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CC 12 - AFECÇÕES BENIGNAS DA PELE E TECIDO SUBCUTÂNEO

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@anabea.rs | Ana Beatriz Rodrigues 
1 
AFECÇÕES BENIGNAS DA PELE E TECIDO 
SUBCUTÂNEO 
 
INTRODUÇÃO 
As afecções benignas da pele e subcutâneo são muito 
frequentes e representam cerca de 30% das cirurgias 
ambulatoriais (mas essa porcentagem vai depender muito 
do local). 
Em geral apresentam estrutura semelhante à do tecido 
de origem com: epiderme, tecido conjuntivo, glândulas, 
músculos, vasos, nervos, gordura e tecido mucoide. 
Essas afecções podem sem divididas em: epidérmicos, 
dérmicos e subcutâneos, anexos da pele, cistos, verruga 
seborreica e hipertrofias traumáticas. 
AFECÇÕES EPIDÉRMICAS 
 
CORNO CUTÂNEO 
CARACTERÍSTICAS: é uma lesão tumoral sólida, 
cônica, circunscrita, hiperceratósica, de coloração branca 
ou amarelada, que se projeta acima do nível da pele, com 
comprimento variável de alguns milímetros a vários 
centímetros. 
Origina-se de acentuada ceratose da camada córnea 
cutânea. Embora eles sejam benignos, o tumor pode se 
assentar sobre lesões pré-cancerosas ou malignas. 
O termo foi cunhado a partir do aspecto morfológico da 
lesão que, frequentemente, adquire forma cônica 
semelhante a um chifre de animal. 
Outros dados que sugerem malignidade incluem 
consistência mais dura da base da lesão, coexistência ou 
história de outras lesões malignas cutâneas em outros 
locais, tempo de evolução da doença, áreas de exposição 
solar e idade avançada do paciente. 
QUADRO CLINICO: normalmente é assintomático, 
salvo quando tem, como base, uma lesão degenerada, que 
pode apresentar dor ou aumento da sensibilidade local. O 
tamanho e a forma são variáveis, podendo ser cilíndrico, 
cônico, pontiagudo ou encurvado, na sua maioria é 
solitário, de crescimento lento e quase sempre menor que 
1 cm. Quando tem inflamação e/ou infiltração na região 
da base, deve-se suspeitar de malignidade. 
 
@anabea.rs | Ana Beatriz Rodrigues 
2 
 
TRATAMENTO: O tratamento cirúrgico está sempre 
indicado, levando-se em conta a possibilidade de a lesão 
assentar-se sobre doença maligna ou pré-maligna. A 
exérese deve ser feita respeitando-se margem de 
segurança, e o material deve ser enviado para estudo 
histopatológico. 
CISTOS 
 
LÚPIAS 
São muito semelhantes aos cistos sebáceos, porém as 
Lúpias não têm orifícios. Localizam-se com mais 
frequência no couro cabeludo e região genital. 
CARACTERÍSTICAS: consistência mais endurecida, 
firme, arredondadas, geralmente múltiplas, recobertas por 
fina camada de pele. 
QUADRO CLINICO: em geral são assintomáticos. 
TRATAMENTO: cirúrgico, mas o aparecimento de 
novas lesões é frequente (recidiva frequente). 
 
CISTO SEBÁCEO (EPIDERMOIDE) 
CARACTERÍSTICAS: lesões assintomáticas, de 
crescimento lento, consistência firme a flutuante, 
arredondados, que acometem preferencialmente as regiões 
do tronco, couro cabeludo, pescoço, face, dorso, escroto e 
retroauriculares. Apresentam-se com tamanhos variáveis 
entre poucos milímetros e até 5 cm ou mais de diâmetro. 
São móveis, exceto quando coexiste fibrose como 
resultado de infecção prévia ou coexistente. 
Tem origem, frequentemente, em folículos pilossebáceos 
rotos associados à acne. A lesão apresenta-se ligada à pele 
na região correspondente ao ducto excretor. Nesse local 
pode ser identificado, em regra, pequeno orifício. 
A infecção do cisto é relativamente comum e pode ocorrer 
de forma espontânea ou ser secundária à ruptura da parede 
cística. Quando infectados, aparecem sinais flogísticos tais 
como calor, rubor, dor e aumento do volume da área 
cística. 
 
 
TRATAMENTO: O tratamento é cirúrgico, devendo ser 
realizado sob anestesia local. A indicação baseia-se no 
aspecto estético, no desconforto que pode trazer para o 
paciente e na presença de infecção. Na presença de 
infecção, a cirurgia deve limitar-se à drenagem simples, 
uma vez que a tentativa de retirada de toda a lesão, nessas 
circunstâncias, além de difícil, pode romper as barreiras 
defensivas, propiciando a propagação da infecção. 
Reforça ainda mais esse tipo de conduta o fato de poder 
ocorrer a cura da lesão submetida à drenagem. No cisto 
não infectado, procede-se à exérese cirúrgica. Emprega-
se, usualmente, incisão elíptica, que inclui a zona de 
@anabea.rs | Ana Beatriz Rodrigues 
3 
fixação do cisto à pele. Essa incisão deve ser utilizada 
principalmente nas lesões de maior volume. Deve-se 
proceder à dissecção cuidadosa, para não romper a 
cápsula. A remoção completa da parede é necessária para 
evitar a recidiva. 
CISTO DERMOIDE 
É uma malformação embrionária, de ocorrência mais 
comum na região frontal, onde ocupa posição periorbitária 
ou mediana. 
CARACTERÍSTICAS: Histologicamente é formado por 
um invólucro de epiderme com todos os seus anexos em 
estado rudimentar. Pode sofrer degeneração maligna. 
Clinicamente aparece como nódulo, geralmente único, 
pouco consistente, arredondado, encapsulado e coberto 
por pele normal ou rósea. O tamanho varia de 1 cm a 5 cm. 
A possibilidade de malignização e de infecção secundária, 
além da provável deformidade e da frequência com que 
interfere na função, dependendo da área em que se 
localiza, são fatores importantes para indicação da exérese 
cirúrgica. 
TRATAMENTO: O tratamento cirúrgico, na presença de 
infecção, limita-se à incisão e drenagem simples do cisto. 
Nesse caso, a remoção completa deve ficar para um tempo 
posterior, quando o processo infeccioso estiver debelado. 
Nas cirurgias eletivas, após anestesia, a incisão é feita 
sobre o cisto, obedecendo, sempre que possível, às pregas 
da flexão da pele. 
 
HIDROCISTOMA 
São lesões mais raras, benignas, originárias de glândulas 
sudoríparas écrinas ou apócrinas, encontradas na região 
da cabeça e pescoço. 
HIDROCISTOMAS ÉCRINOS: são pequenas, tensas, 
de paredes finas, com diâmetro variável entre 1 mm e 6 
mm, solitárias ou múltiplas, muito encontradas em 
mulheres adultas (30 a 70 anos), nas regiões periorbitárias 
ou malares. Podem ser classificados em dois grupos: tipo 
Smith (forma solitária prevalente) e tipo Robinson 
(variante múltipla). 
HIDROCISTOMAS APÓCRINOS: são usualmente 
solitários, arredondados, claros, com superfície lisa e 
coloração variável com diâmetro variável entre 3 mm e 15 
mm, encontrados também nas regiões da cabeça e 
pescoço, principalmente palpebral. 
QUADRO CLINICO: Tendem a permanecer 
assintomáticos e não apresentam variações sazonais. 
TRATAMENTO: A punção simples com agulha é o 
tratamento mais utilizado, exceto no tipo Robinson 
(variante écrina múltipla). Uso tópico do creme de 
atropina (1%) ou escopolamina fornece bons resultados, a 
despeito dos efeitos colaterais que, frequentemente, 
motivam a descontinuidade do tratamento. Outros 
métodos incluem vaporização com laser de CO2 ou 
tratamento com laser pulsátil, com bons resultados. 
 
HIPERTROFIAS TRAUMÁTICAS 
 
CALOSIDADE 
 
CARACTERÍSTICAS: São massas de hiperceratose, 
duras e amareladas, que se localizam em áreas corporais 
submetidas a atrito e pressão constantes. São comumente 
encontradas nas regiões plantares e palmares. Podem 
tornar-se dolorosas devido ao trauma excessivo ou à 
infecção secundária. 
@anabea.rs | Ana Beatriz Rodrigues 
4 
A cirurgia excisional e a eletrocirurgia devem ser 
contraindicadas, pois evoluem com cicatrização muito 
demorada e surgimento de cicatrizes hipertróficas 
permanentes, muito dolorosas. 
TRATAMENTO: A quimiocirurgia costuma oferecer 
resultados satisfatórios, embora transitórios. Deve 
eliminar a causa. 
CALOS 
CARACTERÍSTICAS: É uma hiperceratose 
circunscrita, causada por irritação traumática (ex.: uso de 
sapatos apertados). É amarelada, pouco elevada, dura, 
localizada em partes proeminentes dos pés. Apresenta 
diâmetro variável de 0,5 cm a 2 cm. É geralmente doloroso 
e apresenta sensibilidade atmosférica, tornando-se 
doloroso antes, no decorrer e depois de chuvas. Pode 
infectar-sesecundariamente, exacerbando a dor. 
TRATAMENTO: baseia-se na retirada do fator irritativo. 
A quimiocirurgia também está indicada, geralmente após 
desbastamento com lâmina de bisturi e amolecimento da 
lesão com água morna durante 20 min. 
 
VERRUGA SEBORREICA 
Constitui anormalidade benigna de maturação das células 
basais da epiderme, e consiste em uma pápula ou placa 
elevada, bem definida, com superfície rugosa. 
Resulta da falta de maturação dos queratinócitos, o que 
leva ao acúmulo de células imaturas no interior da 
epiderme. Melanócitos vizinhos podem transferir 
melanina aos queratinócitos anormais, de tal modo que as 
lesões são usualmente pigmentadas. 
QUADRO CLÍNICO: As verrugas seborreicas 
apresentam grande variedade de formas clínicas que, 
frequentemente, provocam confusão diagnóstica. A forma 
mais comum é a de vegetação delimitada, geralmente 
múltipla, de cor castanho-escuro, consistência mole, 
forma arredondada ou ovalada, com tamanho variando de 
alguns milímetros a 1 cm, ou até mais, localizadas na face 
e/ou tronco. 
TRATAMENTO: Essa lesão constitui o diagnóstico 
diferencial mais comum com o melanoma maligno. O 
tratamento consiste na exérese cirúrgica seguida de exame 
histopatológico. Dependendo da forma da apresentação 
clínica, as lesões podem ser facilmente removidas por 
curetagem e cauterização. 
 
AFECÇÕES DÉRMICAS E SUBCUTÂNEOS 
 
TECIDO CONJUNTIVO 
DERMATOFIBROMA (HISTIOCITOMA FIBROSO 
BENIGNO) 
Tumor de origem conjuntiva, relativamente frequente, 
representa cerca de 3% das lesões cutâneas encaminhadas 
para exame histopatológico. Usualmente, apresenta-se 
com consistência dura, de tamanho variável (quase sempre 
menor que 1 cm), forma arredondada ou ovoide, 
hiperceratótico, com pele suprajacente de cor normal, 
vermelho-acastanhada ou preto-azulada. Pode ser único 
ou múltiplo, assintomático e séssil na maioria dos casos. 
Eventualmente, a lesão apresenta-se muito pigmentada, de 
modo que assume importância no diagnóstico diferencial 
com o melanoma maligno. Essa coloração é adquirida pela 
captação de melanina e hemossiderina pelos macrófagos 
dérmicos, assim como pela neoformação vascular. 
Apresenta-se como pápula elevada ou nódulo de tamanho 
variável e superfície lisa aderente à pele suprajacente. 
O tratamento é cirúrgico e inclui a ressecção de toda a 
lesão. Após ressecção, a peça deve ser encaminhada para 
exame histopatológico. 
ACROCORDON (PAPILOMA OU SIBROMA 
MOLE DE UNNA) 
Trata-se de afecção extremamente comum, caracterizada 
por lesão pedunculada ou filiforme, de consistência 
amolecida, usualmente múltipla, com diâmetro variável de 
1 a 10 mm, muito comum em indivíduos de meia-idade ou 
idosos. 
@anabea.rs | Ana Beatriz Rodrigues 
5 
A lesão guarda relação direta com a idade, o peso e a altura 
e pode crescer durante a gravidez. A camada epidérmica 
pode ser ligeiramente hiperplásica. As lesões apresentam 
coloração semelhante à da pele ou são pigmentadas. 
O tratamento é cirúrgico e, nos casos de pedículos muito 
finos, dispensa, inclusive, anestesia local. Consiste na 
secção do pedículo com tesoura ou na sua ligadura com fio 
inabsorvível. Outras opções terapêuticas incluem a 
eletrocauterização e a criocirurgia. 
TECIDO ADIPOSO – LIPOMA 
Tumor benigno, constituído por células adiposas adultas, 
que pode ser encontrado em todos os locais onde estiver 
presente tecido gorduroso. Lipomas congênitos têm sido 
descritos em crianças. 
O lipoma apresenta-se como nódulo subcutâneo, único ou 
múltiplo, não doloroso, de consistência amolecida, 
arredondado ou lobulado, móvel, de tamanho muito 
variável, com crescimento na maioria das vezes rápido. A 
pele suprajacente costuma ser normal, mas, quando 
comprimida contra o tumor, costuma adquirir aspecto 
semelhante à casca de laranja. 
A lipomatose múltipla hereditária é condição autossômica 
dominante, mais encontrada em indivíduos do gênero 
masculino, que se caracteriza pela presença generalizada 
de lipomas simétricos. 
Alguns autores recomendam sempre a exérese cirúrgica 
dos lipomas, especialmente naqueles de crescimento 
rápido. 
TECIDO VASCULAR 
GRANULOMA PIOGÊNICO (GRANULOMA 
TELANGIECTÁSICO, HEMANGIOMA CAPILAR 
LOBULAR OU ANGIOMA DE GRANULAÇÃO) 
Tumor benigno vascular adquirido, relativamente 
frequente, que acomete pele e mucosa, sobretudo da região 
periungueal e/ou leito ungueal. Geralmente é uma 
tumoração pequena, com diâmetro variando em torno de 1 
cm. A lesão é sólida, vegetante, pedunculada ou séssil, 
friável, íntegra ou exulcerada, recoberta por crosta, que 
costuma sangrar ao menor traumatismo. É geralmente 
única e apresenta, quase sempre, forma globosa ou 
polipoide e coloração vermelho-viva ou arroxeada com 
aspecto semelhante ao de uma framboesa. 
Sua patogênese não está ainda bem definida. Mecanismos 
envolvidos incluem traumatismo local, infecção, uso de 
drogas e hormônios sexuais associados à gravidez. 
O termo piogênico é inadequado, uma vez que essa 
condição não produz secreção purulenta e não está 
relacionada com a infecção, razão pela qual sua sinonímia 
é variada. Histologicamente, caracteriza-se por 
proliferação vascular, tecido de granulação e infiltrado 
inflamatório crônico. Os linfócitos são as células mais 
representativas. 
As lesões costumam ser indolores, mas apresentam 
tendência a ulcerar-se e a sangrar por qualquer trauma. 
Aliás, o sangramento constitui sua principal manifestação 
clínica. 
O tratamento inclui uma série de opções, tais como uso de 
medicamentos, exérese cirúrgica, curetagem e 
eletrocauterização, crioterapia e laserterapia. 
LINFANGIOMAS 
Consistem em erro de desenvolvimento decorrente de 
excesso de tecido linfático. 
São classificados em três tipos: linfangioma cístico 
(higroma cístico), simples e cavernoso. 
Podem ser classificadas também os infangiomas em 
dois grupos principais: superficiais (linfangiomas 
circunscritos) e profundos (cavernosos e os higromas 
císticos). 
O higroma cístico constitui o tipo mais frequente de 
linfangioma. Localiza-se, de preferência, na região 
cervical, no triângulo posterior do pescoço e na face. A 
apresentação usual é de massa não dolorosa, de 
consistência cística. Outras manifestações dependem da 
localização e/ou de complicações da lesão (geralmente 
volumosas), incluindo distúrbio respiratório, dificuldades 
de alimentação, febre, infecção e crescimento rápido. 
Ao exame clínico, apresenta-se como lesão elástica, 
compressível, não dolorosa, transiluminável e sem 
nenhum sopro vascular perceptível. 
Ultrassonograficamente, o aspecto pré-natal é de massa 
cística multisseptada, paredes finas que, eventualmente, 
pode apresentar textura mais complexa, com componentes 
sólidos e císticos. Quando aspirada, a secreção intracística 
pode ter aspecto leitoso, seroso, serossanguinolento ou cor 
de palha. 
Tende a provocar lesões grandes, são considerados mais 
uma malformação do que um tumor. Costumam ocorrer 
em recém-nascidos a crianças de 2 anos. Serão 
procedimentos que não permite a realização em ambientes 
laboratoriais, pois será uma lesão grande. 
As principais complicações dos higromas císticos 
incluem infecção (a lesão aumenta de tamanho e torna-se 
quente, dolorosa, opaca à transiluminação, hiperemiada, e 
o paciente apresenta-se febril), que pode evoluir para 
formação de abscesso (exigindo drenagem); sangramento 
(aumento de tensão e endurecimento); ruptura espontânea; 
dificuldades respiratórias e disfagia. 
O tratamento de escolha é a ressecção cirúrgica, mas 
outras modalidades terapêuticas têm sido descritas, 
incluindo escleroterapia, drenagem simples, aspiração, 
radioterapia, laserterapia, ablação por radiofrequência e 
@anabea.rs | Ana Beatriz Rodrigues 
6 
cauterização. A aspiração pode ser usada como medida 
temporária para reduzir o tamanho da lesão, 
principalmente nos casos de compressãodas vias 
respiratórias e/ou digestivas. 
O linfangioma circunscrito (LC) apresenta-se como 
pequenas vesículas translúcidas, de tamanho variável (2 
mm a 4 mm), de coloração rósea, avermelhada ou escura, 
que conferem à pele aspecto semelhante ao da pele de 
sapo. As vesículas tendem a aumentar em número e 
tamanho, e podem romper-se, provocando sangramento ou 
drenagem. 
Os locais mais acometidos incluem extremidades 
proximais, tronco, axila, cavidade oral. 
Classificação: clássico e localizado. A forma clássica 
apresenta-se ao nascimento ou logo após com tamanho 
superior a 1 cm. Ocorre, predominantemente, na parte 
proximal dos membros (especialmente braço e axila), 
tórax adjacente e região escapular. Edema localizado é 
frequentemente detectado em áreas adjacentes às 
vesículas. A forma localizada, por sua vez, pode ser 
observada em qualquer idade, apresenta diâmetro inferior 
a 1 cm e pode ser encontrada em qualquer local. Outras 
complicações incluem celulite e sangramento. 
A transformação maligna é rara. O diagnóstico diferencial 
inclui as linfangiectasias, o carcinoma telangiectoide, os 
hemangiomas, o molusco contagioso, o angioceratoma e o 
linfangioendotelioma, entre outros. 
A ressecção cirúrgica é o tratamento de escolha e visa 
remover a(s) lesão(ões) com o objetivo de evitar recidiva. 
A ressonância magnética está indicada, no pré-operatório, 
para determinar a extensão do LC, facilitando a excisão 
cirúrgica completa. 
HEMANGIOMAS E MALFORMAÇÕES 
VASCULARES 
Hemangiomas: são tumores, com aumento de 
proliferação celular, ou seja, aumento de células 
endoteliais, mastócitos, macrófagos e fibroblastos. 
Costumam não estar presentes no nascimento. 
Malformação vascular: as taxas de proliferação celular 
estão preservadas e muitas vezes tem um aspecto de 
tumor. São menos frequentes, mas já estão presentes ao 
nascimento e tendem a não involuir. 
Atualmente existe tendência a classificar os hemangiomas 
em infantil, congênito, hemangioendotelioma 
kaposiforme e granuloma piogênico. 
As quatro lesões de maior interesse em cirurgia 
ambulatorial, são: 
− Mancha em vinho do Porto (malformação 
vascular): lesão não involutiva, de limites bem-
definidos, sendo considerada a malformação 
vascular mais comum. A lesão é de cor rósea ao 
nascimento e escurece com o passar dos anos, até 
atingir coloração vinhosa. Seu tratamento pode ser 
feito por cirurgia, tatuagem, camuflagem 
doméstica e laser. 
− Hemangioma senil: São lesões extremamente 
frequentes, em geral múltiplas, que predominam 
no tronco, onde se apresentam como máculas ou 
pequenas pápulas vermelhas ou purpúreas. 
Assintomáticas, essas lesões não têm importância 
médica e dispensam qualquer tipo de tratamento. 
Eventualmente podem ser cauterizadas. 
− Hemangiomas infantis: São os tumores mais 
comuns da infância. O aspecto de um 
hemangioma emergente pode ser o de uma mácula 
eritematosa ou telangiectasia localizada 
circundada por halo pálido. 
− Hemangioma cavernoso (malformação 
vascular): Consiste numa proliferação de vasos 
formando verdadeiros lagos ou cavernas 
vasculares, de origem venosa ou mista. 
Apresenta-se, normalmente, como tumefação 
lobulada, em alto relevo, de consistência mole e 
depressível. As malformações venosas 
apresentam cor azulada abaixo da pele ou mucosa, 
enquanto nas mistas predominam a tonalidade 
vermelho-escura e a purpúrea. Pode ser feito o 
tratamento por cirurgia, escleroterapia e 
embolização. 
Tratamento: em casos infantis deve avaliar custo e 
benefício, para ver se vale a pena operar ou não. São em 
geral mais conservadores. 
AFECÇÕES DOS ANEXOS DA PELE 
 
FOLÍCULOS PILOSOS - CERATOACANTOMA 
Tumor epitelial benigno, como úlcera crateriforme da 
face. Ocorre, de preferência, em áreas da pele exposta ao 
sol de indivíduos de meia-idade ou idosos, com pico de 
incidência entre 50 e 69 anos. 
Deriva-se, provavelmente, de células dos folículos 
pilosos. Apresenta-se sob a forma solitária ou múltipla e 
caracteriza-se, ao contrário da maioria dos tumores 
benignos cutâneos, por crescimento inicial rápido e 
involução espontânea. 
A biópsia excisional ou incisional seguida de exame 
histopatológico é recomendada em todos os casos, com o 
objetivo de diferenciá-los do carcinoma espinocelular 
(CEC). 
TRATAMENTO: Embora possa apresentar regressão 
espontânea, esta é geralmente lenta e evolui para a 
formação de cicatriz, muitas vezes inaceitável do ponto de 
vista cosmético. Os seguintes tipos de tratamento podem 
ser indicados: Cirúrgico, Medicamentoso, Radioterapia, 
Terapia fotodinâmica, Laser, Criocirurgia, Métodos 
combinados.

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