contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias, findo o qual os autos serão conclusos ao presidente ou ao vice- presidente do tribunal recorrido, que deverá: I – negar seguimento: (...) b) a recurso extraordinário ou a recurso especial interposto contra acórdão que esteja em conformidade com entendimento do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça, respectivamente, exarado no regime de julgamento de recursos repetitivos. (...) § 2º Da decisão proferida com fundamento nos incisos I e III caberá agravo interno, nos termos do art. 1.021". Afirmativa correta. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 98 Questões comentadas para OAB – Processo Civil Alternativa C) O agravo interno deve ser interposto perante o Tribunal de Justiça estadual e não perante o Superior Tribunal de Justiça. Vide comentários sobre as alternativas A e B. Afirmativa incorreta. Alternativa D) As hipóteses de cabimento do recurso extraordinário estão contidas no art. 102, III, da CF/88, dentre as quais não se encontra a trazida pela questão, senão vejamos: "Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida: a) contrariar dispositivo desta Constituição; b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição". Afirmativa incorreta. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 99 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 99 - FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVII - Primeira Fase Maria comprou um apartamento da empresa Moradia S/A e constatou, logo após sua mudança, que havia algumas infiltrações e problemas nas instalações elétricas. Maria consultou seu advogado, que sugeriu o ajuizamento de ação de produção antecipada de prova, com o objetivo de realizar uma perícia no imóvel, inclusive com o objetivo de decidir se ajuizaria, posteriormente, ação para reparação dos prejuízos. Diante desse contexto, assinale a afirmativa correta. A) A produção antecipada de provas é cabível, porque visa a obter prévio conhecimento dos fatos e da situação do imóvel, para justificar ou evitar o ajuizamento de ação de reparação dos prejuízos. B) A produção antecipada de provas é obrigatória, uma vez que Maria não poderia ingressar diretamente com ação para reparação dos prejuízos. C) A produção antecipada de provas é incabível, porque apenas pode ser ajuizada quando há urgência ou risco de que a verificação dos fatos venha a se tornar impossível posteriormente, o que não foi demonstrado na hipótese concreta. D) A produção antecipada de provas é incabível, vez que o seu ajuizamento apenas pode ocorrer mediante pedido conjunto de Maria e da empresa Moradia S/A. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra A. Alternativa A) De fato, essa é uma das hipóteses em que a lei processual admite, expressamente, a produção antecipada da prova, senão vejamos: "Art. 381. A produção antecipada da prova será admitida nos casos em que: I - Haja fundado receio de que venha a tornar-se impossível ou muito difícil a verificação de certos fatos na pendência da ação; II - A prova a ser produzida seja suscetível de viabilizar a autocomposição ou outro meio adequado de solução de conflito; III - O prévio conhecimento dos fatos possa justificar ou evitar o ajuizamento de ação". Afirmativa correta. Alternativa B) Ao contrário do que se afirmar, a produção antecipada da prova é uma faculdade que a lei processual concede à parte interessada, não sendo uma etapa obrigatória que impossibilita o ajuizamento direto da ação. Afirmativa incorreta. Alternativa C) A hipótese trazida pela questão se enquadra na do art. 381, III, do CPC/15, sendo admissível a produção antecipada da prova. Afirmativa incorreta. Alternativa D) Vide comentário sobre as alternativas A e C. Afirmativa incorreta. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 100 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 100 - FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVII - Primeira Fase Amanda ajuizou execução por quantia certa em face de Carla, fundada em contrato de empréstimo inadimplido que havia sido firmado entre elas, pelo valor, atualizado na data-base de 20/3/2017, de R$ 50 mil. Carla foi citada e não realizou o pagamento no prazo legal, tampouco apresentou embargos, limitando-sea indicar à penhora um imóvel de sua titularidade. Carla informou que o referido imóvel valeria R$ 80 mil. Amanda, após consultar três corretores de imóveis, verificou que o valor estaria bem próximo ao de mercado, de modo que pretende dar seguimento aos atos de leilão e recebimento do crédito. Diante de tal situação, assinale a afirmativa que melhor atende aos interesses de Amanda. A) Ela deverá requerer ao juízo a avaliação do imóvel por oficial de justiça avaliador, ato indispensável para dar seguimento ao leilão. B) Deverá ser requerida ao juízo a avaliação do imóvel por especialista na área (perito); sem isso, o leilão não poderá prosseguir. C) Ela deverá requerer ao juízo que este faça inspeção judicial no imóvel, de modo a confirmar seu valor. D) Ela deverá requerer que seja realizado o leilão, com dispensa da avaliação judicial do bem, manifestando ao juízo concordância com a estimativa de valor feita por Carla. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra D. Acerca da avaliação, a lei processual dispõe que ela será feita pelo oficial de justiça e que se forem necessários conhecimentos especializados e o valor da execução o comportar, será nomeado avaliador (art. 870, CPC/15). Em seguida, a lei dispõe que, em algumas hipóteses, não será realizada a avaliação. São elas: I - Uma das partes aceitar a estimativa feita pela outra; II - Se tratar de títulos ou de mercadorias que tenham cotação em bolsa, comprovada por certidão ou publicação no órgão oficial; III - se tratar de títulos da dívida pública, de ações de sociedades e de títulos de crédito negociáveis em bolsa, cujo valor será o da cotação oficial do dia, comprovada por certidão ou publicação no órgão oficial; IV - Se tratar de veículos automotores ou de outros bens cujo preço médio de mercado possa ser conhecido por meio de pesquisas realizadas por órgãos oficiais ou de anúncios de venda divulgados em meios de comunicação, caso em que caberá a quem fizer a nomeação o encargo de comprovar a cotação de mercado". No que diz respeito ao inciso I, que é justamente a hipótese trazida pela questão, a lei informa que, se houver, por parte do juiz, fundada dúvida quanto ao real valor do bem, a avaliação poderá ser realizada. Porém, estando o valor indicado pela devedora em consonância com o valor de mercado estimado pelos corretores, não há que se falar na necessidade de avaliação. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 101 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 101 - FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVI - Primeira Fase A associação “Amigos da Natureza”, constituída há 2 anos, com a finalidade institucional de proteger o meio ambiente, tem interesse na propositura de uma ação civil pública, a fim de que determinado agente causador de dano ambiental seja impedido de continuar a praticar o ilícito. Procurado pela associação, você, na qualidade de advogado, daria a orientação de A) não propor uma ação civil pública, visto que as associações não têm legitimidade para manejar tal instrumento, sem prejuízo de que outros legitimados, como o Ministério Público, o façam. B) propor uma ação civil pública, já que a associação está constituída há pelo menos 1 ano e tem, entre seus fins institucionais, a defesa do meio ambiente. C) apenas propor a ação civil pública quando a associação estiver constituída há pelo menos 3 anos. D) que a associação tem iniciativa subsidiária, de modo que só pode propor a ação civil pública após demonstração de inércia do Ministério Público. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra B. Quanto à associação pública, conforme a Lei 7.347/1985: De acordo com o art. 5º, V da citada lei, constitui um dos legitimados para propor ação civil pública a associação que, concomitantemente: a) esteja constituída há pelo menos 1 ano nos termos da lei civil; b) inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao patrimônio público e social, ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência, aos direitos de grupos raciais, étnicos ou religiosos ou ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico. Por ser uma associação constituída há 2 anos e tem como uma de suas finalidades a defesa do meio ambiente, é, pois, legitimada para a propositura da ação civil pública, ação esta que visa a responsabilidade por danos morais e patrimoniais causados, dentre outros, ao meio ambiente (art. 1º, I). Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 102 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 102 - FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVI - Primeira Fase Luciana, por meio de seu advogado, propôs demanda em face de Carlos, perante determinado Juizado Especial Cível, na qual pediu, a título de indenização por danos materiais, a condenação do réu ao pagamento de R$ 20.000,00. Ao julgar parcialmente procedente o pedido, o juízo a quo condenou o demandado ao pagamento de R$ 15.000,00. Luciana se conformou com a decisão, ao passo que Carlos recorreu, a fim de diminuir o valor da condenação para R$10.000,00 e, bem assim, requereu a condenação da recorrida ao pagamento de custas e honorários. Embora tenha diminuído o valor da condenação para R$ 10.000,00, conforme requerido no recurso, o órgão ad quem não condenou Luciana ao pagamento de custas e honorários. Diante de tal quadro, é correto afirmar, especificamente no que se refere às custas e aos honorários, que A) o órgão recursal errou, pois, a gratuidade prevista pela Lei nº 9.099/95 só abrange o primeiro grau de jurisdição. B) o órgão ad quem acertou, uma vez que, no âmbito do segundo grau, somente o recorrente vencido pode arcar com a sucumbência. C) o órgão ad quem acertou, uma vez que, no âmbito do segundo grau, somente é possível condenação em custas e honorários se houver litigância de má-fé. D) o órgão recursal agiu corretamente, pois os processos que tramitam sob o rito da Lei nº 9.099/95 são gratuitos, indistintamente, em qualquer grau de jurisdição. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra B. De início, é preciso notar que a questão se refere ao procedimento dos Juizados Especiais Cíveis, estabelecido na Lei nº 9.099/95. Referida lei, em seu artigo 55, caput, dispõe que "a sentença de primeiro grau não condenará o vencido em custas e honorários de advogado, ressalvados os casos de litigância de má-fé. Em segundo grau, o recorrente, vencido, pagará as custas e honorários de advogado, que serão fixados entre dez por cento e vinte por cento do valor de condenação ou, não havendo condenação, do valor corrigido da causa". Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 103 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 103 - FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVI - Primeira Fase Cláudia, intimada pelo juízo da Vara Z para pagar a Cleide o valor de R$ 20.000,00, com fundamento em cumprimento definitivo de sentença, realiza, no prazo de 15 dias, o pagamento de R$ 5.000,00. De acordo com o que dispõe o CPC/2015, deve incidir A) multa de 10% e honorários advocatícios sobre R$15.000,00. B) multa de 10% sobre R$15.000,00 e honorários advocatícios sobre R$ 20.000,00. C) multa de 10% e honorários advocatícios sobre R$ 20.000,00. D) multa de 10% e honorários advocatícios sobre R$5.000,00. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra A. A questão exige do candidato o conhecimento das regras contidas no art. 523, do CPC/15, que assim dispõe: "Art. 523. No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em liquidação, e no caso de decisão sobre parcela incontroversa,o cumprimento definitivo da sentença far-se-á a requerimento do exequente, sendo o executado intimado para pagar o débito, no prazo de 15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver. § 1o Não ocorrendo pagamento voluntário no prazo do caput, o débito será acrescido de multa de dez por cento e, também, de honorários de advogado de dez por cento. § 2o Efetuado o pagamento parcial no prazo previsto no caput, a multa e os honorários previstos no § 1o incidirão sobre o restante. § 3o Não efetuado tempestivamente o pagamento voluntário, será expedido, desde logo, mandado de penhora e avaliação, seguindo-se os atos de expropriação". Conforme se nota, por força do art. 523, §2º, do CPC/15, a multa de 10% e os honorários advocatícios também fixados em 10% incidirão sobre o valor de R$15.000,00, correspondente ao montante da condenação que não foi pago espontaneamente no prazo de quinze dias. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 104 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 104 - FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVI - Primeira Fase Marina propôs ação de reconhecimento e extinção de união estável em face de Caio, que foi regularmente citado para comparecer à audiência de mediação. Sobre a audiência de mediação, assinale a afirmativa correta. A) Se houver interesse de incapaz, o Ministério Público deverá ser intimado a comparecer à audiência de mediação. B) É faculdade da parte estar acompanhada de advogado ou defensor público à audiência. C) Em virtude do princípio da unidade da audiência, permite-se apenas uma única sessão de mediação que, se restar frustrada sem acordo, deverá ser observado o procedimento comum. D) É licito que, para a realização de mediação extrajudicial, Marina e Caio peçam a suspensão do processo. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra D. De início, é preciso lembrar que a ação de reconhecimento e extinção de união estável é considerada pela lei processual uma ação de família, razão pela qual a ela é aplicado o regramento contido nos arts. 693 a 699 do Código de Processo Civil. Alternativa A) Havendo interesse de incapaz, o Ministério Público deverá ser intimado para intervir no processo e não necessariamente para comparecer à audiência de mediação como ordem de sua primeira intimação. A respeito do tema, a doutrina explica o art. 698, do CPC/15, que dispõe que "nas ações de família, o Ministério Público somente intervirá quando houver interesse de incapaz e deverá ser ouvido previamente à homologação de acordo": " 1. O dispositivo legal afasta a obrigatoriedade da participação do membro do Ministério Público em qualquer ação de família, estabelecendo a necessidade de sua intervenção apenas quando houver interesse de menor, como existe previsão específica no art... 178, II, do CPC 2015. 2. Interessante notar que na parte final do dispositivo legal consta que o representante do MP deve ser ouvido previamente à homologação de acordo, dando a impressão de que seria somente nessa hipótese que deveria intervir. Não nos parece, contudo, a melhor interpretação, devendo ele participar em toda e qualquer situação em que houver interesse de incapaz, e não apenas nos casos de homologação de acordo, por força do citado art. 178, II, do CPC 2015. Alternativa B) Determina o art. 695, §4º, do CPC/15, que "na audiência, as partes deverão estar acompanhadas de seus advogados ou de defensores públicos". Conforme se nota, a parte deverá comparecer obrigatoriamente acompanhada, não sendo está uma faculdade sua. Afirmativa incorreta. Alternativa C) Ao contrário do que se afirmar, dispõe o art. 696, do CPC/15, que "a audiência de mediação e conciliação poderá dividir-se em tantas sessões quantas sejam necessárias para viabilizar a solução consensual, sem prejuízo de providências jurisdicionais para evitar o perecimento do direito". Afirmativa incorreta. Alternativa D) De fato, as partes podem requerer a suspensão do processo para tentar a mediação extrajudicial, estando o pedido amparado pelo art. 694, do CPC/15, que assim dispõe: "Art. 694. Nas ações de família, todos os esforços serão empreendidos para a solução consensual da controvérsia, devendo o juiz dispor do auxílio de profissionais de outras áreas de conhecimento para a mediação e conciliação. Parágrafo único: A requerimento das partes, o juiz pode determinar a suspensão do processo enquanto os litigantes se submetem a mediação extrajudicial ou a atendimento multidisciplinar". Afirmativa correta. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 105 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 105 - FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVI - Primeira Fase Uma fábrica da sociedade empresária Tratores Ltda. despejou 10 toneladas de lixo reciclável no rio Azul, que corta diversos municípios do estado do Paraná. Em decorrência de tal fato, constatou-se a redução da flora às margens do rio. Sobre a medida cabível em tal cenário, assinale a afirmativa correta. A) É cabível ação popular, na qual deve figurar obrigatoriamente o Ministério Público como autor. B) É cabível ação civil pública, na qual deve figurar obrigatoriamente como autor um dos indivíduos afetados pelos danos. C) Não é cabível ação civil pública ou ação coletiva, considerando a natureza dos danos, mas o Ministério Público pode ajuizar ação pelo procedimento comum, com pedido de obrigação de não fazer. D) É cabível ação civil pública, na qual o Ministério Público, se não for autor, figurará como fiscal da lei. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra D. Quanto à ação civil pública, a ação popular e a participação do Ministério Público: A ação popular visa a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, podendo ser proposta por qualquer cidadão, nos termos do art. 5º, LXXIII da CF/88. Quanto ao Ministério Público, o art. 6º, -§ 4º estabelece que acompanhará a ação, cabendo-lhe apressar a produção da prova e promover a responsabilidade, civil ou criminal, dos que nela incidirem, sendo-lhe vedado, em qualquer hipótese, assumir a defesa do ato impugnado ou dos seus autores. A ação civil pública é cabível contra danos morais e patrimoniais causados, dentre outros, ao meio ambiente (art. 1º, I, da Lei 7347/85), tendo como legitimados para a sua propositura, conforme art. 5º: I - O Ministério Público; II - A Defensoria Pública; III - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; IV - A autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista; V - A associação que, concomitantemente: a) esteja constituída há pelo menos 1 ano nos termos da lei civil; b) inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao patrimônio público e social, ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência, aos direitos de grupos raciais, étnicos ou religiosos ou ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico. No caso do Ministério Público, se não intervier no processo como parte, atuará obrigatoriamente como fiscal da lei (art. 5º, §1º). Portanto, somente a alternativa D está correta. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 106 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 106 - FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXV - Primeira Fase Lucas, em litígio instaurado contra Alberto, viu seus pedidos serem julgados procedentes em primeira instância, o que veio a ser confirmado pelo tribunal local em sede de apelação. Com a publicação do acórdãoproferido em sede de apelação na imprensa oficial, Alberto interpôs recurso especial, alegando que o julgado teria negado vigência a dispositivo de lei federal. Simultaneamente, Lucas opôs embargos de declaração contra o mesmo acórdão, suscitando a existência de omissão. Nessa situação hipotética, A) o recurso especial de Alberto deverá ser considerado extemporâneo, visto que interposto antes do julgamento dos embargos de declaração de Lucas. B) Alberto, após o julgamento dos embargos de declaração de Lucas, terá o direito de complementar ou alterar as razões de seu recurso especial, independentemente do resultado do julgamento dos embargos de declaração. C) Alberto não precisará ratificar as razões de seu recurso especial para que o recurso seja processado e julgado se os embargos de declaração de Lucas forem rejeitados, não alterando a decisão recorrida. D) Alberto deverá interpor novo recurso especial após o julgamento dos embargos de declaração. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra C. Alternativa A) Não há que se falar em extemporaneidade em relação ao recurso especial interposto pelo fato de terem sido opostos embargos de declaração, não influindo a apresentação de um no prazo para a interposição do outro. Afirmativa incorreta. Alternativa B) A lei assegura ao embargado o direito de complementar as razões do recurso interposto, caso os embargos de declaração sejam acolhidos e a decisão seja modificada, o que significa que o resultado do julgamento importa para que seja admitida ou não a complementação das razões. É o que dispõe o art. 1.024, §4º, do CPC/15, senão vejamos: "Caso o acolhimento dos embargos de declaração implique modificação da decisão embargada, o embargado que já tiver interposto outro recurso contra a decisão originária tem o direito de complementar ou alterar suas razões, nos exatos limites da modificação, no prazo de 15 (quinze) dias, contado da intimação da decisão dos embargos de declaração". Afirmativa incorreta. Alternativa C) Ao contrário do que se afirmar, não há necessidade de que que o recurso seja ratificado para que o órgão competente proceda ao seu julgamento, senão vejamos: "Art. 1.024, §5º, CPC/15. Se os embargos de declaração forem rejeitados ou não alterarem a conclusão do julgamento anterior, o recurso interposto pela outra parte antes da publicação do julgamento dos embargos de declaração será processado e julgado independentemente de ratificação". Afirmativa correta. Alternativa D) Não há que se falar em nova apresentação do recurso especial pelo fato de terem sido opostos embargos de declaração. O que a lei processual admite é que as razões do recurso especial sejam complementadas na hipótese de os embargos de declaração serem acolhidos e importarem na modificação da decisão (no caso, do acórdão). Afirmativa incorreta. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 107 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 107 - FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXV - Primeira Fase Alice, em razão de descumprimento contratual por parte de Lucas, constituiu Osvaldo como seu advogado para ajuizar uma ação de cobrança com pedido de condenação em R$ 300.000,00 (trezentos mil reais), valor atribuído à causa. A ação foi julgada procedente, mas não houve a condenação em honorários sucumbenciais. Interposta apelação por Lucas, veio a ser desprovida, sendo certificado o trânsito em julgado. Considerando o exposto, assinale a afirmativa correta. A) Em razão do trânsito em julgado e da preclusão, não há mais possibilidade de fixação dos honorários sucumbenciais. B) Como não houve condenação, presume-se que há fixação implícita de honorários sucumbenciais na média entre o mínimo e o máximo, ou seja, 15% do valor da condenação. C) O trânsito em julgado não impede a discussão no mesmo processo, podendo ser requerida a fixação dos honorários sucumbenciais por meio de simples petição. D) Deve ser proposta ação autônoma para definição dos honorários sucumbenciais e de sua cobrança. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra D. Não tendo havido fixação de honorários advocatícios na sentença, o advogado deveria ter apresentado embargos de declaração para que, diante da omissão, o juiz os fixasse. Não tendo sido opostos os referidos embargos, porém, os honorários advocatícios somente poderão ser exigidos mediante ação autônoma. É o que diz a lei processual, senão vejamos: "Art. 85, §18, CPC/15. Caso a decisão transitada em julgado seja omissa quanto ao direito aos honorários ou ao seu valor, é cabível ação autônoma para sua definição e cobrança". Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 108 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 108 - FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXV - Primeira Fase Tancredo ajuizou equivocadamente, em abril de 2017, demanda reivindicatória em face de Gilberto, caseiro do sítio Campos Verdes, porque Gilberto parecia ostentar a condição de proprietário. Diante do narrado, assinale a afirmativa correta. A) Gilberto deverá realizar a nomeação à autoria no prazo de contestação. B) Gilberto poderá alegar ilegitimidade ad causam na contestação, indicando aquele que considera proprietário. C) Trata-se de vício sanável, podendo o magistrado corrigir o polo passivo de ofício, substituindo Gilberto da relação processual, ainda que este não tenha indicado alguém. D) Gilberto poderá promover o chamamento ao processo de seu patrão, a quem está subordinado. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra B. Alternativa A) A nomeação à autoria deixou de ser considerada uma modalidade de intervenção de terceiros pelo novo Código de Processo Civil - CPC/15. A ilegitimidade para compor o polo passivo da ação deveria ser simplesmente alegada por Gilberto em sua contestação. Afirmativa incorreta. Alternativa B) De fato, é na contestação que Gilberto deverá sustentar a sua ilegitimidade para figurar no polo passivo da ação, senão vejamos: "Art. 338, caput, CPC/15. Alegando o réu, na contestação, ser parte ilegítima ou não ser o responsável pelo prejuízo invocado, o juiz facultará ao autor, em 15 (quinze) dias, a alteração da petição inicial para substituição do réu. (...) Art. 339, caput, CPC/15. Quando alegar sua ilegitimidade, incumbe ao réu indicar o sujeito passivo da relação jurídica discutida sempre que tiver conhecimento, sob pena de arcar com as despesas processuais e de indenizar o autor pelos prejuízos decorrentes da falta de indicação". Afirmativa correta. Alternativa C) Ao contrário do que se afirmar, o juiz não pode corrigir o polo passivo de ofício. O réu deve alegar a sua ilegitimidade em sede preliminar na contestação. Vide comentário sobre a alternativa B. Afirmativa incorreta. Alternativa D) Chamamento ao processo é hipótese de intervenção forçada de terceiro que tem por objetivo chamar ao processo todos os possíveis devedores de determinada obrigação comum a fim de que se forme título executivo que a todos apanhe. Não tem por pressuposto unicamente obrigação solidária. Basta que a dívida seja comum para que se legitime o chamamento ao processo. Com o chamamento, dá-se ampliação subjetiva no polo passivo do processo. Aceitando o chamamento, forma-se um litisconsórcio facultativo simples entre chamante e chamado. Havendo procuradores diferentes, há prazo em dobro (art. 229, CPC). Se o chamado nega o cabimento do chamamento, negando a existência de relação jurídica com o chamante, há pluralidade de partes, mera cumulação subjetiva, não incidindo o art. 229, CPC". Conforme se nota, a hipótese não é de chamamento ao processo, devendo o réu alegar a sua ilegitimidade em sede preliminar na contestação. Vide comentáriosobre a alternativa B. Afirmativa incorreta. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 109 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 109 - FGV - 2017 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXIV - Primeira Fase O Supermercado “X” firmou contrato com a pessoa jurídica “Excelência” – sociedade empresária de renome - para que esta lhe prestasse assessoria estratégica e planejamento empresarial no processo de expansão de suas unidades por todo o país. Diante da discussão quanto ao cumprimento da prestação acordada, uma vez que o supermercado entendeu que o serviço fora prestado de forma deficiente, as partes se socorreram da arbitragem, em razão de expressa previsão do meio de solução de conflitos trazida no contrato. Na arbitragem, restou decidido que assistia razão ao supermercado, sendo a sociedade empresária “Excelência” condenada ao pagamento de indenização, além de multa de 30%. Considerando o exposto, assinale a afirmativa correta. A) Por se tratar de um título executivo extrajudicial, deve ser instaurado um processo de execução. B) Por se tratar de um título executivo judicial, será promovido segundo as regras do cumprimento de sentença. C) A sentença arbitral só poderá ser executada junto ao Poder Judiciário após ser confirmada em processo de conhecimento, quando adquire força de título executivo judicial. D) A sentença arbitral será executada segundo as regras do cumprimento de sentença, tendo em vista seu caráter de título executivo extrajudicial. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra B. Alternativa A) A sentença arbitral constitui um título executivo judicial e não extrajudicial (art. 515, VII, CPC/15). Afirmativa incorreta. Alternativa B) A sentença arbitral é considerada pela lei processual civil um título executivo judicial (art. 515, VII, CPC/15). Por essa razão, a ela se aplicam as regras processuais referentes ao cumprimento de sentença, título executivo judicial por excelência (art. 515, caput, CPC/15). Afirmativa correta. Alternativa C) Vide comentário sobre as alternativas A e B. Afirmativa incorreta. Alternativa D) É certo que a sentença arbitral será executada segundo as regras do cumprimento de sentença, porém, assim será porque ela é considerada pela lei processual civil um título executivo judicial e não extrajudicial (art. 515, VII, CPC/15). Afirmativa incorreta. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 110 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 110 - FGV - 2017 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXIV - Primeira Fase Marcos se envolveu em um acidente, abalroando a motocicleta de Bruno, em razão de não ter visto que a pista estava interditada. Bruno ajuizou, em face de Marcos, ação de indenização por danos materiais, visando receber os valores necessários ao conserto de sua motocicleta. Marcos, ao receber a citação da ação, entendeu que a responsabilidade de pagamento era da Seguradora Confiança, em virtude de contrato de seguro que havia pactuado para seu veículo, antes do acidente. Diante de tal situação, assinale a afirmativa correta. A) Marcos pode promover oposição em face de Bruno e da seguradora. B) Marcos pode promover denunciação da lide à seguradora. C) Marcos pode pedir a instauração de incidente de desconsideração da personalidade jurídica em face da seguradora. D) Marcos pode promover o chamamento ao processo da seguradora. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra B. É importante notar que o caso trazido pela questão envolve duas relações jurídicas: a primeira, entre Marcos e Bruno, surgida em razão do acidente, da qual se extrai o dever de indenizar pelos danos materiais ocasionados; e a segunda, entre Marcos e a seguradora, surgida no ato do contrato de seguro, da qual se extrai o direito de Marcos de o prejuízo ressarcido. Dessa forma, deve Marcos indenizar Bruno e ser ressarcido do valor despendido pela Seguradora Confiança. Esse ressarcimento pode ocorrer de duas maneiras: (1) Após ser condenado em indenizar os danos materiais ocasionados a Bruno, Marcos poderá ingressar com uma ação autônoma de regresso em face da Seguradora Confiança; ou (2) Ao contestar a ação proposta por Bruno, Marcos poderá denunciar à lide a Seguradora Confiança, a fim de que os prejuízos causados possam ser reparados diretamente por ela na fase de cumprimento de sentença. "A denunciação da lide é uma forma de intervenção forçada de terceiro em um processo já pendente que tem cabimento à vista da afirmação, pelo denunciante, da existência de um dever legal ou contratual de garantia do denunciado de sua posição jurídica. Com a litisdenunciação convoca-se o terceiro para participar do processo auxiliando o denunciante ao mesmo tempo em que contra esse mesmo terceiro se propõe uma demanda de regresso para a eventualidade de o denunciante sucumbir na causa". A denunciação da lide está prevista e regulamentada nos arts. 125 a 129 do CPC/15. As hipóteses em que a lei a admite constam no art. 125, caput, e são duas: "I - Ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao denunciante, a fim de que possa exercer os direitos que dá evicção lhe resultam; II - Àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo de quem for vencido no processo". Quando a denunciação é feita pelo réu, a lei processual assegura ao autor requerer o cumprimento da sentença também contra o denunciado, nos limites da condenação deste na ação regressiva, quando procedente o pedido da ação principal (art. 128, parágrafo único, CPC/15). Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 111 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 111 - FGV - 2017 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXIV - Primeira Fase Arthur ajuizou ação perante o Juizado Especial Cível da Comarca do Rio de Janeiro, com o objetivo de obter reparação por danos materiais, em razão de falha na prestação de serviços pela sociedade empresária Consultex. A sentença de improcedência dos pedidos iniciais foi publicada, mas não apreciou juridicamente um argumento relevante suscitado na inicial, desconsiderando, em sua fundamentação, importante prova do nexo de causalidade. Arthur pretende opor embargos de declaração para ver sanada tal omissão. Diante de tal cenário, assinale a afirmativa correta. A) Arthur poderá opor embargos de declaração, suspendendo o prazo para interposição de recurso para a Turma Recursal. B) Os embargos não interrompem ou suspendem o prazo para interposição de recurso para a Turma Recursal, de modo que Arthur deverá optar entre os embargos ou o recurso, sob pena de preclusão. C) Eventuais embargos de declaração interpostos por Arthur interromperão o prazo para interposição de recurso para a Turma Recursal. D) Arthur não deverá interpor embargos de declaração pois estes não são cabíveis no âmbito de Juizados Especiais. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra C. Os embargos de declaração devem ser opostos quando o objetivo do recorrente for: "I - esclarecer obscuridade ou eliminar contradição; II - suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento; III - corrigir erro material" (art. 1.022, CPC/15). Alternativa A) Dispõe o art. 50, da Lei nº 9.099/95, que regulamenta o rito dos Juizados Especiais, que "os embargos de declaração interrompem o prazo para a interposição de recurso". Conforme se nota, os embargos de declaração não suspendem, mas interrompem o prazo para a interposição dos recursos. Afirmativa incorreta. Alternativa B) Vide comentário sobre a alternativa A. A oposição dosembargos declaratórios interrompe o prazo para a apresentação dos recursos. Afirmativa incorreta. Alternativa C) Vide comentários sobre as alternativas A e B. De fato, a oposição dos embargos declaratórios interrompe o prazo para a interposição de recurso para a Turma Recursal. Afirmativa correta. Alternativa D) Os embargos de declaração são, sim, previstos no rito dos Juizados Especiais. É o que dispõe o art. 48, da Lei nº 9.099/95, senão vejamos: "Caberão embargos de declaração contra sentença ou acórdão nos casos previstos no Código de Processo Civil". Afirmativa incorreta. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 112 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 112 - FGV - 2017 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXIV - Primeira Fase Maria dirigia seu carro em direção ao trabalho, quando se envolveu em acidente com um veículo do Município de São Paulo, afetado à Secretaria de Saúde. Em razão da gravidade do acidente, Maria permaneceu 06 (seis) meses internada, sendo necessária a realização de 03 (três) cirurgias. Quinze dias após a alta médica, a vítima ingressou com ação de reparação por danos morais e materiais em face do ente público. Na sentença, os pedidos foram julgados procedentes, com condenação do ente público ao pagamento de 200 (duzentos) salários mínimos, não tendo a ré interposto recurso. Diante de tais considerações, assinale a afirmativa correta. A) Ainda que o Município de São Paulo não interponha qualquer recurso, a sentença está sujeita à remessa necessária, pois a condenação é superior a 100 (cem) salários mínimos, limite aplicável ao caso, o que impede o cumprimento de sentença pelo advogado da autora. B) A sentença está sujeita à remessa necessária em qualquer condenação que envolva a Fazenda Pública. C) A sentença não está sujeita à remessa necessária, porquanto a sentença condenatória é ilíquida. Maria poderá, assim, propor a execução contra a Fazenda Pública tão logo a sentença transite em julgado. D) A sentença não está sujeita à remessa necessária, pois a condenação é inferior a 500 (quinhentos) salários mínimos, limite aplicável ao caso. Após o trânsito em julgado, Maria poderá promover o cumprimento de sentença em face do Município de São Paulo. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra D. A remessa necessária é uma condição legal de eficácia definitiva da sentença que impede o seu trânsito em julgado até que seja apreciada pelo tribunal hierarquicamente superior ao juízo em que inicialmente tramita a demanda. Alternativa A) No caso trazido pela questão a sentença não estará sujeita à remessa necessária, pois embora para a maior parte dos municípios tal remessa não deva ocorrer quando o valor da condenação for inferior ao limite de 100 (cem) salários mínimos, para os municípios que constituem capitais de Estados o limite a ser observado é o de 500 (quinhentos) salários mínimos. É o que dispõe o art. 496, §3º, do CPC/15, senão vejamos: "Não se aplica o disposto neste artigo quando a condenação ou o proveito econômico obtido na causa for de valor certo e líquido inferior a: I - 1.000 (mil) salários-mínimos para a União e as respectivas autarquias e fundações de direito público; II - 500 (quinhentos) salários-mínimos para os Estados, o Distrito Federal, as respectivas autarquias e fundações de direito público e os Municípios que constituam capitais dos Estados; III - 100 (cem) salários-mínimos para todos os demais Municípios e respectivas autarquias e fundações de direito público". Afirmativa incorreta. Alternativa B) A lei processual traz diversas exceções à regra de que as sentenças condenatórias proferidas em desfavor do ente público devem ser submetidas à remessa necessárias. Elas estão contidas nos §§ 3º e 4º do art. 496 do CPC/15 nos seguintes termos: "§ 3o Não se aplica o disposto neste artigo quando a condenação ou o proveito econômico obtido na causa for de valor certo e líquido inferior a: I - 1.000 (mil) salários-mínimos para a União e as respectivas autarquias e fundações de direito público; II - 500 (quinhentos) salários-mínimos para os Estados, o Distrito Federal, as respectivas autarquias e fundações de direito público e os Municípios que constituam capitais dos Estados; III - 100 (cem) salários-mínimos para todos os demais Municípios e respectivas autarquias e fundações de direito público. § 4o Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundada em: I - Súmula de tribunal superior; II - Acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; IV - Entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no âmbito administrativo do próprio ente público, consolidada em manifestação, parecer ou súmula administrativa". Afirmativa incorreta. Alternativa C) Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 113 Questões comentadas para OAB – Processo Civil A sentença que condena o réu a pagar o valor de duzentos salários mínimos é líquida - porque condena em um valor determinado - e não ilíquida - quando o valor ainda seria determinado na fase de liquidação de sentença. Afirmativa incorreta. Alternativa D) Vide comentário sobre a alternativa A. Afirmativa correta. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 114 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 113 - FGV - 2017 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXIV - Primeira Fase O advogado Jonas interpôs Recurso Especial contra acórdão do Tribunal de Justiça do Estado X. Ocorre que, no corrente ano, a Vice-Presidência/Presidência do referido Tribunal negou seguimento ao recurso interposto, afirmando que o acórdão recorrido se encontra no mesmo sentido de precedente do STJ, julgado sob o rito dos recursos repetitivos. Nessa hipótese, caso deseje impugnar a referida decisão, o advogado deverá interpor A) Agravo de Instrumento, direcionado ao Ministro Presidente do STJ. B) Agravo em Recurso Especial, direcionado ao Ministro Presidente do STJ. C) Agravo em Recurso Especial, direcionado ao Vice-Presidente do Tribunal de Justiça do Estado X. D) Agravo Interno, direcionado ao órgão colegiado competente para revisar as decisões do Presidente/Vice- Presidente do Tribunal de Justiça. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra D. A lei processual determina que, ao realizar o juízo de admissibilidade dos recursos especial e extraordinário, o presidente ou o vice-presidente do tribunal deverá negar seguimento àqueles recursos que, dentre outras hipóteses, tenham sido interpostos contra acórdãos que se estejam em conformidade com entendimento do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça, respectivamente, exarado no regime de julgamento de recursos repetitivos (art. 1.030, I, "b", CPC/15). Contra essa decisão, a lei processual prevê, expressamente, o cabimento do recurso de agravo interno (ou agravo regimental) (art. 1.030, §2º, CPC/15). Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 115 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 114 - FGV - 2017 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXIII - Primeira Fase A multinacional estrangeira Computer Inc., com sede nos Estados Unidos, celebra contrato de prestação de serviços de informática com a sociedade empresarial Telecomunicações S/A, constituída de acordo com as leisbrasileiras e com sede no Estado de Goiás. Os serviços a serem prestados envolvem a instalação e a manutenção dos servidores localizados na sede da sociedade empresarial Telecomunicações S/A. Ainda consta, no contrato celebrado entre as referidas pessoas jurídicas que eventuais litígios serão dirimidos, com exclusividade, perante a Corte Arbitral Alfa, situada no Brasil. Após discordâncias sobre o cumprimento de uma das cláusulas referentes à realização dos serviços, a multinacional Computer Inc. ingressa com demanda no foro arbitral contratualmente avençado. Com base no caso concreto, assinale a afirmativa correta. A) A cláusula compromissória prevista no contrato é nula de pleno direito, uma vez que o princípio da inafastabilidade da jurisdição, previsto constitucionalmente, impede que ações que envolvam obrigações a serem cumpridas no Brasil sejam dirimidas por órgão que não integre o Poder Judiciário nacional. B) Caso a empresa Telecomunicações S/A ingresse com demanda perante a Vara Cível situada no Estado de Goiás, o juiz deverá resolver o mérito, ainda que a sociedade Computer Inc. alegue, em contestação, a existência de convenção de arbitragem prevista no instrumento contratual. C) Visando efetivar tutela provisória deferida em favor da multinacional Computer Inc., poderá ser expedida carta arbitral pela Corte Arbitral Alfa para que órgão do Poder Judiciário, com competência perante o Estado de Goiás, pratique atos de cooperação que importem na constrição provisória de bens na sede da sociedade empresarial Telecomunicações S/A, a fim de garantir a efetividade do provimento final. D) A sentença arbitral proferida pela Corte Arbitral Alfa configura título executivo extrajudicial, cuja execução poderá ser proposta no foro do lugar onde deva ser cumprida a obrigação. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra C. Alternativa A) A cláusula compromissória, que determina que os litígios surgidos na relação jurídica contratual devem ser resolvidos no juízo arbitral, não é nula, haja vista ser ela admitida pela lei brasileira: "Art. 3º, §1º, CPC/15. É permitida a arbitragem, na forma da lei". A arbitragem consiste em um método alternativo de solução de conflitos jurídicos, pelo qual um terceiro, denominado de árbitro, estranho aos interesses das partes, tenta, inicialmente, conciliar as partes e, não sendo possível chegar a um acordo, passa a decidir a controvérsia relativa a direitos patrimoniais disponíveis com base no direito ou na equidade (art. 1º, art. 2º e art. 21, §4º, Lei nº 9.307/96). Afirmativa incorreta. Alternativa B) É certo que a existência de convenção de arbitragem deve ser alegada pelo réu, em sua contestação, em sede preliminar (art. 337, X, CPC/15). Sendo esta alegada, o juiz não deve proceder à apreciação do mérito da demanda, mas deve, outrossim, extinguir o processo sem resolução de mérito (art. 485, VII, CPC/15). Afirmativa incorreta. Alternativa C) A afirmativa está de acordo com o que dispõe o art. 237, IV, do CPC/15, senão vejamos: "Será expedida carta: (...) IV - Arbitral, para que órgão do Poder Judiciário pratique ou determine o cumprimento, na área de sua competência territorial, de ato objeto de pedido de cooperação judiciária formulado por juízo arbitral, inclusive os que importem efetivação de tutela provisória". Afirmativa correta. Alternativa D) A sentença arbitral constitui um título executivo judicial e não extrajudicial (art. 515, VII, CPC/15). Afirmativa incorreta. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 116 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 115 - FGV - 2017 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXIII - Primeira Fase Pedro promove ação de cobrança em face de José, pelo descumprimento de contrato de prestação de serviços celebrado entre as partes. O processo instaurado teve seu curso normal, e o pedido foi julgado procedente, com a condenação do réu a pagar o valor pleiteado. Não houve recurso e, na fase de cumprimento de sentença, o executado é intimado a efetuar o pagamento e pretende ofertar resistência. Sobre a postura adequada para o executado tutelar seus interesses, assinale a afirmativa correta. A) Deve oferecer embargos à execução e, para tanto, deverá garantir o juízo com penhora, depósito ou caução. B) Deve oferecer impugnação à execução, devendo garantir o juízo com penhora, depósito ou caução. C) Deve oferecer embargos à execução, sem a necessidade de prévia garantia do juízo para ser admitido. D) Deve oferecer impugnação à execução, sem a necessidade de prévia garantia do juízo com penhora. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra D. De início, é preciso lembrar que na fase de cumprimento de sentença, o meio adequado para o devedor (executado) se opor aos requerimentos do credor (exequente) é a impugnação à execução e não os embargos à execução. Isso porque os embargos constituem instrumento típico a ser utilizado na execução de título extrajudicial - e a sentença corresponde, por excelência, a um título executivo judicial. Ademais, é preciso lembrar que, como regra, a lei processual não exige que o devedor (executado) preste caução no ato de oferecimento da referida impugnação, exigindo-a, tão somente, quando nela houver requerimento para que os atos executivos sejam suspensos. É o que dispõe a lei processual, senão vejamos: Art. 525. Transcorrido o prazo previsto no art. 523 (quinze dias) sem o pagamento voluntário, inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para que o executado, independentemente de penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios autos, sua impugnação. (...) § 6o A apresentação de impugnação não impede a prática dos atos executivos, inclusive os de expropriação, podendo o juiz, a requerimento do executado e desde que garantido o juízo com penhora, caução ou depósito suficientes, atribuir-lhe efeito suspensivo, se seus fundamentos forem relevantes e se o prosseguimento da execução for manifestamente suscetível de causar ao executado grave dano de difícil ou incerta reparação. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 117 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 116 - FGV - 2017 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXII - Primeira Fase Jair promove ação em face de Carlos para cobrar uma dívida proveniente de contrato (não escrito) de prestação de serviços celebrado pelas partes. Com o trânsito em julgado da sentença que condenou Carlos a pagar o valor devido, Jair requer o cumprimento de sentença. O executado foi intimado regularmente na pessoa do seu advogado. No prazo da impugnação, deposita o correspondente a 30% do valor devido e requer o parcelamento do remanescente em até 6 (seis) prestações. O juiz defere o pedido do executado, fundamentando sua decisão no princípio da menor onerosidade, mas o exequente se insurge por intermédio de agravo de instrumento, alegando que o parcelamento legal não se aplica ao cumprimento de sentença. Diante da situação hipotética, a decisão do juiz está A) correta, pois o parcelamento legal pode ser aplicado no caso de cumprimento de sentença. B) equivocada, tendo em vista que só poderia deferir se fosse feito depósito de 50%. C) equivocada, pois há vedação expressa para a concessão do parcelamento legal no caso de cumprimento de sentença. D) correta, pois sempre se deve encontrar a forma mais efetiva para a execução. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra C. A questão exige do candidato o conhecimento de uma regra que possibilita o parcelamento do débito em caso de execução de título extrajudicial, caso o executado reconheça, de imediato, a dívida em execução. Explica a doutrina: "Trata-se de técnica processual que visa a estimular o executado a reconhecer o direito consubstanciado no títuloexecutivo, evitando-se eventuais discussões a respeito em exceção de pré- executividade (rectius, objeção de executividade), embargos à execução ou em ação autônoma impugnativa do título. O deferimento de parcelamento da execução ocasiona a preclusão lógica da faculdade de controverter o direito estampado no título executivo, de modo que é vedado ao executado que requereu o parcelamento atacar posteriormente a execução com base em ausência de certeza, liquidez ou exigibilidade do direito reclamado em juízo seja por exceção de pré-executividade (objeção de executividade), embargos ou ação autônoma impugnativa do título...". A respeito, dispõe o art. 916, caput, do CPC/15, que "no prazo para embargos, reconhecendo o crédito do exequente e comprovando o depósito de trinta por cento do valor em execução, acrescido de custas e de honorários de advogado, o executado poderá requerer que lhe seja permitido pagar o restante em até 6 (seis) parcelas mensais, acrescidas de correção monetária e de juros de um por cento ao mês". O §7º, do mesmo dispositivo legal, informa, porém, que "o disposto neste artigo não se aplica ao cumprimento da sentença". Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 118 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 117 - FGV - 2017 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXII - Primeira Fase Gláucia ajuizou, em abril de 2016, ação de alimentos em face de Miguel com fundamento na paternidade. O réu, na contestação, alegou não ser pai de Gláucia. Após a produção de provas e o efetivo contraditório, o magistrado decidiu favoravelmente ao réu. Inconformada com a sentença de improcedência que teve por base o exame de DNA negativo, Gláucia resolve agora propor ação de investigação de paternidade em face de Miguel. Sobre a hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta. A) O magistrado deve rejeitar a nova demanda com base na perempção. B) A demanda de paternidade deve ser admitida, já que apenas a questão relativa aos alimentos é que transitou em julgado no processo anterior. C) A questão prejudicial, relativa à paternidade, não é alcançada pela coisa julgada, pois a cognição judicial foi restrita a provas documentais e testemunhais. D) A questão prejudicial, relativa à paternidade, é atingida pela coisa julgada, e o novo processo deve ser extinto sem resolução do mérito. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra D. A questão exige do candidato o conhecimento do que é considerado questão prejudicial e se ela é ou não incluída no que se denomina de coisa julgada. Acerca do tema, explica a doutrina: "Questão prejudicial é aquela que condiciona o conteúdo do julgamento de outra questão, que nessa perspectiva passa a ser encarada como questão subordinada. Assim, não basta para caracterização da prejudicialidade a simples antecedência de uma questão em relação a outra. Na ação de alimentos, por exemplo, a relação de parentesco (natural ou socioafetivo) entre autor e réu é questão prejudicial à consideração do direito aos alimentos...", Sobre a coisa julgada, estabelece o art. 502, do CPC/15: "Denomina-se coisa julgada material a autoridade que torna imutável e indiscutível a decisão de mérito não mais sujeita a recurso", e dispõe, em seguida, o art. 503, do mesmo diploma legal, que "a decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de lei nos limites da questão principal expressamente decidida", aplicando-se esta regra "à resolução de questão prejudicial, decidida expressa e incidentalmente no processo, se: I - Dessa resolução depender o julgamento do mérito; II - A seu respeito tiver havido contraditório prévio e efetivo, não se aplicando no caso de revelia; III - o juízo tiver competência em razão da matéria e da pessoa para resolvê-la como questão principal" (§1º). Diante disso, verificamos que, na ação de alimentos, a questão relativa à paternidade é prejudicial em relação ao pedido de prestar alimentos, razão pela qual é revestida pela coisa julgada e não pode ser discutida, posteriormente, em uma nova ação. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 119 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 118 - FGV - 2017 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXII - Primeira Fase Antônia contratou os arquitetos Nivaldo e Amanda para realizar o projeto de reforma de seu apartamento. No contrato celebrado entre os três, foi fixado o prazo de trinta dias para a prestação do serviço de arquitetura, o que não foi cumprido, embora tenha sido feito o pagamento dos valores devidos pela contratante. Com o objetivo de rescindir o contrato celebrado e ser ressarcida do montante pago, Antônia procura um advogado, mas lhe informa que não gostaria de processar Amanda, por serem amigas de infância. Sobre a hipótese apresentada, assinale a opção que indica o procedimento correto a ser adotado. A) Será possível o ajuizamento da ação unicamente em face de Nivaldo, na medida em que a hipótese tratada é de litisconsórcio simples. A sentença proferida contra Nivaldo será ineficaz em relação a Amanda. B) Não será possível o ajuizamento da ação unicamente em face de Nivaldo, uma vez que a hipótese tratada é de litisconsórcio necessário. Caso a ação não seja ajuizada em face de Amanda, o juiz deverá determinar que seja requerida sua citação, sob pena de extinção do processo. C) Será possível o ajuizamento da ação unicamente em face de Nivaldo, na medida em que a hipótese tratada é de litisconsórcio facultativo. A sentença proferida contra Nivaldo será eficaz em relação a Amanda, pois entre eles há comunhão de direitos ou de obrigações. D) Não será possível o ajuizamento da ação unicamente em face de Nivaldo, uma vez que a hipótese tratada é de litisconsórcio simples. A sentença proferida contra Nivaldo será ineficaz. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra B. Existe litisconsórcio quando um dos polos (ou ambos os polos) do processo é ocupado duas ou mais pessoas. Existe litisconsórcio, portanto, quando um autor ajuíza a ação em face de duas ou mais pessoas, quando duas ou mais pessoas ajuízam a ação em face de um único réu, ou quando dois ou mais autores ajuízam a ação em face de um ou mais réus. Trata-se, em termos técnicos, de cumulação subjetiva (cumulação de sujeitos) no polo ativo ou passivo do processo ou, ainda, em ambos os polos. O litisconsórcio é classificado quanto à cumulação de sujeitos do processo, quanto ao tempo de sua formação, quanto à sua obrigatoriedade e quanto ao tratamento recebido pelos litisconsortes. São essas duas últimas classificações que importam para a resolução da questão. Quando à obrigatoriedade, o litisconsórcio é classificado como facultativo quando a reunião de pessoas no polo ativo ou no passivo é opcional, e é classificado como necessário quando essa reunião é obrigatória, seja por exigência da lei ou da própria relação jurídica que deu azo à demanda. Quanto ao tratamento conferido aos litisconsortes, o litisconsórcio é classificado como simples, quando o mérito da causa puder ser decidido de forma diferente em relação a cada um dos litisconsortes, e é classificado como unitário quando o mérito tiver que ser decidido igualmente em relação a todos eles. Trazendo essas informações para o caso concreto, percebemos que a obrigação de fazer inadimplida (prestação de serviço de arquitetura) era solidária entre Nivaldo e Amanda. Ambos foram contratados para prestar o serviço, não havendo informação no enunciado acerca da divisão do serviço entre eles. Em razão da natureza dessa relação jurídica, não seria possível a Antônia ajuizar a ação em face de um, mas não em face do outro. Tratando-se de litisconsórcio necessário e unitário, ambos os obrigados (Nivaldo e Amanda) deveriam figurar no polopassivo da ação. Não o fazendo de início, ou seja, ajuizando a autora a ação em face apenas de um dos obrigados, o juiz deverá intimá-la para aditar a petição inicial, de forma a incluir o excluído no polo passivo e requerer a sua citação, sob pena de extinção do processo sem julgamento do mérito (art. 115, parágrafo único, CPC/15). Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 120 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 119 - FGV - 2017 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXII - Primeira Fase A instauração do incidente de desconsideração da personalidade jurídica foi requerida em um processo de execução por título extrajudicial. O advogado do executado manifestou-se contrariamente ao pedido, sob a alegação de cerceamento de defesa de seu cliente, somente cabendo a desconsideração se requerida em ação de conhecimento ajuizada especificamente contra o sócio da sociedade empresária devedora. Sobre a argumentação acima, assinale a afirmativa correta. A) Procede, porque o pressuposto para a aplicação da desconsideração da personalidade jurídica é sempre a conduta ilícita do sócio perpetrada por meio da personalidade da pessoa jurídica; portanto, é imprescindível a demonstração cabal da culpa em ação de conhecimento. B) Procede, porque o requerimento de instauração do incidente de desconsideração deve demonstrar o preenchimento dos pressupostos legais específicos, dentre eles o desvio de finalidade da pessoa jurídica, que só pode ser feito em ação de conhecimento, onde estarão preservados o contraditório e a ampla defesa. C) Não procede, porque, ao contrário do afirmado pelo advogado, o incidente de desconsideração só é cabível no cumprimento de sentença e na execução de título executivo extrajudicial, pois, no processo de conhecimento, a desconsideração só pode ser decretada na sentença de mérito. D) Não procede, porque o incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo de conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo extrajudicial. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra D. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica está regulamentado nos arts. 133 a 137, do CPC/15. Em linhas gerais, trata-se de medida excepcional, admitida pela lei mediante o preenchimento de determinados requisitos, que tem a finalidade de atingir o patrimônio pessoal dos sócios administradores quando a sociedade estiver se utilizando de sua personalidade jurídica para cometer fraude ou abuso de direito. Localizada a questão, passamos à análise das alternativas: Alternativa A) No Direito Civil, os requisitos legais para a desconstituição da personalidade jurídica de uma sociedade constam no art. 50, do CC/02, nos seguintes termos: "Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica". Conforme se nota, para que a personalidade jurídica da sociedade seja desconsiderada, não é necessário que o ato abusivo praticado pelo sócio administrador ou pelo administrador da sociedade seja ilícito. O que a lei exige é que este ato seja abusivo e não ilícito. Afirmativa incorreta. Alternativa B) É certo que para haver a desconsideração da personalidade jurídica, o interessado deve demonstrar o preenchimento dos pressupostos legais específicos, porém, não é correto afirmar que, no caso de alegação de desvio de finalidade, esta somente poderá ser feita em ação de conhecimento, pois o contraditório e a ampla defesa serão observados no próprio rito do incidente. A respeito, dispõe o art. 134, do CPC/15, que "o incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo de conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo extrajudicial". Conforme se nota, também no procedimento próprio da execução de título extrajudicial é admissível a instauração do incidente e a consequente desconsideração da personalidade jurídica. Afirmativa incorreta. Alternativa C) Ao contrário do que se afirmar, dispõe o art. 134, do CPC/15, que "o incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo de conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo extrajudicial". Conforme se nota, também no procedimento próprio da execução de título extrajudicial é admissível a instauração do incidente e a consequente desconsideração da personalidade jurídica, e não apenas no processo de conhecimento. Afirmativa incorreta. Alternativa D) Vide comentário sobre a alternativa C. Afirmativa correta. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 121 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 120 - FGV - 2016 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXI - Primeira Fase Em execução por título extrajudicial, movida pela distribuidora de bebidas Geladão em face do Supermercado Preço Certo, o executado, citado, não realizou o pagamento da dívida. O exequente requereu, então, a indisponibilidade da quantia em dinheiro existente em aplicação financeira titularizada pelo executado, o que foi deferido pelo juízo sem a oitiva do réu. Bloqueado valor superior à dívida, o juiz deu vista do processo ao exequente, que requereu a conversão da indisponibilidade em penhora. Sobre o procedimento adotado, assinale a afirmativa correta. A) A conversão da indisponibilidade em penhora deve ser deferida independentemente de ciência prévia do ato executado, visto que não houve o pagamento espontâneo da dívida. B) A indisponibilidade é nula, pois promovida sem a prévia oitiva do réu, o que viola o contraditório e a ampla defesa. C) O juiz, considerando o excesso do bloqueio, não deveria ter dado vista do processo ao exequente, mas promovido o cancelamento da indisponibilidade excessiva no prazo máximo de vinte e quatro horas. D) O juiz, independentemente do excesso da indisponibilidade, deveria ter dado vista do processo ao executado, a fim de que este comprovasse a impenhorabilidade da quantia bloqueada. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra C. É certo que o juiz poderá determinar, antes de ouvir a parte contrária, que a instituição financeira torne indisponível o valor existente em aplicações do devedor. A lei processual admite que este bloqueio seja feito antes da citação do devedor para apresentar resposta para evitar que os valores por ele depositados sejam desviados ou sacados a fim de fraudar a execução. Essa medida, porém, embora seja protetiva para o credor, também deve resguardar os direitos do devedor, não admitindo a lei processual que seja mantido o bloqueio de valores superiores ao da execução. Caso isso ocorra, ela estabelece que o juiz deve, de ofício, determinar o desbloqueio de todo o excesso. É o que se verifica no art. 854, caput e §1º, do CPC/15: Art. 854. Para possibilitar a penhora de dinheiro em depósito ou em aplicação financeira, o juiz, a requerimento do exequente, sem dar ciência prévia do ato ao executado, determinará às instituições financeiras, por meio de sistema eletrônico gerido pela autoridade supervisora do sistema financeiro nacional, que torne indisponíveis ativos financeiros existentes em nome do executado, limitando- se a indisponibilidade ao valor indicado na execução. §1º. No prazo de 24 (vinte e quatro) horas a contar da resposta, de ofício, o juiz determinará o cancelamento de eventual indisponibilidade excessiva, o que deverá ser cumprido pela instituição financeira em igual prazo. Este é um conteúdo exclusivodo @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 122 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 121 - FGV - 2016 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXI - Primeira Fase Lucas foi citado para apresentar defesa em ação de indenização por danos materiais, em razão de acidente de veículo. Contudo, o proprietário e condutor do veículo que causou o acidente era Cláudio, seu primo, com quem Lucas havia pego uma carona. Lucas, em contestação, deverá A) requerer a alteração do sujeito passivo, indicando Cláudio como réu. B) requerer que Cláudio seja admitido na condição de assistente litisconsorcial. C) denunciar Cláudio à lide. D) requerer o chamamento de Cláudio ao processo. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra A. A lei processual determina que aquele que alegar a sua ilegitimidade para figurar como réu na ação, deverá, sempre que possível, indicar, desde logo, quem deveria, em seu lugar, ocupar o polo passivo. É o que dispõe o art. 339, caput, do CPC/15, senão vejamos: "Quando alegar sua ilegitimidade, incumbe ao réu indicar o sujeito passivo da relação jurídica discutida sempre que tiver conhecimento, sob pena de arcar com as despesas processuais e de indenizar o autor pelos prejuízos decorrentes da falta de indicação". Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 123 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 122 - FGV - 2016 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XX - Primeira Fase (Reaplicação Salvador/BA) Alessandra é fiadora no contrato de locação do apartamento de Mariana. Diante do inadimplemento de vários meses de aluguel, Marcos (locador) decide ajuizar ação de cobrança em face da fiadora. Alessandra, em sua defesa, alegou que Mariana também deveria ser chamada ao processo. Com base no CPC/15, assinale a afirmativa correta. A) O fiador se compromete com a dívida do afiançado, de modo que não pode exigir a sua participação na ação de cobrança promovida. B) Sendo certo que Alessandra não participou da relação jurídica existente entre Mariana e Marcos, permite- se o chamamento ao processo do locatário a qualquer tempo. C) Incorreta a atitude de Alessandra, pois o instituto apto a informar ao juízo o real devedor da relação é a nomeação à autoria. D) Alessandra deve viabilizar a citação de Mariana no prazo de 30 dias, sob pena de o chamamento ao processo ficar sem efeito. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra D. O chamamento ao processo, uma das modalidades de intervenção de terceiro previstas no CPC/15, está disciplinado em seus arts. 130 a 132. Ele é admitido em três hipóteses: (I) chamamento do afiançado, na ação em que o fiador for réu (hipóteses em que se enquadra a questão); (II) chamamento dos demais fiadores, na ação proposta contra apenas um ou alguns deles; e (III) chamamento dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de apenas um ou alguns o pagamento da dívida comum. Determina a lei processual, em seu art. 131, que o chamamento ao processo deve ser realizado pelo réu em sua contestação, devendo a citação da pessoa indicada ocorrer no prazo de 30 (trinta) dias, sob pena do chamamento ficar sem efeito. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 124 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 123 - FGV - 2016 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XX - Primeira Fase (Reaplicação Salvador/BA) Em uma ação que tramita em determinada vara cível, a parte ré alegou falsidade de diversos documentos apresentados pelo autor, que, por sua vez, afirmava serem autênticos. Não sendo possível verificar a autenticidade dos documentos pela simples análise superficial, o magistrado determinou que se procedesse à perícia dos documentos por profissional qualificado. Com base no CPC/15, assinale a afirmativa correta. A) O custo pelos serviços prestados pelo perito deverá ser rateado por ambas as partes. B) O custo da perícia será adiantado pelo réu, uma vez afirmada por ele a falsidade do documento. C) O custo do serviço é da Fazenda Pública, porque a perícia foi determinada de ofício pelo magistrado e não por qualquer das partes. D) O pagamento do perito será custeado pelo fundo de custeio da Defensoria Pública, caso uma das partes seja assistida pela Defensoria Pública e beneficiária da Justiça Gratuita. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra A. A determinação de a quem incumbe o pagamento dos honorários periciais vai depender de quem requereu a perícia, pois, como regra geral, os honorários devem ser pagos pelo requerente. Quando, porém, a realização da perícia for determinada de ofício, a lei processual estabelece que os honorários do perito devem ser rateados entre as partes: "Art. 95, caput, CPC/15. Cada parte adiantará a remuneração do assistente técnico que houver indicado, sendo a do perito adiantada pela parte que houver requerido a perícia ou rateada quando a perícia for determinada de ofício ou requerida por ambas as partes". Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 125 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 124 - FGV - 2016 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XX - Primeira Fase (Reaplicação Salvador/BA) Gerusa ajuizou ação de cobrança em face de Vicente, que, ao final da instrução probatória, culminou em sentença de procedência de seu pedido condenatório, tendo o magistrado fixado honorários advocatícios de sucumbência em quantia irrisória. O êxito obtido decorreu do trabalho desenvolvido pelo Dr. Alonso, advogado particular constituído por Gerusa em razão de renúncia ao mandato apresentada por seu antigo advogado, logo após a distribuição da ação. Assim que assumiu o patrocínio da causa, o Dr. Alonso identificou que Gerusa não possuía recursos suficientes para custear o processo, razão pela qual requereu e obteve o direito de gratuidade da justiça para sua cliente. A partir dos elementos do enunciado, com base no CPC/15, assinale a afirmativa correta. A) O pedido de gratuidade da justiça deveria ter sido formulado por meio de incidente processual em apenso. B) É cabível apelação versando exclusivamente sobre a majoração do valor dos honorários fixados pela sentença, mediante pagamento do preparo pelo Dr. Alonso. C) A gratuidade da justiça não poderia ter sido deferida pelo juiz, pois Gerusa está assistida pelo advogado particular Dr. Alonso. D) É cabível apelação versando exclusivamente sobre a majoração dos honorários fixados pela sentença, sendo dispensável o pagamento do preparo em razão da concessão do direito de gratuidade da justiça a Gerusa. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra B. A questão exige do candidato o conhecimento da regra contida no art. 99, §4º e §5º, do CPC/15, que assim dispõem: "Art. 99, §4º. A assistência do requerente por advogado particular não impede a concessão de gratuidade da justiça. §5º. Na hipótese do §4º, o recurso que verse exclusivamente sobre valor de honorários de sucumbência fixados em favor do advogado de beneficiário estará sujeito a preparo, salvo se o próprio advogado demonstrar que tem direito à gratuidade". Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 126 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 125 - FGV - 2016 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XX - Primeira Fase (Reaplicação Salvador/BA) Magno ajuizou ação de execução em face de Maria, alegando ser credor da quantia de R$ 28.000,00. Aobrigação está vencida há 50 dias, não foi paga e está representada por contrato particular de mútuo, regularmente originado em país estrangeiro, assinado pelos contratantes e por duas testemunhas, estando indicada, para cumprimento da obrigação, a cidade de Salinas/MG. Após despacho positivo proferido pelo Juiz da Vara Cível de Salinas/MG, Maria foi citada, bem como houve penhora eletrônica de quantia existente em caderneta de poupança de titularidade da devedora, sendo a quantia suficiente para suportar 80% da dívida executada. A quantia penhorada foi depositada na caderneta de poupança 10 dias antes do ajuizamento da execução, sendo que Maria possui dois veículos que poderiam ter sido penhorados. A partir dos elementos do enunciado, considerando as regras do CPC/15, assinale a afirmativa correta. A) Antes do ajuizamento da ação de execução, exige-se que Magno proceda à homologação do título executivo originado em país estrangeiro. B) Maria poderá alegar a inexistência de título executivo extrajudicial apto a instruir a ação de execução. C) A penhora recaiu sobre quantia impenhorável. D) O juiz deve manter a penhora sobre a quantia depositada e seus rendimentos. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra C. De início, é necessário fazer algumas operações matemáticas. O equivalente a 80% do valor da obrigação cobrada em juízo, de R$ 28.000,00, corresponde a R$ 22.400,00 (vinte e dois mil e quatrocentos reais), valor este que, por sua vez, corresponde a, aproximadamente, 25 (vinte e cinco) salários mínimos. Estas operações são necessárias porque a lei processual determina que a quantia depositada em caderneta de poupança é impenhorável até o limite de 40 (quarenta) salários mínimos (art. 833, X, CPC/15). Por isso, tendo a penhora eletrônica realizada pelo juízo recaído sobre bem considerado impenhorável, deve ela ser desfeita. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 127 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 126 - FGV - 2016 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XX - Primeira Fase (Reaplicação Salvador/BA) No decorrer da tramitação de uma ação, em que se discutiam as declarações de última vontade contidas em um testamento, foi alegada, pela parte interessada, a ausência de intervenção obrigatória do Ministério Público, requerendo, como consequência, a anulação de todo o procedimento. Com base no CPC/15, assinale a afirmativa correta. A) A alegação está correta, uma vez que compete ao Ministério Público intervir nas causas concernentes a disposições de última vontade, sob pena de nulidade. B) O advogado da parte contrária pode arguir a inexistência de obrigatoriedade de intervenção, uma vez que, nesse caso, cabe ao parquet avaliar a presença do interesse público ou social, decidindo ou não pela intervenção. C) Não há nulidade na situação narrada, pois a obrigatoriedade de intervenção do Ministério Público se limita às ações em que haja interesse de incapaz ou participação da Fazenda Pública. D) A alegação de nulidade está correta, de modo que o juiz deverá invalidar todo o processo, desde a distribuição. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra B. É certo que ausência de intimação do Ministério Público para intervir no processo, quando a lei determina que a sua intimação é obrigatória, pode gerar a nulidade dos atos processuais posteriores à referida ausência. Porém, a anulação destes atos não é automática, somente devendo ser declarada caso o Ministério Público entenda ter havido prejuízo. É o que dispõe o art. 279, do CPC/15: Art. 279. É nulo o processo quando o membro do Ministério Público não for intimado a acompanhar o feito em que deva intervir. §1º. Se o processo tiver tramitado sem o conhecimento do membro do Ministério Público, o juiz invalidará os atos praticados a partir do momento em que ele deveria ter sido intimado. §2º. A nulidade só pode ser decretada após a intimação do Ministério Público, que se manifestará sobre a existência ou a inexistência de prejuízo. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 128 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 127 - FGV - 2016 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XX - Primeira Fase Durante uma ação de guarda a tramitar em uma vara de família, a ré, mãe da criança, descobriu que o advogado do pai (autor) é filho adotivo do irmão do promotor de justiça que atua no caso. Extremamente preocupada, informou o fato ao seu advogado. Com base no CPC/15, como advogado da mãe, assinale a afirmativa correta. A) Por causa do impedimento para que o promotor de justiça exerça suas funções, o fato deverá ser informado ao juiz da causa em petição específica. B) O advogado da mãe deverá arguir, por meio de exceção, o impedimento do promotor de justiça. C) As causas de impedimento direcionadas ao magistrado, como é o caso, não se estendem aos membros do Ministério Público. D) Não se trata de causa de impedimento porque o advogado do pai é parente colateral de terceiro grau do promotor de justiça. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra A. Na hipótese trazida pela questão, o advogado de uma das partes é sobrinho do promotor de justiça que atua no caso. Ou seja, o advogado de uma das partes é parente em linha colateral, em terceiro grau, do membro do Ministério Público. Essa constitui uma causa de impedimento, a qual está prevista no art. 144, III, c/c art. 148, I, do CPC/15: "Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no processo: [...] III - quando nele estiver postulando... como advogado... qualquer parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive. // Art. 148. Aplicam-se os motivos de impedimento e de suspeição: I - Ao membro do Ministério Público". É preciso lembrar que o Direito brasileiro não distingue os filhos consanguíneos dos filhos adotivos para quaisquer efeitos da filiação. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 129 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 128 - FGV - 2016 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XX - Primeira Fase Em país estrangeiro em que possui domicílio e onde estão localizados seus bens imóveis, a sociedade empresária Alfa firmou contrato particular de fornecimento de minério com a também estrangeira sociedade empresária Beta, estipulando que a obrigação contratual deveria ser adimplida no Brasil. A sociedade empresária Alfa, diante do inadimplemento contratual da sociedade empresária Beta, ajuizou, perante a 1ª Vara Cível de Montes Claros/MG, ação com o propósito de ser indenizada pelos danos materiais sofridos, prestando como caução consistente dois veículos de sua propriedade. Após a citação e a realização de audiência de conciliação, a sociedade empresária Beta contestou, apresentando pedido de reconvenção, alegando possuir direito de ser indenizada materialmente, em razão da relação jurídica contratual regularmente constituída entre as litigantes, sob a luz das legislações estrangeira e nacional. Com base no caso apresentado, segundo as regras do CPC/15, assinale a afirmativa correta. A) A caução prestada pela sociedade empresária Alfa não poderá ser objeto de pedido de reforço durante o trâmite processual. B) A sociedade empresária Alfa deverá prestar caução suficiente ao pagamento das custas e dos honorários de advogado da parte contrária. C) A sociedade empresária Beta, para admissão de seu pedido reconvencional, deverá prestar caução suficiente ao pagamento das custas e dos honorários de advogado da sociedade empresária Alfa. D) O contrato originado em paísestrangeiro, antes do ajuizamento da ação indenizatória, deverá ser objeto de homologação perante o Superior Tribunal de Justiça. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra B. Dispõe o art. 21, II, do CPC/15, que "compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação". A questão exige do candidato, ainda, o conhecimento do art. 83, caput, §1º, III, e §2º, do CPC/15, que assim dispõe: "Art. 83. O autor, brasileiro ou estrangeiro, que residir fora do Brasil ou deixar de residir no país ao longo da tramitação do processo prestará caução suficiente ao pagamento das custas e dos honorários de advogado da parte contrária nas ações que propuser, se não tiver no Brasil bens imóveis que lhes assegurem o pagamento. §1º. Não se exigirá a caução de que trata o caput: [...] III - na reconvenção. §2º. Verificando-se no trâmite do processo que se desfalcou a garantia, poderá o interessado exigir o reforço da caução, justificando seu pedido com a indicação da depreciação do bem dado em garantia e a importância do reforço que pretende obter". Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 130 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 129 - FGV - 2016 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XX - Primeira Fase A médica Carolina é devedora de R$ 100.000,00 (cem mil reais), débito esse originado de contrato particular de mútuo, vencido e não pago, no qual figura como credora a advogada Zélia. Diante do inadimplemento, Zélia ajuizou ação de cobrança que, após instrução probatória, culminou em sentença com resolução de mérito procedente. O juiz não se pronunciou quanto ao pagamento de honorários advocatícios de sucumbência à advogada porque esta atuou em causa própria. A omissa sentença proferida transitou em julgado recentemente. Sobre o caso apresentado, segundo o CPC/15, assinale a afirmativa correta. A) O juiz agiu com acerto ao deixar de condenar Carolina ao pagamento de honorários. B) Os honorários advocatícios de sucumbência constituem direito do advogado sem natureza alimentar. C) A advogada Zélia não poderá requerer que o pagamento dos honorários seja efetuado em favor da sociedade de advogados no qual figura como sócia. D) O recente trânsito em julgado da omissa sentença não obsta o ajuizamento de ação autônoma para definição e cobrança dos honorários de sucumbência. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra D. A questão exige do candidato o conhecimento do art. 85, §17 e §18, do CPC/15: "Art. 85, §17. Os honorários serão devidos quando o advogado atuar em causa própria. §18 - Caso a decisão transitada em julgado seja omissa, quanto ao direito aos honorários ou ao seu valor, é cabível ação autônoma para sua definição e cobrança". Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 131 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 130 - FGV - 2016 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XIX - Primeira Fase Juliana ajuizou ação declaratória de inexistência de débito cumulada com indenização por danos morais, com pedido de antecipação dos efeitos da tutela para retirada de seu nome dos órgãos de proteção ao crédito, em face de BG Financeira S/A, com quem mantém contrato de empréstimo bancário. A autora instruiu a inicial com os comprovantes de pagamento das prestações que atestam a pontualidade no cumprimento das parcelas do empréstimo. Considerando a hipótese narrada e as regras sobre a antecipação de tutela prevista no Código de Processo Civil, assinale a afirmativa correta. A) O juiz somente poderá conceder a antecipação dos efeitos da tutela após a BG Financeira S/A apresentar sua contestação. B) Tendo sido demonstrados o fumus boni iuris e o periculum in mora, deverá o juiz deferir a antecipação dos efeitos da tutela, in limine, para a retirada do nome de Juliana dos órgãos de restrição ao crédito. C) A concessão dos efeitos da tutela antecipada, uma vez deferida, somente perderá sua eficácia com o trânsito em julgado da sentença. D) O CPC veda expressamente a concessão dos efeitos da tutela antecipada no bojo da sentença que extingue o processo com resolução de mérito. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra B. Alternativa A) Ao contrário do que se afirma, o juiz poderá antecipar a tutela antes mesmo de o réu ser citado para apresentar contestação. Afirmativa incorreta. Alternativa B) Essa possibilidade está fundamentada no art. 273, I, do CPC/73, que autoriza o juiz a antecipar os efeitos da tutela quando houver fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação. Afirmativa correta. Alternativa C) Ao contrário do que se afirma, a decisão que antecipar os efeitos da tutela poderá ser revogada ou modificada a qualquer tempo (art. 273, §4º, CPC/73). Afirmativa incorreta. Alternativa D) Ao contrário do que se afirma, o CPC/73 não traz essa vedação, podendo o pedido de antecipação dos efeitos da tutela ser apreciado tão logo seja ajuizada a ação, após a manifestação do réu ou, até mesmo, na sentença. Afirmativa incorreta. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 132 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 131 - FGV - 2023 - OAB - Exame da Ordem Unificado XXXVIII - Primeira Fase Joaquim celebrou com a concessionária Fast Car Ltda. contrato de compra e venda de veículo, com força de título executivo, em que restou prevista a entrega do automóvel, com indicação de seu valor (R$ 50.000,00), trinta dias após a avença. Não cumprido o contrato, Joaquim ajuizou execução para a entrega de coisa certa em face da referida loja. Citada, a ré não satisfez a obrigação, tendo a ordem de busca e apreensão restado infrutífera, uma vez que o bem não foi encontrado. Na qualidade de advogado(a) de Joaquim indique a providência a ser adotada para que Joaquim seja ressarcido dos danos sofridos. A) Propor ação de conhecimento para que a ré seja condenada ao pagamento da indenização pelos danos sofridos, na medida em que a ação proposta foi unicamente de execução para entrega de coisa certa. B) Pleitear, no mesmo processo, o recebimento tanto do valor da coisa como de perdas e danos, apurando- se em liquidação os prejuízos. C) Pleitear, no mesmo processo, o recebimento apenas do valor da coisa, sujeitando-se ao arbitramento judicial. D) Ajuizar outra execução, agora por quantia certa, uma vez que possui título executivo extrajudicial. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra B. A alternativa A está incorreta. Pois não é necessário que Joaquim proponha nova ação de conhecimento para ser ressarcido dos danos sofridos, haja vista a possibilidade de ressarcimento na própria execução, conforme dispõe o art. 809, caput, do Código de Processo Civil – CPC: “O exequente tem direito a receber, além de perdas e danos, o valor da coisa, quando essa se deteriorar, não lhe for entregue, não for encontrada ou não for reclamada do poder de terceiro adquirente.” A alternativa B está correta. Pois o art. 809, caput, do CPC dispõe que: “O exequente tem direito a receber, além de perdas e danos, o valor da coisa, quando essa se deteriorar, não lhe for entregue, não for encontrada ou não for reclamada do poder de terceiro adquirente.” Além disso, o art. 809, §2º prevê que: “Serão apurados em liquidação o valor da coisa e os prejuízos.” A alternativa C está incorreta. Pois o arbitramento judicial ocorrerá apenas no caso em que não constar do título o valor da coisa e sendo impossível sua avaliação, com a apresentação de estimativa do exequente, conforme dispõe o art: 809, §1º, do CPC: “Não constando do títuloo valor da coisa e sendo impossível sua avaliação, o exequente apresentará estimativa, sujeitando-a ao arbitramento judicial.” O caso narrado não se encaixa na opção, pois no contrato de compra e venda, com força de título executivo, constou a indicação do valor do automóvel (R$ 50.000,00). A alternativa D está incorreta, conforme o fundamento exposto no comentário da alternativa B. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 133 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 132 - FGV - 2023 - OAB - Exame da Ordem Unificado XXXVIII - Primeira Fase Rafael ajuizou ação de despejo em face de Luiz, sob o fundamento de que Luiz não teria pago o aluguel do imóvel de sua propriedade nos últimos meses. Em primeira instância, foi proferida sentença que julgou improcedentes os pedidos formulados na petição inicial. Rafael, então, interpôs apelação, a qual foi desprovida pelo tribunal. Posteriormente, Rafael interpôs recurso extraordinário contra o acórdão, alegando violação a uma série de dispositivos constitucionais. Examinando o recurso extraordinário, a vice-presidência do tribunal negou-lhe seguimento, sob o fundamento de que o Supremo Tribunal Federal já havia reconhecido a inexistência de repercussão geral da questão constitucional discutida no referido recurso. Diante do caso narrado, assinale a opção que indica a medida judicial a ser adotada por Rafael. A) interposição de agravo em recurso extraordinário, para que o Supremo Tribunal Federal examine se o recurso extraordinário preenche ou não seus requisitos de admissibilidade. B) interposição de recurso extraordinário, para que o Supremo Tribunal Federal reexamine a existência de repercussão geral da questão constitucional discutida no recurso. C) interposição de agravo interno, no intuito de demonstrar a distinção entre a questão constitucional discutida no recurso extraordinário e a discutida no recurso no qual o Supremo Tribunal Federal não reconheceu a existência de repercussão geral. D) ajuizamento de reclamação constitucional, tendo em vista que apenas a presidência do tribunal de segunda instância tem competência para examinar o preenchimento dos requisitos de admissibilidade do recurso extraordinário. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra C. A alternativa A está incorreta, conforme o fundamento exposto no comentário da alternativa C. A alternativa B está incorreta, conforme o fundamento exposto no comentário da alternativa C. A alternativa C está correta, nos termos dos arts. 1.030, inciso I, alínea “a” c/c 1.030, §2º, do Código de Processo Civil – CPC: “Recebida a petição do recurso pela secretaria do tribunal, o recorrido será intimado para apresentar contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias, findo o qual os autos serão conclusos ao presidente ou ao vice- presidente do tribunal recorrido, que deverá: I – Negar seguimento: a) a recurso extraordinário que discuta questão constitucional à qual o Supremo Tribunal Federal não tenha reconhecido a existência de repercussão geral ou a recurso extraordinário interposto contra acórdão que esteja em conformidade com entendimento do Supremo Tribunal Federal exarado no regime de repercussão geral. (...) Da decisão proferida com fundamento nos incisos I e III caberá agravo interno, nos termos do art. 1.021.” A alternativa D está incorreta, pois o art. 1.030, caput, do CPC, autoriza tanto a presidência quanto a vice- presidência do Tribunal para examinar o preenchimento dos requisitos de admissibilidade do recurso extraordinário: “Recebida a petição do recurso pela secretaria do tribunal, o recorrido será intimado para presentear contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias, findo o qual os autos serão conclusos ao presidente ou ao vice- presidente do tribunal recorrido (...)” Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 134 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 133 - FGV - 2023 - OAB - Exame da Ordem Unificado XXXVIII - Primeira Fase Luíza ajuizou ação de cobrança contra Ricardo. Em sua petição inicial, informou que não possui interesse na realização de audiência de conciliação ou mediação. Ricardo, por sua vez, apresentou manifestação informando que possui interesse na realização da audiência de conciliação ou mediação. Diante do interesse formalizado pelo réu, o juiz competente da causa designou data e local para a realização da audiência. Considerando o caso narrado, Luiza A) não precisa comparecer à audiência de conciliação ou mediação, tendo em vista que já manifestou desinteresse em sua realização na petição inicial. B) não deve comparecer à audiência de conciliação ou mediação, sob pena de o seu comparecimento representar anuência tácita em compor, obrigando-a a firmar acordo com Ricardo. C) deve comparecer à audiência de conciliação ou mediação, sob pena de ter seu processo extinto sem resolução do mérito, por falta de interesse processual. D) deve comparecer à audiência de conciliação ou mediação, e, caso de forma injustificada não compareça, será sancionada com multa, tendo em vista que sua ausência será considerada ato atentatório à dignidade da justiça. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra D. A alternativa D está correta, nos termos do art. 334, §4º, do Código de Processo Civil - CPC: “A audiência não será realizada: I - Se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composição consensual.” Note-se que o dispositivo exige que ambas as partes manifestem o desinteresse na composição para a não realização do ato conciliatório, motivo pelo qual, se uma das partes mostrar interesse, a audiência deve ocorrer, sob pena de ato atentatório à dignidade da justiça, conforme dispõe o art. 334, §8º, do CPC: “O não comparecimento injustificado do autor ou do réu à audiência de conciliação é considerado ato atentatório à dignidade da justiça e será sancionado com multa de até dois por cento da vantagem econômica pretendida ou do valor da causa, revertida em favor da União ou do Estado.” As alternativas A, B e C estão incorretas, conforme o fundamento exposto no comentário da alternativa D. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 135 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 134 - FGV - 2023 - OAB - Exame da Ordem Unificado XXXVIII - Primeira Fase Arthur e Felipe trabalham juntos na Transportadora Esporte S/A, que realiza campeonatos mensais de futebol entre suas diversas equipes. No último torneio, houve um grande desentendimento, durante o qual Felipe dirigiu numerosas ofensas contra Arthur. Indignado, Arthur ajuizou ação indenizatória em face de Felipe, por meio da qual busca a compensação pelos danos morais decorrentes das ofensas proferidas na presença dos demais colegas de trabalho. Para comprovar a sua versão dos fatos, Arthur requereu o depoimento pessoal de Felipe, que foi deferido pelo juízo de primeiro grau, que o intimou pessoalmente, advertindo-o das consequências legais. Comparecendo à audiência de instrução e julgamento, o réu se recusou a depor, embora intimado pessoalmente e advertido das eventuais consequências legais. Nesse contexto, considerando as normas processuais em vigor, o advogado de Arthur deve requerer A) a aplicação de multa de até 2% (dois por cento) da vantagem econômica pretendida ou do valor da causa ao réu, uma vez que a recusa caracteriza prática de ato atentatório à dignidade da justiça. B) o regular prosseguimento do feito, sem a imposição de penalidade específica ao réu, que só poderia ser penalizado caso não tivesse comparecido à audiência de instrução e julgamento. C) a condenação do réu por litigância de má-fé,com o pagamento de multa de até 10% (dez por cento) do valor corrigido da causa. D) a aplicação da pena de confesso ao réu, diante de sua recusa a depor. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra D. A alternativa D está correta, nos termos do art. 385, §1º, do Código de Processo Civil – CPC: “Se a parte, pessoalmente intimada para prestar depoimento pessoal e advertida da pena de confesso, não comparecer ou, comparecendo, se recusar a depor, o juiz aplicar-lhe-á a pena.” Logo, as alternativas A, B e C estão incorretas, pois os requerimentos do advogado de Arthur estariam equivocados, conforme o fundamento exposto no comentário da alternativa D. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 136 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 135 - FGV - 2023 - OAB - Exame da Ordem Unificado XXXVIII - Primeira Fase Tatiana ingressou com ação de alimentos em face do seu ex-marido José, pleiteando pensão alimentícia no valor mensal de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), e gratuidade de justiça que lhe foi concedida. No processo restou comprovado que José estava desempregado e com grave enfermidade, não tendo a possibilidade de prestar alimentos. Dessa forma, o pedido de alimentos foi julgado improcedente, sendo Tatiana condenada em honorários de sucumbência equivalentes a 10% sobre o valor da causa. Contudo, por ser beneficiária da gratuidade de justiça, a exigibilidade dos honorários de sucumbência ficou suspensa. Dois anos após o trânsito em julgado da sentença, Tatiana ganhou sorteio lotérico e recebeu um prêmio milionário. Sabendo da atual situação de Tatiana, o advogado de José a procurou para cobrar os honorários de sucumbência fixados na ação de alimentos. Considerando o caso narrado, assinale a afirmativa correta. A) O advogado de José poderá cobrar os honorários de sucumbência se, no prazo de 5 anos após o trânsito em julgado da sentença, demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a concessão de gratuidade de justiça para Tatiana. B) Uma vez concedida a gratuidade de justiça, essa não poderá ser revista, razão pela qual o advogado de José não poderá cobrar os honorários de sucumbência. C) Após o trânsito em julgado da sentença não é possível cobrar honorários de sucumbência, ficando o advogado de José impedido de cobrar tal verba. D) O advogado de José poderá cobrar os honorários de sucumbência se, no prazo de 1 ano após o trânsito em julgado da sentença, demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a concessão de gratuidade de justiça para Tatiana. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra A. A alternativa A está correta, nos termos do art. 98, §3º, do Código de Processo Civil – CPC: “Vencido o beneficiário, as obrigações decorrentes de sua sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser executadas se, nos 5 (cinco) anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou, o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário.” Logo, não tendo ocorrido o decurso do prazo de 5 anos estipulado pelo CPC como condição suspensiva de exigibilidade e tendo deixado de existir a situação de insuficiência financeira de Tatiana (prêmio milionário de loteria), é cabível a cobrança dos honorários de sucumbência pelo advogado de José. As alternativas B, C e D estão incorretas, conforme o fundamento exposto no comentário da alternativa A. Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização sem autorização. Todos os direitos reservados. 137 Questões comentadas para OAB – Processo Civil QUESTÃO 136 - FGV - 2023 - OAB - Exame da Ordem Unificado XXXVIII - Primeira Fase Humberto, em conjunto com seus amigos Paulo e Maria, eram os únicos sócios da Sociedade Incorporadora Ltda. Com o falecimento de Humberto e considerando que nenhum de seus sucessores integrava o quadro societário da Sociedade Incorporadora Ltda., seu espólio ajuizou ação de dissolução parcial da referida sociedade, requerendo a citação apenas de Paulo e Maria. Devidamente citados, Paulo e Maria concordaram com o pedido formulado na ação, pelo que o juiz proferiu sentença decretando a dissolução parcial da sociedade em relação ao espólio de Humberto e condenando Paulo e Maria ao pagamento de honorários advocatícios de sucumbência. Na sentença, o juiz relegou a apuração de haveres da sociedade para a fase subsequente e imediata de liquidação. Diante da situação hipotética acima descrita, assinale a afirmativa correta. A) A sentença proferida pelo juiz está contaminada por vício de nulidade, tendo em vista que a Sociedade Incorporadora Ltda. não foi citada para integrar a lide, concordando com o pedido ou contestando a ação. B) Paulo e Maria poderão interpor recurso de apelação contra a sentença, sob o argumento de que, não tendo eles se oposto ao pedido de dissolução parcial da sociedade, descaberia ao juiz condená-los ao pagamento de honorários advocatícios de sucumbência. C) Ainda que não realizada a partilha dos bens de Humberto, seu espólio não possui legitimidade para ajuizar a ação, pois a legitimidade para requerer a dissolução parcial da Sociedade Incorporadora Ltda. é apenas dos sócios remanescentes, Paulo e Maria. D) O juiz não poderia ter determinado a apuração de haveres na fase subsequente e imediata de liquidação, visto ser necessário para a referida a apuração o ajuizamento de ação autônoma, distinta da ação de dissolução parcial de sociedade. COMENTÁRIOS: Alternativa correta letra B. A alternativa A está incorreta, pois o art. 601, parágrafo único, do Código de Processo Civil – CPC, dispensa a citação da sociedade se os sócios forem citados, veja-se: “A sociedade não será citada se todos os seus sócios o forem, mas ficará sujeita aos efeitos da decisão e à coisa julgada.” A alternativa B está correta, nos termos do art. 603, caput e §1º, do CPC: “Havendo manifestação expressa e unânime pela concordância da dissolução, o juiz a decretará, passando- se imediatamente à fase de liquidação. § 1º Na hipótese prevista no caput, não haverá condenação em honorários advocatícios de nenhuma das partes, e as custas serão rateadas segundo a participação das partes no capital social.” Assim, tendo os sócios concordado com o pedido inicial e não tendo o juiz cumprido o disposto no Art. 603, 1§º, do CPC, caberá a interposição do recurso de apelação. A alternativa C está incorreta, pois o art. 600, inciso I, do CPC, autoriza a propositura da ação “pelo espólio do sócio falecido, quando a totalidade dos sucessores não ingressar na sociedade.” Note-se que, de acordo com o enunciado da questão, “nenhum de seus sucessores integrava o quadro societário da Sociedade Incorporadora Ltda.” A alternativa D está incorreta, pois, nos termos do art. 603 do CPC, “havendo manifestação expressa e unânime pela concordância da dissolução, o juiz a decretará, passando-se imediatamente à fase de liquidação.” Assim, tendo os sócios concordado com a dissolução, foi acertada a conduta do juiz de passar de forma imediata à fase de liquidação, não sendo necessário o ajuizamento de ação autônoma.