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@ G U I A D A O A B
Questões para
ADMINISTRATIVO
Comentadas
 
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1 Questões comentadas para OAB – Direito Administrativo 
QUESTÃO 01 - FGV - 2023 - OAB - Exame da Ordem Unificado XXXVII - Primeira Fase 
 
A União pretende realizar uma obra de grande vulto, com serviços de engenharia, mediante licitação na 
modalidade concorrência e no regime de contratação semi-integrada, na forma da Lei nº 14.133/2021, em 
relação à qual será necessária a realização de desapropriação. 
Para tanto, fez publicar um edital que previu a responsabilidade do contratado pela realização da 
desapropriação, estabelecendo o responsável por cada fase do procedimento expropriatório e a estimativa 
do valor da respectiva indenização, a ser paga pelo contratado. 
Além disso, o instrumento convocatório previu a distribuição objetiva dos riscos entre as partes, incluído 
o risco pela diferença entre o custo da desapropriação e a estimativa do valor a ser pago e pelos eventuais 
danos e prejuízos ocasionados por atraso na disponibilização dos bens expropriados. 
A sociedade XPTO está muito interessada em participar da licitação, mas tem fundadas dúvidas acerca da 
validade das cláusulas editalícias relacionadas à desapropriação, razão pela qual consulta sua assessoria 
jurídica a respeito do tema. 
Acerca dessa situação hipotética, assinale a afirmativa correta. 
 
A) O edital em questão não poderia prever que o contratado promovesse nenhuma das fases de 
procedimento de desapropriação autorizada pelo Poder Público. 
B) Quanto às fases do procedimento expropriatório, poderia ser conferida ao contratado, até mesmo, a 
possibilidade de editar o Decreto expropriatório. 
C) A cláusula que estabelece que o contratado será responsável pelo pagamento da indenização é nula, na 
medida em que tal montante deve ser necessariamente arcado pelo contratante. 
D) A repartição objetiva dos riscos deve ser respeitada, ainda que ocorra o atraso na conclusão da 
desapropriação por fato imprevisível. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra D. 
 
Com base no enunciado é correto afirmar que a repartição objetiva dos riscos deve ser respeitada, ainda que 
ocorra o atraso na conclusão da desapropriação por fato imprevisível. 
 
De fato, a nova Lei de Licitações e Contratos prevê a possibilidade de o edital e o contrato tratarem da 
repartição objetiva dos riscos, inclusive no que se refere a eventos como força maior, caso fortuito e, em 
síntese, de natureza imprevisível. Especificamente no bojo de procedimentos de desapropriação, a lei 
permite tal distribuição de riscos, a fim de abarcar eventual atraso na disponibilização dos bens expropriados: 
 
"Art. 46 (...) 
§ 4º Nos regimes de contratação integrada e semi-integrada, o edital e o contrato, sempre que for o caso, 
deverão prever as providências necessárias para a efetivação de desapropriação autorizada pelo poder 
público, bem como: 
(...) 
IV - a distribuição objetiva de riscos entre as partes, incluído o risco pela diferença entre o custo da 
desapropriação e a estimativa de valor e pelos eventuais danos e prejuízos ocasionados por atraso na 
disponibilização dos bens expropriados;" 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2 Questões comentadas para OAB – Direito Administrativo 
QUESTÃO 02 - FGV - 2023 - OAB - Exame da Ordem Unificado XXXVII - Primeira Fase 
 
Fernanda foi aprovada em primeiro lugar em concurso público para o cargo de Auditor Fiscal da Secretaria 
de Fazenda do Estado Alfa. Ao ser convocada para investidura no cargo público, o departamento de 
recursos humanos da secretaria solicitou a Fernanda, entre outros documentos, cópia da sua última 
declaração de imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza apresentada à Secretaria Especial 
da Receita Federal do Brasil. 
Com receio de ver violada sua privacidade e informações resguardadas pelo sigilo fiscal, Fernanda procurou 
você, como advogado(a), indagando sobre a obrigatoriedade da entrega da mencionada declaração. 
Com base na atual redação da Lei de Improbidade Administrativa, assinale a opção que apresenta seu 
esclarecimento. 
 
A) A posse e o exercício do cargo ficam condicionados à apresentação da citada declaração de imposto sobre 
a renda, a fim de ser arquivada no serviço de pessoal competente. 
B) A nomeação e a posse não ficam condicionadas à apresentação da citada declaração de imposto sobre a 
renda, mas seus vencimentos apenas serão pagos com a entrega do documento. 
C) A nomeação, a posse e o exercício do cargo ficam condicionados à apresentação da citada declaração de 
imposto sobre a renda, mediante prévia quebra de sigilo fiscal por ordem judicial. 
D) A nomeação, a posse e o exercício do cargo não ficam condicionados à apresentação da citada declaração 
de imposto sobre a renda, mas Fernanda responderá por ato de improbidade administrativa se não entregar 
o documento em 30 (trinta) dias após a posse. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra A. 
 
Trata-se de questão para cuja resolução deve ser aplicada a norma do art. 13, caput, da Lei 8.429/92 (Lei de 
Improbidade Administrativa - LIA), que abaixo transcrevo: 
 
"Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam condicionados à apresentação de declaração de 
imposto de renda e proventos de qualquer natureza, que tenha sido apresentada à Secretaria Especial da 
Receita Federal do Brasil, a fim de ser arquivada no serviço de pessoal competente." 
 
Diante deste texto legal, vejamos as opções: 
 
a) Certo: 
Cuida-se de proposição em absoluta sintonia com a norma acima indicada, de modo que não há incorreções 
a serem aqui apontadas. 
 
b) Errado: 
A primeira parte desta assertiva dispõe contra o texto expresso da norma, que condiciona, sim, a posse e o 
exercício a que o servidor, primeiro, apresente sua declaração de imposto de renda e proventos de qualquer 
natureza, que tenha sido ofertada à Receita Federal. Ademais, tampouco existe base normativa que dê 
sustentação à segunda parte da proposição, na linha de que o recebimento dos vencimentos esteja 
condicionado à entrega de tal documento. 
 
c) Errado: 
A uma, a nomeação não se condiciona à apresentação prévia de tal declaração de IRPF, mas, sim, tão 
somente, a posse e o exercício. A duas, a lei não prevê que haja quebra de sigilo fiscal do servidor, mas, sim, 
a entrega espontânea da declaração. 
 
d) Errado: 
Este item reincide no erro de sustentar que não haveria tal condicionamento para fins de posse e exercício, 
sendo que a lei é clara ao exigir, sim, como condição prévia, que o servidor entregue sua declaração de IRPF, 
 
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3 Questões comentadas para OAB – Direito Administrativo 
a fim de que possa tomar posse e entrar em efetivo exercício. Ademais, a falta de entrega não configura ato 
de improbidade, mas, sim, sujeita o servidor a ser apenado com a demissão, na forma do art. 
 
"Art. 13 (...) 
§ 3º Será apenado com a pena de demissão, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente público que 
se recusar a prestar a declaração dos bens a que se refere o caput deste artigo dentro do prazo determinado 
ou que prestar declaração falsa. " 
 
 
QUESTÃO 03 - FGV - 2023 - OAB - Exame da Ordem Unificado XXXVII - Primeira Fase 
 
O Estado Delta, com o fim de combater grave crise no sistema carcerário, realizou os estudos pertinentes 
para contratar uma concessão administrativa, de modo a delegar os serviços de determinado presídio, 
abarcando as atividades de limpeza e manutenção predial (incluindo reformas), bem como o fornecimento 
de alimentação e de vestuário para os detentos, sem que haja, portanto, a possibilidade de cobrança de 
tarifas dos usuários. 
Acerca da situação descrita, assinale a afirmativa correta.A) O Estado Delta, para a finalidade almejada, deveria fazer uso da concessão patrocinada. 
B) O contrato poderá ter, no máximo, prazo de validade de dois anos. 
C) O objeto do contrato poderia abarcar, também, as principais atividades atinentes aos serviços de 
segurança pública. 
D) O objeto do contrato é possível, pois não abarca apenas o fornecimento de mão de obra. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra D. 
 
Com base no enunciado é correto afirmar que o objeto do contrato é possível, pois não abarca apenas o 
fornecimento de mão de obra. 
 
Uma vez que o contrato desejado pela Administração envolveria serviços de limpeza, manutenção predial, 
reformas, fornecimento de alimentação e de vestuário aos internos, razão por que, de fato, não incidiria na 
vedação contida no art. 
 
Art. 2º da Lei 11.079/2004: 
§ 4º É vedada a celebração de contrato de parceria público-privada: 
(...) 
III – que tenha como objeto único o fornecimento de mão-de-obra, o fornecimento e instalação de 
equipamentos ou a execução de obra pública." 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4 Questões comentadas para OAB – Direito Administrativo 
QUESTÃO 04 - FGV - 2023 - OAB - Exame da Ordem Unificado XXXVII - Primeira Fase 
 
Após inúmeras tentativas de obter transparência e sanar constantes problemas na prestação de 
determinado serviço público federal junto à concessionária, Felipe decidiu apresentar manifestação 
perante a Ouvidoria da Administração Pública, para informar e buscar solução para recorrentes vícios que 
comprometem a realização adequada da atividade, o que considera violar os princípios da regularidade, 
continuidade e efetividade. 
Sobre a hipótese narrada, considerando os direitos dos usuários de serviços públicos, assinale a afirmativa 
correta. 
 
A) A Administração não pode exigir a apresentação de motivos determinantes da manifestação de Felipe 
perante a Ouvidoria. 
B) Felipe não pode provocar a via administrativa por meio de manifestação, considerando que o serviço 
público é atividade econômica submetida à livre iniciativa. 
C) A manifestação de Felipe é inócua, na medida em que a Administração não pode exigir da concessionária 
o respeito aos princípios que ele considera violados. 
D) A Administração deve recusar o recebimento da manifestação de Felipe, caso sua identificação não atenda 
às exigências determinadas pelo órgão, mesmo que estas possam vir a inviabilizar a sua manifestação. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra A. 
 
Com base no enunciado é correto afirmar que a Administração não pode exigir a apresentação de motivos 
determinantes da manifestação de Felipe perante a Ouvidoria. 
 
Por explícita determinação legal, é vedado à Administração exigir que o particular apresente os motivos 
determinantes de sua manifestação perante a ouvidoria, tal como se vê do art. 10, §2º, 13.460/2017: 
 
Art. 10 (...) 
§ 2º São vedadas quaisquer exigências relativas aos motivos determinantes da apresentação de 
manifestações perante a ouvidoria." 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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5 Questões comentadas para OAB – Direito Administrativo 
QUESTÃO 05 - FGV - 2023 - OAB - Exame da Ordem Unificado XXXVII - Primeira Fase 
 
Mateus e Geraldo foram presos em decorrência de sentença penal com trânsito em julgado, pelo crime de 
latrocínio. Ambos ficaram, inicialmente, na mesma cela prisional, em condições absolutamente precárias 
e insalubres, sendo certo que Geraldo evadiu-se da cadeia. Seis meses após a fuga, Geraldo praticou novo 
latrocínio, que levou Tânia a óbito. 
Mateus, que ficou muito deprimido pelas condições degradantes do cárcere, cometeu suicídio, cortando 
seus pulsos com faca adquirida irregularmente de Rodrigo, agente penitenciário, fato que poderia ter sido 
evitado, portanto, se o Estado tivesse adotado precauções mínimas. 
Diante das circunstâncias narradas, assinale a afirmativa correta. 
 
A) O Estado poderia ser civilmente responsabilizado pela morte de Tânia, pois tinha o dever de evitar a fuga 
de Geraldo, mas não pelo óbito de Mateus, em razão de fato exclusivo da vítima, tendo em conta a adoção 
da teoria do risco administrativo. 
B) Ambas as mortes acima descritas seriam passíveis de configurar a responsabilização civil do Estado, nos 
termos da Constituição, que adota expressamente a teoria do risco integral, nas situações relacionadas à 
segurança pública. 
C) Nenhum dos óbitos narrados pode caracterizar a responsabilização civil do Estado, na medida em que nas 
hipóteses de omissão do Estado deve ficar caracterizado o elemento culpa, imprescindível no âmbito da 
teoria do risco administrativo. 
D) O Estado poderia ser civilmente responsabilizado pela morte de Mateus, pois tinha o dever de proteger a 
incolumidade física de pessoa sob sua custódia, mas não pelo óbito de Tânia, na medida em que não há nexo 
de causalidade entre a fuga de Geraldo e o evento danoso. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra D. 
 
Em relação a morte de Mateus: 
Trata-se de relação de custódia em que o Estado assume a condição de garante. 
Pessoas ou coisas que estejam sob a guarda, a proteção direta ou a custódia do Estado; 
Poder Público está na condição de garante: dever legal de assegurar a integridade de pessoas ou coisas. 
Responsabilidade objetiva: basta a presença da conduta, do nexo de causalidade e do dano. 
 
O Estado responde mesmo que os danos ocasionados não sejam diretamente causados por atuação de ser 
agentes: possibilitou que o dano ocorresse; 
Omissão específica: equipara-se à conduta comissiva 
Salvo alguma excludente, como a força maior. 
MA/VP trazem o seguinte exemplo: 
 
"Citamos como exemplos um aluno de uma escola pública que sofra uma lesão decorrente de agressão 
perpetrada por outro aluno no horário de funcionamento da instituição, um presidiário que seja assassinado 
por outro condenado dentro da penitenciária, ou ainda um paciente internado em um hospital público que 
seja agredido e ferido por alguma pessoa não integrante dos quadros funcionais dessa entidade". 
 
Em relação à fuga de Geraldo e o novo latrocínio que levou Tânia a óbito: 
Info 993 do STF: 
"Nos termos do artigo 37, § 6º, da Constituição Federal, não se caracteriza a responsabilidade civil objetiva 
do Estado por danos decorrentes de crime praticado por pessoa foragida do sistema prisional, quando não 
demonstrado o nexo causal direto entre o momento da fuga e a conduta praticada". 
Em regra, o Estado não tem responsabilidade civil por atos praticados por presos foragidos; salvo exceção 
quando demonstrado nexo causal direto. 
 
 
 
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6 Questões comentadas para OAB – Direito Administrativo 
QUESTÃO 06 - FGV - 2023 - OAB - Exame da Ordem Unificado XXXVII - Primeira Fase 
 
Com o intuito de tomar providências em relação à determinada política pública, no âmbito da 
Administração Pública Federal, foi determinado que os Ministérios Alfa, Beta e Gama, promovessem uma 
decisão coordenada, diante da justificável relevância da matéria. 
A Associação Dabliu, que atua na área de interesse coletivo, almeja habilitar-se como ouvinte do processo 
decisório, bem como ter direito de voz durante a reunião concernente aos respectivos trabalhos, designada 
para a próxima quarta-feira. 
Diante dessa situação hipotética e das normas relativas à decisão coordenada na Lei nº 9.784/99, assinale 
a afirmativa correta. 
 
A) A Associação Dabliu não poderá habilitar-se a participar da decisão coordenada, ainda que na qualidade 
de ouvinte. 
B) A participação dos Ministérios Alfa, Beta e Gama na decisão coordenada em questão independe de 
intimação. 
C) O eventual dissenso do Ministério Alfa quanto à solução do objeto da decisãocoordenada não precisa ser 
manifestado durante a reunião. 
D) A decisão prolatada por autoridade competente, que defira a participação da Associação Dabliu na 
reunião, com direito a voz, é irrecorrível. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra D. 
 
Com base no enunciado é correto afirmar que a decisão prolatada por autoridade competente, que defira a 
participação da Associação Dabliu na reunião, com direito a voz, é irrecorrível. 
 
De acordo com o disposto do novo artigo 49-B da Lei 9.784/99 poderão habilitar-se a participar da decisão 
coordenada, na qualidade de ouvintes, os interessados de que trata o artigo 9º desta Lei. 
 
Tal participação, que se dará na reunião, poderá incluir direito a voz, e será deferida por decisão irrecorrível 
da autoridade responsável pela convocação da decisão coordenada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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7 Questões comentadas para OAB – Direito Administrativo 
QUESTÃO 07 - FGV - 2022 - OAB – Exame da Ordem Unificado XXXVI - Primeira Fase 
 
A Agência Reguladora federal Alfa, criada no ano corrente, tem a intenção de formalizar um acordo de 
cooperação com a Agência Reguladora estadual Beta. O acordo visa à descentralização das atividades 
normativas, fiscalizatórias, sancionatórias e arbitrais, com o intuito de conferir maior eficiência à atuação 
das duas entidades. 
Nesse contexto, à luz do disposto na CRFB/88 e na Lei nº 13.848/18, assinale a afirmativa correta. 
 
A) O acordo de cooperação poderia ter por objeto a delegação de competência normativa da Agência Alfa. 
B) A execução da fiscalização do objeto da delegação pela Agência Beta, por ser estadual, não precisa 
observar as normas federais pertinentes. 
C) A execução de competência delegada pelo acordo de cooperação à Agência Beta independe do 
acompanhamento e da avaliação pela Agência Alfa. 
D) A Agência Alfa, havendo delegação de competência, permanecerá como instância superior e recursal das 
decisões tomadas no exercício da competência delegada à Agência Beta. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra D. 
 
Alternativa A: 
De acordo com o art. 34, § 1º, da Lei nº 11.348/2018, é vedada a delegação de competências normativas 
pelas agências reguladoras. 
 
Alternativa B: 
Conforme art. 34, § 4º, da Lei nº 11.348/2018, na execução das atividades de fiscalização objeto de 
delegação, a agência reguladora ou o órgão regulador estadual, distrital ou municipal que receber a 
delegação observará as normas legais e regulamentares federais pertinentes. 
 
Alternativa C: 
Consoante disposto no art. 34, § 3º, da Lei nº 11.348/2018, a execução, por agência reguladora ou órgão de 
regulação estadual, distrital ou municipal, das atividades delegadas, será permanentemente acompanhada 
e avaliada pela agência reguladora federal, nos termos do respectivo acordo (no caso, a Agência Alfa). 
 
Alternativa D: 
Nos termos do art. 34, § 7º, da Lei nº 11.348/2018, havendo delegação de competência, a agência reguladora 
delegante permanecerá como instância superior e recursal das decisões tomadas no exercício da 
competência delegada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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8 Questões comentadas para OAB – Direito Administrativo 
QUESTÃO 08 - FGV - 2022 - OAB - Exame da Ordem Unificado XXXVI - Primeira Fase 
 
José é proprietário de imóvel rural de enorme dimensão, mas totalmente improdutivo, que vem sendo 
objeto de constantes desmatamentos à revelia da legislação ambiental. O imóvel está localizado no 
Município Alfa do Estado Gama, sendo certo que os órgãos ambientais de ambos os entes federativos já 
vêm atuando em razão da supressão vegetal ilegal. Em seu imóvel, José não promove a utilização adequada 
dos recursos naturais disponíveis e a preservação do meio ambiente, nem mesmo realiza seu 
aproveitamento racional e adequado. 
Por estar descumprindo sua função social, nos termos da CRFB/88, o imóvel de José pode ser objeto de 
desapropriação 
 
A) por interesse social, para fins de reforma agrária, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida 
agrária, cuja competência é da União. 
B) sanção, que consiste em punição ao particular por sua conduta imobiliária inconstitucional, mediante justa 
e prévia indenização, cuja competência é do Estado Gama. 
C) confisco, que consiste na retirada do bem do patrimônio do particular com sua incorporação ao patrimônio 
público, mediante justa e ulterior indenização, cuja competência é da União. 
D) por utilidade social e com caráter sancionador, mediante ulterior e justa indenização a ser paga por meio 
de precatório, cuja competência é do Município Alfa. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra A. 
 
Alternativa A: 
O enunciado envolve a hipótese de desapropriação sancionatória, que ocorre nos casos em que a 
propriedade rural é desapropriada por interesse social, para fins de reforma agrária, por não respeitar a sua 
função social (art. 184 da CF/88). A competência é da União e a indenização deve ser prévia e justa, em títulos 
da dívida agrária, resgatáveis no prazo de até 20 anos. 
 
Alternativa B: 
A competência, no caso, é da União. Vide comentário à alternativa A. 
 
Alternativa C: 
Trata-se de hipótese de desapropriação sancionatória (art. 184 da CF/88), conforme comentário à alternativa 
A. 
 
Alternativa D: 
O caso envolve desapropriação sancionatória, que ocorre por interesse social, para fins de reforma agrária, 
uma vez que a propriedade não respeita a sua função social (art. 184 da CF/88). A competência é da União e 
a indenização deve ser prévia e justa, em títulos da dívida agrária. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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9 Questões comentadas para OAB – Direito Administrativo 
QUESTÃO 09 - FGV - 2022 - OAB - Exame da Ordem Unificado XXXVI - Primeira Fase 
 
A sociedade empresária Alfa praticou um ato lesivo à Administração Pública de um país estrangeiro, 
atentando contra os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil no âmbito do combate à 
corrupção. Em razão disso, as autoridades brasileiras querem tomar as providências cabíveis a fim de 
promover a responsabilização administrativa e/ou judicial da pessoa jurídica por tais atos lesivos, em 
território nacional. 
Considerando os fatos narrados, à luz da Lei nº 12.846/2013 (Lei Anticorrupção), assinale a afirmativa 
correta. 
 
A) Não é possível a responsabilização administrativa no caso, considerando que o ilícito foi cometido contra 
Administração Pública estrangeira. 
B) Não é possível a responsabilização administrativa e/ou judicial da sociedade empresária Alfa, mas apenas 
a de seus sócios administradores. 
C) Na esfera administrativa, após o devido processo administrativo, é cabível a dissolução compulsória da 
sociedade empresária Alfa. 
D) A responsabilização administrativa da sociedade empresária Alfa não afasta a possibilidade de sancioná-
la na esfera judicial, com base na legislação específica. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra D. 
 
Alternativa A: 
Os atos lesivos previstos na Lei nº 12.846/2013 podem ser praticados contra a administração pública nacional 
ou estrangeira (art. 5º). 
 
Alternativa B: 
A Lei nº 12.846/2013 prevê a responsabilização das pessoas jurídicas por atos lesivos à administração pública 
(art. 1º). 
 
Alternativa C: 
A dissolução compulsória da sociedade empresária Alfa só é possível mediante a sua responsabilização na 
esfera judicial (art. 19, III, da Lei nº 12.846/2013). 
 
Alternativa D: 
De acordo com o art. 18 da Lei nº 12.846/2013, "na esfera administrativa, a responsabilidade da pessoa 
jurídica não afasta a possibilidade de sua responsabilização na esfera judicial". 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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10 Questões comentadas para OAB – Direito Administrativo 
QUESTÃO 10 - FGV - 2022 - OAB - Exame da Ordem Unificado XXXVI - Primeira Fase 
 
Túlio era servidor público federal e falsificou documentos para, de má fé, obter a sua aposentadoria por 
tempo de contribuição junto ao Regime Próprio de Previdência Social – RPPS. Por não ter sido verificado o 
problema dos documentos, o pedido foi deferido pelo órgão competente de origem e, pouco depois, 
registrado perante o Tribunal de Contas da União – TCU, que não verificou o embuste e não conferiu 
oportunidade de manifestação para Túlio. Ocorre que, seis anos após o aludido registro, a Corte de Contas 
tomou conhecimento do ardil de Túlio e da nulidade dos documentos apresentados, razão pela qual 
instaurou processo administrativo para fins de anular o registro promovido em dissonância com o 
ordenamento jurídico. 
Diante dessa situação hipotética, aponte a assertiva correta. 
 
A) A conduta do TCU foi irregular, na medida em que a aposentadoria de Túlio é ato administrativo simples, 
que não deveria ter sido submetido a registro perante a Corte de Contas. 
B) O exercício da autotutela, para fins de anular a aposentadoria de Túlio, não está fulminado pela 
decadência, diante de sua má-fé. 
C) O registro da aposentadoria de Túlio foi irregular, pois dependia da garantia da ampla defesa e 
contraditório perante o TCU. 
D) A anulação da aposentadoria não é mais viável, considerando que transcorrido o prazo prescricional de 
cinco anos para o exercício da pretensão. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra B. 
 
Alternativa A: 
Compete ao Tribunal de Contas da União apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de concessões 
de aposentadorias, reformas e pensões (art. 71, III, da CF/88). Ademais, os atos concessivos de 
aposentadoria, reforma e pensão não são considerados simples, mas complexos, segundo o STF, ou 
compostos, consoante boa parte da doutrina e da jurisprudência. 
 
Alternativa B: 
O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os 
destinatários decai em 5 anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé (art. 54, 
caput, da Lei nº 9.784/1999). 
 
Alternativa C: 
De acordo com a Súmula Vinculante n. 3 do STF: “Nos processos perante o Tribunal de Contas da União 
asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de 
ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão 
inicial de aposentadoria, reforma e pensão". Assim, o mero registro da aposentadoria perante o TCU não 
exigia a observância de ampla defesa e contraditório. 
 
Alternativa D: 
Considerando-se a comprovada má-fé do servidor público, o direito da Administração Pública de anular o ato 
administrativo que lhe concedeu a aposentadoria não foi atingido pela decadência (art. 54, caput, da Lei nº 
9.784/1999). 
 
 
 
 
 
 
 
 
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11 Questões comentadas para OAB – Direito Administrativo 
QUESTÃO 11 - FGV - 2022 - OAB - Exame da Ordem Unificado XXXVI - Primeira Fase 
 
A administração do Município Alfa está construindo uma ponte para facilitar o acesso dos produtores 
rurais ao seu centro urbano. Para a realização da construção, o ente necessita utilizar a propriedade 
privada de Fernando, um terreno não edificado, vizinho à obra, enquanto perdurar a atividade de interesse 
público, para a qual não há perigo iminente. 
Considerando as modalidades de intervenção do Estado na propriedade, a administração do Município 
Alfa deve 
 
A) realizar o tombamento do bem de Fernando, mediante prévia e justa indenização em dinheiro, diante da 
relevância da obra a ser realizada. 
B) determinar a requisição administrativa do bem de Fernando, mediante indenização ulterior, em caso de 
dano. 
C) efetuar a ocupação temporária do bem de Fernando, passível de indenização pela utilização do terreno 
em ação própria. 
D) implementar uma servidão administrativa no bem de Fernando, mediante prévia e justa indenização em 
dinheiro, pelo sacrifício da propriedade. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra C. 
 
Alternativa A: 
O tombamento é um tipo de intervenção do Estado na propriedade privada utilizado para proteção do 
patrimônio, histórico, paisagístico, artístico e cultural brasileiro, não cabendo direito à indenização. 
 
Alternativa B: 
A requisição administrativa, prevista no art. 5º, XXV, da CF/88, refere-se ao uso de propriedade particular, 
pela autoridade competente, nos casos de iminente perigo público. 
 
Alternativa C: 
É permitida a ocupação temporária, que será indenizada, afinal, por ação própria, de terrenos não edificados, 
vizinhos às obras e necessários à sua realização (art. 36 do Decreto-Lei nº 3.365/1941). 
 
Alternativa D: 
A servidão administrativa representa um direito real de uso sobre coisa alheia, autorizando o Poder Público 
a usar a propriedade de imóvel, com o objetivo de garantir a execução de obras e serviços de interesse 
coletivo, tais como a instalação de redes elétricas e telefônicas, colocação de placas de identificação da rua 
e passagem de saneamento básico em propriedade particular. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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12 Questões comentadas para OAB – Direito Administrativo 
QUESTÃO 12 - FGV - 2022 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXV - Primeira Fase 
 
Em decorrência das queimadas que têm assolado certo bioma, os municípios vizinhos Alfa, Beta e Gama, 
nacionalmente conhecidos pelo turismo ambiental promovido na localidade e drasticamente afetados 
pelo fogo, decidiram formalizar um consórcio público com vistas a promover a proteção ao meio ambiente. 
No respectivo protocolo de intenções, os entes federativos estabeleceram a denominação - Protetivus -, a 
finalidade, o prazo de duração, a sede do consórcio e a previsão de que o consórcio é associação pública, 
dentre outras cláusulas necessárias. 
Diante dessa situação hipotética, em consonância com a legislação de regência, assinale a afirmativa 
correta. 
 
A) A associação pública Protetivus não poderá integrar a Administração Indireta dos municípios Alfa, Beta e 
Gama. 
B) Os municípios Alfa, Beta e Gama somente entregarão recursos financeiros ao consórcio público mediante 
contrato de rateio. 
C) Os municípios Alfa, Beta e Gama não poderiam formalizar o consórcio público em questão sem a 
participação da União. 
D) A edição de Decreto por cada um dos municípios envolvidos é suficiente para que a associação pública 
Protetivus adquira personalidade jurídica. 
 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra B. 
 
a. Incorreta. Art. 6°, § 1º O consórcio público com personalidade jurídica de direito público integra a 
administração indireta de todos os entes da Federação consorciados. 
 
b. Correta. Art. 8º Os entes consorciados somente entregarão recursos ao consórcio público mediante 
contrato de rateio. 
 
c. Incorreta. Art. 1° § 2º A União somente participará de consórcios públicos em que também façam parte 
todos os Estados em cujos territórios estejam situados os Municípios consorciados. 
 
d. Incorreta. Art. 6º O consórcio público adquirirá personalidade jurídica: 
I – De direito público, no caso de constituir associação pública, mediante a vigência das leis de ratificação do 
protocolo de intenções; 
II – De direito privado, mediante o atendimento dos requisitos da legislação civil. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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13 Questões comentadas para OAB – Direito Administrativo 
QUESTÃO 13 - FGV - 2022 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXV - PrimeiraFase 
 
João é servidor público federal, ocupando o cargo efetivo de Analista Judiciário em determinado Tribunal. 
A autoridade competente do Tribunal recebeu uma denúncia anônima, devidamente circunstanciada, 
narrando que João revelou segredo, do qual se apropriou em razão do cargo, consistente no conteúdo de 
uma interceptação telefônica determinada judicialmente e ainda mantida em sigilo, a terceiro. 
O Tribunal instaurou preliminarmente sindicância, a qual, após a obtenção de elementos suficientes, 
resultou na instauração de processo administrativo disciplinar (PAD), iniciado por portaria devidamente 
motivada. O PAD, atualmente, está em fase de inquérito administrativo. 
No caso em tela, em razão de ter o PAD se iniciado por meio de notícia apócrifa, eventual alegação de sua 
nulidade pela defesa técnica de João 
 
A) não merece prosperar, pois é permitida a instauração de processo administrativo disciplinar com base em 
denúncia anônima, face ao poder-dever de autotutela imposto à Administração. 
B) merece prosperar, por violação ao princípio administrativo da publicidade, e a alegação deve ser feita até 
a apresentação de relatório pela comissão do PAD, que é composta por três servidores estáveis. 
C) não merece prosperar, pois já houve preclusão, eis que tal argumento deveria ter sido apresentado na 
fase de instauração do PAD, até cento e vinte dias após a publicação do ato que constituiu a comissão. 
D) merece prosperar, por violação aos princípios constitucionais do contraditório e de ampla defesa, pois o 
servidor público representado tem o direito subjetivo de conhecer e contraditar o autor da representação. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra A. 
 
Súmula 611 – STJ 
Desde que devidamente motivada e com amparo em investigação ou sindicância, é permitida a instauração 
de processo administrativo disciplinar com base em denúncia anônima, em face do poder-dever de 
autotutela imposto à Administração. STJ. 1ª Seção. Aprovada em 09/05/2018, DJe 14/05/2018. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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14 Questões comentadas para OAB – Direito Administrativo 
QUESTÃO 14 - FGV - 2022 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXV - Primeira Fase 
 
O município Gama almeja realizar licitação para a escolha de um projeto urbanístico, de cunho técnico 
especializado, de natureza preponderantemente cultural, para a revitalização de seu centro histórico. Para 
tanto, fez publicar o respectivo edital com as especificações determinadas por lei. 
Sobre a hipótese, segundo a nova de Lei de Licitações (Lei nº 14.133/21), assinale a afirmativa correta. 
 
A) O vencedor da licitação deverá ceder ao município Gama os direitos patrimoniais relativos ao projeto e 
autorizar sua execução conforme juízo de conveniência e oportunidade das autoridades competentes. 
B) A elaboração do projeto técnico mencionado corresponde a serviço comum, de modo que a modalidade 
de licitação aplicável pelo município Gama é o pregão. 
C) A modalidade de licitação a ser utilizada pelo município Gama é o diálogo competitivo, porque a Nova Lei 
de Licitações não prevê o concurso. 
D) A licitação deverá ser realizada como concurso público de provas e títulos, tal como ocorre com a admissão 
de pessoal, para fins de remunerar o projeto vencedor. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra A. 
 
Com fundamento no art. 30 § Único da Lei 14.133/2021 
 
Art. 30. O concurso observará as regras e condições previstas em edital, que indicará: 
I – A qualificação exigida dos participantes; 
II – As diretrizes e formas de apresentação do trabalho; 
III – As condições de realização e o prêmio ou remuneração a ser concedida ao vencedor. 
Parágrafo único. Nos concursos destinados à elaboração de projeto, o vencedor deverá ceder à 
Administração Pública, nos termos do art. 93 desta Lei, todos os direitos patrimoniais relativos ao projeto e 
autorizar sua execução conforme juízo de conveniência e oportunidade das 
autoridades competentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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15 Questões comentadas para OAB – Direito Administrativo 
QUESTÃO 15 - FGV - 2022 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXV - Primeira Fase 
 
A Associação Gama é uma instituição religiosa que se dedica à promoção da assistência social e almeja 
obter recursos financeiros junto ao governo federal a fim de fomentar suas atividades. Para tanto, seus 
representantes acreditam que a melhor alternativa é a qualificação como Organização da Sociedade Civil 
de Interesse Público – OSCIP, razão pela qual procuram você, como advogado(a), a fim de esclarecer as 
peculiaridades relacionadas à legislação de regência (Lei nº 9.790/99). 
Acerca da situação hipotética apresentada, assinale a afirmativa correta. 
 
A) A qualificação da Associação Gama como OSCIP é ato discricionário, que deve ser pleiteado junto ao 
Ministério da Justiça. 
B) Após a sua qualificação como OSCIP, a Associação Gama deverá formalizar contrato de gestão com a 
Administração Pública para a transferência de recursos financeiros. 
C) A Associação Gama não poderá ser qualificada como OSCIP, pois as instituições religiosas não são passíveis 
de tal qualificação. 
D) O estatuto social da Associação Gama precisa vedar a participação de servidores públicos na composição 
de conselho ou diretoria, a fim de que ela possa ser qualificada como OSCIP. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra C. 
 
Quais são as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público? 
 
Uma OSCIP é uma qualificação jurídica atribuída a diferentes tipos de entidades privadas atuando em áreas 
típicas do setor público com interesse social, que podem ser financiadas pelo Estado ou pela iniciativa privada 
sem fins lucrativos. Ou seja, as entidades típicas do terceiro setor. 
 
Lei 9790/99 
 
Art. 2 Não são passíveis de qualificação como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, ainda que se dediquem de 
qualquer forma às atividades descritas no art. 3 desta Lei: 
I - As sociedades comerciais; 
II - os sindicatos, as associações de classe ou de representação de categoria profissional; 
III - as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação de credos, cultos, práticas e visões devocionais e confessionais; 
IV - As organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas fundações; 
V - As entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar bens ou serviços a um círculo restrito de associados ou sócios; 
VI - As entidades e empresas que comercializam planos de saúde e assemelhados; 
VII - as instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas mantenedoras; 
VIII - as escolas privadas dedicadas ao ensino formal não gratuito e suas mantenedoras; 
IX - As organizações sociais; 
X - As cooperativas; 
XI - as fundações públicas; 
XII - as fundações, sociedades civis ou associações de direito privado criadas por órgão público ou por fundações públicas; 
XIII - as organizações creditícias que tenham quaisquer tipos de vinculação com o sistema financeiro nacional a que se refere o. 
Parágrafo único. Não constituem impedimento à qualificação como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público as operações 
destinadas a microcrédito realizadas com instituições financeiras na forma de recebimento de repasses, venda de operações 
realizadas ou atuação como mandatárias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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16 Questões comentadas para OAB – Direito Administrativo 
QUESTÃO 16 - FGV - 2022 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXV - Primeira Fase 
 
O Estado Alfa pretende firmar com sociedade empresária ou consórcio privado contrato de concessão 
patrocinada de serviços públicos para manutenção de uma rodovia estadual, precedida de obra pública,sob o regime jurídico da chamada parceria público privada. O Estado Alfa iniciou os trâmites legais para a 
contratação, e a sociedade empresária Delta está interessada em ser contratada. 
Visando calcular os riscos, em especial tirar dúvidas sobre o pedágio que será cobrado dos usuários e as 
providências administrativas que deve adotar previamente para ser contratada, a sociedade empresária 
Delta buscou orientação em escritório de advocacia especializado na matéria. 
Na qualidade de advogado(a) que compareceu à reunião para prestar esclarecimentos à sociedade 
empresária Delta, você informou ao sócio administrador, com base na Lei nº 11.079/04, que a 
concessionária prestará o serviço cobrando 
 
A) dos usuários determinado valor pela tarifa e percebendo uma remuneração adicional paga pelo poder 
público concedente, e, antes da celebração do contrato, deverá ser constituída sociedade de propósito 
específico, incumbida de implantar e gerir o objeto da parceria. 
B) do Estado Alfa, na qualidade de usuário direto ou indireto dos serviços, o valor total da tarifa, e, antes da 
celebração do contrato, deverá ser constituída sociedade empresária subsidiária, incumbida de planejar o 
objeto da parceria. 
C) dos usuários valor como tarifa que seja suficiente para, de forma integral, arcar com e manter o equilíbrio 
econômico e financeiro do contrato, sem contribuição do poder público concedente, e a contratação será 
precedida de licitação na modalidade concorrência. 
D) do Estado Alfa, na qualidade de usuário indireto dos serviços, o valor da metade da tarifa, e a contratação 
será precedida de licitação na modalidade concorrência ou pregão, de acordo com o valor estimado do 
contrato. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra A. 
 
Lei 11.079/04: 
 
Art. 9º Antes da celebração do contrato, deverá ser constituída sociedade de propósito específico, incumbida 
de implantar e gerir o objeto da parceria. 
 
Art. 2º Parceria público-privada é o contrato administrativo de concessão, na modalidade patrocinada ou 
administrativa. 
 
§ 1º Concessão patrocinada é a concessão de serviços públicos ou de obras públicas de que trata a Lei nº 
8.987, de 13 de fevereiro de 1995, quando envolver, adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários 
contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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17 Questões comentadas para OAB – Direito Administrativo 
QUESTÃO 17 - FGV - 2022 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXV - Primeira Fase 
 
Em janeiro de 2022, João, na qualidade de Secretário de Educação do município Alfa, de forma culposa, 
praticou ato que causou lesão ao erário municipal, na medida em que permitiu, por negligência, a aquisição 
de bem consistente em material escolar por preço superior ao de mercado. O Ministério Público ajuizou 
ação civil pública por ato de improbidade administrativa em face de João, imputando-lhe a prática de ato 
omisso e culposo que ensejou superfaturamento em prejuízo ao Município, bem como requereu a 
condenação do Secretário Municipal a todas as sanções previstas na Lei de Improbidade Administrativa. 
Após ser citado, João procurou você, como advogado(a), para defendê-lo. Com base na Lei nº 8.429/92 
(com as alterações introduzidas pela Lei nº 14.230/21), você redigiu a contestação, alegando que, 
atualmente, não mais existe ato de improbidade administrativa 
 
A) omissivo, pois a nova legislação exige conduta comissiva, livre e consciente do agente, caracterizada por 
um atuar positivo por parte do sujeito ativo do ato de improbidade, para fins de caracterização de ato 
ímprobo. 
B) culposo, pois a nova legislação exige conduta dolosa para todos os tipos previstos na Lei de Improbidade 
e considera dolo a vontade livre e consciente de alcançar o resultado ilícito tipificado na lei, não bastando a 
voluntariedade do agente. 
C) que cause simplesmente prejuízo ao erário, pois é imprescindível que o sujeito ativo do ato de 
improbidade tenha se enriquecido ilicitamente com o ato praticado, direta ou indiretamente. 
D) que enseje mero dano ao erário, pois é imprescindível que o sujeito ativo do ato de improbidade tenha 
também atentado contra os princípios da administração pública, direta ou indiretamente. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra A. 
 
LEI Nº 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992 
 
Art. 1º O sistema de responsabilização por atos de improbidade administrativa tutelará a probidade na 
organização do Estado e no exercício de suas funções, como forma de assegurar a integridade do patrimônio 
público e social, nos termos desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 
Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 1º Consideram-se atos de improbidade administrativa as condutas dolosas tipificadas nos arts. 9º, 10 e 11 
desta Lei, ressalvados tipos previstos em leis especiais. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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18 Questões comentadas para OAB – Direito Administrativo 
QUESTÃO 18 - FGV - 2022 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXIV - Primeira Fase 
 
Márcio é policial militar do Estado Ômega e, ao longo de suas férias, em movimentada praia no litoral do 
Estado Alfa, durante festa em que se encontrava à paisana, envolveu-se em uma briga, durante a qual 
sacou a arma da corporação, que sempre portava, e desferiu tiros contra Bernardo, que veio a óbito 
imediato. Mirtes, mãe de Bernardo, pretende ajuizar ação indenizatória em decorrência de tal evento. 
Sobre a situação narrada, assinale a afirmativa correta. 
 
A) ação indenizatória não poderá ser ajuizada em face do Estado Ômega, na medida em que o fato ocorreu 
no território do Estado Alfa. 
B) A ação deverá ser ajuizada em face da União, que é competente para promover a segurança pública. 
C) Há legitimidade passiva do Estado Ômega, considerando que Márcio tinha a posse de uma arma da 
corporação, em decorrência da qualidade de agente público. 
D) O Estado Ômega deve responder civilmente pela conduta de Márcio, já que o ordenamento jurídico pátrio 
adotou a teoria do risco integral. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra C. 
 
A questão versa sobre a Responsabilidade Civil do Estado perante os danos causados a terceiros. 
 
Nesse contexto, há legitimidade passiva do Estado Ômega, considerando que Márcio tinha a posse de uma 
arma da corporação, em decorrência da qualidade de agente público. 
 
Assim, não importa se o policial estava em serviço, bastando a qualidade de agente público, pois o Estado 
responde objetivamente pelos danos causados por seus agentes, ainda que fora do horário de expediente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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19 Questões comentadas para OAB – Direito Administrativo 
QUESTÃO 19 - FGV - 2022 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXIV - Primeira Fase 
 
Em determinado hospital municipal ocorreu grave incêndio, iniciado por pane elétrica no sistema de 
refrigeração. Todos os pacientes foram imediatamente retirados do hospital e, diante do iminente perigo 
público, a autoridade competente determinou que, até que fosse providenciada a remoção dos pacientes 
para outras unidades de saúde, os enfermos fossem abrigados no pátio de uma grande escola particular 
situada em frente ao nosocômio. 
Buscando obter informações sobre seu eventual direito à indenização, o proprietário da escola particular 
procurou você, como advogado(a), para obter a orientação jurídica correta. 
Segundo sua orientação, no caso em tela, o agente público fez uso da 
 
A) ocupação administrativa temporária, e o proprietário da escola particular não faz jus à indenização, em 
razão da supremacia do interessepúblico. 
B) limitação administrativa, que assegura ao proprietário da escola particular o direito à indenização imediata 
e ao poder público o direito de preempção. 
C) servidão administrativa, que assegura ao proprietário da escola particular o direito à prévia indenização, 
em razão do uso temporário de seu bem imóvel. 
D) requisição administrativa, que assegura ao proprietário da escola particular o direito à indenização 
ulterior, caso haja dano. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra D. 
 
A questão versa acerca da intervenção do Estado na propriedade privada. 
 
Nesse contexto, como, diante de iminente perigo público, a Administração valeu-se de propriedade particular 
para o atendimento do interesse público, estamos na presença do instituto da requisição administrativa. 
 
Trata-se, pois, de um ato administrativo de império, uma vez que a requisição administrativa determina a 
utilização coativa de bens ou serviços particulares pelo Poder Público, por ato de execução imediata e direta 
da autoridade pública e indenização posterior, para atendimento de necessidades coletivas urgentes e 
transitórias. 
 
Além disso, note que, nem sempre haverá indenização, pois a indenização da requisição é condicionada. O 
que faz surgir a indenização é o dano, não havendo dano, não há que se falar em indenização. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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20 Questões comentadas para OAB – Direito Administrativo 
QUESTÃO 20 - FGV - 2022 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXIV - Primeira Fase 
 
Ataulfo é servidor público estável de um pequeno Município, ocupante de cargo administrativo de carreira 
junto ao Poder Executivo, cuja remuneração era composta pelas seguintes rubricas, determinadas por lei 
do mencionado ente federativo: (I) vencimento base, de valor inferior ao salário-mínimo; (II) abono 
salarial, utilizado para alcançar o salário-mínimo; (III) adicional de tempo de serviço. 
O Município editou, recentemente, a Lei XYZ, que conferiu à carreira de Ataulfo nova gratificação, 
estipulada em 10% (dez por cento) sobre o total da remuneração até então percebida pelo mencionado 
servidor (somatório das rubricas (I), (II) e (III)). 
Acerca da remuneração de Ataulfo, com base na situação hipotética narrada, assinale a afirmativa correta. 
 
A) A remuneração de Ataulfo é inconstitucional porque seu vencimento-base não poderia ser inferior ao 
salário-mínimo. 
B) O Município não precisava ter editado lei para instituir a nova gratificação, na medida em que a alteração 
da remuneração de Ataulfo poderia ser efetuada por decreto. 
C) A gratificação instituída pela Lei XYZ é inconstitucional, porque o seu cálculo incidiu sobre verbas que não 
podem ser computadas para a concessão de acréscimos ulteriores. 
D) A remuneração de Ataulfo é inconstitucional, pois é obrigatório que sua remuneração seja realizada, 
exclusivamente, por subsídio, que é parcela única, vedado o acréscimo de qualquer parcela remuneratória. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra C. 
 
A CF, em seu art. 37, XIV diz: os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão 
computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores. 
 
Veda-se, assim, o famoso “efeito cascata”, pelo qual determinada vantagem poderia ser calculada levando 
em conta para formação da base de cálculo o valor de outra vantagem anteriormente concedida, 
independentemente de seu título ou fundamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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21 Questões comentadas para OAB – Direito Administrativo 
QUESTÃO 21 - FGV - 2022 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXIV - Primeira Fase 
 
Com vistas a atender a relevante interesse social e coletivo, o Estado Alfa decidiu criar uma sociedade de 
economia mista para o desempenho de atividade econômica de sua competência. 
Após os devidos trâmites para a criação de tal pessoa jurídica, designada de Empreendere, verificou-se a 
necessidade da contratação de pessoal para que a entidade administrativa pudesse desempenhar suas 
atividades. 
Considerando a situação delimitada, assinale a afirmativa correta. 
 
A) Por desempenhar atividade econômica, não há necessidade de Empreendere realizar concurso público 
para a contratação de pessoal. 
B) Por se tratar de pessoa jurídica de direito privado, a criação de Empreendere não depende de autorização 
legislativa. 
C) O regime de pessoal a ser adotado por Empreendere será o de emprego público, ou seja, o regime celetista. 
D) Empreendere é uma pessoa jurídica de direito público, cuja criação decorre diretamente da lei, 
independentemente do registro dos atos constitutivos. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra C. 
 
Alternativa A - ERRADA. A exigência de concurso público para investidura em cargos, empregos e funções nas 
entidades da administração indireta foi introduzida pelo art. 37, II, da Constituição de 1988. 
 
Alternativa B - ERRADA Sociedade de Economia Mista depende de autorização para sua criação, artigo 37, 
XIX, CRFB/88. 
 
Alternativa C - CERTA 
 
Alternativa D - ERRADA a criação é autorizada mediante lei, mas a respectiva criação se dá com registro dos 
atos constitutivos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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22 Questões comentadas para OAB – Direito Administrativo 
QUESTÃO 22 - FGV - 2022 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXIV - Primeira Fase 
 
O Parque de Diversões Alegrias ABC obteve legalmente autorização do Município Alfa para uso de bem 
público, de maneira a montar suas instalações e exercer suas atividades em determinada praça pública, 
pelo período de três meses. Um mês após a edição do ato de autorização de uso, sobreveio legislação 
municipal, alterando o plano diretor da cidade, tornando aquela área residencial e proibindo 
expressamente sua autorização de uso para fins recreativos, como a instalação de parques de diversão. 
No caso em tela, houve extinção do ato administrativo de autorização de uso inicialmente válido por meio 
da 
 
A) cassação, devendo a autoridade municipal que emitiu o ato revogá-lo expressamente para o fiel 
cumprimento da lei e o Parque de Diversões Alegrias ABC não tem direito à indenização. 
B) caducidade, por força de ilegalidade superveniente causada pela alteração legislativa, sem culpa do 
beneficiário do ato Parque de Diversões Alegrias ABC. 
C) anulação, que ocorre de forma tácita, em razão de fato do príncipe superveniente, consistente na 
alteração do plano diretor da cidade, com direito de indenização ao Parque de Diversões Alegrias ABC. 
D) contraposição, por força de ilegalidade superveniente decorrente da nova lei municipal editada, devendo 
ser perquirida eventual culpa do Parque de Diversões Alegrias ABC. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra B. 
 
Houve a extinção do ato administrativo de autorização de uso inicialmente válido, posteriormente 
considerado inválido em razão de lei superveniente, por meio da caducidade, sem culpa do beneficiário do 
ato Parque de Diversões. Com efeito, somente quando surge uma lei superior superveniente, criando uma 
nova norma que torna incompatível a manutenção do ato, ocorre a caducidade. 
 
Formas de extinção de atos ADM: 
 
Anulação: extinção de ato concebido de forma ilegal. 
Cassação: ilegalidade superveniente cometida pelo beneficiário do ato. 
Caducidade: legislação superveniente torna aquele ato ilegal, ou seja, incompatível com o novo 
ordenamento jurídico, sem culpa do beneficiário. 
Revogação: ato extinto por não ser mais oportuno e conveniente para a AP. Lembrando que nesta hipótese 
o ato é criado legalmente. 
Contraposição: novo ato ADM extingue o ato anteriormente criado, contrapondo-se a este.Este é um conteúdo exclusivo do @guiadaoab | Proibido qualquer tipo de comercialização 
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23 Questões comentadas para OAB – Direito Administrativo 
QUESTÃO 23 - FGV - 2021 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXIII - Primeira Fase 
 
João da Silva, Governador do Estado Alfa, de forma dolosa, no exercício das funções, revelou, em entrevista 
a veículo de imprensa, fato de que tinha ciência em razão de suas atribuições e que devia permanecer em 
segredo, consistente em relatório de inteligência policial, cujas diligências ainda estavam em curso. A 
publicização indevida comprometeu as atividades de inteligência, bem como de investigação em 
andamento, relacionadas com a prevenção e repressão de infrações. 
O Ministério Público estadual instaurou inquérito civil para apurar os fatos e, finda a investigação, restou 
comprovada a prática de ato ilícito, razão pela qual o MP ajuizou ação 
 
A) civil pública por ato de improbidade administrativa que atentou contra os princípios da administração 
pública. 
B) por crime de responsabilidade, já que nenhum agente político se sujeita ao regime jurídico da lei de 
improbidade administrativa. 
C) por crime de responsabilidade, já que Governador de Estado não se sujeita ao regime jurídico da lei de 
improbidade administrativa. 
D) civil pública com pedido de impeachment, por abuso de poder político e ofensa ao decoro e à moralidade 
administrativa 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra A. 
 
A presente questão será comentada à luz da nova redação da Lei 8.429/92, trazida pela Lei 14.230/2021, que 
alterou diversos dispositivos de tal diploma legal; 
 
Dito isso, da leitura do enunciado, percebe-se que a conduta do hipotético Governador de Estado amolda-se 
ao teor do art. 11, III, da Lei 8.429/92, constituindo, portanto, ato de improbidade administrativa que atenta 
contra os princípios da administração pública. 
 
No ponto, confira-se: 
"Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública a ação ou omissão 
dolosa que viole os deveres de honestidade, de imparcialidade e de legalidade, caracterizada por uma das seguintes condutas: 
(...) 
III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva permanecer em segredo, propiciando 
beneficiamento por informação privilegiada ou colocando em risco a segurança da sociedade e do Estado;" 
 
Refira-se que, mesmo após alteração deste dispositivo legal, o comportamento descrito pela Banca 
permanece passível de punição, nos precisos termos de tal diploma legal. 
Do exposto, vejamos as opções lançadas: 
 
a) Certo: 
Em perfeita sintonia com os fundamentos acima expostos. Logo, sem erros neste item. 
 
b) Errado: 
Eis o teor do art. 2º da Lei 8.429/92, em sua nova redação, ao esclarecer o que se deve entender por agente 
público: 
"Art. 2º Para os efeitos desta Lei, consideram-se agente público o agente político, o servidor público e todo aquele que exerce, ainda 
que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura 
ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades referidas no art. 1º desta Lei." 
 
Está expresso, portanto, que os agentes políticos são abraçados pelos ditames da Lei de Improbidade 
Administrativa. 
Trata-se, ademais, de entendimento já consagrado, conforme exposto pelo STJ em sua coletânea 
denominada "Jurisprudência em Teses", edição n.º 40, enunciado n.º 1, abaixo transcrito: 
 
 
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24 Questões comentadas para OAB – Direito Administrativo 
"Os agentes políticos sujeitos a crime de responsabilidade, ressalvados os atos ímprobos cometidos pelo Presidente da República 
(art. 86 da CF) e pelos Ministros do Supremo Tribunal Federal, não são imunes às sanções por ato de improbidade previstas no art. 
37, §4º, da CF." 
Logo, incorreta esta opção. 
 
c) Errado: 
Os fundamentos acima expostos revelam o desacerto deste item. Adicione-se, ainda, a compreensão firmada 
pelo STF, na linha da qual os agentes políticos submetem-se a duplo regime sancionatório, vale dizer, baseado 
na lei de improbidade administrativa e nos crimes de responsabilidade. No ponto, confira-se: 
 
"Direito Constitucional. Agravo Regimental em Petição. Sujeição dos Agentes Políticos a Duplo Regime Sancionatório em Matéria de 
Improbidade. Impossibilidade de Extensão do Foro por Prerrogativa de Função à Ação de Improbidade Administrativa. 1. Os agentes 
políticos, com exceção do Presidente da República, encontram-se sujeitos a um duplo regime sancionatório, de modo que se 
submetem tanto à responsabilização civil pelos atos de improbidade administrativa, quanto à responsabilização político-
administrativa por crimes de responsabilidade. Não há qualquer impedimento à concorrência de esferas de responsabilização 
distintas, de modo que carece de fundamento constitucional a tentativa de imunizar os agentes políticos das sanções da ação de 
improbidade administrativa, a pretexto de que estas seriam absorvidas pelo crime de responsabilidade. A única exceção ao duplo 
regime sancionatório em matéria de improbidade se refere aos atos praticados pelo Presidente da República, conforme previsão do 
art. 85, V, da Constituição. 2. O foro especial por prerrogativa de função previsto na Constituição Federal em relação às infrações 
penais comuns não é extensível às ações de improbidade administrativa, de natureza civil. Em primeiro lugar, o foro privilegiado é 
destinado a abarcar apenas as infrações penais. A suposta gravidade das sanções previstas no art. 37, § 4º, da Constituição, não 
reveste a ação de improbidade administrativa de natureza penal. Em segundo lugar, o foro privilegiado submete-se a regime de 
direito estrito, já que representa exceção aos princípios estruturantes da igualdade e da república. Não comporta, portanto, 
ampliação a hipóteses não expressamente previstas no texto constitucional. E isso especialmente porque, na hipótese, não há lacuna 
constitucional, mas legítima opção do poder constituinte originário em não instituir foro privilegiado para o processo e julgamento 
de agentes políticos pela prática de atos de improbidade na esfera civil. Por fim, a fixação de competência para julgar a ação de 
improbidade no 1o grau de jurisdição, além de constituir fórmula mais republicana, é atenta às capacidades institucionais dos 
diferentes graus de jurisdição para a realização da instrução processual, de modo a promover maior eficiência no combate à 
corrupção e na proteção à moralidade administrativa. 3. Agravo regimental a que se nega provimento. 
(Pet-AgR 3240, rel. Ministro TEORI ZAVASCKI, Plenário, 10.5.2018) 
 
d) Errado: 
Os pedidos de impeachment de agentes políticos não podem ser manejados via ação civil pública, mas sim 
através do rito procedimental específico, vazado nos diplomas legais respectivos (Lei 1079/50 e Decreto-lei 
201/67), sendo certo que se cuida de processos que transcorrem perante os correspondentes Parlamentos 
(Senado Federal, Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais), conforme o caso. 
 
O objeto da ação civil pública a ser proposta, em rigor, consiste na apuração dos atos de improbidade 
administrativa, conforme exaustivamente demonstrado em linhas anteriores destes comentários. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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25 Questões comentadas para OAB – Direito Administrativo 
QUESTÃO 24 - FGV - 2021 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXIII - Primeira Fase 
 
Luciano, proprietário de um terreno localizado no Município Ômega, viajou para o exterior, pelo período 
de 8 meses, para realizar curso de especialização profissional. 
Quando retornou de viagem, verificou que o Município, sem expedir qualquer notificação, de forma 
irregular e ilícita,invadiu sua propriedade e construiu uma escola, em verdadeiro apossamento 
administrativo. As aulas na nova escola municipal já se iniciaram há dois meses e verifica-se a evidente 
impossibilidade de se reverter a situação sem ensejar prejuízos aos interesses da coletividade. 
Ao buscar assistência jurídica junto a conhecido escritório de advocacia, foi manejada em favor de Luciano 
ação de 
 
A) indenização por retrocessão, por abuso de poder da municipalidade, que gera direito à justa e imediata 
indenização, exigível quando do trânsito em julgado da ação. 
B) indenização por desapropriação indireta, que visa à justa e posterior indenização, a ser paga por meio de 
precatório. 
C) reintegração de posse por tredestinação ilícita, por desvio de finalidade, que visa à justa e posterior 
indenização, a ser paga por meio de precatório. 
D) interdito proibitório por desvio de finalidade, que gera direito à justa e imediata indenização, exigível 
quando do trânsito em julgado da ação. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra B. 
Vejamos as opções propostas pela Banca: 
 
a) Errado: 
 
A retrocessão tem por objeto a devolução do bem ao patrimônio particular, em razão de o Poder Público, 
após a desapropriação, não o ter utilizado para a satisfação de um interesse público. Não é esse o caso em 
exame, no qual, em rigor, o bem foi canalizado para uma finalidade pública, restou afetado, porém, sem 
observar o devido processo legal atinente à desapropriação, o que configura a desapropriação indireta. 
 
b) Certo: 
 
Como exposto, realmente, seria caso de desapropriação indireta, que rende ensejo ao pagamento de 
indenização ao particular desapossado. Ademais, por se tratar de valor a ser recebido através de demanda 
judicial, deve ser observada a técnica de pagamento via precatórios, na forma do art. 100 da CRFB. 
 
c) Errado: 
 
Não é devida a reintegração de posse, uma vez que houve a afetação do bem a uma finalidade pública, 
devendo a controvérsia ser resolvida mediante o pagamento de indenização, por desapropriação indireta. A 
tredestinação ilícita, ademais, configura-se quando o Poder Público realiza o procedimento de 
desapropriação, mas não confere ao bem uma finalidade pública, o que também não foi o caso. 
 
d) Errado: 
 
Novamente, não se trata de interdito proibitório, visto que o objetivo não é a defesa da posse, mas sim a 
obtenção de indenização, face ao apossamento administrativo, seguido de destinação pública do bem. 
 
 
 
 
 
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26 Questões comentadas para OAB – Direito Administrativo 
QUESTÃO 25 - FGV - 2021 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXIII - Primeira Fase 
 
Para fins de contratar serviço de engenharia necessário ao desenvolvimento de sua atividade, que não 
abarca reforma de edifício ou equipamento, certa empresa pública federal realizou licitação, na forma da 
Lei nº 13.303/16. A sociedade empresária Feliz sagrou-se vencedora do certame. Após regular formalização 
do contrato, a entidade administrativa, diante do advento de nova tecnologia relevante, decidiu alterar as 
especificações do objeto, mediante aditamento. 
Acerca dessa situação hipotética, assinale a afirmativa correta. 
 
A) Ainda que haja acordo entre as partes, a alteração do contrato pretendida não é possível, em decorrência 
do princípio de que o pactuado deve ser respeitado. 
B) A empresa pública tem a prerrogativa de realizar a alteração do contrato, independentemente de acordo 
com a sociedade empresária Feliz. 
C) A alteração do contrato depende de acordo com a sociedade empresária Feliz e deve respeitar o limite 
estabelecido na lei de regência. 
D) Se houver acordo entre as partes, não há limitação para a alteração do contrato formalizado com a 
sociedade empresária Feliz. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra C. 
 
A Nova Lei de Licitações, n. 14.133/2021 elenca, da mesma forma como ocorria na Lei n. 8.666/1993, 
hipóteses em que se admite a alteração dos contratos administrativos. 
 
O inciso I do artigo 123 da Lei n. 14.133/2021 lista aquelas alterações que podem ser promovidas 
unilateralmente pela Administração e o inciso II do mesmo dispositivo retrata as que podem ser promovidas 
por acordo entre as partes. 
 
Dentre estas figuras aquela que visa a restabelecer o equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato 
abalado em função da ocorrência de casos de força maior, fortuito ou do príncipe ou em decorrência de fatos 
imprevisíveis ou previsíveis de consequências incalculáveis, que inviabilizem a execução do contrato tal como 
pactuado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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27 Questões comentadas para OAB – Direito Administrativo 
QUESTÃO 26 - FGV - 2021 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXIII - Primeira Fase 
 
Há muitos anos, Bruno invadiu sorrateiramente uma terra devoluta indispensável à defesa de fronteira, 
que já havia sido devidamente discriminada. Como não houve oposição, Bruno construiu uma casa, na qual 
passou a residir com sua família, além de usar o terreno subjacente para a agricultura de subsistência. 
A União, muitos anos depois do início da utilização do bem por Bruno, promoveu a sua notificação para 
desocupar o imóvel, em decorrência de sua finalidade de interesse público. 
Na qualidade de advogado(a) consultado(a) por Bruno, assinale a afirmativa correta. 
 
A) Bruno terá que desocupar o bem em questão e não terá direito à indenização pelas acessões e benfeitorias 
realizadas, pois era mero detentor do bem da União. 
B) A União não poderia ter notificado Bruno para desocupar bem que não lhe pertence, na medida em que 
todas as terras devolutas são de propriedade dos estados em que se situam. 
C) Bruno pode invocar o direito fundamental à moradia para reter o bem em questão, até que a União efetue 
o pagamento pelas acessões e benfeitorias realizadas. 
D) Caso Bruno preencha os requisitos da usucapião extraordinária, não precisará desocupar o imóvel da 
União. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra A. 
 
Conforme precedentes do STJ, o particular jamais exerce poderes de propriedade (art. 1.196 do CC) sobre 
imóvel público, impassível de usucapião (art. 183, § 3º, da CF). Não poderá, portanto, ser considerado 
possuidor dessas áreas, senão mero detentor. 
 
Essa impossibilidade, por si só, afasta a viabilidade de indenização por acessões ou benfeitorias, pois não 
prescindem da posse de boa-fé (arts. 1.219 e 1.255 do CC) 
 
Dessa forma, é inadmissível que um particular retenha imóvel público, sob qualquer fundamento, pois seria 
reconhecer, por via transversa, a posse privada do bem coletivo, o que está em desarmonia com o Princípio 
da Indisponibilidade do Patrimônio Público. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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28 Questões comentadas para OAB – Direito Administrativo 
QUESTÃO 27 - FGV - 2021 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXII - Primeira Fase 
 
O Município Delta está passando por graves dificuldades financeiras e recebeu da sociedade empresária 
Incorporatudo uma proposta para alienar determinada praça pública, situada em bairro valorizado, por 
montante consideravelmente superior ao praticado no mercado, em decorrência do grande interesse que 
a Incorporatudo tem de promover um empreendimento de luxo no local. Diante dessa situação hipotética, 
assinale a afirmativa correta. 
 
A) O Município Delta pode alienar o bem em questão, mediante autorização por Decreto e sem licitação, 
diante da obtenção do lucro que poderia ser revertido para a coletividade. 
B) O bem em foco, por ser dominical, poderia ser alienado pelo Município Delta mediante autorização 
legislativa, dispensada a licitação em razão do alto valor oferecido. 
C) O bem público em comento, emrazão de ser de uso comum, só poderia ser alienado se houvesse a sua 
prévia desafetação e fossem seguidos os ditames da lei geral de licitações. 
D) O bem de uso especial é passível de alienação pelo Município Delta, apesar de, na hipótese, ser necessária 
a licitação. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra C. 
 
Candidato, primeiro você precisa saber a classificação de bens públicos, quanto à destinação: 
 
a) Bens de uso comum: rios, mares, estradas, ruas e praças. 
 
b) Bens de uso especial: os utilizados pela administração pública (os edifícios...) 
 
c) Bens dominicais: são aqueles que não são de uso comum do povo nem de uso especial, constituindo o 
patrimônio das pessoas de direito público, como objetos de direito pessoal ou real, como os bens móveis 
inservíveis e a dívida ativa. 
 
Os bens dominicais podem ser alienados, desde que observadas as exigências da lei. 
 
Por outro lado, os bens de uso comum e de uso especial não podem ser alienados. Para que isso seja possível, 
eles devem ser previamente desafetados, isto é, passarem a ostentar a qualidade de bens dominicais. 
 
São condições para alienação de bens de uso comum e de uso especial: 
 
- Que o bem estar desafetado. 
 
- A declaração de interesse público. 
 
- Prévia avaliação do bem (servirá de parâmetro para definir o valor da venda). 
 
No caso em apreço, o Município queria alienar uma praça pública (bem de uso comum). Para isso, deverá 
haver prévia desafetação (trocar a qualidade de bem de uso comum para bem dominical), além de observar 
as regras de licitação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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29 Questões comentadas para OAB – Direito Administrativo 
QUESTÃO 28 - FGV - 2021 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXII - Primeira Fase 
 
A União, diante da necessidade de utilização do imóvel produtivo de Astrobaldo para fazer passar 
importante oleoduto, fez editar Decreto que declarou a utilidade pública do bem para tal finalidade e 
determinou que a concessionária do setor levasse a efeito a mencionada intervenção, na forma do 
contrato de concessão, de modo a instituir o respectivo direito real de gozo para a Administração Pública. 
Astrobaldo recusou-se a permitir o ingresso de prepostos da referida sociedade no bem para realizar as 
respectivas obras, o que levou a concessionária a ajuizar ação específica, com pedido liminar de imissão 
provisória na posse, para a implementação do estabelecido no Decreto. Diante dessa situação hipotética, 
assinale a afirmativa correta. 
 
A) A concessionária não poderia levar a efeito a intervenção do Estado na propriedade pretendida pela União, 
porque não pode exercer poder de polícia. 
B) A intervenção do Estado na propriedade pretendida é a requisição, considerando a necessidade do bem 
de Astrobaldo para a realização de serviço público. 
C) O pedido de imissão provisória na posse foi equivocado, porque não é cabível o procedimento da ação de 
desapropriação na intervenção em comento, cuja modalidade é a servidão. 
D) O eventual deferimento da imissão provisória na posse importará no dever de acrescer juros 
compensatórios sobre a indenização que venha a ser determinada no processo. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra D. 
 
Se o proprietário não concordar, o Administrador terá que recorrer à via judicial, em razão do direito à 
inviolabilidade de domicílio, previsto no art. 5º, XI da CF, sendo vedada a entrada compulsória. 
 
A fase executória pode ser realizada pelos concessionários de serviços públicos e os estabelecimentos de 
caráter público ou que exerçam funções delegadas de poder público poderão promover desapropriações 
mediante autorização expressa no contrato de concessão. (art. 3º do DL 3365/41) 
 
Como o proprietário não permite a entrada dos prepostos da Concessionária, a mesma resolve ingressar com 
ação judicial solicitando a imissão provisória na posse, nos termos do art. 15 do DL N. 3365/41). 
 
No caso de imissão prévia na posse, na desapropriação por necessidade ou utilidade pública e interesse 
social, inclusive para fins de reforma agrária, havendo divergência entre o preço ofertado em juízo e o valor 
do bem, fixado na sentença, expressos em termos reais, incidirão juros compensatórios sobre o valor da 
diferença eventualmente apurada, a contar da imissão na posse. 
 
A possibilidade do pagamento de juros compensatório previsto no art. 15-A do DL 3365/41 foi objeto de 
súmulas do STF e do STJ. 
 
Súmula 164 do STF. “No processo de desapropriação, são devidos juros compensatórios desde a antecipada 
imissão de posse, ordenada pelo juiz, por motivo de urgência”. 
Súmula 69 do STJ. “Na desapropriação direta, os juros compensatórios são devidos desde a antecipada 
imissão na posse e, na desapropriação indireta, a partir da efetiva ocupação do imóvel.” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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30 Questões comentadas para OAB – Direito Administrativo 
QUESTÃO 29 - FGV - 2021 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXII - Primeira Fase 
 
Ao tomar conhecimento de fraude em licitação ocorrida em novembro de 2013, decorrente de conluio 
entre a sociedade empresária Espertinha e Garibaldo, servidor ocupante, exclusivamente, de cargo 
comissionado, o Ministério Público, em janeiro de 2019, ajuizou ação civil pública por improbidade, em 
razão de ato que causou prejuízo ao erário, em desfavor de ambos os envolvidos. Comunicada de tais fatos, 
a Administração Pública demitiu Garibaldo em abril de 2019, após garantir-lhe ampla defesa e 
contraditório em processo administrativo. Sobre a questão apresentada, na qualidade de advogado 
consultado pela sociedade empresária Espertinha, especificamente sobre a possibilidade de aplicação da 
sanção de proibição de contratar com a Administração Pública e receber benefícios fiscais, assinale a 
afirmativa correta. 
 
A) A prescrição da pretensão ministerial de aplicação da sanção questionada para qualquer dos demandados 
não se consumou, pois estes se submetem ao mesmo prazo extintivo, que apenas se iniciou com a demissão 
de Garibaldo do cargo comissionado. 
B) A pretensão do Ministério Público, de aplicação da sanção questionada, está prescrita em relação a 
Garibaldo e à sociedade empresária Espertinha, dado que o prazo relativo a ambos iniciou-se com a 
realização da conduta. 
C) A prescrição da pretensão ministerial para aplicação da sanção apenas em relação à sociedade empresária 
Espertinha operou-se, na medida em que o prazo a ela aplicável iniciou-se com a realização da conduta. 
D) A sociedade empresária Espertinha, por não se enquadrar no conceito de agente público, não pode 
responder por improbidade administrativa, não sendo a ela aplicável a sanção questionada. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra A. 
 
Vejamos as opções: 
a) Certo: 
 
De fato, em relação aos particulares, sejam pessoas naturais, sejam pessoas jurídicas, como no caso, o 
entendimento jurisprudencial é no sentido de que se deve aplicar o mesmo prazo atinente ao agente público 
envolvido no ato de improbidade administrativa. 
 
Em se tratando de servidor ocupante de cargo comissionado, aplica-se a regra do art. 23, I, da Lei 8.429/92, 
in verbis: 
 
"Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nesta lei podem ser propostas: 
I - até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança;" 
 
Na espécie, o servidor comissionado ainda se encontrava ocupando o cargo público quando da propositura 
da ação de improbidade administrativa (janeiro de 2019), uma vez que somente veio a ser demitido 
posteriormente (abril de 2019). Destarte, é de se concluir que sequer havia se iniciado o prazo prescricional 
quando do ajuizamento da ação, razão pela qual, de fato, não houve prescrição em relação ao servidor e, por 
extensão, à pessoa jurídica que se beneficiou do ato ímprobo.

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