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Aula 4 – Sistemas Reprodutivos das Plantas Cultivadas e suas relações com o Melhoramento Genético Prof. Isaias Olivio Geraldi iogerald@usp.br LGN0313 – Melhoramento Genético Piracicaba, 2012 LGN0313 – Melhoramento Genético Prof. Cláudio Lopes de Souza Jr. 1 - Introdução • Na natureza as espécies vegetais podem se reproduzir assexuadamente ou sexuadamente • Do ponto de vista do melhoramento, tem-se a seguinte classificação: – Espécies de Propagação Assexuada – Espécies de Propagação Sexuadas • Autógamas: A reprodução ocorre por autofecundação natural • Alógamas: A reprodução ocorre por cruzamento natural LGN0313 – Melhoramento Genético Prof. Cláudio Lopes de Souza Jr. - autógamas - alógamas 1 - Introdução LGN0313 – Melhoramento Genético Prof. Cláudio Lopes de Souza Jr. 0 5 95 100 100 95 5 0 % autofecundação % cruzamento alógamas autógamas intermediárias * Para fins de melhoramento, as espécies intermediárias podem ser tratadas como alógamas ou autógamas 1 - Introdução • As espécies autógamas, alógamas e de propagação vegetativa (ou assexuada) têm diferentes estruturas genéticas e, devido a isso, os métodos ou processos que são utilizados para desenvolver cultivares são diferentes. LGN0313 – Melhoramento Genético Prof. Cláudio Lopes de Souza Jr. 2 – Estrutura Genética 2.1. Espécies autógamas • A reprodução ocorre por autofecundação ( ) natural. Devido a isso as plantas são homozigóticas. • Exemplo: Partindo de um cruzamento (artificial) de duas linhas puras (1 e 2) LGN0313 – Melhoramento Genético Prof. Cláudio Lopes de Souza Jr. 2 – Estrutura Genética L1 (AA) x L2 (aa) F1 Aa F2 (1/4) AA : (1/2) Aa : (1/4) aa F3 (3/8) AA : (1/4) Aa : (3/8) aa F4 (7/16) AA : (1/8) Aa : (7/16) aa ... ... ... ... Fn [1-(1/2) n]/2 : (1/2)n : [1-(1/2)n]/2 ... F∞ (1/2) AA : 0 : (1/2) aa LGN0313 – Melhoramento Genético Prof. Cláudio Lopes de Souza Jr. • Portanto, como as espécies se reproduzem por autofecundação, as frequência de locos heterozigóticos (Aa) devem ser muito baixas (próximas de zero), uma vez que em cada geração de autofecundação os heterozigotos são reduzidos a metade • Assim, na enésima geração de autofecundação tem-se (1/2)n heterozigotos e [1-(1/2)n] homozigotos - Coeficiente de endogamia: F = 1-(1/2)n LGN0313 – Melhoramento Genético Prof. Cláudio Lopes de Souza Jr. 2 – Estrutura Genética • Exemplo: 6ª geração de autofecundação: 98,4375% de homozigotos 1,5625% de heterozigotos • Nas espécies autógamas as plantas são independentes quanto a reprodução, não ocorrendo troca de alelos entre elas. Devido a isso, as plantas são homozigóticas (linhas puras, linhagens, linhagens endogâmicas), e uma população de uma espécie autógama é constituída de uma mistura de genótipos homozigóticos LGN0313 – Melhoramento Genético Prof. Cláudio Lopes de Souza Jr. 2 – Estrutura Genética • O número de genótipos homozigóticos é 2n onde n é o número de locos (genes) com dois alelos/loco • Ex: com 4 locos e dois alelos/loco: A, a; B, b; C, c; D, d; tem-se os seguintes genótipos: AABBCCDD AABBCCdd AABBccdd aabbCCDD aabbCCdd ... aabbccdd LGN0313 – Melhoramento Genético Prof. Cláudio Lopes de Souza Jr. 2 – Estrutura Genética 24 = 16 genótipos possíveis * Com 20 locos tem-se: 220 = 1.048.576 genótipos diferentes • Nas espécies autógamas, a variabilidade genética é devida à presença de diferentes genótipos homozigóticos • Os programas de melhoramento das espécies autógamas são delineados para que no final do processo a homozigose seja restaurada, produzindo apenas plantas homozigóticas (linhas puras, linhagens, linhagens endogâmicas) • Exemplos de espécies autógamas: arroz, soja, sorgo, trigo, amendoim, feijão LGN0313 – Melhoramento Genético Prof. Cláudio Lopes de Souza Jr. 2 – Estrutura Genética 2.1. Espécies alógamas • As plantas destas espécies se reproduzem por cruzamento natural, e devido a isso, ocorre troca de alelos entre plantas da mesma população. Portanto, as plantas partilham de um mesmo conjunto gênico • Sendo p e q as frequências dos alelos A e a, e com cruzamentos ao acaso, tem-se: LGN0313 – Melhoramento Genético Prof. Cláudio Lopes de Souza Jr. 2 – Estrutura Genética LGN0313 – Melhoramento Genético Prof. Cláudio Lopes de Souza Jr. 2 – Estrutura Genética Gametas Femininos Gametas Masculinos p (A) q (a) p (A) p2 (AA) pq (Aa) q (a) pq (Aa) q2 (aa) Genótipos Frequências AA p2 Aa 2pq aa q2 • Devido ao cruzamento, tem-se p2 plantas com genótipo AA, 2pq plantas com genótipo Aa e q2 plantas com genótipo aa. Tem-se, então, variabilidade genética devido à presença de genótipos homozigóticos e heterozigóticos • Devido a isso, em espécies alógamas tem-se: - Depressão por Endogamia - Carga Genética • Exemplos de espécies alógamas: milho, cebola, brássicas, girassol. LGN0313 – Melhoramento Genético Prof. Cláudio Lopes de Souza Jr. 2 – Estrutura Genética 3 – Mecanismos de Controle da Polinização a) Autofecundação: Mecanismo que favorece a autofecundação: • Cleistogamia: As flores são completas e a fecundação ocorre antes da abertura da flor. Este é o mecanismo padrão das espécies autógamas LGN0313 – Melhoramento Genético Prof. Cláudio Lopes de Souza Jr. 3 – Mecanismos de Controle da Polinização b) Cruzamentos: Mecanismos que favorecem os cruzamentos: • Dioecia: Sexos separados. Existem plantas masculinas e femininas. • Monoecia: Os órgãos sexuais são separados na planta • Protoginia: o estigma fica receptivo antes da deiscência do pólen • Protandria: o pólen é liberado antes do estigma estar receptivo • Autoincompatibilidade Loco S com diversos alelos: S1, S2, S3, S4 etc. Plantas com o mesmo genótipo com relação ao loco S não conseguem se cruzar e a autofecundação não ocorre. LGN0313 – Melhoramento Genético Prof. Cláudio Lopes de Souza Jr. 3 – Mecanismos de Controle da Polinização LGN0313 – Melhoramento Genético Prof. Cláudio Lopes de Souza Jr. S1 S2 S1 S3 S3 S4 S1 S2 S1 S2S1 S2 S1S3 S2S3 NENHUMA S1S3 S1S4 S2S3 S3S4 4 – Determinação do modo de reprodução de uma espécie Etapas: a) Exame da estrutura floral LGN0313 – Melhoramento Genético Prof. Cláudio Lopes de Souza Jr. - Flores completas → autogamia - dióicas → alogamia - monóicas → alogamia - Flores vistosas e com odor → alogamia 4 – Determinação do modo de reprodução de uma espécie b) Exame da polinização - presença de insetos polinizadores → alógama - liberação de pólen antes da flor se abrir → autógama c) Produção de sementes de plantas isoladas - produção de sementes → autógama - não produção de sementes → alógama LGN0313 – Melhoramento Genético Prof. Cláudio Lopes de Souza Jr. 4 – Determinação do modo de reprodução de uma espécie d) Autofecundação artificial - Descendência com plantas normais → autógama - Descendentes com plantas com menor vigor → alógama Observação: Alguns destes mecanismos são apenas indicativos, mas não conclusivos LGN0313 – Melhoramento Genético Prof. Cláudio Lopes de Souza Jr. LGN0313 – Melhoramento Genético Prof. Cláudio Lopes de Souza Jr. 5 – Cruzamento Berinjela LGN0313 – Melhoramento Genético Prof. Cláudio Lopes de Souza Jr. 5 – Cruzamento Berinjela 5 – Cruzamento Berinjela LGN0313 – Melhoramento Genético Prof. Cláudio Lopes de Souza Jr. LGN0313 – Melhoramento Genético Prof. Cláudio Lopes de Souza Jr. 5 – Cruzamento Berinjela LGN0313 – Melhoramento Genético Prof. Cláudio Lopes de Souza Jr. 5 – Cruzamento Berinjela LGN0313 – Melhoramento Genético Prof. Cláudio Lopes de Souza Jr. 5 – Cruzamento Berinjela LGN0313 – Melhoramento Genético Prof. Cláudio Lopes de Souza Jr. 5 – Cruzamento Berinjela LGN0313 – Melhoramento Genético Prof. Cláudio Lopes de Souza Jr. 5 – Cruzamento Berinjela LGN0313 – Melhoramento Genético Prof. Cláudio Lopes de Souza Jr. 5 – Cruzamento Berinjela LGN0313 – Melhoramento Genético Prof. Cláudio Lopes de Souza Jr. 5 – Cruzamento Berinjela
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