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Caderno de Doutrina e Questões

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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL 
 
DELEGADO SANTA CATARINA – TURMA 7 
 
SEMANA 02/18 
 
 
Sumário 
META 1 .............................................................................................................................................................. 8 
DIREITO PENAL: A LEI PENAL E SUA APLICAÇÃO ............................................................................................... 8 
1. APLICAÇÃO DA LEI PENAL .............................................................................................................................. 8 
1.1. Classificação das Leis Penais .................................................................................................................................... 9 
1.1.1 Leis Penais em Branco ..................................................................................................................... 10 
1.2 Características da Lei Penal .................................................................................................................................... 11 
2. LEI PENAL NO TEMPO .................................................................................................................................. 12 
2.1. Teorias sobre a Eficácia da Lei Penal no Tempo .................................................................................................... 13 
2.2. Abolitio Criminis .................................................................................................................................................... 13 
2.3. Crime continuado, Crime permanente, Sucessão de leis penais .......................................................................... 17 
2.4. Lei Excepcional e Temporária ................................................................................................................................ 18 
2.5. Lei Intermediária ................................................................................................................................................... 19 
3. LEI PENAL NO ESPAÇO ................................................................................................................................. 20 
3.1. Princípios ............................................................................................................................................................... 21 
3.2. Extraterritorialidade .............................................................................................................................................. 22 
3.3. Lugar Do Crime ...................................................................................................................................................... 26 
4. EFICÁCIA DA LEI PENAL EM RELAÇÃO ÀS PESSOAS (IMUNIDADES) ............................................................ 27 
4.1 Introdução .............................................................................................................................................................. 27 
4.2 Imunidades Diplomáticas ....................................................................................................................................... 28 
4.3 Imunidades Parlamentares .................................................................................................................................... 30 
4.3.1 Imunidade Parlamentar Absoluta / Material / Real / Substancial ou Inviolabilidade / Indenidade 30 
4.3.2 Imunidade Parlamentar Relativa / Formal ...................................................................................... 31 
4.3.3 Imunidade relativa ao processo ...................................................................................................... 32 
4.3.4 Imunidade relativa à condição de testemunha ............................................................................... 32 
4.3.5 Imunidades dos Parlamentares dos Estados (Deputados Estaduais) ............................................. 33 
4.3.6 Imunidades dos Parlamentares dos Municípios (Vereadores) ....................................................... 34 
5. EFICÁCIA DA SENTENÇA ESTRANGEIRA ...................................................................................................... 34 
6. CONTAGEM DO PRAZO E FRAÇÕES NÃO COMPUTÁVEIS DA PENA ............................................................ 35 
7. INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL ................................................................................................................... 36 
7.1 Espécies de Interpretação ...................................................................................................................................... 36 
7.2. Interpretação Extensiva X Interpretação Analógica X Analogia ............................................................................ 37 
8. CONFLITO APARENTE DE NORMAS ............................................................................................................. 39 
QUESTÕES PROPOSTAS ................................................................................................................................... 44 
DIREITO PENAL: TEORIA DO CRIME (PARTE I) ................................................................................................. 53 
1. CONCEITO DE CRIME ................................................................................................................................... 53 
1.1. Crime X Contravenção Penal ................................................................................................................................. 54 
1.2. Classificações dos Crimes ...................................................................................................................................... 56 
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL 
 
DELEGADO SANTA CATARINA – TURMA 7 
 
SEMANA 02/18 
 
 
1.2.1 Quanto à Qualidade do Sujeito Ativo .............................................................................................. 56 
1.2.2 Quanto à Estrutura do Tipo Penal ................................................................................................... 57 
1.2.3 Quanto à Relação entre a Conduta e o Resultado Naturalístico ..................................................... 57 
1.2.4 Quanto ao Momento de Consumação............................................................................................ 59 
1.2.5 Quanto ao Número de Agentes ...................................................................................................... 60 
1.2.6 Quanto ao Número de Vítimas ....................................................................................................... 60 
1.2.7 Quanto ao Grau de Intensidade do Resultado ................................................................................ 61 
1.2.8 Quanto ao Número de Atos Executórios ........................................................................................ 63 
1.2.9 Quanto à Forma pela qual a Conduta é Praticada .......................................................................... 63 
1.2.10 Quanto ao Modo de Execução Admitido ...................................................................................... 64 
1.2.11 Quanto aos Bens Jurídicos Atingidos ............................................................................................ 64 
1.2.12 Quanto À Existência Autônoma Do Crime: ................................................................................... 64 
1.2.13 Quanto À Necessidade De Corpo De Delito Para A Prova Da Existência ...................................... 64 
1.2.14 Quanto ao Local de Produção do Resultado ................................................................................. 64 
1.2.15 Quanto ao Vínculo com outros Crimes ......................................................................................... 65 
1.2.16 Quanto à Liberdade ou não para o Início da Persecução Penal .................................................... 65 
1.2.17 Quanto à Violação de Valores Universais ..................................................................................... 65 
1.2.18 Quanto ao Potencial Ofensivo ...................................................................................................... 65 
1.2.19 Quanto ao iter criminis .................................................................................................................. 66 
1.2.20 Crimes de Impressão ..................................................................................................................... 67 
1.2.21 Crimes de Colarinho Branco e Crimes de Colarinho Azul .............................................................. 67 
1.2.22 Outras Classificações ..................................................................................................................... 67 
2. SUJEITOS DO CRIME .................................................................................................................................... 69 
3. OBJETO DO CRIME ....................................................................................................................................... 70 
4. ELEMENTOS ESTRUTURAIS DO CRIME ........................................................................................................ 70 
4.1 Fato Típico .............................................................................................................................................................. 70 
4.1.1 Conduta ........................................................................................................................................... 71 
QUESTÕES PROPOSTAS ................................................................................................................................... 82 
META 2 ............................................................................................................................................................ 90 
DIREITO PROCESSUAL PENAL: INQUÉRITO POLICIAL ...................................................................................... 90 
1. INQUÉRITO POLICIAL ................................................................................................................................... 91 
1.1 Conceito ................................................................................................................................................................. 91 
1.1.1 Termo circunstanciado de ocorrência (TCO) ................................................................................... 92 
1.1.2 Investigação Preliminar ................................................................................................................... 93 
1.2 Conceito tradicional de Inquérito Policial (IP) ........................................................................................................ 93 
1.2 Natureza Jurídica .................................................................................................................................................... 98 
2. CARACTERÍSTICAS ........................................................................................................................................ 98 
3. INÍCIO DO INQUÉRITO POLICIAL ................................................................................................................ 110 
4. INDICIAMENTO .......................................................................................................................................... 118 
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL 
 
DELEGADO SANTA CATARINA – TURMA 7 
 
SEMANA 02/18 
 
 
4.1 Constituição de Defensor quando o investigado for integrante da segurança pública ou militar – Art. 14-A do CPP.
 .................................................................................................................................................................................... 126 
5. ARQUIVAMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL .............................................................................................. 128 
5.1 Arquivamento determinado por juiz incompetente ............................................................................................ 132 
5.2 Arquivamento e recorribilidade ........................................................................................................................... 132 
5.3 Arquivamento e propositura de ação penal ......................................................................................................... 134 
5.4 Arquivamento da ação penal privada .................................................................................................................. 134 
5.5 Arquivamento implícito ........................................................................................................................................ 134 
5.6 Arquivamento indireto ......................................................................................................................................... 135 
5.7 Arquivamento e coisa julgada .............................................................................................................................. 135 
6. DESARQUIVAMENTO DO INQUÉRITO ........................................................................................................ 135 
7. TRANCAMENTO (OU ENCERRAMENTO ANÔMALO) DO INQUÉRITO POLICIAL ......................................... 137 
QUESTÕES PROPOSTAS ................................................................................................................................. 155 
META 3 ..........................................................................................................................................................164 
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL: LEI DE LAVAGEM DE CAPITAIS ...................................................................... 164 
1. CONTEXTO HISTÓRICO DA LEI nº 9.613/98 ............................................................................................... 164 
2. CONCEITO E EXPRESSÃO “LAVAGEM DE DINHEIRO” ................................................................................ 164 
3. GERAÇÕES DA LEI DE LAVAGEM E LEI Nº 12.883/2012 ............................................................................. 165 
4. BEM JURÍDICO TUTELADO ......................................................................................................................... 172 
5. FASES DA LAVAGEM .................................................................................................................................. 172 
6. ACESSORIEDADE DA LAVAGEM DE CAPITAIS ............................................................................................ 174 
7. DOS SUJEITOS DO DELITO .......................................................................................................................... 178 
7.1 Sujeito ativo .......................................................................................................................................................... 178 
7.2 Sujeito Passivo ...................................................................................................................................................... 179 
8. DOS CRIMES DE "LAVAGEM" OU OCULTAÇÃO DE BENS, DIREITOS E VALORES ....................................... 179 
9. ASPECTOS PROCESSUAIS DA LEI DE LAVAGEM DE CAPITAIS ..................................................................... 185 
9.1 Colaboração Premiada ......................................................................................................................................... 185 
9.2 Ação Controlada e Infiltração de Agentes ............................................................................................................ 186 
10. EFEITOS DA CONDENAÇÃO ...................................................................................................................... 191 
11. AFASTAMENTO DO SERVIDOR PÚBLICO COMO EFEITO AUTOMÁTICO DO INDICIAMENTO: ................. 192 
12. COMPETÊNCIA ......................................................................................................................................... 195 
13. NÃO APLICAÇÃO DO ART. 366, CPP NA LEI DE LAVAGEM DE CAPITAIS .................................................. 195 
QUESTÕES PROPOSTAS ................................................................................................................................. 207 
META 4 .......................................................................................................................................................... 215 
DIREITO ADMINISTRATIVO: ENTES DA ADMINISTRAÇÃO (PARTE I) .............................................................. 215 
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL 
 
DELEGADO SANTA CATARINA – TURMA 7 
 
SEMANA 02/18 
 
 
1. PRINCÍPIOS INERENTES À ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA (art. 6, DL 200/67) ..................................... 217 
2. DESCENTRALIZAÇÃO X DESCONCENTRAÇÃO ............................................................................................ 217 
2.1 Espécies de Descentralização ............................................................................................................................... 219 
3. ÓRGÃOS PÚBLICOS .................................................................................................................................... 221 
3.1 Teorias .................................................................................................................................................................. 224 
3.2 Criação e Extinção de Órgãos Públicos ................................................................................................................. 225 
3.3 Classificação dos Órgãos ...................................................................................................................................... 226 
4. DESCENTRALIZAÇÃO .................................................................................................................................. 229 
5. ADMINISTRAÇÃO INDIRETA ....................................................................................................................... 229 
5.1. Características ..................................................................................................................................................... 229 
5.2 Entes da Administração Indireta .......................................................................................................................... 231 
5.2.1 Autarquias ..................................................................................................................................... 231 
5.2.2 Agências Reguladoras .................................................................................................................... 240 
5.2.3 Agências Executivas ....................................................................................................................... 246 
5.2.4 Fundações Públicas .................................................................................................................... 247 
QUESTÕES PROPOSTAS ................................................................................................................................. 251 
META 5 .......................................................................................................................................................... 256 
DIREITO ADMINISTRATIVO: ENTES DA ADMINISTRAÇÃO (PARTE II) ............................................................. 256 
5.3 Empresas Estatais (Lei 13.303/2016) ................................................................................................................... 256 
6. ENTIDADES DO TERCEIRO SETOR .............................................................................................................. 268 
6.1 Serviço Social Autônomo - Sistema “S” ................................................................................................................ 272 
6.2 Entidades ou Fundações de Apoio ....................................................................................................................... 274 
6.3 Organizações Sociais - OS (Lei 9637/98) ............................................................................................................... 275 
6.4 Organização da Sociedade Civil de Interesse Público – OSCIP (Lei 9790/99) ....................................................... 279 
6.5 Organização Social da Sociedade Civil - OSC (Lei 13.019/14) ............................................................................... 284 
QUESTÕES PROPOSTAS ................................................................................................................................. 299 
META 6 – REVISÃO SEMANAL ........................................................................................................................ 305 
Direito Penal: A Lei Penal E Sua Aplicação .................................................................................................................305 
Direito Penal: Teoria Do Crime (Parte I) ..................................................................................................................... 306 
Direito Processual Penal: Inquérito Policial ................................................................................................................ 307 
Legislação Penal Especial: Lei De Lavagem De Capitais .............................................................................................. 309 
Direito Administrativo: Entes Da Administração ........................................................................................................ 310 
 
 
 
 
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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DA SEMANA 02 
META DIA ASSUNTO 
1 SEG 
DIREITO PENAL: A Lei Penal e Sua Aplicação 
DIREITO PENAL: Teoria do Crime (Parte I) 
2 TER DIREITO PROCESSUAL PENAL: Inquérito Policial 
3 QUA LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL: Lei de Lavagem de Capitais 
4 QUI DIREITO ADMINISTRATIVO: Entes da Administração (Parte I) 
5 SEX DIREITO ADMINISTRATIVO: Entes da Administração (Parte II) 
6 SÁB/DOM [Revisão Semanal] 
 
 
 
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META 1 
 
DIREITO PENAL: A LEI PENAL E SUA APLICAÇÃO 
 
TODOS OS ARTIGOS RELACIONADOS AO TEMA 
 
⦁ Art. 1º ao 12º, CP 
⦁ Art. 71, CP 
⦁ Art. 107, III, CP 
⦁ Art. 70, CPP (análise comparativa com o art. 6º, CP) 
⦁ Art. 2°, Lei 9.455/97 
⦁ Art. 53, CF/88 
⦁ Decreto. 56.435/65 
ARTIGOS MAIS IMPORTANTES – NÃO DEIXE DE LER! 
⦁ Art 1º ao 7º, CP (leitura indispensável) 
⦁ Art. 70, CPP (análise comparativa com o art. 6º, CP) 
⦁ Art. 53, CF/88 
 
 
SÚMULAS RELACIONADAS AO TEMA 
Súmula 611-STF: Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao juízo das 
execuções a aplicação de lei mais benigna. 
 
1. APLICAÇÃO DA LEI PENAL 
 
 Como já estudamos anteriormente, a lei penal é fonte formal imediata do direito penal e detém o 
monopólio para a criação de infrações penais e cominação de penas. 
No tocante à lei penal incriminadora, ela é formada por duas partes: 
● Preceito primário: descrição da conduta típica (ex.: “matar alguém”); 
● Preceito secundário: cominação da pena em abstrato (“reclusão de 6 a 20 anos”). 
 
O Brasil optou pelo sistema da proibição indireta, criado por Binding, no qual a lei penal é descritiva 
e não proibitiva. A lei não diz “não matar”, “não furtar”, ela apenas descreve as condutas proibidas. O autor 
diferencia lei de norma. 
A norma apresenta um comando, mandamental ou proibitivo. A exemplo, enquanto a lei descreve 
como crime “matar alguém”, a norma que se extrai dela é “não matar”. Assim, quando o agente mata alguém, 
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ele realiza a lei e viola a norma. Logo, a lei é a forma de exteriorização da norma, como ela se apresenta para 
a sociedade, e a norma precede à lei. 
OBS.: A doutrina, na linguagem usual, mistura os conceitos, de modo que, embora seja necessário 
conhecer a distinção, não se deve ficar adstrito ao sentido exato dos termos. Cuidado: Em uma prova, não 
considere como errada uma alternativa na qual o termo “norma” é utilizado no sentido de “lei” e vice-versa. 
 
1.1. Classificação das Leis Penais 
 
De acordo com a doutrina, as leis penais podem ser classificadas da seguinte maneira: 
 
A) INCRIMINADORAS: Criam crimes e cominam penas. Estão na Parte Especial do Código Penal e na 
Legislação Penal Especial; 
 
B) NÃO INCRIMINADORAS: Não criam crimes nem cominam penas, podendo ser subdividas em: 
 
b.1) Justificantes: Autorizam a prática de condutas típicas em determinadas hipóteses, excluindo a 
ilicitude. Em regra, estão previstas na Parte Geral do Código Penal (art. 23), mas algumas estão na 
Parte Especial (art. 128 do CP) ou na Legislação Extravagante; 
 
b.2) Exculpantes: Afastam a culpabilidade do agente ou estabelecem a impunidade de determinados 
delitos. São exemplos: doença mental, menoridade, prescrição e perdão judicial; 
 
Vai cair: Art. 25, parágrafo único. Observados os requisitos previstos no caput deste 
artigo, considera-se também em legítima defesa o agente de segurança pública que 
repele agressão ou risco de agressão a vítima mantida refém durante a prática de 
crimes. Redação trazida pelo Pacote Anticrime. 
 
OBS.: Parte da doutrina (Rogério Greco) classifica como normas permissivas as normas que afastam 
a ilicitude (justificantes) e as que afastam a culpabilidade (exculpantes). Outra parte da doutrina 
(Fernando Capez, Luiz Flávio Gomes), por sua vez, inclui nas normas permissivas apenas aquelas que 
afastam a ilicitude do ato. 
 
b.3) Interpretativas: São normas que esclarecem o conteúdo e o significado de outras normas penais. 
É o caso, por exemplo, do conceito de funcionário público para fins penais, previsto no art. 327 do 
CP, que traz o conceito de funcionário público para fins penais; 
 
b.4) Finais (Complementares): Delimitam o campo de validade das leis incriminadoras, como os art. 
2º e 5º do CP; 
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b.5) Diretivas: Estabelecem princípios, como o art. 1º do CP, que trata da reserva legal; 
 
b.6) Integrativas(de Extensão): Complementam a tipicidade no tocante ao nexo causal em crimes 
omissivos impróprios, à tentativa e à participação (arts. 13, §2º, 14, II e 29, caput, do CP, 
respectivamente). 
 
c) COMPLETAS / PERFEITAS: Apresentam todos os elementos da conduta criminosa; 
 
d) INCOMPLETAS / IMPERFEITAS: São normas que reservam a complementação da definição da conduta 
criminosa a uma outra lei, a um ato da Administração Pública ou a análise do julgador. São leis penais em 
branco, nos dois primeiros casos, e tipos penais abertos, no último. 
 
1.1.1 Leis Penais em Branco 
 
“A lei penal em branco é também denominada de cega ou aberta, e pode ser 
definida como a espécie de lei penal cuja definição da conduta criminosa reclama 
complementação, seja por outra lei, seja por ato da Administração Pública. O seu 
preceito secundário é completo, o que não se verifica no tocante ao primário, 
carente de implementação” (MASSON, 2017, p. 127). 
 
 Franz Von Liszt diz que “são corpos errantes em busca de alma”. 
 
ESPÉCIES DE LEI PENAL EM BRANCO: 
 
 
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I – Lei penal em branco EM SENTIDO LATO / HOMOGÊNEA / IMPRÓPRIA: O complemento tem a mesma 
natureza jurídica e deriva do mesmo órgão que elaborou a lei incriminadora, ou seja, é outra lei. Ex.: art. 169, 
§ único, I, do Código Penal, complementado pelo art. 1.264 do Código Civil. Podem ser de duas espécies: 
 
a) Lei penal em branco em sentido lato HOMOVITELINA: A lei incriminadora e o complemento 
estão no mesmo diploma legislativo. Ex.: Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados 
ou alterados, a que se referem os arts. 297 a 302. 
b) Lei penal em branco em sentido lato HETEROVITELINA: A lei incriminadora e o complemento 
estão em diplomas normativos diversos. Ex.: art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro 
essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe impedimento que não seja casamento anterior. 
É complementado pelo CC. 
 
II – Lei penal em branco EM SENTIDO ESTRITO / HETEROGÊNEA / FRAGMENTÁRIA / PRÓPRIA: O 
complemento tem natureza jurídica diversa e emana de órgão distinto do que elaborou a norma 
incriminadora. Ex.: Lei de drogas e Portaria 344/98. 
 
III – Lei penal em branco INVERSA ou AO AVESSO: O preceito primário é completo, mas o preceito 
secundário (pena) depende de complementação. O complemento, nesse caso, deve ser uma lei, tendo em 
vista o princípio da reserva legal. Ex.: genocídio. 
 
IV – Lei penal em branco DE FUNDO CONSTITUCIONAL: O complemento do preceito primário é uma norma 
constitucional. É o caso, de acordo com Cleber Masson (2017, p. 128), do crime de abandono intelectual, 
definido no art. 246 do CP, uma vez que o conceito de “instrução primária” está previsto no art. 208, I, da CF. 
 
V – Lei penal em branco AO QUADRADO: É a norma cujo complemento também depende de 
complementação. Ex.: art. 38 da Lei 9.605/98, que pune as condutas de destruir ou danificar florestas de 
preservação permanente. O conceito de "floresta de preservação permanente" é dado pelo Código Florestal, 
que, dentre várias hipóteses, previu um caso em que a área de preservação permanente será assim 
considerada após declaração de interesse social por parte do Chefe do Poder Executivo. 
 
1.2 Características da Lei Penal 
 
a) Exclusividade: Somente a lei pode criar delitos e as penas correspondentes (art. 5º, XXXIX, da CF). 
 
b) Imperatividade: Caso seja descumprida haverá a imposição de sanção (pena ou de uma medida). 
 
c) Generalidade: Direciona-se a todas as pessoas, indistintamente, até mesmo aos inimputáveis. 
 
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d) Impessoalidade: Seus efeitos são projetados a fatos futuros, incidindo sobre qualquer pessoa que venha 
a praticá-los, ressalvadas duas exceções: as leis de anistia e a abolitio criminis, as quais alcançam fatos 
concretos. 
 
e) Anterioridade: Somente pode ser aplicada se estava em vigor no momento da prática da infração penal, 
ressalvado o caso da retroatividade benéfica. 
 
2. LEI PENAL NO TEMPO 
 
 Em decorrência do princípio da legalidade, aplica-se, em regra, a lei penal vigente ao tempo da 
realização do fato criminoso (Tempus Regit Actum). 
Excepcionalmente, será permitida a retroatividade da lei penal para alcançar os fatos passados, 
desde que benéfica ao réu, de modo que NÃO há, no direito penal, irretroatividade maléfica ao réu. 
 Nesse contexto, a lei benéfica poderá retroagir mesmo que já tenha havido o trânsito em julgado da 
sentença penal condenatória. 
Essa sistemática se aplica a norma que tenha caráter material (direito penal) ou misto (direito penal 
e processual penal). Apenas as normas de natureza processual (puras) NÃO se submetem à retroatividade 
benéfica. 
 
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar 
crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença 
condenatória. 
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, 
aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória 
transitada em julgado. 
 
 Ressalta-se que NÃO se pode dizer o mesmo acerca da jurisprudência, tendo em vista que, de acordo 
com recente entendimento dos Tribunais Superiores, é possível a aplicação de novo entendimento 
jurisprudencial para fatos ocorridos antes da mudança. Em outras palavras: a irretroatividade maléfica da 
norma não se aplica aos entendimentos jurisprudenciais. Veja: 
 
Não há se falar em irretroatividade de interpretação jurisprudencial, uma vez que 
o ordenamento jurídico proíbe apenas a retroatividade da lei penal mais gravosa. 
Os preceitos constitucionais relativos à aplicação retroativa da norma penal 
benéfica, bem como à irretroatividade da norma mais grave ao acusado (art. 5º, XL, 
da Constituição Federal), são inaplicáveis aos precedentes jurisprudenciais. STF. 1ª 
Turma. HC 161452 AgR, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 6/3/2020. STJ. 5ª Turma. 
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DELEGADO SANTA CATARINA – TURMA 7 
 
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AgRg nos EDcl no AREsp 1361814/RJ, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado 
em 19/05/2020. 
 
2.1. Teorias sobre a Eficáciada Lei Penal no Tempo 
 
● Teoria da Atividade: Considera-se praticado o crime no momento da conduta, ou seja, no momento 
da ação ou da omissão. 
● Teoria do Resultado (do Evento): Considera-se praticado o crime no momento do resultado. 
● Teoria da Ubiquidade (Mista): Considera-se praticado o crime no momento da conduta OUdo 
resultado. 
 
ATENÇÃO: O CP adotou a TEORIA DA ATIVIDADE, conforme artigo 4º, CP: 
 
Art. 4º, CP - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, 
ainda que outro seja o momento do resultado. 
 
 Essa definição só tem relevância em relação aos delitos materiais/causais, que demandam a 
produção de resultado naturalístico, uma vez que, somente nestes, a consumação pode se dar em momento 
diferente do da prática da conduta, qual seja, com a produção do resultado. Nos crimes formais e de mera 
conduta, a consumação ocorre conjuntamente com a prática da ação ou omissão, não importando o 
momento do resultado, por isso dispensa essa teoria. 
 
Consequências da adoção da Teoria da Atividade: 
● Aplica-se a lei penal que estava em vigor no momento da conduta, salvo se a lei penal posterior for 
mais favorável (irretroatividade maléfica ou retroatividade benéfica); 
● A imputabilidade do agente deve ser analisada no tempo da conduta. 
 
ATENÇÃO: Quanto ao termo inicial da prescrição da pretensão punitiva, o Código Penal adota a TEORIA 
DO RESULTADO (art. 111, I, CP): A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, começa a 
correr: I - do dia em que o crime se consumou. 
 
Mnemônico: LUTA 
Lugar do crime = Ubiquidade 
Tempo do crime = Atividade 
 
 
2.2. Abolitio Criminis 
 
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É a supressão da figura criminosa, abolir do ordenamento a figura de um tipo penal incriminador, 
aplicando-se a retroatividade benéfica. Assim, prevê o art. 2º, do CP: 
 
Art. 2º, CP - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar 
crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença 
condenatória (ou seja, permanecem apenas os efeitos extrapenais – como civis, 
administrativos, eleitorais etc). 
 
ATENÇÃO! Se a lei descriminalizadora surgir na fase do inquérito policial já instaurado, os autos serão 
relatados encaminhados ao Ministério Público (distribuição direta) ou ao judiciário (para envio ao Ministério 
Público). E, conforme a sistemática atualmente vigente (à luz da suspensão da eficácia dos dispositivos 
decorrentes da Lei 13.964/19 pelo STF), após a promoção de arquivamento pelo Ministério Público, o juiz 
homologará e, se não concordar com o arquivamento, deverá aplicar a sistemática do artigo 28 do CPP. 
 
a) Natureza jurídica 
 
1ª Corrente: Causa de extinção da punibilidade. Prevalece, inclusive, ter sido adotada pelo CP, 
conforme art.107, III, CP: 
 
Extinção da punibilidade 
Art. 107, CP - Extingue-se a punibilidade: 
III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso; 
 
2ª Corrente: Causa de exclusão de tipicidade gerando, por conseguinte, a extinção da punibilidade. 
Só se extingue a punibilidade porque o fato deixou de ser típico (Flávio Monteiro de Barros). É uma crítica à 
1ª corrente, pelo fato de que a extinção da punibilidade apenas tira o direito de punir do Estado, enquanto 
o que ocorre aqui, na verdade, é a inexistência de crime. Não prevalece. 
 
O que é abolitio criminis temporária? 
 
Com o Estatuto do Desarmamento, foi previsto um prazo para que proprietários de arma de fogo 
entregassem ou regularizassem o registro da arma. Durante esse prazo, não incidiu o tipo penal respectivo, 
o crime de posse irregular de arma de fogo ficaria “suspenso” por algum tempo. Esse prazo foi chamado de 
“abolitio criminis temporária”. 
Sobre o tema: Súmula 513 STJ: "A abolitio criminis temporária prevista na Lei n. 10.826/2003 aplica-se ao 
crime de posse de arma de fogo de uso permitido com numeração, marca ou qualquer outro sinal de 
identificação raspado, suprimido ou adulterado, praticado somente até 23/10/2005." 
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Essa abolitio criminis temporária se aplica a fatos praticados entre 23/12/2003 a 23/10/2005 para os crimes 
de posse de arma de uso permitido e restrito, bem como as condutas equiparadas. Porém, a partir de 
23/10/2005 a 31/12/2009, passou a incidir somente sobre a conduta de posse de uso permitido. 
 
b) Abolitio Criminis X Princípio da continuidade normativo-típica 
 
Na abolitio criminis há supressão da figura criminosa, pois a intenção do legislador é não mais 
considerar o fato criminoso. 
Já no princípio da continuidade normativo-típica há a migração do conteúdo criminoso para outro 
tipo penal incriminador, pois a intenção é manter a natureza criminosa do fato. O STF também já utilizou o 
termo transmudação geográfica do tipo penal. 
 
ABOLITIO CRIMINIS PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE NORMATIVO-TÍPICA 
Supressão formal e material da figura criminosa. Supressão formal do tipo. 
O fato deixa de ser criminoso. A intenção do legislador é manter a natureza 
criminosa do fato, mas com outra roupagem, em 
outro tipo penal. 
A intenção é não mais considerar o fato criminoso Migração do conteúdo criminoso para outro tipo 
penal incriminador. 
Ex.: art. 210 – Adultério. Houve supressão tanto 
material, quanto formal da conduta do campo de 
incidência do direito penal, deixando de ser crime. 
Ex.: art. 214 - Atentado violento ao pudor. O que 
antes era este crime, agora é estupro. Não houve 
abolitio. 
 
Outros exemplos que sofreram a continuidade típica normativa: 
 
1. Apropriação indébita previdenciária - Desde a lei 9.983/00, essa conduta está prevista no art. 168-
A do CP. Porém, antes de 2000, tínhamos o art. 95 da Lei 8.212/91. O STF entendeu que a lei 
9.983/00, ao alterar essa figura típica de posição (da Lei 8212 para o art. 168-A), o fez com o intuito 
de ter uma continuidade típico normativa, de modo que, a rigor, não há sucessão de leis no tempo, 
mas sim o princípio da CONTINUIDADE NORMATIVO-TÍPICA. 
 
2. Rapto violento era previsto no art. 219, 220, 221 e 222 no CP - Essa figura do rapto foi revogada pela 
Lei 11.106/05. No entanto, essa mesma Lei inclui o inciso V no art. 148, §1º do CP – sequestro e 
cárcere qualificado se o crime for praticado com fins libidinosos. O STF decidiu que houve uma 
CONTINUIDADE NORMATIVO-TÍPICA. 
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 Esse exemplo já foi cobrado na prova 
de Delegado de Polícia Federal. 
 
3. Corrupção de menores prevista na Lei 2.252/54 (art. 1°) - Essa lei também foi revogada pela Lei 
12.015/08, incluindo no ECA o art. 224-B. STF e STJ entenderam que não houve abolitio criminis e 
consequente extinção da punibilidade. Pois essa conduta apenas migrou de tipo penal, havendo o 
princípio da CONTINUIDADE TÍPICO NORMATIVA. 
 
c) Abolitio Criminis x Novatio Legis in Mellius (“lex mitior”) 
 
A novatio legis in mellius é a nova lei que de qualquer modo favoreça o agente (art. 2°, parágrafo 
único, CP): A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda 
que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. 
 
Sobre o tema em estudo, destaca-se trecho do livro do Prof. Cléber Masson, cobrado na última 
prova de Delegado de Polícia do Paraná (2021): 
 
Lei penal benéfica, também conhecida como lex mitior ou novatio legis in mellius, 
é a que se verifica quando, ocorrendo sucessão de leis penais no tempo, o fato 
previsto como crime ou contravenção penal tenha sido praticado na vigência da 
lei anterior, e o novel instrumento legislativo seja mais vantajoso ao agente, 
favorecendo-o de qualquer modo. A lei mais favorável deve ser obtida no caso 
concreto, aplicando-se a que produzir o resultado mais vantajoso ao agente 
(teoria da ponderação concreta). 
 
CAIU EM PROVA: (Delegado de PCPR 2021): O que determina se a lei é mais favorável ao réu e com isso 
pode retroagir é a sua aplicação ao caso concreto (e não a análise da norma em abstrato). (Item correto) 
 
Semelhanças entre abolitio criminis e novatio legis: 
● A retroatividade benéfica é automática, independente de cláusula expressa; 
● Pode ser aplicada de ofício pelo juiz ou, ainda, mediante provocação das partes; 
● Alcança, inclusive, fatos já definitivamente julgados, visto que a coisa julgada não é oponível à 
retroatividade benéfica. 
 
Juízo competente para a aplicação: Depende do momento em que se encontra a persecução penal. 
a) Se estiver na fase do inquérito ou na ação penal de 1ª instância quem aplica é o juiz de 1ª grau. 
b) Se estiver no Tribunal (recurso ou competência originária), será aplicada por ele. 
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c) Se a condenação já transitou em julgado, cabe ao juízo da execução, pouco importando a origem da 
condenação. Súmula 611 do STF, “Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao JUÍZO 
DAS EXECUÇÕES a aplicação da lei mais benigna”. 
 
ATENÇÃO: A lei penal mais benéfica possui ULTRATIVIDADE, ou seja, pode ser aplicada mesmo após a sua 
revogação, caso o fato tenha sido praticado durante a sua vigência. 
 
 
2.3. Crime continuado, Crime permanente, Sucessão de leis penais 
 
● Crime continuado: Previsto no art. 71 do CP, que assim o define: 
 
Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, prática dois 
ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de 
execução e outras semelhantes, devem os subsequentes ser havidos como 
continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou 
a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços. 
 
A título de exemplo, imagine que o agente pratica 03 furtos, nas mesmas circunstâncias de tempo, 
local e modo de execução. Quando começou a cadeia criminosa, o furto era punido pela lei “A”, com pena 
de 1 a 4 anos. No meio da cadeia criminosa, veio a lei “B”, que previa a pena de 1 a 5 anos. No crime 
continuado, por uma ficção jurídica trabalha-se como se houvesse um crime só. 
 
● Crime permanente: Trata-se de crime cuja consumação é prolongada no tempo pela vontade do 
agente. Ex.: extorsão mediante sequestro - a consumação já se deu com a privação da liberdade, mas 
enquanto a vítima não é libertada o crime continua se consumando. 
 
Nestes dois casos, considerando que o agente deu continuidade às condutas por opção, aplica-se 
sempre a última lei vigente, mesmo que mais grave, conforme Súmula 711, do STF: “A lei penal mais grave 
aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente se a sua vigência é anterior à cessação da 
continuidade ou da permanência”. 
 
CRIME PERMANENTE CRIME CONTINUADO 
É aquele cuja consumação se prolonga no 
tempo, por vontade do agente. 
Ex.: art. 159, CP (extorsão mediante sequestro). 
O crime se consuma no momento em que o 
É aquele em que o agente pratica, mediante mais 
de uma ação ou omissão, dois ou mais delitos 
da mesma espécie, e pelas condições de tempo, 
lugar, maneira de execução e outras 
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agente priva a liberdade da vítima, mas continua 
se consumando até a libertação do ofendido. 
Se a vítima foi sequestrada enquanto estava em 
vigor a lei menos gravosa, mas no período em 
que ficou sob o poder do agente entrou em vigor 
lei mais gravosa, aplica-se a última. 
semelhantes, devem os subsequentes ser 
havidos como continuação do primeiro (ficção 
jurídica). 
Ex.: Caso o agente pratique cinco crimes, porém 
os quatro primeiros estavam sob a regência da 
lei menos gravosa, enquanto que o quinto é 
praticado na vigência da lei mais gravosa, aplica-
se a última. 
 
É possível a combinação de leis penais para favorecer o réu (lex tertia)? 
 
1ª Corrente: Não é possível, pois o juiz, assim agindo, transforma-se em legislador, criando uma terceira lei. 
(Nelson Hungria). Prevalece no STF e STJ. Súmula 501, STJ: É cabível a aplicação retroativa da lei n. 11.343/06, 
desde que o resultado da incidência de suas disposições, na íntegra, seja mais favorável ao réu do que o 
advindo da aplicação da Lei n. 6.360/76, sendo vedada a combinação de leis. 
 
2ª Corrente: É possível, visando atender os princípios constitucionais da ultratividade e retroatividade 
benéfica. Não se trata de criação, mas combinação de leis (Luiz Flávio Gomes). Se o juiz pode aplicar o “todo” 
de uma lei ou de outra para favorecer o agente, ele pode escolher “parte” de uma e de outra para o mesmo 
fim. (Basileu Garcia). 
Contudo, não se pode ignorar que o próprio STJ tem precedentes combinando leis. É o caso do art. 273 do 
CP e art. 33, Lei 11.343/06. Com alicerce no princípio da proporcionalidade o STJ entendeu pela substituição 
do preceito secundário do art. 273, CP pelo do art. 33, Lei 11.343/06 (AgRg no REsp 1509051/RS, Rel. Ministro 
ROGERIO SCHIETTI CRUZ,SEXTA TURMA, julgado em 03/09/2019, DJe 10/09/2019). 
 
2.4. Lei Excepcional e Temporária 
 
● Lei temporária: É aquela que tem prefixado no seu texto o tempo de sua vigência. Logo, possui prazo 
determinado na lei. Ex.: Lei 12.663/12 (Lei da FIFA). 
● Lei excepcional: É a que atende a transitórias necessidades estatais, tais como guerra, epidemias, 
calamidades. Perdura por todo o tempo excepcional, que não é preestabelecido na lei. É editada em 
função de algum evento transitório, sendo que perdura enquanto persistir o estado de emergência. 
 
Art. 3º, CP: A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua 
duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato 
praticado durante sua vigência. 
 
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. Autorrevogabilidade: Consideram-se revogadas assim que encerrado o prazo fixado (lei 
temporária) ou cessada a situação de anormalidade (lei excepcional). 
. Ultratividade: Os fatos praticados durante sua vigência continuam sendo punidos ainda que 
revogadas as leis temporária ou excepcional. 
 
ATENÇÃO: Estas leis NÃO se sujeitam aos efeitos da abolitio criminis, salvo se lei posterior 
for expressa nesse sentido. 
 
A alteração de complemento de norma penal em branco, retroage? 
Segundo o STF, depende. Em se tratando de norma penal em branco homogênea (imprópria), cujo 
complemento será outra lei, deve retroagir para beneficiar o réu. 
Já nos casos de norma penal em branco heterogênea, cuja complementação normalmente é feita por ato 
administrativo, só retroagirá caso o ato não se dê em situação de excepcionalidade, ou seja, se for proferido 
em situação de normalidade. Assim, temos as seguintes hipóteses: 
Ato não visa proteger situação excepcional, ou seja, proferido em situações de normalidade: Há 
retroatividade da lei penal benéfica, a exemplo da retirada do cloreto de etila da lista da Portaria da Anvisa 
que complementa a Lei de Drogas. 
Ato que visa proteger situação excepcional: Não retroage. Por exemplo, portarias que fazem tabelamento 
de preços, para reger, por exemplo, crimes contra a ordem econômica. Nestas hipóteses, se não foi 
obedecido o tabelamento daquela data, mas posteriormente houve a correção da tabela para um patamar 
superior, não haverá a retroatividade da lei penal, vez que o que se buscava era tutelar aquela situação de 
caráter excepcional. 
 
 
2.5. Lei Intermediária 
 
Vamos exemplificar para ficar mais fácil. 
Fulano praticou um delito durante a vigência da Lei 1, que cominou para tal conduta a pena de 6 anos 
de reclusão. Durante o processo, entra em vigor a Lei 2, modificando a respectiva pena para 3 anos. Por fim, 
quando da sentença, já está em vigor a Lei 3, que pune a mesma conduta com 4 anos de reclusão. 
Assim, podemos facilmente verificar que a lei mais benéfica a ele é a 2ª, certo? Porém, ela não estava 
em vigor nem na data do fato, nem na data da sentença, sendo uma lei intermediária. E aí, será que ela pode 
ser aplicada? 
Tanto a doutrina, como o STF entendem que SIM, é possível aplicar a lei intermediária, desde que 
seja a mais benéfica entre as 3 na sua integralidade. E esta é uma lei possui duplo-efeito: retroatividade - 
retroage para alcançar o fato; e ultratividade - possui força para alcançar a sentença ou o julgamento. 
Confira a dica do professor Marcelo Veiga: 
 
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3. LEI PENAL NO ESPAÇO 
 
Eventualmente, um fato criminoso pode atingir os interesses de dois ou mais Estados igualmente 
soberanos. Assim, o estudo da lei penal no espaço visa a delimitar qual é o âmbito territorial de aplicação da 
lei penal brasileira. 
Vetores fundamentais para essa definição: 
● Territorialidade (art. 5º, CP): Aplicação da lei penal brasileira aos crimes cometidos no 
território brasileiro. REGRA GERAL. 
● Extraterritorialidade (art. 7º, CP): Aplicação da lei penal brasileira aos crimes cometidos do 
exterior. EXCEÇÃO. 
● Intraterritorialidade: Aplicação da lei estrangeira a crimes cometidos no Brasil. EXCEÇÃO. 
Ex.: imunidades diplomáticas. 
 
No ordenamento jurídico brasileiro, portanto, aplica-se a regra da TERRITORIALIDADE MITIGADA 
(RELATIVIZADA / TEMPERADA). 
 
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de 
direito internacional, ao crime cometido no território nacional. 
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional 
as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do 
governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as 
embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, 
respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. 
§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves 
ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em 
pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas 
em porto ou mar territorial do Brasil. 
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OBS.: De forma diversa, no processo penal é adotado o princípio da territorialidade absoluta. 
 
3.1. Princípios 
 
● Princípio da Nacionalidade / Personalidade Ativa: Aplica-se a lei penal da nacionalidade do agente, 
não importando o local do crime, a nacionalidade da vítima ou dos bens jurídicos lesados. Ou seja, a 
lei brasileira é aplicada em razão da nacionalidade do sujeito ativo - art. 7º, II, b, CP. 
 
● Princípio da Nacionalidade / Personalidade Passiva: Aplica-se a lei penal da nacionalidade do sujeito 
passivo. Ou seja, a lei brasileira é aplicada ao crime praticado por estrangeiro contra brasileiro - art. 
7º, § 3º, CP. 
 
● Princípio da Defesa Real / da Proteção / Real: Aplica-se a lei da nacionalidade do bem jurídico 
violado, não importando o local ou nacionalidade do agente. Ou seja, a lei brasileira é aplicada ao 
crime cometido fora do Brasil, que afete interesse nacional - art. 7º, I, a, b, c, CP. 
 
● Princípio da Justiça Universal / Universalidade/ Justiça Cosmopolita: O agente fica sujeito à lei do 
país em que for capturado, não importa o local do crime, nem a nacionalidade do agente ou da 
vítima. Este princípio está normalmente presente nos tratados internacionais de cooperação de 
repressão a determinados delitos de alcance transnacional. É pautado no direito de todos os países 
em punir qualquer crime - art. 7º, I, d e II, a, CP (obs.: em relação ao inciso I, d, existem autores que 
dizem que se trata do princípio do domicílio, mas a doutrina majoritária entende como justiça 
universal). 
 
● Princípio da Representação /da Bandeira / Subsidiário: A lei brasileira será aplicada aos crimes 
cometidos no estrangeiro em aeronaves e embarcações privadas brasileiras, desde que não sejam 
julgados no local do crime - art. 7º, II, c, CP. 
 
O que é o território nacional para fins de limite de aplicação da lei? 
 
Território é o espaço que o país exerce sua soberania política. 
O território brasileiro abrange a superfície terrestre (solo e subsolo), as águas interiores, o mar territorial (12 
milhas marítimas a partir da baixa-mar do litoral continental e insular - Lei n° 8.617/93, art. 1°) e o espaço 
aéreo correspondente (teoria da soberania sobre a coluna atmosférica). No caso de território neutro, aplica-
se a lei do país do agente. 
O conceito de território nacional abrange não apenas o espaço físico, mas, também, um espaço jurídico por 
ficção, equiparação ou extensão, previsto no art. 5º, § 1º, CP. 
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Para aeronaves e navios: 
⋅ Se públicos ou a serviço do Brasil: considera-se território brasileiro onde quer que se encontre; 
⋅ Se privada ou mercante: somente se tiver em alto-mar (aplica-se a bandeira). 
 
EMBARCAÇÕES E AERONAVES SERÁ APLICADA A LEI BRASILEIRA 
Públicas ou a serviço do governo estrangeiro. Quer se encontrar em território nacional ou 
estrangeiro. 
Mercantes ou particulares brasileiras. Se estiverem em alto-mar ou no espaço aéreo 
correspondente. 
Estrangeiras. Apenas quando privadas em território nacional. 
 
OBS.1: Princípio da reciprocidade 
As embarcações e aeronaves estrangeiras, de natureza pública ou a serviço do governo estrangeiro, 
são consideradas extensão do território estrangeiro, mesmo se estiverem em território brasileiro. 
 
OBS.2: Embaixada é território nacional. NÃO é extensão do território que representa. No entanto, é 
inviolável. 
 
3.2. Extraterritorialidade 
 
 É a aplicação da lei brasileira ao crime praticado no estrangeiro. 
 ATENÇÃO: Não se aplica a lei brasileira às contravenções penais praticadas no exterior (art. 2°, DL 
3.688/41). 
 
A extraterritorialidade pode ser: 
A) INCONDICIONADA: A simples prática do crime no exterior já autoriza a incidência da lei brasileira, 
independentemente de qualquer requisito. As hipóteses estão previstas no art. 7°, I, CP: 
 
● Crimes praticados contra a vida ou a liberdade do Presidente da República (ATENÇÃO! NÃO é honra, 
ou patrimônio. É apenas vida ou liberdade do PR); 
∘ Princípio da defesa real ou proteção. 
 
● Crimes contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, 
de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída 
pelo Poder Público; 
∘ Princípio da defesa real ou proteção. 
 
● Crimes praticados contra a administração pública, por quem está a seu serviço; 
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∘ Princípio da defesa real ou proteção. 
 
● Crimes de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil. 
∘ Princípios: cosmopolita ou universalidade (genocídio), personalidade ativa (agente 
brasileiro), domicílio (domiciliado no Brasil). 
 
 A Lei de Tortura prevê mais uma hipótese de extraterritorialidade incondicionada: art. 2°, Lei 
9.455/97 
 
(...) o disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não tenha sido cometido 
no território nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em 
local sob jurisdição brasileira. 
 
B) CONDICIONADA: Admissível nos crimes previstos no art. 7°, II, CP. É preciso respeitar as condições 
cumulativas previstas no Código Penal. 
 
● Crimes que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; 
∘ Princípio da justiça universal. 
 
● Crimes praticados por brasileiro; 
∘ Princípio da personalidade / nacionalidade ativa. 
 
● Crimes praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade 
privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. 
∘ Princípio da representação / bandeira / pavilhão. 
 
CONDIÇÕES (CUMULATIVAS): 
a) entrar o agente no território nacional; 
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; (PRINCÍPIO DA DUPLA TIPICIDADE) 
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; 
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; 
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a 
punibilidade, segundo a lei mais favorável. 
 
C) HIPERCONDICIONADA: Conforme previsão no art. 7°, §3°, CP, a lei brasileira aplica-se também ao 
crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil - princípio da personalidade passiva -, se, 
além de reunidas as condições previstas no parágrafo anterior: 
a) não tiver sido pedida ou foi negada a extradição; 
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b) ter havido requisição do Ministro da Justiça. 
Parte da doutrina chama esse parágrafo de territorialidade hipercondicionada, tendo em vista que 
além das condições do parágrafo anterior, precisa preencher uma dessas outras duas. 
 
COMPETÊNCIA 
Via de regra, a competência para julgar o indivíduo que praticou o crime fora do território nacional, 
mas que está sujeito à aplicação da lei brasileira, será da Justiça Estadual. Contudo, excepcionalmente, se 
estiver presente alguma das hipóteses do art. 109 da Constituição Federal, a competência será da Justiça 
Federal. 
Vale também a leitura do art. 88 do CPP, que determina que: 
 
No processo por crimes praticados fora do território brasileiro,será competente o 
juízo da Capital do Estado onde houver por último residido o acusado. Se este nunca 
tiver residido no Brasil, será competente o juízo da Capital da República. 
 
Jurisprudência sobre a temática: 
Conforme art. 8º, do CP, a pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo 
mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas. 
 
O agente não pode responder a ação penal no Brasil se já foi processado 
criminalmente, pelos mesmos fatos, em um Estado estrangeiro 
O agente não pode responder à ação penal no Brasil se já foi processado 
criminalmente, pelos mesmos fatos, em um Estado estrangeiro. O art. 5º do Código 
Penal afirma que a lei brasileira se aplica ao crime cometido no território nacional, 
mas ressalva aquilo que for previsto em “convenções, tratados e regras de direito 
internacional”. A Convenção Americana de Direitos Humanos (CADH) e o Pacto 
Internacional de Direitos Civis e Políticos (PIDCP) proíbem de forma expressa a 
dupla persecução penal pelos mesmos fatos. Desse modo, o art. 8º do CP deve 
ser lido em conformidade com os preceitos convencionais e a jurisprudência da 
Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), vedando-se a dupla 
persecução penal por idênticos fatos. Vale, por fim, fazer um importante alerta: a 
proibição de dupla persecução penal em âmbito internacional deve ser ponderada 
com a soberania dos Estados e com as obrigações processuais positivas impostas 
pela CIDH. Isso significa que, se ficar demonstrado que o Estado que “processou” o 
autor do fato violou os deveres de investigação e de persecução efetiva, o 
julgamento realizado no país estrangeiro pode ser considerado ilegítimo. Portanto, 
se houver a devida comprovação de que o julgamento em outro país sobre os 
mesmos fatos não se realizou de modo justo e legítimo, desrespeitando 
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obrigações processuais positivas, a vedação de dupla persecução pode ser 
eventualmente ponderada para complementação em persecução interna. STF. 2ª 
Turma. HC 171118/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 12/11/2019 (Info 959). 
 
Explicação Dizer o Direito: 
O STF já teve a oportunidade de se manifestar a respeito dessas regras, e, ao fazê-
lo obstou o prosseguimento de processo penal quanto a fatos já julgados por 
jurisdição diversa: (...) Ninguém pode expor-se, em tema de liberdade individual, a 
situação de duplo risco. Essa é a razão pela qual a existência de hipótese 
configuradora de “double jeopardy” atua como insuperável obstáculo à 
instauração, em nosso País, de procedimento penal contra o agente que tenha sido 
condenado ou absolvido, no Brasil ou no exterior, pelo mesmo fato delituoso. 
A cláusula do Artigo 14, n. 7, inscrita no Pacto Internacional sobre Direitos Civis e 
Políticos, aprovado pela Assembleia Geral das Nações Unidas, qualquer que seja a 
natureza jurídica que se lhe atribua (a de instrumento normativo impregnado de 
caráter supralegal ou a de ato revestido de índole constitucional), inibe, em 
decorrência de sua própria superioridade hierárquico-normativa, a possibilidade 
de o Brasil instaurar, contra quem já foi absolvido ou condenado no exterior, com 
trânsito em julgado, nova persecução penal motivada pelos mesmos fatos 
subjacentes à sentença penal estrangeira. STF. 2ª Turma. Ext 1223, Rel. Min. Celso 
de Mello, julgado em 22/11/2011. 
 
Cuidado: O STJ recentemente decidiu que: A pendência de julgamento de litígio no 
exterior não impede, por si só, o processamento da ação penal no Brasil, não 
configurando bis in idem. STJ. 6ª Turma. RHC 104.123-SP, Rel. Min. Rogerio Schietti 
Cruz, julgado em 17/09/2019 (Info 656). Embora o caso concreto julgado pelo STJ 
tivesse algumas peculiaridades, existe a dúvida se esse entendimento irá 
permanecer a partir daquilo que decidiu o STF no HC 171118/SP. 
 
 Veja a dica do professor Marcelo Veiga: 
 
https://youtu.be/QXy87jzOj8o 
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3.3. Lugar Do Crime 
 
 Pelo art. 6º, CP, adota-se a teoria da ubiquidade ou mista: 
 
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, 
no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o 
resultado. (Aplica-se a crimes à distância). 
 
 OBS.1: Lugar do delito x Locus comissi delicti 
Cuidado para não confundir o lugar do delito para o Código Penal (teoria da ubiquidade) com locus 
comissi deliciti para o código de Processo Penal (teoria do resultado): 
● Lugar do delito: serve para os crimes à distância (crimes que perpassam mais de um país). 
. Tema de direito penal (art. 6º, CP); 
. Adota a Teoria da Ubiquidade. 
● Locus comissi delicti: lugar onde se consuma o crime. 
. Tema de direito processual penal (art. 70, CPP); 
. Adota a Teoria do Resultado. 
 
OBS.2: Crime à distância x Crime plurilocal 
● Crime à distância (espaço máximo): percorre territórios de dois Estados soberanos. O conflito 
internacional de jurisdição que se resolve com base no art. 6º, CP (teoria da ubiquidade); 
● Crime plurilocal: Percorre pluralidade de locais de um mesmo Estado Soberano. Aplica-se o 
art. 70, do CPP (teoria do resultado). 
 
#SELIGA: De acordo com o CP o crime cometido dentro do território nacional, a bordo de navio que apenas 
passava pelo mar territorial brasileiro aplica-se a lei nacional, porque o crime tocou o nosso território. 
Atualmente, aplica-se a chamada PASSAGEM INOCENTE, dispondo que quando um navio passa no território 
nacional somente como passagem necessária para chegar ao seu destino, não há necessidade de autorização 
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do Governo Brasileiro para tanto, hipótese em que NÃO se aplica a lei brasileira. A passagem inocente 
somente se refere a navio, segundo Rogério Sanches os aviões não desfrutam da passagem inocente (art. 3º 
da Lei nº 8.617/93). 
 
Mnemônico: LUTA 
Lugar do crime = Ubiquidade 
Tempo do crime = Atividade 
 
4. EFICÁCIA DA LEI PENAL EM RELAÇÃO ÀS PESSOAS (IMUNIDADES) 
 
4.1 Introdução 
 
Vejamos o artigo 5º, caput e inciso I, CF: 
 
Art. 5º, CF

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