Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
VANESSA MORAIS 1 Antibacterianos Bactérias: organismos unicelulares com parede celular composta de peptidoglicanos, cuja espessura é variável e, quanto maior, mais chance de reter o corante na coloração de Gram. • Bactérias Gram positivas – Retém o corante na coloração de Gram. Sua membrana celular é composta de ácido tecoico e ácido lipotecoico. • Bactérias Gram negativas – Não retém o corante na coloração de Gram, já que possuem uma membrana externa lipoproteica que não possibilita a penetração de corante e são constituídas de endotoxinas. Além disso, possuem as porinas, que facilitam o tramite de substâncias entre os meios, Bactérias Aeróbicas Gram + Gram - Cocos • Estreptos • Estáfilos • Enterococos • Neisserias • Moraxelas Bacilos • Listeria • Clostridium (Germe anaeróbio) • Pseudomonas • Hemófilos • Enterobactérias: → Escherichia → Klebsiella → Salmonella → Shigella Conceitos importantes: ANTIMICROBIANO: qualquer fármaco capaz de impedir a multiplicação de um microorganismo, bactéria, vírus, fungo) e suprimir uma infecção. ANTIBACTERIA NO: Usado no combate a infecções bacterianas, popularmente conhecidos por antibióticos. Para que ocorra a infecção, é necessária a entrada, instalação e multiplicação da bactéria no hospedeiro, gerando sinais e sintomas a partir da lesão. ANTIBIÓTICO: antimicrobiano com origem natural (vegetal, animal...) QUIMIOTERÁPICO: fármaco de origem sintética. ANTIMICROBIANO IDEAL: ▪ Deveria ser 100% seletivo para o microorganismo invasor e não possuir capacidade de intoxicar o hospedeiro. ▪ Eficiente em baixas concentrações, baixo custo e menor seletividade para a microbiota normal e altamente seletivo para o patógeno invasor → Deve-se conhecer o sítio de infecção para avaliar a ação do fármaco nesse sítio. → Levar em consideração o agente infeccioso para escolher o antibacteriano capaz de combate-lo → Considerar a gravidade da doença: dá tempo identificar e selecionar o fármaco mais específico ou devo lançar mão de um fármaco de amplo espectro por meio do tratamento empírico? MECANISMOS DE AÇÃO NA CÉLULA BACTERIANA : ▪ Bactericida – sempre que matar a célula invadida ▪ Bacteriostático – sempre que impedirem a multiplicação da célula infectada ESPECTRO DE AÇÃO: Quais indivíduos o antibacteriano alcança com sucesso? → Amplo espectro: É usado quando o patógeno não é conhecido, mas favorece a resistência bacteriana → Baixo espectro: Fármacos mais específicos, utilizadas quando o patógeno já foi identificado Outras bactérias importantes: • Micobacterium • Chlamydia • Mycoplasma • Treponema VANESSA MORAIS 2 CRITÉRIO DE ESCOLHA: ▪ Menor toxicidade ▪ Menor indução de resistência ▪ Maior efetividade ▪ Via de administração preferível ao caso ▪ Capacidade do fármaco de penetrar o sítio de infecção ▪ Posologia mais cômoda ASSOCIAÇÃO: deve ser feita com a intenção de potencializar os efeitos e diminuir a resistência. MECANISMOS DE AÇÃO: → Lise celular por ruptura da parede da membrana celular da bactéria (Bactericida) → Inibição da síntese de proteínas bacterianas (bactericida ou bacteriosestática) → Destruição da membrana celular ou interferência em sua função → Interrupção da síntese de ácido nucleico → Interferência no metabolismo normal INIBIDORES DA SÍNTESE DA PAREDE CELULAR β-lactâmicos → Denominados assim por conta do anel betalactâmico, essencial para o seu mecanismo de ação → Possuem amplo espectro de ação, atuando sobre bactérias aeróbias, anaeróbias, G+ e G- → Têm ação principal sobre bactérias gram-positivas → Inibem a síntese de parede celular, logo, não devem ser utilizados no combate a bactérias que não possuem parede celular. → Promovem plasmólise (bactericidas) → Mais efetivo durante a divisão celular, por isso não é efetivo em uso associado a um bacteriostático. → São relativamente seguras, podendo ser utilizados em crianças e gestantes. SÃO CLASSIFICADOS EM: ▪ Penicilina ▪ Cefalosporina ▪ Carbapnêmicos ▪ Monobactâmicos ▪ Inibidores das betalactamases OBS: as betalactanases destroem o anel, impedindo o mecanismo de ação da classe e se constituindo como seu principal mecanismo de resistência. Mecanismo de ação: interferem na síntese do peptidoglicano da parede celular bacteriano à medida em que o anel betalactâmico se liga a proteína de ligação da penicilina (transpeptidase) e inativa um inibidor das enzimas autolíticas da parede celular, levando à lise. PENICILINAS PENICILINAS NATURAIS: Penicilina G Benzatina (benzetacil) → Utilizada via IM → Possui meia-vida longa, ideal para profilaxia ou para combate de infecções prolongadas VANESSA MORAIS 3 → Baixa penetração do SNC → Cobre: estrepto e enterococos, neisseria meningitidis, anaetóbios, treponemas, mas não cobre estáfilos PRINCIPAIS APLICAÇÕES: . Profilaxia para endocardite e febre reumáticas, Tratamento da sífilis, exceto neuro-sífilis Penicilina G Cristalina → Mais utilizada para infecções mais agudas por ter menor meia-vida → Possui a via IV como via de administração principal → Possui boa penetração no SNC → Cobre: estrepto e enterococos, neisseria meningitidis, anaetóbios, treponemas, mas não cobre estáfilos PRINCIPAIS APLICAÇÕES: . Combate todos os tipos de sífilis, sendo a escolha para tratamento de sífilis terciária, neuro-sífilis. Infecções por Strepto pneumoniae, IVAS, PAC e meningite S. Pyogenis, piodermites e faringo-amigdalite S. agalactiae, meningite e sepse do RN Penicilina G procaína / Penicilina V oral → Vias de administração IM, com administração a cada 12h e oral, a cada 6h, respectivamente → Espectro de ação semelhante às outras penicilinas → Pouco utilizadas na prática PENICILINAS PENICILINASE-RESISTESTES (ANTIESTAFILOCÓCICAS) Oxacilina e Meticilina → Cobrem Staphylococcus aureus → Espectro de ação curto para outros microorganismos → Drogas de escolha para tratar os MSSA = OSSA, ou seja, estáfilos sensíveis à meticilina/oxacilina, geralmente encontrados na comunidade. → No caso dos MRSA/ORSA, ou seja, estáfilos resistentes à meticilina/oxacilina, geralmente encontrados em hopitais, são empregadas outras drogas. APLICAÇÃO PRÁTICA Infecção de pele e partes moles, abscessos, pneumonias, estafilococcias... PENICILINAS SEMISSINTÉTICAS – AMINOPENICILINAS Amoxicilina e Ampicilina → São administradas via oral ou via intravenosa → Possuem espectro maior que às penicilinas naturais, visto que pegam todas as que as naturais pegam, e ainda alargam o espectro para as gram negativas. → Cruzam a barreira hemato-encefálica quando inflamada → Cobertura: Estrepto, enterococos, listeria, neisseria (meningococo), hemófilos, mas não cobre estafilococos e outros germes G-. VANESSA MORAIS 4 APLICAÇÃO PRÁTICA IVAS por infecção por S. pneumoniae, (strepto ou hemófilo) PAC e meningites e sepse do RN, Faringoamigdalites e piodermites (strepto) Muito empregados em infecções de cabeça e pescoço e em neonatos. PENICILINAS ANTI-PSEUDOMONAS Piperacilina, ticarcilina e carbenicilina → Via de administração: intravenosa ou intramuscular → Costumam cobrir enterobactérias e algumas pseudomonas, cobrindo bem os G – → Utilizados geralmente em conjunto com inibidores da B-lactamase → Cobre: proteus, enterobacter e pseudomonas APLICAÇÃO PRÁTICA: Primeira escolha para gram – resistentes, enterro-bactérias hospitalares Pseudomonas hospitalares (carbenicilina + amicacina) PENICILINAS COM INIBIDORES DE B -LACTAMASE Amoxicilina-clavulanato (Clavulin), piperacilina-tazobactam (Tezocin) , ampicilina-sulbactam → Vias de administração: via oral e intravenosa → Ampliam o espectro de ação contra gram negativas e gram positivas APLICAÇÃO PRÁTICA: Amoxicilina-Clavulanato: Sinusite crônica, IVAS pediátrica, pé diabético infectado, mordedura deanimais Ampicilina-Sulbactam: cobrem basicamente o mesmo espectro que a amoxi-clavul Piperacilina-Tazobactam: infecções intraabdominais por G(-) resistentes (pseudomonas e enterobactérias) CEFALOSPORINA Semelhantes às penicilinas: estrutura, espectro de ação e farmacocinético São antimicrobianos B-lactâmicos de amplo espectro comparado às penicilinas, mas são resistentes à beta- lactamase. São ativos contra Gram + e Gram –, enquanto as penicilinas têm preferência por G(+) Possuem tempo de meia vida mais curto que as penicilinas e são alternativas a elas em pacientes alérgicos. Não cobrem os enterococos, exceto a 5ª geração Algumas fontes as colocam como não indicadas se houver sensibilidade às penicilinas pelo risco de reação cruzada, outras afirmam que apenas 10% dos pacientes que possuem reação às penicilina apresentarão essa reação. São classificadas em 1ª, 2ª, 3ª, 4ª e 5ª geração, e com o avançar da geração, aumenta-se o espectro de ação MECANISMO DE AÇÃO: afetam a parede celular, de forma semelhante à penicilina. CEFALOSPORINA DE PRIMEIRA GERAÇÃO Cefalexina, Cefadroxila (oral) | Cefazolina e Cefalotina (parenteral) → Bastante semelhante às penicilinas, espectro G(+) e mais resistente à betalactamase → Pode ser administrada em gestantes → Não atravessa a barreira hematoencefálica, não sendo útil para infecções do SNC → São bastante semelhantes à oxacilina VANESSA MORAIS 5 → Cobre estáfilo sensível, com potência menor que a oxacilina → INDICAÇÃO: microorganismos sensíveis à oxacilina → INFECÇÃO POR ESTREPTO E ESTÁFILOS COMUNITÁRIO: PELE E OROFARINGE! → PROFILAXIA CIRÚRGICA EM CIRURGIAS LIMPAS E POTENCIALMENTE CONTAMINADAS CEFALOSPORINA DE SEGUNDA GERAÇÃO Cefaclor, cefoxitina, cefuroxima → Administração oral e parenteral → Espectro de ação G(+) e (-), → Eficiente contra Neisseria miningitidis, Neisseria gonorrhoeae, enterobactérias, anaeróbios e hemófilos → Apresentam maior atividade contra H. influenzae.. → Só a cefuroxima consegue atingir o SNC → INDICAÇÕES: Infecções respiratórias, sem agente etiológico identificado, profilaxia de infecções na comunidade e no pós-cirúrgico. CEFALOSPORINA DE TERCEIRA GERAÇÃO (USO HOSPITALAR) Cefitriaxone, Cefotaxima, Ceftazidima → Via intramuscular e intravenosa → Mais eficazes contra bacilos gram-negativos facultativos e têm atividade antimicrobiana superior contra S. pneumoniae, S. pyogenes, enterobactérias (Salmonela, E. coli, Klebsiella) e outros estreptococos. → Cobre Neisserias gonorrhoeae – gonorreia | Streptococcus sensível e resistente – PAC - (CEFTRIAXONE) → Somente a ceftazidima tem atividade contra a pseudômona, principalmente de comunidade. → Com exceção da ceftazidima, apresentam atividade moderada contra os S. áureos sensível à oxacilina → São utilizados em indivíduos que possuam sensibilidade e/ou resistência às penicilinas → O ceftriaxone tem boa penetração tecidual e no SNC. → INDICAÇÃO: Infecção de feridas cirúrgicas, infecções comunitárias mais graves, pneumonias, meningite meningocócica... CEFALOSPORINA DE QUARTA GERAÇÃO Cefipime → Via intravenosa e uso exclusivo hospitalar → De modo geral o espectro inclui 1º e 3º gerações (1+3=4) → Atividade gram negativa e antipseudomonas e gram positivos sensíveis à oxacilina → Cobre enterobactérias produtoras de betalactamases resistentes - proteus e providencia, enterobacter, serratia e citrobacter. (PESC), neisserias, pseudomonas, estreptos sensíveis e resistentes, hemófilos e estáfilos sensíveis → Empregada em caso de meningite por G(-), pneumonias atípicas hospitalares, infecções graves do trato urinário → REAÇÕES: mais tolerável que as penicilinas, principalmente por menor reações adversas gástricas e menor chance de reação de hipersensibilidade embora possa haver reação cruzada. → Risco de tromboflevite – infusão mais lenta pode evitar → Hepatotoxidade e Nefrotoxicidade inferior às penicilinas, macrolíteos e aminoglicosídeos CEFALOSPORINAS DE QUINTA GERAÇÃO (NOVA CLASSE) Ceftarolina, Ceftobiprole → Administração via intravenosa em ambiente hospitalar → A ceftarolina foi permitida no Brasil há pouco tempo VANESSA MORAIS 6 → Cobre Estáfilos resistentes à oxalicina e enterococos, mas não possui ação relevante contra anaeróbios. → INDICAÇÃO DA CEFTAROLINA: ação mais restrita contra gram negativos, mas sem ação contra pseudomonas (semelhante à ceftriaxona) → INDICAÇÃO DO CEFTOBIPROLE: ação semelhante à cafepime e ceftazidima contra gram negativos, mas sem ação contra bacteroides CARBAPENÊMICOS É um betalactâmico, assim como as penicilinas e cefalosporinas. Administrado em via parenteral para melhor absorção Atravessam a barreira hematoencefálica Amplo espectro de ação (G+, G-, aeróbios, anaeróbios) para uso em infecções sistêmicas em pacientes que não responderam à penicilinas ou cefalosporinas Indicado em pacientes mais graves e com microorganismos resistentes à penicilina e cefalosporinas Efeitos colaterais: geralmente são bem tolerados embora apresentem mais riscos que as classes anteriores, o A combinação do imipenem-cilastatina pode induzir convulsões em idosos, devendo ser suspendida o pode elevar as transaminases, causar alterações hematológicas, trombocitose, eosinofilia, náuseas e vômitos o Reação cruzada em pacientes alérgicos à penicilina → Ertapeném o Não tem atividade confiável contra P. aeruginosa, não devendo ser empregado em hospitais que possuem essas bactérias em suas microbiotas o Tem meia vida maior que os outros carbapenêmicos o Possibilidade de uso domiciliar (IV ou IM) → Meropeném o G(-) o Não apresenta nefrotoxicidade o Tempo de meia vida menor o Boa penetração do sistema nervoso central o Bom para meningite causada por bactérias resistentes → Imipeném o Associado à cilastatina para inibir a clivagem do inipinem no rim o Pega bem os G+, hemófilos, stáfilos, o Utilizado preferencialmente para germes G(-) mais resistentes (sobretudo enterobactérias intrahospitalares), pseudomonas e anaeróbios; o Geralmente possui uso restrito o É nefro e ototóxico e não penetra bem no SNC MONOBACTÂMICOS Azetreonam Absorção somente paraenteral, com administração IM ou IV Possuem espectro de ação que cobre aeróbios e gram -, e são alternativos aos carbapenens nos casos graves Tem ligação proteica de 50-60% Tem boa distribuição tecidual e pode ser empregada em pacientes graves É uma alternativa útil aos aminoglicosídeos por não ser nefro ou ototóxico (a ototoxicidade é irreversível), assim como às penicilinas e cefalosporinas em pacientes alérgicos. Não observa-se a reação cruzada. Não deve ser utilizado de forma empírica caso o meio hospitalar tenha suspeita de infecção por cocos gram- negativos e anaeróbios INDICADO no tratamento das enterobactérias que são sensíveis ao aztreonam VANESSA MORAIS 7 o É utilizado como adjuvante em infecções graves por pseudomonas auriginosa, não deve ser utilizada em monoterapia por possuir pequena atividade o Pode ser empregado em abcessos o Pode causar flebite na administração IV e dor no local da aplicação IM EFEITOS ADVERSOS: Pode elevar as transaminases, que voltam ao normal após a suspensão do fármaco, apresenta rash, náuseas e vômitos GLICOPEPTÍDEOS Alteram a síntese da parede bacteriana por inibição da síntese dos peptoglicanos Possuem espectro de ação relativamente curto, cobrindo germes G+, estrepto, estáfilos resistentes, enterococos e alguns anaeróbios, como o Clostridium São fármacos bactericidas e bacteriostáticos São utilizados em nível hospitalar e voltados para organismos multiresistentes MECANISMO DE AÇÃO: altera a permeabilidade da membrana da bactéria e interfere na síntese do RNA citoplasmático Vancomicina → Fármaco intra-hospitalar, de uso parenteral (IV) e para bactérias mais resistentes à oxacilina oupacientes alérgicos à penicilina → Quando possível, deve-se optar pela oxacilina. → Uso em pacientes graves → É excelente para estáfilo resistente (MRSA)! 1ª escolha!!!! → EFEITOS ADVERSOS: ototoxicidade e causa frequentemente nefrotoxicidade, ligada à dose e tempo de uso, que pode ser revertida ou não com a retirada do fármaco, a depender da lesão renal Teicoplanina → Via de administração: intramuscular ou IV → melhor tolerado, com menor efeitos adversos e a meia vida mais longa que a vancomicina (apx 24h) → O espectro de ação é semelhante à vancomicina → Bastante eficiente em estáfilo resistentes ou enterro resistentes → Possibilidade de uso ambulatorial no caso de infecções prolongadas → Usado em pacientes que apresentam reação alérgica à vancomicina, mas não apresentem reação cruzada FÁRMACOS QUE INTERFEREM NO METABOLISMO NORMAL DO FOLATO SULFONAMIDA Sulfametoxazol, sulfadiazina → Bacteriostática (inibe a replicação), de uso via oral, intravenosa ou tópica → Possui espectro antibacteriano que contempla infecções do trato urinário, pneumonia, e primeira linha no combate à toxoplasmose, e a sulfadiazina de prata tópica é indicada em queimaduras. → Tem boa penetração tecidual, na BHE e na BFP (barreira feto-placentária) → Contraindicado em gestantes, lactantes e pacientes menores de 2 meses → MECANISMO DE AÇÃO: Para a produção do folato é necessário o Ácido paraminobisoico PABA, que é substrato para a enzima di-hidropteroato sintetase produzir o Ácido di-hidrofólico, que é substrato para a di- hidrofolatoredutase que o converte em ácido di-hidrofólico ou folato, necessário ao DNA. A sulfonamida interfere na formação do DNA por competir com o PABA, se ligar a enzima e impedir a formação do folato. VANESSA MORAIS 8 → REAÇÕES ADVERSAS: cristalúria – aumentar o consumo de água, reação de hipersensibilidade é comum, pode induzir a síndrome de Stevens-Johnson (sintomas gripais, bolhas e irritação cutânea dolorosa), anemia hemolítica aguda e Kernicterus, encefalopatia por acúmulo de bilirrubina, chegando ao opistótono e até paralisia cerebral. OBS: As bactérias que obtém folato do ambiente, possuem alteração da di-hidropteroato sintetase, maior produção do substrato natural (PABA), como em infecções que produzem pus, ou possuem baixa permeabilidade ao fármaco são geralmente resistentes à sulfonamida. OBS: os germes que fazem resistência às sulfas geralmente não fazem resistência às quinolonas e aos aminoglicosídeos, que podem ser alternativas terapêuticas. TRIMETOPRIMA → bacteriostático associado a sulfametoxazol – Cotrimoxazol → Utilizado para diminuir a resistência às sulfas → Melhor eficiência terapêutica → MECANISMO DE AÇÃO: Compete com o ácido di-hidrofólico pela di-hidrofolatoredutase, bloqueando a cascata. → Reações adversas semelhantes às sulfonamidas. QUINOLONAS Estreito espectro São derivadas no ácido nalidíxico, muito usado em infecções urinárias baixos e não complicadas São divididas em gerações (1ª, 2ª, 3ª e 4ª gerações) FLUORQUINOLONAS: → Possuem maior espectro, combatem os bacilos gram negativos e têm boa atividade contra alguns cocos positivos, → Podem ser utilizadas em infecções urinárias baixas ou altas, complicadas ou não → Pouca ou nenhuma ação contra streptococcus spp, enterococus spp e anaeróbios → Não recomendada em crianças/adolescentes (16-18 anos) o Alteração nas cartilagens → Não existe indicação em gestantes (Categoria C). → MECANISMO DE AÇÃO: inibem a ação da DNA girase ou topoisomerase tipo IV – quaisquer uma das moléculas inibidas culminará no mesmo resultado. → EFEITOS COLATERAIS: TGI – náuseas e vômitos, SNC - Cefaleia, tontura, insônia, alterações de humor, → Também pode ocorrer alergia, alterações glicêmicas, arritmias (prolongamento do intervalo QT) e reações cutâneas → Novas quinolonas: levofloxacina, gatiflozacina, moxifloxacina, gemifloxacina -> superiores QUINOLONAS DE PRIMEIRA GERAÇÃO Ácido nalidíxico → Cobre gram negativos, principalmente enterobactérias (E. Coli) → Utilizado sobretudo em cistite e uretrites QUINOLONAS DE SEGUNDA GERAÇÃO Norfloxacino, ciprofloxacino, ofloxacino → NORFLOXACINO: cobre enterobactérias, mas não cobre pseudômona → CIPROXACINO: cobre enterobactérias e algumas pseudomonas (embora não seja primeira escolha), e alguns gram positivos, como estáfilos sensíveis à oxacilina em pacientes alérgicos aos beta-lactâmicos → OFLOXACINO: Cobre enterobactérias, contempla melhor as pseudomonas e pode atuar contra micobactérias VANESSA MORAIS 9 QUINOLONAS DE TERCEIRA GERAÇÃO Levofloxacino, moxifloxacino → Excelente penetração em tecido pulmonar - “Quinolonas respiratórias” → Cobre estáfilo sensíveis e estreptos sensível e resistentes → Cobre Clamídia e micoplasma (uretrite não gonocócica) QUINOLONAS DE QUARTA GERAÇÃO Trovofloxacina ciprofloxacina → Gram positivos e negativos, inclusive pseudômona e proteus e anaerónios → Trata basicamente todas as infecções de trato urinário OBS: Em gestantes ou crianças usa-se para ITU leve ou complicadas a nitrofurantoína, da classe dos nitrofuranos por ser categoria B em gestantes e ser mais seguro que as quinolonas nesses públicos. AMINOGLICOSÍDEOS Amicacina, Gentamicina, Neomicina, Estreptomicina, Tobramicina Administração parenteral Pouca absorção via oral (neomicina é ingerida de forma oral para promover ação no TGI) Tem penetração tecidual ruim, mas impregnam bastante na peri e endolinfa (orelha) e no córtex renal. Amplo espectro, G+ G- e micobactérias Tem efeito pós-antibiótico, sendo excelente sinergizador { AMG e Inibidor de Parede (B-lactâmico) } Gram positivo – gentamicina + B-lactâmico, gram negativo – amicacina + B-lactâmico Pode ser bactericida (proeminente em maiores doses) ou bacteriostática Necessita de transporte de elétrons e oxigênio para ultrapassar a membrana de bactérias (logo as anaeróbias, por exemplo, não serão combatidas por eles) É contraindicado na gestação (Categoria B/C) MECANISMO DE AÇÃO: Têm como sítio alvo a subunidade menor (30S) do ribossomo e ao inativa-la bloqueia a síntese de proteínas. EFEITOS ADVERSOS: Paralisia neuromuscular, vertigem, náusea, cefaleia, zumbido. Nefrotoxicidade reversível a depender da lesão, Ototoxicidade irreversível A resistência pode se dar com alteração dos sítios de ligação dos ribossomos, na permeabilidade ou por modificação enzimática da droga e muito raramente induzem resistência durante o tratamento. MACROLÍDEOS Azitromicina, eritromicina, claritromicina, espiramicina Não tem boa penetração no SNC e é bacteriostático de amplo espectro, G+ G- e micobactérias Indicações: utilizado em situações mais graves quando não se pode usar penicilinas São 1ª escolha no tratamento de pneumonias por bactérias atípicas (Mycoplasma pneumonae, Chlamydia spp), além de H. pylori, IST e DIP. Relativamente seguros em gestantes, crianças e lactantes. Podem ser alternativas às cefalosporinas de primeira geração. MECANISMO DE AÇÃO semelhante ao aminoglicosídio, atuando sobre a microunidade 50S e inibe a produção de proteínas , e por isso não devem ser utilizadas em conjunto com os AMNG. EFEITOS ADVERSOS: Cólicas abdominais, vômitos, diarreia, hepatite colestática (reduz o fluxo de bile), elevação das transaminases (reversível), e raramente reações alérgicas graves A resistência pode ser adquirida por meio da diminuição da permeabilidade da célula aos antimicrobianos ou alteração no sítio receptor da porção 50S do ribossomo. ERITROMICINA: Utilizada em infecção de pele e partes moles, principalmente para tratamento de acnes. VANESSA MORAIS 10 TETRACICLINAS Tetraciclina, Doxiciclina, Tigeciclina Fármacos pouco expressivos por já haver grande resistência e melhores opções terapêuticas, mas pode ser alternativa terapêuticaàs penicilinas e macrolídeos por pegar G+ e G-, mas é potente contra germes atípicos. Não penetra muito bem o SNC, mas penetra muito bem a árvore biliar, o líquido sinovial e o tecido pulmonar Absorção comprometida com interação com alimentos ricos em ferro ou com leite Durante sua distribuição pode quelar metais e favorecer deposição metálica nos ossos (dentes amarelados) Atravessam a BFP e são excretadas no leite materno, não é recomendada em gestantes ou abaixo dos 8 anos. MECANISMO DE AÇÃO: Subunidade 30S dos ribossomos REAÇÕES ADVERSAS: reação anafilática, causa alterações gastrointestinais, pode causar urticária, exantema. DOXICICLINA: IST e Pneumonia atípica - clamídia, mycoplasma, alternativa à penicilina na Sífilis, Leptospirose, Febre maculosa.
Compartilhar