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ANAMNESE Dra Emanuelle de Lima Abreu Basile S Tinoco Médica crmmg 47268 ANAMNESE Trata-se do primeiro contato médico-paciente ! ANAMNESE A anamnese médica é uma etapa importante para o sucesso das consultas. Isso porque a entrevista acaba envolvendo o paciente no processo de identificação e cura da doença, além de reforçar medidas preventivas essenciais. ANAMNESE Na correria do dia a dia, essa conversa pode acabar se restringindo a um breve relato sobre sintomas, sem o aprofundamento necessário. Não quer dizer que cada anamnese deva durar horas, mas, sim, que faz sentido seguir um roteiro para coletar todas as informações de interesse. ANAMNESE Segundo determina o Conselho Federal de Medicina, naResolução 2056/2013: “A anamnese é instrumento exclusivo de avaliação propedêutica médica. A realização da anamnese é obrigatória em qualquer ambiente médico, inclusive em atendimento ambulatorial e nos consultórios.” https://sistemas.cfm.org.br/normas/arquivos/resolucoes/BR/2013/2056_2013.pdf ANAMNESE O roteiro da anamnese é uma forma padronizada de registrar a entrevista. Para a realização de uma boa anamnese, acima de tudo é necessário saber ouvir. Ao iniciar a entrevista com uma pergunta aberta, dê tempo para o paciente responder. ANAMNESE Paciente: a importância de ser proativo Atualmente nos deparamos com uma nova geração de pacientes – smart patient - ou "paciente inteligente", que já não delega ao médico a total responsabilidade da manutenção ou melhoria da sua saúde: partilha-a. A anamnese tradicional é composta por 7 itens: 1. Identificação 2. Queixa Principal (QP) 3. História da Moléstia Atual (HMA) 4.História Patológica Pregressa 5.História Familiar 6. História Social/ Hábitos de vida 7-Revisão de sistemas Consulta Médica - Adulto 1 – ABERTURA DA CONSULTA 1.1 – Identificação: Nome: Sexo: Idade: Estado Civil: Cor: Naturalidade: Profissão: Religiao: Endereço: Telefones: Acompanhante: 1.2- Queixa Principal: 1.3- Razões da consulta (pode ser anotado até ao final da consulta) Se estiver achando estranha a presença de religião, raça e profissão nessa lista, saiba que são dados relevantes. Estudos comprovam que a raça aumenta as chances de desenvolver algumas patologias – daí a necessidade de ser registrada. Já a religião é determinante para alguns hábitos de vida, impactando alimentação, lazer e costumes. E a profissão, por sua vez, importa por expor o trabalhador a riscos específicos. 2– OBTENÇÀO DE INFORMAÇÕES 2.1 – HMA (História da Moléstia Atual) - É a parte da anamnese que contém mais informações sobre o processo saúde-doença atual do paciente, mas também são as mais difíceis para serem obtidas corretamente. Deve conter a totalidade e os detalhes dos sintomas pertinentes ao caso, caracterizados adequadamente. - Deve-se ter o cuidado para se descrever cada sintoma individualmente. 2– OBTENÇÀO DE INFORMAÇÕES 2.1 – HMA (História da Moléstia Atual) - É a parte da anamnese que contém mais informações sobre o processo saúde-doença atual do paciente, mas também são as mais difíceis para serem obtidas corretamente. Deve conter a totalidade e os detalhes dos sintomas pertinentes ao caso, caracterizados adequadamente. - Deve-se ter o cuidado para se descrever cada sintoma individualmente. Em caso de doenças “crônicas”, apenas os novos sintomas serão incluídos na HMA. Os demais serão registrados na “História Pregressa”. - A HMA deve ser escrita de forma organizada e obedecendo a uma ordem temporal de instalação dos sintomas, do mais antigo para o mais recente. - É interessante que toda a evolução de um sintoma, inclusive resposta a tratamentos efetuados, estejam incluídos em um mesmo parágrafo. Em caso de doenças “crônicas”, apenas os novos sintomas serão incluídos na HMA. Os demais serão registrados na “História Pregressa”. - A HMA deve ser escrita de forma organizada e obedecendo a uma ordem temporal de instalação dos sintomas, do mais antigo para o mais recente. - É interessante que toda a evolução de um sintoma, inclusive resposta a tratamentos efetuados, estejam incluídos em um mesmo parágrafo. CARACTERIZAÇÃO DOS SINTOMAS 1. Cronologia 2. Localização Corporal 3. Qualidade 4. Quantidade 5. Circunstâncias 6. Fatores agravantes e atenuantes 7. Manifestações associadas 8. Consultas, exames e tratamentos anteriores e resultados obtidos CARACTERIZAÇÃO DOS SINTOMAS 1. Cronologia 2. Localização Corporal 3. Qualidade 4. Quantidade 5. Circunstâncias 6. Fatores agravantes e atenuantes 7. Manifestações associadas 8. Consultas, exames e tratamentos anteriores e resultados obtidos 2.2 – AE (Anamnese Especial) ou ROS (Revisão de Órgãos e Sistemas) Finalidades: - Detectar alterações dos diversos órgãos e sistemas que possam estar relacionados com a HMA ou não, mas que seguramente são importantes para o diagnóstico do estado saúde-doença do paciente. - Algumas vezes, sinais e sintomas secundários passam despercebidos. - Neste momento, pode-se também confrontar as informações colhidas na HMA, verificando a coerência e a firmeza com que os pacientes a fornecem. 3-CONTEXTUALIZAÇÃO 3.1) HP (História Pregressa) Objetivo: Colher informações sobre o passado do paciente que a princípio não aparentam correlação direta ou indireta de causa e feito com a HMA. - Devem constar dados sobre doenças prévias, traumatismos, gestações e partos, ciriugias, hospitalizações, exames laboratoriais realizados, uso de medicamentos, tabagismo, etilismo, uso de tóxicos, fatores de risco, imunizações, sono e hábitos alimentares, entre outros. 3.2) HF (História Familiar) - Deve ser aplicada e adaptada a cada caso. - Em geral é importante a história de condições de saúde física e mental e causas mortis (incluindo idade) de avós, pais, irmãos e filhos do paciente. 3.3) HPS (História Psicossocial) - São diversos os fatores de natureza psíquica e social (meio ambiente) que exercem influência sobre o paciente. - Fatores Socias: local de nascimento; atividades diárias habituais (sono, lazer, trabaljo, outras tarefas); educação; cultura; religião; família, condições de moradia e saneamento básico; condições financeiras; relacionamento com parentes e amigos, vida sexual, etc... Fatores psicológicos: tipo de personalidade; ansiedade; depressão, medos; frustrações; ambições; interesses; percepção e reação frente à moléstia; condições psicossociais que antecederam à moléstia. 4-FINALIZAÇÃO 4.1 - LISTA DE PROBLEMAS a) HD (Hipótese Diagnóstica) GERAL ou DIAGNÓSTICO SINDRÔMICO Relacionar a situação clínica do paciente ao conjunto de conhecimentos médicos e à sua experiência clínica, procurando dar uma explicação para todos os dados obtidos. Considerar problemas psicológicos como possíveis explicações para os sinais e sintomas. b) DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS Avaliar e relacionar todas as possibilidades diagnósticas que permitam explicar os dados obtidos. HD’s PRINCIPAL E SECUNDÁRIAS Tentar identificar, sempre que possível uma única causa que explique todos os problemas do paciente direta ou indiretamente, hierarquizando em “PRINCIPAL” (aquela que causaria diretamente a morte do paciente ou o agravamento do quadro clínico) e em “SECUNDÁRIAS” à HD principal ou co- morbidades associadas. d) DEMAIS RAZÕES DE CONSULTA Considerar o ponto de vista do paciente. 4.2 - CONDUTAS a) PLANO DE DIAGNÓSTICOS COMPLEMENTARES Solicitar, registrar e interpretar de modo adequado os exames e seus resultados. b) PLANO DE TRATAMENTO É específico para cada caso. 4.4PROGNÓSTICO A previsão da evolução provável da moléstia é importante para auxiliar decisões propedêuticas e terapêuticas e para avaliar a relação risco-custo- benefício do que for proposto para o paciente. Uma evolução inesperada, dados novos ou complicações da doença obrigam ao médico a rever e/ou interromperdecisões tomadas anteriormente. Falando, agora, sobre a qualidade do atendimento, parte dela depende das informações compartilhadas pelo paciente durante a consulta. Importância da anamnese médica Uma anamnese bem-feita é fundamental para oacolhimento durante a consulta médica e para qualificar o atendimento. https://telemedicinamorsch.com.br/blog/acolhimento-em-saude Vale lembrar que uma série de fatores podem tornar essa experiência negativa aos olhos do paciente, chegando a prejudicar o diagnóstico. Em primeiro lugar, porque, na maioria das vezes, o doente chega em estado vulnerável à unidade de saúde, sofrendo com dores e outros incômodos. Em segundo lugar, porque o consultório nem sempre traz boas memórias, o que costuma resultar em uma postura defensiva por parte do paciente. Para completar o quadro, o comportamento do médico pode aumentar o desconforto da situação, fazendo com que o doente não se sinta à vontade para contar detalhes relevantes. Falando, agora, sobre a qualidade do atendimento, parte dela depende das informações compartilhadas pelo paciente durante a consulta. Entram, aqui, tanto as manifestações verbais quanto as não verbais, que podem indicar um estado de sofrimento ou desconfiança prejudicial ao serviço. Sem conhecer a condição real do indivíduo, fica complicado perceber, por exemplo, a origem de umadoença ocupacional ou de um distúrbio com sintomas difusos. https://telemedicinamorsch.com.br/blog/laudo-ocupacional Dados coletados durante a entrevista são válidos até mesmo para conduzir o restante do atendimento, norteando o exame físico e testes complementares. Um exemplo simples seria uma queixa de falta de ar feita por uma pessoa que já teve episódios de asma anos atrás. https://telemedicinamorsch.com.br/blog/exame-clinico https://telemedicinamorsch.com.br/blog/asma-causas-diagnostico-tratamento Ela pode ter sido exposta novamente a um agente que irritou o trato respiratório, como ácaros ou produtos de limpeza de cheiro forte. Mas o médico só poderá saber disso se conduzir uma entrevista detalhada, prestando atenção ao histórico e pedindo informações complementares que expliquem a crise recente. Qual o papel do médico na anamnese? O médico é o profissional responsável pela entrevista, conduzindo o paciente por meio de um questionário base e perguntas adicionais para chegar a uma hipótese diagnóstica. Quanto maior o seu conhecimento, habilidades de comunicação e raciocínio, melhor tende a ser o resultado da anamnese. Porém, a receptividade, acolhimento e humanizaçãotambém contribuem para uma entrevista satisfatória, pois o paciente deve ser estimulado a compartilhar informações. https://telemedicinamorsch.com.br/blog/atendimento-humanizado Então, apesar de dar o tom à entrevista, o médico deve ser um bom ouvinte. É preciso demonstrar atenção para que o indivíduo se sinta à vontade no consultório. Para isso, deixe claro que o relato serve apenas como base para uma avaliação profissional, que tem por meta o restabelecimento da saúde. Como o médico tende a deparar com pessoas de diferentes origens, classes sociais e experiências de vida, é fundamental que ele desenvolva flexibilidade. Assim, será capaz de adaptar seu discurso e perguntas a todo tipo de paciente, comunicando-se com clareza e precisão. Na pele Aparelho olfativo e gustativo Tato, visual e auditivo Cardiovascular e linfático Osteomuscular e articular, gênito-urinário Neuroendócrino Psíquico. Revisão por sistemas Por fim, questione sobre o estado geral dos sistemas do corpo, a fim de enxergar manifestações: https://telemedicinamorsch.com.br/blog/telemedicina-cardiologica https://telemedicinamorsch.com.br/blog/telemedicina-na-neurologia Como a tecnologia qualifica a anamnese médica Combinar atendimento humanizado, agilidade e detalhamento é um grande desafio para os médicos atualmente. Dependendo do dia, eles podem atender dezenas de pacientes, deixando pouco tempo para uma entrevista completa. https://telemedicinamorsch.com.br/blog/humanizacao-na-enfermagem A boa notícia é que existem inovações tecnológicas que facilitam o preenchimento de documentos como o prontuário, liberando minutos valiosos para a anamnese. Falo de softwares como o prontuário eletrônico do paciente (PEP), que possuem mecanismos de autopreenchimento e auxiliam no cruzamento de informações. https://telemedicinamorsch.com.br/blog/prontuario-eletronico Além do mais, eles reúnem dados sobre a história pregressa do indivíduo, diminuindo a necessidade de coletar relatos extensos. Desse modo, você pode dedicar mais tempo ao que realmente faz a diferença: uma assistência cuidadosa e acolhedora. https://telemedicinamorsch.com.br/blog/historico-do-paciente Tipos de pacientes mais comuns em clínicas 1. Paciente “Google” 2. Paciente hipocondríaco 3. Paciente fragilizado 4. Paciente contestador 5. Paciente inseguro 6. Paciente “autosuficiente” DEIXE UMA BOA PRIMEIRA IMPRESSÃO •DEIXE O PACIENTE FALAR LIVREMENTE NO INICIO •NÃO DEIXE OBJETOS ENTRE VOCÊ E O PACIENTE •DIRECIONE SEU CORPO DE FRONTALMENTE AO PACIENTE •OLHE NOS OLHOS Questionário CAGE C – (cut down)– Alguma vez sentiu que deveria diminuir a quantidade de bebida ou parar de beber? 0 – ( ) não 1 – ( ) sim A – (annoyed) – As pessoas o (a) aborrecem porque criticam o seu modo de beber? 0 – ( ) não 1 – ( ) sim G – (guilty) – Se sente culpado (a) pela maneira com que costuma beber? 0 – ( ) não 1 – ( ) sim E – (eye opened) – Costuma beber pela manhã (ao acordar), para diminuir o nervosismo ou a ressaca? 0 – ( ) não 1 – ( ) sim Resultado: Se duas ou mais questões foram respondidas afirmativamente, procure um profissional de saúde para conversar sobre seu modo de consumo. Obrigada!
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