Buscar

MARC 13 - CÂNCER DE MAMA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

@anabea.rs | Ana Beatriz Rodrigues 
1 
CÂNCER DE MAMA 
INTRODUÇÃO 
O câncer de mama é uma doença causada pela 
multiplicação desordenada de células anormais da mama, 
que forma um tumor com potencial de invadir outros 
órgãos. 
Há vários tipos de câncer de mama. Alguns têm 
desenvolvimento rápido, enquanto outros crescem 
lentamente. A maioria dos casos, quando tratados 
adequadamente e em tempo oportuno, apresentam bom 
prognóstico. 
O câncer de mama também acomete homens, porém é 
raro, representando apenas 1% do total de casos da doença. 
ESTATÍSTICAS 
Estimativa de novos casos: 66.280 (2021 - INCA); e 
Número de mortes: 18.032, sendo 207 homens e 17.825 
mulheres (2020 - Atlas de Mortalidade por Câncer - SIM). 
FATORES DE RISCO 
O câncer de mama não tem somente uma causa. A idade é 
um dos mais importantes fatores de risco para a doença 
(cerca de quatro em cada cinco casos ocorrem após os 50 
anos). 
Fatores 
ambientais e 
comportamentais 
Fatores da 
história 
reprodutiva e 
hormonal 
Fatores 
genéticos e 
hereditários** 
Obesidade e 
sobrepeso 
Primeira 
menstruação 
antes de 12 anos 
História familiar 
de câncer de 
ovário 
Inatividade física* Não ter tido 
filhos 
Casos de câncer 
de mama na 
família, 
principalmente 
antes dos 50 
anos 
Consumo de 
bebida alcoólica 
Primeira 
gravidez após os 
30 anos 
História familiar 
de câncer de 
mama em 
homens 
Exposição 
frequente a 
radiações 
ionizantes para 
tratamento 
(radioterapia) ou 
exames 
diagnósticos 
(tomografia, 
Raios-X, 
mamografia, etc) 
Parar de 
menstruar 
(menopausa) 
após os 55 anos 
Alteração 
genética, 
especialmente 
nos genes 
BRCA1 e 
BRCA2 
Tabagismo - há 
evidências 
Uso de 
contraceptivos 
 
sugestivas de 
aumento de risco 
hormonais 
(estrogênio-
progesterona) 
 Ter feito 
reposição 
hormonal pós-
menopausa, 
principalmente 
por mais de 
cinco anos 
 
* Não realizar ao menos 150 minutos por semana de atividade física de 
intensidade moderada. **A mulher que possui um ou mais fatores 
genéticos/hereditários apresenta risco elevado de desenvolver câncer de 
mama. Apenas 5 a 10% dos casos da doença estão relacionados a esses 
fatores. 
FATORES QUE PODEM AUMENTAR O RISCO DE 
UM HOMEM DESENVOLVER CÂNCER DE 
MAMA: 
Envelhecimento - O envelhecimento é um fator de risco 
importante para o desenvolvimento do câncer de mama em 
homens. Os homens são diagnosticados em média aos 72 
anos. 
Histórico familiar - O risco de câncer de mama aumenta 
se parentes próximos da família tiveram câncer de mama. 
Cerca de 20% dos homens com câncer de mama têm um 
parente próximo (do sexo masculino ou feminino) com a 
doença. 
Mutações genéticas hereditárias - Homens com 
alterações no gene BRCA2 têm um risco aumentado para 
câncer de mama. As alterações no gene BRCA1 também 
podem causar câncer de mama em homens, mas o risco 
não é tão elevado quanto para as mutações no gene 
BRCA2. As alterações nos genes CHEK2, PTEN e 
PALB2 também podem ser responsáveis por alguns tipos 
de câncer de mama em homens. 
Síndrome de Klinefelter - A síndrome de Klinefelter é 
uma condição congênita que afeta 0,1% dos homens. Os 
homens com síndrome de Klinefelter têm testículos 
menores que o normal. Muitas vezes, eles são inférteis, por 
não produzirem espermatozoides funcionais. Comparados 
com outros homens, eles têm baixos níveis de andrógenos 
e aumentados de estrogênios, por isso frequentemente 
desenvolvem ginecomastia. Homens com a síndrome de 
Klinefelter são mais propensos a ter câncer de mama do 
que homens sem a doença. Ter essa condição pode 
aumentar o risco entre 20 a 60 vezes o risco de um homem 
na população em geral. 
Exposição às radiações - Os homens que já fizeram 
radioterapia da parede torácica para outras doenças, como 
por exemplo, linfoma, tem um risco aumentado de 
desenvolver câncer de mama. 
@anabea.rs | Ana Beatriz Rodrigues 
2 
Alcoolismo - O alto consumo de bebidas alcoólicas 
aumenta o risco de câncer de mama em homens. Isso pode 
ser devido aos efeitos do álcool sobre o fígado. 
Doença hepática - O fígado desempenha um importante 
papel no metabolismo dos hormônios sexuais. Os homens 
com doenças no fígado, como cirrose, têm níveis 
relativamente baixos de andrógenos e níveis mais altos de 
estrogênio. Eles têm ginecomastia e um risco aumentado 
de câncer de mama. 
Tratamento com estrogênio - Medicamentos com 
estrogênio usados na terapia hormonal do câncer de 
próstata podem aumentar ligeiramente o risco de câncer de 
mama. Os homossexuais que tomam altas doses de 
estrogênios como parte do processo de mudança de sexo 
podem ter um risco aumentado de câncer de mama. 
Entretanto, ainda não existem estudos sobre o risco de 
câncer de mama em homossexuais, por isso não está 
totalmente claro qual é seu risco para câncer de mama. 
Obesidade - A obesidade é, provavelmente, um fator de 
risco para câncer de mama masculino, uma vez que as 
células de gordura do corpo convertem os hormônios 
masculinos (andrógenos) em hormônios femininos 
(estrogênios). Isso significa que os homens obesos têm 
níveis mais altos de estrogênio em seu corpo. 
Condições dos testículos - Certas condições, como ter um 
testículo encarcerado, ter caxumba quando adulto ou tiver 
um ou ambos os testículos removidos cirurgicamente 
(orquiectómica) pode aumentar o risco de câncer de mama 
masculino. 
PREVENÇÃO 
Cerca de 30% dos casos de câncer de mama podem ser 
evitados com a adoção de hábitos saudáveis como: 
− Praticar atividade física; 
− Manter o peso corporal adequado; 
− Evitar o consumo de bebidas alcoólicas; 
− Amamentar seu bebê. 
Amamentar o máximo de tempo possível é um fator de 
proteção contra o câncer. 
Não fumar e evitar o tabagismo passivo são medidas que 
podem contribuir para a prevenção do câncer de mama. 
NÓDULOS BENIGNOS 
Esse tipo de formação normalmente indica uma 
proliferação localizada e limitada de células do tecido 
mamário ou um acúmulo de líquido na região. 
Os nódulos benignos em geral têm uma localização 
bastante limitada, sendo fácil determinar suas bordas, e 
são móveis, podendo ser deslocados de um lado para outro 
na mama. 
FIBROADENOMA – Tipo de nódulo benigno mais 
frequente entre as mulheres, especialmente entre os 20 e 
30 anos. É comum ocorrer em ambas as mamas. Trata-se 
de um tipo de caroço rígido, que não causa dor ou 
incômodo, e que também pode aparecer nas axilas. É 
comum aparecer no período menstrual ou durante a 
gravidez, devido às alterações hormonais ou por tendência 
genética. 
O fibroadenoma é a segunda neoplasia mais frequente da 
glândula mamária, precedida pelo carcinoma. É a afecção 
mamária benigna mais comum em mulheres com menos 
de 35 anos, assintomática em 25% dos casos e com 
múltiplas lesões em 13 a 20%. 
Pode ocorrer desde a menarca até a senectude, mas é mais 
comum entre 20 e 30 anos de idade. Embora os esteroides 
sexuais sejam apontados como agentes promotores, 
fatores parácrinos entre o epitélio e o estroma parecem ser 
mais importantes no controle de seu crescimento, que é em 
geral autolimitado, não ultrapassando 3 a 4 cm de 
diâmetro. O diagnóstico é essencialmente clínico. 
Apresenta-se como tumor único ou múltiplo, móvel, bem 
delimitado, não fixo ao tecido adjacente, lobulado, de 
crescimento lento, com maior ocorrência no quadrante 
súpero-lateral. Em geral é indolor, exceto durante a 
gravidez e lactação, condições que podem estimular seu 
crescimento rápido e produzir dor por infarto. 
A consistência é fibroelástica, mas, nas pacientes de maior 
faixa etária, pode haver deposição de calcificação dis- 
trófica no nódulo (“calcificação em pipoca”), e o nódulo 
passa a ter consistência endurecida. 
CISTOS – Normalmente se assemelham a uma estrutura 
oval ou arredondada, com acúmulo de líquido em seu 
interior. Eles podem aparecer em uma ou em ambas as 
mamas, sendo dolorosos ounão. Em muitos casos, estão 
associados às alterações hormonais da chegada da 
menopausa. A faixa etária em que mais comumente os 
cistos ocorrem é de 35 a 50 anos, coincidindo, pois, com a 
fase involutiva dos lóbulos mamários. 
Os cistos incidem em 7 a 10% da população feminina, 
podendo ser únicos ou múltiplos, uni ou bilaterais. 
Manifestam-se clinicamente como nódulos de 
aparecimento súbito, de contornos regulares, móveis e 
dolorosos. A consistência pode ser amolecida ou, quando 
o líquido intracístico encontra-se sob tensão, a sensação 
palpatória é fibroelástica. A maior parte dos cistos 
decorrem de processos involutivos da mama. Em alguns 
casos, entretanto, a parede do cisto pode sofrer metaplasia 
apócrina, com produção ativa de fluido, o que causa 
recidivas frequentes, definidas como estruturas com 
diâmetro maior que 3 mm, com comportamento biológico 
lábil, podendo aumentar ou desaparecer. 
A ultra-sonografia é o método mais sensível para o 
diagnóstico dos cistos mamários, com precisão de até 
100%, detectando lesões a partir de 2 mm. Distingue ainda 
os cistos complicados (cistos com conteúdo espesso ou 
“debris” – pontos ecogênicos em suspensão) e os 
@anabea.rs | Ana Beatriz Rodrigues 
3 
complexos (com septações espessas e/ou vegetações 
intracísticas). 
A biópsia excisional pode ser indicada em caso de 
recidivas locais (mais de três) e deve ser realizada quando 
o conteúdo do aspirado for sanguinolento (afastar sempre 
acidente de punção) ou quando persistir massa palpável ou 
densidade mamografia após remoção de todo o líquido. 
ALTERAÇÕES FIBROCÍSTICAS – Tipo de nódulo 
comum durante o período menstrual, muitas vezes 
dolorosos, mas que melhoram após a menstruação. 
RETENÇÃO DE LEITE – Alteração também conhecida 
como “leite empedrado”, são formações endurecidas pelo 
acúmulo de leite nas mamas. Podem ser bastante dolorosas 
para a mulher, causando desconforto também para 
amamentar. 
ESTEATONECROSE – Processo inflamatório que 
ocorre quando ocorre algum trauma na região da mama, 
muitas vezes associados a procedimentos cirúrgicos nas 
mamas, como na mamoplastia. Basicamente, é a parte que 
sofreu o trauma tentando cicatrizar. 
ABSCESSO MAMÁRIO – Ocorre quando há algum tipo 
de infecção na mama. O tratamento para o abscesso é feito 
a partir da drenagem do abscesso, além do uso de 
antibióticos para tratar a infecção. 
O TUMOR FILÓIDES OU FILODES (cystosarcoma 
phyllodes) apresenta-se como tumor móvel, lobulado e 
indolor. É muito raro, correspondendo a 2% dos tumores 
fibroepiteliais da mama, sendo mais comum após os 40 
anos. Na maioria das vezes (80% dos casos) é benigno. 
Entretanto, apresenta alta tendência de recidiva local e 
pode sofrer degeneração maligna sarcomatosa. 
A característica peculiar deste tumor é a grande 
celularidade do estroma, comparada à do fibroadenoma, e 
por isto também é denominado fibroadenoma hipercelular. 
O epitélio pode ser hiperplásico, com ou sem atipias. Para 
definição de benignidade ou malignidade, consideram-se 
no componente estromal a contagem mitótica, atipias 
celulares e comprometimento das margens. 
A principal diferença clínica entre o tumor filoides e o 
fibroadenoma, é o seu crescimento rápido e a capacidade 
de atingir grandes volumes, por vezes ocupando toda a 
mama. A consistência é elástica e a adenopatia axilar não 
é incomum, mas é de natureza inflamatória. A associação 
com fibroadenoma ocorre em 30% dos casos. 
Ao contrário do fibroadenoma, a bilateralidade e a 
multicentricidade são excepcionais. Embora tumores mais 
volumosos, endurecidos e com ulcerações sugiram formas 
malignas, os parâmetros clínicos não são suficientes para 
diferenciar as variantes benignas das malignas do tumor 
filoides. 
O diagnóstico é clínico e a mamografia é inespecífica. A 
punção aspirativa com agulha fina e a biópsia percutânea 
com agulha grossa apresentam baixo valor preditivo, 
provavelmente pelo fato de o tumor ser bastante volumoso 
e apresentar com frequência, em seu interior, áreas de 
infarto hemorrágico, o que dificulta o diagnóstico. 
O FIBROADENOMA JUVENIL (ou celular) é um 
subtipo histológico que apresenta crescimento acelerado 
(7% a 8% de todos os subtipos), tendo predileção por 
meninas negras (2,3). Cerca de 10% a 25% das pacientes 
têm tumores múltiplos ou bilaterais ao diagnóstico, tal 
como o caso apresentado. Seu comportamento biológico é 
de lesão de crescimento acelerado comprometendo a 
mama, podendo haver ulceração de pele e distensão 
venosa superficial. 
Os fibroadenomas que surgem na infância ou adolescência 
são chamados de juvenil. 
Ao contrário do que ocorre nas mulheres adultas, o 
fibroadenoma juvenil costuma ter crescimento rápido, 
podendo causar desconforto e alteração estética da mama, 
tornando-as nitidamente assimétricas. 
Na maioria dos casos, com o passar dos meses, o tumor 
regride de tamanho e pode até desaparecer 
espontaneamente. 
Tipicamente, é unilateral, apresentando ausência de 
complicações, como lesões por compressão de tecidos 
adjacentes, deformação da estrutura mamária, retração 
mamilar e expansão das veias superficiais. 
NÓDULOS MALIGNOS 
Grande temor de toda mulher que identifica um nódulo nas 
mamas, as alterações cancerígenas apresentam 
características bem diferentes das que vimos 
anteriormente. 
Enquanto que os nódulos benignos podem ocorrer em 
qualquer fase da vida adulta da mulher, desde a juventude, 
os nódulos malignos têm uma forte associação com idade, 
sendo raros em mulheres com menos de 35 anos e mais 
frequentes após os 50 anos. 
Nos casos de câncer de mama as formações nodulares não 
são bem localizadas e delimitadas. Em geral, é mais difícil 
definir seus limites e suas bordas, sendo comum se 
espalharem para outras regiões, como as axilas. Além 
disso, esse tipo de nódulo é mais rígido e fixo ao local onde 
surgiu, não se movendo com a palpação. 
Além da presença dos nódulos com as características 
citadas acima, o câncer de mama apresenta outros 
possíveis sinais e sintomas, como: 
− Irritação na pele da mama – É importante 
observar a presença de vermelhidão, 
escurecimento, retração ou enrijecimento da pele 
das mamas. 
− Inchaço ou assimetria – Diferente do inchaço 
que ocorre nos períodos menstruais, esse tipo 
@anabea.rs | Ana Beatriz Rodrigues 
4 
associado ao câncer de mama ocorre em apenas 
uma das mamas, podendo levar a deformações e 
assimetrias. 
− Inversão do mamilo – Quando um mamilo 
normal começa a se retrair, também é um sinal 
preocupante, que deve ser avaliado pelo 
mastologista. 
− Secreção pelo mamilo – Secreções são comuns 
nas mamas, em algumas situações, porém, as 
características preocupantes são quando essa 
secreção sai de forma espontânea (sem precisar 
apertar), sendo transparentes ou com presença de 
sangue. 
− Coceira na aréola e mamilo – Caso você perceba 
esse sintoma há algum tempo, que não se resolve 
rapidamente, também é motivo para uma 
avaliação. 
SINAIS E SINTOMAS 
O câncer de mama pode ser percebido em fases iniciais, 
na maioria dos casos, por meio dos seguintes sinais e 
sintomas: 
− Nódulo (caroço), fixo e geralmente indolor: é a 
principal manifestação da doença, estando 
presente em cerca de 90% dos casos quando o 
câncer é percebido pela própria mulher; 
− Pele da mama avermelhada, retraída ou parecida 
com casca de laranja; 
− Alterações no bico do peito (mamilo); 
− Pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço; 
− Saída espontânea de líquido anormal pelos 
mamilos. 
Esses sinais e sintomas devem sempre ser investigados por 
um médico para que seja avaliado o risco de se tratar de 
câncer. 
É importante que as mulheres observem suas mamas 
sempre que se sentirem confortáveis para tal (seja no 
banho, no momento da troca de roupa ou em outra situação 
do cotidiano), sem técnica específica, valorizando a 
descoberta casual de pequenas alterações mamárias.Em caso de permanecerem as alterações, elas devem 
procurar logo os serviços de saúde para avaliação 
diagnóstica. 
A postura atenta das mulheres em relação à saúde das 
mamas é fundamental para a detecção precoce do câncer 
da mama. 
DETECÇÃO PRECOCE 
O câncer de mama pode ser detectado em fases iniciais, 
em grande parte dos casos, aumentando assim a 
possibilidade de tratamentos menos agressivos e com 
taxas de sucesso satisfatórias. 
Todas as mulheres, independentemente da idade, devem 
ser estimuladas a conhecer seu corpo para saber o que é e 
o que não é normal em suas mamas. A maior parte dos 
cânceres de mama é descoberta pelas próprias mulheres. 
Além disso, o Ministério da Saúde recomenda que a 
mamografia de rastreamento (exame realizado quando não 
há sinais nem sintomas suspeitos) seja ofertada para 
mulheres entre 50 e 69 anos, a cada dois anos. 
A recomendação brasileira segue a orientação da 
Organização Mundial da Saúde e de países que adotam o 
rastreamento mamográfico. 
Mamografia é uma radiografia das mamas feita por um 
equipamento de raios X chamado mamógrafo, capaz de 
identificar alterações suspeitas de câncer antes do 
surgimento dos sintomas, ou seja, antes que seja palpada 
qualquer alteração nas mamas. 
Mulheres com risco elevado de câncer de mama devem 
conversar com seu médico para avaliação do risco e 
definição da conduta a ser adotada. 
A mamografia de rastreamento pode ajudar a reduzir a 
mortalidade por câncer de mama, mas também expõe a 
mulher a alguns riscos. 
BENEFÍCIO 
− Encontrar o câncer no início e permitir um 
tratamento menos agressivo. 
− Menor chance de a paciente morrer por câncer de 
mama, em função do tratamento precoce. 
RISCOS 
− Resultados incorretos: 
o Suspeita de câncer de mama, sem que se 
confirme a doença. Esse alarme falso 
(resultado falso positivo) gera ansiedade e 
estresse, além da necessidade de outros 
exames. 
o Câncer existente, mas resultado normal 
(resultado falso negativo). Esse erro gera 
falsa segurança à mulher. 
− Ser diagnosticada e submetida a tratamento, com 
cirurgia (retirada parcial ou total da mama), 
quimioterapia e/ou radioterapia, de um câncer que 
não ameaçaria a vida. Isso ocorre em virtude do 
crescimento lento de certos tipos de câncer de 
mama. 
− Exposição aos Raios X. Raramente causa câncer, 
mas há um discreto aumento do risco quanto mais 
frequente é a exposição. Esse dado não deve 
desestimular as mulheres a se submeterem à 
mamografia, já que a exposição ao Raio X durante 
esse exame é bem pequena, tornando o método 
bastante seguro para a detecção precoce. 
A mamografia diagnóstica, exame realizado com a 
finalidade de investigação de lesões suspeitas da mama, 
pode ser solicitada em qualquer idade, a critério médico. 
Ainda assim, a mamografia diagnóstica não apresenta uma 
@anabea.rs | Ana Beatriz Rodrigues 
5 
boa sensibilidade em mulheres jovens, pois nessa idade as 
mamas são mais densas, e o exame apresenta muitos 
resultados incorretos. 
O SUS oferece exame de mamografia para todas as idades, 
conforme indicação médica. 
DIAGNÓSTICO 
Um nódulo ou outro sintoma suspeito nas mamas deve ser 
investigado para confirmar se é ou não câncer de mama. 
Para a investigação, além do exame clínico das mamas, 
exames de imagem podem ser recomendados, como 
mamografia, ultrassonografia ou ressonância magnética. 
A confirmação diagnóstica só é feita, porém, por meio da 
biópsia, técnica que consiste na retirada de um fragmento 
do nódulo ou da lesão suspeita por meio de punções 
(extração por agulha) ou de uma pequena cirurgia. O 
material retirado é analisado pelo patologista para a 
definição do diagnóstico. 
BIRADS: Classificação de Lesões 
 
BIRADS 00: Exame Inconclusivo 
Indica que as imagens colhidas não são suficientes para 
um diagnóstico preciso. Assim, exames complementares 
são necessários para a produção do laudo. 
 
BIRADS 01: Exame normal ou negativo 
Isso significa que o médico não encontrou nenhuma 
alteração. Lembrando que negativo, em termos de exame, 
significa que está tudo bem. Essa categoria indica que 
nada de mau foi encontrado. 
 
O risco de malignidade é zero e é indicado apenas o 
rastreamento mamográfico periódico, de rotina. 
BIRADS 02: Achados mamográficos benignos 
Isso significa que o médico encontrou algumas alterações 
na sua mama, mas que estas são 100% benignas. 
 
Dentre estas alterações podemos citar: linfonodos (que são 
ínguas dentro das mamas), calcificações do tipo benignas, 
nódulos de gordura, implantes de silicone, fibroadenomas 
calcificados, dentre outros. 
Pacientes com BI-RADS 2 com uma lesão benigna que se 
correlaciona com a massa palpável não requerem exames 
de imagem adicionais com US da mama e podem retornar 
para mamografia de rastreamento anual. 
BIRADS 03: Achados provavelmente benignos 
Isso quer dizer que o médico encontrou alterações com 
grande chance de benignidade, isto é, maior que 98%. 
Aqui se incluem os nódulos com contorno todo definido, 
assimetrias (pequenas alterações nas formas) muito 
próximas do tecido mamário normal e calcificações, 
redondas e uniformes, agrupadas. 
 
@anabea.rs | Ana Beatriz Rodrigues 
6 
Os pacientes BI-RADS 3 têm uma lesão provavelmente 
benigna. As mamografias devem ser repetidas a cada 6 a 
12 meses por dois a três anos para documentar a 
estabilidade. Alternativamente, se a lesão for visível na US 
da mama, ela pode ser seguida com US da mama a cada 6 
a 12 meses pelo mesmo período. A lesão deve ser 
biopsiada se aumentar na repetição da mamografia ou na 
US. 
BIRADS 04 ou 05 
Lesões BI-RADS 4 ou 5 vistas na mamografia devem ser 
biopsiadas. Nesse cenário, o US da mama seria realizado 
para pesquisar o correlato ultrassonográfico da lesão e 
para examinar a axila conforme necessário. Se nenhum 
correlato ultrassonográfico for encontrado, a biópsia 
estereotáxica ou localização guiada por mamografia para 
biópsia excisional deve ser realizada para lesões BI-RADS 
4 ou 5 vistas apenas na mamografia. 
BIRADS 4: Achados mamográficos suspeitos 
Neste caso a lesão encontrada tem a chance de 
malignidade entre 2 e 95%. 
 
Essa categoria foi subdividida, já que o campo percentual 
de malignidade abrangido é muito amplo: 
− BIRADS 4A – lesões com risco baixo de 
malignidade, entre 2% a 10%; 
− BIRADS 4B – com risco moderado, entre 11 a 
50%; 
− BIRADS 4C – lesões com risco alto, entre 51 a 
95%. 
Independentemente da subcategoria, todos os casos desta 
categoria devem ser submetidos à biópsia. 
Aqui podem ser incluídas os agrupamentos de 
calcificações finas e irregulares, heterogêneas grosseiras, 
calcificações amorfas (sem forma definida), distorções 
arquiteturais e os nódulos mal definidos. 
BIRADS 5: Achados altamente suspeitos 
Neste caso, as lesões têm chance de malignidade maior 
que 95%. 
 
Aqui estão incluídos os nódulos espiculados e as 
calcificações pleomórficas, ou seja, de formas irregulares 
e tamanhos e densidade variadas. A conduta de ordem é a 
biópsia de mama. 
TRATAMENTO 
Muitos avanços vêm ocorrendo no tratamento do câncer 
de mama nas últimas décadas. Há hoje mais conhecimento 
sobre as variadas formas de apresentação da doença e 
diversas terapêuticas estão disponíveis. 
O tratamento do câncer de mama depende da fase em que 
a doença se encontra (estadiamento) e do tipo do tumor. 
Pode incluir cirurgia, radioterapia, quimioterapia, 
hormonioterapia e terapia biológica (terapia alvo). 
Quando a doença é diagnosticada no início, o tratamento 
tem maior potencial curativo. No caso de a doença já 
possuir metástases (quando o câncer se espalhou para 
outros órgãos), o tratamento busca prolongar a sobrevida 
e melhorar a qualidade de vida. 
ESTADIAMENTO 
O tratamento varia de acordo com o estadiamento da 
doença, as características biológicas do tumor e as 
condições da paciente (idade, se já passou ou não pela 
menopausa,doenças preexistentes e preferências). 
As modalidades de tratamento do câncer de mama podem 
ser divididas em: 
− Tratamento local: cirurgia e radioterapia. 
− Tratamento sistêmico: quimioterapia, 
hormonioterapia e terapia biológica. 
ESTÁDIOS I E II 
A conduta habitual nas fases iniciais do câncer de mama é 
a cirurgia, que pode ser conservadora (retirada apenas do 
tumor) ou mastectomia (retirada da mama) parcial ou total, 
seguida ou não de reconstrução mamária. 
Após a cirurgia, tratamento complementar com 
radioterapia pode ser indicado em algumas situações. Já a 
@anabea.rs | Ana Beatriz Rodrigues 
7 
reconstrução mamária deve ser sempre considerada nos 
casos de retirada da mama para minimizar os danos físicos 
e emocionais do tratamento. 
O tratamento sistêmico, após o tratamento local, será 
indicado de acordo com a avaliação de risco de a doença 
retornar (recorrência ou recidiva) e considera a idade da 
paciente, o tamanho e o tipo do tumor e se há 
comprometimento dos linfonodos axilares. 
A mensuração (medição) dos receptores hormonais 
(receptor de estrogênio e progesterona) do tumor, por meio 
do exame de imunohistoquímica, é fundamental para saber 
se a hormonioterapia pode ser indicada (tratamento de uso 
prolongado em forma de comprimidos para diminuir a 
produção dos hormônios femininos do organismo). A 
informação sobre a presença do HER-2 (fator de 
crescimento epidérmico 2) também é obtida por meio 
desse exame e poderá indicar a necessidade de terapia 
biológica anti-HER-2. 
Para algumas pacientes com tumores medindo entre 2,1cm 
e 5cm com comprometimento dos linfonodos axilares, 
embora sejam entendidas como estadiamento II, pode ser 
considerado iniciar o tratamento por terapias sistêmicas 
(quimioterapia) dependendo da imuno-histoquímica (o 
chamado down stage [redução de estágio]. Essa decisão 
individualizada permite que pacientes que seriam 
submetidas à retirada da mama e dos linfonodos axilares 
possam, eventualmente, ter essas áreas preservadas. 
ESTÁDIO III 
Pacientes com tumores maiores que 5cm, porém ainda 
localizados, enquadram-se no estádio III. Nessa situação, 
o tratamento sistêmico (na maioria das vezes, com 
quimioterapia) é a opção inicial. Após a redução do tumor 
promovida pela quimioterapia, segue-se com o tratamento 
local (cirurgia e radioterapia). 
ESTÁDIO IV 
Nessa fase, em que já há metástase (o câncer se espalhou 
para outros órgãos) é fundamental buscar o equilíbrio 
entre o controle da doença e o possível aumento da 
sobrevida, levando-se em consideração os potenciais 
efeitos colaterais do tratamento. 
A atenção à qualidade de vida da paciente com câncer de 
mama deve ser preocupação dos profissionais de saúde ao 
longo de todo o processo terapêutico. 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 
INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER - MINISTÉRIO 
DA SAÚDE. Câncer de mama. Disponível em: 
https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-
mama. Acesso em: 19 de julho de 2022. 
CLÍNICA VIVER - CLÍNICA DE IMAGENS 
MEDICAS. BIRADS: Classificação de Lesões 
Encontradas nos Exames. Disponível em: 
https://clinicaviver.com/birads-laudos-de-exames-de-
mama/. Acesso em: 20 de julho de 2022.

Outros materiais