Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Bases da Educação Alimentar e Nutricional Apresentação Não existe um guia pronto a ser seguido que indique o passo a passo para ações exitosas de Educação Alimentar e Nutricional, mas diversos caminhos são possíveis para sua promoção. Destaca-se, nesse ponto, que a EAN pode acontecer em diversos setores e cenários. Contudo, deve pautar-se em alguns princípios. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar o que se entende por Educação Alimentar e Nutricional, seus princípios e objetivos e verá exemplos de experiências que promovem o Direito Humano à Alimentação Adequada. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Discutir o conceito de Educação Alimentar e Nutricional.• Reconhecer princípios e objetivos da EAN.• Apontar como sua atuação profissional poderia contribuir no campo da EAN para a promoção do DHAA. • Desafio Em uma Unidade Básica de Saúde, um projeto foi direcionado aos idosos atendidos e tinha como objetivo promover a alimentação saudável e adequada. A equipe responsável pelo projeto percebeu um problema para a realização das suas atividades: Na área externa da Unidade, localizada na periferia da cidade e com um grande número de pessoas em situação de vulnerabilidade social, havia um grande espaço de terra inutilizada, que acabava se tornando depósito de lixo. Sabendo que a área tinha solo muito fértil e que os idosos atendidos possuíam um vasto conhecimento popular, a equipe teve a ideia de cultivar uma horta na área. Os profissionais conseguiram plantar a horta de forma agroecológica e ainda fizeram um espaço para compostagem. Além disso, esse grupo conversou sobre vários temas relacionados à horta, como DHAA, SAN, o respeito ao meio ambiente, o uso de agrotóxicos e a valorização da cultura alimentar local. Poucos meses após o início da experiência, foi possível observar resultados positivos no grupo. Percebeu-se grande envolvimento dos integrantes com os temas debatidos e com a horta. Os idosos buscaram práticas alimentares mais saudáveis e estavam mais abertos a experimentar novos alimentos, principalmente os que foram plantados. Com base nessa experiência exitosa de EAN, explique como este Projeto promove o DHAA e, além disso, elenque os princípios propostos pelo Marco de Referência de EAN que estão contemplados. Infográfico Atualmente, a EAN faz parte de um conjunto de estratégias criadas para promover a alimentação adequada e saudável. Mas afinal, o que é Educação Alimentar e Nutricional (EAN)? Quais são seus princípios e objetivos? O Infográfico apresenta resumidamente o conceito atual de EAN, os objetivos e os princípios que devem nortear suas ações. Conteúdo do livro A EAN, no contexto da realização do Direito Humano à Alimentação Adequada e na garantia da Segurança Alimentar e Nutricional, é um campo de conhecimento e de prática contínua e permanente, transdisciplinar e multiprofissional que visa à promoção da prática autônoma e voluntária de hábitos alimentares saudáveis. No capítulo selecionado a seguir, você ampliará esse conceito e apronfundará os princípios que devem nortear as ações de EAN, relacionando-os com o seu objetivo. O livro é "Educação nutricional", base teórica desta Unidade de Aprendizagem. Boa leitura! EDUCAÇÃO NUTRICIONAL Fernanda Rockett Rafaela da Silveira Corrêa Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094 R682e Rockett, Fernanda. Educação nutricional / Fernanda Rockett, Rafaela da Silveira Corrêa. – Porto Alegre : SAGAH, 2017. 242 p. : il. ; 22,5 cm. ISBN 978-85-9502-016-0 1. Nutrição. 2. Educação nutricional. I. Corrêa, Rafaela da Silveira. II. Título. CDU 613.2 U N I D A D E 3 Bases da educação alimentar e nutricional Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Discutir o conceito de Educação Alimentar e Nutricional. � Reconhecer princípios e objetivos da EAN. � Refletir sobre como sua atuação profissional poderia contribuir no campo da EAN para a promoção do DHAA. Introdução Não existe um guia pronto a ser seguido que indique o passo a passo para ações exitosas de EAN mas, entretanto, diversos caminhos são possíveis para sua promoção. Destaca-se, neste ponto, que a EAN pode acontecer em diversos setores e cenários, mas deve pautar-se em alguns princípios. Neste texto, você vai estudar o que se entende por “Educação Ali- mentar e Nutricional”, seus princípios e objetivos e verá exemplos de experiências que promovem o direito humano à alimentação adequada. Conceituando educação alimentar e nutricional Ao longo dos anos, discussões sobre o tema foram se fortalecendo e, atual- mente, adota-se o termo “educação alimentar e nutricional” (EAN), e não o termo “educação nutricional” ou “educação alimentar”. O termo completo se torna mais abrangente, referindo-se a aspectos relacionados ao alimento e à alimentação, aos processos de produção, abastecimento e transformação, incluindo os aspectos nutricionais. Segundo o conceito do Marco de Referência de Educação Alimentar e Nutricional para as Políticas Públicas (BRASIL, 2012), a educação alimentar e nutricional no contexto da realização do Direito Humano à Alimentação Adequada e na garantia da Segurança Alimentar e Nutricional é um campo de conhecimento e de prática contínua e per- manente, transdisciplinar e multiprofissional que visa promover a prática autônoma e voluntária de hábitos alimentares saudáveis. A prática da EAN deve fazer uso de abordagens e recursos educacionais problematizadores e ativos que favoreçam o diálogo junto a indivíduos e grupos populacionais, considerando todas as fases do curso da vida, etapas do sistema alimentar e as interações e significados que compõem o comportamento alimentar. Assim, esse conceito contempla a evolução histórica e política da EAN no Brasil, as múltiplas dimensões da alimentação e do alimento e os diferentes campos de saberes e práticas, conformando uma ação que integre o conheci- mento científico ao popular. Atualmente, a EAN faz parte de um conjunto de estratégias criadas para promover a alimentação adequada e saudável e é tão importante que foi in- corporada a um dos objetivos do Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional - PlanSAN. O Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (PlanSAN) integra diversas ações voltadas para produção, fortalecimento da agricultura, abastecimento alimentar e promoção da alimentação adequada e saudável. Princípios e objetivos da EAN As estratégias de EAN devem ter como referência o Guia Alimentar para a População Brasileira e tem como objetivo principal contribuir para a realização do direito humano à alimentação adequada e garantia da segurança alimentar Educação nutricional98 e nutricional, a valorização da cultura alimentar, a sustentabilidade e a gera- ção de autonomia para que as pessoas, os grupos e as comunidades estejam empoderados para a adoção de hábitos alimentares saudáveis e a melhoria da qualidade de vida. Veja o conteúdo do Guia Alimentar para a População Brasileira na íntegra: BRASIL. Ministério da Saúde. Guia Alimentar para a População Brasileira. Disponível em: <http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/guia_alimentar_popula- cao_brasileira.pdf>. As ações de EAN constroem-se a partir de nove princípios: 1. Sustentabilidade social, ambiental e econômica O tema “sustentabilidade” e os desafios que o envolvem assumem um papel fundamental na reflexão sobre as dimensões do desenvolvimento e dos pa- drões de produção, abastecimento, comercialização, distribuição e consumo de alimentos. Pelo conceito original da Organização das Nações Unidas (1987), a sustentabilidade não se limita à dimensão ambiental, mas se estende às relações humanas, sociais e econômicas estabelecidas em todas as etapas do sistema alimentar. Nesse contexto, ao promover uma alimentação saudável e adequada, a EAN deve satisfazer as necessidadesalimentares dos indivíduos e das popu- lações sem implicações negativas aos recursos naturais (renováveis ou não) e envolvendo relações econômicas e sociais estabelecidas a partir da ética, justiça, equidade e soberania. 99Bases da educação alimentar e nutricional 2. Abordagem do sistema alimentar, na sua integralidade O sistema alimentar compreende o acesso a terra, a água e aos meios de produção, as formas de processa mento, abastecimento, comercialização e distribuição, a escolha e o consumo dos alimentos, incluindo as práticas alimentares individuais e coletivas, até a geração e a destinação de resíduos. Assim, entende-se que a EAN precisa abranger todas essas dimensões, contribuindo para escolhas alimentares mais conscientes, que também in- fluenciem etapas anteriores desse sistema. 3. Valorização da cultura alimentar local e respeito à diversidade de opiniões e perspectivas, considerando a legitimidade dos saberes de diferentes naturezas A alimentação brasileira é diversa, com particularidades regionais, frutos do processo histórico de colonização por diferentes povos e de intercâmbios culturais. Nesse contexto, a EAN deve con siderar a legitimidade dos saberes oriundos da cultura, religião e ciência. Assim, deve respeitar e valorizar as diferentes culturas alimentares, reconhecendo e difundindo suas riquezas, contemplando práticas e saberes mantidos por povos e comunidades tradicionais. Além disso, o respeito às diferentes escolhas alimen tares (voluntárias ou não) também está englobado nesse princípio, como, por exemplo, pessoas com necessidades alimentares especiais. Para mais informações sobre a cultura alimentar você pode acessar o site: FREITAS, M. C. S.; FONTES, G. A. V.; OLIVEIRA, N. (Org.). Escritas e narrativas sobre alimentação e cultura. Disponível em: <http://static.scielo.org/scielobooks/9q/pdf/freitas-9788523209148.pdf>. 4. A comida e o alimento como referências. Valorização da culinária como prática emancipatória A alimentação envolve valores cultu rais, sociais, afetivos e sensoriais. Portanto, ao se alimentar, as pessoas não ingerem apenas “nutrientes”, e sim alimentos Educação nutricional100 e preparações escolhidas e combinadas de forma particular, com cheiro, cor, temperatura, textura e sabor, além de seus significados e dos aspectos simbólicos envolvidos. Ao abordar as múltiplas dimensões da alimentação, a EAN se aproxima da vida real das pessoas e permite o estabelecimento de vínculos entre o processo pedagógico e as diferentes realidades, necessidades locais e familiares. O preparo do próprio alimento gera autonomia e permite praticar infor- mações técnicas e amplia as possibilidades dos indivíduos. Mesmo quando o preparo de alimentos não é viável nas ações de EAN, é essencial refletir sobre a importância e o valor da culinária como recurso para alimentação saudável. Se você quiser saber mais sobre a valorização da culinária como prática emancipatória, aqui estão outros materiais para sua leitura: � CASTRO, I. R. R. et al. A culinária na promoção da alimentação saudável: delineamento e experimentação de método educativo dirigido a adolescentes e a profissionais das redes de saúde e de educação. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rn/ v20n6/a01v20n6.pdf>. Você também pode acessar o canal no Youtube de uma Nutricionista que ensina receitas e dá dicas de como se alimentar bem e com praticidade no dia a dia: COZINHA BACH. Disponível em: <https://www.youtube.com/channel/UCUqR_3LRQ0RgnzvWYt8Z1EQ>. 5. A promoção do autocuidado e da autonomia Entende-se por autocuidado a realização de ações dirigidas a si mesmo ou ao ambiente, a fim de regular o próprio funcionamento de acordo com seus interesses na vida; funcionamento integrado e de bem-estar, e tem relação direta com uma vida saudável. As ações podem ser voluntárias ou intencionais e são afetadas por fatores individuais, ambientais, socioculturais, de acesso a serviços, entre outros fatores. Esse princípio pode favorecer a adesão das pessoas às mudanças comportamentais. O autocuidado e a mudança de comportamento centrada na pessoa, na sua disponibilidade e necessidade são os principais caminhos para se garantir o envolvimento do indivíduo nas ações de EAN. 101Bases da educação alimentar e nutricional Além disso, a promoção desse princípio tem como foco apoiar as pes soas para que se empoderem em relação à sua saúde, gerando conhecimentos e habilidades para que conheçam e identifiquem seu contexto de vida, e para que adotem, mudem e mantenham comportamentos que contribuam para a sua saúde. Um canal de vídeos do Youtube que auxilia nas escolhas alimentares: DO CAMPO À MESA. Disponível em: <https://www.youtube.com/channel/UCTIaRP4Iz6IN8wtsOI92O_g>. 6. A educação como processo permanente e gerador de autonomia e participação ativa e informada dos sujeitos Pelo próprio conceito de EAN explorado no Marco de Referência de Edu- cação Alimentar Nutricional para as Políticas Públicas (BRASIL, 2012), as abordagens educativas e pedagógicas adotadas em EAN devem privi legiar processos ativos, que incorporem os conhecimentos e as práticas popula- res, contextualizados nas realidades dos indivíduos, suas famílias e grupos e que possibilitem a integração permanente entre a teoria e a prática. Por “permanente”, entende-se que a EAN deve estar presente ao longo da vida do indivíduo, respondendo a diferentes demandas que apresente, desde a formação dos hábitos alimentares na primeira infância até a organização da sua alimentação fora de casa na adoles cência e idade adulta. Fortalecer a participação ativa com ampliação da autonomia implica au- mentar a capacidade de interpretação e análise do sujeito sobre si e sobre o mundo e de fazer escolhas, governar, transformar e produzir a própria vida. Por isso, é importante que o indivíduo desenvolva senso crítico diante de diferentes situações e consiga estabelecer estratégias para lidar com elas. Diante das inúmeras possibilidades de consumo, a decisão ativa e informada significa ampliar os graus de liberdade em relação aos aspectos envolvidos no comporta mento alimentar. Nesse sentido, a EAN deve ir além da transmissão de conhecimento, ge- rando situações de reflexão sobre as situações cotidianas e buscando soluções e práticas alternativas. Educação nutricional102 7. A diversidade nos cenários de prática Estratégias e conteúdos de EAN devem ser desenvolvidos de maneira coorde- nada, utilizando abordagens complementares, harmônicas e sistêmicas. Além disso, devem estar disponíveis nos diversos espaços sociais para diferentes grupos populacionais. Assim, o desenvolvimento de ações e estratégias adequa- das às especificidades dos cenários de práticas é fundamental para alcançar os objetivos da EAN, além de contribuir para o resultado sinérgico entre as ações. 8. Intersetorialidade O termo “intersetorialidade” refere-se à articulação dos diferentes setores governamentais, que atuam de forma corresponsável pela ga rantia da alimen- tação saudável e adequada. Essa articulação implica na troca e na construção coletiva de saberes, linguagens e práticas entre esses setores, de modo que se torne possível produzir soluções inovadoras quanto à melhoria da qualidade da alimentação abrindo caminho para que os esforços de todos sejam mais efetivos e eficazes. 9. Planejamento, avaliação e monitoramento das ações O planejamento é fundamental para a eficácia e a efetividade das ações de EAN. A qualidade desse processo depende do grau de envolvimento e compromisso dos profissionais, dos indivíduos e grupos. Assim, processos parti cipativos, em que as pessoas estejam inseridas nos processos decisórios, tendem a gerar melhores resultados, impacto e iniciativas duradouras. Planejamento é um processo organizado de diagnóstico, identificação de prioridades, elaboração de objetivos e estratégias para alcançá-los, desenvolvimento de instru- mentos de ação, previsão de custos e recursos necessários,detalhamento de plano de trabalho, definição de responsabilidades e parcerias, definição de indicadores de processo e resultados. 103Bases da educação alimentar e nutricional Nesse contexto, o diagnóstico local precisa ser valorizado, no sentido de propiciar um planejamento específico, com objetivos delineados, a partir das necessidades reais das pessoas e dos grupos, para que metas possam ser estabelecidas e para que resultados possam ser alcançados. Você pode saber mais sobre os princípios para as ações de EAN: BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Marco de Referência de Educação Ali- mentar e Nutricional para políticas públicas. Disponível em: <http://www.mds.gov.br/ webarquivos/publicacao/seguranca_alimentar/marco_EAN.pdf>. Entende-se, assim, a educação alimentar e nutricional (EAN) como uma es- tratégia para a promoção do direito humano à alimentação adequada (DHAA) e garantia da segurança alimentar nutricional (SAN). Educação nutricional104 1. A Educação Alimentar e Nutricional é definida, segundo o Marco de Referência de EAN para as Políticas Públicas, como: a) Campo de conhecimento e de prática pontual e isolada que visa promover a prática autônoma e voluntária de hábitos alimentares saudáveis. b) Campo de conhecimento e de prática contínua e permanente, transdisciplinar e multiprofissional que visa promover a prática autônoma e voluntária de hábitos alimentares saudáveis. c) Campo de conhecimento e de prática contínua e permanente, transdisciplinar e multiprofissional que visa promover a prática dependente e involuntária de hábitos alimentares saudáveis. d) Como um termo sinônimo de Educação Alimentar ou Educação Nutricional, já que os três termos correspondem ao mesmo significado. e) Campo de conhecimento e de prática contínua e permanente, transdisciplinar e multiprofissional que visa promover a prática autônoma e voluntária de hábitos alimentares cada vez menos saudáveis e mais contextualizados com a era globalizada. 2. As estratégias de EAN devem ter como referência o Guia Alimentar para a População Brasileira e tem, dentre os objetivos principais: a) Contribuir para a violação do direito humano à alimentação adequada. b) Desvalorização da cultura alimentar. c) Garantia da segurança alimentar e nutricional. d) Degradação dos recursos naturais. e) Geração de dependência para a adoção de hábitos alimentares saudáveis e a melhoria da qualidade de vida. 3. O princípio da Intersetorialidade das ações de EAN, envolve: a) Possibilidade de soluções desatualizadas quanto à melhoria da qualidade da alimentação. b) Abertura de caminho para que os esforços de todos sejam menos efetivos e eficazes. c) Refere-se a articulação dos educadores e educandos. d) Desarticulação dos setores que implica na construção isolada de saberes, linguagens e práticas entre os mesmos. e) Articulação dos diferentes setores governamentais. 4. A Educação Alimentar e Nutricional (EAN) se configura como um campo de conhecimento e prática contínua e permanente, intersetorial e multiprofissional, que utiliza diferentes abordagens 105Bases da educação alimentar e nutricional educacionais. Em relação aos princípios para as ações de EAN, assinale a alternativa correta: a) O caráter não permanente indica que a EAN precisa estar presente apenas na formação dos hábitos alimentares na primeira infância. b) A EAN deve ignorar a legitimidade dos saberes oriundos da cultura, religião e ciência. c) Promoção do autocuidado tem como foco principal apoiar as pessoas para que se tornem agentes produtores sociais de sua saúde. d) As abordagens educativas e pedagógicas adotadas em EAN devem privilegiar os processos passivos. e) As estratégias e os conteúdos de EAN devem ser desenvolvidos de maneira descoordenada e utilizar abordagens que se complementem de forma desarmônica. 5. A teoria e a prática da EAN apresentam finalidade comum de possibilitar ao ser humano assumir a responsabilidade pelos atos relacionados à alimentação. Assim, afirma-se que: a) A EAN deve ser conscientizadora e libertadora. b) Crianças e idosos não estão aptos a fazerem escolhas alimentares saudáveis sozinhos. c) Predomínio das ciências biológicas na formação do nutricionista é fundamental no preparo do aluno para assumir atividades educativas na área de alimentação e saúde. d) Seguimento da dieta prescrita é o maior desafio da educação nutricional. e) O nutricionista é o único profissional que tem o dom necessário para alcançar o objetivo da EAN. Educação nutricional106 BRASIL. Ministério da Saúde. Guia Alimentar para a População Brasileira. 2. ed. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2014. Disponível em: <http://189.28.128.100/dab/docs/portal- dab/publicacoes/guia_alimentar_populacao_brasileira.pdf>. Acesso em: 14 nov. 2016. BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Marco de Referência de Educação Alimentar e Nutricional para políticas públicas. Brasília, DF: MDS, 2012. Dis- ponível em: <http://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/seguranca_alimentar/ marco_EAN.pdf>. Acesso em: 28 nov. 2016. IDEIAS NA MESA. Disponível em: <http://www.ideiasnamesa.unb.br/index.php>. Acesso em: 28 nov. 2016. Leituras recomendadas CASTRO, I. R. R. et al. A culinária na promoção da alimentação saudável: delineamento e experimentação de método educativo dirigido a adolescentes e a profissionais das redes de saúde e de educação. Revista Nutrição, Campinas, v. 20, n. 6, p. 571-588, nov./dez. 2007. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rn/v20n6/a01v20n6.pdf>. Acesso em: 08 dez. 2016. COZINHA BACH. Canal no Youtube. Disponível em: <https://www.youtube.com/ channel/UCUqR_3LRQ0RgnzvWYt8Z1EQ>. Acesso em: 08 dez. 2016. DAMATTA, R. Sobre o simbolismo da comida no Brasil. Correio da Unesco, Rio de Janeiro, v. 15, n. 7, p. 21-23, 1987. FREITAS, M. C. S.; FONTES, G. A. V.; OLIVEIRA, N. (Org.). Escritas e narrativas sobre ali- mentação e cultura. Salvador: UFBA, 2008. Disponível em: <http://static.scielo.org/ scielobooks/9q/pdf/freitas-9788523209148.pdf>. Acesso em: 08 dez. 2016. ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU). Our common future. Noruega, 1987. Dis- ponível em: <http://www.un-documents.net/wced-ocf.htm>. Acesso em: 28 nov. 2016. 107Bases da educação alimentar e nutricional Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra. Dica do professor Como será que, na prática, o Direito Humano à Alimentação Adequada pode ser promovido por meio das ações de EAN? Nesta Dica do professor, você verá uma ação que foi retirada da rede virtual Ideias na Mesa. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/7bc6dde481218493b75bd6724f0da326 Exercícios 1) A Educação Alimentar e Nutricional é definida, segundo o Marco de Referência de EAN para as Políticas Públicas, como: A) a) Campo de conhecimento e de prática pontual e isolada que visa à promoção da prática autônoma e voluntária de hábitos alimentares saudáveis. B) b) Campo de conhecimento e de prática contínua e permanente, transdisciplinar e multiprofissional, que visa à promoção da prática autônoma e voluntária de hábitos alimentares saudáveis. C) c) Campo de conhecimento e de prática contínua e permanente, transdisciplinar e multiprofissional, que visa à promoção da prática dependente e involuntária de hábitos alimentares saudáveis. D) d) Como um termo sinônimo de Educação Alimentar ou Educação Nutricional, já que os três termos correspondem ao mesmo significado. E) e) Campo de conhecimento e de prática contínua e permanente, transdisciplinar e multiprofissional, que visa à promoção da prática autônoma e voluntária de hábitos alimentarescada vez menos saudáveis e mais contextualizados com a era globalizada. 2) As estratégias de EAN devem ter como referência o Guia Alimentar para a População Brasileira e tem, dentre os objetivos principais: A) a) Contribuir para a violação do Direito Humano à Alimentação Adequada. B) b) Desvalorização da cultura alimentar. C) c) Garantia da Segurança Alimentar e Nutricional. D) d) Degradação dos recursos naturais. E) e) Geração de dependência para a adoção de hábitos alimentares saudáveis e a melhoria da qualidade de vida. 3) O princípio da Intersetorialidade das ações de EAN envolve: A) a) Possibilidade de soluções desatualizadas quanto à melhoria da qualidade da alimentação. B) b) Abertura de caminho para que os esforços de todos sejam menos efetivos e eficazes. C) c) Refere-se à articulação dos educadores e educandos. D) d) Desarticulação dos setores que implica na construção isolada de saberes, linguagens e práticas entre eles. E) e) Articulação dos diferentes setores governamentais. 4) A Educação Alimentar e Nutricional (EAN) se configura como um campo de conhecimento e prática contínua e permanente, intersetorial e multiprofissional, que utiliza diferentes abordagens educacionais. Em relação aos princípios para as ações de EAN, assinale a alternativa correta. A) a) O caráter não permanente indica que a EAN precisa estar presente apenas na formação dos hábitos alimentares na primeira infância. B) b) A EAN deve ignorar a legitimidade dos saberes oriundos da cultura, religião e ciência. C) c) A promoção do autocuidado tem como foco principal apoiar as pessoas para que se tornem agentes produtores sociais de sua saúde. D) d) As abordagens educativas e pedagógicas adotadas em EAN devem privilegiar os processos passivos. E) e) As estratégias e os conteúdos de EAN devem ser desenvolvidos de maneira descoordenada e utilizar abordagens que se complementem de forma desarmônica. 5) A teoria e a prática da EAN apresentam a finalidade comum de possibilitar ao ser humano assumir a responsabilidade pelos atos relacionados à alimentação. Assim, afirma-se que: A) a) A EAN deve ser conscientizadora e libertadora. B) b) Crianças e idosos não estão aptos a fazerem escolhas alimentares saudáveis sozinhos. C) c) O predomínio das ciências biológicas na formação do nutricionista é fundamental no preparo do aluno para assumir atividades educativas na área de alimentação e saúde. D) d) O seguimento da dieta prescrita é o maior desafio da educação nutricional. E) e) O nutricionista é o único profissional que tem o dom necessário para alcançar o objetivo da EAN. Na prática Veja, nos casos a seguir, como os princípios da EAN podem ser colocados em prática. Sustentabilidade social, ambiental e econômica. Aproveitando integralmente os alimentos Abordagem do sistema alimentar, na sua integralidade. Abordando a produção orgânica e/ou agroecológica Valorização da cultura alimentar local e respeito à diversidade de opiniões e perspectivas. Legitimidade dos saberes de diferentes naturezas. Contemplando as necessidades alimentares especiais, como a intolerância ao glúten A comida e o alimento como referências. Valorização da culinária enquanto prática emancipatória. Estimulando o momento das refeições compartilhadas com a família A promoção do autocuidado e da autonomia e a Educação enquanto processo permanente e gerador de autonomia e participação ativa e informada dos sujeitos. Apoiando as pessoas, durante toda a vida, para que mudem e mantenham comportamentos que contribuam para a sua saúde. Diante das inúmeras possibilidades de consumo, a decisão ativa e informada amplia graus de liberdade em relação aos aspectos envolvidos no comportamento alimentar. Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Escritas e narrativas sobre alimentação e cultura Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Marco de Referência de EAN para as Políticas Públicas Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Canal no Youtube: Cozinha Bach Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Canal no Youtube: Do campo à mesa http://static.scielo.org/scielobooks/9q/pdf/freitas-9788523209148.pdf http://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/seguranca_alimentar/marco_EAN.pdf https://www.youtube.com/channel/UCUqR_3LRQ0RgnzvWYt8Z1EQ Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://www.youtube.com/channel/UCTIaRP4Iz6IN8wtsOI92O_g
Compartilhar