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RESUMO Empreendedorismo e Oficina de Negócios

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Aula 1:
A Globalização e os processos de mudanças no ambiente dos negócios
Meta: Apresentar o conceito de globalização e questões influentes no processo de globalização, considerando as mudanças nos cenários de
negócios em nível nacional e internacional.
Objetivos
1. Analisar as conseqüências do processo de globalização a partir de situações reais;
2. Levantar e analisar dados com vistas a prospectar um negócio.
INTRODUÇÃO
Construir uma empresa é mais do que apenas ter uma boa ideia e um mercado consumidor. É preciso entender o
ambiente em que a empresa vai operar, as tendências do setor, a concorrência e outros fatores.
O texto também menciona o fenômeno da globalização, que tem um impacto significativo no cenário dos
negócios. A globalização leva a uma maior integração entre os mercados, o que cria novas oportunidades para as
empresas, mas também aumenta a concorrência.
Pontos-chave:
1. Construir uma empresa é um processo complexo que requer planejamento e pesquisa.
2. É importante entender o ambiente em que a empresa vai operar.
3. A globalização tem um impacto significativo no cenário dos negócios.
Explicação:
O texto começa falando sobre a importância de pensar o lugar de uma empresa no mundo, sua identidade, sua imagem e sua contribuição. Isso
significa que a empresa deve ter um propósito claro e atender a uma necessidade do mercado. Em seguida, o texto discute os desafios de construir
um negócio. Não basta ter uma boa ideia e um mercado consumidor. É preciso entender o ambiente em que a empresa vai operar, as tendências do
setor, a concorrência e outros fatores. O texto também menciona o fenômeno da globalização, que tem um impacto significativo no cenário dos
negócios. A globalização leva a uma maior integração entre os mercados, o que cria novas oportunidades para as empresas, mas também aumenta a
concorrência. Portanto, o texto é um alerta para os empreendedores que estão pensando em abrir um negócio. É preciso ter um planejamento bem
elaborado e estar preparado para os desafios do mercado.
GLOBALIZAÇÃO E SUAS INSERÇÕES
A globalização é um processo de integração econômica, social, política e cultural entre as diferentes partes do
mundo. Ela é impulsionada pelo avanço das tecnologias de informação e comunicação, que tornam o mundo cada vez
mais interconectado.
Pontos-chave:
1. A globalização é um processo complexo que afeta todas as esferas da vida humana.
2. Ela é impulsionada pelo avanço das tecnologias de informação e comunicação.
3. A globalização tem impactos positivos e negativos, como o aumento da desigualdade social e a disseminação de
novos valores culturais.
Explicação:
O texto começa definindo a globalização como um processo de integração entre as diferentes partes do mundo. Essa integração é impulsionada pelo
avanço das tecnologias de informação e comunicação, que tornam possível a comunicação e a troca de informações em tempo real,
independentemente da distância. O texto também discute os impactos da globalização. Ela tem impactos positivos, como o aumento do comércio
internacional e a disseminação de novas tecnologias e ideias. No entanto, ela também tem impactos negativos, como o aumento da desigualdade
social e a perda de identidade cultural. É importante estar ciente desses impactos para que possamos aproveitar os benefícios da globalização e
minimizar seus efeitos negativos. O texto conclui que a globalização é um processo complexo que afeta todas as esferas da vida humana.
O texto cita dois autores que estudaram a globalização: Boaventura de Sousa Santos e Milton Santos. Boaventura de Sousa Santos
enfatiza a complexidade da globalização e seus múltiplos impactos.Milton Santos, por sua vez, considera que a globalização é o ápice do processo
de internacionalização do mundo capitalista.
O texto também menciona alguns dos principais impactos da globalização, como o aumento da desigualdade social, a disseminação de
novos valores culturais e o fortalecimento das empresas multinacionais.
O QUE ESSES AUTORES NOS ESTÃO DIZENDO?
Destacam a complexidade e as múltiplas facetas da globalização, destacando que é um processo dinâmico que
abrange diversas áreas da vida social. Ele enfatiza que a globalização é complexa devido às interações entre diferentes
setores e regiões, e como suas consequências podem variar de acordo com as condições sociais. O texto também aponta
DISCIPLINA EMPREENDEDORISMO E OFICINA DE NEGÓCIOS
que a globalização resulta em desigualdades sociais e econômicas, com os países centrais se beneficiando mais do que
os periféricos. Além disso, o autor menciona a competição e a competitividade como aspectos-chave, observando a
mudança da ética nos negócios em direção a uma lógica mais competitiva. O texto também discute o papel do Estado na
era da globalização, incluindo a desnacionalização, a de-estatização e a internacionalização do Estado. Por fim, o
autor destaca a importância de entender as diferenças locais e orientá-las, bem como a influência da mídia na
percepção uniforme da globalização. Discute ainda os impactos da globalização, enfatizando suas desigualdades
sociais e culturais.
Impacto econômico da globalização: as empresas multinacionais são responsáveis por uma grande parte da
produção e do comércio mundial. Isso tem levado a um aumento da produtividade e da eficiência, mas também a um
aumento da desigualdade social.
Impacto social da globalização: a globalização está associada ao aumento da desigualdade social, com os
países ricos concentrando a maior parte da riqueza mundial. Isso ocorre porque as empresas multinacionais podem
transferir empregos para países com mão de obra mais barata.
Impacto cultural da globalização: a globalização está associada à homogeneização cultural, com os valores e
costumes ocidentais se espalhando pelo mundo. Isso pode levar à perda de identidade cultural nas culturas locais.
Pontos-chave:
1. A globalização é um processo complexo e dinâmico, que envolve inúmeras interações e mudanças em diferentes
esferas da vida social.
2. A globalização é desigual e contraditória, gerando tanto benefícios quanto prejuízos para diferentes grupos e
regiões.
3. A globalização está associada a mudanças nas funções do Estado, que passa a atuar em conjunto com outros
atores, como organizações não-governamentais e empresas multinacionais.
Explicação:
O texto começa definindo a globalização como um processo de integração entre as diferentes partes do mundo. Essa integração é
impulsionada pelo avanço das tecnologias de informação e comunicação, que tornam o mundo cada vez mais interconectado. Discute os
impactos da globalização, já vistos no tópico anterior. O texto também discute as mudanças nas funções do Estado. A globalização está
associada a um enfraquecimento do Estado nacional, que passa a atuar em conjunto com outros atores, como organizações não-governamentais
e empresas multinacionais.
Boxe de Atenção
O importante, portanto, é saber relativizar as idéias que são propagadas como verdades únicas e localizar em níveis específicos o que
ocorre em uma localidade particular. Nem sempre o que vale para o todo, vale para a parte.
Atividade 1
Em plena crise, grandes companhias brasileiras viraram consultorias, centros de capacitação e até bancos. O objetivo é simples:
ajudar fornecedores e pequenos parceiros a se manterem e evitar a alta do desemprego. Mais do que bondade, a estratégia é uma
necessidade, porque essas corporações dependem da cadeia produtiva para sobreviver. (...) A lista de empresas é longa e abrange
pelo menos nove setores, segundo levantamento de O Globo. Companhias, como Vale e Petrobrás, estão criando linhas de crédito
para seus fornecedores, que não conseguem obter crédito no mercado. (...) O Boticário, Nestlé e Grupo Ypióca seguem a iniciativa. (O
Globo, Rio de Janeiro, 02 mar. 2009, p. 16. Caderno Economia,)
Analise as medidas adotadas por grandes companhias brasileiras com base em um cenário de globalização.
Em um cenário de globalização, as grandes companhias brasileiras estão adotando medidasde apoio às cadeias produtivas para
garantir sua própria competitividade.
PROCESSOS DE MUDANÇAS NO CENÁRIO DE NEGÓCIOS
A globalização é um processo complexo e dinâmico que tem impactado significativamente os cenários de
negócios no Brasil. Na década de 1980, o Brasil saía de um período de inflação alta e instabilidade econômica. Nesse
contexto, as empresas focaram em questões financeiras, como custos e formação de preços, para sobreviver. No
entanto, essa mentalidade de curto prazo comprometeu a gestão dos negócios. A década de 1990 foi marcada por
mudanças significativas no cenário econômico brasileiro. A abertura comercial e o fim da reserva da informática
forçaram as empresas nacionais a se modernizar e a competir em novos padrões de qualidade.
2
DISCIPLINA EMPREENDEDORISMO E OFICINA DE NEGÓCIOS
A globalização exigiu das empresas nacionais o desenvolvimento de novas competências, como foco no cliente,
inovação e agilidade. A velocidade, sustentada na tecnologia e apoiada no conhecimento, tornou-se um grande vetor
da vantagem competitiva.
A globalização também tem impactos significativos no comportamento dos consumidores e nas políticas
econômicas nacionais. A globalização econômica levou ao surgimento de uma economia de variedade, na qual a
obsolescência e a renovação de produtos são critérios de competitividade das empresas. O consumidor se tornou
mais exigente e individualista, e as empresas precisam se adaptar a essa mudança. As políticas econômicas nacionais
precisam ser ajustadas para atender às demandas da globalização, como a abertura da economia e a redução da
regulação estatal.
A globalização representa desafios e oportunidades para as empresas brasileiras. Os desafios incluem:
1. A concorrência de empresas multinacionais com maior poder de fogo.
2. A necessidade de adaptação a um mercado globalizado, com novas exigências de consumidores e fornecedores.
3. A necessidade de investimento em inovação e tecnologia.
As oportunidades incluem:
1. O acesso a novos mercados e clientes.
2. A possibilidade de se beneficiar de economias de escala e de custos.
3. O acesso a novas tecnologias e conhecimento.
Pontos-chave:
1. A globalização é um processo complexo e dinâmico, com impactos significativos nos cenários de negócios.
2. No Brasil, a globalização teve um impacto significativo na década de 1990, com a abertura comercial e o fim da
reserva da informática.
3. A globalização exigiu das empresas nacionais o desenvolvimento de novas competências, como foco no cliente,
inovação e agilidade.
4. A globalização também tem impactos significativos no comportamento dos consumidores e nas políticas
econômicas nacionais.
Atividade Final (Objetivo 2)
Veja a Folha de São Paulo do dia 1º de março de 2009, Caderno Dinheiro, p. B6, com a seguinte reportagem: Na crise, empresários
recorrem a cortes e união, onde algumas empresas relatam como enfrentaram o momento de crise e o que fizeram para sair dela.
Empresa 1 - Corte de gorduras é prioridade em empresa de beleza
De tempos em tempos, as revistas de economia divulgam índices baseados na economia real, como o índice Big Mac ou o “lipstick
índex”. O “indicador do batom” mostra que, quanto pior a crise, mais aumentam as vendas de produtos ligados à vaidade. Em 1929, as
vendas de batom cresceram 25% nos Estados Unidos. Em 2001, ano dos atentados de 11 de setembro, 11%. Na verdade, as pessoas
continuam tomando banho e as mulheres continuam vaidosas, afirma Nicolas Fischer, presidente da Nivea Brasil. Em outras palavras,
isso significa que, mesmo em mares turbulentos, a Nivea navega com certa facilidade. Alguns clientes, nos últimos meses, passaram a
se preocupar mais com estoques e mix de produtos e, em algum momento, diminuíram as compras. Mas mesmo assim, para esse ano,
a previsão de crescimento continua sendo de dois dígitos. Nos últimos três anos, a fabricante de cosméticos já tinha aumentado suas
vendas acima de 15% ao ano no país. (...). Na prática, as despesas operacionais foram revistas e, muitas vezes, eliminadas. Muitas
viagens internacionais foram transformadas em teleconferências ou passaram à classe econômica. Carros dos executivos deixaram de
ser trocados, contratações foram suspensas e a convenção anual para 150 pessoas, realizada geralmente na Bahia, acontecerá em
São Paulo. A estimativa de Fischer é que 5% dos custos fixos sejam cortados. As duas áreas em que não houve cortes foram
propaganda e treinamento. Segundo Fischer, a marca e o pessoal são os grandes diferenciais da Nivea e devem ser cuidados nos
momentos bons e nos ruins.
Empresa 2 - Palavra crise não é mencionada na filial da PepsiCo
Ninguém menciona a palavra crise na subsidiária da PepsiCo. Não que seja terminantemente proibido. É que os funcionários
resolveram, em conjunto, se referir à ameaça como acompanhamento da situação atual. Tivemos um incêndio que destruiu 36% de
nossa capacidade de produção em 31 de dezembro de 2007 e, mesmo assim, conseguimos atingir a meta do ano passado, diz Otto
Von Sothen, presidente de alimentos da PepsiCo Brasil. Não é a primeira vez que enfrentamos uma situação difícil e esse time se
apóia muito em suas histórias de sucesso. Emergência - De todo modo, tão logo a empresa percebeu o tamanho do impacto da
situação, montou o chamado comitê multifuncional de acompanhamento. Finanças, operações, marketing, vendas, recursos humanos
e setor jurídico passaram a se reunir semanalmente tendo como foco a geração de caixa. Uma das mudanças adotadas foi o
orçamento base zero. Nesse método de gestão, em vez de basear o cálculo das despesas futuras no que foi gasto em anos anteriores,
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DISCIPLINA EMPREENDEDORISMO E OFICINA DE NEGÓCIOS
cada departamento refaz as contas sem base anterior, a partir das necessidades consideradas essenciais. Foi uma fase dura e
desgastante porque se corta qualquer vínculo anterior e tiram-se as muletas, diz Sothen. Repensar e justificar despesas toma tempo e
obriga a mudanças. Outro ponto difícil que a empresa – dona de marcas como Elma Chips, Toddy, Gatorade e Coqueiro – enfrentou foi
a renegociação com fornecedores e clientes.
Empresa 3 – Vendedor bem informado é arma de livraria
Estoques menores, controle de crédito e despesas mais rígidas e todo o carinho do mundo com o capital de giro. As medidas
operacionais tomadas pela Livraria Saraiva, por conta da crise, não fogem às adotadas por centenas de empresas. A rede, no entanto,
abriu a carteira e resolveu gastar consideravelmente mais em treinamento. Enquanto em 2007 a empresa fez 538 ações de
treinamento com seus funcionários, no ano passado elas somaram 2.315. Os livros que mais estão vendendo são os que falam como
sobreviver à crise?Lá vão os funcionários para receber treinamento sobre os autores e as obras referentes ao tema. Quem faz a
diferença, no nosso negócio, é o atendente, diz o superintendente da Livraria Saraiva. Recebemos 20 milhões de consumidores por
ano e eles têm de entender essa turma, para que possamos nos adaptar rapidamente a seus desejos. A preocupação intensificou-se
com a crise. A rede sentiu pequena redução nas vendas nos últimos meses, mas nada que atrapalhe o crescimento de quase 80% de
janeiro a setembro de 2008 em relação ao mesmo período de 2007.
Levante e analise os problemas enfrentados pelas três empresas a seguir, e o que você pode tirar como lição para
construir o seu negócio.
Nivea: A empresa foi impactada pela diminuição das vendas por parte de alguns clientes e pelo aumento de custos. Para
enfrentar esse problema, a empresa adotou medidas de corte de custos operacionais e investiu em treinamento para os
funcionários.
PepsiCo: A empresa enfrentou a diminuição das vendas, o aumento dos custos operacionais e a necessidade de
renegociação com fornecedores e clientes. Para enfrentar, adotou um orçamento base zero, e renegociou contratos com
fornecedores e clientes.
Livraria Saraiva: A empresa enfrentou a diminuição das vendas e o aumento dos custos operacionais. Para enfrentar,
adotou medidas de corte de custos, e investiu em treinamentopara os funcionários.
Os problemas enfrentados pelas três empresas mostram que é importante estar preparado para crises, tanto do ponto de
vista financeiro quanto operacional. É importante ter uma equipe motivada e comprometida, que esteja disposta a
enfrentar os desafios. Além disso, é importante investir em treinamento e desenvolvimento dos funcionários, para que eles
estejam preparados para atender às necessidades dos clientes.
Aula 2
As forças do novo milênio – da Modernidade à Pós-Modernidade
Meta: Apresentar as forças do novo milênio numa perspectiva histórica: da Modernidade à Pós-Modernidade.
Objetivos
1. Identificar as forças que deram consistência ao “projeto de modernidade”.
2. Analisar as mudanças do comportamento do consumo na Pós-Modernidade.
INTRODUÇÃO
O texto discute a passagem da Modernidade para a Pós-Modernidade. A Modernidade é marcada pelo
desenvolvimento da Revolução Industrial, das técnicas de manufatura e das descobertas científicas. A Pós-Modernidade,
por sua vez, é marcada pela revolução eletrônica e tecnológica, pela sociedade de consumo em massa e por mudanças na
forma de pensar e conduzir a ciência, julgar o que é certo e errado, e compreender o sentido da verdade e da justiça. O
texto conclui que as forças que regem o atual milênio são as mudanças radicais que ocorreram a partir da década de 60
do século XX. Essas mudanças marcam a passagem da Modernidade para a Pós-Modernidade, uma era em que o
conhecimento se torna a nova moeda de troca.
O “PROJETO DA MODERNIDADE”
O texto discute a importância do estudo da história para a formação do gestor. O autor argumenta que a história
ajuda a compreender o presente e a tomar decisões mais acertadas no futuro. O autor cita o projeto da modernidade, que
se refere aos séculos 18, 19 e 20. Nesse período, a humanidade passou por grandes transformações, como a
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DISCIPLINA EMPREENDEDORISMO E OFICINA DE NEGÓCIOS
Revolução Industrial, a Revolução Francesa e a Segunda Guerra Mundial. O autor afirma que a passagem da sociedade
agrária para a industrial foi um momento crucial na história da humanidade. A Revolução Industrial exigiu mudanças
profundas na forma de pensar e agir das pessoas. O autor conclui que o estudo da história é essencial para o gestor, pois
ajuda a entender os contextos em que as organizações estão inseridas.
Pontos-chave:
1. A história é uma ciência importante para a formação do gestor.
2. A história ajuda a compreender o presente e a tomar decisões mais acertadas no futuro.
3. O projeto da modernidade foi um período de grandes transformações na história da humanidade.
4. A Revolução Industrial foi um momento crucial na passagem da sociedade agrária para a industrial.
Explicação
A história é importante para o gestor porque ajuda a entender o presente e o futuro. O passado nos ensina sobre as causas e
consequências de eventos, o que nos permite fazer melhores previsões e tomar melhores decisões. No caso específico do projeto da
modernidade, o autor destaca a Revolução Industrial como um momento crucial. A Revolução Industrial exigiu mudanças profundas na
forma de pensar e agir das pessoas, o que teve um impacto significativo nas organizações. O autor conclui que o estudo da história é
essencial para o gestor, pois ajuda a entender os contextos em que as organizações estão inseridas. Isso é importante porque as
organizações estão constantemente se adaptando ao mundo em constante mudança.
A MODERNIDADE ATRAVÉS DA NAÇÃO E DA TÉCNICA
O texto discute as mudanças sociais e culturais que ocorreram no século 19, impulsionadas pelo
desenvolvimento da tecnologia. O autor argumenta que a modernidade, como um projeto social, se materializou na
técnica e desencadeou um cenário de mudanças radicais. Uma das principais mudanças foi a percepção do espaço e
do tempo. O trem, por exemplo, revolucionou a concepção de espaço, "devorando" distâncias e colocando partes
longínquas em contato quase instantaneamente. Isso levou a um "encolhimento" do espaço e a uma nova forma de pensar
o tempo, como algo que se desagrega. Outra mudança foi o "desencaixe" das relações sociais. O espaço é esvaziado de
sua materialidade e relacionado a outros espaços. A ideia de circulação passa a consistir na ligação entre espaços não
demarcados. O foco deixa de privilegiar os pontos a serem percorridos para eleger os laços que unem o que está
separado. O autor conclui que a modernidade impôs uma série de mudanças radicais, que levaram a uma nova forma de
pensar e agir. Essas mudanças ainda estão em curso e continuam impactando a sociedade.
Pontos-chave:
1. O século 19 foi um período de grandes mudanças sociais e culturais.
2. A modernidade, como um projeto social, se materializou na técnica.
3. O trem revolucionou a concepção de espaço e de tempo.
4. A modernidade levou a um "encolhimento" do espaço e a uma nova forma de pensar o tempo.
5. O espaço é esvaziado de sua materialidade e relacionado a outros espaços.
6. A ideia de circulação passa a consistir na ligação entre espaços não demarcados.
Boxe Explicativo
O problema é que, cada vez que mudam as tecnologias que permeiam nossa forma de entender, lidar e conviver com o mundo se
altera também os modos pelos quais pensamos e agimos. É o caso da Internet. Não sabemos mais como levar a vida sem considerar
a lente da cibernética e da informática: o olhar “mágico” dos cartões de crédito, das administrações de shopping, dos bancos, das
empresas com as quais fazemos transações. Todas acompanham nossos passos no shopping e ao longo de toda a vida, inclusive no
momento da morte.
TEMPOS E MOVIMENTOS: O TRABALHO TORNADO VALOR
O texto discute a construção da sociedade capitalista moderna, a partir dos primórdios da industrialização. O
autor argumenta que a Revolução Industrial, impulsionada pelo desenvolvimento tecnológico, levou a uma série de
mudanças na sociedade, incluindo:
1. A produção em massa: as máquinas permitiram produzir bens em grandes quantidades, a custos mais baixos. Isso levou
ao surgimento de grandes mercados nacionais, onde os bens eram distribuídos em massa.
2. A divisão do trabalho: o trabalho foi dividido em tarefas simples e repetitivas, que podiam ser realizadas por trabalhadores
não qualificados. Isso aumentou a produtividade e reduziu os custos.
5
DISCIPLINA EMPREENDEDORISMO E OFICINA DE NEGÓCIOS
3. O consumo de massa: a produção em massa e a divisão do trabalho levaram ao surgimento de uma sociedade de
consumo, onde as pessoas compram bens em grande escala.
O autor cita o exemplo da produção de cigarros nos Estados Unidos, que passou de 120 mil cigarros por dia para
3,6 milhões por dia, em apenas 20 anos. Isso foi possível graças ao desenvolvimento de máquinas que permitiam produzir
cigarros em grande escala. O autor conclui que a sociedade capitalista moderna é baseada na produção em massa, na
divisão do trabalho e no consumo de massa. Essas mudanças foram impulsionadas pelo desenvolvimento tecnológico,
que possibilitou a produção de bens em grande quantidade, a custos mais baixos.
Pontos-chave:
1. Revolução Industrial: período de grandes mudanças tecnológicas e sociais que levou ao surgimento da sociedade
capitalista moderna.
2. Taylorismo: método de gestão que visa aumentar a produtividade e o lucro por meio da divisão do trabalho e da
padronização das tarefas.
3. Fayolismo: método de gestão que visa aumentar a eficiência e a eficácia das organizações por meio da divisão
do trabalho, da especialização e da hierarquia.
4. Consumo de massa: fenômeno social caracterizado pelo consumo de bens e serviços por um grande número de
pessoas.
Explicação:
O texto é interessante porque mostra como a Revolução Industrial foi um processo complexo, com implicações sociais, econômicas e
culturais profundas. A produção em massa, a divisão do trabalho e o consumo de massa são características fundamentais da
sociedade capitalista moderna, e suas raízes podem ser encontradas nesse período histórico. O texto também é importante porque
mostra como a administração desempenha umpapel importante na sociedade capitalista moderna. Os métodos desenvolvidos por
Taylor e Fayol foram fundamentais para a implementação da produção em massa e da divisão do trabalho, e eles continuam a ser
usados até hoje.
O NASCIMENTO DOS MERCADOS DE MASSA E A “DEMOCRATIZAÇÃO DO DESEJO”
O texto discute o surgimento da economia de consumo, que se baseia na produção em massa e na venda de
bens a preços acessíveis para as massas. O autor argumenta que a filosofia comercial da época era que os produtos
deveriam estar ao alcance de todos. Para isso, surgiram os grandes magazines, que ofereciam preços baixos e uma
ampla variedade de produtos. Os grandes magazines revolucionaram a relação com o consumo, transformando os locais
de venda em palácios de sonho. Junto com a propaganda e publicidade, eles tornaram o consumo um símbolo de
felicidade e modernidade. No início do século XX, os produtos típicos eram bens duráveis, como máquinas de lavar,
aspiradores de pó, geladeiras, telefones e automóveis. O cliente tradicional se transformou em consumidor moderno, que
passou a ser educado e seduzido pela propaganda e publicidade.
O texto ainda discute os paradoxos da modernidade, que, por um lado, promete aventura, poder, alegria,
crescimento e transformação, mas, por outro, ameaça destruir tudo o que temos, tudo o que sabemos, tudo o que somos.
Berman (1982) afirma que o modernismo é uma modalidade de experiência de vida que é partilhada por homens e
mulheres em todo o mundo. Essa experiência é caracterizada por um ritmo acelerado de mudança, que afeta o espaço, o
tempo, o eu e os outros. Lipovetsky (2006) aprofunda essas ideias ao discutir a sociedade de consumo, que é um produto
da modernidade. Essa sociedade é caracterizada pela vontade crônica dos bens mercantis, a paixão pelo novo, um modo
de vida centrado nos valores materialistas e a obsolescência dirigida dos produtos.
O texto conclui que a modernidade é um processo complexo e contraditório, que traz consigo tanto oportunidades
quanto desafios.
AS BASES DO PROJETO DA MODERNIDADE
O texto "O projeto da modernidade" de Renato Ortiz discute as principais características da modernidade, um
período histórico que se iniciou no século XX. O autor aponta que a modernidade é marcada por uma série de
transformações, incluindo:
- A mobilidade: A tecnologia está em constante evolução, o que provoca mudanças rápidas no modo de vida das pessoas.
- A descontinuidade: O mundo moderno é fragmentado e complexo, o que dificulta a compreensão de um todo.
6
DISCIPLINA EMPREENDEDORISMO E OFICINA DE NEGÓCIOS
- O cientificismo: A ciência é vista como a única forma de conhecimento válido, e a tecnologia é utilizada para controlar a
natureza.
- O esteticismo: A arte está presente em todas as esferas da vida moderna, e a subjetividade é valorizada.
O autor conclui que a modernidade é um período de transição, e que as características que a definem estão
sendo questionadas pela pós-modernidade. O texto também menciona a influência das teorias de Einstein e suas
implicações na arte e no cinema, como o uso de flashbacks e narrativas paralelamente.
Em resumo, o texto explora os princípios-chave da modernidade e sua influência na sociedade, destacando a
importância da mobilidade, da descontinuidade, do cientificismo e do esteticismo como características marcantes desse
período.
A SOCIEDADE PÓS-MODERNA
O texto discute as características da sociedade pós-industrial, também chamada de pós-moderna. O autor
afirma que essa sociedade sucede a sociedade industrial, que se caracterizava pela produção em massa e pelo trabalho
braçal. A sociedade pós-industrial é marcada por uma série de mudanças, incluindo:
- A predominância do setor de serviços: A produção industrial passa a ser menos importante, e o setor de serviços, como educação,
saúde e entretenimento, passa a ocupar o centro da economia.
- O avanço da tecnologia da informação: As tecnologias da informação, como computadores e internet, tornam-se essenciais para o
funcionamento da sociedade.
- A mudança no papel da mulher: As mulheres passam a ter um papel mais ativo na sociedade, tanto na vida profissional quanto na
vida familiar.
- A diversificação cultural: A sociedade torna-se mais plural e tolerante, com uma maior variedade de culturas e estilos de vida.
O autor também afirma que a sociedade pós-moderna é caracterizada pela ambiguidade e pelo paradoxo. Isso
significa que a realidade não é mais simples e linear, e que é possível coexistir diferentes realidades, inclusive
contraditórias. Para compreender a sociedade pós-moderna, é necessário adotar uma perspectiva histórica. É preciso
compreender a origem das mudanças que levaram à formação dessa sociedade, bem como as diferentes formas que ela
assume em diferentes contextos.
SINAIS DIFERENCIADORES DA PÓS-MODERNIDADE
O texto aborda a transição da modernidade para a pós-modernidade e destaca várias mudanças e desafios que
essa transição trouxe para a sociedade. Algumas das principais ideias incluem:
- Crise da Verdade e da Ciência: Na pós-modernidade, questiona-se a ideia de uma única verdade absoluta e a
autoridade da ciência. A tecnologia e a informação desafiam a visão de que a ciência é a única fonte de conhecimento
válida.
- Tecnologia da Informação e Sociedade de Informação: A sociedade pós-moderna é descrita pela ênfase na
informação e na tecnologia da informação. A Internet e a capacidade de acesso à informação em tempo real
transformaram-se na forma de uma sociedade operar.
- Convergência Tecnológica: A convergência entre computação e comunicações permitiu o acesso a informações em
tempo real e a interconexão global. A informação e o conhecimento adquiridos foram ativos valiosos.
- Transformação do Trabalho e do Capital: O trabalho e o capital, fundamentos da sociedade industrial, foram
substituídos pela informação e pelo conhecimento. A informação é agora uma mercadoria crucial para o sucesso
econômico.
- Linguagem e Comunicação: A linguagem desempenha um papel fundamental na construção da realidade na
pós-modernidade. A forma como nos comunicamos e utilizamos a linguagem está em constante evolução.
- Hiperconsumo: Observa-se o surgimento do hiperconsumo, onde as motivações para o consumo estão mais
relacionadas à busca por experiências pessoais e emocionais do que à exibição de status social.
- Interdisciplinaridade: A pós-modernidade promove uma interdisciplinaridade, com fronteiras cada vez mais difusas
entre diferentes campos de conhecimento.
- Desafios e Oportunidades: A transição para a pós-modernidade traz desafios e oportunidades, exigindo compreensão,
capacidade analítica e a busca por construir um futuro que leve à compreensão dessas mudanças.
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DISCIPLINA EMPREENDEDORISMO E OFICINA DE NEGÓCIOS
Em resumo, o texto destaca a mudança de paradigma da modernidade para a pós-modernidade, enfatizando a
importância da informação, da tecnologia, da linguagem e da interdisciplinaridade na sociedade contemporânea. Além
disso, abordamos as características do hiperconsumo e os desafios e oportunidades que essa nova era apresenta.
Atividade Final
Veja a Folha de São Paulo, de 18 de outubro de 2008, caderno Vitrine, p. 7 cuja reportagem é: “Bonequinha de marmanjas”,
com subtítulo “Cabeça e corpinho, mas cheia de estilo, e caiu no gosto da mulherada fashion”, e faça seus comentários
quanto ao comportamento do consumo na Pós-Modernidade.
O nome dela é Blythe. Tem olhos enormes e sorriso melancólico. A cabeça é grande, em relação ao corpo miúdo, vestido sempre de
modo que faria inveja a qualquer fashionista. Se pudesse falar, a boneca lançada em ‘972 – que saiu de linha por causar medo nas
crianças – chamaria Barbie de “perua”. De brinquedo rejeitado, Blythe passou a objeto de adoração de gente grande. Voltou a ser
fabricada em 2001 pela japonesa Takara. Virou febre pelo mundo, Brasil incluído. Por aqui, colecionadoras mantêm flickrs (sites que
hospedam fotos) atualizados com os melhores momentos dos looks de suas “filhas”. No final do mês passado, aconteceua etapa final
do Miss Blythe, com o objetivo de eleger a mais bonita, bem vestida e, pasmem, “mais inteligente e carismática do país”. Venceu uma
Blythe carioca. (...) A Blythe virou ícone. É a chance de comprar e colocar nela uma bota bacana, um chapéu diferente, de
transformá-la em um alter ego fashion, diz a empresária Ana Monteiro, 36, que tem mais de 200 bonecas. (...) Foi a paixão por essa
pequena boneca (há um modelo de 27 cm, a Neo Blythe, e a Petit Blythe, de 11 cm) que reuniu cerca de 20 mulheres, na faixa dos 30
anos, em um café nos Jardins, em São Paulo, no fim de setembro. Enquanto suas donas batiam papo, as Blythes, produzidas para a
ocasião, foram clicadas enfileiradas em um sofá. Algumas colecionadoras estavam com filhos pequenos, mais interessados em correr
de um lado para o outro do que nas bonecas. Ficou claro: é coisa de gente grande. As bonecas refletem a personalidade fashion das
donas. As minhas são peruas, diz a ortodontista Sandra Manzano de Moraes, 52, que tem 30 Blythes. Todas são vestidas com muito
brilho e pluma.(...) A boneca está à venda por preços a partir de US$100. O caminho é a internet, em sites de leilões como eBay. Mas o
encanto da turma são os acessórios, especialmente minirréplicas de peças de estilo como tênis All Star (US$10), (de Us$40 a 80) e
botas (US$25). Estima-se que no país existam cerca de 200 colecionadoras, gente que afirma gastar até o valor de um carro entre a
aquisição e a manutenção de suas Blythes. (...)
Resposta
A fala de Lipovetsky ajuda a explicar um pouco dessa voracidade em consumir que se manifesta, como afirma ele, na paixão pela experiência a ser
experimentada pessoalmente. É o caso das mulheres adultas em sua nova paixão por colecionar Blythes. O consumo desenfreado da sociedade
Pós-Moderna caracteriza uma sociedade de abundância em consumir de forma subjetiva e emocional, que não se preocupa com o necessário, mas
sim com o supérfluo.
RESUMO
Essa aula se preocupou em mapear as condições que deram corpo ao que se chamou ‘projeto da modernidade’
no Ocidente, comparando-as com os tempos atuais, entendidos como ‘pós-modernidade’ ou ‘era pós-industrial’.
Em forma resumida, podem-se elencar algumas situações que deram sustentação à modernidade: a passagem
da sociedade agrária para a industrial, o estabelecimento do Estado como máquina político-administrativa e o advento da
revolução tecnológica que desencadearam mudanças sociais radicais. Emerge a produção em massa cercada pela
‘taylorização’ das tarefas e a organização das estruturas organizacionais e dos mecanismos que assegurem economias de
escala, custos baixos e volume de produção.
A passagem da modernidade para a ‘pós-modernidade’ é identificada pelo advento da sociedade da informação
que permite através da Internet, uma situação de comunhão universal entre os seres humanos, na qual informação e
conhecimento tornam-se capitais intelectuais. Por outro lado, as ciências admitem que nenhuma delas dá conta da
complexidade do real que se traduz como complexo e paradoxal. Toda a ênfase está na relação input-output, ou seja, no
desempenho, na performance. O cenário do consumo se traduz numa sociedade de abundância que desenvolve uma
lógica de viver (e de consumir) fundamentalmente subjetiva e emocional.
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DISCIPLINA EMPREENDEDORISMO E OFICINA DE NEGÓCIOS
Aula 3
As mudanças organizacionais face à passagem da Modernidade para a Pós-Modernidade e a emergência
da atitude empreendedora
Metas: Apresentar mudanças organizacionais ocorridas em virtude da passagem da Modernidade para a Pós-Modernidade e a emergência da atitude
empreendedora.
Objetivos:
1. identificar os significados das mudanças organizacionais ocorridas com a passagem para a era Pós-industrial.
2. analisar as cinco situações geradas pela flexibilidade: no ambiente competitivo, no arranjo das relações de interdependência, nas
estruturas organizacionais, na definição dos espaços comerciais e nas negociações.
3. analise a natureza paradoxal do crescimento do número de empresas em fase de implantação de negócios.
INTRODUÇÃO
Nesta aula, o professor pretende articular as noções recebidas em muitas das disciplinas cursadas no curso de
Administração, necessárias ao entendimento da complexa passagem da Modernidade para a Pós-Modernidade. O objetivo
é desenvolver o pensamento crítico dos alunos, capacitando-os a associar ideias que estão em contextos diferentes. Isso
é importante para empreendedores, que precisam ser capazes de pensar de forma inovadora e criativa. Para isso, o
professor utilizará duas palavras-chave: Mudança e Flexibilidade. Essas palavras irão abrigar uma série de processos
analisados no confronto entre padrões modernos e pós-modernos. A partir dessas palavras, o professor discorrerá sobre
alguns aspectos que orientaram as decisões e formatações assumidas pelas empresas nestes tempos progressivamente
turbulentos. A seguir, serão apresentados dois cases que ajudarão os alunos a constatar como, na realidade, essas
mudanças ocorreram. Por fim, o professor discutirá as razões que tornaram o empreendedorismo um dos assuntos mais
importantes da atualidade.
Palavras-chave: Mudança e Flexibilidade
MUDANÇA
O texto discute as principais mudanças que as empresas enfrentam no cenário pós-moderno. O autor afirma que
a mudança é a regra, não a exceção, e que as empresas precisam estar preparadas para lidar com essa realidade. Entre
as principais mudanças, o autor destaca:
- A globalização: as empresas precisam estar preparadas para atuar em mercados globais, o que exige uma visão
sistêmica e a capacidade de lidar com culturas diferentes.
- A terceirização: a terceirização permite que as empresas se concentrem em sua atividade principal, mas exige uma
capacidade de negociação e flexibilidade para lidar com parceiros externos.
- A volatilidade do conhecimento: o conhecimento científico e técnico está cada vez mais acessível, o que exige que as
empresas estejam preparadas para aprender e se adaptar rapidamente.
- A compressão entre tempo e espaço: as atividades estão cada vez mais aceleradas, o que exige que as empresas
sejam ágeis e eficientes.
- A interseção entre ficção e realidade: a tecnologia está criando novos mundos virtuais, que oferecem oportunidades e
desafios para as empresas.
- A integração das áreas organizacionais: as empresas precisam trabalhar de forma integrada para alcançar seus
objetivos.
- O foco no cliente: as empresas precisam se concentrar em atender às necessidades dos clientes.
- As oportunidades de trabalho autônomo: a era dos serviços está criando oportunidades de trabalho autônomo, que
exigem elevados níveis de criatividade e empreendedorismo.
O autor conclui afirmando que os tópicos apresentados não esgotam as possibilidades de mudanças que as
empresas podem enfrentar no futuro. No entanto, eles fornecem um panorama das principais tendências que estão
moldando o cenário empresarial.
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DISCIPLINA EMPREENDEDORISMO E OFICINA DE NEGÓCIOS
FLEXIBILIDADE
O texto discute a importância da flexibilidade para as empresas em um cenário de constantes mudanças. O autor
identifica cinco dimensões da flexibilidade:
1. Flexibilidade na definição do ambiente competitivo: as empresas precisam estar abertas a novas
possibilidades de negócios e parcerias.
2. Flexibilidade no arranjo das relações de interdependência e parcerias: as empresas precisam construir
relacionamentos de confiança e cooperação com seus parceiros.
3. Flexibilidade nas estruturas organizacionais: as empresas precisam ser flexíveis para adaptar suas estruturas
às mudanças do mercado.
4. Flexibilidade na definição dos espaços comerciais: as empresas precisam estar abertas a novas formas de
comercialização, como o comércio eletrônico.
5. Flexibilidade nas negociações: as empresas precisam estar abertas a negociar soluções que sejam vantajosas
para todas as partes envolvidas.
O autor conclui afirmando que a flexibilidade é uma habilidade essencial para as empresas que desejam
sobreviver e prosperar em um mundo em constante mudança.Também diz que a negociação é uma habilidade essencial
para quem deseja construir negócios. Nos tempos atuais, em que as transações são rápidas e frequentes, é preciso ter o
temperamento de um empreendedor para lidar com tantas intermediações.
Verbete Marketplace e Marketspace - São expressões utilizadas para representar os mercados locais e os mercados virtuais.
Verbete Controller - O cargo responsável em manter atuais e controladas as despesas correlacionadas ao desempenho financeiro da empresa
através de planilhas e relatórios financeiros.
POR QUE O EMPREENDEDORISMO TORNA-SE EMERGENTE?
O texto começa abordando a história do empreendedorismo e suas diferentes definições ao longo do tempo.
Inicialmente, o empreendedor foi associado daqueles que participaram de projetos de produção em grande escala na
Idade Média. Com o tempo, o termo evoluiu, incluindo a ideia de assumir riscos e desenvolver algo único, focando na
inovação empresarial. O conceito de empreendedorismo é descrito como o processo de criar algo novo com valor,
envolvendo o investimento de tempo, esforço e assumir riscos financeiros, psicológicos e sociais, com a busca de
recompensas em termos de satisfação e independência econômica e pessoal.
O texto também explora as motivações que mobilizam os empreendedores, como a ambição, a busca por
oportunidades, a inovação e a necessidade de realização. Ele destaca que o empreendedorismo pode ser manifestado de
diferentes formas, seja por meio de pequenos negócios, do autoemprego ou até mesmo por trabalhadores em postos
formais de emprego que adotam uma abordagem empreendedora. Além disso, o texto menciona a evolução do
empreendedorismo ao longo do século XX, influenciada por mudanças nas condições de trabalho, na produção e no
acesso aos bens econômicos. Destaca-se a importância do desenvolvimento de mentalidades empreendedoras, seja
por meio de pequenos negócios, autoemprego ou mesmo dentro das organizações (intraempreendedorismo).
O texto também menciona o Global Entrepreneurship Monitor (GEM), que é um importante estudo sobre a
atividade empresarial internacional, e como o interesse pelo empreendedorismo cresceu em todo o mundo, com governos,
organizações multinacionais e entidades acadêmicas que promovem iniciativas relacionadas ao empreendedorismo.
Em resumo, o texto aborda a evolução do conceito de empreendedorismo ao longo da história, suas diferentes
manifestações e a crescente importância desse tema no cenário global.
OS ESTUDOS SOBRE EMPREENDEDORISMO
O texto aborda a história do empreendedorismo, com foco nas origens do estudo sobre pequenos negócios na
Grã-Bretanha após a Primeira Guerra Mundial. Inicialmente, o perfil do empreendedor era associado a homens de
meia-idade, casados, com algum nível de educação e ascendência de países como a Índia ou os países mediterrâneos. A
partir de 1997, o empreendedorismo tornou-se objeto de estudo internacional, com a pesquisa coordenada pelo Babson
College (EUA) e pela London Business School (Inglaterra) através do Global Entrepreneurship Monitor (GEM). O Brasil
também participa dessas pesquisas desde 2000.
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DISCIPLINA EMPREENDEDORISMO E OFICINA DE NEGÓCIOS
O GEM investiga o relacionamento entre empreendedorismo e crescimento econômico, considerando dois
principais fatores: Condições Nacionais Gerais (ambiente externo ao desenvolvimento de negócios) e Condições para o
Empreendedorismo (ambiente empresarial em si). O modelo presume que a formação de empresas está ligada aos
relacionamentos de mercado e que grandes empresas estabelecidas geram oportunidades para novos empreendimentos.
O GEM identificou duas principais motivações para empreender: oportunidades de negócios atraentes e a necessidade
de geração de alternativas de trabalho. Essas motivações resultam em dois tipos de empreendedores: os visionários,
que identificam oportunidades, e os empreendedores por necessidade, que começam seus negócios devido à falta de
outras opções de trabalho. O GEM utiliza três medidas para avaliar o empreendedorismo em diferentes países: a taxa de
empresas nascentes, a taxa de novas empresas e a taxa da atividade empreendedora total (TAE). A pesquisa
também explora a relação entre empreendedorismo e crescimento econômico, destacando que países com altos índices
de atividade empreendedora tendem a apresentar crescimento econômico acima da média, embora sejam necessários
mais dados e análises para compreender completamente essa relação.
Em resumo, o texto destaca a evolução do estudo sobre empreendedorismo, o papel do GEM na pesquisa
internacional sobre empreendedorismo, as motivações dos empreendedores e as medidas utilizadas para avaliar o
empreendedorismo em diferentes países, bem como a relação entre empreendedorismo e crescimento econômico.
O EMPREENDEDORISMO NO BRASIL
O texto discute a importância do empreendedorismo para o desenvolvimento local no Brasil. O autor afirma que
as micro e pequenas empresas são essenciais para a geração de emprego e renda, além de contribuir para o
fortalecimento dos estados e municípios. O texto começa abordando o contexto do Brasil na década de 1990, que foi
marcado por um período de instabilidade econômica e social. Nesse contexto, o empreendedorismo foi visto como uma
alternativa para o desenvolvimento econômico e social do país.
O autor destaca que o SEBRAE e a SOFTEX foram duas iniciativas importantes para o desenvolvimento do
empreendedorismo no Brasil. O SEBRAE oferece cursos e programas de capacitação para empreendedores, enquanto a
SOFTEX auxilia as empresas de software a exportar seus produtos.
A partir do início de 2000, o governo federal, as universidades e o setor privado passaram a investir mais no
empreendedorismo. O autor destaca alguns programas e iniciativas que foram implementados nesse período, como o
programa EMPRETEC, o programa Brasil Empreendedor e o programa Técnico Empreendedor. O autor também aborda
a importância das incubadoras de negócios para o desenvolvimento do empreendedorismo. As incubadoras oferecem
suporte e orientação para empresas nascentes, aumentando suas chances de sucesso.
O texto conclui afirmando que o empreendedorismo é um importante instrumento para o desenvolvimento local no
Brasil. O autor destaca que as micro e pequenas empresas, com o apoio de políticas públicas e iniciativas privadas,
podem contribuir para a geração de emprego e renda, o fortalecimento dos estados e municípios e o desenvolvimento
econômico e social do país.
Pontos chaves
1. Empreendedorismo é importante para todos, não apenas para os empreendedores. As micro e pequenas empresas geram
empregos, pagam impostos e contribuem para o desenvolvimento da economia local.
2. A importância da formação empreendedora. Os programas e iniciativas de capacitação para empreendedores ajudam a
desenvolver as habilidades e competências necessárias para o sucesso nos negócios.
3. Empreendedorismo é um processo que precisa ser apoiado por políticas públicas e iniciativas privadas.
A REALIDADE DA MICROEMPRESA
O texto discute a importância das microempresas para a economia brasileira e os desafios que elas enfrentam.
Destaca ainda a importância da gestão para o sucesso das microempresas. As microempresas que adotam práticas de
gestão eficazes são mais propensas a sobreviver e prosperar. Também menciona os fatores externos que podem afetar o
desempenho das microempresas. As microempresas precisam estar preparadas para enfrentar esses fatores, como a
concorrência e as mudanças no mercado. As microempresas são importantes para a economia brasileira, mas enfrentam
desafios significativos. Para aumentar sua sobrevivência e sucesso, as microempresas precisam melhorar sua gestão e
enfrentar os fatores externos que afetam seu desempenho.
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DISCIPLINA EMPREENDEDORISMO E OFICINA DE NEGÓCIOS
O tamanho das microempresas no Brasil: de acordo com o IBGE, em 2005, existiam 2,04 milhões de microempresas no
Brasil, que ocupavam 7,29 milhões de pessoas. As microempresas são responsáveis por 98% dos pontos comerciaisestabelecidos, absorvem 60% da força de trabalho e 42% da massa salarial.
Os desafios das microempresas: as microempresas têm altos índices de mortalidade, com 49,4% das empresas
encerrando suas atividades com até dois anos de existência. As principais causas da mortalidade das microempresas são:
Falta de gestão - 50% das microempresas não planejam suas vendas, 45% não usam sistemas de custeio, 85% não
adotam estratégias de marketing, 80% não treinam seu pessoal e 90% não utilizam recursos de informática; e, Fatores
externos - baixa cooperação dos acionistas e problemas nas condições externas de mercado.
Atividade Final
Vejamos aspectos da reportagem intitulada Empreendedor por natureza, no Caderno Projetos de Marketing de O Globo de 01 de
maio de 2009: “De acordo com pesquisa do GEM, apresentada no início deste ano, o brasileiro está investindo em novos negócios,
elevando o Brasil à nona posição no ranking de países com pessoas que mais abrem negócios no mundo. De acordo com o
levantamento, a taxa de empresas em fase de implantação do negócio ou que já se mantêm por até 42 meses cresceu de 11,6%, em
2006, para 12,72%, em 2007. Isso significa que cerca de 15 milhões de pessoas estão inovando e colocando em prática suas idéias
de negócios. Embora o Brasil tenha subido apenas uma colocação, esse crescimento é extremamente expressivo. No entanto,
enquanto nos países desenvolvidos muitas pessoas abrem um empreendimento em busca de oportunidade, grande parte dos negócios
no Brasil surge por necessidade de sobrevivência.”
Analise a natureza paradoxal desse crescimento: se, de um lado o número de empresas em fase de implantação do negócio
cresceu substancialmente, por outro lado, as razões que geraram os negócios não foram empreendedoras.
Resposta:
Apesar de o brasileiro apostar em um novo negócio por necessidades pessoais, a decisão de abrir um negócio tem sido cada vez mais embasada em
conhecimento e inovação. Porém ainda predomina sobre o empreendedor a premência de sair de uma situação crítica em vez de se organizar para
construir um futuro melhor. Essa é uma questão paradoxal que vai exigir maior profissionalização e criatividade, por parte dos empreendedores, no
sentido de assegurar que seus empreendimentos busquem novas oportunidades, e não apenas existam por uma questão de sobrevivência.
RESUMO
A idéia proposta nesta aula foi mapear as razões que justificam a emergência do empreendedorismo nos tempos
atuais. Quais as lições que tiramos de toda essa conversa? A passagem da economia industrial para a economia
pós-industrial carrega consigo a imposição de novas formas de trabalho e a perda considerável de postos de
emprego. De outra parte, a concorrência internacional e a expansão gigante dos mercados pressionam as empresas no
sentido de melhorar o desempenho para se manter no mercado. Com isso, mesmo aos trabalhadores de emprego formal é
exigido um novo perfil com características empreendedoras. Talvez essa seja a questão nodal, quer dizer: a estrutura de
trabalho gerada pela economia pós-industrial entrega o trabalhador a ele mesmo por sua formação e desempenho.
O Brasil ocupa um dos primeiros lugares no cômputo das nações pesquisadas, quanto ao espírito empreendedor, porém
os estudos do GEM indicam que o empreendedorismo por necessidade é ainda a estratégia mais utilizada no Brasil.
Significa que há grandes contingentes de pessoas sem trabalho ou que estão na economia informal em busca de saída e
menos pessoas que pretendem inovar através de novos negócios e idéias. O empreendedorismo, como campo de estudo
e de aprendizado, viabiliza a formação de novos iniciantes com melhor qualidade e preparo para o campo das decisões.
Como você deve ter notado, o assunto é complexo. Não deve ser tratado de forma superficial ou como receituário.
Não se pretendeu, nesta aula, dar conta de todas as questões relacionadas ao empreendedorismo e que merecem,
forçosamente, um estudo mais profundo. As portas ficam abertas para você continuar essa discussão tão necessária
quanto importante.
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DISCIPLINA EMPREENDEDORISMO E OFICINA DE NEGÓCIOS
Aula 4
A empresa como organismo vivo, o ciclo de vida das empresas e o processo sucessório
INTRODUÇÃO
A literatura sobre empreendedorismo tradicionalmente se concentra no processo de construção de uma empresa,
desde o surgimento da ideia até a implantação da empresa. Essa visão é necessária, mas não é suficiente para
compreender como se constrói e sustenta uma empresa de sucesso. É importante também considerar as raízes da
empresa, o modelo de cultura que ela desenvolve e as relações interpessoais que se estabelecem dentro e fora da
empresa. Essas questões são fundamentais para o sucesso futuro da empresa, pois influenciam o comportamento das
pessoas, o desempenho econômico e os processos de mudança organizacional. No caso de empresas nascentes, o
empreendedor tem a oportunidade de imprimir um estilo de gestão que irá, necessariamente, influenciar toda a
organização dali para frente. É importante que o empreendedor desenvolva suas habilidades para captar as diferenças
entre as pessoas, integrar as pessoas no sentido de sua realização pessoal e colocá-las a favor dos objetivos da
organização. O cuidado com essas questões influenciará o presente e o futuro da empresa, tanto no aspecto de seu
desenvolvimento, na forma como capta e aproveita oportunidades, quanto no cuidado com a preparação do processo
sucessório.
AS EMPRESAS SÃO ORGANISMOS VIVOS E PODEM SER “FEITAS PARA DURAR”
Pontos chaves:
● Empresas visionárias são aquelas que têm um desempenho extraordinário de longo prazo, não apenas financeiro.
● Elas são guiadas por uma ideologia central, valores centrais e uma noção de propósito além de simplesmente ganhar
dinheiro.
● Os valores centrais de uma empresa visionária formam uma base sólida e não se deixam levar por tendências; permanecem
intactos por mais de cem anos.
Texto explicativo:
O texto de Collins e Porras (2000) explora as características comuns e a dinâmica subjacente a empresas
altamente visionárias. Os autores identificaram 12 mitos sobre empresas visionárias, que foram desmistificados através
de uma pesquisa histórica e comparativa de 18 empresas americanas, com idade média de 75 anos. São eles:
1. Mito 1: Para começar uma nova empresa, é preciso ter uma grande idéia - Poucas empresas visionárias começaram com
uma grande idéia, algumas começaram até mesmo com erros ou sem ideia alguma. O que a pesquisa comprovou é que as empresas
visionárias normalmente começam devagar, mas ganham a longa corrida.
2. Mito 2: As empresas visionárias precisam de grandes líderes carismáticos - No longo prazo, os líderes visionários podem
ser nocivos para a empresa. Alguns dos executivos mais importantes da história das empresas visionárias não se encaixavam no modelo
de líder carismático e perfeito. Na verdade, estavam mais preocupados em criar uma instituição duradoura do que em serem grandes
líderes individuais. Eles procuravam dar as ferramentas, não impor as soluções.
3. Mito 3: O principal objetivo das empresas mais bem-sucedidas é maximizar os lucros - Ao contrário do que dizem os
livros, as empresas visionárias vão atrás de um conjunto de objetivos, dentre os quais ganhar dinheiro é apenas um deles, não
necessariamente o principal. Elas buscam o lucro, mas também são guiados por uma ideologia central, valores centrais e uma noção de
propósito além de simplesmente ganhar dinheiro.
4. Mito 4: As empresas visionárias têm um subconjunto comum de valores centrais ‘corretos’ - Não existe um conjunto
‘correto’ de valores centrais para uma empresa ser visionária. A variável crucial não é o conteúdo da ideologia de uma empresa, mas o
quanto ela acredita na sua ideologia e a maneira como a empresa a vive, respira e expressa com consistência em tudo aquilo que faz.
5. Mito 5: A única constante é a mudança - Os valores centrais de uma empresa visionária formam uma base sólida e não se
deixam levar por tendências; permanecem intactos por mais de cem anos. Por outro lado, asempresas visionárias demonstram ter uma
incrível vontade de progredir que lhes permite mudar e se adaptar sem comprometer seus ideais.
6. Mito 6: Grandes empresas não se arriscam - Quem olha de fora pode achar as empresas visionárias conservadoras, mas elas
não têm medo de se comprometer com metas audaciosas, usando-as com sabedoria para estimular os avanços.
7. Mito 7: As empresas visionárias são excelentes lugares para se trabalhar - Somente aqueles que se ajustam aos padrões
exigentes de uma empresa visionária irão considerá-la um ótimo lugar de trabalho. Por isso, ou você se dará bem e progredirá ou será
expelido como um corpo estranho. Não há meio-termo. As empresas visionárias têm tanta certeza daquilo que representam, que
simplesmente não têm espaço para aqueles que não conseguem se adaptar a seus padrões.
8. Mito 8: As melhores jogadas de empresas muito bem-sucedidas baseiam-se num planejamento estratégico
brilhante e complexo - Algumas das melhores jogadas de empresas visionárias decorrem de experiências, tentativas e erros,
oportunidades e – literalmente – acidentes. O que, olhando suas histórias, parece ter sido planejado e previsto de forma brilhante
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DISCIPLINA EMPREENDEDORISMO E OFICINA DE NEGÓCIOS
frequentemente foi resultado da seguinte filosofia: “Vamos tentar várias coisas e aplicar o que der certo”. Conforme os autores, essa é a
prática evolutiva biológica das espécies: vence o mais forte!
9. Mito 9: As empresas devem contratar diretores executivos de fora para estimular mudanças fundamentais - De
acordo com a pesquisa, somente em quatro situações empresas visionárias buscaram o apoio de executivos externos o que põe por terra
a ideia de que mudanças significativas e novas idéias não possam vir de dentro.
10. Mito 10: As empresas mais bem-sucedidas se concentram principalmente em superar a concorrência - As empresas
visionárias se concentram em primeiro lugar em se superar. Para elas, o sucesso e a superação da concorrência não são a meta final, mas
o resultado residual de se perguntarem incansavelmente: “Como podemos nos desenvolver para nos sairmos melhor amanhã do que nos
saímos hoje?”
11. Mito 11: Não se pode ter tudo na vida - As empresas visionárias não se martirizam com decisões radicais, do tipo ‘isto’ ou
‘aquilo’. Elas se recusam a ter que escolher entre a estabilidade ou o progresso; práticas conservadoras ou metas audaciosas; ganhar
dinheiro ou viver de acordo com seus valores e objetivos. Adotam o princípio do ‘e’, quer dizer, lutam para ter A e B, ao mesmo tempo. Ou
seja, admitem que os contrários somam e não subtraem.
12. Mito 12: As empresas se tornam visionárias basicamente através de declarações de visão - Não é fato, as empresas
visionárias não cresceram por terem criado uma declaração de visão, missão, valores, objetivos etc. Tê-lo feito foi apenas uma das
inúmeras etapas de um processo infindável de ações que expressam as características e que identificam a empresa como ela é.
Verbete: O que é mito - O dicionário Aurélio diz o seguinte: A palavra Mito vem do grego ‘mythos’, que quer dizer fábula. Entre outras explicações,
Mito corresponde a 3 tópicos: 1. Narrativa dos tempos fabulosos ou heróicos. 2. Narrativa de significação simbólica, geralmente ligada à
cosmogonia, e referente a deuses encarnadores das forças da natureza e/ou aspectos da condição humana. No texto em questão, Mito corresponde a
explicações anteriores, dadas como certas e definitivas.
Os valores centrais de uma empresa visionária são essenciais para seu sucesso a longo prazo. Eles formam uma
base sólida que não se deixa levar por tendências; permanecem intactos por mais de cem anos. Por outro lado, as
empresas visionárias demonstram ter uma incrível vontade de progredir que lhes permite mudar e se adaptar sem
comprometer seus ideais.
CICLO DE VIDA DAS EMPRESAS, SEGUNDO ADIZES (1998)
Adizes (1998) desenvolveu um modelo que explica as fases e os motivos das mudanças nas organizações. O
modelo se baseia em dois fatores: flexibilidade e controlabilidade. As organizações jovens são flexíveis, mas não
controláveis. À medida que as organizações envelhecem, elas se tornam mais controláveis, mas menos flexíveis. O que
causa o crescimento e o envelhecimento das organizações não é nem o tamanho nem o tempo, mas sua capacidade de
mudar. Para os empreendedores, o modelo de Adizes oferece algumas dicas importantes: concentre-se na flexibilidade no
início do seu negócio, desenvolva controles e procedimentos à medida que o seu negócio cresce e mantenha um
equilíbrio entre flexibilidade e controlabilidade.
Pontos chaves:
● As organizações jovens são flexíveis, mas não controláveis.
● À medida que as organizações envelhecem, elas se tornam mais controláveis, mas menos flexíveis.
● O que causa o crescimento e o envelhecimento das organizações não é nem o tamanho nem o tempo, mas sua capacidade
de mudar.
Texto explicativo:
No início, as organizações são pequenas e simples, então é fácil tomar decisões e implementar mudanças. À
medida que elas crescem e se tornam mais complexas, é necessário desenvolver controles e procedimentos para manter a
organização funcionando. No entanto, isso pode levar à perda de flexibilidade e inovação. Adizes argumenta que as
organizações precisam encontrar um equilíbrio entre flexibilidade e controlabilidade para serem bem-sucedidas. As
organizações que são muito flexíveis podem ser incapazes de lidar com problemas complexos, enquanto as organizações
que são muito controláveis podem ser incapazes de inovar. Para os empreendedores, o modelo de Adizes oferece
algumas dicas importantes:
● Concentre-se na flexibilidade no início do seu negócio. Isso permitirá que você tome decisões rápidas e responda
às mudanças do mercado.
● Desenvolva controles e procedimentos à medida que o seu negócio cresce. Isso ajudará a manter a organização
funcionando de forma eficiente.
● Mantenha um equilíbrio entre flexibilidade e controlabilidade. Isso permitirá que você seja bem-sucedido no longo
prazo.
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DISCIPLINA EMPREENDEDORISMO E OFICINA DE NEGÓCIOS
O modelo de Ciclo de Vida Organizacional proposto por Ichak Adizes em 1998 descreve seis estágios pelos quais
as empresas passam em seu desenvolvimento. Cada estágio apresenta desafios e características distintas, e
compreender essas fases é crucial para o sucesso e a sobrevivência de uma organização.
- Namoro: Neste estágio inicial, a organização ainda é apenas uma ideia empolgante na mente do fundador. É um
período de comprometimento interno com a ideia, à medida que ela é testada em outras pessoas. O foco principal
é responder a perguntas fundamentais sobre o que fazer, como fazer e quem fará.
- Infância: A empresa nasceu, mas está em uma fase crítica. Ela precisa pagar as contas e enfrenta riscos
palpáveis. O fundador deve fazer a transição de sonhador para líder de ação, uma vez que o sucesso exige a
capacidade de concretizar a visão. A organização é altamente centralizada e pessoal, com poucas diretrizes e
sistemas.
- Toca-Toca: Neste estágio, a empresa superou os estágios iniciais e reverteu o fluxo de caixa negativo. As vendas
estão aumentando, mas há o perigo de se tornar arrogante e perder o foco. A organização se torna orientada para
as vendas e busca oportunidades em vez de criar planos para elas. Crises frequentes precisam ser gerenciadas.
- Adolescência: É o momento da transição e crescimento. A empresa busca independência e precisa lidar com
desafios como delegação de autoridade, mudança de liderança e transposição de metas. A profissionalização da
empresa é comum nesta fase.
- Plenitude: A organização alcança um estágio de maturidade e estabilidade. Ela possui sistemas eficazes,
estrutura organizacional sólida e orientação para resultados. A empresa não apenas sobrevive, mas prospera,
superando expectativas de desempenho e criando novas oportunidades.
- Fase Estável: Este estágio marca o início do envelhecimento da organização. A empresa ainda é forte, mas
começa a perder flexibilidade, criatividade e incentivoà mudança. O foco se volta para o retorno sobre o
investimento, e a empresa assume menos riscos. O espírito empreendedor começa a diminuir.
Os estágios subsequentes incluem a Aristocracia, Burocracia Incipiente e Burocracia, representando um declínio
progressivo da empresa. A vitalidade diminui, os clientes se tornam menos importantes e a organização se afasta da
realidade, seguindo regras sem entender seu propósito.
O modelo de Adizes destaca a importância da adaptação e da gestão eficaz em cada estágio do ciclo de vida
organizacional. Compreender as características e os desafios de cada fase ajuda os líderes a tomar decisões informadas e
a promover o desenvolvimento sustentável de suas empresas. O ciclo é cíclico e contínuo, enfatizando que o sucesso
requer aprendizado constante e evolução.
AS FASES DO DESENVOLVIMENTO DAS ORGANIZAÇÕES SEGUNDO JAIR MOGGI E DANIEL BURKHARD (2000)
Os autores Jair Moggi e Daniel Burkhard, em seu livro "O Espírito Transformador," abordam o desenvolvimento
das organizações como um processo que segue fases arquetípicas semelhantes ao crescimento humano. Eles enfatizam a
ideia de que as organizações são entidades vivas, impulsionadas por pessoas e conectadas a elementos humanos, como
amor, respeito à vida, livre-arbítrio e integração. Os estágios de desenvolvimento organizacional propostos por Moggi e
Burkhard são os seguintes:
1. Fase Pioneira: Neste estágio inicial, a organização é de pequeno ou médio porte, com uma estrutura simples e orientação
voltada para pessoas. A liderança é pessoal, e a tomada de decisão é intuitiva. Prevalece a atmosfera familiar e alta
motivação.
Crise da Fase Pioneira: Problemas podem surgir quando há perda de confiança na liderança, falta de clareza de
objetivos e necessidade de definir autoridade e responsabilidades.
2. Fase Diferenciada: À medida que a organização cresce, ela entra nesta fase de expansão. Ela adquire uma estrutura
hierarquizada e passa a ser orientada por funções, sistemas, normas e procedimentos. A liderança se torna mais formal, e a
tomada de decisão é racional e analítica.
Crise da Fase Diferenciada: Riscos incluem perda de motivação, baixa produtividade, burocratização excessiva e
conflitos internos.
3. Fase Integrada: Neste estágio, as organizações atingem uma maturidade mais avançada. Elas adotam uma abordagem
mais transparente em suas relações com diversos públicos, focam no cliente e nos fornecedores, e implementam processos
de trabalho flexíveis. A liderança se torna participativa e orientada para a equipe.
4. Fase Associativa: A fase final representa um estágio de sabedoria e responsabilidade. As organizações se integram a um
sistema econômico, social e ecológico mais amplo. Elas valorizam a transparência, adaptabilidade e o respeito ao meio
ambiente. As relações com clientes, fornecedores e a comunidade são profundamente integradas à cultura organizacional.
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DISCIPLINA EMPREENDEDORISMO E OFICINA DE NEGÓCIOS
Moggi e Burkhard destacam a importância de entender o desenvolvimento organizacional como um processo
contínuo, onde cada estágio é crucial para a evolução da empresa. Além disso, enfatizam que o reconhecimento das
características de cada fase ajuda os líderes a tomar decisões informadas e promover o crescimento sustentável. Assim
como outros estudiosos, eles também acreditam na necessidade de examinar a biografia de uma organização ao longo de
seu desenvolvimento, a fim de diagnosticar problemas e planejar intervenções eficazes. Em resumo, a abordagem de
Moggi e Burkhard oferece uma visão holística do crescimento organizacional, destacando a importância da evolução
consciente e responsável das organizações ao longo de suas diversas fases de desenvolvimento.
O PROCESSO SUCESSÓRIO
Pontos-chaves:
● As empresas familiares são importantes para o desenvolvimento econômico e social.
● O processo sucessório é um desafio para as empresas familiares.
● O planejamento da sucessão deve ser feito com antecedência e isenção de emoções.
● A escolha do sucessor deve ser baseada nos objetivos da empresa, na eficiência profissional e na capacidade administrativa
do candidato.
Texto explicativo:
O texto discute a importância das empresas familiares e os desafios do processo sucessório nas empresas. O
autor destaca que as empresas familiares são importantes para o desenvolvimento econômico e social, pois geram
empregos, produzem riquezas e são fonte de treinamento para novos dirigentes e empreendedores. No entanto, o
processo sucessório é um desafio para as empresas familiares, pois envolve mudanças de poder, orientação, filosofia e
políticas. Essas mudanças podem causar resistência entre os colaboradores, que estão acostumados a um determinado
ritmo de trabalho e de relacionamentos.
Para que o processo sucessório seja bem-sucedido, é importante que seja planejado com antecedência e isenção
de emoções. O planejamento deve considerar os objetivos da empresa, a eficiência profissional e a capacidade
administrativa do candidato. O autor destaca que a escolha do sucessor não deve ser baseada apenas no parentesco,
mas também na competência profissional. Além disso, é importante que o processo sucessório seja transparente e
participativo, envolvendo todos os membros da família. O texto finaliza com uma reflexão sobre o fato de que a sucessão
não significa o fim da empresa. Ao contrário, se bem administrada, a sucessão é a garantia da continuidade do negócio.
RESUMO
As organizações são organismos vivos, com cultura e estilo próprio. Para ter sucesso, é importante respeitar os
valores e princípios da organização, além de considerar as fases do seu ciclo de vida. O processo sucessório é um desafio
para empresas familiares, que deve ser planejado com antecedência e considerando a cultura da organização.
Aula 5
Cultura Organizacional e Cultura Brasileira (I)
MODELOS DE NEGÓCIOS DIFERENCIADOS: A EMPRESA MULTINACIONAL, A EMPRESA ESTATAL E A EMPRESA
FAMILIAR
Pontos-chaves:
● O Brasil tem três modelos principais de organização empresarial: a empresa estatal, a empresa multinacional e a
empresa familiar.
● A empresa estatal brasileira foi criada com o objetivo de promover o desenvolvimento econômico e social do país, mas
acabou sendo marcada por ineficiência e corrupção.
● As empresas multinacionais desempenharam um papel importante no desenvolvimento econômico do Brasil, mas
também contribuíram para a perda de competitividade das empresas nacionais.
● As empresas familiares são a maioria das empresas brasileiras, mas enfrentam desafios como a sucessão e a gestão
profissional.
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DISCIPLINA EMPREENDEDORISMO E OFICINA DE NEGÓCIOS
Texto explicativo:
O texto discute os três principais modelos de organização empresarial no Brasil: a empresa estatal, a empresa
multinacional e a empresa familiar. A empresa estatal brasileira foi criada na década de 1930 com o objetivo de promover
o desenvolvimento econômico e social do país. No entanto, acabou sendo marcada por ineficiência e corrupção. Isso
aconteceu por diversos fatores, como a falta de recursos, a falta de profissionalismo e a interferência política. As
empresas multinacionais desempenharam um papel importante no desenvolvimento econômico do Brasil, principalmente
nas décadas de 1970 e 1980. Elas trouxeram tecnologia, capital e know-how para o país. No entanto, também contribuíram
para a perda de competitividade das empresas nacionais, pois muitas vezes dominaram os mercados e praticaram preços
abusivos. As empresas familiares são a maioria das empresas brasileiras. Elas representam cerca de 90% das empresas
do país. As empresas familiares enfrentam desafios como a sucessão e a gestão profissional. A sucessão é o processo de
transferência do controle da empresa para a próxima geração. A gestão profissional é a adoção de práticas e
procedimentos gerenciais modernos.
O texto conclui que o Brasil precisa de um modelo de organização empresarial que seja eficiente, competitivo e
sustentável. Para isso, é preciso melhorar a gestão das empresas estatais, promovera internacionalização das empresas
nacionais e apoiar o desenvolvimento das empresas familiares.
EXISTE UM DIÁLOGO NECESSÁRIO ENTRE CULTURA ORGANIZACIONAL E CULTURA BRASILEIRA?
Pontos-chaves:
● A cultura organizacional é um sistema de valores, crenças e símbolos compartilhados pelos membros de uma
organização.
● A cultura organizacional brasileira é influenciada pela cultura nacional, que é marcada por uma mistura de influências
europeias, indígenas e africanas.
● A cultura organizacional brasileira é caracterizada por uma série de paradoxos e contradições.
Texto explicativo:
O texto discute a cultura organizacional no Brasil. O autor argumenta que a cultura organizacional é um sistema
de valores, crenças e símbolos compartilhados pelos membros de uma organização. Esses valores, crenças e símbolos
influenciam o comportamento dos membros da organização, incluindo suas atitudes, decisões e comportamentos. Afirma
que a cultura organizacional brasileira é influenciada pela cultura nacional, que é marcada por uma mistura de
influências europeias, indígenas e africanas. Essa mistura de influências culturais resulta em uma cultura organizacional
brasileira que é caracterizada por uma série de paradoxos e contradições. Alguns exemplos desses paradoxos e
contradições incluem:
● O jeitinho brasileiro: é uma forma de adaptação a situações adversas que pode ser vista como positiva ou
negativa.
● A cordialidade: é uma característica marcante do povo brasileiro, mas pode ser interpretada como hipocrisia.
● O individualismo: é uma característica cada vez mais presente na sociedade brasileira, mas pode ser conflitante
com o valor da coletividade.
O autor conclui que a cultura organizacional é um elemento importante a ser considerado na gestão das
organizações brasileiras. Para compreender e gerenciar a cultura organizacional de uma organização, é preciso
considerar a cultura nacional e os paradoxos e contradições que a caracterizam.
RAÍZES DO BRASIL
Pontos-chaves:
● A cultura brasileira é híbrida, resultado da mistura de três raças: portugueses, negros e índios.
● A cultura brasileira é marcada por traços como hierarquia, personalismo, malandragem e aventureirismo.
Texto explicativo:
O texto discute a cultura brasileira, que é marcada pela mistura de três raças: portugueses, negros e índios. Cada
um desses povos contribuiu para a formação da cultura brasileira, trazendo suas próprias características e valores. Os
portugueses impuseram sua racionalidade, seu modo de produção, suas estruturas sociais e seu rígido sistema de
valores. Os africanos afirmaram sua crença religiosa, as práticas mágicas, os sabores e gostos culinários, a força de sua
música. Apesar da degradação moral a que foram submetidos, os índios trouxeram-nos influências nas relações sexuais e
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DISCIPLINA EMPREENDEDORISMO E OFICINA DE NEGÓCIOS
de família, na magia e na mítica. A cultura brasileira é marcada por traços como hierarquia, personalismo, malandragem e
aventureirismo.
● Hierarquia: A cultura brasileira é marcada por uma forte hierarquia, com tendência à centralização do poder dentro
dos grupos sociais. Essa hierarquia se reflete nas relações sociais, nas organizações e na própria sociedade.
● Personalismo: A cultura brasileira é baseada em relações pessoais. As pessoas valorizam as relações próximas e
afetivas, e as relações de trabalho são frequentemente permeadas por relações pessoais.
● Malandragem: A malandragem é uma característica marcante da cultura brasileira. Ela é uma forma de
flexibilidade e adaptabilidade como meio de navegação social. O jeitinho é um exemplo de malandragem.
● Aventureirismo: A cultura brasileira é marcada por um espírito aventureiro. Os brasileiros são mais sonhadores do
que disciplinados, e têm tendência à aversão ao trabalho manual ou metódico.
Esses traços da cultura brasileira podem ser observados no âmbito organizacional. Por exemplo, a hierarquia
pode levar a uma concentração de poder nas mãos de poucos indivíduos, dificultando a tomada de decisão. O
personalismo pode levar a favoritismos e nepotismo. A malandragem pode levar a práticas ilegais ou antiéticas. E o
aventureirismo pode levar a uma falta de planejamento e organização.
HIERARQUIA
A escravidão no Brasil impôs uma rígida hierarquia entre senhores e escravos. Essa hierarquia se refletiu nas
relações sociais, políticas e econômicas do país. A família colonial também foi um modelo de dominação e centralização.
A miscigenação brasileira não eliminou os preconceitos raciais, que continuam a servir como forma de discriminação.
PERSONALISMO
O texto discute a dualidade da sociedade brasileira, que é marcada por um sistema de relações pessoais,
chamado de "casa", e um sistema impessoal, chamado de "rua". O sistema de relações pessoais é baseado na família,
no parentesco, no compadrio e na amizade. Nesse sistema, as pessoas são valorizadas por suas relações e não por
seus méritos individuais. O poder é exercido de forma paternalista, com base na autoridade do patriarca. O sistema
impessoal é baseado na lei e na igualdade de direitos. Nesse sistema, as pessoas são valorizadas por seus méritos
individuais. O poder é exercido de forma burocrática e impessoal. A dualidade da sociedade brasileira é resultado de sua
história, que foi marcada pela escravidão, pelo patriarcalismo e pelo coronelismo.
Pontos-chaves:
● Sociedade brasileira é marcada por um sistema de relações pessoais e um sistema impessoal.
● O sistema de relações pessoais é baseado na família, no parentesco, no compadrio e na amizade.
● O sistema impessoal é baseado na lei e na igualdade de direitos.
● Dualidade da sociedade brasileira é resultado de sua história.
MALANDRAGEM: “POR FAVOR, O SR. NÃO PODE DAR UM JEITINHO?”
O texto discute o jeitinho brasileiro, uma expressão que é frequentemente usada para descrever a capacidade de
os brasileiros de encontrar soluções criativas para problemas, mesmo que isso signifique contornar as regras ou
procedimentos estabelecidos. O autor argumenta que o jeitinho é uma forma de adaptação à realidade brasileira, que é
marcada por uma dualidade entre o sistema impessoal, baseado na lei e na igualdade de direitos, e o sistema de relações
pessoais, baseado na família, no parentesco, no compadrio e na amizade.
O jeitinho é uma forma de conciliar esses dois sistemas, utilizando as relações pessoais para superar as
limitações do sistema impessoal. O autor identifica alguns aspectos característicos do jeitinho, como:
● Flexibilidade: o jeitinho é capaz de se adaptar a diferentes situações.
● Criatividade: o jeitinho é capaz de encontrar soluções inovadoras para problemas.
● Personalidade: o jeitinho é baseado nas relações pessoais.
O autor também discute as implicações do jeitinho para a sociedade brasileira. Por um lado, o jeitinho pode ser
visto como uma forma de criatividade e de adaptação. Por outro lado, o jeitinho pode ser visto como uma forma de
corrupção e de desvirtuamento das regras.
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AVENTUREIRO
O texto discute a ética do trabalho no Brasil, que é marcada por uma dualidade entre a ética do trabalhador e a
ética do aventureiro. A ética do trabalhador é baseada no esforço, na disciplina e na dedicação ao trabalho. Essa ética
é associada à ascensão social e ao sucesso financeiro. A ética do aventureiro é baseada na busca de novas
experiências, na adaptação ao provisório e na preferência pela descoberta. Essa ética é associada ao risco, à
aventura e à liberdade. O texto argumenta que a ética do trabalho foi construída com muita dificuldade no Brasil, devido à
herança da escravidão e do colonialismo. A escravidão deslegitimou o trabalho livre, pois o trabalho era associado à
servidão. O colonialismo também contribuiu para a desvalorização do trabalho, pois os portugueses, que eram os
colonizadores do Brasil, eram vistos como aventureiros e não como trabalhadores. Apesar das dificuldades, a ética do
trabalho vem ganhando espaço no Brasil, à medida que o país se moderniza

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