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Hemodinâmica Prof: VICTOR DIOGENES AMARAL DA SILVA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA Departamento de Bioquímica e Biofísica Disciplina: Biofísica I Evolução Seres unicelulares Seres pluricelulares Difusão sem circulação ✓Arquitetura do sistema cardiovascular – necessidade de trocas rápidas de O2, CO2, nutrientes e metabólitos. ✓↑↑Volume de sangue / volume de células = composição constante a despeito das trocas ✓↑↑[O2] = rápida difusão Hemoglobina Difusão com circulação Biofísica da Circulação Sistema Circulatório • Comunicador de matéria e energia - exerce Energia Potencial (EP) e Energia Cinética todo o tempo, sobre as diversas partes do organismo. • Formado por: coração, vasos sangüíneos, sangue e sistema de controle. 3 Eventos para o funcionamento do sistema circulatório • Estágios no campo eletromagnéticos 1- Metabolismo das células do marca-passo atrial, que dispara um potencial de ação. 2- Propagação do potencial de ação através de feixes nervosos do coração. 4 Eventos para o funcionamento do sistema circulatório • Estágios no campo gravitacional (controle e ejeção). 1- Contração muscular 2- Ejeção de sangue no sistema de vasos. 5 Sistema cardiovascular Organização • Coração - bomba central • Artérias e arteríolas – vias centrífugas • Capilares – zonas de trocas • Veias e vênulas – vias centrípetas 7 9 - Átrio Direito 10 - Ventrículo Direito 11 - Átrio Esquerdo 12 - Ventrículo Esquerdo 13 - Músculos Papilares 14 - Cordoalhas Tendíneas 15 - Válvula Tricúspide 16 - Válvula Mitral 17 - Válvula Pulmonar Fonte: www.unifesp.br Anatomicamente Circulação Sistêmica e Pulmonar • Funcionalmente: – 4 setores – (A) Circulação pulmonar arterial - baixo O2 e alto CO2 – (B) Circulação pulmonar venosa - alto O2 e baixo CO2 – (C) Circulação sistêmica arterial - alto O2 e baixo CO2 – Circulação sistêmica venosa - baixo O2 e alto CO2 – Continuidade anatômica e fluxional – Volume circulatório estacionário – 83 mL ejetado em cada ventrículo, por batida. – Aproximadamente 165 mL ejetado pelo coração, por batida. Circulação e o Campo Gravitacional Variação da área total seccional X Fluxo em Regime estacionário – Circulação sistêmica e pulmonar. Área total seccional aumenta e diminui – Aumenta da aorta até os capilares sistêmicos – Diminui dos capilares até a veia cava ORGANIZAÇÃO MORFO- FUNCIONAL DA CIRCULAÇÃO Propriedades do Fluxo em Regime Estacionário (RE) Equação de Bernouilli – princípio da conservação de energia para um fluido em linha corrente. Componentes: 1- Cinética (velocidade) 2- Potencial gravitacional (altura) 3 – Energia de fluxo (fluxo) Energética de Fluxos em Regime Estacionário Equação de Bernouilli Fonte: Heneine • Trabalho realizado por bomba hidráulica, movimenta sistema líquido em tubos (RE) • A energia total do fluido é: ET = EP + EC + ED + EG • EP = P.V EC = ½ mv 2 ED = µc.f.L EG = d.g.h Primeiro desafio Distinguir velocidade e fluxo: • Velocidade = deslocamento/tempo → cm/seg • Fluxo = volume/tempo → cm3/seg Velocidade – V Fluxo - Q Conceitos: Velocidade e Fluxo 1 cm 5 cm (Q) cm3/s = (V)cm/s x (A) cm2 Área de secção transversa Fluxo Velocidade Q constante em todos os segmentos circulatórios. V é o parâmetro variável. Velocidade X Área Fluxo (Q) constante a despeito das variações na área de secção transversa (A). ▼ Ajustes na velocidade linear (V) CAPILARES (GRANDE ÁREA) VELOCIDADE BAIXA V a 1 A AUMENTO TROCA ENTRE SANGUE E TECIDOS. ÁREA DO VASO E VELOCIDADE DO SANGUE Velocidade vs Pressão Pressão lateral ou estática Componente dinâmico Pd ρ=1g/cm3 V=100cm/s Pressão total Pd = 5000dynes/cm2 = 3,8mmHg 1330dynes/cm2 = 1mmHg Pd = 20.000dynes/cm2 Pd = 15mmHg - Pd 1. Relação entre Energética do Fluxo e Pressão Lateral – Artérias laterais proximais possuem maior pressão que as distais. – A Pressão que cai ao longo do vaso, é equilibrada em parte pela divisão das artérias em segmentos de áreas cada vez maiores => Pressão Lateral. – Assim, a velocidade diminui e a pressão lateral aumenta Energética de Fluxos em Regime Estacionário Equação de Bernouilli 1. Relação entre Energética do Fluxo e Pressão Lateral – Pressão da árvore arterial cai pouco: de 100 para 90 mm Hg - artérias distantes. – Queda pressão nas arteríolas é maior: chega na entrada capilares com 35 mm Hg. – Do sistema capilar para as veias ocorre o contrário - Veia cava com 4mm Hg. Energética de Fluxos em Regime Estacionário Equação de Bernouilli Propriedades do Fluxo em Regime Estacionário (RE) • Segmentos concêntricos de diâmetros variáveis 1. Estado ou Regime Estacionário (fluido entrada = fluido saída) 2. Fluxo: mesma quantidade nos 3 segmentos (F= f1 = f2 = f3) 3. Velocidade (Energia Cinética): diâmetro aumenta - velocidade diminui (Ec) (v1 >v2 >v3) 4. Pressão lateral [velocidade diminui - pressão lateral aumenta] – Ep + Ec = constante (aproximadamente) – EP1 < EP2 < EP3 5. Equação do Fluxo em RE – Fluxo = Velocidade x Área ( f = v x a ) – Em RE =>F= f1 = f2 = f3 (F = v1 A1 =v2 A2 =v3 A3 = vn An) Relação entre Velocidade de Circulação e o Diâmetro dos Vasos - Constância de Fluxo • Sabendo-se que f = v x A e que: – A área dos segmentos vasculares é variável – Fluxo é obrigatoriamente constante [f = 85 a 90 mL/s] (RE), então: • A velocidade de circulação varia (aorta, capilares e veia cava) 23 Parâmetros Circulatórios da Aorta, Capilares e Cava. Valores médios e aproximados Aorta Capilares Cava Diâmetro 2,0 cm 8 µm 2,4 cm Número 1 2 bilhões 1 Área 3,0 cm² 2.200 cm² 4,5 cm² Velocidade 28 cm/s 0,04 cm/s 19 cm/s Fluxo 28 x 3,0 = 84 mL/s 0,04 x 2.200 = 88 mL/s 19 x 4,5 = 86mL/s Fluxo Estacionário na saúde humana Quebra de regime estacionário Quebra do Regime Estacionário (RE) 1. Hemorragia • Hemorragia arterial e venosa. • Aguda é uma condição grave (estancar sangramento, repor líquido perdido) • Crônica (restabelecimento da volemia). Quebra do Regime Estacionário (RE) 2. Edema pulmonar (quantidade de sangue que entra na pequena circulação, maior do que quantidade que sai, isso afoga o paciente em plasma): - Possíveis causas: – Aumento da resistência à circulação – Falha da bomba cardíaca ▪ Alterações em capilares Pressão nos Capilares - Forças Envolvidas – Capilares: única parte sistema cardiovascular para trocas metabólicas com os tecidos. Pulsam e têm poros que permitem trocas de moléculas pequenas – Leito capilar tem velocidade de circulação lenta Conceitos: Pressão osmótica = força contrária à osmose Pressão hidrostática = é a pressão que ocorre no interior dos líquidos, sendo exercida pelo peso do próprio líquido – Entrada capilar: Posm - Phid = 13 mmHg a favor da expulsão de fluidos para MEC – Saída capilar: Posm - Phid = 13 mmHg a favor da penetração de fluidos no capilar – Em condições normais a resultante das forças tem que ser nula. – Fluido que sai > fluido que entra = edema (retenção de líquidos nos tecidos). Pressão nos Capilares - Forças Envolvidas Saldo de 13 mm Hg entrada Saldo de 13 mm Hg saída • Causas do Edema: – Alterações na Pressão Osmótica: - Posm intracapilar - hipoproteinemia - escape de fluido para o meio extracelular (MEC). - Aumento de sais MEC, por insuficiência renal ou cardíaca, retenção de fluidos. – Alterações na Pressão Hidrostática: - dilatação arteriolar ou constrição venular; - da pressão venosa - da Phid; - Ação do campo gravitacional – Alterações na Permeabilidade do Capilar - histamina, bradicinina - vazamento de macromoléculas, especialmente albumina para o MEC. da Posm intracapilar. Pressão nos Capilares - Forças Envolvidas 3. Fístula Arteriovenosa Comunicação Interventricular e Interatrial • Comunicação anômala, curto- circuito entre compartimentos circulatórios • Fístula interatrial: mantém RE, mas a pequena circulação fica com sobrecarga de x + y mL de sangue • Permaneceo Regime Estacionário e o indivíduo pode se manter vivo por tempo razoável Fonte: Heneine Anomalias do Fluxo – 1. Gradiente de Queda da Ep em Estenoses – Estenose = estreitamento da luz do vaso. Velocidade aumenta e EP diminui. – No seguimento pós-estenose, embora a velocidade seja normal, a pressão é menor, porque mais Ec foi gasta para vencer a estenose. Fonte: Celso Neves http://celsoneves.sites.uol.com.br/estenosecarot.jpg http://celsoneves.sites.uol.com.br/embolizcarot.jpg – Aterosclerose = Placa de ateroma (gordura e cálcio) - reduz o lúmen do vaso. – Causas múltiplas: síndrome metabólica estrutural (hipertensão); excesso de colesterol (LDL); inflamação – Aumento da velocidade e redução da pressão lateral. – A queda da pressão lateral prejudica a nutrição do tecido, podendo causar isquemia (deficiência de sangue) e infarto (necrose dos tecidos). Anomalias do Fluxo 2. Gradiente de Queda da Ep em Aterosclerose Fonte: Brasil Escola Anomalias do Fluxo - Ep em Aneurismas – Na região do aneurisma: a velocidade é menor, o que acarreta em aumento da Ep. – Torna-se um ciclo vicioso, porque o aumento da Ep, tende a aumentar a dilatação do aneurisma – rompimento – hemorragia - morte Fonte: Celso Neves Hipertensão de Origem Vascular – Pressão acima valores médios (120 x 80 mm Hg) Não confundir arteriosclerose com aterosclerose! Arteriosclerose: doença degenerativa da artéria devida à destruição das fibras musculares lisas e das fibras elásticas que a constituem, levando a um endurecimento da parede arterial, que pode ser produzido por hipertensão arterial de longa duração ou pelo aumento da idade. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS • HENEINE, Ibrahim F., Biofísica Básica, Editora Atheneu, 1995. • Margarida Aires, Fisiologia, Editora Guanabara, 4ª Ed. 2014 • BERNE, R.M. e LEVY, M.N. Fisiologia. Rio de Janeiro. Ed. Guanabara Koogan S.A. 1990. • Vídeo complementar:• https://www.youtube.com/watch?v=xfY62pY04KU&feature=youtu.be Fluxo Estacionário na saúde humana • Condições do Fluxo x Fisiopatologia Circulatória 1. Quebra do Regime Estacionário (RE) • Hemorragia • Edema pulmonar (quantidade de sangue que entra na pequena circulação, maior do que quantidade que sai, isso afoga o paciente em plasma): ▪ Possíveis causas: – Aumento da resistência à circulação – Falha da bomba cardíaca ▪ Terapêutica: restabelecer regime estacionário Fístula Arteriovenosa Comunicação Interventricular e Interatrial • Comunicação anômala, curto- circuito entre compartimentos circulatórios • Fístula interatrial: mantém RE, mas a pequena circulação fica com sobrecarga de x + y mL de sangue • Permanece o Regime Estacionário e o indivíduo pode se manter vivo por tempo razoável Fonte: Heneine Angina pectoris e pressão lateral • Orientação da sonda de pressão. • Estenose – componente dinâmico relevante ↑ Velocidade do fluxo ↑Energia cinética ↓Pressão lateral En. Potencial ▼ En. Cinética Alteração no fluxo coronariano ▼ Reversão do fluxo Angina pectoris Esforço físico 2. Anomalias do Fluxo - Gradiente de Queda da Ep em Estenoses – Estenose = estreitamento da luz do vaso. Velocidade aumenta e EP diminui. – No seguimento pós-estenose, embora a velocidade seja normal, a pressão é menor, porque mais Ec foi gasta para vencer a estenose. Energética de Fluxos em Regime Estacionário Equação de Bernouilli Fonte: Celso Neves Aterosclerose = Placa de ateroma (gordura e cálcio) - reduz o lúmen do vaso. Aumento da velocidade e redução da pressão lateral. A queda da pressão lateral prejudica a nutrição do tecido, podendo causar isquemia (deficiência de sangue) e infarto (necrose dos tecidos). http://celsoneves.sites.uol.com.br/estenosecarot.jpg http://celsoneves.sites.uol.com.br/embolizcarot.jpg 3. Anomalias do Fluxo - Gradiente de Queda da Ep em Aneurismas – Na região do aneurisma: a velocidade é menor, o que acarreta em aumento da Ep. – Torna-se um ciclo vicioso, porque o aumento da Ep, tende a aumentar a dilatação do aneurisma – rompimento – hemorragia - morte Energética de Fluxos em Regime Estacionário Equação de Bernouilli Fonte: Celso Neves 3. Energética da Sístole e Diástole – Sístole: contração, esvaziamento. Átrios ejetam sangue para ventrículos. Ventrículos ejetam sangue para as artérias. Sangue arterial acelerado pela massa sangüínea ejetada => Máxima Pressão (EP) e Velocidade (EC). Válvula aórtica fecha. EP está armazenada através deformação elástica artérias. – Diástole: relaxamento, entrada do sangue nas cavidades e fechamento das válvulas arteriais. EP armazenada nas artérias (durante a sístole) garante pressão lateral e corrente sangüínea (EC) em menor nível, mas suficiente para manter RE. Energética de Fluxos em Regime Estacionário Equação de Bernouilli 4. Hipertensão de Origem Vascular – Pressão acima valores médios (120 x 80 mm Hg) 5. Pressão nos Capilares - Forças Envolvidas – Capilares: única parte sistema cardiovascular para trocas metabólicas com os tecidos. Pulsam e têm poros que permitem trocas de moléculas pequenas – Leito capilar tem velocidade de circulação lenta – Entrada capilar: Posm - Phid = 13 mmHg a favor da expulsão de fluidos para MEC – Saída capilar: Posm - Phid = 13 mmHg a favor da penetração de fluidos no capilar – Condições normais a resultante das forças tem que ser nula. – Fluido que sai > fluido que entra = edema (retenção de líquidos). Pressão nos Capilares - Forças Envolvidas • Causas do Edema: – Posm intracapilar - hipoproteinemia - escape de fluido para o meio extracelular (MEC). – Aumento de sais MEC, por insuficiência renal ou cardíaca, retenção de fluidos. – Alterações na Pressão Hidrostática: dilatação arteriolar ou constrição venular, da pressão venosa - da Phid, ação do campo gravitacional – Alterações na Permeabilidade do Capilar - histamina, bradicinina - vazamento de macromoléculas, especialmente albumina para o MEC. da Posm intracapilar. 6. Pressão nos Capilares - Forças Envolvidas REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS • BERNE, R.M. e LEVY, M.N. Fisiologia. Rio de Janeiro. Ed. Guanabara Koogan S.A. 1990. • HENEINE, Ibrahim F., Biofísica Básica, Editora Atheneu, 1995. • HOUSSAY, B., Fisiologia Humana. Rio de Janeiro - RJ, Editora Guanabara Koogan, 1980. • JAMES, T.N. et alii. Cardiac abnormalities demonstrated postmortem in four cases of accidental electrocution and their potential significance relative to nonfatal electrical injuries of the heart, in: Am. Heart. J; 120 (1); P. 143. Jul. 1990. • LEÃO, Moacir de A. C., Princípios de Biofísica, Rio de Janeiro - RJ, Ed. Guanabara Koogan, 2a. Edição, 1982. • OKUNO, Emico et alii, Física para Ciências Biológicas e Biomédicas, São Paulo - SP, Ed. Harbra, 1992. • WAGNER, G. S., Eletrocardiografia Prática. Rio de Janeiro - RJ, Editora Guanabara Koogan, 1996. • Imagem: Reprodução/ internet • https://planetabiologia.com/reino-monera-as-bacterias-e-cianobacterias- caracteristicas/ • https://www.estudopratico.com.br/homo-sapiens-sapiens/ https://planetabiologia.com/reino-monera-as-bacterias-e-cianobacterias-caracteristicas/
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