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Diversidade étnica na formação do Brasil

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28/09/2023, 15:08 Diversidade étnica na formação do Brasil
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03467/index.html# 1/51
Diversidade étnica na formação do Brasil
Prof.ª Renata Figueiredo Moraes
Descrição
A formação do Brasil e sua diversidade. Os primeiros povos do país. O
impacto da chegada dos portugueses e dos demais imigrantes. A
presença africana na formação do Brasil. Os intérpretes do país e de
suas identidades.
Propósito
A diversidade étnica do Brasil está em construção e possui diferentes
etapas. A construção do “brasileiro” e de sua identidade não foi um
processo único; portanto, não podemos descartar os conflitos e as
hierarquias, principalmente na interpretação de grandes autores, sobre a
origem do país.
Preparação
Um prerrequisito para a absorção deste conteúdo é a leitura de um
importante documento: a Carta de Pero Vaz de Caminha.
Objetivos
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Módulo 1
Os indígenas e os contatos com os
europeus
Discutir a diversidade étnica do Brasil a partir dos diferentes povos
indígenas.
Módulo 2
Os europeus no Brasil
Relacionar a presença dos europeus e o impacto para a formação da
diversidade étnica no Brasil.
Módulo 3
Os africanos no Brasil
Identificar os africanos no Brasil como parte da nossa diversidade
étnica.
Módulo 4
Interpretações sobre o Brasil
Discutir o tratamento da diversidade étnica no Brasil pela
intelectualidade brasileira.
O Brasil foi formado por milhares de nações. A diversidade de
língua, de cor, de cultura e de costumes foi a marca da formação do
Introdução
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1 - Os indígenas e os contatos com os europeus
Ao �nal deste módulo, você será capaz de discutir a diversidade étnica
do Brasil a partir dos diferentes povos indígenas.
país e da sua identidade. Ao se discutir a diversidade étnica,
também é preciso pensar na palavra “etnia”, que foi criada pelas
Ciências Sociais em oposição ao termo “cultura”, reconhecendo,
assim, uma “etnia” em contraste com outra.
Desse modo, pensar a diversidade étnica do Brasil é refletir sobre
as oposições de povos e de grupos sociais que aqui estiveram
antes mesmo da chegada dos portugueses — e depois deles. A
presença dos europeus provocou mudanças profundas no que se
refere ao território, à exploração dos recursos naturais e humanos
e, principalmente, à diversidade cultural e étnica.
Apesar de tal diversidade inerente à nossa formação, intelectuais e
autoridades do Império e da República se esforçaram em criar uma
ideia sobre o que é ser “brasileiro”, principalmente a respeito da cor
e da cultura desse sujeito. Tal tentativa de definição fez parte dos
esforços de gerações de intelectuais, os quais até hoje não
chegaram a um consenso, uma vez que ele não existe.
A identidade nacional é constantemente criada no contraste com
outras identidades. Dessa forma, pensar a diversidade étnica é ver
nos indígenas, nos africanos e nos europeus uma origem do que é
ser brasileiro apesar da própria maleabilidade dos conceitos de
“indígenas”, “africanos” e “europeus”.
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O encontro
Início do Brasil?
A chegada dos europeus às Américas foi determinante para a
constituição de uma identidade americana, principalmente diante da
exploração que eles fizeram sobre os povos nativos. O contato deles
com os nativos, mais especificamente dos portugueses nas regiões do
Brasil, marcava o início da formação de uma identidade americana que
não seria única. Pelo contrário, já que a diversidade étnica é a principal
característica dessa identidade.
Dessa maneira, é fundamental discutir primeiramente
quem eram os povos nativos que viviam no Brasil na
ocasião da chegada dos portugueses. Um dos
primeiros pontos que devemos levar em consideração
é o apagamento das diversidades étnicas existentes
entre os povos indígenas.
Os europeus criaram a categoria “índios” após o primeiro contato em
1492 com os povos nativos, que passaram a ser chamados assim. Essa
nova categoria homogeneizou uma variedade de grupos etnolinguísticos
em diferentes partes das Américas.
No Brasil, na ocasião da chegada dos portugueses, existiam
aproximadamente mil povos e quase 5 milhões de pessoas com etnias,
idiomas e tradições diferentes. Tudo isso foi apagado pelo colonizador,
aprofundando-se na organização dos indígenas em aldeias, forma
implementada pelos portugueses para agregá-los e, com isso, mantê-los
sob controle.
O desembarque dos portugueses no Brasil ao ser descoberto por Pedro Álvares Cabral em 1500,
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por Roque Gameiro.
Nessas aldeias, não eram consideradas as diversidades étnicas,
linguísticas, ritualísticas e religiosas, sendo, assim, ignoradas as
especificidades de povos tão distintos durante todo o processo da
colonização. Com a chegada de novos indígenas de forma compulsória,
esses aldeamentos, que poderiam ser religiosos ou civis, não
conseguiram se reproduzir biologicamente, e sim de forma predatória.
A história da ação dos indígenas, da negociação e da sua resistência é
sintetizada em argumentos de que eles eram um grupo frágil, rebelde ou
violento e que, por esses motivos, foram sendo eliminados ao longo de
batalhas que, aos olhos dos colonizadores, eram justas. Sob o manto de
tais argumentos, cerca de 90% da população existente no continente
americano foi eliminada no primeiro século de colonização.
Comentário
Além do apagamento das identidades étnicas e de uma
supervalorização do desempenho dos colonizadores, esse grupo social
aparece na crônica da extinção como vítima passiva e em papéis
secundários e depreciativos. Tal fator lhes causa uma dupla violência: a
física e, em seguida, a histórica.
Os sobreviventes desse genocídio, inédito na história da humanidade,
lutaram para preservar suas identidades, histórias, memórias e
tradições.
A diversidade étnica
Índios? Que índios?
A autora Maria Regina de Almeida (2013) destaca como é problemática
a designação dos grupos étnicos por conta do desconhecimento dos
portugueses em identificar e compreender a etimologia indígena.
Os tupis
No início da colonização, no século XVI, os tupis predominavam na
costa e na bacia do Paraná-Paraguai, estabelecendo mais contato com
os portugueses. Uma hipótese dos pesquisadores é que esse grupo
tenha se dispersado da região antes de sua conquista.
Os tupinambás são um exemplo da dificuldade apontada por Almeida,
que seriam um subgrupo dos tupis que habitavam na região costeira do
Ceará até Iguape. A expressão “tupinambá”, contudo, também serve
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para designar tanto os vários grupos de tupis que habitavam o litoral
quanto um de seus subgrupos.
As rivalidades interétnicas foram exploradas pelos portugueses no
processo de dominação. Uma delas era a existente entre os tupis e os
tapuia. Aproveitando-se dessas rivalidades, eles reclassificaram os
grupos e os denominaram como “mansos” e “bravios”.
Os tapuias que ficavam no interior do território eram tidos como
selvagens, bárbaros e antropófagos, ao contrário dos tupis, que viviam
no litoral e eram vistos como aliados pelos portugueses.
Índio Tupi, por Albert Eckhout, 1643.
De fato, o termo “tapuia” se referia, de forma genérica, a um grupo de
oposição aos tupis, fator que influenciou o olhar europeu sobre esse
grupo, dando-lhe características negativas e bárbaras.
Por outro lado, os tapuias foram aliados dos holandeses no período em
que eles ocuparam a região de Recifepelo fato de esse grupo indígena
ser um inimigo dos portugueses. Com isso, rivalidades étnicas eram
alimentadas por diferentes povos europeus que ocuparam a região do
Brasil em tempos distintos.
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Sendo assim, muitas dessas nomenclaturas étnicas
foram dadas por cronistas. A partir de algumas
situações específicas, elas acabaram por caracterizar
um grupo, mas não devem ser vistas como categorias
fixas, destaca John Monteiro: “o processo de invenção
de um Brasil indígena envolveu a criação de um amplo
repertório de nomes étnicos e de categorias sociais
que buscava classificar e tornar compreensível o rico
painel de línguas e culturas antes desconhecidas pelos
europeus” (ALMEIDA, 2013, p. 51).
Os cronistas influenciaram a caracterização de grupo “inimigo” e outro
“amigo”, uma vez que os europeus interferiram nas guerras intertribais e
nas relações interétnicas. Por isso, tais características foram dadas a
partir de uma conjuntura específica de conflito e sobrevivência na qual a
presença europeia, seus artefatos e sua “amizade” poderiam determinar
o destino de um grupo.
Hora de resistir
A experiência desse contato fez com que os indígenas reelaborassem
comportamentos, atitudes e valores, alterando relações, história e
identidade. Essa reelaboração está dentro de uma concepção de cultura
que se forma e se transforma dentro dos processos históricos,
alimentada pelas expectativas dos homens que viveram esses
processos.
Com os indígenas tal processo não foi diferente, sendo impossível aos
grupos que tiveram contato com os portugueses permanecer os
mesmos depois dessa experiência. Assim, as etnias se reelaboraram, se
rearticularam e construíram movimentos conforme as motivações do
momento.
Esse é um ponto importante para que possamos ver os
indígenas como grupo social em constante movimento
e seguindo uma lógica dos demais grupos que por aqui
chegaram. A reelaboração dos movimentos e da
identidade faz parte de qualquer sociedade — e, com
os indígenas, não foi diferente.
Na experiência dos aldeamentos, a convivência com portugueses,
jesuítas e uma mistura de grupos étnicos não tirou desses aldeados a
sua identidade indígena; pelo contrário, ela os colocou numa condição
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distinta dos outros grupos sociais da colônia, sendo submetidos a
algumas regras e tendo alguns direitos.
Nos aldeamentos, os aldeados conheceram outras culturas e histórias,
convivendo não apenas com outras etnias, mas também com outros
grupos, como mestiços, colonos e missionários. Além disso, eles
aprenderam novas práticas culturais e políticas, tendo as aldeias um
papel para a ressocialização dos povos indígenas.
Soldados índios da província de Curitiba, escoltando índios prisioneiros, por Jean Baptist Debret,
1834.
A experiência do contato fez com que muitos indígenas adotassem
hábitos dos colonizadores, alterando seus modos de vida e dando novas
interpretações ao seu sistema cultura já existente. No entanto, essa
situação não fez com que eles deixassem de ser “índios” ou que se
criasse uma ideia de “índio falso” e “índio legítimo”.
Tal ideia reforçaria a crença de que esse grupo estaria condenado a um
imobilismo histórico apesar das experiências de contato com outros
grupos. Assim como qualquer outro agrupamento, os índios estão
sujeitos a mudanças históricas, sem que, com isso, precisem abandonar
totalmente suas culturas e identidades.
Todos os grupos que formaram o Brasil se transformaram, mas o
indígena parece condenando a um imobilismo. Além disso, qualquer
mudança é vista como uma falsidade e um movimento errado.
Formas de colonização
Re�exão
Nos primeiros anos da colonização, os índios interagiram com os
agentes presentes no processo de construção da sociedade colonial
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buscando os próprios ganhos. Com negociações e perdas, as aldeias
tiveram outro tipo de vivência e de experiência de contato.
A sociedade colonial se formou a partir de dois movimentos:
Miscigenação
Adaptação cultural
Os indígenas estiveram envolvidos nesses dois processos. Ambos
provocaram a reelaboração de comportamentos, valores, crenças,
interesses e objetivos e a construção de histórias e identidades por
parte de todos os sujeitos envolvidos, sejam eles colonizadores ou
colonizados.
Cabe reconhecer quão complexos eram os contatos entre os índios e os
demais agentes sociais, que muitas vezes tinham atitudes ambíguas e
incoerentes, sendo constantemente reformulados por suas experiências
cotidianas na colônia.
Na reflexão acerca da diversidade étnica do Brasil, os
povos nativos também precisam ser protagonistas
desse relato, já que não foram anulados nem física,
nem politicamente nos contatos com os europeus.
Desse modo, eles contribuíram para uma cultura e uma
religião brasileira de diferentes modos.
Os indígenas conseguiram recriar suas identidades nos séculos
seguintes a partir das diferentes formas como viveram a colonização,
seja como índios aldeados, súditos cristãos ou simplesmente sem
contato com o colonizador. De toda forma, eles não desapareceram nem
foram totalmente assimilados, como faz crer uma história que nos foi
contada e que deixa apenas no passado esse grupo.
Nos séculos seguintes, principalmente após a independência do Brasil,
em 1822, os indígenas permaneceram atuando em outras esferas como
forma de resistência e recriando suas identidades, sua cultura e sua
história. Essa atuação fez com que eles sobrevivessem a despeito dos
esforços de políticas públicas, desde os tempos da colônia, do Império e
mais fortemente na República, para eliminar essa população.
Segundo Manuela Carneiro da Cunha (2012), ”o que é hoje o Brasil
indígena são fragmentos de um tecido social cuja trama, muito mais
complexa e abrangente, cobria provavelmente o território como um
todo”. De acordo com dados do IBGE, o país conta com 305 etnias
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indígenas e 274 línguas diferentes, correspondendo a um percentual de
0,47% da população.
Atenção!
Esses números são constantemente alterados por fatores sociais, como
à não realização do Censo (prevista para 2020) e os efeitos da
pandemia da covid-19, mas serve como referência e comparação a
números posteriores.
Os povos originários e a
identidade brasileira
Assista agora a um vídeo que apresenta um estudo de caso baseado em
documentos da época.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
(Enem – 2016 – adaptada)
TEXTO I
Documentos do século XVI algumas vezes se referem aos
habitantes indígenas como “os brasis” ou “gente Brasília”, e,
ocasionalmente no século XVII, o termo “brasileiro” era a eles
aplicado, mas as referências ao status econômico e jurídico desses
[habitantes] eram muito mais populares. Assim, os termos “negro
da terra” e “índios” eram utilizados com mais frequência do que
qualquer outro.
(SCHWARTZ, 2000)
TEXTO II
Índio é um conceito construído no processo de conquista da
América pelos europeus. Desinteressados pela diversidade cultural,
imbuídos de forte preconceito para com o outro, os indivíduos de
outras culturas, espanhóis, portugueses, franceses e anglo-saxões
terminaram por denominar da mesma forma povos tão díspares
quanto os tupinambás e os astecas.
(SILVA; SILVA, 2005)
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Na comparação dos dois textos, as formas de designação dos
grupos nativos pelos europeus, durante o período analisado, são
reveladoras da
Parabéns! A alternativa D está correta.
Os relatos dos portugueses, principalmente do século XVI, eram
carregados de preconceito em virtude da visão de cultura
etnocêntrica, isto é, de uma forma de pensamento de quem acredita
na superioridade do seu grupo étnico.
Questão 2
A ideia de que, no Brasil, existiam “índios” faz parte de uma visão
equivocada sobre as organizações e os povos aqui estabelecidos.
Nesse ponto, é necessário conseguir identificar os povos locais e
suas características. Eram povos nativos do Brasil no século XVI
A
concepção idealizada do território, entendido como
geograficamente indiferenciado.
B
percepção corrente de uma ancestralidade comum
às populações ameríndias.
C
compreensão etnocêntrica acerca das populações
dos territórios conquistados.
D
transposição direta das categorias originadas no
imaginário medieval.
E
visão utópica configurada a partir de fantasias de
riqueza.
A maias e astecas.
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Parabéns! A alternativa B está correta.
Os povos tupinambás e guaranis habitavam nosso país quando os
portugueses chegaram e tais povos tiveram bastante contato com
os colonizadores. Os tupinambás habitavam a região litorânea do
Nordeste brasileiro até o Sudeste; os guaranis, onde fica atualmente
a Região Sul do Brasil, além de territórios atualmente pertencentes
ao Paraguai e à Argentina.
2 - Os europeus no Brasil
Ao �nal deste módulo, você será capaz de relacionar a presença dos
europeus e o impacto para a formação da diversidade étnica no Brasil.
B tupinambás e guaranis.
C tupiniquins e apaches.
D toltecas e incas.
E charruas e marajoaras.
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A expansão colonialista
Navegar é preciso
A expansão marítima europeia permitiu uma circulação de diferentes
povos europeus para outras regiões — entre elas, o continente africano e
as Américas. Os primeiros a chegarem ao Brasil foram os portugueses,
no entanto, outros europeus também estiveram nessa região e
contribuíram para a formação da sociedade brasileira na sua
diversidade étnica.
Desembarque de Pedro Álvares Cabral em Porto Seguro em 1500, por Oscar Pereira da Silva,
1922.
Os portugueses iniciaram sua empreitada de ocupação do território que
seria chamado “Brasil” após algumas questões relacionadas ao seu
processo de expansão. Uma delas diz respeito a seu recuo em algumas
áreas do continente africano, principalmente na região norte, diante da
perda do controle dessa área para os muçulmanos. A decisão de ocupar
o Brasil ocorreu, entre outros motivos, devido ao perigo de perda do
território para os franceses.
Essa ocupação foi realizada primeiramente por meio da doação de
terras para particulares. O sistema conhecido como “capitanias
hereditárias” permitiu uma divisão da área entre os burgueses e aqueles
dispostos a enfrentar o desafio colocado pela Coroa. Pouco sabemos
acerca da ocupação dessas áreas, assim como sobre a totalidade de
portugueses e a origem dos que vieram para o Brasil.
Atravessar o Atlântico para terras desconhecidas, afinal, era um desafio
que nem todos estavam dispostos a enfrentar, principalmente pela falta
de recursos e de garantia da Coroa. A colonização, de fato, se iniciou
anos depois, quando houve uma centralização administrativa graças ao
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estabelecimento do governo geral, tendo a cidade de Salvador como
centro.
Mapa de Luís Teixeira com a divisão da América portuguesa em capitanias, 1574.
A vinda de portugueses não foi constante no período
colonial. A Coroa portuguesa tinha dificuldades em
atrair colonos para a região. Porém, com a descoberta
do ouro, o fluxo migratório de portugueses para o
Brasil se intensificou.
As pessoas que vieram para o Brasil eram de distintas regiões de
Portugal, havendo períodos de maior presença de povos da Norte ou
das ilhas portuguesas. Tal fato é significativo, já que os próprios
portugueses eram um povo mestiço, afetando, assim, a própria
concepção do que é ser “português”.
A ocupação europeia
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Esta terra ainda vai tornar-se um imenso Portugal
As famílias senhoriais portuguesas tentaram manter uma linhagem e
hierarquias, principalmente na região agrícola, formando alianças entre
famílias que também se ajudavam com recursos, terras e esposas.
Muitas pesquisas mostram essa prática de casamentos endógenos, isto
é, entre portugueses, em contextos específicos — principalmente
aqueles ligados à produção agrícola e presentes desde os tempos da
colonização.
Esses esquemas de casamentos também agregaram famílias pobres e
da classe senhorial a fim de criar uma estabilidade na estrutura agrária.
No entanto, apesar da forte presença portuguesa no período colonial,
somente após a independência do Brasil o fluxo migratório de
portugueses atingiu o seu ápice, havendo, no período republicano, outro
auge da vinda desses povos para o país.
A chegada da família real em 1808 também gerou um impacto, uma vez
que ela veio para o Brasil acompanhada de uma grande comitiva de
portugueses, incluindo os membros da família e seus funcionários. Tal
mudança atraiu alguns comerciantes e homens de negócio provenientes
de Portugal.
Embarque da família real portuguesa, de artista desconhecido.
De acordo com alguns estudiosos, os portugueses que vieram para o
Brasil possuíam distinções em relação à escolaridade e aos recursos,
variando conforme o contexto europeu, fator que, aliás, favoreceu essa
migração. Houve desde portugueses com alta escolaridade,
funcionários administrativos e da Coroa e missionários até pessoas
mais pobres, sem escolaridade ou recursos.
Diante de tamanha diversidade, a questão que se
coloca nesses estudos sobre os imigrantes
portugueses se atém à manutenção de modelos
culturais de tais imigrantes. A imagem do colonizador
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português e a do imigrante não podem ser vistas como
modelos fechados nem superiores às dos demais
povos aqui existentes.
O analfabetismo dos portugueses e a pobreza de muitos deles interferiu,
de algum modo, na forma como eles agiram na sociedade da colônia e
do Império, assim como no legado deixado para a formação da
nacionalidade brasileira.
A presença de europeus
diversos no Brasil
Espanhóis
Os espanhóis fizeram parte do processo da colonização do Brasil no
período da União Ibérica (1580-1640), quando as coroas portuguesas se
uniram sob o rei espanhol. Nessa ocasião, a presença de espanhóis (ou
castelhanos) foi constante no Brasil, voltando a ser presente nos
séculos XIX e XX com as imigrações de galegos.
A invencível armada, de autor desconhecido, século XVI.
No período de domínio dos espanhóis, a expansão para o interior, se
distanciando do litoral, foi iniciada com a descoberta dos “sertões”.
Ficaram conhecidas como “bandeiras” as expedições de conhecimento
de uma região, o aprisionamento de índigenas e a ocupação do
território.
A presença dos espanhóis foi marcante no território colonial, mas teve
reduzido seu impacto com o fim da União Ibérica no período colonial.
Como apontamos, porém, a vinda deles se acentuou nos séculos
seguintes.
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Holandeses
A região do Brasil atraiu outros povos europeus. Osholandeses estavam
entre os povos que cobiçaram essa região das Américas. A primeira
tentativa ocorreu na Bahia ainda no final do século XVI, embora eles só
tenham feito uma campanha de forma mais efetiva em 1624 — só que
sem sucesso.
Batalha dos Guararapes, por Victor Meirelles, 1875.
Em 1630, os holandeses enfim chegaram a Pernambuco e por lá
permaneceram até 1654. Nesse período, eles atuaram de forma
diferenciada na ocupação dessa região, produzindo os registros dela por
meio de obras de artistas e memorialistas que marcavam a
permanência desse povo em terras anteriormente ocupadas por
portugueses.
A vinda dos holandeses está ligada a um contexto específico na Europa:
a visão da América como um local atrativo para novos investimentos. A
permanência deles em Pernambuco — primeiramente, em Olinda;
depois, em Recife — alterou a arquitetura da cidade e introduziu a
religiosidade judaica em um ambiente de predominância católica por
conta dos portugueses.
Os judeus atuaram fortemente na região conhecida como “Nova
Holanda”, negociando escravos e alimento. Ganhar a confiança dos
moradores da região garantiu a eles um grande lucro, além de
influenciar outros a assumir o judaísmo como religião, principalmente os
cristãos-novos recém-convertidos do judaísmo ao cristianismo.
As marcas da presença dos holandeses nessa região permanecem até
hoje nos pontos turísticos de Recife e Olinda e alimentam a memória de
um tempo da colonização que não era empreendimento dos
portugueses, ainda que ela também fosse baseada na exploração
especialmente da mão de obra escrava africana e indígena.
Judeus
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Entre aqueles que vieram para o Brasil desde os primeiros momentos,
estavam os judeus. Em um primeiro momento, eles eram identificados
como cristãos-novos diante da política inquisitorial do reino português.
Após o início da colonização, alguns senhores de engenho não só
tinham origem judaica, como também eram traficantes de escravos,
grandes comerciantes e demais profissionais existentes na colônia,
como médicos, militares e artesãos.
A presença de cristãos-novos na colônia foi tranquila até a vinda do
visitador inquisitorial disposto a encontrar aqueles que preservavam
práticas judaizantes mesmo se intitulando cristãos-novos. Na época da
ocupação da região de Pernambuco pelos holandeses, a comunidade
judaica pôde ter uma liberdade religiosa com o estabelecimento da
primeira sinagoga do Brasil.
A mais antiga sinagoga das Américas, localizada no Recife, foi fundada em 1636.
Na ocasião, esses judeus também se dedicaram ao comércio de açúcar
e escravos e atuavam em cargos de administração. Tal presença judaica
permitiu que muitos daqueles que se apresentavam como cristãos-
novos se sentissem seguros para assumir o judaísmo como prática
religiosa.
A política modernizadora de Marquês de Pombal, responsável pela
expulsão dos jesuítas do Brasil, eliminou a marca de sangue e,
consequentemente, a diferenciação entre cristãos-novos e velhos,
marcando o fim da primeira fase da história dos judeus no Brasil, aponta
Keila Grinberg (2007, p. 130).
Exemplo
A constituição do Império que estabeleceu a liberdade religiosa no Brasil
favoreceu a vinda de imigrantes judeus de origem inglesa, francesa e
marroquina. Com atuações no comércio e em outras atividades, eles
fixaram residência em variadas cidades do Império.
Franceses
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Os franceses também se interessaram na região das Américas. Eles
tentaram ocupar o local onde atualmente se situa a cidade do Rio de
Janeiro, porém não tiveram sucesso. Essa tentativa marcou a fundação
da cidade, feita por Estácio de Sá em pleno conflito entre portugueses e
franceses no ano de 1565.
Chegada da esquadra francesa na baía da Guanabara, em 12 de setembro de 1711.
Décadas depois, em 1612, os franceses investiram novamente no Brasil,
mais precisamente na Região Norte, fundando a cidade de São Luís, no
Maranhão, com o objetivo de criar a França Equinocial. Antes dos
franceses, essa região era dominada pelos tupinambás, que chamavam
a área de “ilha grande”. Contra eles, lutaram lado a lado espanhóis e
portugueses.
No entanto, a presença dos franceses não durou muito na região, que
também contava com a presença de holandeses e portugueses. Toda
essa região do norte da colônia foi ocupada por europeus (franceses,
holandeses, espanhóis e portugueses): eles montavam núcleos urbanos
ao lado de religiosos, os quais, por sua vez, se empenhavam no
processo de catequização dos indígenas.
Migrantes e aventureiros
Em busca da riqueza
Após o auge do período colonial e nos primeiros momentos do século
XIX, houve um incentivo à vinda de imigrantes para a ocupação de
algumas áreas até então desocupadas do Brasil. O incentivo foi
provocado pelo fim do tráfico de escravos e a perspectiva de falta de
mão de obra para a lavoura de café, que estava em ascensão na
segunda metade do século XIX.
Por outro lado, é importante frisar que a vinda de imigrantes europeus
para o Brasil foi um reflexo das condições políticas e econômicas
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desses países de origem. O caso dos imigrantes alemães é um desses
exemplos diante da realidade da guerra franco-prussiana, da formação
do Estado Nacional e da decomposição das características feudais
ainda existentes nessa região.
Migrar da Europa, portanto, poderia ser uma opção para famílias inteiras
destituídas de terras e de um futuro. Outros povos que se encaixavam
nessa dinâmica de crise em seus países de origem também vieram,
como, por exemplo, os próprios portugueses e suíços.
A Imperatriz Leopoldina incentivou a imigração alemã ao Brasil.
O núcleo de ocupação por parte desses imigrantes era em médias
propriedades de terras. Essas pessoas, portanto, serviriam para ocupar
regiões inexploradas.
As atividades desses primeiros colonos se concentravam na lavoura de
subsistência e no comércio local. Os suíços em Nova Friburgo/RJ e os
alemães em São Leopoldo/RS e Blumenau/SC são exemplos disso.
Além da ocupação da região com atividades agrícolas,
a chegada desses povos prometia promover a
“civilização” do país de acordo com os padrões
europeus. Esses povos também interferiram em uma
prática religiosa existente no Brasil, principalmente na
influência da religião protestante e na implantação das
suas igrejas, como é o caso da Igreja Luterana,
existente em várias partes do Brasil.
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A cultura brasileira também foi afetada pelos diferentes povos que aqui
estiveram, como alemães, italianos, judeus e suíços, além de outros.
A fuga dos con�itos
Os italianos chegaram ao Brasil no final do Império, por volta da década
de 1870, também influenciados pela crise política e econômica no seu
país de origem. No Brasil, eles se tornaram um tipo ideal de imigrante,
chegando a corresponder a quase 50% deles.
Os emigrantes, por Antonio Rocco, 1910.
A presença dos italianos se assemelhava à dos portugueses e
espanhóis pelo fato de eles também serem de origem latina,
diferentemente de alemães e japoneses. Além disso, eles cumpriam o
aspecto da política de branqueamento do governo brasileiro tanto do
Império quanto da República.
Por isso, eles se tornaram o imigrante “adequado” para os desafios que
o Brasil colocava sobre a política imigrantista. A presença dos italianos
se deu na região da cafeicultura, principalmente em São Paulo. Em
seguida, atuaram em fábricas e indústrias, compondo um importante
quadro do operariado no Brasil recém-industrializado.
Desse modo, no períodoimperial, o movimento
migratório para o Brasil foi apoiado como política de
Estado, havendo regras e leis a fim de favorecer a
vinda de povos estrangeiros para o trabalho em
sintonia com os interesses das elites agrárias. Isso
permitiu uma integração do país na ordem capitalista e
no mercado mundial que se conformou no bojo do
imperialismo.
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Além disso, a vinda de diferentes povos para o Brasil afetou a formação
da cultura nacional e contribuiu para a diversidade étnica. Sendo assim,
seria possível dizer que o Brasil é formado por “três raças”?
Europeus na colonização
brasileira
Assista agora a um vídeo que apresenta um estudo de caso baseado em
documentos sobre a presença de judeus ou holandeses no Brasil e que
mostra, na prática, os papéis que eles assumiam.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
(UEL-PR) "Como não se tratava de regiões aptas para a produção de
gêneros tropicais de grande valor comercial, como o açúcar ou
outros, foi-se obrigado para conseguir povoadores [...] a recorrer às
camadas pobres ou médias da população portuguesa e conceder
grandes vantagens aos colonos que aceitavam irem-se estabelecer
lá. O custo do transporte será fornecido pelo Estado, a instalação
dos colonos é cercada de toda a sorte de providências destinadas a
facilitar e garantir a subsistência dos povoadores; as terras a serem
ocupadas são previamente demarcadas em pequenas parcelas, [...]
fornecem-se gratuitamente ou a longo prazo auxílios vários
(instrumentos de trabalho, sementes, animais etc.)."
(PRADO JÚNIOR, 1982, p. 95-96)
Com base no texto, é possível afirmar que o autor se refere
A
à colonização do sertão nordestino por meio da
pecuária.
B
à ocupação da Amazônia por meio das drogas do
sertão.
C
à expansão para ocupação e manutenção de uma
presença europeia — em especial, a portuguesa.
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Parabéns! A alternativa D está correta.
Contemplando as informações do texto, temos o desenvolvimento
de um processo de ocupação do território colonial que se
desenvolveu à margem dos ditames que organizavam os grandes
empreendimentos da colonização portuguesa no Brasil. Utilizando-
se da pecuária como exemplo, o texto aborda o processo de
interiorização relacionado ao desenvolvimento de outras atividades
econômicas que, em muitos casos, se ampliou graças às
necessidades do mercado interno.
Questão 2
(Fuvest-SP – adaptada) O que levou ao desenvolvimento e à
ampliação das atividades econômicas periféricas da colônia, tais
como a pecuária, o tabaco, as drogas do sertão e mesmo o pau-
brasil, em detrimento da lavoura de cana-de-açúcar, após a
expulsão dos holandeses, em 1654, foi
D à colonização do Sul por meio da pecuária.
E ao povoamento das capitanias hereditárias.
A
a criação de um mercado interno fomentado pelo
descobrimento das minas de ouro no final do século
XVI e sua ampliação para as cidades litorâneas da
colônia.
B
a inversão significativa da utilização da mão de obra
escrava pela mão de obra livre na região das minas,
criando, assim, um mercado consumidor expressivo.
C
estagnação econômica do Centro-Oeste em função
do renascimento agrícola no Nordeste ao longo do
século XVII.
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Parabéns! A alternativa D está correta.
Observando o desenvolvimento das chamadas atividades
periféricas ou complementares, notamos que a sua sustentação se
deu em função da paulatina formação de um mercado consumidor
interno interessado na compra e na obtenção desses produtos.
Sem dúvida, tais atividades inicialmente não foram acompanhadas
de perto pela administração colonial, só depois ocupando o posto
de sólido pilar na organização da economia brasileira.
3 - Os africanos no Brasil
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car os africanos no
Brasil como parte da nossa diversidade étnica.
Uma escolha econômica
As costas africanas
D o acompanhamento dessas atividades:
primeiramente, como complemento da atividade
açucareira; e posteriormente, como núcleos
abastecedores da atividade mineradora e seus
desdobramentos.
E
a estagnação econômica da capital da colônia em
função do desenvolvimento do cultivo de café.
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A introdução da escravização de africanos no Brasil fez com que
recebêssemos cerca de um terço dos africanos trazidos para as
Américas. Esse grupo veio da região das seguintes regiões:
Costa ocidental (Costa da Mina,
principalmente)
Centro-Ocidental (Angola e
Congo)
Costa oriental (Moçambique)
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A identificação étnica dos africanos que vieram para o Brasil poderia
responder sobre a experiência da escravidão e sobre como eles viveram
a diáspora. No entanto, muitos registros de nação encontrados nas
documentações são apenas categorias criadas por senhores e
comerciantes ou identidades adotadas pelos próprios africanos ao se
reagruparem ou ressocializarem sob a escravidão.
A denominação “povos africanos” é uma terminologia
que homogeneíza todos os que vieram do continente,
mas que sequer se identificavam como “africanos”. As
diferentes regiões do continente originaram povos
distintos, porém, ao chegarem ao Brasil, eles se viram
identificados a partir de algumas condições impostas a
eles. A principal delas é a condição de escravizados.
Isso fez com que “africano” se tornasse sinônimo de “escravo”.
Resultado: toda uma pluralidade cultural, estética, de costumes e
religiosa foi desprezada por intelectuais que interpretavam o Brasil
Colônia e o Império ainda dependente da escravidão.
Uma forma de perda de identidade foi a substituição de seus nomes de
origem pelos do colonizador ou do senhor. Nomes africanos foram
substituídos pelos de portugueses, ingleses, espanhóis, holandeses e
franceses, ou seja, de todos aqueles que participaram da escravização
desses povos, principalmente no Brasil.
Festa do Senhor do Bonfim, em Salvador (BA).
No entanto, é importante ressaltar que, apesar das opressões vividas
por tais povos durante o período da escravização, a resistência em
manter suas identidades culturais e religiosas foi predominante. Graças
a isso, eles puderam contribuir com a formação da sociedade brasileira
— especialmente na cultura, na religiosidade e na política.
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A dinâmica de comércio de
homens e mulheres
africanos
A tentativa de apagar as identidades
O comércio de homens e mulheres africanos para as Américas fez com
que chegassem ao Basil cerca de 4 milhões de homens e mulheres.
Esses números têm sido constantemente atualizados à medida que as
pesquisas sobre tráfico de escravizados descobrem novas cifras e a
contabilidade desse comércio, que durou séculos.
Toda essa “mercadoria” veio para o Brasil trabalhar na lavoura e em
outras atividades, por exemplo, no serviço doméstico ou no comércio
das grandes e pequenas cidades. De acordo com João José Reis
(2007), os africanos que aqui chegaram eram, entre outros, povos
chamados de:
Congos
Angolas
Benguelas
Cabindas
Cassanges
Monjogos
Rebolos
Moçambiques
Alguns deles predominaram em alguma região, como é o caso dos
angolas, que saíram do Porto de Luanda e desembarcaram,em sua
maioria, no Rio de Janeiro.
Vindos da região do Golfo do Benin (sudoeste da atual Nigéria), os que
chegavam à Bahia, por sua vez, eram chamados de:
Dogomés
Jejes
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Ussás
Bornos
Tapas
Nagôs
O tráfico de escravizados se fazia com trocas recíprocas e
complementares. A Bahia era uma importante fornecedora de tabaco,
oferecido em troca de escravos. De acordo com Pierre Verger (2021), os
africanos escravizados na Bahia eram provenientes de nações
guerreiras.
Apesar de todos os estudos sobre os africanos no
Brasil, não é possível precisar a origem e as etnias dos
que foram escravizados no país, já que o termo
“nação” não corresponde necessariamente a grupos
étnicos constituídos, e sim a alguns critérios e
variáveis que aparecem em determinada rota. Ou seja,
ele faz mais referência à experiência dos traficados
com a escravidão.
Os africanos no Atlântico puderam redefinir suas identidades e as
fronteiras que os separavam, surgindo, assim, as organizações
conhecidas como “nações”. As identidades étnicas se transformaram
com a própria experiência da escravidão e se tornaram etnicidades
africanas no Brasil.
Calçadores, por Jean-Baptiste Debret, 1824.
Citando Robert Slenes, um importante historiador, João José Reis indica
que:
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[Slenes] propõe que os escravos da
África Centro-Ocidental que
povoaram as fazendas e cidades do
Centro-Sul do Brasil teriam aqui
desenvolvido uma ‘protonação
bantu’ a partir de características
culturais convergentes, sobretudo
linguísticas, ou seja, as línguas e
outros elementos culturais próprios
daquela área geográ�ca africana
teriam um substrato bantu que
facilitou a formação de uma
identidade comum no Brasil, a
identidade bantu.
(REIS, 2007, p. 84)
As identidades étnicas foram construídas com base em determinados
elementos da cultura de um grupo e conforme a necessidade em
relação ao outro. A identidade desses africanos, fossem eles
escravizados ou libertos, estava em constante transformação — seja ela
a ocorrida na travessia entre África e Brasil, seja a que se deu dentro de
nosso próprio país. A viagem atlântica provocou, portanto, a ruptura e a
redefinição das identidades étnicas.
Reconstruindo identidades
Os minas
Os minas são exemplos da mudança anteriormente descrita. Povos de
origem da África Ocidental, eles se fixaram, em grande parte, na Bahia
para a substituição daqueles vindos da África Centro-Ocidental.
Muito que sabemos sobre esse grupo vem dos batismos realizados por
seus senhores. Classificados como “minas”, eles recebiam os nomes
dos seus senhores ou de outras origens diferentes da original.
Atenção!
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Para alguns autores, a identidade “mina” — e até mesmo a africana — é
uma identidade em construção e fruto das mudanças que afetaram a
escravização dos africanos nas Américas, principalmente no Brasil.
Muitos africanos tidos como “minas” emigraram da Bahia para o Rio de
Janeiro. Eles eram vendidos por seus donos pelo temor de revoltas
semelhantes à ocorrida em 1835 (conhecida como Revolta dos Malês).
Parte desses migrantes contava com as mulheres minas, as quais, aliás,
já vinham com a prática do comércio em Salvador.
No Rio de Janeiro, eles continuaram nessa atividade e ocuparam as ruas
da corte, vendendo panos da costa, alimentos e outros produtos. Essas
características gerais não conseguem definir todas as mulheres tidas
como “pretas-minas” que atuavam no comércio no Rio de Janeiro.
De acordo com Carlos Eugênio Soares (2007), o termo “mina” talvez
tenha sido usado de forma generalizada para a população escrava no
Rio de Janeiro, referindo-se, na verdade, a todos os africanos ocidentais
vindos da Bahia.
Os contornos dessa identidade são
complexos. Pelo enfoque nas
quitandeiras, podemos entender
que esse novo movimento de
rede�nição transétnico relaciona-se
com a cultura de gênero, o mercado
de trabalho e os espaços urbanos
reinventados. Pensamos, inclusive,
esse movimento num cenário
transnacional, no sentido do
retorno à África e da articulação
com outros cenários étnicos.
(SOARES, 2007, p. 200)
Por isso, a identidade mina e todas as outras africanas devem ser
pensadas num contexto dinâmico e não estático, sendo afetadas
principalmente pela escravidão e pela resistência a esse sistema na
busca por liberdade.
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Resistência e cultura
Ressigni�cações
Os africanos trouxeram da África vários de seus costumes, crenças e
objetos, incorporando-os, em um movimento circular, à cultura local e
imprimindo-lhes, por vezes, novos significados.
Encontro estadual de maracatus, no Carnaval do Recife, em Pernambuco.
O discurso europeu a respeito dos africanos, vistos como sem cultura,
costumes e religião — e, por isso, incapazes de contribuir para a
formação de nossa sociedade —, foi desmontado pela realidade
brasileira, que também se baseia nesses diversos grupos étnicos.
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Punição por açoitamento, por Jean-Baptiste Debret, 1830.
A escravidão nas cidades foi constante e necessária para o
desenvolvimento de muitas delas. Os escravizados estavam presentes
como trabalhadores em vários setores da economia das cidades e
dentro das residências, sendo a escravidão uma parte da cultura da
cidade e dos seus moradores.
Os habitantes das cidades coloniais e imperiais conviveram tanto com
os escravizados quanto com seus descendentes, livres e libertos, no
cotidiano das festas e das manifestações religiosas e culturais.
Apesar dessa convivência, ser homem negro e mulher negra durante a
vigência da escravidão significava não ter respeitado seu direito de
existência e de compartilhamento de valores, já que grande parte da
religiosidade dessas pessoas era perseguida por ser uma manifestação
exótica aos olhos das autoridades cristãs. Tais manifestações religiosas
eram reminiscências das práticas africanas aprendidas no seu local de
origem ou na diáspora, isto é, na experiência da escravidão.
Identidades
As identidades étnicas e de nações também podem ter sido reforçadas
na experiência da violência da escravidão e nas possibilidades de
resistência a esse sistema. Durante todo o período da escravidão, os
escravizados resistiram. Alguns grupos se revoltavam com mais
frequência, principalmente os nascidos na África, enquanto outros
escolhiam novas formas de resistência, como fugas, aquilombamentos
e violência.
A resistência do cotidiano, como o atraso no trabalho,
as mentiras sobre doenças e outras negociações,
também fizeram parte das estratégias de resistência
de africanos escravizados e de seus descendentes
(chamados de crioulos por terem nascido no Brasil).
As alforrias também eram um mecanismo para amenizar a violência da
escravidão, sendo destinadas, em maior frequência, às mulheres e aos
nascidos no país. Tal realidade permitiu o aumento de uma população
livre “de cor”, que correspondia a uma significativa parcela da sociedade
urbana.
Homens e mulheres negros e negras se tornaram médicos, professores,
escritores ou advogados. Entre eles, estão nomes ilustres, como Luiz
Gama, José do Patrocínio, Machado de Assis e Maria Firmina dos Reis.
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A população afrodescendente do Brasil cresceu após 1850, fazendo
com que o país tivesse o maior contingente de afrodescendentesdo
mundo. Houve uma nacionalização da população escrava, que
permaneceu escravizada até 1888, ano em que, de fato, acabou a
escravidão por meio de uma curta lei.
A força da identidade local
O Brasil foi formado pelos africanos escravizados e por seus
descendentes, mestiços e crioulos, que interferiram na forma como a
cultura brasileira é vista hoje em dia, assim como na religiosidade e em
outros costumes culturais e políticos. Um dos pontos fundamentais
desses encontros de diferentes povos (portugueses, africanos e
indígenas), o sincretismo religioso há muito tem sido objeto de estudos
de historiadores, antropólogos e etnólogos, além de outros
profissionais.
A resistência dos povos africanos em preservar algum tipo de
religiosidade original marcou os séculos de sua escravização e afetou
as demais religiosidades, principalmente a cristã. Assim como a
religiosidade, outras práticas culturais africanas sobreviveram à
escravidão, por exemplo, algumas danças, batuques, comidas e outras
manifestações culturais.
Escravos dançam em uma plantação de açúcar, por Dirk Valkenburg, 1707.
Anteriormente reprimidas, essas manifestações atualmente são
reconhecidas como patrimônios culturais.
Apesar do grande número de homens e mulheres
negros no Brasil hoje em dia, eles não aparecem com
tanta frequência na mídia como sujeitos produtores de
cultura, tampouco como intelectuais, cientistas e
artistas, apenas para citar algumas participações na
sociedade. Pelo contrário: ainda hoje, essas pessoas
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estão destinadas a ocupar um gueto social que não
corresponde à realidade.
Mesmo com o sucesso das políticas de cotas nas universidades, ainda
é pífia a participação mais efetiva de homens e mulheres negros em
posições de poder ou ocupando altos cargos na administração de
empresas e em cargos executivos, legislativos e principalmente no
Judiciário. As causas para tão pouca participação podem ter várias
origens, mas sabemos que o racismo ainda é o grande motivo para eles,
mesmo sendo a maioria da população, ainda não terem uma posição de
destaque.
O Brasil é formado majoritariamente por esse grupo e não pode deixar
de reconhecer que uma minoria branca ainda domina uma maioria de
homens e mulheres negros. Conhecer a origem dessa discrepância é
essencial para que possamos mudar essa realidade em um futuro
próximo.
Africanos e sua
descendência no Brasil
Assista agora a um vídeo que expõe um depoimento sobre essas
historiografias e os desafios dessas interpretações.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
“A recuperação da herança cultural africana deve levar em conta o
que é próprio do processo cultural: seu movimento, pluralidade e
complexidade. Não se trata, portanto, do resgate ingênuo do
passado nem do seu cultivo nostálgico, mas de procurar perceber o
próprio rosto cultural brasileiro. O que se quer é captar seu
movimento para melhor compreendê-lo historicamente.”
(MINAS GERAIS, 1988)
Com base no texto, a análise de manifestações culturais de origem
africana, como a capoeira ou o candomblé, precisa considerar que
tais manifestações
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Parabéns! A alternativa C está correta.
Trata-se da ideia de uma interação; afinal, cultura é um processo em
construção que mistura heranças e vivências, criando práticas
locais fundamentais e de identidade singular — e que deve ser
reconhecida como tal.
Questão 2
Os principais grupos vitimados pelo comércio nefando da
escravidão foram os bantos e sudaneses. Segundo Reginaldo
Prandi, em De africano a afro-brasileiro (2000), “os sudaneses
constituem os povos situados nas regiões que hoje vão da Etiópia
ao Chade e do sul do Egito a Uganda, mais ao norte da Tanzânia”.
Quanto aos bantos, eram povos “da África Meridional, estão
representados por povos que falam entre 700 e 200 mil línguas e
dialetos aparentados, estendendo-se para o sul, logo abaixo dos
limites sudaneses, compreendendo as terras que vão do Atlântico
ao Índico até o cabo da Boa Esperança”. O termo “banto” foi criado
em 1862 pelo filólogo alemão Willelm Bleek e significa “o povo‟, não
existindo propriamente uma unidade banto na África. Assim,
“bantos” e “sudaneses” são definições genéricas e imprecisas
produzidas no contexto da apropriação europeia do continente e
A
permanecem como a reprodução dos valores e
costumes africanos.
B perderam a relação com o seu passado histórico.
C
derivam da interação entre valores africanos e a
experiência histórica brasileira.
D
contribuem para o distanciamento cultural entre
negros e brancos no Brasil atual.
E
demonstram a maior complexidade cultural dos
africanos em relação aos europeus.
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dos povos da África. Estudos mais aprofundados acabam por notar
que os entrepostos dialogam intensamente com os centros
estabelecidos entre as costas africanas brasileira e africana. Dessa
forma,
Parabéns! A alternativa D está correta.
O texto ajuda a reconhecer os pontos de concentração no comércio,
os quais, amplificados, dialogam com a presença portuguesa e os
portos de entrepostos colocados, além de marcarem os traços
culturais fortemente identificados no Brasil e a manutenção de um
processo identitário apesar das especificidades.
A
os principais povos africanos trazidos ao Brasil via
tráfico foram aqueles localizados na costa leste da
África devido à unidade na língua e no dialeto.
B
houve uma diversificação no tocante aos africanos
introduzidos no comércio de escravos ao longo da
história.
C
os europeus tinham o cuidado em selecionar os
negros que seriam introduzidos, principalmente na
Europa, a fim de diminuir a miscigenação.
D
o domínio português em Angola, parte do Congo e
Moçambique explica que suas características se
centrem em especial nesses grupos, representando
cerca de 40% de toda a população africana
escravizada para o Brasil.
E
sudaneses e bantos chegaram a propor uma aliança
no intuito de minimizar os deslocamentos de suas
tribos para a América.
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4 - Interpretações sobre o Brasil
Ao �nal deste módulo, você será capaz de discutir o tratamento da
diversidade étnica no Brasil pela intelectualidade brasileira.
Quem são os brasileiros?
IHGB
Diante de uma formação do Brasil com muitos povos de origens
variadas, é normal identificar a diversidade de identidades regionais no
período colonial e que se manteve no Império e no período republicano.
Povos do Rio de Janeiro não compartilhavam os mesmos costumes e
hábitos — e até mesmo a linguagem — de pernambucanos, paulistas,
baianos e pessoas de outras regiões.
O que diferenciava esses povos e o que os
aproximava? Essas são questões difíceis de responder,
uma vez que a vida no período colonial e no Império
tinha nuances que poderiam ligar povos distintos e
separar povos irmãos.
A linguagem que os povos do Brasil praticavam em seu português era
distinta daquela realizada por seus patrícios em Portugal, gerando o
chamado preconceito linguístico. O que conhecemos atualmente como
sociedade colonial é designado por Luiz Felipe Alencastro (2009) como
“brasílico”, pois seus membros, completa Alencastro, só se tornaram
“brasileiros” ao longo do século XVIII.
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No entanto, tamanha diversidadenão parecia interessar aos intelectuais
e ao próprio Estado, desejosos de construir no país uma identidade que
pudesse definir o “brasileiro” de norte a sul. No Império, houve um
incentivo à formação dessa identidade, o que gerou o aprofundamento
de estudos e incentivos para aqueles que pudessem apontar e
identificar o que era o Brasil.
A criação do Instituto Histórico Geográfico Brasileiro (IHGB), em 1838,
confirmava essa direção, já que o IHGB apoiou viagens de exploração
científica e publicava esses relatos, formando o país por meio do
reconhecimento científico do seu território, de suas águas e de suas
diversidades topográficas.
Edifício Pedro Calmon, sede da mais antiga instituição cultural do país, fundada em 1838.
Entretanto, não era possível deixar de formar o país na sua “gente”. Para
isso, foi criado um concurso para premiar quem fornecesse um
esquema de “como escrever a história do Brasil”.
O vencedor foi o austríaco por Karl Martius, o qual, no seu texto, já
indicava uma “miscigenação racial”. Nessa obra, esse naturalista e
botânico afirmava que, para escrever a história do Brasil, era necessário
partir de um estudo sobre o cruzamento/fusão das três raças
formadoras da nacionalidade brasileira: a branca, a indígena e a negra.
Nesse cruzamento, a contribuição branca — mais precisamente, a
portuguesa — teria um peso maior, segundo Martius. Já o índio seria
secundário; além disso, Martius pouco tratou da contribuição negra.
Não é de se admirar esse tal “esquecimento” de
Martius, já que ele escreveu seu texto em pleno
período da escravidão, ainda dependente do tráfico
atlântico que trazia africanos para a escravização.
Como ele poderia exaltar esses sujeitos como
contribuintes da nacionalidade brasileira se eles só
serviam para o trabalho escravizado?
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Depois de Martius, outros autores tentaram sintetizar a história do Brasil
sem deixar de mencionar quem os formava, isto é, os diferentes povos,
mas sempre colocando em ordem de importância os portugueses. Esse
foi o caso das obras de Adolfo de Varnhagen, que também escreveu
uma grande síntese em meados do século XIX.
Varnhagen acreditava que os indígenas eram um exemplo de “raça
perdida” pelo fato de sua organização física ser incompatível com o
“mundo civilizado” e que, por isso, tendiam ao desaparecimento. No
mesmo século em que era considerado inapto para o mundo civilizado,
o indígena aparecia na literatura romântica de forma também peculiar.
As obras de José de Alencar são exemplos dessa literatura que
idealizou os indígenas, o que indicava um movimento de deixá-los para a
posteridade como figuras míticas, distantes da realidade e sem estar
integrados ao mundo desses autores. No século XIX, as pinturas
históricas também retrataram os indígenas distantes de uma realidade
de resistência à dominação colonial. Pelo contrário: o índígena, nessas
pinturas, está morto ou longe do centro da ação.
Mestiçagem brasileira
Capistrano de Abreu
Autor de obras literárias de síntese e livros didáticos, Silvio Romero viu
como positiva a “mestiçagem racial”, principalmente no que se refere
aos indígenas, que seriam o resultado da fusão de vários povos. Nesse
caso, não haveria vencidos e vencedores no futuro, anulando uma
perspectiva de silenciamentos e apagamento intencional de culturas e
identidades.
Tal ideia se aproximava do que seria chamado mais
tarde de “democracia racial”, o que se dá quando a
tensão entre os diferentes povos é anulada a fim de
formar uma identidade. Ela seria brasileira exatamente
por conta da miscigenação, que anulou conflitos e
tensões, gerando uma originalidade de povo.
Outro grande autor que interpretou o Brasil foi Capistrano de Abreu, que
considerou os indígenas antes da chegada dos portugueses e pensou a
sociedade colonial na sua diversidade, mesmo não rompendo com os
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estereótipos sobre negros e mestiços. Os mestiços, aliás, eram vistos
por ele como perigosos para a civilização que se queria construir.
Capistrano não estava totalmente longe de uma teoria elaborada na
Europa que recebeu a adesão da intelectualidade brasileira: a “raciologia
cientificista”. Os autores das primeiras décadas do século XX
reproduziam a ideia de inferioridade de algumas “raças”, estando a
negra no patamar mais baixo.
Por isso, a miscigenação era tão perigosa segundo essa lógica, já que
impediria o desaparecimento do negro. Ela era, assim, tratada como um
problema moral ou patológico por uma intelectualidade brasileira que
também interpretava o país.
Democracia racial?
Gilberto Freyre e os debates do século XX
Diferentemente de outros autores, na obra Casa-grande & senzala, de
Gilberto Freyre, publicada em 1933, a miscigenação não aparece
criminalizada nem é um crime associado apenas ao negro e ao
indígena. Além disso, ele retoma a ideia de Martius sobre as três raças e
insere a discussão sobre o conceito de cultura, influência dos seus
estudos em antropologia culturalista nos EUA.
Pela lógica freyriana, existiria uma interpenetração das culturas
portuguesa, indígena e africana para formar o Brasil e sua sociedade,
dando um caráter positivo à miscigenação do período colonial. Tal
lógica não se limitava, contudo, a esse autor: ela fazia parte de um
movimento anterior que pensou as artes e a literatura nacionais, assim
como outras manifestações culturais, estendendo esse pensamento à
ideia das três raças como formadoras da nação.
Essa lógica provém da década de 1920, época em que houve uma
movimentação de autores, como Mário de Andrade, na pesquisa pelas
“raízes do Brasil”.
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Gilberto Freyre em 1956.
Essa pesquisa se deu por meio do registro de práticas culinárias,
culturais, cantos... enfim, de todo tipo de contribuição.
Nessa busca, o autor encontra o africano, também retratado em pinturas
e outras obras literárias. Um exemplo é Monteiro Lobato, apesar de
todos os problemas que essas obras hoje em dia possam suscitar.
Nos anos seguintes, autores de variadas correntes se esforçaram em
interpretar o Brasil a partir da sua diversidade étnica, tentando criar
parâmetros e modelos de interpretação que pudessem se encaixar nas
diferentes etapas de formação do país. No entanto, sabemos até que
ponto o estabelecimento de modelos e interpretações possui
intencionalidade e hierarquias.
Grande parte dessas obras sobre o país foi feita por
homens brancos, sendo eles provenientes, em sua
maioria, da Região Sul e da Sudeste. Isso afetou o
lugar ocupado pelos homens negros, mestiços e
indígenas, assim como pelas mulheres e pelos povos
das regiões Norte e Nordeste, na formação étnica do
Brasil que inventavam.
As primeiras décadas do século XXI mostraram que o Brasil não possui
uma “cara” nem apenas uma origem. Por isso, é urgente dar voz a outros
autores, homens e mulheres, para que seja possível entender esse país
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de dimensões continentais a partir de várias ideias — e não apenas de
um modelo.
A historiogra�a sobre a
questão da diversidade
étnica brasileira
Confira, no vídeo, fatos e informações que contribuem para o debate em
torno da questão da diversidade étnica no Brasil.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
(UFU, 2011)
“[...] devia ser um ponto capital para o historiador reflexivo mostrar
como no desenvolvimento sucessivo do Brasilse acham
estabelecidas as condições para o aperfeiçoamento de três raças
humanas.”
(MARTIUS, 1982, p. 89)
Considerando o texto escrito por Martius e publicado em 1845 pela
Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, assinale a
alternativa correta.
A
O autor demonstra que o branco português não
obteve participação tão significativa na formação
histórica do Brasil quanto o africano ou o indígena.
B
O autor procura, em uma perspectiva evolutiva da
humanidade, demonstrar que a história do Brasil é o
resultado do cruzamento gradativo entre brancos,
indígenas e africanos de forma hierarquizada, com
os brancos sendo o grupo principal.
C
O aperfeiçoamento das três raças no Brasil é
resultado de um conjunto de políticas de
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Parabéns! A alternativa B está correta.
Martius propôs a escrita de uma história do Brasil sob a perspectiva
de três raças sem apagar nenhuma delas nem mencionar o
branqueamento ou um ideal de democracia racial, e sim como os
brancos europeus lideraram um processo de aperfeiçoamento.
Questão 2
“A diversidade dos testemunhos históricos é quase infinita. Tudo o
que o homem diz ou escreve, tudo o que fabrica, tudo o que toca
pode e deve informar sobre ele.”
(Adaptado de: BLOCH, 2001, p. 79.)
Esse viés investigativo sobre o que se produz marca a produção de
qual autor brasileiro?
branqueamento populacional, ao mesmo tempo que
se extinguem as populações africanas e indígenas.
D
O branco teria de aprender a cultura e a língua do
indígena para sobreviver no Brasil, assim como
deveria aprender a cultura do trabalho com o
africano para desenvolver-se economicamente.
E
A identificação de uma democracia racial
equilibrada pelas relações afetivas marca a
concepção de três raças no Brasil.
A Vanhargem
B Capistrano de Abreu
C Gilberto Freyre
D Caio Prado Jr.
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Parabéns! A alternativa C está correta.
O antropólogo Gilberto Freyre dialogava com perspectivas da
história dos Annales para propor uma investigação que passa por
elementos culturais e sociais na interpretação dos documentos.
Considerações �nais
Quem são o brasileiro e a brasileira? Essa difícil resposta não pode ser
dada por quem conhece apenas uma região do país. Tivemos
primeiramente povos nativos que sequer se viam como “indígenas”,
mesmo sendo classificados desse modo pelo colonizador. Por sua vez,
o colonizador português já vivia uma mestiçagem de origem e não tinha
uma definição sobre sua identidade. Ele trouxe africanos para serem
escravizados e os classificou a partir de alguns critérios distantes de
uma lógica já preexistente.
Além de indígenas, portugueses e africanos, vimos que outros povos
formaram o Brasil, como espanhóis, alemães, italianos, judeus e, mais
tarde, chineses, japoneses e turcos, entre outros exemplos. Apontamos,
portanto, que o país é formado por diferentes troncos étnicos,
linguísticos, culturais e religiosos.
No entanto, apesar da diversidade, destacamos o esforço de criar uma
identidade para o Brasil. Encabeçadas por intelectuais — nem sempre
brasileiros — que interpretaram a nação a partir de suas lentes, essas
interpretações continuaram no período republicano: até hoje existem
autores que querem entender o país a partir de poucas lentes sobre
alguns poucos lugares.
Apontamos ainda a existência de discursos que não consideram a
cultura e a religiosidade de alguns desses povos, principalmente dos
indígenas, que estão em constante luta por sua sobrevivência e direito
de alteridade. Tais discursos também não entendem que os africanos
foram escravizados, mas que resistiram à escravização, tendo, ainda
assim, contribuído para a formação do Brasil.
E Martius
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Esse desprezo ainda é estendido a trabalhadores e mulheres, as quais,
aliás, foram o elo mais forte dessa formação do Brasil, mesmo que elas
sequer sejam consideradas pelos intérpretes do país, todos eles
homens. Por isso, a diversidade étnica brasileira é de difícil definição por
ser complexa e dependente das lentes que usamos.
Resumindo
Neste podcast, o especialista abordará os principais tópicos que
resumem o tema.
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Confira as indicações que separamos especialmente para você!
Assista ao filme Desmundo, drama brasileiro de 2002 dirigido por
Alain Fresnot.
Ouça a ópera O guarani, de Carlos Gomes, para ajudá-lo a entender
o clima construído neste conteúdo.
Para seguir aprofundando os seus estudos, vale ainda a leitura destes
dois livros:
Brasil: 500 anos de povoamento, publicado pelo IBGE em 2007.
Você pode encontrá-lo disponível no portal do IBGE.
Casa-grande & senzala, de Gilberto Freyre, publicado pela Global
Editora e Distribuidora em 2019.
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SCHWARTZ, S. B. Gente da terra braziliense da nação. Pensando o
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