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Quinhentismo, Trovadorismo, Humanismo e Classicismo

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65 
EsPCEx 
2024 
AULA 01 
Quinhentismo, Trovadorismo, Humanismo e Classicismo 
Professora Luana Signorelli 
 
 
 
2 
Profa. Luana Signorelli 
 
 
 
AULA 01 – QUINHENTISMO, TROVADORISMO, 
HUMANISMO E CLASSICISMO 
Sumário 
INTRODUÇÃO 4 
1.0 CONTEXTUALIZAÇÃO GERAL 4 
2.0 QUINHENTISMO 6 
2.1 Literatura de informação 10 
2.2 Literatura de catequese 15 
3.0 TROVADORISMO 23 
3.1 Cantiga de amigo 25 
3.2 Cantiga de amor 27 
3.3 Cantiga de escárnio 29 
3.4 Cantiga de maldizer 29 
3.5 Prosa trovadoresca 31 
4.0 HUMANISMO 35 
4.1 Gil Vicente 37 
5.0 CLASSICISMO 42 
5.1 Luís Vaz de Camões 45 
6.0 MOVIMENTOS ARTÍSTICOS MEDIEVAIS 52 
6.1 Românico 53 
6.2 Gótico 54 
6.3 Bizantino 55 
6.4 Renascimento 56 
7.0 CRÍTICA LITERÁRIA 57 
8.0 QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS 61 
8.1 Lista de fixação 74 
8.2 Gabarito 97 
9.0 QUESTÕES COM COMENTÁRIOS 98 
9.1 Lista de fixação comentada 120 
10.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 160 
11.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS 162 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
Profa. Luana Signorelli 
 
 
 
AULA 01 – QUINHENTISMO, TROVADORISMO, 
HUMANISMO E CLASSICISMO 
Professora Luana Signorelli 
Exército Brasileiro 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
@profa.luana.signorelli Professora Luana 
Signorelli 
/luana.signorelli 
Luana Signorelli @luanasignorelli1 
 
 
 
4 
Profa. Luana Signorelli 
 
 
 
AULA 01 – QUINHENTISMO, TROVADORISMO, 
HUMANISMO E CLASSICISMO 
INTRODUÇÃO 
 
Hoje nós vamos dar continuidade ao nosso Curso Extensivo de Literatura para ESA 2024. 
Lembrem-se sempre do nosso lema: 
 
“O segredo do sucesso é a constância no objetivo”. 
 
Segundo o nosso cronograma de aulas, hoje estudaremos o seguinte: 
 
AULA TÓPICOS ABORDADOS 
 
 
 
AULA 01 
Quinhentismo, Trovadorismo, Humanismo e Classicismo 
Literatura de formação e de catequese. Brasil: Carta de Caminha e Padre 
Anchieta. Portugal: Trovadorismo. Humanismo: Gil Vicente. Temáticas 
Literárias: amor cortês; ética do comportamento. Literatura Clássica. 
Classicismo: Camões (poesia épica e poesia lírica). Intertextualidade: 
diálogo entre Camões e a poesia moderna. Artes: Período Medieval, estilos 
Gótico, Bizantino e Românico; Renascimento. 
 
 
Então, vamos lá, não percamos tempo! 
 
1. Contextualização Geral 
 
A metodologia dessa aula irá se pautar nos seguintes aspectos: contextualização do período 
histórico, tanto brasileiro quanto português, características gerais dos movimentos e um breve resumo 
de autores e obras com quadros sinópticos. 
O quadro sinóptico (sinopse: resumo) é um material de apoio que irá poder ajudá-los pouco antes 
da prova, por se tratar de conteúdos concentrados. 
• Literatura brasileira: Quinhentismo. 
• Literatura portuguesa: Trovadorismo; Classicismo e Humanismo. 
 
Na aula de hoje, iremos abordar 4 movimentos literários. Honestamente, eles 
não costumam cair com frequência em provas. Porém, quando caem, as bancas 
costumam cobrá-los numa abordagem interdisciplinar, associando-os à cultura 
medieval. Por isso, o tratamento desses conhecimentos são importantes: porque eles 
podem ser o diferencial! 
 
 
 
 
5 
Profa. Luana Signorelli 
 
 
 
AULA 01 – QUINHENTISMO, TROVADORISMO, 
HUMANISMO E CLASSICISMO 
 
Nesse início da historiografia literária, para além do Quinhentismo 
brasileiro, é importante conhecer os movimentos literários e 
artísticos europeus também, pois eles se relacionam com a 
Literatura Nacional. Logo, são instrumentos importantes no nosso 
estudo. Eis abaixo um esquema que pode ajudá-los. 
 
Esse quadro nos ajuda a entender que uma literatura particular pode se alçar a universal, e é nesse 
sentido que é importante ter uma perspectiva do todo. É como diz o russo Liév Tolstói: para se falar do 
mundo, é preciso primeiro saber falar da própria aldeia. 
Esse modo de encarar a Literatura também pode ser explicado pelo crítico literário Antonio 
Candido em sua obra A educação pela noite & outros ensaios: 
• A literatura nacional e a universal se encontram numa relação orgânica. 
 
Particular ⇌ Universal 
 
É nesse sentido ainda que podemos empregar o termo “literatura” com letra minúscula para 
designar um sentido lato (geral, amplo) ou “Literatura”, para nos remeter à disciplina e à área de 
conhecimento especificamente. 
LITERATURA REGIONAL
Produção literária em escala 
local ou particular. Pode 
transmitir qualidades 
culturais próprias. Foi 
importante para o 
Modernismo, por exemplo, 
com Graciliano Ramos e 
Guimarães Rosa, que 
retrataram o Nordeste e 
Minas Gerais.
LITERATURA NACIONAL
Literatura produzida em um 
contexto de Estado-Nação ou 
país. Por exemplo: literatura 
brasileira, francesa, inglesa, 
russa etc. É importante 
observar que, a depender do 
movimento literário, houve 
algumas diferenças de país 
para país.
LITERATURA UNIVERSAL
Weltliteratur (em alemão) 
significa Literatura Mundial. 
Foi um conceito 
desenvolvido pelo romântico 
Goethe (1749-1832). É a 
noção de que a grande 
literatura ultrapassa 
fronteiras regionais e até 
mesmo temporais. 
 
 
 
6 
Profa. Luana Signorelli 
 
 
 
AULA 01 – QUINHENTISMO, TROVADORISMO, 
HUMANISMO E CLASSICISMO 
Fonte: Pixabay. Fonte: Shutterstock. 
2.0 Quinhentismo 
 
Aqui, vocês serão convidados a adentrar o universo de sonho das grandes navegações! 
Julho de 1969. O estadunidense Armstrong chocava toda a humanidade quando pisava pela 
primeira vez na lua. Não foi tão diferente com as descobertas dos espanhóis e dos portugueses quando 
descobriram novos mundos antes desconhecidos. 
O contato com os nativos nus, de língua e costumes estranhos, as belezas naturais, os animais, as 
plantas e os frutos exóticos, os mistérios, as riquezas – tudo isso contribuiu para uma vasta criatividade 
dos escritores que para cá vinham, consistindo na primeira produção literária nacional. 
A expansão ultramarina foi uma das ‘soluções’ encontradas pela sociedade da Europa 
Ocidental para fazer frente aos graves problemas gerados pela crise do sistema feudal. A 
necessidade de encontrar novas fontes de riquezas, controlar novas regiões produtoras, a 
centralização política, foram fatores decisivos para o desencadeamento do processo 
expansionista. (MARQUES, 2005). 
Os portugueses levaram grande vantagem sobre este processo, pois lideravam a Escola de Sagres, 
um grupo de pessoas ligadas à arte náutica, desenvolvendo tecnologia – tais como as caravelas e o 
astrolábio (instrumento astronômico que funcionava como bússola) – e a tradição marítima acumulada 
fez com que Pedro Álvares Cabral chegasse ao Brasil em 1500. Seguem abaixo exemplos de instrumentos 
de navegação: a bússola e o astrolábio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
As grandes navegações motivaram expansões ultramarinas. A atmosfera era de 
competitividade/necessidade, consistindo na primeira fase do capitalismo: mercantilismo. As metrópoles 
iam atrás de matérias-primas. O Brasil naturalmente logo se revelou fonte de riquezas naturais. Por isso, 
houve exploração desses recursos, especialmente, o Pau-Brasil. 
As capitais brasileiras foram respectivamente: 
 
 
 
7 
Profa. Luana Signorelli 
 
 
 
AULA 01 – QUINHENTISMO, TROVADORISMO, 
HUMANISMO E CLASSICISMO 
 
 
 
 
E depois disso, no Brasil... 
• Século XVI: a metrópole procurou garantir o domínio sobre a terra descoberta, organizando-a em 
capitanias hereditárias e enviando negros da África para povoá-la e jesuítas da Europa para 
catequizar os índios; 
• Século XVII: a cidade de Salvador, na Bahia, povoada por aventureiros portugueses, índios, negros 
e mulatos, tornou-se o centro das decisões políticas e do comércio do açúcar; 
• Século XVIII: a região de Minas Gerais transformou-se no centro da exploração do ouro e das 
primeiras revoltas políticas contra a colonização portuguesa, entre as quais se destacou o 
movimento da Inconfidência Mineira (1789-1792). 
 
O Quinhentismo é a primeira escola literária brasileira, porque as obras foram 
produzidas em território brasileiro, ainda que por estrangeiros (colonizadoresde 
várias nacionalidades, especialmente, portugueses, mas também alemães, 
franceses etc.). O primeiro movimento literário nacional será o Romantismo, 
pois só é possível falar de nacionalismo a partir da Independência de 1822. 
 
Embora a Literatura Brasileira tenha nascido no período colonial, é difícil precisar o momento em que 
passou a configurar como produção cultural independente dos vínculos lusitanos. Durante o período 
colonial, ainda não eram sólidas as condições essenciais para o florescimento da literatura em si; portanto, 
eram comuns na época meros registros ou diários de navegação. Geralmente, os livros produzidos por 
escritores nascidos no Brasil eram impressos em Portugal e depois trazidos à colônia. 
 
CONTEXTUALIZAÇÃO DO QUINHENTISMO 
 
Brasil Colônia 
 
ESTILO LITERÁRIO PRINCIPAIS AUTORES DESCRIÇÃO 
Quinhentismo. 
Duas tendências ou 
vertentes: 
literatura de formação, 
informação 
Literatura de informação: 
Pero Vaz de Caminha e Pero Magalhães 
Gândavo. 
Literatura de catequese: 
Padre José de Anchieta e Padre Manuel 
da Nóbrega. 
Literatura de informação: 
cunho informativo, com 
foco em documentar. 
Literatura de catequese: 
textos de cunho religioso. 
 
Salvador
Rio de 
Janeiro
Brasília
 
 
 
8 
Profa. Luana Signorelli 
 
 
 
AULA 01 – QUINHENTISMO, TROVADORISMO, 
HUMANISMO E CLASSICISMO 
Infográfico: Showeet. 
 
 
 
Pontos históricos mais relevantes do Brasil 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A LITERATURA DE INFORMAÇÃO 
A literatura de informação, ou de expansão, foi cultivada em Portugal à época das 
grandes navegações. A finalidade desses textos, escritos em prosa, era narrar e descrever as 
viagens e os primeiros contatos com a terra brasileira e seus nativos. Embora guardem pouco 
valor literário, são textos dotados de grande documentação histórica. 
LITERATURA DE FORMAÇÃO
visava ao processo educativo e cultural dos 
povos nativos. É sinônimo de literatura de 
catequese
LITERATURA DE INFORMAÇÃO
testemunho que valia como documentos, 
cujo objetivo central era narrar e descrever 
as terras, os povos e os costumes
Até 1499 1500 1532 
História Pré-Cabralina 
Luzia é o fóssil da mulher pré-
histórica mais antigo encontrado 
nas Américas. No Brasil, 
especificamente, regiões onde foi 
indicada presença de povos 
primitivos foram Pedra Pintada e 
Pedra Furada. Até pouco antes de 
Pedro Álvares Cabral chegar (~ 
1300 d. C.), uma grande 
comunidade de referência era o 
Monte de Teso dos Bichos na Ilha 
do Marajó. 
Capitanias hereditárias 
Em 1532, há a criação do 
sistema de Capitanias 
Hereditárias (rei D. João III). 
Esse regime inicial foi de 
1534 a 1549, baseando-se 
numa organização 
puramente mercantil. No 
início, apenas duas 
prosperavam: São Vicente e 
Pernambuco. 
Chegam os portugueses 
D. João II falece em 1495. O contexto 
de expulsão dos judeus se acentua, e 
eles eram quem bancavam grande 
parte das expedições portuguesas. 
Ainda assim, Pedro Álvares Cabral 
chega em terras brasileiras em 21 de 
abril de 1500. 
1538 
Chegam os escravos 
Em 1538, começam a chegar 
ao Brasil os primeiros 
escravos vindos da África. Em 
1548, a Coroa Portuguesa 
cria e institui o Governo-Geral 
no Brasil. 
Chegam os 
holandeses 
Início dos ataques 
holandeses ao litoral 
brasileiro. Maurício 
de Nassau conquista 
Pernambuco (1637). 
O açúcar era a maior 
produção. 
 1580 
 
 1599 
Domínio espanhol 
O Brasil passa a ser domínio 
espanhol. A União Ibérica vai 
ser um episódio na História 
do Brasil Colônia de 1580 a 
1640. Durante esse período, 
governarão 3 Felipes 
 
 
 
9 
Profa. Luana Signorelli 
 
 
 
AULA 01 – QUINHENTISMO, TROVADORISMO, 
HUMANISMO E CLASSICISMO 
Nem crônicas, nem memórias, pois não resultavam de nenhuma intenção literária: os escritos 
dos cronistas e viajantes eram uma tentativa de descrever e catalogar a terra e o povo recém-
descobertos. Entretanto, permeava-os a fantasia de seus autores, exploradores europeus que 
filtravam fatos e dados, acrescentando-lhes elementos mágicos e características muitas vezes 
fantásticas. (VOGT, 1982). 
 
 
A LITERATURA DE CATEQUESE 
Os jesuítas vindos ao Brasil com a missão de catequizar os índios deixaram inúmeras cartas, 
tratados descritivos, crônicas históricas e poemas. Os principais deles foram José de Anchieta e o padre 
Manuel de Nóbrega, que chegaram juntos ao Brasil em 1553 e fundaram no ano seguinte, no planalto de 
Piratininga, um colégio que se tornou o núcleo da futura cidade de São Paulo. 
 
A primeira missa no Brasil (1861), de Victor Meirelles. 
• Tendência literária de representação da figura
do indígena. Observação: isso pode ser feito de
maneira diferente ao longo da História.
Indianismo
 
 
 
10 
Profa. Luana Signorelli 
 
 
 
AULA 01 – QUINHENTISMO, TROVADORISMO, 
HUMANISMO E CLASSICISMO 
Pero Vaz de Caminha 
Nasceu em 1450 e faleceu em 1500. Foi um fidalgo 
português e um escrivão da armada de Pedro Álvares Cabral. 
Sua produção mais relevante foi a carta escrita a D. Manuel I, 
datada de 1º de maio de 1500, na qual revela os primeiros 
relatos descritivos sobre a terra do Brasil. 
Sinopse: o filme é ambientado em 1570 e 
conta a história de mulheres órfãs de Portugal 
que eram enviadas ao Brasil para se casar com 
os colonizadores. Essa prática visava construir 
núcleos familiares cristãos e de ascendência 
europeia, coibindo os relacionamentos entre 
homens brancos e mulheres indígenas. 
Essa obra de arte foi criada em um movimento artístico posterior: 
o Romantismo. No centro do quadro, há a celebração do culto 
religioso católico-cristão, no caso, a Primeira Missa no Brasil, em 
terra de Vera Cruz, cidade de Cabrália. As vestes do padre são 
brancas e iluminadas. Literalmente, representação do 
teocentrismo, no caso, sendo o padre o representante de Deus na 
terra. Os indígenas, embora estejam em maior número, 
encontram-se marginalizados. Por meio desse posicionamento, 
podemos perceber criticamente o processo de aculturação: ou 
seja, os indígenas sendo relegados às margens, sem possibilidade 
de participação efetiva, a não ser um papel como espectadores. 
 
 
 
 
 
 Filme: Desmundo. 
 
 
 
 
 
2.1 Literatura de informação 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
Profa. Luana Signorelli 
 
 
 
AULA 01 – QUINHENTISMO, TROVADORISMO, 
HUMANISMO E CLASSICISMO 
Carta de Pero Vaz de Caminha (1500) 
 
CATEGORIA DEFINIÇÃO 
ESTRUTURA 
Carta em 14 páginas em forma de inventário/diário de navegação, com 
mescla de tipologias textuais: descrição, narração e dissertação. Em se 
tratando de uma obra da literatura de informação quinhentista, seu 
objetivo principal é descrever as terras brasileiras (fauna e flora), bem 
como os povos nativos. O ponto de vista está na primeira pessoa, alterando 
a primeira pessoa do singular (o próprio autor, Pero Vaz de Caminha), e 
do plural (os portugueses no geral). 
PERSONAGENS 
Pero Vaz de Caminha (remetente), el-rei D. Manuel I (destinatário), Nicolau 
Coelho, Capitão-mor, piloto Afonso Lopes, degredado (exilado) Afonso 
Ribeiro, Bartolomeu Dias, padre frei Henrique, indígenas (não nomeados). 
TEMPO 
Saída em 9 de março de 1500 e chegada no dia 21 de abril de 1500. 
Como no ano de 1500 o mês de março tem 31 dias, quer dizer que 
demoraram 43 dias para chegar. O relato termina numa sexta-feira, não 
se especifica qual, com a celebração da Santa Missa e o fechamento. 
ESPAÇO 
Percurso até chegarem (passando por regiões geográficas como as Ilhas 
Canárias e as Ilhas de Cabo Verde), culminando no achamento da Terra 
de Vera Cruz (nome inicial do Brasil). 
CONFLITO 
Pero Vaz de Caminha é um fidalgo enviado junto com a tripulação de 
desbravadores com o objetivo de fazer um levantamento das descobertas. 
Ao chegar ao Brasil, chama a sua atenção aspectos como: choque cultural 
com os costumes dos povos indígenas, descrição das terras brasileiras 
(animais e plantas), descriçãodos hábitos dos indígenas (alimentação, 
dança, onde dormiam – nas ocas, meios de subsistência, armas, crenças) e 
os gestos dos indígenas indicando que nessas terras haveria ouro e prata 
(tratando-se de uma conjectura). 
DESFECHO 
Como era de praxe no catolicismo, ao descobrir novas terras os 
portugueses tinham como finalidade chantar uma Cruz e rezar uma missa. 
Pero Vaz de Caminha pretende enviar vários objetos para o el-rei D. 
Manuel I, como forma de comprovação do que narrou e descreveu na 
carta. Inclusive, faz planejamentos futuros, confabulando com o el-rei a 
vinda de mais pessoas para a nova terra como parte do projeto. Iriam 
ficar no Brasil alguns degredados. Termina mencionando que não haveria 
mais necessidade de enviar desbravadores para Calicute (missão às 
Índias), como quem está tão orgulhoso de sua missão que acha que ela 
seria suficiente para convencer el-rei. 
 
 
 
Com as caravelas ao fundo, o primeiro 
encontro diplomático no Brasil é uma troca 
de chapéus entre o diplomata Nicolau Coelho 
e o pajé, provavelmente da tribo tupi. 
 
 
 
12 
Profa. Luana Signorelli 
 
 
 
AULA 01 – QUINHENTISMO, TROVADORISMO, 
HUMANISMO E CLASSICISMO 
 
 
E assim seguimos nosso caminho, por este mar, de longo, até que, terça-feira das Oitavas de 
Páscoa, que foram 21 dias de abril, estando da dita Ilha obra de 660 ou 670 léguas, segundo os 
pilotos diziam, topamos alguns sinais de terra, os quais eram muita quantidade de ervas compridas, 
a que os mareantes chamam botelho, assim como outras a que dão o nome de rabo-de-asno. E 
quarta-feira seguinte, pela manhã, topamos aves a que chamam fura-buxos. 
 Neste dia, a horas de véspera, houvemos vista de terra! Primeiramente dum grande monte, 
mui alto e redondo; e doutras serras mais baixas ao sul dele; e de terra chã, com grandes arvoredos: 
ao monte alto o capitão pôs nome – o Monte Pascoal e à terra – a Terra da Vera Cruz. 
 Dali avistamos homens que andavam pela praia, obra de sete ou oito, segundo disseram os 
navios pequenos, por chegarem primeiro. 
 Então lançamos fora os batéis e esquifes, e vieram logo todos os capitães das naus a esta nau 
do Capitão-mor, onde falaram entre si. E o Capitão-mor mandou em terra no batel a Nicolau Coelho 
para ver aquele rio. E tanto que ele começou de ir para lá, acudiram pela praia homens, quando aos 
dois, quando aos três, de maneira que, ao chegar o batel à boca do rio, já ali havia dezoito ou vinte 
homens. 
 Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas. Nas mãos traziam 
arcos com suas setas. Vinham todos rijos sobre o batel; e Nicolau Coelho lhes fez sinal que 
pousassem os arcos. E eles os pousaram. Ali não pôde deles haver fala, nem entendimento de 
proveito, por o mar quebrar na costa. Somente deu-lhes um barrete vermelho e uma carapuça de 
linho que levava na cabeça e um sombreiro preto. 
 Um deles deu-lhe um sombreiro de penas de ave, compridas, com uma copazinha de penas 
vermelhas e pardas como de papagaio; e outro deu-lhe um ramal grande de continhas brancas, 
miúdas, que querem parecer de aljaveira, as quais peças creio que o Capitão manda a Vossa Alteza, 
e com isto se volveu às naus por ser tarde e não poder haver deles mais fala, por causa do mar. 
*Vocabulário 
Chã: terreno plano, planície 
Batéis e esquifes: barcos pequenos 
Barretes: cobertura de tecido flexível que se ajusta facilmente à cabeça e termina em ponta que pende para 
trás ou para o lado. 
 
1. (Estratégia Militares 2019 – Questão Autoral – Professora Luana Signorelli) Para começar o estudo 
da literatura brasileira, toma-se geralmente por base o início da colonização portuguesa, pois o 
desenvolvimento dessa literatura se dá no contexto da transposição da cultura ocidental para a 
América. À luz destes conhecimentos, selecione a alternativa correta. 
a) A literatura colonial produzida no Brasil, na época de 1500-1700, tinha como principal gênero a 
poesia. 
b) Autores como José de Anchieta e Padre Antônio Vieira foram de importância crucial para o 
desenvolvimento da literatura nacional, sobretudo porque desenvolveram uma literatura de cunho 
jesuítico. 
 
 
 
13 
Profa. Luana Signorelli 
 
 
 
AULA 01 – QUINHENTISMO, TROVADORISMO, 
HUMANISMO E CLASSICISMO 
c) A carta de Pero Vaz de Caminha, destacada como marco da literatura colonial, demonstra uma 
linguagem considerada difícil para os dias atuais, pois se tratava de português arcaico. 
d) Pode-se concluir do texto que Nicolau Coelho foi grande amigo de Pero Vaz de Caminha e chegou 
com ele junto ao Brasil. 
e) É possível depreender do texto que, uma vez que os nativos possuíam barrete e carapuças, eles 
representavam séria ameaça aos viajantes. 
Comentários: 
Questão de contexto histórico-social/interpretação de texto literário. 
Alternativa A: incorreta. O Trovadorismo em Portugal teve como principal gênero a poesia. A 
produção literária do Quinhentismo no Brasil se limitou a 1500, pois em 1600 já havia outros 
movimentos literários, como Barroco e Arcadismo. Além do mais, a principal obra desse período é 
escrita em forma de prosa, tratando-se da carta de Pero Vaz de Caminha. 
Alternativa B: incorreta. Padre Antônio Vieira já era autor do Barroco. 
Alternativa C: correta – gabarito. Acompanhe abaixo as fases da História da Língua Portuguesa. 
 1) Arcaico: 1500 => cartas. Portugal ~ Espanha: língua de contato – galego/português; 
 2) Clássico: 1600 => Camões; 
 3) Moderno: até hoje. 
Alternativa D: incorreta. Não é possível concluir isso a partir do trecho. Porém, pode-se inferir o 
seguinte: o capitão-mor manda Nicolau Coelho como o primeiro a testar terras desconhecidas. Ou 
seja, ele serviu como cobaia. Na verdade, historicamente Nicolau Coelho era um comandante da 
armada de Pedro Álvares Cabral. 
Alternativa E: incorreta. A História irá comprovar que a chegada dos portugueses significou 
massacre para os povos indígenas, mas, em um primeiro momento, não é possível depreender isso do 
texto. Tanto é que houve um sinal de contato e de reconhecimento entre eles, momento simbolizado 
pela troca de chapéus. 
Gabarito: C. 
 
2. (Estratégia Militares 2019 – Questão Autoral – Professora Luana Signorelli) O Dia Nacional do 
Índio é decretado no dia 19 de abril. Hoje há instituições federais que garante respaldo aos direitos 
humanos indígenas, tais quais a Fundação Nacional do Índio (FUNAI). Com base na cultura indígena, 
eleja a alternativa correta. 
a) Pero Vaz de Caminha foi importante para ressalvar os direitos indígenas. Na sua carta, considerada 
a primeira obra da literatura nacional, o autor exibe um profundo conhecimento indígena, e uma 
postura amigável aos nativos. 
b) As terras indígenas serão administrativamente demarcadas por iniciativa e sob a orientação do 
órgão federal de assistência ao índio. 
c) O escambo era uma prática colonial comum, e consistia em uma troca de objetos por parte do 
colonizador e do colonizado, sendo que cada uma das partes entregava um bem ou prestava um 
serviço à outra, a fim de formar um sistema de crédito. Isto pode ser facilmente evidenciado nos dois 
últimos parágrafos do trecho selecionado. 
d) Fica claro do trecho acima que os índios e os portugueses, de tradição europeia, apresentavam 
culturas semelhantes, por isso se entendiam com tanta facilidade. 
e) Para chegar ao Brasil, os portugueses percorreram o Oceano Pacífico. 
 
 
 
 
 
14 
Profa. Luana Signorelli 
 
 
 
AULA 01 – QUINHENTISMO, TROVADORISMO, 
HUMANISMO E CLASSICISMO 
Comentários: 
Questão de atualidades/conhecimentos interdisciplinares. Há datas e documentos importantes 
sobre o assunto: 
*19 de abril: Dia Nacional do Índio 
*09 de agosto: Dia Internacional dos Povos Indígenas (ONU) 
*Decreto de Lei nº 1.775/96: dispõe sobre o procedimento administrativo da demarcação das 
terras indígenas. 
*Lei nº 11.645/2008: inclui a história e cultura indígenas na Lei de Diretrizes Básicas (LDB). 
Alternativa A: incorreta. A posturanão era amigável, era de desconfiança frente ao 
desconhecido. 
Alternativa B: correta – gabarito. É o artigo 1º da Lei nº 1.775/96. 
Alternativa C: incorreta. A prática histórica do escambo foi descrita na alternativa. Quando é 
assim, apenas confiem. Saber o termo nesse caso não era decisivo para gabaritar a questão. O fato é 
que o gesto que foi estipulado nestes dois parágrafos – a troca de chapéus, no caso um sombreiro da 
parte do português e um ramal (cocar) da parte do índio, representou o primeiro contato travados 
entre ambos, e não troca comercial de objetos. 
Alternativa D: incorreta. Eram culturas bastante diferentes e no geral desconfiavam uns dos 
outros. 
Alternativa E: questão interdisciplinar de Geografia. Foi o Oceano Atlântico. 
Gabarito: B. 
 
 
PROFA, MAS A CARTA É CONSIDERADA LITERATURA? SIM! 
A Carta de Pero Vaz de Caminha é um documento histórico, mas que conserva alguns aspectos 
literários também, conseguindo mesclar, ao mesmo tempo, dados subjetivos e objetivos. Seguem abaixo 
elencados alguns tópicos que ajudam na tentativa do enquadramento da carta no âmbito literário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Assista também ao webinário sobre a carta: aula especial de Literatura e História Link de 
acesso: https://www.youtube.com/watch?v=FYj9QkRB09Y&t=4s 
 
 
 
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Profa. Luana Signorelli 
 
 
 
AULA 01 – QUINHENTISMO, TROVADORISMO, 
HUMANISMO E CLASSICISMO 
Pero de Magalhães Gândavo 
 Gândavo (1540-1579) foi um português de origem francesa 
(o nome deriva de Gand). Foi professor de Humanidades e amigo 
de Camões. Foi ele quem escreveu os primeiros informes 
sistemáticos sobre o Brasil. Sua estada aqui coincidiu com o 
governo Mem de Sá. Seu tratado que hoje conhecemos como 
História da Província de Santa Cruz a que Vulgarmente Chamamos 
Brasil não foi publicado em vida do autor, apenas em 1826 na 
Academia Real das Ciências de História de Portugal. 
É comum nesse período a representação da 
Pietá, Nossa Senhora carregando Jesus morto 
em seus braços, imagem de dor profunda e 
desoladora. O Quinhentismo, apesar de ser 
um movimento literário primitivo, apresentou 
uma riqueza de gêneros literários. Ao lado, 
observamos uma poesia de Padre José de 
Anchieta. Sua poesia altamente descritiva, 
rebuscada, cheia de riqueza de detalhes, 
imagens e sofrimento, como a metáfora do rio 
de sangue, já se aproxima da linguagem do 
Barroco. Ao lado está apenas um trecho, mas 
o começo do poema está todo em latim e, ao 
fim dele, o eu lírico diz que deseja que todo 
esse sangue lhe sirva como purificação e meio 
de entrada para a Morada Eterna. 
 
 
 
 
 
 
2.2 Literatura de catequese 
 
Padre José de Anchieta 
José de Anchieta (1534-1597) teve uma vasta produção. Tendo em 
vista a catequese, todos seus textos apresentavam intenção pedagógica. Ele 
escreveu poemas, hinos, canções e autos (gênero teatral originado na Idade 
Média), além das cartas que informavam sobre o andamento da catequese 
no Brasil e de uma gramática da língua tupi. 
 
EXEMPLO PRÁTICO 1 
 
Padre José de Anchieta – Poema da Virgem 
Olha com que azorrague o carrasco sombrio 
retalha do Senhor a meiga carne a frio. (...) 
Vê como a dextra má finca em lenho de escravo 
as inocentes mãos com aguçado cravo 
Olha como na cruz finca a mão do algoz cego 
os inocentes pés com aguçado prego. 
Ei-lo, rasgado jaz nesse tronco inimigo, 
e c'o sangue a escorrer paga teu furto antigo! 
Vê como larga chaga abre o peito, e deságua 
misturado com sangue um rio todo d'água. 
Se o não sabes, a mãe dolorosa reclama 
para si quanto vês sofrer ao filho que ama. 
Pois quanto ele aguentou em seu corpo 
desfeito, 
tanto suporta a mãe no compassivo peito. 
Ergue-te pois e, atrás da muralha ferina 
cheio de compaixão, procura a mãe divina. 
 
 
 
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Profa. Luana Signorelli 
 
 
 
AULA 01 – QUINHENTISMO, TROVADORISMO, 
HUMANISMO E CLASSICISMO 
EXEMPLO PRÁTICO 2 
 
 
PERSONAGENS 
GUAIXARÁ – rei dos diabos 
AIMBIRÊ 
SARAVAIA – criados de Guaixará 
TATAURANA 
URUBU 
JAGUARUÇU – companheiros dos diabos 
VALERIANO 
DÉCIO – Imperadores romanos 
SÃO SEBASTIÃO – padroeiro do Rio de Janeiro 
SÃO LOURENÇO – padroeiro da aldeia de São Lourenço 
VELHA 
ANJO 
TEMOR DE DEUS 
AMOR DE DEUS 
CATIVOS E ACOMPANHANTES 
 
TEMA 
Após a cena do martírio de São Lourenço, Guaixará chama Aimbirê e Saravaia para ajudarem a 
perverter a aldeia. São Lourenço a defende, São Sebastião prende os demônios. Um anjo manda-os 
sufocarem Décio e Valeriano. Quatro companheiros acorrem para auxiliar os demônios. Os 
imperadores recordam façanhas, quando Aimbirê se aproxima. O calor que se desprende dele abrasa 
os imperadores, que suplicam a morte. O Anjo, o Temor de Deus, e o Amor de Deus aconselham a 
caridade, contrição e confiança em São Lourenço. Faz-se o enterro do santo. Meninos índios dançam. 
 
(...) 
SARAVAIA 
Fui pelo sertão a dentro, 
lacei as almas, rapaz. 
 
ANJO 
De que famílias descendem? 
 
SARAVAIA 
Desse assunto pouco sei. 
Filhos de índios talvez. 
Na corda os enfileirei 
presos todos de uma vez. 
Passei noites sem dormir, 
nos seus lares espreitei, 
fiz suas casas explodir, 
suas mulheres lacei, 
pra que não possam fugir. 
(Amarra-o o anjo e diz:) 
 
 
 
 
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Profa. Luana Signorelli 
 
 
 
AULA 01 – QUINHENTISMO, TROVADORISMO, 
HUMANISMO E CLASSICISMO 
Padre Manuel de Nóbrega 
 Manuel de Nóbrega (1517-1570) foi um sacerdote jesuíta português. 
Chefiou a primeira missão jesuítica na América. Estudou na Universidade de 
Salamanca e Coimbra. Escreveu cartas e a obra Diálogo sobre a conversão do 
gentio. Contribuiu para o estudo dos costumes do povo Tupinambá. 
ANJO 
Quantas maldades fizeste! 
Por isso o fogo te espera. 
Viverás do que tramaste 
nesta abrasada tapera 
em que pro fim te pilhaste. 
 
O dia de São Lourenço é 10 de agosto. Ele foi diácono e mártir. Fez parte do grupo de 7 diáconos 
que serviam a Igreja de Roma durante o pontificado de São Sisto II, administrando os bens da Igreja e 
distribuindo as esmolas dos pobres. O imperador Valeriano publicou um decreto contra os cristãos, 
prendendo o Papa e executando-o, bem como 4 diáconos. São Lourenço foi preso no dia 10 de agosto de 
257. Sua morte foi dolorosa: pouco a pouco e em brasas. A Igreja Católica usou contra seus próprios 
membros o método que usaria na Inquisição, que começou no século XII. São Lourenço é padroeiro dos 
diáconos permanentes, modelo de servidor de Cristo nos pobres e Heróis da fé provada no fogo (HOMEM, 
2012, p. 317). 
Um dos principais gêneros literários do período estudado na aula de hoje é o teatro. A Carta de 
Pero Vaz de Caminha é muito conhecida e cobrada; porém, devemos ter um conhecimento mais 
abrangente de outras obras também. 
No trecho acima, observa-se uma espécie de ficha catalográfica de apresentação das personagens. 
Podemos observar que elas alternam nomes indígenas (pagãos) e cristãos. No caso dos textos literários 
brasileiros do período, é muito importante observar o sincretismo religioso. Isso indica a riqueza de 
culturas coexistindo no mesmo espaço e tempo, como costuma ocorrer até hoje. O que a banca pode 
explorar desse período é justamente o choque cultural, que sucedeu de várias maneiras, sobretudo, 
mediante a religião. 
SINCRETISMO. Fusão de cultos religiosos ou de elementos culturais diferentes com 
acomodação entre seus elementos; fusão de filosofias ou ideologias diversificadas; tendência 
a fundir ideias ou doutrinas diferentes e até mesmo antagônicas (dicionário Aulete). 
Alguns nomes são alegóricos, como temor e amor de Deus, por exemplo. 
No trecho em particular, há ambiguidade: a personagem Saraiva, que é um criado do rei dos 
diabos, narra maldades que fez as quais se parecem com os processos de colonização. No fim, há o caráter 
moralizante do Anjo: “Viverás do que tramaste /nesta abrasada tapera”. É como se houvesse uma lição 
de moral, o que indica o objetivo pedagógico da literatura de catequese. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Profa. Luana Signorelli 
 
 
 
AULA 01– QUINHENTISMO, TROVADORISMO, 
HUMANISMO E CLASSICISMO 
 
 
Outras obras de destaque do período do Quinhentismo no Brasil foram: 
• Pero Vaz de Caminha – Carta. Endereçada a el-rei D. Manuel, referindo o descobrimento de uma 
nova terra e as primeiras impressões da natureza e do aborígene; 
• Pero Lopes de Sousa – Diário de navegação (1530). Ele foi o escrivão do primeiro grupo 
colonizador, o de Martim Afonso de Sousa. 
• Hans Staden – Duas viagens ao Brasil (1557); 
• Magalhães Gândavo – Tratado da terra no Brasil (1576); 
• Gabriel Soares da Sousa – Tratado descritivo do Brasil (1576); 
• Jean de Léry – Viagem à terra do Brasil (1578); 
• Fernão Cardim – Narrativa epistolar e Tratados da terra e da gente do Brasil (1583). Ele foi um 
jesuíta. 
• Ambrósio Fernandes Brandão – Tratado descritivo do Brasil (1618). Ou ainda Diálogos das 
grandezas do Brasil. 
• Frei Vicente do Salvador – História do Brasil (1627). 
 
• Observação 1: percebam que, para além da colonização portuguesa, houve interesse de outras 
nacionalidades acerca da terra do Brasil. De fato, tudo era muito chamativo, sendo que atraiu a 
atenção de alemães e franceses, por exemplo. 
• Observação 2: a noção que as pessoas daquela época tinham sobre o conceito de “História” é 
diferente do que temos hoje. Isto é, para eles, descrevia-se a História Presente, os fatos que 
realmente estavam acontecendo, ao passo que hoje temos noção de distanciamento histórico. 
 
 
Ao lado, como curiosidade, foto de minha autoria da carta 
de Pero Vaz na cidade de Santa Cruz Cabrália (BA). Trechos da carta 
são dispostos em uma oca, ao lado de uma réplica da caravela de 
Pedro Álvares Cabral. É um ponto turístico: é possível adentrar a 
caravela e ver as réplicas dos canhões, por exemplo. Viajei 
pessoalmente para lá no ano de 2011 e conheci também a cruz onde 
foi celebrada a Primeira Missa no Brasil. Ao redor dela, hoje há um 
mercado de artesanato indígena. 
 
 
"PADRES"
LITERATURA DE CATEQUESE
"PEROS"
LITERATURA DE INFORMAÇÃO
 
 
 
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Profa. Luana Signorelli 
 
 
 
AULA 01 – QUINHENTISMO, TROVADORISMO, 
HUMANISMO E CLASSICISMO 
DESCOBRIMENTO DO BRASIL OU ACHAMENTO? DEPENDE DO PONTO DE VISTA! 
 
 
 
 
 
(EsPCEx – 1999) 
 
“Não se pode numerar nem compreender a multidão de barbaro gentio que semeou a natureza por 
toda esta terra do Brasil; porque ninguém pode pelo sertão dentro caminhar seguro, nem passar 
por terra onde não acha povoações de indios armados contra todas as nações humanas, e assi como 
são muitos permitiu Deos que fossem contrarios huns dos outros, e que houvesse entrelles grandes 
odios e discordias, porque se assi não fosse os portuguezes não poderião viver na terra nem seria 
possivel conquistar tamanho poder de gente.” 
 
1) O texto acima é representativo de uma fase de nossa literatura conhecida como 
a) indianista. 
b) informativa. 
c) jesuítica. 
d) romântica. 
e) nacionalista. 
Chegada
Achamento
Orgulho 
português
Eurocentrismo
Viés 
desbravador e 
de descoberta
Mercantilismo 
e colonização
Invasão
Tupis
Litoral e 
interior
Macro-jês
Norte da Bacia 
Amazônica
Aruaques
Planalto 
Central
Cariris
Região 
Amazônica
 
 
 
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Profa. Luana Signorelli 
 
 
 
AULA 01 – QUINHENTISMO, TROVADORISMO, 
HUMANISMO E CLASSICISMO 
Comentários: 
Alternativa A: incorreta. O indianismo é a tendência da representação da figura do indígena na 
literatura. Pode ocorrer na historiografia literária nessas escolas: Quinhentismo, Arcadismo, 
Romantismo e Modernismo. 
Alternativa B: correta – gabarito. A literatura de informação quinhentista tem como principal 
função narrar as viagens mercantilistas e descrever a terra (fauna e flora) e os povos nativos 
encontrados, como nesse trecho, em que há a tentativa de estabelecer um levantamento de 
informações. 
Alternativa C: incorreta. A literatura de catequese é uma outra tendência literária quinhentista, 
mas que não se observa no trecho. 
Alternativa D: incorreta. Romantismo é um movimento literário do século XIX, ao passo que o 
Quinhentismo é um movimento literário dos séculos XVI-XVII. 
Alternativa E: incorreta. O nacionalismo é uma tendência literária que, no Brasil, só se manifesta 
a partir da Independência de 1822. 
Gabarito: B. 
 
2) Em relação ao texto, indique a alternativa correta: 
a) A expressão "barbaro gentio" indica uma oposição, uma antítese. 
b) A discórdia entre os índios foi, segundo o autor, decorrência de uma providência divina. 
c) Se não houvesse discórdia entre os índios, os portugueses poderiam viver na terra em paz. 
d) A chegada dos portugueses é que tomou os índios "contrários huns dos outros". 
e) No trecho "se assi não fosse", a palavra "assi" refere-se à oração "permitiu Deos". 
Comentários: 
Alternativa A: incorreta. "Gentio" significa indivíduo pagão ou indígena, o que não apresenta 
relação antitética (de oposição) com o termo "bárbaro" de acordo com A PERSPECTIVA 
EUROCÊNTRICA. 
Alternativa B: correta – gabarito. O que se infere de expressões como "Não se pode numerar 
nem compreender" e "permitiu Deus". 
Alternativa C: incorreta. Cuidado com informações extratextuais. 
Alternativa D: incorreta. Infere-se que os conflitos já ocorriam antes da chegada dos portugueses. 
Alternativa E: incorreta. Refere-se à oração que vem imediatamente antes: "e que houvesse 
entrelles grandes odios e discórdias" 
Gabarito: B. 
 
 
PARA FRENTE... 
Outros movimentos literários posteriores resgataram a figura do índio de formas diversas. 
Podemos ressaltar: 
• José de Alencar – O guarani (Romantismo). 
• Oswald de Andrade – Macunaíma (Modernismo → movimento Pau-Brasil). 
 
 
 
 
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Profa. Luana Signorelli 
 
 
 
AULA 01 – QUINHENTISMO, TROVADORISMO, 
HUMANISMO E CLASSICISMO 
É importante ressaltar que essa figura do índio no período do Quinhentismo era 
descritiva, ou seja, não passou por idealização como no Romantismo nem 
estilização como no Modernismo. Ou seja, essa visão muda ao longo da História. É 
ainda mais relevante compreender o principal objetivo da época: propagar a visão 
eurocêntrica. Logo, o ponto de vista dos textos era do colonizador e não dos 
indígenas. 
 
Vamos estudar a partir de dois depoimentos diferentes abaixo como que a perspectiva sobre o 
mesmo assunto pode mudar a depender de quem profere o discurso. 
 
 
PONTO DE VISTA EUROCÊNTRICO 
 
Tomai o fardo do Homem Branco 
 Continua pacientemente 
Encubra-se o terror ameaçador 
 E veja o espetáculo do orgulho; 
Pela fala suave e simples 
 Explicando centenas de vezes 
Procura outro lucro 
 E outro ganho do trabalho. 
 
Tomai o fardo do Homem Branco 
 As guerras selvagens pela paz 
Encha a boca dos Famintos, 
 E proclama, das doenças, o cessar; 
E quando seu objetivo estiver perto 
 (O fim que todos procuram) 
Olha a indolência e loucura pagã 
 Levando sua esperança ao chão. 
Nesse trecho, o eu lírico de Rudyard Kipling, Prêmio Nobel de Literatura de 1907, julga que o Homem 
Branco tem como missão levar a esperança a outros chãos, de preferência, os pagãos. Chegando aonde 
há fome e doença, infere-se que ele seria um herói salvador. Porém, a missão também é um peso, ou seja, 
um fardo, algo a que o Homem Branco estaria destinado. 
 
Este poema é de 1899. Nessa ocasião, a Europa, depois da colonização, passava por outra etapa 
capitalista: o Imperialismo, sendo que uma onda de competição por novos mercados competidores 
recomeçava. 
• Observação 1: o uso da letra maiúscula no termo “Homem Branco” ajuda a reforçar a importância 
de seu status. 
 
 
 
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Profa. Luana Signorelli 
 
 
 
AULA 01 – QUINHENTISMO, TROVADORISMO, 
HUMANISMO E CLASSICISMO 
• Observação 2: percebam também o uso do imperativo afirmativo na segunda pessoa do plural: 
“[vós] tomais”. Isso indica um apelo à coletividade, à formação de um povo, grupo ou classe 
específica e a sua orientação para compor a parte participativa da História. 
 
PONTO DE VISTA INDÍGENA 
 
O pensamentovazio dos brancos não consegue conviver com a 
ideia de viver à toa no mundo. Acham que o trabalho é a razão 
da existência deles. Eles escravizaram tanto os outros que agora 
precisam escravizar a si mesmos. Não podem parar, 
experimentar a vida como um dom e o mundo como um lugar 
maravilhoso. O possível mundo que a gente pode compartilhar 
não tem que ser um inferno, ele pode ser um lugar bom. E o que 
estamos vivendo no Brasil nos últimos anos é uma espécie de 
surto capitalista, como uma metástase num organismo que 
adoeceu. Um organismo que não consegue buscar água pra 
beber, uma medicina saudável; então come mais veneno, 
produzindo uma agricultura cada vez mais drogada. Essa espécie 
de metástase do pensamento do branco sobre a Terra é o maior 
engano. (AILTON KRENAK. Depoimento à Revista Cult). 
 
Já nesse depoimento, o filósofo indígena contemporâneo Ailton Krenak, da etnia crenaque, faz 
outra observação acerca do trabalho, como se este servisse como uma espécie de um vazio que o homem 
branco precisaria preencher. A falta de entendimento do homem branco da alteridade, isto é, do outro, 
repercute numa incompreensão de si próprio: escravizando os outros, não sobra outro público-alvo de 
escravização a não ser si próprios. 
Ailton Krenak chega a comparar essa visão consumista a uma doença. Uma certa preguiça, uma 
não disposição para ir buscar alimentos saudáveis, produz indivíduos doentes. Por outro lado, uma 
preguiça meramente contemplativa, por meio da qual a natureza pudesse ser apreciada, também não é 
aceita. Segundo o pensador, o homem branco pensa que tem domínio sobre a terra e essa perspectiva 
enviesada é prejudicial. 
 
É importante nessas situações identificar qual é a relação entre sujeito-objeto. 
 
Na época do Quinhentismo, quem detinha o poder da escrita e consequentemente do pensamento, 
eram os portugueses. A Literatura Contemporânea é o movimento literário no qual o lugar de fala do 
indígena enquanto sujeito cresce. A temática indígena continua sendo conteúdo da Literatura 
Contemporânea, como é o caso da obra Urihi: nossa terra, nossa floresta, do escritor e professor 
Devair Fiorotti. Esse livro de poesia conta a história de um jovem Yanomami. 
 
 
 
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Profa. Luana Signorelli 
 
 
 
AULA 01 – QUINHENTISMO, TROVADORISMO, 
HUMANISMO E CLASSICISMO 
3.0 Trovadorismo 
Na Idade Média, tanto a educação formal quanto a produção artístico-cultural encontravam-se 
dominadas pela Igreja. O nascimento das cantigas trovadorescas e das novelas da cavalaria na Baixa Idade 
Média, pautadas na vida cotidiana ou para a fantasia de aventura, simbolizou o surgimento de uma cultura 
leiga. 
A cantiga mais antiga que se tem notícia é a “Cantiga da Ribeirinha” ou “da Guarvaia” de Paio 
Soares de Taveirós (1189-1198). Elas são unidas em coletâneas: os cancioneiros, sendo os mais 
conhecidos: Cancioneiro da Ajuda (século XIII); Cancioneiro da Vaticana (século XV). 
O português teve um estágio antigo chamado galego-português. As primeiras manifestações 
literárias nessa língua datam do século XII. As principais eram as cantigas, canções compostas e cantadas 
por poetas denominados de trovadores. 
Segundo Cereja e Magalhães (2004, p. 86), esses cantores apresentavam uma hierarquia entre si: 
• Trovador: membro da nobreza ou do clero, era autor da letra e da música das composições que 
executava para o seleto público das cortes; 
• Segrel: nobre de escala mais baixa, escudeiro sem recursos para ascender à cavaleiro, sobrevivia 
percorrendo as cortes ou acompanhando o exército real nas lutas contra os árabes. Executava 
composições próprias. 
• Jogral: cantor de origem popular, raramente compunha, limitando-se a executar composições 
dos trovadores. Normalmente, era acompanhado por uma soldadeira, mulher que dançava e cantava 
durante as apresentações e, por isso, tinha má reputação. 
Entre as cantigas, há a seguinte distinção: cantigas de amor e cantigas de amigo. Ainda de acordo 
com os autores, a cantiga de amigo é classificada da seguinte maneira: 
 
 
 
Embora o Trovadorismo também tenha reconhecido os gêneros da prosa e do 
teatro também, a predominância foi da lírica com as cantigas. O que favoreceu isso é 
que poucas pessoas à época sabiam ler e escrever, já que a Igreja detinha o 
conhecimento. A cantiga era fácil de ser difundida, acompanhada de música e dança, 
motivo pelo qual recebe esse nome. 
 
 
CONTEXTUALIZAÇÃO DO TROVADORISMO 
 
ESTILO LITERÁRIO PRINCIPAIS AUTORES/OBRAS DESCRIÇÃO 
Trovadorismo 
Cantigas de amor; de amigo; de 
escárnio e de maldizer + prosa 
trovadoresca 
• Mistura de música e poesia 
• Repetição e paralelismo 
• Repetição 
• Forma simples 
• Amor cortês 
 
 
 
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Profa. Luana Signorelli 
 
 
 
AULA 01 – QUINHENTISMO, TROVADORISMO, 
HUMANISMO E CLASSICISMO 
Abaixo, identificamos mais gêneros literários do período: 
 
CATEGORIA ERA MEDIEVAL 
ESTRUTURA 
PRIMEIRA ÉPOCA: TROVADORISMO 
(SÉCULOS XII – XIV) 
SEGUNDA ÉPOCA (SÉCULO XV 
E INÍCIO DO SÉCULO XVI) 
POESIA 
Lírica cantigas de amor 
 cantigas de amigo 
Sátira cantigas de escárnio 
 cantigas de maldizer 
• Poesia palaciana 
• O cancioneiro geral, de Garcia 
Resende 
PROSA 
• Novelas de cavalaria 
• Hagiografias 
• Cronicões 
• Nobiliários 
• Crônicas de Fernão Lopes 
TEATRO 
• Mistérios 
• Milagres 
• Moralidades 
• Sotties 
• Gil Vicente 
Fonte: CEREJA; MAGALHÃES, 2004, p. 102. 
 
Alguns gêneros desses períodos são: 
• Mistérios: encenações de episódios da vida de santos; 
• Milagres: episódios da vida de santos; 
• Moralidades: peças de fundo didático-moralizante, cujas personagens são qualidades, 
abstrações ou defeitos morais (Razão, Avareza, Verdade, etc.); 
• Sotties: peças cujas personagens, por serem consideradas loucas, têm a liberdade para dizer 
verdades desagradáveis ao público. 
Outros gêneros do período são o épico, a saga e a epopeia, que eram parecidos da antiguidade. 
Conforme Spina (2007, p. 70), as sagas são narrativas em verso ou em prosa, de interesse capital para a 
história primitiva dos povos nórdicos. Porém, este gênero se pauta na já existente epopeia, desde a 
Antiguidade Clássica. Segundo N. K. Sandars, os épicos podem ser caracterizados como “um tipo especial 
de narrativas de viagens e aventuras, sempre presentes no mundo atemporal e sem fronteiras da lenda e 
do romance folclórico” (ANÔNIMO, 2012, 67). 
Geralmente, trata-se de um contexto antes de haver nações, quando os povos costumavam ser 
nômades (isto é, não tinham moradia fixa, deslocavam-se e estavam constantemente em luta com outros 
povos pela conquista de territórios e firmada de poder). Uma das características do épico é não haver 
uma versão consolidada, pois funcionava como se fosse telefone sem fio, passando de povos a povos, 
culturas e culturas, gerações e gerações. Assim, a narrativa oral era muito valorizada, consistindo no 
principal meio/veículo de comunicação na época, até o advento do livro e da imprensa com Gutenberg, 
no século XV. 
A História Geral da Europa no período estava dividida da seguinte maneira: 
 
 
 
 
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Profa. Luana Signorelli 
 
 
 
AULA 01 – QUINHENTISMO, TROVADORISMO, 
HUMANISMO E CLASSICISMO 
 
 
3.1 Cantiga de amigo 
As cantigas de amigo têm raízes na Península Ibérica, em festas rurais e populares, com música e 
dança, com vestígios da cultura árabe. São suas características: 
• Ambientação rural; 
• Linguagem simples; 
• Repetições; 
• Estrutura paralelística; 
• Forte musicalidade. 
Na cantiga de amigo, o eu lírico é geralmente feminino, e o tema mais frequente é um lamento 
amoroso da moça cujo namorado partiu para as guerras árabes. 
De acordo com Cereja e Magalhães, a cantiga de amigo é classificada da seguinte maneira: 
 
 
 
 
 
 
 
 
CANTIGA DE AMIGO 
• Pastorela: de ambiente rural, tratam do envolvimento amoroso entre uma pastora e um 
cavaleiro; 
• Bailias ou bailadas: fazem referência à dança de moças que esperam os namorados; 
• Romarias:referem-se às romarias feitas a lugares sagrados; 
• Albas ou alvas: fazem menção ao amanhecer, que muitas vezes surpreende os amantes; 
• Marinhas ou barcarolas: apresentam ambiente marinho. 
 
ALTA IDADE MÉDIA
Séculos V-X
Épicos, sagas, epopeias e grandes 
narrativas heroicas
Narrativas orais, seguindo a tradição da 
Antiguidade Clássica
Predomínio do paganismo
BAIXA IDADE MÉDIA
Séculos XI-XV
Cantigas, autos, moralidades, milagres, 
teatro de costumes
Já começaram a seguir uma nova tradição: 
a da escrita 
Forte influência do teocentrismo e 
da Igreja Católica
 
 
 
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Profa. Luana Signorelli 
 
 
 
AULA 01 – QUINHENTISMO, TROVADORISMO, 
HUMANISMO E CLASSICISMO 
PARALELISMO 
 As cantigas de amigo geralmente apresentam paralelismos, uma técnica frequentemente usada 
em literatura, que consiste em repetições de palavras ou versos ou construções sintáticas. Essas 
repetições podem ser de partes de versos ou até de versos inteiros. 
 Além do refrão, as cantigas de amigo costumam apresentar dois tipos de paralelismo: o de par de 
estrofes e o leixa-pren. O de par de estrofes consiste na repetição de duas estrofes com uma ligeira 
diferença entre o verso de uma e o seu correspondente na outra estrofe. O leixa-pren é uma espécie 
de encadeamento entre estrofes pares e ímpares: o segundo verso da primeira estrofe se repete no 
primeiro da terceira estrofe, o segundo verso da segunda estrofe se repete no primeiro da quarta 
estrofe e assim por diante. 
 Veja os dois tipos de paralelismo nos versos seguintes. As setas em azul correspondem ao 
paralelismo de par de estrofes e as setas em vermelho, ao leixa pren: 
 
 Non chegou, madre, o meu amigo, 
 E oje est o prazo saido! 
 Ai, madre, moiro d’amor! 
 
 Non chegou, madre, o meu amado, 
 E oje est o prazo passado! 
 Ai, madre, moiro d’amor! 
 
 E oje est o prazo saido! 
 Por que mentiu o desmentido? 
 Ai, madre, moiro d’amor! 
 
 E oje est o prazo passado! 
 Por que mentiu o perjurado? 
 Ai, madre, moiro d’amor! 
Fonte: CEREJA; MAGALHÃES, 2004, p. 84 (adaptado). 
 
Airas Nunes de Santiago 
O galego João Airas de Santigo (c. 1230-1293) foi poeta na corte de Sancho IV de Castela. Obra de 
destaque foi a pastorela “Pelo souto do Crexentes”, de natureza descritiva em que o homem participa do 
meio por meio de um cenário paisagístico. 
 
Estêvão Coelho 
Seu nascimento data de 1305. É designado nos Livros de Linhagens 
por Estêvão Coelho de Riba Homem e escreveu em galego-português. 
Casou-se com Maria Mendes Petite, ligada aos mosteiros de Canedo e de 
Grijó, com quem teve 7 filhos. 
Podemos destacar como produção sua um gênero que a canção de 
tear (chanson de toile) sua cantiga “Sedia la fremosa seu sirgo torcendo”. 
Observe um exemplo prático deste autor. Para essa cantiga, vocês 
poderiam aplicar as regras de paralelismo. 
 
 
 
27 
Profa. Luana Signorelli 
 
 
 
AULA 01 – QUINHENTISMO, TROVADORISMO, 
HUMANISMO E CLASSICISMO 
 
 Sedia la fremosa seu sirgo torcendo, 
 Sa voz manselinha fremoso dizendo 
Cantigas d’amigo. 
 
Sedia la fremosa seu sirgo lavrando, 
Sa voz manselinha fremosa cantando 
Cantigas d’amigo. 
 
- Par Deus de Cruz, dona, sey que avedes 
Amor muy coytado que tan ben dizedes 
Cantigas d’amigo. 
 
- Par Deus de Cruz, dona, sey que andades 
D’amor muy coytada que tan ben cantades 
Cantigas d’amigo. 
 
- Avuytor comestes, que adevinhades. 
 
 
3.2 Cantiga de amor 
 
Já as cantigas de amor têm origem na poesia provençal (de Provença, região do sul da França), nos 
ambientes finos e aristocráticos e logo estão presas a certas convenções de linguagem e de sentimentos. 
São suas características: 
• Linguagem mais refinada quanto a vocabulário e construções; 
• Ambiente: a corte. 
O eu lírico normalmente é um homem (um cavaleiro), que declara o seu amor a uma mulher 
inalcançável, em conformidade com as regras do amor cortês. O eu lírico masculino confessa a coita: o 
sofrimento amoroso por uma dama que lhe é inacessível devido à diferença social entre eles. 
“Coita”, em galego-português, significa dor, sofrimento e designa no português moderno o 
vocábulo “coitado”. O termo mesmo significa dor, aflição, desgosto, especialmente por motivo 
de amor; pressão das circunstâncias, compulsão física ou moral, necessidade (dicionário 
Houaiss). Exemplo: "Não me meta em tal coita vosso amor!” (Afonso Lopes Vieira, Romance 
de Amadis) (dicionário Aulete). 
Observação: assim como a noção de “História” não era a mesma naquela tempo, também não o 
era a noção de “romance”. Entende-se o romance medieval também como “romanceiro”, no sentido de 
composição poética. 
 
 
 
 
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Profa. Luana Signorelli 
 
 
 
AULA 01 – QUINHENTISMO, TROVADORISMO, 
HUMANISMO E CLASSICISMO 
Designa a atividade poética luso-espanhola, de caráter épico e lírico, anônima, transmitida por 
via oral, durante a Idade Média, configurada nos romances, ou a sua compilação em romances, 
ou a sua compilação em volume, integral ou antológico (MOISÉS, 2013, p. 417 
AMOR CORTÊS 
 O relacionamento entre amantes pode recorrer à expressão do amor cortês, isto é, um tipo de amor 
convencional, cheio de regras sociais como: 
 *Submissão absoluta à dama; 
 *Vassalagem humilde e paciente; 
 *Promessa de honrar e servir a dama com fidelidade; 
 *Prudência para não abalar a reputação da dama, sendo o cavaleiro, por essa razão, proibido de 
falar diretamente dos sentimentos que tem por ela; 
 *A amada é vista como a mais bela de todas as mulheres; 
 *Pela amada o trovador despreza todos os títulos, as riquezas e a posse de todos os impérios. 
Fonte: CEREJA; MAGALHÃES, p. 85 (adaptado). 
 
Também é frequente identificarmos, nas cantigas de amor, a referência aos 
principais valores da sociedade cortês. Assim, o trovador fala da mesura 
(mérito, valor) de sua dama, pede que ela reconheça sua cortezia (ou prez) 
e lhe garanta o galardam (prêmio) a que tem direito por seguir as regras da 
vassalagem amorosa (ABAURRE; PONTARA, 2005, p. 91). 
EXEMPLO PRÁTICO 
 
Bem feminino é o proceder 
Dessa que me roubou a paz. 
Não quer o que deve querer 
E tudo o que não deve faz. 
Má sorte enfim me sobrevém, 
Fiz como um louco numa ponte, 
E tudo me foi suceder 
Só porque quis mais horizonte. 
VENTADORN, Bernart de. Verso reverso controverso. Tradução de 
Augusto de Campos. São Paulo: Perspectiva, 1978. p. 83-87. (Fragmento). 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Profa. Luana Signorelli 
 
 
 
AULA 01 – QUINHENTISMO, TROVADORISMO, 
HUMANISMO E CLASSICISMO 
3.3 Cantiga de escárnio 
 
Também há uma segunda distinção entre as cantigas trovadorescas: as cantigas de escárnio e as 
cantigas de maldizer. Elas têm valor histórico, porque representam a sociedade medieval portuguesa e 
seus aspectos culturais, morais e linguísticos. 
Elas se diferem das cantigas de amor e de amigo por serem menos rígidas e seguirem menos os 
modelos convencionais; portanto, elas têm mais liberdade formal, são mais experimentalistas e exploram 
mais recursos expressivos, por exemplo, figuras de linguagem. 
Costumam ter como seus alvos clérigos devassos, prostitutas, os próprios trovadores etc. 
 
3.2 Cantiga de maldizer 
 
 
CANTIGAS DE ESCÁRNIO CANTIGAS DE MALDIZER 
Crítica indireta; normalmente, a pessoa 
satirizada não é identificada. 
Crítica direta; geralmente, a pessoa 
satirizada é identificada. 
Linguagem trabalhada, cheia de sutilezas, 
trocadilhos e ambiguidades. 
Linguagem agressiva, direta, por vezes 
obscena. 
Ironia. Zombaria. 
 
Fonte: CEREJA; MAGALHÃES, 2004, p. 105. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Instrumentos musicais da Idade Média. À esquerda, um alaúde e à direita, uma viela de arco. 
 
 
 
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Profa. Luana Signorelli 
 
 
 
AULA 01 – QUINHENTISMO, TROVADORISMO, 
HUMANISMO E CLASSICISMO 
 
 
 
(EstratégiaMilitares 2020 – Questão Autoral – Professora Luana Signorelli) 
 
Ai dona fea! Foste-vos queixar 
Que vos nunca louv'en meu trobar 
Mais ora quero fazer un cantar 
En que vos loarei toda via; 
E vedes como vos quero loar: 
Dona fea, velha e sandia! 
 
A partir do texto acima, assinale a alternativa correta. 
a) Pode-se classificar o texto medieval acima como sendo uma cantiga de maldizer. 
b) Na cantiga, há ironia tipicamente moderna, à moda machadiana. 
c) A ironia no trecho é sutil, pois a pessoa atacada não é identificada. 
d) Pode-se classificar a cantiga acima como sendo de amor, pois a moça lamenta. 
e) A figura de linguagem predominante no trecho é a antítese. 
 
Comentários: 
 Questão de interpretação de texto literário/conhecimento de movimentos literários. 
Alternativa A: incorreta. Trata-se da “Cantiga de Escárnio” de João Garcia de Guilhade; logo, é 
uma cantiga de escárnio e não de maldizer. 
Alternativa B: incorreta. Consiste em um texto medieval e não realista. Por mais que haja ironia 
nele, não são do mesmo tipo, pois a ironia medieval é menos refinada. 
Alternativa C: correta – gabarito. A pessoa é, de fato, não identificada, sendo acusada de velha e 
sandia (estúpida), mas sendo denominada apenas de “dona fea”, ou seja, uma mulher feia, não 
identificada, portanto. Há, sim, ironia nas cantigas de escárnio. Questão de interpretação. 
Alternativa D: incorreta. É uma cantiga de escárnio e a mulher está sendo criticada, sendo 
chamada de “feia”. 
Alternativa E: incorreta. É a ironia. 
Gabarito: C. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Profa. Luana Signorelli 
 
 
 
AULA 01 – QUINHENTISMO, TROVADORISMO, 
HUMANISMO E CLASSICISMO 
Fonte da imagem: Shutterstock. 
Fonte das informações: 
CEREJA; MAGALHÃES, 2004, p. 85 (adaptado). 
 
3.5 Prosa trovadoresca 
 
AS NOVELAS DE CAVALARIA 
 A prosa, em Portugal, começou entre o século XIV e o início do século XV, em forma de 
hagiografias, nobiliários, cronicões e novelas de cavalaria. 
 *Hagiografias: relatos de episódios da vida de santos, cuja finalidade era catequética e didática. 
 *Nobiliários ou livros de linhagem: compilações de genealogias de famílias nobres, feitas com o 
objetivo de conhecerem os graus de parentesco. 
 *Cronicões: documentos que faziam mera ordenação de fatos históricos. 
 *Novelas de cavalaria: são um gênero narrativo tipicamente medieval. Em geral de autor 
desconhecido, são resultado da transformação das canções de gesta, poemas que narravam heroicas 
aventuras de cavaleiros andantes. 
 Seus temas são, portanto, as aventuras fantásticas de cavaleiros lendários e destemidos que 
liquidavam monstros e homens malvados em batalhas sangrentas, travadas em nome tanto de Deus 
quanto do amor por uma donzela. Produto de uma fértil inventividade, a novela de cavalaria 
descreve com abundância de detalhes a vida e os costumes da cavalaria medieval. 
 De acordo com seus temas, as novelas de valeria compõem três ciclos: 
 *Ciclo bretão ou arturiano: tem como personagens centrais o rei Artur e os cavaleiros da Távola 
Redonda; 
 *Ciclo carolíngio: gira em torno da figura de Carlos Magno e os doze pares da França (a qual tem 
uma adaptação para o cordel brasileiro do Nordeste); 
 *Ciclo clássico: abrange figuras e acontecimentos da Antiguidade clássica, como a Guerra de 
Tróia. 
 O romance de cavalaria encontra a sua autocrítica em Dom Quixote de la Mancha, de Miguel de 
Cervantes no século XVI. Trata-se já da decadência dos valores medievais da cavalaria, que abriam 
espaço para o aburguesamento da sociedade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
AS GUERRAS SANTAS 
 O espírito guerreiro e aventureiro da cavalaria medieval foi fortemente marcado pelas Cruzadas, 
as “guerras santas” que a Europa empreendeu contra o Islão na tentativa de recuperar Jerusalém, 
então dominada pelos muçulmanos. 
 Embora os motivos oficiais dessas guerras fossem religiosos, na verdade havia outros interesses 
em jogo: a atração pelo desconhecido e a realização de saques e pilhagens que garantiriam o 
reconhecimento do rei e da comunidade, além de uma vida tranquila materialmente. 
Fonte: CEREJA; MAGALHÃES, 2004, p. 90 (adaptado). 
 
E quem disse que a gente não pode se divertir? Elenquei abaixo uma sugestão de filmes e séries 
pertinentes à temática que estamos estudando hoje. Boa diversão! 
 
 
 
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Profa. Luana Signorelli 
 
 
 
AULA 01 – QUINHENTISMO, TROVADORISMO, 
HUMANISMO E CLASSICISMO 
 
SUGESTÃO SINOPSE/COMENTÁRIO 
 
 
 
 
 
 
 
Filme: Cruzada (2005) 
Sinopse: Balian (Orlando Bloom) é um jovem ferreiro francês, que 
guarda luto pela morte de sua esposa e filho. Ele recebe a visita 
de Godfrey de Ibelin (Liam Neeson), seu pai, que é também um 
conceituado barão do rei de Jerusalém e dedica sua vida a manter 
a paz na Terra Santa. Balian decide se dedicar também à esta 
meta, mas após a morte de Godfrey ele herda terras e um título 
de nobreza em Jerusalém. Determinado a manter seu juramento, 
Balian decide permanecer no local e servir a um rei amaldiçoado 
como cavaleiro. Paralelamente ele se apaixona pela princesa 
Sibylla (Eva Green), a irmã do rei. O filme é importante para 
estudar as Guerras Santas entre os católicos e mulçumanos. 
 
 
 
 
 
 
Filme: Thor (2022) 
Sinopse: Thor: Amor e Trovão é quarta aventura solo de Thor 
(Chris Hemsworth), personagem da Marvel, sendo a sequência 
direta de Thor: Ragnarok e o 29º filme do Universo 
Cinematográfico Marvel. Após os acontecimentos de Ultimato, 
Thor ansiando por um propósito, retorna a Nova Asgard e sua 
aposentadoria é interrompida por um assassino galáctico 
conhecido como Gorr (Christian Bale), o Carniceiro de Deus, que 
busca a extinção dos deuses. Para combater a ameaça, Thor pede 
a ajuda da Rainha Valquíria (Tessa Thompson), Korg (Taika 
Waititi) e Jane Foster (Natalie Portman), sua ex-namorada, que - 
para surpresa de Thor - inexplicavelmente consegue empunhar 
seu martelo mágico, Mjolnir, o que imbuiu Jane com o poder de 
Thor. Juntos, eles embarcam em uma aventura cósmica para 
descobrir o mistério da vingança do God Butcher e detê-lo antes 
que seja tarde demais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Filme: A lenda de Beowulf (2007) 
Sinopse: Ilha de Sjaelland, perto de onde fica a Dinamarca. O 
demônio Grendel ataca o castelo do rei Hrothgar sempre que tem 
uma festa, cerimônia ou ocasião importante, porque não suporta 
o barulho gerado. Grendel sempre mata várias pessoas nos seus 
ataques, embora poupe Hrothgar. Com o povo aterrorizado, o rei 
Hrothgar ordena que o salão onde as comemorações são 
realizadas seja fechado. Até que chega ao local Beowulf, um 
guerreiro que promete eliminar o monstro. Numa filmagem 
especial, os atores reais que passaram por um véu/filtro de 
animação. O filme é importante para estudar as sagas nórdicas, 
pois sua época histórica é datada de 900-1000 d. C. É um assunto 
interessante para revisar o conteúdo histórico das migrações 
bárbaras. 
 
 
 
 
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Profa. Luana Signorelli 
 
 
 
AULA 01 – QUINHENTISMO, TROVADORISMO, 
HUMANISMO E CLASSICISMO 
 
 
 
 
 
 
 
 
Filme: Senhor dos Anéis: a sociedade do anel (2001) 
Sinopse: numa terra fantástica e única, chamada Terra-Média, 
um hobbit (seres de estatura entre 80 cm e 1,20 m, com pés 
peludos e bochechas um pouco avermelhadas) recebe de 
presente de seu tio o Um Anel, um anel mágico e maligno que 
precisa ser destruído antes que caia nas mãos do mal. Para isso o 
hobbit Frodo terá um caminho árduo pela frente, onde 
encontrará perigo, medo e personagens bizarros. Ao seu lado 
para o cumprimento desta jornada aos poucos ele poderá contar 
com outros hobbits, um elfo, um anão, dois humanos e um mago, 
totalizando 9 pessoas que formarão a Sociedade do Anel. A saga 
foi baseada no livro homônimo de J. R. R. Tolkien, que usou o 
medievo como fuga de sua realidade, pois presenciou a o tempo 
das Grandes Guerras. Dica: em 2022, foi lançada a série “Os anéis 
do poder”. 
 
 
 
 
 
 
 
Filme:O nome da rosa (1983) 
Sinopse: em 1327 William de Baskerville (Sean Connery), um 
monge franciscano, e Adso von Melk (Christian Slater), um 
noviço, chegam a um remoto mosteiro no norte da Itália. William 
de Baskerville pretende participar de um conclave para decidir se 
a Igreja deve doar parte de suas riquezas, mas a atenção é 
desviada por vários assassinatos que acontecem no mosteiro. O 
filme é baseado no romance do escritor italiano contemporâneo 
Umberto Eco. O seu romance é de 1980. O filme é muito 
interessante para estudar a primazia que a Igreja Católica detinha 
acerca do conhecimento, com a preservação de grandes 
bibliotecas e inclusive via profissão do copista. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Série: Vikings (2013-...) 
Sinopse: Ragnar Lothbrok é o maior guerreiro da sua era. Líder 
de seu bando, com seus irmãos e sua família, ele ascende ao 
poder e torna-se Rei da tribo dos vikings. Além de guerreiro 
implacável, Ragnar segue as tradições nórdicas e é devoto dos 
deuses. As lendas contam que ele descende diretamente de Odin, 
o deus da guerra. Há uma edição em livro também, em Língua 
Portuguesa, escrita originalmente por por Haukr Erlendsson e 
Saxo Grammaticus e traduzida por Artur Avelar (o mesmo que 
traduziu outro épico, chamado Edda). O título da obra é As 
Histórias de Ragnar Lodbrok. 
 
 
 
 
 
 
 
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Profa. Luana Signorelli 
 
 
 
AULA 01 – QUINHENTISMO, TROVADORISMO, 
HUMANISMO E CLASSICISMO 
 
 
 
 
 
 
 
 
Série: Guerra dos Tronos (2011-2019) 
Sinopse: Game of Thrones conta a história de um lugar onde uma 
força destruiu o equilíbrio das estações, há muito tempo. Em uma 
terra onde os verões podem durar vários anos e o inverno toda 
uma vida, as reivindicações e as forças sobrenaturais correm as 
portas do Reino dos Sete Reinos. A irmandade da Patrulha da 
Noite busca proteger o reino de criaturas que podem vir de lá da 
Muralha, mas já não tem os recursos necessários para garantir a 
segurança de todos. Conspirações e rivalidades correm no jogo 
político pela disputa do Trono de Ferro, o símbolo do poder 
absoluto. A série baseada em uma saga de livros escrita pelo 
estadunidense George R. R. Martin, cujo primeiro volume se 
intitula As crônicas do gelo e do fogo (1996). 
 
 
 
 
 
 
 
 
Filme: Valente (2012) 
Sinopse: esse é um filme para assistir com os(as) filhos(as)! A 
princesa Merida foi criada pela mãe para ser a sucessora perfeita 
ao cargo de rainha, seguindo a etiqueta e os costumes do reino. 
Mas ela não tem a menor vocação para esta vida traçada, 
preferindo cavalgar pelas planícies selvagens da Escócia e praticar 
o seu esporte favorito, o tiro ao arco. Quando uma competição é 
organizada contra a sua vontade, para escolher seu futuro 
marido, Merida decide recorrer à ajuda de uma bruxa, a quem 
pede que sua mãe mude. É um filme leve e da Disney, de 
animação já com tecnologia 3D, mas é importante para se 
estudar o papel da mulher na Idade Média. Dica: em 2022, foi 
lançada a série “A casa do dragão”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Filme: A espada era a lei (1963) 
Sinopse: esse é outro filme para assistir com a família! Filme leve 
e divertido, consiste numa animação da Disney, mas é 
interessante para compreendermos a importância do imaginário 
da magia na época medieval. Arthur é um jovem menino que 
sonha em se tornar cavaleiro. Reza a lenda que aquele que 
conseguir tirar a espada mágica da pedra se tornará o rei da 
Inglaterra. Merlin, um poderoso, mas atrapalhado mago, sabe 
que Arthur será o novo rei e por isso, vai até o castelo onde o 
garoto trabalha prepará-lo para o futuro. 
 
Ufa! E agora que já descansamos, vamos voltar ao nosso conteúdo. Ainda temos mais movimentos 
literários para estudar. 
 
 
 
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Profa. Luana Signorelli 
 
 
 
AULA 01 – QUINHENTISMO, TROVADORISMO, 
HUMANISMO E CLASSICISMO 
4.0 Humanismo 
O ícone do Humanismo português foi Gil Vicente, cujas origens são incertas. Provavelmente, era 
alfaiate, mas Gil era um nome vulgar e São Vicente era patrono de Lisboa, sendo que podia haver um 
carpinteiro homônimo à época. 
Nessa época, é muito comum o teatro em verso à moda de William Shakespeare na Inglaterra 
(1564-1616). Afinal, ele também foi um escritor do movimento literário do humanista; porém, era 
britânico. Era comum na época a noção de world as stage (mundo como palco), ou seja, a ideia de que 
estaríamos encenando sempre o tempo todo, até mesmo em nossas vidas reais e especialmente em 
sociedade. 
Nesse período, era significativo o papel da performance, isto 
é, um desempenho típico para ser exibido, geralmente com 
eloquência. Um adepto será Padre Antonio Vieira no Barroco 
com seus sermões. E também pode ser mencionada a 
Comedia dell’arte, que ocorreu no século XV na Itália. 
Representava o mundano, já não se tratava mais de um 
teatro religioso (autos). Trata-se de uma modernização nesse 
sentido, uma laicização das artes. Personagens importantes 
são: Arlequino e Colombina. 
 
Por outro lado, também há os autos. “Auto” é um gênero literário. “Vinculado aos mistérios e 
moralidades, e talvez deles proveniente, o autor designa toda peça breve, de tema religioso ou profano, 
encenada durante a Idade Média: equivaleria a um ato que integrasse espetáculo maior e completo, daí 
o apelativo que recebeu: auto” (MOISÉS, 2013, p. 46, grifo meu). 
Aproximavam-se da tragicomédia, pois tinham moralizavam sem perder o teor satírico. Por 
participar do debate de ideias que agitavam o período histórico, é conhecido como teatro de ideias. 
Vejam abaixo alguns exemplos dos mais conhecidos, dos humanistas até modernistas: 
 
 
O auto da índia – Gil Vicente (1509)
O auto da barca do inferno – Gil Vicente 
(1517)
O auto da compadecida – Ariano Suassuna 
(1955)
 
 
 
36 
Profa. Luana Signorelli 
 
 
 
AULA 01 – QUINHENTISMO, TROVADORISMO, 
HUMANISMO E CLASSICISMO 
O HUMANISMO 
 O termo é usado para indicar duas coisas diferentes: I) o movimento literário e filosófico que 
nasceu na Itália na segunda metade do séc. XIV, difundindo-se para os demais países da 
Europa e constituindo a origem da cultura moderna; II) qualquer movimento filosófico que tome 
como fundamento a natureza humana ou os limites e interesses do homem. 
 Em relação à primeira, as bases fundamentais do humanismo podem ser assim expostas: 
 1) Reconhecimento da totalidade do homem como ser formado de alma e corpo e destinado a 
viver no mundo e a dominá-lo. 
 2) Reconhecimento da historicidade do homem, dos vínculos do homem com o seu passado, que, 
por um lado, servem para uni-lo a esse passado e, por outro, para distingui-lo dele. 
 3) Reconhecimento do valor humano das letras clássicas. É por esse aspecto que o H. temesse 
nome. Já na época de Cícero e Varrão, a palavra humanítas significava a educação do homem como 
tal, que os gregos chamavam de paídéia; eram chamadas de "boas artes" as disciplinas que formam 
o homem, por serem próprias do homem e o diferenciarem dos outros animais. 
 
 
 
 
 
 
 
Essa premissa associa o significado da corrente do humanismo à erudição. 
 
 4) Reconhecimento da naturalidade do homem, do fato de o homem ser um ser natural, para o qual 
o conhecimento da natureza não é uma distração imperdoável ou um pecado, mas um elemento 
indispensável de vida e de sucesso. 
 
O pensador – Rodin 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Pixabay. 
 
 Em relação à outra, o segundo significado dessa palavra nem sempre tem estreitas conexões com 
o primeiro. Pode-se dizer que, com esse sentido, o humanismo é toda filosofia que tome o homem 
como “medida das coisas”, segundo antigas palavras de Protágoras. 
 Em sentido mais geral, pode-se entender por humanismo qualquer tendência filosófica que leve 
em consideração as possibilidades e, portanto, as limitações do homem, e que, com base nisso, 
redimensione os problemas filosóficos. 
Fonte: ABBAGNANO, 2007, p. 518-519 (adaptado). 
 
 
 
 
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Profa.Luana Signorelli 
 
 
 
AULA 01 – QUINHENTISMO, TROVADORISMO, 
HUMANISMO E CLASSICISMO 
CONTEXTUALIZAÇÃO DO HUMANISMO 
 
ESTILO LITERÁRIO PRINCIPAIS AUTORES/OBRAS DESCRIÇÃO 
Humanismo 
Gil Vicente: Farsa de Inês 
Pereira, Auto da barca do 
inferno, entre outros. 
• Traços medievais 
• Teatro 
• Crítica de costumes 
Classicismo 
Camões (Poesia lírica: sonetos; 
poesia épica: Os Lusíadas) 
• Antropocentrismo 
• Racionalismo 
• Configuração de formas 
poéticas mais complexas 
 
4.1 Gil Vicente 
“Reza a lenda” que entre a noite de 7 para 8 de junho 
de 1502, nos Paços de Alcaçova de Lisboa, um homem 
fantasiado de vaqueiro irrompeu nos salões da rainha D. 
Maria, mãe do futuro rei D. João III, para manifestar a sua 
alegria em relação ao nascimento do menino. Os convivas 
gostaram tanto que pediram para o homem repetir a 
façanha nas festividades religiosas de Natal. 
Esse homem, de origem incerta, mas que se 
desconfia ter nascido em Belém (c. 1465) e morrido c. 1535 
era Gil Vicente, o principal autor do Humanismo. Essa sua 
obra ficou conhecida como Auto da visitação e ela foi 
importante por introduzir o teatro leigo em Portugal, já que 
o menino homenageado era um homem, ainda que nobre. 
Sua influência foi Juan del Encina, de caráter pastoral 
e religioso. Gil Vicente escreveu mais de 40 obras para a 
corte, algumas bilíngues, outras em português e outra em castelhano. 
Mesmo ainda tendo influência da tradição religiosa, o teatro de Gil Vicente – também chamado 
de teatro vicentino – não apresenta caráter teocêntrico. A sua finalidade era representar o homem na 
sociedade e o objetivo maior era criticar os seus costumes cuja missão era menos moralizante e mais 
reformadora. 
Nem as peças religiosas pretendem difundir a religião, mas sim mostrar o ser humano, daí o nome 
do movimento. Ele não era contra a Igreja igualmente, mas sim contra o que se fazia dentro dela. Algumas 
das classes sociais retratadas por Gil Vicente eram o clérigo corrupto, o papa, o reio, o devasso, o médico 
incompetente, o curandeiro, a mulher adúltera, a alcoviteira, o juiz desonesto, o camponês, o bobo etc. 
Tecnicamente, a sua obra não é muito rebuscada e segue as leis tradicionais do teatro greco-latino: 
a lei das três unidades. Por isso, também é possível falar de ausência de tempo e espaço no teatro 
vicentino, pois eles muitas vezes se confundem. 
 
 
 
 
 
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Profa. Luana Signorelli 
 
 
 
AULA 01 – QUINHENTISMO, TROVADORISMO, 
HUMANISMO E CLASSICISMO 
LEI DAS TRÊS UNIDADES 
 
CATEGORIA DEFINIÇÃO 
 
 
 
Tempo: o tempo de duração deveria caber dentro do período de um sol 
ou pouco excedê-lo, segundo Aristóteles. Esse tempo era medido pela 
clepsidra, isto é, ampulheta. 
 
 
 
Cenário: o enredo deve se passar dentro dos limites de uma cidade. O 
cenário é basicamente descrito pela linguagem. 
 
 
 
Ação ou drama: a história deve apresentar um mesmo tipo de ação. 
Fonte das imagens: ícones feitos a partir de www.flaticon.com. 
 
Gil Vicente também era contemporâneo de: 
• Lope de Vega (1562-1635): poeta e dramaturgo espanhol. Escreveu O cavaleiro de Olmedo, A dama 
boba etc. Em português, pela editora Peixoto Neto, temos Fuente Ovejuna. 
• Tirso de Molina (1579-1648): religioso, poeta e dramaturgo do Barroco espanhol. Escreveu 
comédias históricas, mitológicas, filosóficas entre outros. 
• Calderón de la Barca (1600-1601): dramaturgo e poeta espanhol. Obra-prima: A vida é sonho. 
 
Eis agora alguns quadros sinópticos de obras que podem ser importantes e cair na sua prova. 
 
O auto da barca do inferno (1517) 
CATEGORIA DEFINIÇÃO 
ESTRUTURA 
Teatro em versos. Não tem divisão em atos nem em cenas. É classificado como um auto 
de moralidade. 
PERSONAGENS 
Diabo, anjo, fidalgo, onzeneiro (espécie de agiota), parvo, sapateiro, frade, Brízida Vaz 
(alcoviteira), judeu, corregedor, procurador, cavaleiros. 
TEMPO 
Pode-se dizer que atemporal. Na barca do inferno, entram humanos de todas as épocas, 
desde os cruzados (séc. XIV) até os contemporâneos de Gil Vicente. 
ESPAÇO Metafísico: o inferno. Mítico: às margens do rio da morte, o rio Letes. 
CONFLITO 
O fidalgo é o primeiro que se aproxima dos barcos sem reconhecer o diabo. Ao se 
apresentar, o fidalgo se recusa a entrar. Cada um que entra carrega um símbolo daquilo 
que representa: o fidalgo, a cadeira; o agiota, a bolsa; o frade, armas; o sapateiro, 
ferramentas; Brísida, apetrechos; Judeu, bode; corregedor e procurador, livros e 
processos. Por ora, apresenta-se uma falsa esperança de poderem entrar na Barca do 
Céu, mas eles são reconduzidos. 
CLÍMAX 
O livro é uma grande crítica do apego à vida material e daquilo que não conseguimos nos 
desfazer nem mesmo depois da morte. 
 
 
 
39 
Profa. Luana Signorelli 
 
 
 
AULA 01 – QUINHENTISMO, TROVADORISMO, 
HUMANISMO E CLASSICISMO 
DESFECHO 
O auto se encerra com 4 cavaleiros que morreram nas cruzadas, mas que bem poderiam 
representar os quatro cavaleiros do Apocalipse Bíblico. 
 
 
 
 
 
 
ALEGORIA. Na pintura, na escultura, enfim nas Artes Plásticas é a alegoria bastante empregada 
como o valor de símbolo. Uma figura de mulher, com uma balança numa das mãos e uma 
espada na outra, é uma alegoria de Têmis, ou seja, a Justiça. Em literatura a alegoria informa 
determinadas espécies genéricas como a fábula, o apólogo e a parábola, nas quais as coisas 
abstratas ou inanimadas personificam-se. 
Farsa da Inês Pereira (1523) 
CATEGORIA DEFINIÇÃO 
ESTRUTURA 
Teatro em versos. Não é dividida nem em ato nem em cenas. É classificada como uma 
farsa de folgar. 
PERSONAGENS 
Inês Pereira, Pero Marques (rico proprietário que a pedira em casamento), nobre 
decadente, mãe, Lianor, Latão, Vidal, escudeiro, moço, judeus, Fernando, ermitão. 
TEMPO 
É dedicada a rei D. João, o terceiro do nome em Portugal, que reinou no período de 1502-
1557. Atenção: muitos dos escritores da época queriam cair “em boas graças” dos reis. 
Por isso, era bastante comum honrá-los, elogiá-los ou dedicar obras a eles, pois assim a 
chance de terem seu status aumentado era maior. 
ESPAÇO Na casa da mãe; no rio; na fazenda. Cenário semidefinido. 
CONFLITO 
Inês sonha em se casar com um homem educado, que soubesse cantar e agradar as 
mulheres, ainda que não tivesse dinheiro. Tanto é que se casa com um nobre decadente, 
em detrimento de Pero Marques, um rico proprietário de terra. 
CLÍMAX 
O marido de Inês a prende em casa e viaja para combater os mouros com a finalidade de 
enriquecer. 
DESFECHO 
O marido de Inês acaba morrendo na guerra, e ela termina por aceitar o pedido de Pero 
Marques, com quem casa e de quem acaba tirando proveito financeiramente. 
 
 
FARSA. Sutil, se não difícil de precisar, a distinção entre a farsa e a comédia. 
De modo genérico, pode-se afirmar que a diferença é de grau: a farsa 
consistira no exagero do cômico, graças ao emprego de processos 
grosseiros, como o absurdo, as incongruências, os equívocos, os enganos, a 
caricatura, o humor primário, as situações ridículas. A farsa dependeria 
mais da ação que do diálogo, mais dos aspectos externos (cenário, 
roupagem, gestos, etc. que do conflito dramático. (MOISÉS, 2013, p. 189). 
 
 
 
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Profa. Luana Signorelli 
 
 
 
AULA 01 – QUINHENTISMO, TROVADORISMO, 
HUMANISMO E CLASSICISMO 
 
RESUMINDO 
 
 
 
 
 
 
 
OUTRAS OBRAS DE GIL VICENTE 
 
O velho da horta (1512) 
CATEGORIA DEFINIÇÃO 
ESTRUTURA 
Farsa foi encenada em 1512, na presença de D. Manuel I, rei de Portugal 
(curiosidade: o mesmo para quem Pero Vaz de Caminha encaminha a carta). 
PERSONAGENS Parvo, alcoviteira, Alcaide, Beleguins, mocinha, mulher, velho, 
CONFLITO 
A moça vai para a horta do velho colher hortaliças, mas o velho de apaixona 
terrivelmente por ela. A linguagem do velho é galanteadora, e imita a linguagem da corte 
de Cancioneiro Geral. A linguagem da moça é zombeteira, pois tenta se esquivar. 
CLÍMAX 
Uma alcoviteira (prostituta) chamada Branca Gil promete ao velho a posse da moça e 
com isso

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