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SP 1.3 NCS4 Lívia Cambuí 1 Medicina – UniFG Laboratório de Morfofuncional Objetivos de aprendizagem: 1. Caracterizar morfologicamente a medula óssea vermelha e amarela. 2. Descrever as características dos ossos planos e dos longos quanto à distribuição da substância óssea 3. Descrever acidentes ósseos do quadril, esterno e tíbia relacionando com punção para coleta de medula óssea. 4. Identificar em anatomia de superfície os acidentes ósseos estudados. Trilha Pré-aula 1. Hematopoese: a) Quais são os órgãos hemocitopoéticos ao longo do desenvolvimento humano (embrião até adulto) Saco Vitelino: Durante as primeiras semanas de desenvolvimento embrionário, o saco vitelino é um dos primeiros locais de hematopoiese. Ele produz principalmente células sanguíneas primitivas, como eritrócitos primitivos e células sanguíneas nucleadas. Fígado: À medida que o desenvolvimento prossegue, o fígado fetal torna-se um importante órgão de hematopoiese. Ele produz uma variedade de células sanguíneas, incluindo eritrócitos e algumas células do sistema imunológico. Baço: O baço também desempenha um papel na hematopoiese fetal, principalmente na produção de eritrócitos. No entanto, a sua importância diminui à medida que o desenvolvimento continua. Medula Óssea: Ao longo do desenvolvimento, a medula óssea se torna o principal local de hematopoiese em humanos. Ela começa a assumir essa função em torno do terceiro trimestre da gestação. Do nascimento até a idade adulta, a medula óssea é o local primário de produção de todas as células sanguíneas, incluindo eritrócitos, leucócitos (glóbulos brancos) e plaquetas. b) Qual é a constituição histológica da medula óssea vermelha? A medula óssea é encontrada no canal medular dos ossos longos e nas cavidades dos ossos esponjosos. Distinguem-se a medula óssea vermelha (hematógena), que deve sua cor a numerosos eritrócitos em diversos estágios de maturação, e a medula óssea amarela, rica em células adiposas e que não produz células sanguíneas. No recém-nascido, toda a medula óssea é vermelha e, portanto, ativa na produção de células do sangue. Com o avançar da idade, porém, a maior parte da medula óssea transforma-se progressivamente na variedade amarela. No adulto, a medula vermelha é observada apenas no esterno, nas vértebras, nas costelas e na díploe dos ossos do crânio; no adulto jovem (por volta de 18 anos de idade), é vista nas epífises proximais do fêmur e do úmero. A medula amarela ainda retém células- tronco e, em certos casos, como hemorragias, hemólise, inflamação, alguns tipos de intoxicação e irradiação, pode transformar-se em medula óssea vermelha e voltar a produzir células do sangue. Medula óssea vermelha Diagrama mostrando a passagem de plaquetas, eritrócitos e leucócitos através da parede de um sinusoide da medula. Os megacariócitos formam prolongamentos delgados que penetram no lúmen SP 1.3 NCS4 Lívia Cambuí 2 Medicina – UniFG vascular, no qual suas extremidades se fragmentam, originando as plaquetas. Os leucócitos, pela ação dos fatores de liberação e graças à sua movimentação ameboide, atravessam facilmente a parede capilar por entre as células endoteliais. A medula óssea vermelha é constituída por células reticulares, associadas a fibras reticulares (colágeno tipo III). Essas células e fibras formam uma rede percorrida por numerosos capilares sinusoides, os quais se originam de capilares no endósteo e terminam em um grande vaso central, cujo sangue desemboca na circulação sistêmica venosa por meio de veias emissárias. Artérias também são encontradas na medula, principalmente na região cortical, próxima do endósteo. A inervação da medula consiste principalmente em fibras nervosas mielínicas e amielínicas existentes na parede das artérias. Algumas fibras amielínicas terminam em regiões de hemocitopoese, e alguns neurotransmissores (p. ex., substância P) contribuem para a regulação deste processo. O endotélio dos capilares e as células reticulares são fontes de citocinas hemocitopoéticas. A hemocitopoese ocorre nos espaços entre capilares e células reticulares, sendo regulada por citocinas estimulatórias e inibitórias, contatos intercelulares e proteínas da matriz extracelular existentes nesse estroma. Neste ambiente especial, células-tronco proliferam e diferenciam-se em todos os tipos de células do sangue. Células adiposas ocupam aproximadamente 50% da medula óssea vermelha no indivíduo adulto. O aumento do tecido adiposo continua gradualmente com o envelhecimento. Os adipócitos medulares se desenvolvem a partir de células fibroblastoides, provavelmente células reticulares. Diferentemente de outros adipócitos do organismo, os medulares são relativamente resistentes à lipólise promovida pelo jejum prolongado. A matriz extracelular, além de colágeno dos tipos I e III, contém fibronectina, laminina, tenascina, trombospondina, vitronectina, glicosaminoglicanos e proteoglicanos. Várias dessas moléculas e outra com afinidade para células, a hemonectina, interagem com receptores celulares, fixando temporariamente as células e interferindo positivamente ou negativamente na função de diferentes citocinas. Essas interações formam nichos (microrregiões) especializados que podem facilitar o desenvolvimento de linhagens sanguíneas específicas, favorecer a sobrevivência de células-tronco ou a quiescência celular. A medula apresenta microrregiões, nas quais predomina um mesmo tipo de glóbulo sanguíneo em diversas fases de maturação. A liberação de células maduras da medula para o sangue ocorre por migração através do endotélio, próximo das junções intercelulares. De modo geral, o processo de maturação envolve a perda de receptores de adesão célula- célula e célula-matriz, podendo ser controlada por fatores de liberação, moléculas produzidas em resposta às necessidades do organismo. Diferentes linhagens sanguíneas podem responder de maneira diferenciada a esses fatores. Corte de medula óssea vermelha (hematógena) mostrando capilares sinusoides (pontas de seta) e células adiposas (asteriscos). (Hematoxilina-eosina [HE]. Médio aumento.) c) Esquema do processo de diferenciação das células da linhagem linfoide e mieloide SP 1.3 NCS4 Lívia Cambuí 3 Medicina – UniFG 2. Leucopoiese A leucopoiese é estimulada por citocinas de duas famílias de fatores hematopoiéticos: as interleucinas e os fatores estimuladores de colônias (QCA). Estes fatores são produzidos por macrófagos e linfócitos T, mas são também produzidos por outros tipos de células. Existem duas vias de diferenciação dos leucócitos em relação ao hemocitoblasto: • O progenitor linfóide comum produz linfócitos T e linfócitos B. • O progenitor mielóide comum produz granulócitos e monócitos. Os granulócitos são produzidos em 5 fases: • Fase mieloblástica: as células-tronco mielóides dão origem a mieloblastos comprometidos. • Fase de mieloblastos: os mieloblastos acumulam lisossomas para se tornarem promieloblastos. • Fase de mielócitos: os grânulos distintivos de cada granulócito aparecem, depois a divisão celular para. Os núcleos distorcem e tornam-se em forma de arco. • Entrada em circulação: os núcleos constroem e iniciam o processo de segmentação nuclear antes dos neutrófilos, eosinófilose basófilos deixarem a medula óssea. Os monócitos são produzidos em 3 fases: • Fase monoblasto: as células estaminais mielóides dão origem a monoblastos comprometidos. • Fase dos monoblastos: os monoblastos diferenciam-se para se tornarem promonócitos. • Saída da medula óssea: os promonócitos saem da medula óssea e viajam para o tecido linfóide onde se diferenciam em monócitos. Alguns monócitos diferenciam- se em macrófagos. Os linfócitos são produzidos em 2 fases: SP 1.3 NCS4 Lívia Cambuí 4 Medicina – UniFG • Fase de precursores linfocitários: as células estaminais linfóides dão origem a precursores linfocitários T e B comprometidos. • Os precursores linfocitários T saem da medula óssea e viajam até ao timo, onde se diferenciam em linfócitos T. • Os precursores linfócitos B amadurecem na medula óssea. Alguns diferenciam-se em plasmócitos. Ao contrário das hemácias, os granulócitos maduros podem ser armazenados na medula óssea 3. Videoaula no ULIFE Anatomia do osso do quadril, esterno, tíbia e coleta de medula óssea. --- falta Medula óssea – é um órgão difuso, volumoso e ativo. Produz cerca de 2,5 bilhões de plaquetas e 1 bilhão de granulócitos por quilo de peso corporal por dia, sendo ajustada de acordo com as necessidades do organismo. Localização: canal medular dos ossos longos e na cavidade dos ossos esponjosos. Medula óssea vermelha ou hematógena – tem numerosos eritrócitos em diversos estágios de maturação. Nos recém-nascidos toda a medula óssea é vermelha, que é trocada progressivamente por adipócitos, tornando amarela. Sendo responsável pela hemocitopoese, garantindo a renovação das células sanguíneas. Nos adultos a medula hematógena é encontrada no esterno, vértebras, costelas e díploe dos ossos do crânio. Em jovens adultos (18 anos de idade) podemos encontrar a medula óssea vermelha também nas epífises proximais do fêmur e do úmero. Medula óssea amarela: É rica em células adiposas, não produz células sanguíneas, e pode reter células- tronco e em situações patológicas especificas transforma-se em medula óssea vermelha. Neoplasias linfoides e mieloides: Tumores sólidos x não sólidos Questões: a) Conceito de leucemia – é uma neoplasia com amplo acometimento da medula óssea e, em geral do sangue periférico, sendo uma doença disseminada. b) Diferentes tipos de leucemia – Das neoplasias linfoides tem-se a LLA (leucemia linfoblástica aguda), a LLC (leucemia linfoblástica crônica) Das neoplasias mieloides tem-se a LMA (leucemia mieloide aguda), LLC (leucemia linfoide crônica) c) Como diferenciar as leucemias agudas e crônicas pelo grau de diferenciação celular e evolução clínica? Grau de diferenciação celular: • Leucemias Agudas: Nas leucemias agudas, as células humanas afetadas são geralmente imaturas ou diferenciadas. Isso significa que essas células leucêmicas não passaram pelo processo normal de maturação e não desempenham suas funções normais no corpo. As leucemias agudas podem afetar células mieloides ou linfoides. Portanto, elas podem ser comuns como leucemia mieloide aguda (LMA) ou leucemia linfoblástica aguda (LLA). Os sintomas das leucemias agudas geralmente aparecem rapidamente devido à produção excessiva de células imaturas e não funcionais. Os pacientes podem apresentar fadiga, anemia, infecções SP 1.3 NCS4 Lívia Cambuí 5 Medicina – UniFG frequentes, sangramento fácil e outros sintomas graves. • Leucemias Crônicas: Nas leucemias crônicas, as células leucêmicas têm uma aparência mais madura e têm maior semelhança com as células normais do sangue. As leucemias crônicas também podem afetar células mieloides ou linfoides, levando a subtipos como leucemia mieloide crônica (LMC) ou leucemia linfocítica crônica (LLC). Os sintomas nas leucemias crônicas podem ser mais insidiosos e menos graves do que nas leucemias agudas. Os pacientes não apresentam sintomas por um longo período e, quando aparecem, podem ser sutis, como fadiga, perda de peso, aumento dos gânglios linfáticos e desconforto abdominal. Evolução clínica: • Leucemias Agudas: As leucemias agudas tendem a progredir rapidamente se não forem tratadas. Sem intervenção médica, a sobrevida é geralmente curta. O tratamento para leucemias agudas envolve quimioterapia intensiva e, em alguns casos, transplante de medula óssea. O objetivo é induzir uma remissão completa, ou seja, eliminar as células leucêmicas do sangue e da medula óssea. • Leucemias Crônicas: As leucemias crônicas têm uma progressão mais lenta e podem persistir por muitos anos. O tratamento para leucemias crônicas pode envolver terapias direcionadas, imunoterapia ou, em alguns casos, observação ativa, especialmente em estratégias iniciais. O objetivo do tratamento nas leucemias crônicas é controlar a doença, manter os sintomas sob controle e melhorar a qualidade de vida do paciente. Em resumo, a divisão celular e a evolução clínica são dois fatores-chave que ajudam a distinguir entre leucemias agudas e crônicas. As leucemias agudas envolvem células imaturas e progridem rapidamente, enquanto as leucemias crônicas envolvem células mais maduras e têm uma evolução mais lenta. O diagnóstico preciso é essencial para determinar o tratamento mais adequado para cada tipo de leucemia. d) Quais são os principais fatores etiológicos associados às leucemias? Os fatores etiológicos associados às leucemias, ou seja, as causas que promovem o desenvolvimento dessas doenças, são complexos e multifatoriais. Não há uma causa única definitiva para as leucemias, mas vários fatores de risco e influências genéticas podem desempenhar um papel. Aqui estão alguns dos principais fatores etiológicos associados às leucemias: Fatores Genéticos e Hereditários: Mutações genéticas podem desempenhar um papel importante na predisposição para as leucemias. Algumas formas hereditárias de leucemia, embora raras, foram identificadas em famílias com histórico da doença. Exposição a Radiações Ionizantes: A exposição a radiações ionizantes, como radiações de alto nível, pode aumentar o risco de desenvolver leucemia. Isso inclui exposições ocupacionais, tratamentos médicos com radiações e incidentes nucleares. Exposição a Produtos Químicos Tóxicos: A exposição a produtos químicos tóxicos, como benzeno e outros solventes orgânicos, tem sido associada a um risco aumentado de leucemia, especialmente leucemia mieloide aguda (LMA). Transtornos Genéticos: Algumas condições genéticas, como a síndrome de Down (trissomia do cromossomo 21), estão associadas a um risco aumentado de leucemia. Infecções Virais: Alguns vírus, como o vírus da leucemia de células T humanas (HTLV-1) e o vírus Epstein-Barr (EBV), foram associados a certos tipos de leucemia. Exposição a Agentes Quimioterápicos Anteriores: Indivíduos que foram tratados com SP 1.3 NCS4 Lívia Cambuí 6 Medicina – UniFG quimioterapia ou radioterapia para outros tipos de câncer têm um risco de desenvolver leucemia secundária como resultado do tratamento anterior. Síndromes Mielodisplásicas: As síndromes mielodisplásicas são distúrbios da medula óssea que aumentam o risco de transformação na leucemia mieloide aguda. Idade: O risco de leucemia aumenta com a idade. A maioria dos casos ocorre em adultos mais velhos, emboraas leucemias também possam ocorrer em crianças. Histórico Familiar: Ter parentes de primeiro grau (pais, irmãos) com leucemia pode aumentar o risco de desenvolver a doença. Fatores Imunológicos: O sistema imunológico desempenha um papel na prevenção e controle do câncer, e um sistema imunológico enfraquecido pode estar associado a um risco aumentado de leucemia. É importante ressaltar que a maioria dos casos de leucemia não pode ser atribuída a um único fator etiológico, mas sim a uma combinação de fatores genéticos e ambientais. Além disso, a compreensão dos fatores de risco continua a evoluir à medida que a pesquisa médica avança. A detecção precoce e o tratamento adequado são fundamentais para o manejo eficaz das leucemias. e) Principais sinais e sintomas das leucemias agudas e crônicas Leucemias Agudas: 1. Fadiga Extrema: Uma fadiga persistente e debilitante é um sintoma comum nas leucemias agudas, devido à produção excessiva de células leucêmicas imaturas, que não prejudicam suas funções no sangue. 2. Sangramento e Hematomas: Como as células sanguíneas normais estão comprometidas, o paciente pode apresentar sangramento fácil, hematomas inexplicáveis e sangramento nas gengivas e nariz. 3. Infecções recorrentes: A falta de glóbulos brancos saudáveis pode levar a infecções frequentes, como febre, dor de garganta e infecções do trato respiratório. 4. Dores Ósseas e Articulares: A invasão das células leucêmicas na medula óssea pode causar dores nos ossos e articulações. 5. Palidez e Anemia: A falta de glóbulos elétricos funcionais pode resultar em palidez, fraqueza e falta de ar devido à anemia. 6. Inchaço de Gânglios Linfáticos: O aumento dos gânglios linfáticos, especialmente no pescoço, axilas e virilha, pode ser observado. 7. Sudorese Noturna: Algumas pessoas com leucemia aguda podem experimentar sudorese noturna excessivamente. 8. Perda de Peso Inexplicável: Muitos pacientes com leucemias agudas perdem peso inexplicavelmente devido à falta de apetite e ao impacto da doença no metabolismo. Leucemias Crônicas: 1. Fadiga e Fraqueza: A fadiga é um sintoma comum nas leucemias crônicas, embora geralmente seja menos grave do que nas leucemias agudas. 2. Inchaço Abdominal: Algumas pessoas com leucemias crônicas podem desenvolver um aumento do baço (esplenomegalia), o que pode causar desconforto abdominal e desconforto. 3. Aumento de Gânglios Linfáticos: Os gânglios linfáticos podem ficar aumentados, especialmente na leucemia linfocítica crônica (LLC). 4. Infecções Recorrentes: Como o sistema imunológico pode ser comprometido, as infecções podem ser mais frequentes. 5. Perda de Peso Inexplicável: Alguns pacientes com leucemias crônicas podem perder peso sem motivo aparente. SP 1.3 NCS4 Lívia Cambuí 7 Medicina – UniFG 6. Sintomas B de Biermer: Pacientes com leucemia linfocítica crônica (LLC) podem desenvolver sintomas semelhantes à anemia perniciosa, como fraqueza, formigamento nas extremidades e dificuldade na absorção de vitamina B12. 7. Assintomáticos: Em alguns casos, especialmente nas fases iniciais, as leucemias crônicas podem ser assintomáticas e são frequentemente negligenciadas durante exames de rotina. Lembrando que a leucemia é uma doença heterogênea e os sintomas podem variar de pessoa para pessoa. A presença de alguns desses sintomas não significa necessariamente que alguém tenha leucemia, mas é importante buscar uma avaliação médica se houver preocupações, especialmente se os sintomas forem persistentes e graves. O diagnóstico e o tratamento precoce são fundamentais para o manejo eficaz da doença. f) Como é realizado o diagnóstico das leucemias? Vide SLIDE Diagnóstico O diagnóstico das leucemias envolve uma série de passos clínicos, laboratoriais e de imagem para determinar a presença da doença e identificar o tipo específico de leucemia. Avaliação Clínica e Histórica Médica: O médico começa buscando uma história clínica detalhada do paciente, incluindo sintomas, duração e histórico familiar de câncer ou distúrbios sanguíneos. Exame Físico: O médico realiza um exame físico completo para detectar sinais de leucemia, como aumento de gânglios linfáticos, inchaço do baço ou fígado e sinais de sangramento. Exames de Sangue: Análises de sangue são cruciais para o diagnóstico. Isso inclui um hemograma completo, que avalia a contagem de glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas. Alterações na contagem e na morfologia das células sanguíneas podem ser indicativas de leucemia. Aspirado de Medula Óssea e Biópsia de Medula Óssea: A aspiração e a biópsia da medula óssea são procedimentos em que uma pequena quantidade de medula óssea é retirada do osso da bacia ou da parte interna do osso do quadril. Essas amostras são examinadas para determinar a presença de células leucêmicas e para classificar o tipo de leucemia. Citogenética e Biologia Molecular: Exames citogenéticos e moleculares podem ser realizados para identificar alterações genéticas específicas em células leucêmicas. Isso ajuda a determinar o prognóstico e a escolha do tratamento. Exemplos incluem a pesquisa de translocações cromossômicas, como a translocação Filadélfia na leucemia mieloide crônica (LMC). Exames de Imagem: A radiografia de tórax, a ultrassonografia e a tomografia computadorizada (TC) podem ser realizadas para avaliar o tamanho dos órgãos linfoides, como gânglios linfáticos, baço e fígado. USG, TC, RNM, investigando os linfonodos, baço, rins, medula e cérebro, tendo como objetivo principal o seu diagnóstico e estadiamento. Ajudando na busca de eventuais complicações e alterações. Punção Lombar (ou Exame do Líquido Cefalorraquidiano): Em alguns casos de leucemia aguda, é feita uma punção lombar para examinar o líquido cefalorraquidiano, que banha o cérebro e a medula espinhal. Isso ajuda a determinar se as células leucêmicas se espalharam para o sistema nervoso central. Imunofenotipagem por Citometria de Fluxo: Este exame permite uma análise detalhada das proteínas presentes na superfície das células leucêmicas. Ajuda a classificar o tipo de leucemia com base em marcadores específicos. Testes Específicos para Leucemias Crônicas: Nas leucemias crônicas, como a leucemia mieloide crônica (LMC), a detecção da translocação Filadélfia por técnicas como a ocorrência na cadeia da polimerase (PCR) é fundamental para o diagnóstico. Biópsia de Linfonodos (Opcional): Em alguns casos, uma biópsia de um linfonodo aumentado pode ser realizada para verificar a presença de células leucêmicas. SP 1.3 NCS4 Lívia Cambuí 8 Medicina – UniFG Laboratório de Medicina Laboratorial Objetivos de aprendizagem: • Descrever os diferentes tipos de leucemia; • Descrever a instalação do processo leucêmico; • Reconhecer os principais fatores desencadeantes das leucemias; • Caracterizar morfologicamente os diferentes tipos de leucemia quanto a sua origem; • Identificar as principais técnicas utilizadas no diagnostico laboratorial das leucemias. – slide ulife. Instalação do processo leucêmico: Resumo básico. O processo leucêmico refere-se ao desenvolvimento da leucemia, um câncer que afeta as células sanguíneas, principalmente os glóbulos brancos. A leucemia pode ser dividida em vários subtipos, sendo como principais a leucemia mieloide aguda (LMA), a leucemia mieloide crônica (LMC), a leucemia linfoblástica aguda (LLA) e a leucemia linfocítica crônica (LLC). A instalação do processoleucêmico envolve várias etapas: Mutação Genética: A leucemia geralmente começa com uma mutação genética em uma célula-tronco hematopoética. Essa mutação torna a célula anormal e tende a se dividir de forma descontrolada. Proliferação Descontrolada: As células-tronco afetadas pela mutação iniciam-se a se dividir e proliferar de forma descontrolada. Isso leva à produção excessiva de células imaturas e anormais, conhecidas como blastos. Acúmulo de Blastos : Os blastos não funcionam corretamente e não foram aprimorados para desenvolver suas funções normais no sistema sanguíneo. Eles se acumulam na medula óssea e na corrente sanguínea, melhorando as células sanguíneas saudáveis. Sintomas iniciais: À medida que as células leucêmicas se acumulam, os pacientes podem começar a apresentar sintomas como fadiga, fraqueza, infecções frequentes, febre, palidez, dor óssea e aumento dos gânglios linfáticos. Diagnóstico: A leucemia é causada por meio de exames de sangue, como um hemograma completo e análise de medula óssea. A análise da medula óssea é crucial para determinar o tipo de leucemia e seu estágio. Classificação: Com base na análise da medula óssea e dos exames de sangue, os médicos classificam a leucemia em um dos subtipos específicos e determinam se é aguda ou crônica. Essa classificação é essencial para determinar o tratamento mais seguro. Tratamento: O tratamento para a leucemia pode incluir quimioterapia, radioterapia, transplante de medula óssea, terapias direcionadas e, em alguns casos, imunoterapia. O objetivo é destruir as células leucêmicas e permitir que as células sanguíneas saudáveis se recuperem. Morfologia dos diferentes tipos de leucemia quanto a sua origem; (Básico) Leucemia Mieloide Aguda (LMA): Origem: As células leucêmicas na LMA são originadas de precursores das células mieloides da medula óssea, que incluem mieloblastos (células que normalmente se desenvolvem em granulócitos, como neutrófilos, eosinófilos e basófilos). Morfologia: Os mieloblastos na LMA são imaturos e apresentam características morfológicas anormais, como núcleos grandes, irregularidades nucleares e citoplasma restritos. Eles podem ocupar a medula óssea, prejudicando a produção de células sanguíneas normais. SP 1.3 NCS4 Lívia Cambuí 9 Medicina – UniFG Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA): Origem: As células leucêmicas na LLA são originadas de precursores das células linfoides da medula óssea, que normalmente se desenvolvem em linfócitos B ou T. Morfologia: Os linfoblastos no LLA são imaturos e também apresentam características morfológicas anormais, incluindo núcleos grandes, cromatina frouxa e citoplasma escasso. Essas células podem substituir as células normais da medula óssea e da corrente sanguínea. Leucemia Mieloide Crônica (LMC): Origem: A LMC é específica por uma mutação genética específica (cromossomo Filadélfia) que afeta as células-tronco mieloides na medula óssea. Morfologia: As células leucêmicas na LMC podem parecer relativamente mais maduras do que as da LMA, mas ainda mostram algumas anormalidades morfológicas. Eles incluem uma maior proporção de neutrófilos imaturos (mielócitos) e a presença do cromossomo Filadélfia é uma característica diagnóstica importante. Leucemia Linfocítica Crônica (LLC): Origem: A LLC é originária de linfócitos B maduros, em contraste com o LLA, que afeta linfoblastos imaturos. Morfologia: As células na LLC tendem a ser pequenas e maduras, com núcleos regulares e cromatina densa. Elas podem se acumular nas medulas ósseas e nos linfonodos, interferindo na produção de células normais e causando aumento dos gânglios linfáticos.
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