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Direito de Sucessões - Prof. Osvaldo Freitas
Victória Thalita do Nascimento Pereira
FIS, 8º Período, Tarde
06/05/2023
TESTAMENTOS ESPECIAIS (MARÍTIMO, AERONÁUTICO E MILITAR)
1. TESTAMENTO MARÍTIMO (Art. 1.888, CC)
Conforme apontado por Paulo Lôbo, o Testamento Marítimo é aquele que pode ser feito pelo sujeito que esteja em navio brasileiro, seja em águas nacionais ou internacionais, mas que tema não chegar vivo ou ficar impedido de manifestar sua vontade final livremente com o término da viagem, em razão de algum motivo que fundamente seu medo, podendo estar dentre eles, por exemplo, o agravamento do seu estado de saúde ou a avaria do navio (p. 241, 2016).
Sob a ótica de Maria Berenice Dias (p. 509, 2019), o testamento é elaborado pelo comandante ou a ele é entregue na presença de duas testemunhas, pois, neste caso, é atribuída à figura do comandante autêntica função notarial, isto é, age como se tabelião fosse.
A autora acrescenta também que todos os testamentos especiais estão sujeitos a prazo de caducidade, isto é, passado algum tempo, perdem sua eficácia. No caso do Testamento Marítimo, se o testador não morreu na viagem, nem nos 90 (noventa) dias subsequentes ao desembarque, o testamento perde sua eficácia e assim, caducará, nos termos do art. 1.891 do CC.
2. TESTAMENTO AERONÁUTICO (Art. 1.889, CC)
Nos termos de Stolze, o Testamento Aeronáutico é semelhante ao Marítimo, divergindo-se somente pelo local onde é realizado, isto é, em uma aeronave em vez de navio. Sílvio Venosa tece uma crítica sobre esse tipo de testamento, uma vez que, sob seu modo de refletir, seria muito difícil pensar na elaboração de um testamento a bordo de uma aeronave em perigo. Segundo Maria Berenice Dias, talvez a única hipótese imaginável de sua confecção no ar seja de o passageiro ou tripulante passar mal e ficar com medo de morrer a bordo (p. 510, 2019).
3. TESTAMENTO MILITAR (Art. 1.893, CC)
Conforme aponta Paulo Lôbo, o Testamento Militar é aquele realizado por um militar ou um civil que esteja a serviço das Forças Armadas brasileiras, em período de Guerra, seja dentro ou fora do país. Salienta-se também que essa modalidade de testamento somente é possível em situações extremas, se houver impedimento de o testador realizar alguma das modalidades do testamento ordinário e estiver em risco de morte (p. 243, 2016).
Sob a perspectiva de Pablo Stolze, a justificativa para essa modalidade especial de testamento é evidente, pois seria não razoável imaginar que o sujeito que está empenhado em um esforço militar, com potencial risco de vir a sucumbir, ter que correr a um tabelião, a fim de realizar um testamento (p. 335, 2019).
Segundo Carlos Roberto Gonçalves, o Testamento Militar é elaborado só não pelo militar, mas também por outras pessoas a serviço das Forças Armadas em campanha, como médicos, enfermeiros, engenheiros, telegrafistas etc.. Portanto, pode-se inferir que a locução “militares” recebe interpretação extensiva na doutrina, abrangendo também, além das Forças Armadas, os Policiais Militares e outras forças auxiliares (p. 336, 2020).
TESTAMENTO SIMPLIFICADO (Art. 1.879, CC)
Nos termos de Paulo Lôbo, o Testamento Simplificado representa uma inovação do Código Civil de 2002, apresentada em seu art. 1.879, tratando-se de um testamento informal, em que é possível testar sem a necessidade de testemunhas, apenas escrevendo-o a próprio punho e assinando ao final pelo testador.
Nas palavras de Zeno Veloso (p. 144-5, 2003), o Testamento Simplificado não é uma variante do Testamento Particular, pois se trata, na verdade, de uma introdução de um novo tipo de testamento especial no ordenamento jurídico. No entanto, Maria Berenice Dias defende que a modalidade de testamento em questão é uma subespécie do Testamento Particular, em que devem estar consignadas as razões que impediram a convocação das testemunhas.
Ainda sob os termos de Lôbo, diferente dos testamentos especiais (marítimo, aeronáutico e militar), previstos para situação de risco de morte para o testador, o testamento simplificado precisa declarar as circunstâncias excepcionais, mas não está sujeito ao prazo de caducidade de 90 (noventa) dias, se o evento não ocorrer.
INVALIDADE DO TESTAMENTO
Conforme aponta Carlos Roberto Gonçalves (p. 262), o Código Civil trata da Invalidade do Negócio Jurídico em sua Parte Geral, nos arts. 166 a 184, tratando da nulidade e da anulabilidade. Ademais, o termo “Invalidade” significa dizer que o negócio jurídico não produz os efeitos desejados pelas partes, e é classificado de acordo com o grau de imperfeição observado.
De acordo com Paulo Lôbo (p. 255, 2016), as regras gerais sobre validade e invalidade dos negócios jurídicos, previstas no art. 104 do Código Civil, aplicam-se às disposições testamentárias. Portanto, restam válidas as disposições que não estejam eivadas de nulidade ou anulabilidade, isto é, depende do testador ser capaz ou legitimado a testar, do objeto do testamento ser lícito, possível determinado ou determinável e de estar em forma prevista ou não defesa em lei, isto é, deve estar inserido dentre as formas ordinárias ou especiais de testamento. Não se adequando a essas características, o testamento será tido por inválido. 
No que diz respeito às espécies de Invalidade, têm-se:
1. NULIDADE
Segundo Maria Berenice Dias (p. 484), o Testamento será nulo quando ausente um dos elementos essenciais dos atos jurídicos, isto é, aqueles previstos no art. 104 do CC (agente capaz, forma prescrita ou não defesa em lei e objeto lícito, possível, determinado ou determinável). Na falta de um desses elementos, ocorre vício de origem que compromete sua validade.
2. ANULABILIDADE
Segundo Paulo Lôbo (p. 190), no que diz respeito à anulabilidade das disposições testamentárias, o Código Civil, em seu art. 1.909, ateve-se às hipóteses de erro, dolo ou coação, que tornam defeituosa a declaração de vontade do testador. 
Ocorrendo qualquer dessas hipóteses, o interessado na sucessão disporá do prazo decadencial de 4 (quatro) anos para promover a anulação da disposição testamentária, tendo como termo inicial o conhecimento pelo interessado do vício.
É acrescentado por Pablo Stolze (p. 411), que a anulabilidade se trata de uma nulidade relativa e está prevista também no art. 171 do CC, no que diz respeito aos vícios de consentimento.
3. CADUCIDADE
Segundo Pablo Stolze (p. 417), a Caducidade do testamento consiste na perda da sua eficácia por circunstância superveniente ao momento de sua celebração. Maria Helena Diniz cita alguns exemplos que o testamento caducará: a) se o herdeiro instituído pré-morrer ao testador ou simultaneamente a ele; b) se o nomeado falecer antes do implemento da condição da qual dependia a herança ou legado; c) se o herdeiro ou o legatário instituído renunciar à herança ou legado, for incapaz de herdar ou se for excluído da sucessão.
INEFICÁCIA DO TESTAMENTO
1. REVOGAÇÃO
Segundo Paulo Lôbo (p. 222), o testamento pode ser revogado a qualquer tempo, levando a não produção de seus efeitos apesar de declaradamente existente e válido. Trata-se de ato discricionário, não havendo necessidade de o testador motivá-lo, no entanto, sendo necessário que o testador esteja, no momento da revogação, em pleno exercício de sua legitimidade para testar.
De acordo com Pablo Stolze (p. 418-419), a revogação consiste em uma modalidade de desfazimento de determinados negócios jurídicos, por iniciativa de uma das partes isoladamente. Para tanto, a revogação deve ocorrer do mesmo modo e forma com que fora feito o negócio jurídico que se quer revogar, podendo ser ela total ou parcial, na forma do art. 1.970 do CC e trazendo consequências lógicas:
a) Se a revogação for total: toda a herança passa a ser regulada pela Sucessão Legítima, caso não haja nova estipulação testamentária.
b) Se a revogação for parcial, significa que ainda há disposição testamentária válida e eficaz, devendo a Herança continuar sendo regida pela Sucessão Testamentária, segundo a vontade manifestada pelo de cujus.
2. ROMPIMENTO (Art. 1.973 - 1.975, CC)
Sob a perspectivade Pablo Stolze (p. 421), o Rompimento, também chamado de “Ruptura” é uma modalidade peculiar e extintiva aplicável especificamente ao testamento, em que o surgimento de um descendente sucessível ou outro herdeiro necessário – que o testador não tinha ou desconhecia quando testou – faz cessar os efeitos do testamento.
Dessa forma, segundo Paulo Lôbo (p. 224), diz-se que o testamento foi rompido quando não puder prevalecer em razão de colisão com os direitos de herdeiros necessários, sendo requisitos cumulativos para a ruptura:
a) a existência de descendente sucessível não contemplado no testamento;
b) desconhecimento da existência do descendente, por parte do testador; 
c) sobrevivência do descendente ao testador. 
Portanto, salienta-se que o rompimento resulta em ineficácia e não em invalidade (anulabilidade ou nulidade) do testamento. O testamento é válido, porém ineficaz em relação ao descendente não contemplado.
REFERÊNCIAS
DIAS, Maria Berenice. Manual das Sucessões, 6. ed. – Salvador: Editora JusPodivm, 2019.
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro: Direito das Sucessões, vol. 7 - 14. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2020.
LÔBO, Paulo. Direito Civil: Sucessões, 3. ed. – São Paulo: Saraiva, 2016.
STOLZE, Pablo. FILHO, Rodolfo. Novo Curso de Direito Civil: Direitos das Sucessões. 6. ed., vol. 7 – São Paulo: Saraiva Educação, 2019.
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito civil: Direito das Sucessões. 16. ed. - coleção direito civil; vol. 7. São Paulo: Atlas, 2016.

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