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Proteção de
cultivares
Discentes: Maria Luiza Souza, Izabela Maria Del Rei, Walter Junior, Eduardo
Farias e Gloriene Carvalho
Universidade Federal da Bahia
Inovação tecnológica e propriedade intelectual 
Salvador-BA 
Junho, 2023
Determinada forma de uma
planta cultivada com genótico e
fenótipo bem estabelecido;
 
Cultivares
Recebe nome único e é
registrado com base nas
suas características que
devem ser alinhadas
com o seu interesse
para cultivo
1
As características
podem ser de
caráter produtivo,
decorativo, entre
outros
2 Deve apresentar umconjunto de
características distintas
para diferenciar com
outros da mesma
espécie.
3
Cultivares
 
Qual a importância
do desenvolvimento
de novas cultivares?
Manutenção e expressão fenotípica de uma
semente ou planta genéticamente
selecionada;
Multiplicação e disseminação rápida com
preservação das características;
Otimização do uso de fertilizantes, água e
outros insumos;
Melhor controle de pragas e doenças.
União Internacional para a Proteção
de Novas Variantes
UPOV
Organização
intergoverna
mental;
Surgiu em
1961 em Paris
e foi revisada
em 1972,1978
e 1991;
Sediada na
Suíça; 
Foi estabelecido
pela Convenção
Internacional para
a Proteção de
Novas Variedades
de Plantas - 
 "Convenção
UPOV"
A Missão da UPOV
"[...]fornecer e promover um sistema eficaz de
proteção de variedades vegetais, com o
objetivo de estimular o desenvolvimento de
novas variedades de plantas, em benefício
da sociedade." UPOV,2023.
Encorajamento o melhoramento de plantas; 
 
Concede ao criador de novas variedades o direito
de propriedade intectual.
O direito do melhorista
Outros Princípios...
Fonte: UPOV,2023
Por que proteger as variedades de
plantas?
Inovação, Biodiversidade e Sustentabilidade, Produtividade e Economia
Melhoria da
produtividade e
sustentabilidade
Desenvolvidas para maior
produtividade , resistência,
e adaptação a condições
ambientais específicas.
 Eficiência na produção de
alimentos, reduzindo o uso
de insumos agrícolas e
minimizando os impactos
ambientais negativos.
Estímulo à inovação
Encoraja o investimento
em pesquisa e
desenvolvimento de
novas variedades
otimizadas;
Maior competitividade
brasileira no
agronegócio
internacional.
Preservação da
biodiversidade
 Variedades distintas e
adaptadas a diferentes
condições promovem
uma diversificação
genética no cultivo de
plantas, o que é
fundamental para a
segurança alimentar e
a resil iência dos
sistemas agrícolas .
 
Recuperação de
custos e recompensa
Boa oportunidade de
reaver gastos e
acumular lucro
aplicável a futuros
investimentos, trazendo
mais estímulo à
promoção da inovação
e no estímulo à
pesquisa e
desenvolvimento no
setor agrícola.
• Variedade de qualquer gênero ou espécie vegetal superior; 
• Denominação própria; 
• DISTINGUÍVEL por margem mínima de descritores;
• HOMOGÊNEA, apresentando variabilidade mínima dos descritores que a identifiquem em escala comercial; 
• ESTÁVEL ao longo de sucessivas gerações; 
• Passível de uso pelo complexo agroflorestal* ou de uma linhagem componente de híbridos. 
LPC, art. 3°, IV
Critérios de patenteamento 
Nova cultivar e Cultivar essencialmente derivada (CED)
Cultivar:
• Não ter sido oferecida à venda, no Brasil, há mais de 12 meses em
relação à data do pedido de proteção e, em outros países, com o
consentimento do obtentor, há mais de seis anos para espécies de árvores
e videiras ou há mais de quatro anos para as demais espécies.
Nova Cultivar: Caráter de novidade temporal
* conjunto de atividades relativas ao cultivo de variedades vegetais visando à alimentação, à produção
de combustíveis, óleos, corantes, fibras e demais insumos para fins industrial, medicinal, florestal e
ornamental. 
Patente de inovação
Proteção de cultivares
Critério de Novidade
• Variedade vegetal; 
• DISTINGUÍVEL; 
• HOMOGÊNEA; 
• ESTÁVEL; 
• Passível de uso pelo complexo
agroflorestal* ou de uma linhagem
componente de híbridos. 
Critérios de patenteamento 
Nova cultivar e Cultivar essencialmente derivada (CED)
LPC, art. 3°, IV
Cultivar:
Nova Cultivar:
Cultivar essencialmente derivada :
Definição introduzida pela Ata UPOV de 1991;
Predominantemente derivada da cultivar inicial ou
de outra cultivar essencialmente derivada, sem
perder a expressão das características essenciais
que resultem do genótipo ou da combinação de
genótipos da cultivar da qual derivou, exceto no que
diz respeito às diferenças resultantes da derivação;
Além de apresentar caráter de novidade.Patente de inovação
Proteção de cultivares
Critério de Novidade
Teste DHE
Homogênea Não Homogênea
Original Geração 1 geração 2
Original Geração 1 geração 2
Distinguibilidade:
Homogeneidade 
Estabilidade
Ensaios de campo realizados pelo próprio melhorista da cultivar protegida. Atestam as
características técnicas exigidas para proteção da cultivar, seguindo metodologia própria
para cada espécie 
que se distingue claramente de qualquer
outra cuja existência na data do pedido de
proteção seja reconhecida, por margem
mínima de descritores 
 que, em escala comercial apresenta variabilidade mínima quanto aos descritores que a identifiquem 
 que, reproduzida em escala comercial, mantenha a
sua homogeneidade através de gerações sucessivas
Característica morfológica,
fisiológica, bioquímica ou
molecular herdada
geneticamente e usada na
identificação da cultivar.
COMO SOLICITAR A PROTEÇÃO DE
CULTIVARES
Familiarize-se com a Lei de Proteção de
Cultivares (Lei nº 9.456/1997) e as
regulamentações relacionadas para entender os
requisitos e procedimentos necessários;
Identifique a variedade que deseja proteger e
verifique se ela atende aos critérios de novidade,
distinção, homogeneidade e estabilidade;
Certifique-se de possuir todas as informações
relevantes sobre a variedade, incluindo
características distintivas, descrições,
documentação de origem e certificados
fitossanitários.
Passo 1: Preparação
 
Organograma do Serviço Nacional de Proteção de Cultivares (SNPC)
 Formulário 2 - Relatório Técnico
origem genética
método de obtenção da cultivar
local e época em que foram conduzidos os
testes de DHE
indicação de cultivar mais parecida com a
cultivar candidata
e características que as diferenciam
TAXAS DE
PROTEÇÃO DE
CULTIVARES
"Pessoa física que obtiver, cultivar e estabelecer descritores que a diferenciem das demais” (Lei de Proteção de
Cultivares - Art. 3)
Melhorista
Obtentor
Pessoa física ou jurídica que “obtiver nova cultivar ou cultivar essencialmente derivada no País" (Lei de Proteção de
Cultivares - Art. 5), como é o caso de agricultores, cientistas e institutos de pesquisa.
Requerente e Titular
O obtentor pode requerer a proteção da cultivar, agindo como requerente. Quando essa proteção é concedida, o
requerente se torna titular da cultivar, podendo transferir seus direitos para uma outra pessoa. 
Diretos do
Titular
Artigo 9° da LPC (BRASIL, 1997)
Ao titular da proteção do cultivar
é garantida a reprodução
comercial, podendo ele usar,
gozar, dispor e reaver a cultivar
de quem quer que, sem a sua
autorização, ofereça à venda o
material de propagação da
cultivar, com fins comerciais.
Direito positivo, combinado
com o direito negativo de
excluir terceiros do uso
Diretos do
Titular
Artigo 9° da LPC (BRASIL, 1997)
Grande dificuldade na sua
concretização:
Dificuldade de se implementar
um sistema integrado de
monitoramento; 
Falta de conhecimento;
Número expressivo de exceções 
Diretos do Titular Exceções - Artigo 10 da LPC
 I – reserva e planta sementes para uso próprio, em seu estabelecimento ou em estabelecimento de terceiros cuja
posse detenha; 
Lei n. 10.711, de 5 de agosto de 2003, art. 23: embora seja possível guardar e replantar as sementes e mudas,
para isso o produtor fica condicionado à prévia inscrição dos campos de produção no MAPA
 II – usa ou vende como alimento oumatéria-prima o produto obtido do seu plantio, exceto para fins reprodutivos; 
 III – utiliza a cultivar como fonte de variação no melhoramento genético ou na pesquisa científica;
 IV – sendo pequeno produtor rural, multiplica sementes, para doação ou troca, exclusivamente para outros
pequenos produtores rurais, no âmbito de programas de financiamento ou de apoio a pequenos produtores
rurais, conduzidos por órgãos públicos ou organizações não-governamentais, autorizados pelo Poder Público; 
 V – multiplica, distribui, troca ou comercializa sementes, mudas e outros materiais propagativos no âmbito do
disposto no art. 19 da Lei no 10.696, de 2 de julho de 2003, na qualidade de agricultores familiares ou por
empreendimentos familiares que se enquadrem nos critérios da Lei no 11.326, de 24 de julho de 2006.
Ser única, isto é, ser a mesma no pedido de
proteção, no Registro Nacional de Cultivares
(RNC); além de ter que ser a mesma nos
pedidos de proteção depositados em outros
países (via de regra);
Ter denominação diferente de cultivar
preexistente para o mesmo gênero vegetal
(Em alguns casos dentro de alguns gêneros;
e em alguns casos é permitida a mesma
denominação para gêneros dentro de uma
espécie;
Conter no mínimo uma palavra e, no máximo,
três, uma combinação alfanumérica, uma
combinação de palavras e letras, ou uma
combinação de palavras e números.
Denominação
de Cultivares
Fonte: Embrapa
BRS (BR=Brasil e S=Sementes)
Denominação
Não poderá:
Induzir a erro ou a confusão quanto às suas características
intrínsecas, à sua procedência, à origem, às características, ao
valor ou à identidade da cultivar, ou quanto à identidade do
obtentor;
Não permitir a identificação da cultivar;
Ser idêntica ou confundir-se com outra denominação que
designe uma cultivar preexistente dentro de um mesmo gênero;
Ser idêntica ou confundir-se com outra designação sobre a
qual um terceiro possua direito de proteção anterior;
Ser contrária à moral e aos bons costumes;
Se referir unicamente a atributos comuns de outras cultivares
da mesma espécie;
Constar de um nome botânico ou comum de um gênero ou
espécie;
Sugerir que a cultivar derive de outra cultivar ou com essa
esteja relacionada, quando este fato não corresponder à
realidade;
Incluir termos como: variedade, cultivar, forma, híbrido,
cruzamento ou traduções dos mesmos;
Não resultar como denominação genérica da cultivar;
Reproduzir, no todo ou em parte, marca de produto ou serviço
vinculado à área vegetal, ou de aplicação da cultivar, ou marca
notória.
DENOMINAÇÃO SNPC - Serviço Nacional de Proteção de Cultivares
https://sistemas.agricultura.gov.br/snpc/cultivarweb/cultivares_protegidas.php
Duração da
Proteção de
um Cultivar
LEI Nº 9.456, DE 25 DE ABRIL DE 1997.
Lei que institui a Lei de Proteção de Cultivares e dá
outras providências.
 
 A proteção da cultivar
vigorará, a partir da data
da concessão do
Certificado Provisório de
Proteção, pelo prazo de
quinze anos
Art. 11
Art. 12
Decorrido o prazo de
vigência do direito de
proteção, a cultivar cairá
em domínio público e
nenhum outro direito
poderá obstar sua livre
utilização
Duração da
Proteção de
um Cultivar
LEI Nº 9.456, DE 25 DE ABRIL DE 1997.
Projeto de Lei PL 827/2015
 Aumentar prazo de duração da proteção de
uma cultivar
 Dos atuais 15 anos para 20 anos
 Podendo chegar a 25 anos no caso de (cana-
de-açúcar, videiras e árvores frutíferas,
florestais e ornamentais.)
 visa aumentar o prazo de proteção de
cultivares como forma de incentivo à pesquisa
e desenvolvimento de novas variedades.
Altera a Lei nº 9.456, de 25 de abril de 1997, que
institui a Lei de Proteção de Cultivares e dá
outras providências.
1.
2.
3.
4.
 
Licença
Compulsória
de Cultivar
Art. 28. e Art. 29 LEI Nº 9.456
A Lei vai interferir quando quando a manutenção de fornecimento
regular esteja sendo injustificadamente impedida pelo titular
Será responsável de regular distribuição da cultivar e manutenção de
sua qualidade
Porém ainda assim haverá remuneração razoável ao titular do direito
de proteção da cultivar
"Quebra de Patente"
Art. 29
"A licença compulsória é o instrumento utilizado pelo
Poder Público para autorizar, a requerimento de
legítimo interessado, a exploração de cultivar
protegida, independentemente da autorização do seu
titular, por prazo de três anos, prorrogável por iguais
períodos, sem exclusividade, e mediante
remuneração, na forma deste Decreto."
 
I - pela expiração do prazo de proteção
estabelecido nesta Lei;
II - pela renúncia do respectivo titular ou de
seus sucessores;
III- na ausência de pagamento da respectiva
anuidade
IV- pela comprovação de que a cultivar
tenha causado, após a sua comercialização,
impacto desfavorável ao meio ambiente ou à
saúde humana.
Extinção do
Direito de
Cultivar
A proteção da cultivar extingue-se:
 Como e onde realizar uma busca de uma cultivar protegida no Brasil?
O sistema CultivarWeb, disponível no sítio
eletrônico do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (MAPA), disponibiliza funções de
envio eletrônico dos requerimentos de proteção
intelectual de cultivar, de acompanhamento do
andamento e visualização dos seus processos de
proteção, além de pesquisa pública na base de
dados de cultivares protegidas e inscritas no registro
comercial de cultivares.
Culturas mais
protegidas no
Brasil
Cabe pontuar que, em 2015, a Embrapa e
Basf lançaram a primeira soja transgênica
totalmente brasileira fruto de um processo
que durou quase 20 anos desde o começo da
pesquisa até o seu registro. A nova cultivar
brasileira (cultivance)combina a utilização
de cultivares de soja com herbicida de
amplo espectro de ação para o manejo de
plantas daninhas de folhas largas e
estreitas.
Culturas mais
protegidas no
Brasil
Conclusão
A cultivar representa, assim, a possibilidade de
desenvolvimento e aprimoramento de espécies que
traz vantagens de maior produtividade, maior
resistência a doenças e pragas, entre outros
fatores, podendo ser uma das formas de suprir a
necessidade cada vez mais crescente de produção
agrícola, desde alimentos até energias renováveis e
novos materiais.
Referências Bibliográficas
BRASIL. Lei Nº 9.456, de 25 de abril de 1997. Institui a Lei de Proteção de Cultivares e dá outras providências. Brasília, DF: Diário Oficial da União, 1997.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9456.htm Acesso em: 30/05/2023
Propriedade intelectual [Recurso eletrônico on-line] / organizadora Wagna Piler Carvalho dos Santos. – Salvador (BA) : IFBA, 2019. 532 p. – (PROFNIT,
Conceitos e aplicações de propriedade intelectual; V. 2) ISBN: 978-85-67562-39-1
Informações aos Usuários de Proteção de Cultivares. MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO Serviço Nacional de Proteção de
Cultivares – SNPC, 2019. 
BARBOSA, Denis B.; Wachowicz, Marcos (org) Propriedade intelectual: desenvolvimento na agricultura Curitiba: GEDAI/UFPR, 2016. 408P. ISBN 978-85-
67141-13-8. 
ORO BOFF, Salete. Proteção jurídica das cultivares na UPOV, no TRIPs e os limites na legislação brasileira: o embate entre interesse público e privado.
Anuario mexicano de derecho internacional, v. 19, p. 433-456, 2019.
FUCK, Marcos Paulo; BONACELLI, Maria Beatriz; CARVALHO, SP de. Propriedade intelectual em melhoramento vegetal: Brasil e Argentina frente às
possibilidades de mudanças institucionais. Informações Econômicas, v. 38, n. 09, p. 44-54, 2008. 
BADDAUY, Letícia. Lei de Cultivares e Agronegócio: Uma análise da proteção de propriedade intelectual e do desenvolvimento do setor. Migalhas, 2020.
Disponível em: https://www.migalhas.com.br/depeso/323193/lei-de-cultivares-e-agronegocio--uma-analise-da-protecao-de-propriedade-intelectual-e-do-
desenvolvimento-do-setor Acesso em: 30/05/2023
https://www.migalhas.com.br/depeso/323193/lei-de-cultivares-e-agronegocio--uma-analise-da-protecao-de-propriedade-intelectual-e-do-desenvolvimento-do-setor

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